Estes são os “novos” candidatos do PSD às autárquicas

PSD divulgou lista com mais algumas dezenas de candidatos às autárquicas, persistindo a disparidade do género, com mulheres a serem menos de 20%. Luta em Aveiro entre irmãos está oficializada.

A Comissão Política Nacional do PSD aprovou esta quarta-feira os 78 candidatos às eleições autárquicas, que se juntam a cem nomes que já tinham sido homologados.

O partido social-democrata totaliza agora 178 candidatos a presidentes de câmara já com aprovação final para as eleições autárquicas que se deverão realizar entre setembro e outubro.

Nas listas social-democratas há continuidade, regressos ao partido, saltos hierárquicos e até decisões contra as estruturas concelhias. Nota ainda para a disparidade de género, com 13 mulheres e 65 homens oficializados nesta quarta-feira. Em janeiro, entre 57 candidatas e candidatos, contava-se uma dezena de mulheres. Na soma destas duas listas libertadas pelo partido, num total de 135 candidaturas, as candidatas perfazem apenas 17% do total, muito longe de uma situação de paridade.

Entre as câmaras “laranja” onde o presidente atinge o limite de mandatos, o PSD confirma oficialmente a candidatura de Luís Souto de Miranda a Aveiro, autarquia liderada por José Ribau Esteves há uma dúzia de anos.

Atual presidente da Assembleia Municipal, o candidato nas autárquicas de setembro ou outubro é irmão mais novo de um ex-presidente socialista daquela câmara, Alberto Souto de Miranda, o qual volta a apresentar-se pelo PS, ficando assim em aberto uma luta eleitoral entre irmãos que já antes da oficialização de Luís Souto de Miranda vinha gerando discussão em Aveiro.

José Ribau Esteves, presidente em final de mandato em Aveiro, está contra a escolha do candidato oficializado pelo PSD nesta quarta-feira. A sua opção, preterida por Luís Montenegro (com quem disputou a liderança do PSD em 2022) seria pelo seu vice-presidente na autarquia, Rogério Carlos. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

 

A escolha não foi pacífica até no PSD, com Ribau Esteves a defender a escolha do seu vice-presidente, em vez do presidente da Assembleia Municipal.

Luís Souto de Miranda “não é aquele que nós na estrutura concelhia defendemos […] um homem com carreira universitária sem nenhuma experiência de gestão. É a decisão do presidente do partido, legítima”, afirmou o ainda presidente da autarquia no início de janeiro, num espaço de comentário do Porto Canal, dizendo ainda: “Há militantes do partido, eu incluído, que não concordamos […], entendemos que esta decisão não é a melhor das decisões que estava em cima da mesa do presidente do partido”. Ribau Esteves acabou por seguir o demissionário presidente da concelhia, abandonando o lugar de presidente da mesa do plenário “em total solidariedade com o presidente da concelhia”.

O salto hierárquico de vice-presidente do atual executivo a candidato a presidente nas próximas autárquicas é igualmente uma nota de relevo. Entre eles, conta-se Miguel Gavinhos, do Fundão, que nesta terça-feira se deslocou a Lisboa para representar o município numa ação da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT), no âmbito de um projeto de mobilidade na Beira Interior. Há quatro meses, aquando da apresentação desse projeto da AMT, a autarquia tinha sido representada pelo presidente, Paulo Fernandes, que termina a missão de 12 anos à frente da câmara, por limite de mandatos.

Entre os autarcas que voltam a ser candidatos estão Júlia Fernandes, em Vila Verde, Mário Passos, em Famalicão, Jorge Sampaio, na Anadia, Manuel Tibo, em Terras de Bouro, entre outros.

Com pouco mais de metade dos candidatos conhecidos, o PSD mantém, para já, a incógnita de Setúbal – para onde se falou há dias da possibilidade de apoio à ex-autarca comunista e assumida candidata Maria das Dores Meira – e o tabu de Lisboa, onde ainda não foi oficializado o nome do atual presidente, Carlos Moedas, como recandidato e adversário da socialista Alexandra Leitão.

Por outro lado, a lista conhecida nesta quarta-feira inclui, oficialmente, o nome de Pedro Duarte, cuja candidatura ao Porto foi confirmada num artigo de opinião publicado pelo Jornal de Notícias a 2 de abril, o mesmo dia em que o ainda ministro dos Assuntos Parlamentares esteve na comitiva governamental que realizou um conselho de ministros no Mercado do Bolhão, precisamente no Porto. Entretanto, na terça-feira, ficou-se a saber que o CDS irá apoiar Pedro Duarte no Porto.

Entre os candidatos que repetem candidaturas após derrotas em autárquicas anteriores contam-se o ex-árbitro Marco Pina em Odivelas e Marco Almeida, ex-vice de Sintra pelo PSD que chegou a ser candidato independente, numa luta que culminaria na eleição de Basílio Horta, que agora atinge o limite de mandatos.

Um outro vice, mas no Porto durante o Executivo Rui Rio, é Paulo de Morais, presidente da Frente Cívica, na qual se tem notabilizado enquanto crítico de atos que considera poderem configurar corrupção, e que agora se é oficializado como candidato a Viana do Castelo, terra onde nasceu.

Paulo de Morais já se tinha apresentado como candidato no passado dia 30 de março, num evento onde contou com o último social-democrata vencedor naquela autarquia, Branco de Morais, cuja liderança terminou em 1993, ano em que o PS ganhou Viana do Castelo, que ainda hoje governa.

Nota ainda para o apoio a um movimento independente, “Todos pela Idanha”, em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, onde o socialista Armindo Jacinto está no terceiro e último mandato.

