Portugal pode antecipar meta de 80% de renováveis na eletricidade em 2025

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

Em 2024, as fontes renováveis representaram 71% da eletricidade consumida --- o valor mais elevado de sempre. Ministra assume que meta de 80% pode verificar-se em 2025.

A ministra do Ambiente e Energia anunciou esta terça-feira que Portugal deverá antecipar em um ano a meta de integrar 80% de energias renováveis na sua produção elétrica.

Esta meta estava originalmente estabelecida para 2026 no âmbito do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), que também prevê uma redução de 55% nas emissões de gases com efeito de estufa até 2030. “Temos registado resultados muito positivos nos primeiros meses deste ano“, afirmou Maria da Graça Carvalho, à margem II Conferência de Energia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

O aumento da energia hídrica e eólica tem sido determinante, levando a ministra a considerar que “é muito provável que, ainda este ano, Portugal atinja essa meta inicialmente prevista para 2026”.

Em 2024, as fontes renováveis representaram 71% da eletricidade consumida — o valor mais elevado de sempre — com destaque para a energia hídrica (28%), seguida da eólica (27%), solar fotovoltaica (10%) e biomassa (6%).

A eletricidade produzida por fontes não renováveis, principalmente gás natural, correspondeu a apenas 10% do consumo, enquanto o restante foi suprido por importações, que atingiram um recorde de 10,5 TWh.

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São Tomé vai assinar com Portugal troca de dívida “por investimento climático”

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

O responsável de Ride-hailing da Bolt em Portugal explicou que a intenção é que “muito em breve” o serviço volte a estar disponível, embora não se tenha comprometido com datas concretas.

O primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe anunciou esta terça-feira que o seu país vai assinar com Portugal um acordo de troca de dívida por “investimento climático” e destacou as redes de transporte de energia como projetos prioritários.

Em declarações à Lusa, no Estoril, à margem da II Conferência de Energia da CPLP, Américo Ramos afirmou que “estão já criadas as condições para a assinatura desse acordo de troca de dívida por investimento climático” com Portugal. Um acordo semelhante ao que Portugal assinou com Cabo Verde. Américo Ramos adiantou que a parte legal e administrativa “já foi cumprida”.

A assinatura deste acordo, sublinhou o chefe do executivo são-tomense, vai permitir que o país utilize esses recursos que se destinavam ao pagamento da dívida a Portugal para financiar ações “no âmbito do ambiente e da energia”.

Em termos de prioridades, o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, que representa a presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na conferência iniciada esta terça no Estoril, lembrou que o seu país tem um programa de transição energética em curso e este novo financiamento também se destina a esse plano.

Quando questionado sobre projetos concretos, destacou “um projeto de energia limpa através de painéis solares” e investimento “nas redes de transmissão de energia, que são cruciais para que esse projeto seja efetivo e sustentável como se prevê”.

“Portanto temos a questão da produção energética, a do transporte e da distribuição de energia”, concluiu. Também em declarações aos jornalistas hoje, à margem da conferência, a ministra portuguesa do Ambiente e Energia, Graça Carvalho, falou da assinatura em breve do acordo.

A conferência que começou no Centro de Congressos do Estoril, em Cascais, Portugal, e se prolonga até quarta-feira foi promovida pelo Governo de São Tomé e Príncipe, que detém a Presidência em exercício da CPLP, e organizada pela Comissão Temática de Energia e Clima dos Observadores Consultivos da CPLP, coordenada pela Associação Lusófona de Energias Renováveis (ALER) e pela Associação de Reguladores de Energia dos Países de Língua Oficial Portuguesa (RELOP).

Este evento conta ainda com o apoio institucional da CPLP e do Ministério do Ambiente e Energia de Portugal, e com a parceria da Agência para a Energia de Portugal e da Câmara Municipal de Cascais. Segundo a CPLP, além de ser “um momento de partilha dos últimos desenvolvimentos e projetos-âncora das transições energéticas de cada Estado-membro da CPLP, este evento pretende promover novas parcerias e oportunidades de investimento e financiamento”.

