Nova FCT faz protocolo com consultora para “acelerar carreira dos estudantes”

Nova FCT celebrou protocolo com NTT Data que inclui estágios curriculares e bolsas de estudo e de mérito, que pretendem acelerar a carreira dos estudantes dessa faculdade.

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa decidiu firmar um protocolo plurianual com a consultora NTT Data com vista a “acelerar a carreira profissional” do seus estudantes, nomeadamente através de estágios curriculares. O objetivo é, pois, aproximar os estudantes do mercado de trabalho.

“A Nova FCT e a consultora de negócio e tecnologia multinacional NTT DATA acabam de estabelecer um acordo plurianual, com o objetivo de acelerar a carreira profissional dos universitários, mas também estimular o desenvolvimento de iniciativas conjuntas, que podem passar por atividades de investigação, inovação e transferência de tecnologia, entre outras”, anunciou a faculdade esta segunda-feira.

Em maior detalhe, ao abrigo deste novo protocolo, serão desenvolvidos, por exemplo, trabalhos de investigação em estágios curriculares, mas também serão promovidas bolsas de estudos e de mérito, e serão lançadas “formações desenhadas à medida das necessidades do mercado“.

Assim, a Nova FCT acredita que esta parceria permitirá aos estudantes “conhecer em primeira mão as oportunidades profissionais disponibilizadas pela NTT DATA, que estará também presente nos fóruns de emprego que a faculdade venha a realizar”.

Em reação a este novo protocolo, Ana Rodrigo Gonçalves, head of partnerships & engagement da Nova FCT, afirma que tal está alinhado com a estratégia da faculdade “de ligação cada vez mais forte ao mundo empresarial, pois não só oferece aos estudantes oportunidades práticas e críticas que enriquecem o curriculum, como também impulsiona a inovação, a transferência de conhecimento e o crescimento económico, permitindo que ambas as partes beneficiem do intercâmbio de ideias, pesquisa e recursos, resultando em soluções inovadoras, avanços tecnológicos e um ambiente económico mais robusto e competitivo”.

Já da parte da NTT Data, Pedro Fonseca, head of university relations and digital upskill, sublinha que este acordo “abre portas para o desenvolvimento de muitas iniciativas que serão não só relevantes para as duas entidades, mas acima de tudo, para os estudantes da faculdade, que assim terão a oportunidade de conhecer melhor a NTT DATA, aceder mais rapidamente a oportunidades profissionais e, quem sabe até, acelerar os seus conhecimentos e competências através de cátedras, bolsas, estágios e projetos de investigação.”

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E-Redes anunciou construção de nova subestação elétrica em Alpiarça

  • Lusa
  • 13 Novembro 2023

A nova subestação de Alpiarça deverá estar concluída no segundo semestre de 2024, num investimento estimado de 3,5 milhões de euros.

A E-Redes anunciou, esta segunda-feira, o início dos trabalhos de construção de uma nova subestação e rede de distribuição de eletricidade para abastecer mais de três mil clientes residenciais e 30 empresariais em Alpiarça e Almeirim.

Numa nota, a E-Redes revelou ainda que a nova subestação de Almeirim deverá estar concluída no segundo semestre de 2024. Segundo a E-Redes, o projeto representa um investimento estimado de 3,5 milhões de euros.

“Além da nova subestação, com uma potência instalada inicial de 20 MVA, vai também ser construída a rede de alta tensão (AT), que irá alimentar a subestação e toda a nova rede de média tensão (MT), e que será interligada à já existente, melhorando assim a qualidade de serviço do abastecimento dos consumos dos concelhos de Almeirim e Alpiarça”, acrescentou a E-Redes.

Neste momento, a obra encontra-se “na fase de construção das diferentes infraestruturas civis e do edifício de comando necessários à concretização desta instalação elétrica”, segundo a empresa.

A E-REDES é a empresa do Grupo EDP responsável pela operação da rede de distribuição de energia elétrica em Portugal Continental, em Baixa (BT), Média (MT) e Alta Tensão (AT).

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Ministério Público poderá ter confundido portaria referida por Galamba que beneficiava Start Campus

No despacho é referido que Galamba é suspeito de ter aprovado uma portaria em benefício da Start Campus. Mas essa portaria referida pelo MP não tem nada que ver com o projeto do centro de dados.