Veja abaixo a lista completa conhecida nesta quarta-feira.

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Acordo de coligação alemã vai “unir o país”, promete líder conservador

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

"A Europa também pode confiar na Alemanha", diz o líder dos conservadores e vencedor das eleições alemãs de fevereiro, Friedrich Merz.

O líder dos conservadores e vencedor das eleições alemãs de fevereiro, Friedrich Merz, sublinhou esta quarta-feira que o acordo de coligação “vai unir” o país, mostrando que a Europa “pode confiar na Alemanha”.

“Queremos e vamos ajudar a moldar a mudança no mundo”, afirmou o líder da União Democrata-Cristã (CDU) em conferência de imprensa, acrescentando que o acordo de coligação alcançado na terça-feira com o Partido Social-Democrata (SPD) é um “sinal poderoso para o país”.

A futura coligação governamental irá reformar e investir para manter a Alemanha estável, torná-la mais segura e economicamente mais forte, indicou o líder conservador, realçando que “a Europa também pode confiar na Alemanha”.

Depois do acordo ser aprovado, os três partidos envolvidos – CDU, União Social Cristã (CSU) e SPD – precisam de o votar antes que Friedrich Merz possa ser eleito como chanceler no parlamento alemão, o que deverá acontecer no início de maio.

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Cinemas com menos 56 mil espectadores mas mais receita no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

Apesar da perda de espectadores no primeiro trimestre, os cinemas registaram um aumento de quase 51 mil euros em termos de receita de bilheteira, para um total de 16,7 milhões de euros.

Os cinemas portugueses perderam mais de 56 mil espectadores no primeiro trimestre deste ano, face a igual período de 2024, mas registaram um ligeiro aumento, de 50.720 euros, de receita de bilheteira.

De acordo com os dados de exibição divulgados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), as receitas brutas de bilheteira registaram um saldo positivo no trimestre (de 0,3%), comparando com o primeiro trimestre de 2024, para um total de 16,7 milhões de euros.

Esta ligeira subida do trimestre aconteceu por conta da boa prestação do mês de janeiro, com 6,8 milhões de euros de receitas de bilheteira, ou seja, mais 1,6 milhões de euros do que em janeiro de 2024.

Em termos de audiência, entre janeiro e março, os cinemas acolheram 2.640.438 espectadores, com uma perda de 2,1% face ao primeiro trimestre de 2024.

Apesar de janeiro deste ano ter ultrapassado um milhão de entradas nos cinemas (1.079.282), a prestação dos meses de fevereiro e de março ficaram, cada um, abaixo dos 800 mil espectadores, o que faz com que, no total, a audiência em sala tenha sido inferior ao trimestre de 2024.

Nos primeiros três meses de 2025, o filme mais visto pelos portugueses foi a produção brasileira “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, com 374.811 espectadores e 2,5 milhões de euros de receita de bilheteira. Já o filme português mais visto no trimestre, mesmo tendo estreado a 27 de março, foi “On Falling”, de Laura Carreira, com 3.323 espectadores e 20.444 euros de receita bruta de bilheteira.

De acordo com o ICA, os filmes de produção portuguesa tiveram, no primeiro trimestre, 17.265 espectadores e 68.230 euros de receita de bilheteira, o que representa uma quota de mercado de apenas 0,7% e 0,4%, respetivamente.

Entre os dez filmes que o ICA considera portugueses, por terem coprodução nacional, mesmo que seja minoritária, figuram “Nome”, do realizador guineense Sana Na N’Hada, “O império”, de Bruno Dumont, e “Misericórdia”, de Alain Guiraudie, ambos cineastas franceses, e “Caixa de resistência”, dos espanhóis Concha Barquero Artés e Alejandro Alvarado Jódar.

A Nos Lusomundo Cinemas, líder da exibição em Portugal com 218 salas, totalizou 10,9 milhões de euros de receita de bilheteira no primeiro trimestre (detém 65,3% do mercado), mas registou uma perda de 2,6% face ao primeiro trimestre de 2024.

Em termos de audiência, aquela empresa detém uma quota de 62,5% do mercado, com um total de 1,6 milhões de bilhetes emitidos, mas este valor representa uma perda de 4,2%, comparando com igual período do ano passado.

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Bancos devolvem 22 milhões em comissões e juros cobrados indevidamente aos seus clientes

A supervisão e fiscalização apertada do Banco de Portugal forçou devoluções recorde em 2024 por parte da banca nacional, ao mesmo tempo que as reclamações de clientes caíram 16%.

Em 2024, o Banco de Portugal reforçou a sua atuação na supervisão comportamental junto das instituições financeiras que resultou numa devolução recorde de 22 milhões de euros aos clientes bancários devido a comissões e juros cobrados indevidamente.

Este valor representa quase o triplo do montante devolvido em 2023, que foi de 8,3 milhões de euros. Contudo, este crescimento expressivo é influenciado por uma situação específica envolvendo uma instituição que devolveu 15,5 milhões de euros de juros remuneratórios cobrados indevidamente ao longo de vários anos por via do agravamento do spread de contratos de crédito após os seus clientes terem entrado em mora.

O Banco de Portugal não identifica a instituição responsável por esta situação no Relatório de Supervisão Comportamental de 2024, publicado esta quarta-feira, notando apenas que esta prática é contrária ao disposto na lei, “que estabelece que, em caso de mora do devedor e enquanto a mesma se mantiver, as instituições, para além de uma comissão pela recuperação de valores em dívida por prestação vencida e não paga, apenas podem cobrar juros moratórios, mediante a aplicação de uma sobretaxa anual máxima de 3% a acrescer à taxa de juros remuneratórios aplicável à operação”.