Recorde-se que foi durante a Presidência em exercício de Timor-Leste, em 2015, que teve lugar a primeira edição da Conferência de Energia da CPLP. Dez anos depois, à margem da III Reunião de Ministros de Energia da CPLP, a II Conferência de Energia da CPLP reúne governantes, financiadores, empresários e especialistas do setor de energia da CPLP e de outras instituições internacionais.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.

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Meta começa hoje a usar dados de utilizadores europeus para treino de IA

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

Apesar da empresa começar esta terça-feira a usar os dados, ainda é possível não autorizar o uso das informações.

A Meta começa esta terça-feira a utilizar os dados pessoais dos utilizadores adultos da União Europeia (UE) para treinar os modelos de inteligência artificial (IA), mas ainda é possível negar o acesso.

Em abril, a empresa-mãe das redes sociais anunciou que todos os conteúdos públicos das suas plataformas, com exceção do serviço de mensagens privadas WhatsApp, seriam doravante utilizados para treinar os seus modelos de IA.

Vamos utilizar as tuas interações com as funcionalidades de IA na Meta e as tuas informações públicas, como publicações e comentários de contas de pessoas com 18 anos ou mais, com base em interesses legítimos“, lê-se num e-mail da empresa, no qual acrescenta que esta estratégia visa desenvolver e melhorar a IA da Meta.

As informações em causa são, nomeadamente, publicações, fotografias e respetivas legendas, comentários publicados sob as mesmas, bem como pedidos e perguntas enviados através do Messenger para o Meta AI, o robô de conservação disponível desde o final de março na UE.

Apesar da empresa começar hoje a usar os dados, ainda é possível não autorizar o uso das informações, através das seguintes ligações aqui ou aqui.

“Se a tua oposição for aceite, não vamos utilizar as tuas interações com as funcionalidades de IA da Meta nem as tuas informações públicas“, diz a empresa.

Mesmo opondo-se ao uso dos seus dados, a empresa pode sempre usar informações do utilizador que apareçam em qualquer local, como, por exemplo, numa imagem partilhada publicamente nos produtos da empresa ou por alguém que os utilize.

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Depois da Spinumviva, novo Governo terá de tornar públicos conflitos de interesses

Mecanismo Nacional Anticorrupção recomenda a Governo que registe e publicite pedidos de escusa de membros por conflitos de interesse e lembra que este tem de aprovar instrumentos de prevenção.

Quatro dias depois das eleições, a 22 de maio, o Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC) emitiu uma recomendação ao Governo de Montenegro para criar e tornar público um plano de prevenção de riscos de conflitos de interesses – que se aplique aos vários gabinetes do Governo, incluindo ao primeiro-ministro. O organismo refere “a necessidade premente de promover a confiança dos cidadãos nas instituições do Estado de Direito assegurando a transparência e o controlo da integridade nos órgãos de soberania”, não deixando de referir a “experiência” passada do caso Spinumviva.

“O Governo deve adotar os instrumentos de prevenção de riscos de corrupção e infrações conexas, nomeadamente código de conduta e plano de prevenção de riscos, adequados à sua dimensão, à natureza da respetiva missão e ao cumprimento das prioridades enunciadas no seu programa”, diz a recomendação, a que o ECO teve acesso.

Os instrumentos de prevenção de riscos de corrupção e infrações conexas, referidos no número anterior, devem conter mecanismos que permitam reduzir a probabilidade de ocorrência de conflitos de interesse e promovam a transparência relativamente aos membros do Governo e aos membros dos respetivos gabinetes”. O MENAC diz ainda que estes instrumentos de prevenção devem também ser aplicados a dirigentes superiores da administração direta do Estado, dirigentes de institutos públicos e gestores públicos.