O despacho de indiciação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) pode ter mais um inconsistência. Segundo avança o Expresso, no documento é referido que João Galamba é suspeito de ter aprovado, em 2022, uma portaria com contributos dados por advogados ligados à Start Campus, em benefício desta, mas portaria referida pelo Ministério Público não tem nada que ver com o projeto do centro de dados.

A portaria em causa iria permitir à Start Campus utilizar o terreno da central de hidrogénio em Sines, explorado pela REN, para passar cabos de fibra. Mas pelo que parece essa portaria não está relacionada com o projeto do data center, mas antes com o uso de antigas centrais termoelétricas.

Esta segunda-feira serão conhecidas as medidas de coação dos cinco detidos neste caso. O Ministério Público pediu prisão preventiva para Lacerda Machado e Vítor Escária. Para Rui Neves e Afonso Salema, o Ministério Público pediu o pagamento de caução, 100 mil e 200 mil euros, respetivamente, sabe o ECO/Advocatus.

A operação de terça-feira do Ministério Público assentou em pelo menos 42 buscas e levou à detenção de cinco pessoas para interrogatório: o chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e o advogado Diogo Lacerda Machado, amigo de António Costa.

No total, há nove arguidos no processo, entre eles o ministro das Infraestruturas, João Galamba, o presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o advogado e antigo porta-voz do PS João Tiago Silveira e a empresa Start Campus.

O primeiro-ministro demitiu-se, na terça-feira, depois de saber que o seu nome tinha sido citado por envolvidos na investigação do Ministério Público a negócios do lítio, hidrogénio e centro de dados de Sines, levando o Presidente da República a dissolver a Assembleia da República e convocar eleições legislativas para 10 de março.

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Novo edifício do Governo terá loja do cidadão e biblioteca aberta ao público

A ainda sede da CGD vai receber boa parte dos ministérios e gabinetes do Governo. O Tribunal de Contas já validou investimento previsto de cerca de 40 milhões de euros até final da legislatura.

O novo edifício do Governo, na atual sede da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em Lisboa, vai ter uma loja do cidadão e uma biblioteca aberta ao público, anunciou esta segunda-feira a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, durante uma audição no Parlamento, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado (OE) para 2024.

“O edifício terá maior capacidade de abertura ao público. Vai ter uma loja de cidadão, uma biblioteca aberta ao público”, afirmou a governante.

Mariana Vieira da Silva revelou ainda que o Tribunal de Contas já validou o investimento de 40 milhões de euros para a relocalização dos ministérios: “No âmbito da concentração dos gabinetes governamentais, já recebemos o visto do Tribunal de Contas para as iniciar as obras”.

De salientar, contudo, que o custo, de 40 milhões de euros, é a estimativa global até ao final da legislatura (2026). Com a demissão do primeiro-ministro, e consequente queda do Governo, o País vai para eleições antecipadas a 10 de março de 2024, a dois anos do termo do mandato, o novo Executivo pode reverter este investimento.

Em março, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma autorização de despesa para obras de beneficiação e adaptação do 7.º piso do edifício-sede da CGD, no valor de 5,4 milhões de euros. O investimento total, até ao final da legislatura, deverá rondar 40 milhões de euros, mas só será concretizado caso o novo Governo, saído das eleições antecipadas do próximo ano, mantenha este plano.

O Executivo prevê que esta concentração gere uma poupança de cerca de 800 mil euros por ano, em rendas atualmente pagas pelo Estado a privados, e cerca de cinco milhões de euros por ano em encargos com a gestão de serviços como segurança, manutenção, limpeza, jardinagem, fornecimento de energia elétrica e fornecimento de água.

Por outro lado, os imóveis públicos que serão desocupados – avaliados em cerca de 600 milhões de euros – poderão ser objeto de rentabilização, visando contribuir para o objetivo de reforço da oferta habitacional.

Os ministérios da Habitação, Infraestruturas, Economia, Coesão Territorial, Agricultura e Ambiente devem ser os primeiros a mudar-se para o edifício da CGD na Avenida João XXI. Seguir-se-ão os restantes ministérios, com exceção das Finanças, Defesa e Negócios Estrangeiros, que deverão manter-se nas moradas que ocupam atualmente.

A previsão do Governo é vir a ocupar uma área correspondente a “8,5 mil metros quadrados” no edifício da CGD, que acrescem aos “3,2 mil metros quadrados” que já são ocupados atualmente com entidades e serviços da Administração Pública, avançou, em março, a ministra da Presidência. Já o 8.º piso, atualmente ocupado pela administração da CGD, deverá, assim que desocupado, receber o gabinete do primeiro-ministro.