No plano das comissões cobradas indevidamente e devolvidas em 2024 (3,5 milhões de euros), a grande maioria das situações (cerca de 73%) decorreu da cobrança de comissões pela renegociação do contrato de crédito.

Além deste caso emblemático, o relatório do regulador destaca que as restantes devoluções de juros ocorreram sobretudo pela ultrapassagem dos limites máximos da TAEG dos contratos de crédito aos consumidores (871 mil euros) e pelo ao cálculo incorreto de juros (1,73 milhões de euros) – quer seja por juros remuneratórios calculados sobre capital que não se encontrava em dívida ou por incorreção do cálculo dos juros.

Além disso, o Banco de Portugal permitiu ainda a devolução de mais de 400 mil euros associados à concessão de crédito não permitida a instituições de moeda eletrónica (399 mil euros) e ainda ao agravamento de juros decorrente da negociação das condições do contrato (26 mil euros).

No plano das comissões cobradas indevidamente e devolvidas em 2024 num montante global de 3,5 milhões de euros, a grande maioria das situações (cerca de 73%) decorreu da cobrança de comissões pela renegociação do contrato de crédito, que se traduziu numa devolução de 2,5 milhões de euros.

“Estas devoluções resultam da atuação do Banco de Portugal no âmbito da supervisão comportamental e visam assegurar o cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições supervisionadas”, lê-se no relatório.

Reclamações em queda, mas irregularidades persistem

Em 2024, o Banco de Portugal promoveu um novo modelo de gestão de reclamações que promove a resolução estrutural de problemas, que foi acompanhado por uma redução das reclamações dos clientes bancários.

De acordo com os dados do Relatório de Supervisão Comportamental de 2024, o regulador que recebeu um total de 22.542 reclamações, menos 16% face às 26.835 registadas em 2023, cerca de 1.879 reclamações por mês.

Além desta situação, destaque também para o facto de 12% das reclamações encerradas (24.975 no total) terem resultado na identificação de irregularidades por parte das instituições financeiras.

Os depósitos bancários foram o tema mais reclamado pelos consumidores, representando 32% das reclamações recebidas. Seguiram-se os créditos aos consumidores.

Segundo o Banco de Portugal, o decréscimo das reclamações deveu-se principalmente ao fim das medidas legislativas temporárias relacionadas com o crédito à habitação, que antes tinham gerado muitas queixas, e às ações de supervisão mais eficazes em 2023 e 2024, que melhoraram as práticas das instituições financeiras.

Os depósitos bancários foram o tema mais reclamado pelos consumidores, representando 32% das reclamações recebidas. Seguiram-se os créditos aos consumidores, com uma fatia de 25%, e o crédito à habitação e hipotecário, que somou 18%. Estas áreas continuam a ser as mais sensíveis para os clientes bancários portugueses.

O relatório destaca ainda os bancos com maior número de reclamações específicas por área: o BAI Europa foi a instituição com mais reclamações relacionadas com depósitos à ordem e o Banco CTT liderou nas reclamações relativas ao crédito à habitação e hipotecário, registando uma média de 8,1 reclamações por cada mil contratos ativos. Por sua vez, o Younited foi o banco com mais reclamações no crédito aos consumidores.

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ClimateLaunchpad procura startups ‘cleantech’ nacionais

Os vencedores terão acesso à Final Regional Europeia, incubação na UPTEC e, para o primeiro classificado, uma viagem para a final internacional em Viena, Áustria. Candidaturas decorrem até 4 de maio.

A ClimateLaunchpad, a “maior competição cleantech do mundo”, está à procura de startups nacionais com soluções que ajudem a combater as alterações climáticas. As candidaturas decorrem até 4 de maio. Serão selecionados até dez projetos e os vencedores terão acesso à Final Regional Europeia, incubação na Uptec e, para o primeiro classificado, uma viagem para a final internacional em Viena, Áustria.

Promovida pelo EIT Climate-KIC, iniciativa da União Europeia voltada para a inovação climática, a competição aceita projetos de economia azul, sistemas alimentares, mobilidade sustentável, economias circulares, energia limpa, adaptabilidade e resiliência, próxima grande inovação e soluções urbanas.

Em Portugal, a competição é organizada pela Uptec, pela Ordem dos Engenheiros e pelo Fórum Oceano/Hub Azul, que farão parte da seleção dos projetos e serão júri na final nacional. Podem concorrer residentes em Portugal e que não tenham empresas com mais de dois anos nem recebido mais de 200 mil euros em financiamento.

As candidaturas decorrem até 4 e maio. Os projetos selecionados serão conhecidos a 8 de maio. Depois, entre 19 a 21 de maio, “os participantes terão um bootcamp intensivo online, conduzido por especialistas internacionais”.

A Vieira de Almeida, Fundação Santander, Associação Smart Waste Portugal, Prio, Galp e Fundação Repsol são alguns dos parceiros que irão fornecer mentoria e suporte especializado ao longo do programa.

A final nacional decorre a 26 de junho, data em que serão conhecidos os três melhores projetos.

Além da participação na Final Regional Europeia e da incubação de quatro meses na Uptec, os vencedores receberão “mentoria e uma entrevista exclusiva para promoção dos seus projetos”. O primeiro lugar irá ainda representar Portugal na final internacional, em novembro, em Viena.

Desde a sua criação, o ClimateLaunchpad já apoiou a mais de 5.000 startups globalmente e ajudou a arrecadar mais de 500 milhões de euros em investimentos.