O MENAC é uma entidade administrativa independente, criada em 2021, e que tem por missão a promoção da transparência e da integridade na ação pública e de fiscalização das políticas de prevenção da corrupção e crimes económicos conexos (como lavagem de dinheiro, peculato, abuso de poder, entre outros). Tem como objetivo garantir que as políticas de prevenção da corrupção sejam eficazes.

A 16 de abril, Marcelo Rebelo de Sousa promulgou o diploma que alterou o MENAC e estabeleceu o regime geral de prevenção da corrupção — a grande aposta da ministra da Justiça, Rita Júdice — mas com reservas: O Presidente da República decidiu promulgar o diploma, “apesar das dúvidas que ainda suscita, e, sobretudo do vício original de se tratar de Mecanismo demasiado governamentalizado”, reagiu na altura.

A justificação deve-se “ao recuo do Governo no regime da liderança do referido Mecanismo, à necessidade de não adiar um sinal, mesmo insuficiente, no domínio do combate à corrupção e ao facto de o diploma só entrar em vigor depois das eleições parlamentares”, explica a nota divulgada no site da Presidência da República.

Em fevereiro, o Governo aprovou o diploma para a prevenção da corrupção que prevê que o MENAC passe a ter um conselho de administração com três elementos e um quadro de pessoal próprio.

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Ações do Benfica atingem máximo histórico de 6,3 euros

Títulos superaram o anterior recorde que datava de 2007, impulsionados pelo preço que novo investidor pagou pela posição de Vieira. Clube acumula subida de mais de 80% desde o começo de 2025.

As ações do Benfica estão a escalar na bolsa de Lisboa e atingiram, nesta terça-feira, um preço nunca antes registado pela SAD encarnada.

O clube chegou a valorizar 16,67%, com as ações a trocarem de mãos a 6,3 euros, uma cotação que supera o anterior máximo histórico de 6,11 euros registado em julho de 2007.

Perante esta subida numa única sessão, as negociações chegaram a estar temporariamente suspensas pelo mecanismo automático da bolsa que trava fortes oscilações.

Entretanto, a escalada aliviou. Pelas 14h30, os títulos estavam com uma valorização de 7,78% e a cotarem nos 5,82 euros, com 27.897 transacionadas.

Benfica escala na bolsa:

As ações do Benfica têm estado a aproximar-se dos 7,07 euros pagos pela Lenore Sports Partners (LSP) num leilão este mês, em que foi vendida a posição de 3,28% que pertencia ao antigo presidente Luís Filipe Vieira.

Esta empresa de origem norte-americana, co-gerida por Jean-Marc Chapus e Elliot Holton Hayes, detém já 5,24% do Benfica, segundo foi comunicado recentemente ao mercado.

Desde o começo do ano, o Benfica já ganhou mais de 80% na bolsa.

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José Luís Carneiro afasta (para já) comissão de inquérito a Luís Montenegro

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

É "razoável e sensato" deixar a justiça fazer o seu trabalho na averiguação preventiva ao primeiro-ministro, entende o candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro.

O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro considerou “razoável e sensato” deixar a justiça fazer o seu trabalho na averiguação preventiva ao primeiro-ministro, afastando, por agora, uma comissão parlamentar de inquérito.

À chegada para um almoço com fundadores do PS, que decorre no Parlamento, José Luís Carneiro foi questionado sobre a sua posição em relação à comissão parlamentar de inquérito à empresa familiar de Luís Montenegro, proposta que foi entregue no final da legislatura pelo PS, ainda sob liderança do ex-secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

“O Partido Socialista não pode abdicar de nenhum dos instrumentos de escrutínio da ação do Governo. As comissões de inquérito são um dos instrumentos de escrutínio do Governo. Contudo, é público que a Procuradoria-Geral da República tem em curso uma averiguação para procurar esclarecer dúvidas que ainda prevalecem sobre esses assuntos”, começou por responder.