Desde abril do ano passado que várias entidades já ocupam 3,º piso da sede da CGD, como a secretaria-geral da Presidência do Conselho de Ministros, que já tem parte da sua equipa a trabalhar no local, o centro informático do Governo, a Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais (AGIF) e toda a formação do Instituto Nacional de Administração (INA).

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Polémicas da Web Summit sem afetar estadias. Hoteleiros e alojamento local apontam para ocupação de 85%

  • Ana Petronilho
  • 13 Novembro 2023

Apesar da subida de preços das estadias e das polémicas que envolveram a cimeira, os hoteleiros e o alojamento local apontam para uma taxa de ocupação "em linha" com a do ano passado.

As polémicas que ensombraram a Web Summit um mês antes do arranque da cimeira não afetaram as estadias nos hotéis nem no alojamento local. Para os quatro dias do evento – que arranca esta segunda-feira e termina na quinta – os hoteleiros da Grande Lisboa esperam uma taxa de ocupação “média de 85%”, com as reservas “em linha com o ano passado”, disse ao ECO Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da Associação da Hotelaria de Portugal, que antevê, por isso, “uma semana muito positiva para a hotelaria” da capital.

Sobre os preços das estadias dos hotéis, a AHP recusa avançar com qualquer valor, mas espera que “vá ser superior a 2022”. No ano passado, o preço médio fixou-se nos 210 euros na cidade de Lisboa e de 198 euros na Área Metropolitana de Lisboa (AML).

Segundo os dados de um inquérito realizado pela AHP, em 2022, “93% dos inquiridos na AML indicaram que a taxa de ocupação foi superior a 80%”, sendo que na cidade de Lisboa “82% dos inquiridos registaram uma taxa de ocupação acima de 90%”.

E também o alojamento local (AL) aponta para o mesmo cenário, prevendo “uma ocupação na altura do evento em redor dos 85%”, que “não deve diferir muito da de 2022”, acrescenta ao ECO Educado Miranda, presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP).

Ainda de acordo com os dados do AL, a duração das estadias sobe para cinco ou seis noites, sendo que no restante mês de novembro rondam a média de quatro noites. Pelo perfil dos participantes na Web Summit, durante a cimeira internacional sobe a “procura por apartamentos maiores (T3 ou +)” e, “no caso dos menores (T1)”, sobe a procura pelos apartamentos de “maior qualidade, ou seja, não tem impacto em toda a oferta, mas em alguns segmentos”, acrescenta Eduardo Miranda.

De acordo com a AHP, durante o período da Web Summit, os principais mercados para a hotelaria são os EUA, Reino Unido, França, Portugal e Alemanha.

O evento, que se realizou pela primeira em Lisboa em 2016, conta este ano com 2.600 startups, “o maior número da história” da conferência, de acordo com a organização, com 900 investidores, cerca de 2.000 jornalistas confirmados, 300 parceiros, 800 oradores, num total de 70.000 participantes. Ao todo, estão representados 160 países.

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Cooperativas centenárias marcam presença na II CICLP

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  • 13 Novembro 2023

O município de Torres Vedras recebeu, nos dias 3, 4 e 5 de novembro, a II Cimeira Internacional de Cooperativas de Língua Portuguesa. Várias cooperativas centenárias marcaram presença no evento.

A II Cimeira Internacional de Cooperativas de Língua Portuguesa, organizada conjuntamente pela Caixa de Crédito Agrícola e Mútuo de Torres Vedras, pela Cooperativa do Povo Portuense e pelo Instituto Antero de Quental, decorreu, de 3 a 5 de novembro, em Torres Vedras.

“Intercooperação e trabalho em rede” foi o tema do evento, que recebeu vários especialistas e cooperativas centenárias para apresentarem o seu testemunho.

Na abertura do evento, Manuel Guerreiro, presidente do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras (CCAMTV), começou por dizer que “o contexto económico global e europeu obriga-nos a debater os diversos modelos de negócio da fileira cooperativa” e acrescentou: “Um amplo pressuposto é que as cooperativas não devem funcionar apenas de forma empresarial para sobreviverem no mercado capitalista, mas isso negligencia o interesse das cooperativas enquanto agentes de justiça, o que as torna relevantes, diferenciadoras, e lhes dá competitividade”.