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Debate entre Mariana Mortágua e Pedro Nuno Santos acompanhado por mais de um milhão de telespectadores

  • + M
  • 9 Abril 2025

O debate entre os lideres do BE e do PS teve mais 216 mil telespectadores do que o que opôs Luís Montenegro a Paulo Raimundo.

O debate entre Mariana Mortágua e Pedro Nuno Santos, esta terça-feira na SIC e SIC Notícias e mais tarde na RTP3, foi acompanhado por 1,057 mil telespectadores, mais 216 mil do que os que assistiram ao confronto entre Paulo Raimundo e Luís Montenegro, que abriu esta ronda de debates para as legislativas de 18 de maio. Um debate no qual Pedro Nuno Santos apelou a que não se dispersem votos à esquerda, porque só a vitória do PS permite uma alternativa à AD, e matou à nascença a ideia de uma nova geringonça, porque só governará se ganhar as eleições.

O frente-a-frente entre a líder do Bloco de Esquerda e o do PS foi acompanhado na SIC por quase 890 mil telespectadores, aos quais se somam 163,9 mil no canal de informação e, em diferido, 3,6 mil na RTP3, mostra a análise elaborada pela Dentsu para o +M.

Também na RTP3 decorreu esta terça-feira o debate entre André Ventura e Rui Tavares, este seguido por 139, 7 mil telespectadores, quase o dobro dos que assistiram ao frente a frente entre o líder do Chega e a do PAN. André Ventura acusou Rui Tavares de querer um SNS com “bar aberto”, ao que o porta-voz do Livre respondeu que seria uma “enorme injustiça” vedar o acesso dos imigrantes à saúde. As posições dos dois candidatos não podiam ser mais antagónicas em praticamente tudo. André Ventura garantiu que está a concorrer para primeiro-ministro e citou Trump dizendo que quer fazer Portugal grande novamente. Já Rui Tavares defendeu que a política europeia deve ser levada a sério e acusou o líder do Chega de falta honestidade e de “delirar” no debate.

Veja aqui o calendário de todos os debates.

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Espanhola Eurona vende negócio de satélites em Portugal

Serenae comprou infraestrutura técnica e carteira de clientes empresariais e residenciais da empresa em Portugal, Espanha e Senegal. Negócio inclui plano de transição para garantir "migração suave".

A empresa espanhola Eurona anunciou esta quarta-feira que formalizou a venda do seu negócio de satélites em Portugal, Espanha e Senegal à conterrânea e concorrente Serenae. A carteira de clientes empresariais e residenciais da Eurona, que era a parceira principal da Hispasat para acesso à Internet em zonas rurais na Península Ibérica, passa para estes novos donos.

Em causa estão clientes B2B e B2B em setores como mar, energia renovável ou agro-tecnologia. A mesma transferência para a Serenae acontece com a infraestrutura técnica, recursos humanos “especializados” e outros ativos que tem em Portugal e nos outros dois países. Como tal, as empresas de telecomunicações e conectividade por satélite elaboraram um plano de transição.

“Esta aquisição permitirá à Serenae consolidar-se como um operador chave no setor de satélites, reforçando sua capacidade de oferecer soluções avançadas de conectividade em áreas rurais e de difícil acesso, bem como fornecer continuidade de serviço especializado para indústrias que dependem de comunicações estáveis em locais remotos”, informa o vendedor.

O objetivo de ambas é “garantir uma migração suave e contínua para os clientes, mantendo a qualidade do serviço e o atendimento personalizado”. “Durante este processo, serão asseguradas todas as garantias operacionais e técnicas necessárias para que a transferência seja realizada com a máxima eficiência”, adianta a Eurona sobre este processo de consolidação no mercado telco ibérico.

A Eurona tem sede em Madrid e entrou em Portugal em 2022.

Já no início de fevereiro, o grupo espanhol Indra assinou um acordo com a Redeia Corporación para a aquisição de uma participação maioritária (89,68%) na Hispasat, que presta serviços de televisão digital terrestre em Portugal, por 725 milhões de euros. O negócio significa a entrega do controlo espacial de Espanha à Indra.

Para tal, a Indra — que emprega mais de 600 pessoas em Portugal através da tecnológica Minsait — garantiu um financiamento total de 700 milhões de euros, sendo o montante remanescente (25 milhões de euros) foi coberto com o saldo existente nos cofres da empresa com sede em Alcobendas.

A Hispasat faz difusão e distribuição de conteúdos audiovisuais em espanhol e português, incluindo a transmissão de plataformas digitais de Direct Home Television (DTH) e High Definition Television (TVAD). Por exemplo, é a responsável pela distribuição dos canais AMC Networks em Portugal no âmbito de um acordo com a Telefónica Servicios Audiovisuales.

Ademais, é um dos acionistas da operadora de comunicações por satélite Hisdesat (43%), tal como a empresa pública ISDEFE, o Ministério da Defesa de Espanha (30%), a Airbus Defence & Space (15%), a Indra (7%) e o grupo Sener (5%).

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Bruxelas tem luz verde dos países para retaliação contra EUA e avança com tarifas de 25%

Estados-membros da UE votaram a favor da proposta da Comissão Europeia de introduzir contramedidas comerciais contra taxas americanas aos produtos de aço e alumínio europeu.

A União Europeia aprovou esta quarta-feira uma resposta conjunta às tarifas norte-americanas aos produtos europeus de aço e alumínio. Os Estados-membros deram ‘luz verde’ à proposta da Comissão Europeia para aplicar taxas alfandegárias até 25% a uma lista de bens dos Estados Unidos em três fases distintas.