O por agora candidato único à liderança do PS defendeu que se deve deixar o assunto ser “tratado pela justiça”. “É aquilo que me parece adequado, razoável, sensato à luz daquilo que são as informações que dispomos nesta altura”, referiu.

Questionado sobre se só avançará caso haja novos elementos, Carneiro referiu que mesmo que estes venham a existir, esta decisão não é tomada unicamente pelo secretário-geral do PS. “Por isso é que o Partido Socialista tem órgãos constituídos, nomeadamente a sua direção nacional, mas tem também o Grupo Parlamentar, que é um dos órgãos do Partido Socialista, que contribui para a formação da decisão”, apontou.

Além da sua própria posição, segundo o socialista, qualquer pronúncia sobre o tema seria estar a substituir-se “aos órgãos que democraticamente constituem este partido, que é um partido democrático”.

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Proença de Carvalho assessora Indie Campers em investimento do Fundo Coinvestimento Deal-by-Deal

A equipa da Proença de Carvalho, liderada pelos advogados André Matias de Almeida e Igor Amarii, assessorou a Indie Campers no levantamento de 27,5 milhões de euros de investimento.

A equipa da Proença de Carvalho, liderada pelos advogados André Matias de Almeida e Igor Amarii, assessorou a Indie Campers no levantamento de 27,5 milhões de euros de investimento, o que eleva para 62,5 milhões o capital levantado em menos de um ano por esta empresa.

Esta ronda foi liderada pela Indico Capital Partners e contou com a participação do Banco de Fomento Português (BFP), numa operação que foi feita ao abrigo do programa de Coinvestimento Deal-by-Deal, do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR) —, e da Buenavista Equity Partners Portugal.

Nas palavras de André Matias de Almeida e Igor Amarii, “Esta operação é mais um passo num caminho de assessoria ao Grupo Indie Campers que nos orgulhamos de prestar há mais de uma década e que envolve também um trabalho cross border.”

Fundada em 2013, a Indie Campers tem uma frota de mais de 8.000 caravanas, operando em três continentes e em mais de 20 países. Tem mais de 600 colaboradores.

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Fitch diz que resultado das eleições não travará descida da dívida pública

Agência alerta que o resultado das eleições "não resolveram a incerteza política de curto prazo". Ainda assim, não vê perigos para a política orçamental que o país tem seguido nos últimos anos.

As eleições antecipadas em Portugal “não resolveram a incerteza política de curto prazo”, considera a Fitch. Ainda assim, não se espera que tal venha a resultar em “mudanças significativas” na política orçamental, nomeadamente na redução da dívida, adianta a agência de rating americana.

Até porque, lembra a Fitch, “a volatilidade política recorrente” em Portugal não impediu o país de melhorar o seu perfil de risco nos últimos anos, o que levou a subida dos ratings.

“Por conseguinte, vemos o resultado das eleições como consistente com a nossa visão de que o desempenho orçamental de Portugal continuará a superar os seus pares (…), apoiado pelo crescimento económico e pelo maior emprego, bem como por políticas prudentes”, sustenta a Fitch na nota publicada esta terça-feira.

Quando em março manteve o rating de Portugal, a Fitch antecipava um excedente orçamental de 0,4% do PIB em 2025 e uma situação de equilíbrio em 2026.

A Fitch aborda ainda “a ascensão do partido anti-imigração Chega”, que poderá “aumentar as pressões políticas para aumentar a despesa” quando o país se aproxima para novos atos eleitorais: as autárquicas em setembro ou outubro e as presidenciais em janeiro de 2026. Neste ponto lembra que a AD prometeu continuar a baixar os impostos, que pode “enfraquecer a postura orçamental a curto prazo”.

A médio prazo o compromisso com os gastos de 2% do PIB em defesa — o compromisso com a NATO de atingir os 5%, que Portugal promete cumprir será feito em “duas etapas”: gasto de 3,5% do PIB em “investimento claro” e mais “1,5% em infraestruturas” — e a subida dos juros da dívida “poderão aumentar as pressões orçamentais”, frisa a agência, admitindo que o pedido à Comissão Europeia para ativar a cláusula de escape nas regras orçamentais “pode indicar que as despesas com a defesa podem aumentar mais rapidamente ou mais do que o planeado”.