“O cooperativismo é um modelo que vinga pelo seu mérito. No mundo, uma em cada sete pessoas está associada a uma cooperativa“, continuou o presidente da CCAMTV, ao mesmo tempo em que explicou que, depois da crise financeira de 2007-2008, “tem existido por parte da academia um renovado interesse nos modelos de trabalho das cooperativas, dado que estas oferecem alternativas aos discursos de austeridade e ao capitalismo de consumo“.

Este interesse também é justificado pelo facto de, quer na crise financeira global de 2007-2008, quer na crise financeira portuguesa de 2011 a 2013, a banca de teor mutualista não ter necessitado de apoio público. “E isto, deve-se ao facto de serem localmente bem geridas. É no primado da competitividade, ou seja, no ´fazer melhor e de forma diferente´ que as cooperativas se assumem como um modelo de organização de sucesso”, rematou.

Manuel Guerreiro, presidente do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras (CCAMTV)

O lucro como decisor do futuro das Cooperativas

No primeiro painel de debate, Rui Moreira de Carvalho, professor universitário ISCTE, afirmou que “no movimento cooperativo importa o lucro”: “Sem lucro não há nenhuma continuidade. Agora tem de ser um lucro equilibrado, responsável e democrático”.

A mesma opinião foi partilhada por Ricardo Reis, professor da Faculdade de Economia na Universidade Católica de Lisboa, falou de um estudo que fez sobre as cinco Caixas de Crédito Agrícola independentes, que lhe permitiu perceber que a resposta para o sucesso destas Caixas “está na intercooperação e no trabalho em rede”.

Por sua vez, Manuel Guerreiro explicou que a banca cooperativa não segue exatamente os mesmos pressupostos da banca comercial: “Os nossos lucros são transformados em reservas ou em capital e no capital próprio não se mexe. Nas sociedades comerciais e bancárias, 50% dos resultados são sempre para atribuir ao acionista. Mas nas Caixas Agrimútuo nós não queremos fenómenos de mutualização. Os capitais de cada uma das caixas garantem as suas situações e os seus riscos. Se nós nos associarmos em organismos centrais, importamos um novo risco, um risco sistémico. Por isso, não substituímos o risco individual pelo risco coletivo”.

De acordo com Luís Morais, professor da Faculdade de Direito na Universidade de Lisboa, esta natureza híbrida das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, na qual coexiste a matriz cooperativa e a sua atividade bancária como instituição de crédito, “é o que explica que estas instituições se rejam não apenas pelo regime jurídico das Caixas Agrícola Mútuo, mas também, a titulo subsidiário, pelo regime jurídico das instituições de crédito de sociedades financeiras, pelo código cooperativo e pela demais legislação aplicável às cooperativas”.

Cooperativas com mais de 100 anos de história

O segundo dia da II Cimeira Internacional de Cooperativas de Língua Portuguesa ficou marcado pelos seus seis painéis de debate, que abordaram temas como a intercooperação, a competitividade territorial, os desafios e oportunidades da banca, a educação e a inovação.

Neste dia houve, ainda, um espaço para receber as cooperativas centenárias, nomeadamente a Cooperativa do Povo Portuense, a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Torres Vedras, a Cooperativa UFOCP Ramalde, a Cooperativa Operária Portalegrense, e a Cooperativa Scafa, que partilharam um pouco da sua história e explicaram como mantiveram a sua resiliência.

Manuel Guerreiro, presidente do Conselho de Administração da Caixa de Crédito Agrícola Torres Vedras, começou por explicar a história do cooperativismo de crédito, que nasceu na Alemanha, “através de bancos sem capital, ou seja, nasceram com base na mutualização do risco”. “Em Portugal, e até 1982, as pessoas associavam-se numa cooperativa de crédito, respondendo de forma solidária com o seu próprio património. O capital destas instituições era feito através do capital dos seus associados, ou seja, a noção de capital social era substituída pela de cadastro social. Isto tinha que significar um bem maior para os associados correrem este risco”, disse.

A partir de 1982, as Caixas de Crédito Agrícola em Portugal geraram um movimento de capitalização. E, por força desse movimento, o responsável pela Caixa de Crédito Agrícola de Torres Vedras afirmou que esta instituição tem, hoje, “entre capital e reservas, um valor próximo dos 100 milhões de euros”.