Os Estados-membros da UE votaram a favor da proposta da Comissão Europeia de introduzir contramedidas comerciais contra os Estados Unidos“, anunciou o executivo comunitário em comunicado.

Bruxelas responde assim à decisão da Administração Trump, tomada em março, de impor taxas alfandegárias de 25% sobre as importações de aço e alumínio da UE.

A UE considera as tarifas americanas injustificadas e prejudiciais, causando prejuízos económicos a ambos os lados, bem como à economia global. A UE declarou a clara preferência por encontrar soluções negociadas com os EUA, que sejam equilibradas e mutuamente benéficas”, adianta. Apenas a Hungria votou contra a resposta.

A instituição liderada por Ursula von der Leyen irá agora desencadear os procedimentos internos necessários, estando previsto que as contramedidas entrem em vigor a 15 de abril, após a publicação do regulamento interno. A Comissão Europeia realça, contudo, que “as contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com uma solução negociada justa e equilibrada”.

As contramedidas podem ser suspensas a qualquer momento, caso os EUA concordem com uma solução negociada justa e equilibrada.

Comissão Europeia

A lista oficial ainda não foi divulgada pelo executivo comunitário, mas como o ECO explica aqui, Bruxelas avança assim, a partir de 15 de abril, com taxas adicionais de 10% e 25% sobre as importações americanas, que estavam suspensas, com exceção do uísque bourbon e alguns uísques blended que são retirados da lista. Uma lista elaborada quando Jean-Claude Juncker era o presidente da Comissão Europeia e Donald Trump o Presidente dos Estados Unidos. Na altura, a Comissão decidiu suspender a aplicação de tarifas sobre os produtos americanos mais emblemáticos como o uísque ou as motos Harley Davidson, no âmbito das negociações para travar as tarifas do primeiro mandato de Trump.

De acordo com o documento remetido na segunda-feira aos Estados-Membros a que o ECO teve acesso, Bruxelas prevê uma segunda fase da resposta a Washington que passa aplicação de taxas aduaneiras adicionais de 25% a partir de 16 de maio sobre uma longa lista de produtos. Entre estes incluem-se chocolate branco, pastilhas elásticas, rebuçados para a tosse, perfumes, tabaco aquecido, adesivos para deixar de fumar, vestuário, papel higiénico e banheiras. Pode consultar outros produtos da lista aqui.

A terceira fase da resposta passa por taxas aduaneiras adicionais de 25% a partir de 1 de dezembro a amêndoas e alguns tipos de soja triturada.

Bruxelas tem estado a desenhar a resposta às taxas de 25% sobre os automóveis de as generalizadas de 20% anunciadas por Trump na semana passada. Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros disse ao ECO que “Portugal foi, como os outros Estados Membros, no âmbito do Conselho, consultado pela Comissão e tem sido envolvido no processo“.

(Notícia atualizada às 19h18, com declaração de fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros)

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AMT quer passe único em 23 municípios da Beira Interior e comboio expresso de Castelo Branco à Guarda

Após apresentar o programa de mobilidade integrada da Beira Interior no final do ano, em colaboração com cinco municípios da região, AMT quer envolver um território com 23 concelhos.

Reportagem na Guarda - 21MAR25
A ligação por comboio expresso entre Castelo Branco e a Guarda demorará 87 minutos e deverá ter frequência horária em ambos os sentidos, com saídas exatamente no mesmo minuto de cada hora, defende a AMTHugo Amaral/ECO

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) pretende que seja criado um comboio expresso entre Castelo Branco e a Guarda e se substitua as dezenas de títulos de transporte neste eixo por um “passe” mensal e um bilhete únicos, físicos ou adquiridos através do telemóvel ou cartão bancário. Esta solução permitiria deslocalizar para a Beira Baixa e Beira Alta um modelo similar ao da Carris Metropolitana, criada para a Área Metropolitana de Lisboa. O estudo de mobilidade apresentado pela AMT nesta terça-feira aponta ainda ao desenho de uma plataforma digital para consulta de percursos nos vários municípios, à imagem do que vemos igualmente na Carris Metropolitana, e por integração em aplicações como o Google Maps. Deste modo, um habitante de uma aldeia de Belmonte poderá saber exatamente que transportes deve apanhar para chegar ao centro da Guarda, a uma aldeia de Castelo Branco, ou a outro ponto qualquer do território.

O serviço ferroviário proposto entre Castelo Branco e a Guarda, numa distância de cerca de 100 quilómetros, deverá ter frequências de hora a hora em ambos os sentidos e ser efetuado sempre ao mesmo minuto dessas horas, contando com apenas cinco paragens no total do percurso, nas sedes dos municípios atravessados, aproveitando a eletrificação total da Linha da Beira Baixa. A viagem entre as duas capitais de distrito poderá ser feita em 87 minutos, contra os 100 minutos atualmente despendidos em autocarro.

A recomendação para criação do comboio regional expresso está presente no estudo “Combate à Pobreza da Mobilidade”, conceito ligado a rendimentos baixos, elevadas despesas com combustíveis ou a falta de transportes privados ou públicos acessíveis ou a preços comportáveis. O documento teve apresentação nesta terça-feira, em Lisboa, no âmbito do Projeto-piloto de Mobilidade Integrada na Beira Interior. Além de Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão e Guarda, a AMT recomenda o alargamento da articulação de mobilidade às duas comunidades intermunicipais (CIM), a das Beiras e Serra da Estrela e da Beira Baixa, às quais é sugerida a criação de uma autoridade de transportes única.