Em todo o caso, a Fitch acredita que o estatuto da AD como maior partido no Parlamento deverá assegurar uma “continuidade política ampla” no próximo Executivo com o foco em ter as contas certas. Manter-se-á a trajetória de redução da dívida, que deverá cair abaixo dos 90% em 2026, mas o ritmo poderá ser inferior, diz.

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Receitas da Meo sobem para 697 milhões, mas lucro operacional cai 5,6%

Segmento de consumo alavancou as receitas totais. O investimento trimestral da operadora de telecomunicações, liderada por Ana Figueiredo, voltou a atingir os 100 milhões de euros.

A Altice Portugal teve receitas de 697 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa uma subida de 2,4% em relação ao mesmo período de 2024. A dona da Meo viu as receitas aumentarem devido ao segmento de consumo, que cresceu 8,4% para 374 milhões de euros.

Excluindo o negócio da Altice Labs, relacionado com inovação e desenvolvimento de produtos e serviços, as receitas teriam subido 7% comparativamente a igual trimestre do ano anterior. Ademais, o relatório e contas trimestral divulgado esta terça-feira, à semelhança dos anteriores, exclui o impacto da venda da Geodesia.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da operadora de telecomunicações encolheu 5,6% nos primeiros três meses do ano, para 244 milhões de euros, penalizado também pela performance da antiga PT Inovação. Sem esse efeito da unidade de Aveiro, o lucro operacional da Meo teria caído apenas 1,4%.

Destaque para o facto de o investimento ter voltado a aumentar e ultrapassado os 100 milhões de euros. O capex, que na fase de desenvolvimento da rede móvel de quinta geral (5G) foi mais avultado, cresceu 1,3% num ano.

“A Meo encerra o primeiro trimestre de 2025 com um sinal claro: estamos preparados para liderar a próxima fase da transformação tecnológica do setor. Investimos 100 milhões de euros num único trimestre – um investimento que não é apenas expressivo, é estruturante e necessário para o país. Porque não basta acompanhar o setor: é preciso moldá-lo”, comentou a CEO, na mensagem que acompanha as contas trimestrais.

Ana Figueiredo afirma que “vivemos um tempo em que a tecnologia se impõe como eixo central da competitividade” em que “a inteligência artificial, a automatização, a convergência entre energia e comunicações e a crescente exigência de conectividade permanente colocam novos desafios à nossa atuação”. Portanto, a empresa mantém o plano estratégico e o processo de transição “de um operador tradicional de telecomunicações para um player tecnologicamente integrado”.

O total de serviços fixos da Meo estabilizou (+0,8%) em relação a janeiro, fevereiro e março de 2024 nos seis milhões de euros. Nos primeiros três meses deste ano, a base de clientes do serviço de televisão por subscrição e conectividade da empresa cresceu, respetivamente, 1,8% e 2,2% (continuando ambos nos 1,9 milhões), enquanto a base de clientes móveis pós-pago fixou-se nos 5,3 milhões após um crescimento em cadeia de 0,4% (ou 22 mil clientes).

“A base total de RGUs [número de serviços], de serviços fixos e móveis, ascende a cerca de 14 milhões e o total de clientes únicos do segmento consumo totaliza 1,7 milhões”, lê-se ainda no documento.

Apesar de o crescimento nas receitas do segmento de consumo ter sido mais expressiva, as receitas da categoria de serviços empresariais também aumentaram (5,3% sem Altice Labs) para 323 milhões de euros no primeiro trimestre de 2025.

“Adicionalmente, a performance positiva do negócio Wholesale [comércio a grosso] que cresceu, impulsionado pelo maior volume de tráfego nacional, associado a concursos televisivos, e por via do aluguer de infraestruturas, nomeadamente condutas, postes e espaços técnicos, bem como pelo aluguer de capacidade internacional a outros operadores”, salienta a Altice Portugal.