O movimento de cooperação e de entreajuda está, por isso, na raiz da criação de todas as cooperativas centenárias. Exemplo disso é o motivo que levou à fundação da Cooperativa do Povo Portuense CRL, criada há 123 anos para suprir necessidades objetivas da classe operária da cidade do Porto. Manuel Alexandre Sola, presidente da Assembleia-Geral da Cooperativa do Povo Portuense CRL, explicou que o intuito da instituição era, sobretudo, melhorar “a vida de exploração em que viviam os operários” e dar-lhes “um funeral e um fim de vida digno”.

Também a Cooperativa UFOCP Ramalde Scrl, que faz este ano 131 anos, foi fundada por operários que, neste caso, tinham a seguinte máxima: “Façamos por nossas mãos”. De acordo com Manuel Joaquim Nogueira, da Cooperativa UFOCP Ramalde Scrl, “a génese da cooperativa foi criar uma instituição que pudesse intervir e ajudar os operários que, nessa altura, passavam algumas dificuldades”. Atualmente, esta instituição dedica-se a uma atividade mais cultural, “com teatro e eventos para os associados, e sempre numa perspetiva de trazer aos associados, à cidade e à freguesia o espírito de cooperação e de associativismo”.

A mesma linha foi seguida pela Cooperativa Scafa que, de acordo com Mário Eugénio, responsável pela instituição, foi criada com o objetivo de “oferecer todos os artigos necessários à alimentação e vestuário dos sócios”. Atualmente, a atividade da Cooperativa “resulta de um supermercado, de um café e dos Jogos Santa Casa”.

O responsável explicou ainda que, com a chegada das grandes superfícies, tiveram algumas dificuldades, mas conseguiram supri-las. O mesmo não aconteceu com a Cooperativa Operária Portalegrense, que, dos seus 125 anos de existência, ficou 40 anos inativa. Esta inatividade aconteceu, segundo Alexandra Janeiro, responsável pela instituição, “depois do 25 de abril e com a chegada de supermercados”. “No entanto, há oito anos fomos convidados para formar uma nova direção e começamos novamente a trabalhar no propósito da Cooperativa”, referiu.

A resiliência e a capacidade de adaptação de todas estas cooperativas centenárias demonstram a importância do modelo de cooperativismo enquanto impulsionador de uma eficácia organizacional. Manuel Guerreiro relembrou isso mesmo: A história secular das nossas organizações é um exemplo da nossa eficácia, ou seja, da nossa governance, e da nossa eficiência. A nossa rentabilidade assenta em indicadores económicos únicos e resilientes no sistema financeiro português e global. A nossa longevidade e os nossos indicadores oferecem evidência de como é difícil desafiar ou subverter estes valores e rácios”.

Percebe-se, por isso, a razão de o cooperativismo “ter mais expressão nos países mais desenvolvidos, ser uma característica das sociedades mais modernas” e, ainda, ter presença em diversos setores, como o de crédito, de consumo, de habitação, de ensino, de seguros, entre outros, em vários países do mundo.

Também nesse campo, Manuel Guerreiro deu alguns exemplos. “Recordo os exemplos de sucessos tais como as uniões de crédito nos Estados Unidos, Canadá e Irlanda; cooperativas na América Latina tais como a Unimed, as mineiras; microcrédito em países como Bangladesh e Quénia; finanças islâmicas; e a experiência das dezenas de Caixas de Crédito Agrícola Mútuo locais, das cooperativas de leite, de ensino, de fruta, de construção, em Portugal.

O sistema social em Portugal e a falta de diálogo

Os desafios do setor agroalimentar cooperativo, as novas respostas cooperativas no setor da saúde e, ainda, o sistema social em Portugal foram o mote dos três debates do último dia do evento.

“Antes do 25 de abril, os temas de proteção social fizeram com que déssemos passos muito importantes na área da saúde, com a criação dos centros de saúde e de vacinação; outro no Sistema de Previdência, com a criação do regime de proteção social para os rurais e, ainda, a possibilidade de as mulheres, que sempre tinham trabalhado só em casa, terem direito a descontar e a uma pensão. Depois, o 25 de abril trouxe-nos aquilo que nos faltava”, começou por dizer a jurista Maria de Belém Roseira.

A jurista acrescentou também que, nesse sentido, a criação da CPLP contribuiu para uma cultura comum, “uma cultura que está assente numa língua comum e numa forma de estar que devemos honrar”.