No evento da AMT, que juntou a apresentação do estudo sobre pobreza de mobilidade e a revelação do primeiro relatório do projeto de Mobilidade Integrado da Beira Interior, Susana Baptista considerou que “o sistema de mobilidade integrada não deverá estar limitado aos cinco municípios” e “a articulação deve estender-se às duas CIM que compõem o território da Beira Interior. O facto de existirem já duas redes de transportes públicos que estão em processo de finalização da contratação pelas respetivas CIM são um passo importante para uma cobertura territorial mais uniforme.

Ao contrário do trabalho a desenvolver a nível rodoviário, a solução ferroviária está dependente da ação do Estado central e da CP, nota Susana Baptista. Para contornar os constrangimentos da CP com material circulante, uma possível solução, pouco ortodoxa, será a aquisição de composições pelos municípios, recorrendo a fundos comunitários, desafiou o vice-presidente da câmara de Fundão, Miguel Gavinhos.

O sistema de mobilidade integrada não deverá estar limitado aos cinco municípios [e] a articulação deve estender-se às duas CIM que compõem o território da Beira Interior.

Susana Baptista

Diretora de supervisão da AMT

No território beirão, os cinco municípios que se juntaram à entidade liderada por Ana Paula Vitorino para elaboração do plano de mobilidade integrada da Beira interior contam por 58% dos cerca de 310 mil habitantes das duas comunidades intermunicipais, e, segundo dados recolhidos pela AMT, tiveram uma redução da oferta de transportes coletivos para metade entre 2001 e 2021. Em Belmonte, Castelo Branco, Covilhã, Fundão e Guarda, o uso de veículo individual nas deslocações habituais abrange 72% da população – valor médio, com Guarda e Belmonte a chegarem aos 76% –, acima dos 68% da média nacional e mais ainda dos 58% da Área Metropolitana de Lisboa.

Susana Baptista destaca a conclusão de que “os tempos de viagem em comboio entre as cinco sedes do município são nalguns casos à partida competitivos com o transporte rodoviário, embora falte inserir a componente da última milha”. Para esta ligação final entre a estação e os diversos destinos dos cidadãos, e considerando que na Guarda e em Belmonte as estações da linha da Beira Baixa (e, na Guarda, também da linha da Beira Alta) distam entre quatro e cinco quilómetros do centro urbano, o projeto-piloto da AMT preconiza a articulação com as redes de autocarros dos municípios e com aquelas que as duas comunidades intermunicipais da região estão atualmente a contratualizar, bem como com o Transporte de Passageiros Flexível (TPF). Esta solução une meios alternativos ao autocarro e comboio, como os táxis por pedido para viagens a solo ou comunitárias, e, segundo Susana Baptista, é “muito importante para ampliar a acessibilidade aos transportes públicos”.

Para esta circulação, diz a AMT, urge criar o mesmo cartão do “passe” mensal e a mesma aplicação em todos os municípios, um serviço tarifário único que substitua as dezenas de títulos de transporte existentes na região e a quebra das fronteiras administrativas entre municípios, com partilha de serviços. Algo que a CIM do Oeste e a CIM do Alentejo já fazem, por exemplo.

Um dos exemplos da discrepância de condições entre cidadãos nacionais é deixado por Hélio Fazendeiro, chefe de gabinete do Executivo da Covilhã. Naquele concelho, o passe mensal para um serviço de autocarros com apenas três horários por dia custa 126 euros – em contraponto, relembre-se que o uso mensal de comboios, autocarros, metro e barcos em toda a Área Metropolitana de Lisboa custa apenas 40 euros por mês.

As opções de mobilidade nestes municípios incluem bicicletas elétricas em Castelo Branco, Covilhã e Guarda, neste caso desde há apenas dois meses, altura em que surgiu o serviço da Bird, que inclui 250 trotinetas elétricas e 50 bicicletas em 100 docas de estacionamento. Esta autarquia adiciona a oferta de incentivos para aquisição de bicicletas.

Na conferência da AMT ouviu-se o apelo à intervenção do Estado central, numa intervenção em que o vice-presidente da câmara do Fundão, Miguel Gavinhos, alertou que “os municípios não têm capacidade para pagar as compensações aos operadores” entre o custo real do serviço e o preço pago pelos passageiros num passe a preço reduzido. Lembrando que as câmaras começaram a comparticipar o transporte público por altura da Covid-19, o autarca aponta para um custo de um milhão de euros já assumidos pelo Fundão desde a pandemia.

Entre os polos dinamizadores da procura por transporte coletivo estão a Universidade da Beira Interior na Covilhã e os politécnicos de Castelo Branco e da Guarda, também os quatro hospitais da região, e ainda áreas industriais e tecnológicas, entre as quais o Data Center da Covilhã, o Living Lab da Cova da Beira e a plataforma logística da Guarda.

Transporte à medida

Uma década após a criação oficial, na letra da lei, do Transporte de Passageiros Flexível (TPF), a AMT desenvolveu um estudo com a análise ao que já existe ao longo do país. Um exemplo particular dessa diversidade de meios surge no Fundão, com um lote de veículos elétricos em Castelo Novo. O projeto de utilização gratuita, parceria da autarquia com a Renault, começou como serviço turístico para ligar a estação de comboios à aldeia histórica, mas acabou por ser “resgatado” pelos habitantes como transporte público.