A Meo tem uma quota de mercado de 41,8% nos serviços móveis, de 41,9% na televisão por subscrição e de 36,9% nos fixos, de acordo com os dados mais recentes da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), referentes ao quarto trimestre de 2024.

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Lisboa é o primeiro ‘hub’ da dona da Cartier fora da Suíça e vai contratar 400 pessoas

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

Grupo Richemont inaugurou esta terça o novo centro de competências na capital portuguesa, num investimento de "dezenas de milhões" de euros. Já foram contratados cerca de 100 colaboradores.

O grupo Richemont, que detém marcas como Cartier, Van Cleef & Arpels ou Montblanc, escolheu Lisboa para o seu primeiro ‘hub’ tecnológico fora da Suíça, que vai contratar 400 pessoas até 2028, disse à Lusa o responsável pela operação.

Lucas De Gaulejac, ‘TCC manager – Technology Competency Center manager’ da Richemont, responsável operacional pelo Centro Tecnológico da Richemont em Lisboa, não adiantou valores de investimento, mas admitiu que anda à volta das “dezenas de milhões”. “Estamos a planear investir significativamente em talento, para chegar a 400 pessoas, o que é, obviamente, um investimento significativo”, acrescentou Lucas De Gaulejac.

“Também estamos a investir significativamente em imóveis”, nomeadamente no centro de competências hoje [terça-feira] inaugurado, com 3.200 metros quadrados, localizado no Green Campus, no Parque das Nações, com práticas de sustentabilidade “de vanguarda”. Atualmente, já foram contratados cerca de 100 profissionais e a ideia é atingir 400 dentro de três anos.

Um das razões para o grupo suíço ter escolhido Lisboa para instalar o seu primeiro hub tecnológico fora da Suíça, que vai funcionar como uma extensão, deve-se muito ao ecossistema inovador da cidade e a “base de pessoas muito qualificadas” que a Richemont procura.

Estamos à procura de pessoas qualificadas“, nomeadamente perfis de engenheiros, e “temos um plano ambicioso, vamos tentar apoiar também pessoas qualificadas e requalificadas que queiram participar e trabalhar connosco“, salientou o responsável. “Estamos aqui há cerca de um ano e já recrutámos 100 pessoas e o plano é chegar às 400 nos próximos anos. Portanto, em termos de dimensão, o objetivo final é de cerca de 400 para já” em 2028, detalhou.

A Richemont, além de Genebra tem um centro em Xangai, mas que está dedicado à construção de infraestrutura e aplicações específicas para a China, pelo que o grupo não considera um ‘hub’ tecnológico.

“Adotámos uma visão global e, depois, começámos a analisar mais profundamente onde tínhamos as competências que procurávamos”, já que este hub “é uma extensão da nossa equipa em Genebra” e as “prioridades são as mesmas” que lá, contou Lucas De Gaulejac.

Além do talento e da proximidade, a capital portuguesa foi também escolhida por ter “muito boa literacia de inglês” e porque “é um centro de inovação da Europa, houve um investimento significativo do Governo, também do município, e tornou-se realmente uma cidade onde faz sentido investirmos”, argumentou. Outro dos pontos fortes foi a “conectividade” e a “comunidade em si”.

Assim, “tendo um local onde sabíamos que tínhamos bons parceiros, garantimos também que tem uma visão a longo prazo e sabemos que Lisboa está a investir em tecnologia a longo prazo. Por isso, para nós, também faz todo o sentido”, reforçou, salientando que foram analisadas várias localizações, sem avançar nomes das cidades concorrentes da capital portuguesa.

“Acredito que, com o investimento feito ao longo dos anos, Lisboa se tornou muito interessante em termos de comunidade tecnológica e, por isso, queremos participar nisso”.

Em primeiro lugar, “estamos a abrir muitas vagas, estamos a criar oportunidades de emprego. Também, e isso é algo com que a Richemont se preocupa, vamos continuar a qualificar os nossos colaboradores” e “isso significa que, pelo menos, estaremos a renovar o mercado em termos de competências tecnológicas”, considerou.

A Richemont quer participar no ecossistema tecnológico e admite fazer parcerias com universidades, instituições, ‘startups’, incubadoras, entre outros.

Sabemos que comunidade e tecnologia só funcionam quando se partilham ideias e se colabora, é muito importante para nós fazermos parte da comunidade que nos fez querer vir para cá“, admitiu o responsável, salientando que o grupo já tem “algumas parcerias com universidades para um programa global”, mas que procurará “ir além disso”. Além disso, o grupo suíço pretende reter talento, nomeadamente permitindo uma progressão na carreira. “Vamos investir para assegurar o seu crescimento quando entram”, para que não fiquem presos ao mesmo lugar, asseverou.

Este ‘hub’ “é uma extensão da equipa de Genebra, que lida com tecnologia à escala global para o grupo, vai cobrir as necessidades tecnológicas globais, mas também as de todo o grupo e das suas ‘Maisons’, que é como chamamos às nossas empresas”. Isso inclui desde inteligência artificial (IA), soluções e aplicações orientadas para negócios, operações internas ou para o cliente, tudo o que as ‘Maisons’ estão a utilizar para os seus clientes, entre outros.

“Teremos IA, teremos cloud, se quiser entrar em detalhes específicos (…), teremos todos os tipos de engenheiros”: de cloud, de soluções, de software, de machine learning [aprendizagem automática], apontou. Para Lucas De Gaulejac, a tecnologia e as marcas de luxo trabalham em conjunto, ainda por cima num grupo que aposta na inovação.

O grupo Richemont tem 24 ‘Maisons’ com uma presença global, em mais de 150 localizações, a maioria tem presença comercial em Portugal, através das suas boutiques ou de parceiros externos.

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Quase 300 mil votos de emigrantes chegaram a Lisboa

  • Lusa
  • 27 Maio 2025

Votos da emigração começaram a ser contados. Chegaram ao local de contagem, cerca de 244 mil são da Europa, 44 mil do círculo Fora da Europa 18 mil da Ásia e um pouco menos de África.

Mais de 296 mil votos dos portugueses residentes no estrangeiro chegaram a Lisboa até segunda-feira, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE), onde esta terça-feira começou a contagem dos votos.

A operação de contagem dos votos por via postal começou às 9h00, com mais de 1.050 cidadãos indicados pelos partidos políticos distribuídos por 150 mesas de voto para realizar o escrutínio.

O porta-voz da CNE, André Wemans, disse aos jornalistas que mais de 296 mil votos tinham chegado até segunda-feira, acrescentando que poderão chegar mais votos durante o dia de hoje e quarta-feira.

Sobre a chegada das cartas com os votos dos portugueses residentes no estrangeiro, Wemans referiu que está “ligeiramente idêntica à dos anos anteriores”, sem “grande alteração” e sem “um aumento significativo”.

Dos votos que chegaram ao local de contagem, o responsável da CNE estima que “cerca de 244 mil são da Europa, 44 mil do círculo Fora da Europa (…) 18 mil da Ásia e um pouco menos de África”.

Relativamente às questões relacionadas com o sigilo sobre a identidade dos eleitores, que, juntamente com o boletim de voto, deveriam ter enviado uma cópia do cartão de cidadão, André Wemans assegurou que “cada mesa tem à disposição uma máquina de destruição de papel e assim que o voto é lançado nos cadernos verificados, esse documento de identificação é automaticamente destruído”.

Após o apuramento dos votos, os resultados finais dverão ser publicados no Diário da República, na sexta-feira ou no sábado, disse o responsável.

Estes votos decidirão se é o PS ou o Chega a ficar em segundo lugar nestas eleições.