“A oferta de TPF em Portugal tem sido predominantemente direcionada a regiões de baixa densidade, onde a viabilidade económica do transporte público convencional é reduzida”, nota o estudo, que realça a vantagem do “ajuste dos itinerários, horários e paragens de acordo com as necessidades dos utilizadores”. No outro lado da moeda estão “a fragmentação e dispersão da oferta, dificultando a coordenação e eficiência dos serviços; a baixa integração modal, limitando a conectividade entre diferentes tipos de transporte público; a falta de uniformização tarifária, o que pode desencorajar o uso do serviço; as limitações tecnológicas, impedindo um planeamento dinâmico e eficiente; a dependência de financiamento público, comprometendo a expansão sustentável do serviço”.

Perante estas desvantagens, o estudo propõe, entre outras soluções, o apoio à digitalização do serviço para atração de jovens e população ativa, incentivo ao uso de veículos não poluentes, a criação de aplicações para telemóvel com as quais se possa gerir reservas e juntar várias pessoas num mesmo veículo e a abertura dos contingentes municipais a novos operadores.

O trabalho realizado pelo IMT indica, em conclusão, que o serviço de transporte flexível de passageiros retira veículos privados da estrada e “representa uma solução viável para suprir lacunas do transporte público convencional, especialmente em territórios de baixa densidade populacional”.

A primeira experiência documentada de TPF remete para 2012, no concelho ribatejano de Mação, num piloto de recurso a táxis, subsidiados, como complemento ao transporte público convencional. Agora, uma década após a formalização do transporte público de passageiros flexível na Lei 52/2015, a Autoridade da Mobilidade e Transportes (AMT) promoveu uma análise desta solução, utilizada em várias regiões da Europa e que permite servir as populações onde o serviço de transporte público regular não chega, ou não tem frequências suficientes ao longo do dia. O desenho do TPF tem variantes na oferta, com o ponto comum de ser comparticipado, de modo a não sobrecarregar financeiramente os cidadãos residentes em locais onde a oferta regular é escassa ou praticamente inexistente.

Em Portugal há uma variedade de oferta, desde o serviço totalmente flexível, em que o cidadão solicita viagem com local de partida e chegada, horário e paragens, até percursos com paragens predefinidas, como num autocarro, às quais o utilizador tem de se ajustar. Já pela Europa fora, há exemplos como Lausanne, na Suíça, que proporciona transporte quase porta a porta e, numa modalidade menos livre, Leipzig, na Alemanha, onde os utilizadores escolhem os locais de partida e chegada numa lista de 120 paragens virtuais. Em vários casos, a viagem de táxi custa tanto quanto um bilhete de autocarro.

Entre os projetos pioneiros em Portugal conta-se o Link, da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo, criado em 2019. O serviço proporciona transporte a pedido por táxi coletivo nos horários e zonas sem serviço regular de autocarro, através de um número de telefone gratuito e até às 15 horas do dia anterior ao serviço. A solução alargou-se às CIM Viseu Dão Lafões, Leiria, Lezíria do Tejo, Coimbra e Tâmega e Sousa e a vários concelhos do Alentejo. No Algarve foi criada uma rede de autocarros designada Vamus e, especificamente em Alcoutim, para lá da Vamus faz-se ainda, com autocarros mais pequenos, a ligação entre 100 povoações do concelho com menos de 40 habitantes, as sedes de freguesia e a sede do concelho.

Zonas rurais e isoladas e territórios de baixa densidade populacional onde não se justifica criar transporte público convencional e áreas urbanas onde existem “necessidades específicas da população mais envelhecida e em idade escolar” são alvos desta solução, nota o estudo da AMT, que indica ainda que está orientada para proporcionar transporte a pessoas com mobilidade reduzida. Entre os fornecedores estão operadores de transporte, empresas de aluguer de automóveis e taxistas.

Na classificação da AMT, existem 165 concelhos do continente (59%) e freguesias noutros 21 que entram na classificação de baixa densidade. Em termos de distribuição da população, os municípios de baixa densidade têm 19% dos cidadãos, em linha com a Área Metropolitana do Porto, enquanto a Área Metropolitana de Lisboa acolhe 29% da população em território nacional.

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Trump acena com “tarifas zero” às grandes empresas que voltem aos EUA. “Não esperem, façam-no agora!“

  • Lusa
  • 9 Abril 2025

Às empresas que transfiram o negócio para os EUA, o presidente promete agora “tarifas zero” e “ligações e aprovações elétricas/energéticas quase imediatas” e sem atrasos devido a questões ambientais.

O Presidente dos Estados Unidos pediu esta quarta-feira às grandes empresas norte-americanas que regressem ao país para evitar a imposição de tarifas, depois de Pequim ter anunciado um aumento de 34% para 84% a incidir sobre os produtos norte-americanos.

“Esta é uma altura excelente para transferir o negócio para os Estados Unidos da América, como a Apple e muitos outros já estão a fazer, em número recorde”, escreveu Donald Trump na rede social, Truth Social.

A 24 de fevereiro, a Apple anunciou que vai investir mais de 500 mil milhões de dólares nos Estados Unidos nos próximos quatro anos e criar 20 mil postos de trabalho, em resposta a um anterior apelo do Presidente Trump para que as empresas levassem a a produção de volta para os EUA.

Numa breve mensagem, o chefe de Estado norte-americano prometeu agora a estas empresas “tarifas zero”, “ligações e aprovações elétricas/energéticas quase imediatas” e sem atrasos devido a questões ambientais.

“Não esperem, façam-no agora!“, concluiu, repetindo o lema dos dois mandatos na Casa Branca: “Make America great again” (“Tornar a América Grande Novamente”).

Antes desta mensagem, a China tinha anunciado que vai aumentar de 34% para 84% as taxas alfandegárias sobre os produtos provenientes dos Estados Unidos, em resposta à taxa adicional de 50% anunciada na terça-feira por Trump, o que elevou para 104% o total de direitos sobre os produtos chineses.