Em relação aos deputados eleitos pela Europa e Fora da Europa, serão dois os escolhidos por cada um destes dois círculos.

Nos últimos 20 anos, o PS e o PSD dividiram os mandatos pela Europa e Fora da Europa, mas este bipartidarismo terminou em 2024, quando o Chega elegeu um deputado por cada um dos círculos.

Os três partidos mais votados serão ouvidos pelo Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, na quinta-feira.

A AD – Coligação PSD/CDS venceu as eleições legislativas de 18 de maio, com 89 deputados, se se juntarem os três eleitos pela coligação AD com o PPM nos Açores, enquanto PS e Chega empataram no número de eleitos para o Parlamento, 58.

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Provedora exige que Segurança Social deixe de pedir devolução das prestações sem dar explicação

Provedora avisa que há diversos casos em que a Segurança Social tem exigido devolução de prestações sociais, sem ouvir e dar as devidas explicações aos beneficiários. Exige correção destas práticas.

A Provedora de Justiça tem recebido várias queixas de cidadãos que foram notificados pela Segurança Social para devolverem prestações sociais recebidas há anos, sem que tenham sido ouvidos ou informados sobre o assunto. Numa recomendação emitida esta terça-feira, Maria Lúcia Amaral exige que essas “práticas irregulares” sejam corrigidas.

“A Segurança Social limita-se a notificar os cidadãos — muitas vezes depois de ter expirado o prazo que a lei prevê para a anulação de atos administrativos com efeitos retroativos — para restituir o que receberam, identificando a prestação e o período a que esta se reporta, mas sem indicar os motivos por que entende que aquela deve ser devolvida“, relata a Provedora de Justiça, que defende que “esta forma de atuação impede as pessoas de compreender o que está em causa, de exercer o seu direito de contestação ou até de invocar a (frequente) prescrição da obrigação de restituir”.

Na nota divulgada esta manhã, Maria Lúcia Amaral detalha que, quando o beneficiário visado está a receber prestações, a Segurança Social “procede à compensação automática e imediata, mais uma vez sem dar explicações e, consequentemente, sem conceder a devida possibilidade de pagar voluntariamente ou de pedir o pagamento em prestações”.

A Provedora de Justiça dá mesmo exemplos: uma pensão atribuída em 2023 foi reduzida sem explicação para compensar uma dívida de 2014, e duas pessoas ficaram sem parte do subsídio de doença para compensar dívidas que remontavam aos anos 1990, “sem qualquer aviso prévio”.

“Em alguns casos de compensação e de suspensão das prestações, observou-se ainda descumprimento dos limites mínimos de subsistência fixados na lei, o que é especialmente gravoso quando estão em causa prestações que constituem a única fonte de rendimento dos cidadãos visados”, alerta Maria Lúcia Amaral.

A Provedora de Justiça considera, assim, que esta forma de atuar da Segurança Social constitui um desrespeito por garantias fundamentais previstas na Constituição e no Código do Procedimento Administrativo, como o direito à notificação e à fundamentação dos atos administrativos e à audiência prévia.

“A Provedora de Justiça salienta que atuação da Administração Pública deve ser orientada por critérios de justiça, transparência e respeito pelo Estado de Direito, com especial atenção às situações de pessoas que dependem das prestações sociais para assegurar a sua subsistência”, é acrescentado na nota.

E recomenda, por isso, que a legislação seja afinada, de modo a que a Segurança Social reveja as suas práticas, cumprindo, designadamente, os deveres de notificação e fundamentação, o respeito pelos limites legais da compensação, e a garantia dos direitos de defesa do cidadão.

“A Provedora de Justiça recomendou a revisão do Decreto-Lei n.º 133/88, de 20 de abril para assim corrigir um conjunto de práticas irregulares que persistem há longos anos, não obstante diversos alertas, no âmbito da cobrança de prestações sociais pagas pela Segurança Social”, é salientado na nota.

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