Em comunicado, o Ministério das Finanças chinês disse que o novo imposto vai entrar em vigor na quinta-feira e que está a tomar a medida em resposta ao “erro repetido” dos EUA de aumentar as tarifas sobre a China.

O Ministério do Comércio chinês também acrescentou 12 empresas norte-americanas à lista de controlo de exportações, incluindo fabricantes de equipamentos e empresas de engenharia, algumas das quais relacionadas com drones (BRINC), aeronáutica (Novotech), maquinaria (Marvin Engineering Company) e radares (Echodyne).

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Morais Leitão e Sérvulo no refinanciamento da dívida da Teixeira Duarte

A Morais Leitão assessorou os bancos Novo Banco, BCP e CGD no processo de refinanciamento da dívida bancária do Grupo Teixeira Duarte, que, por sua vez, foi representado pela Sérvulo.

A Morais Leitão assessorou os bancos Novo Banco, BCP e CGD no processo de refinanciamento da dívida bancária do Grupo Teixeira Duarte, consolidando um acordo que abrange 95% da dívida da empresa. Já a Teixeira Duarte foi assessorada pela Sérvulo & Associados.

“Esta operação representa um marco significativo no contexto financeiro do Grupo Teixeira Duarte, promovendo a estabilidade financeira e o desenvolvimento estratégico sustentado de uma das maiores construtoras do País”, refere a Morais Leitão em comunicado.

O acordo traduziu-se na celebração de dois novos contratos de financiamento, no valor de 654 milhões de euros, e na criação de uma nova linha de garantias bancárias, com um limite máximo de 190 milhões de euros.

“O acordo prevê ainda que uma das tranches dos novos financiamentos será integralmente amortizada mediante a entrega de ações de cinco sociedades de investimento coletivo (SIC) a serem convertidas a partir de sociedades imobiliárias do grupo ainda este ano”, acrescenta a Morais Leitão.

A equipa da Morais Leitão envolvida na operação foi liderada por Filipe Lowndes Marques e Cláudia Castanheira dos Santos, contando ainda com o apoio dos sócios Pedro Gorjão Henriques, Nuno Gundar da Cruz e Eduardo Paulino e dos advogados Carolina Soares de Sousa, Salvador Sampaio Fontes, Marisa Larguinho e Maria Cortes Martins.

A equipa da Sérvulo que assessorou a Teixeira Duarte foi liderada pelo managing partner Manuel Magalhães e contou com o apoio dos sócios Sofia Carreiro, Teresa Pala Schwalbach, Pedro Silveira Borges e dos advogados Ana Beatriz Gonçalves, Andreea Babicean, Catarina Marques da Silva, Joana Leão Anjos e José Guilherme Gomes.

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China volta a retaliar com subida de tarifas sobre produtos dos EUA para 84%

Novo episódio na guerra comercial com Pequim a decidir aumentar tarifas em 50 pontos, de 34% para 84%, no dia em que entram em vigor as taxas de 104% impostas por Trump sobre as importações chinesas.

É o mais recente episódio na guerra comercial. A China vai impor tarifas de 84% sobre os produtos norte-americanos já a partir desta quinta-feira, 10 de abril — acima da taxa de 34% anunciada anteriormente — numa retaliação à entrada em vigor da taxa de 104% que Donald Trump decidiu aplicar às importações chinesas para o país.

 

Em comunicado divulgado esta quarta-feira, a China considera que a Casa Branca cometeu “um erro em cima de um erro” ao aumentar as tarifas contra o gigante asiático. A diplomacia de Pequim afirma, por outro lado, que a decisão do Presidente dos EUA de aumentar as tarifas “é um exemplo típico de unilateralismo, protecionismo e intimidação económica”.

Esta manhã, o Governo chinês tinha assegurado que dispõe de “uma vontade firme” e também de “recursos abundantes” para responder com determinação se os Estados Unidos insistirem em “intensificar ainda mais as suas medidas económicas e comerciais restritivas”.

Pequim reiterou que “não há vencedores numa guerra comercial” e que “a China não quer uma”, mas “não ficará de braços cruzados se os direitos legítimos do seu povo forem violados”.

Em paralelo, a China acrescentou 12 multinacionais americanas, incluindo a American Photonics e a Novotech, à lista de controlo das exportações. Numa nota citada pela agência oficial Xinhua, o Ministério do Comércio refere que estas companhias estão “envolvidas em atividades que podem colocar em perigo a segurança e os interesses nacionais”.

Entretanto, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos já veio criticar a resposta da China. Em entrevista à Fox Business Network, Scott Bessent descreveu o anúncio de Pequim como “infeliz”. “Penso que é infeliz que os chineses não queiram vir negociar porque eles são os piores infratores no sistema de comércio internacional”, referiu.

Numa antecipação ao que deverá ser mais um dia agitado nos mercados financeiros mundiais, depois de as bolsas europeias terem tropeçado no início da sessão desta quarta-feira, os futuros dos índices de ações dos Estados Unidos afundaram em resposta ao anúncio de retaliação da China.

China trava compra de dólares americanos

Por outro lado, também esta quarta-feira, o banco central da China pediu aos principais bancos estatais que reduzam as compras de dólares norte-americanos, segundo avança a Reuters.

A diretiva das autoridades chinesas surge num momento em que o yuan enfrenta fortes pressões no sentido da baixa, na sequência das tarifas impostas pelos EUA aos produtos chineses e das medidas de retaliação de Pequim.

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