Por sua vez, o ex-ministro e jurista Pedro Mota Soares, também destacou as dimensões da saúde e da Segurança Social como fundamentais dentro sistema social, mas alertou para a necessidade de uma melhor capacidade de comunicação: “O sistema social não é monolítico, temos a dimensão da saúde e da Segurança Social. E, dentro da dimensão da Segurança Social, nós temos a Previdência, mas também a dimensão da solidariedade, e era bom que, dentro dos sistemas sociais, a saúde e a segurança social tivessem uma melhor capacidade de diálogo”.

Nesse sentido, o jurista reforçou a importância de se entender que o sistema social não é composto apenas pelo Estado. “Eu não posso desresponsabilizar o Estado sobre as funções que tem, que permitem que estas entidades desempenhem o seu papel, no entanto, o sistema social é muito mais holístico do que um ou dois ministérios. E se há uma matéria em que é possível exercer cooperação, é na matéria da economia social”, concluiu.

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Barcelos vai ter um novo hotel com 100 quartos na antiga sede do IPCA

Novo hotel na cidade de Barcelos, que vai contar com piscina interior, sala de convenções e restaurante, poderá criar 50 postos e trabalho e representa um investimento de 15 milhões de euros.

Na antiga sede do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), em Barcelos, vai nascer um novo hotel “premium” com 100 quartos, num investimento de 15 milhões de euros. O empreendimento vai ser construído e financiado a 100% pela FmMagalhães, construtora com sede neste concelho do distrito de Braga, e poderá criar cerca de 50 postos de trabalho.

“A oferta em Barcelos é muito reduzida e com hotéis muito antigos, com mais de vinte anos. Queremos melhorar a qualidade hoteleira da cidade de Barcelos com um hotel premium. A cidade, que conta com uma beleza histórica, necessita de um equipamento para as pessoas que se deslocam em lazer e negócios. Temos pessoas que não ficam hospedadas na cidade por falta de oferta“, diz Francisco Magalhães, diretor de produção do grupo, em declarações ao ECO/Local Online.

A oferta em Barcelos é muito reduzida e queremos melhorar a qualidade hoteleira da cidade com um hotel premium.

Diretor de produção do grupo FmMagalhães

Francisco Magalhães

O grupo FmMagalhães comprou a antiga sede do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave por 1,3 milhões de euros. O novo hotel vai contar com um restaurante no rés-do-chão, uma sala de convenções para 300 pessoas. Na cobertura o hotel existirá uma piscina interior, ginásio e bar. A obra deve arrancar ainda este ano e deverá estar concluída em 2026.

O objetivo do grupo passa por arrendar o imóvel e já têm dois grupos interessados, sendo um deles o grupo espanhol Oca, revela Francisco Magalhães, filho do fundador do grupo.

Assente no mesmo modelo de negócios, o grupo de Barcelos já tem outro hotel no Porto, na Praça da República — o Oca Republik Hotel –, que conta com a gestão do mesmo grupo. Essa unidade representou um investimento de sete milhões de euros por parte da construtora minhota.

Compramos alguns ativos, desenvolvemos o projeto e depois arrendamos a grupos que queriam fazer a exploração do hotel“, explica Francisco Magalhães, que faz parte da segunda geração da empresa. Emprega 21 pessoas e fatura cerca de cinco milhões de euros.

Fundado em 1982, o Grupo FmMagalhães foi fundado por Francisco Miranda Magalhães e atualmente dedica-se à promoção imobiliária e a empreitadas de obras públicas. Até ao final do próximo ano tem obras públicas em carteira no valor de cinco milhões de euros.

Entre essas obras está a intervenção está a refuncionalização da Torre de Alfândega em Guimarães (obra de quase um milhão de euros), a construção de um lar de idosos em Matosinhos, o Fernando Cayolla (três milhões de euros), a requalificação a Escola de Abação em Guimarães (800 mil euros) e construção de uma residência universitária no Instituto Politécnico do Cávado e do Ave de Barcelos (meio milhão de euros).

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Juíza anula acusação do Ministério Público a Isaltino Morais por falta de interrogatório

  • Lusa
  • 13 Novembro 2023

O despacho aponta irregularidades ao MP, por não ter separado a acusação para os arguidos titulares de cargos políticos, que têm um regime próprio e por insuficiência no interrogatório.

O Tribunal Central de Instrução Criminal anulou a acusação do Ministério Público (MP) a Isaltino Morais por falta de interrogatório ao presidente da Câmara de Oeiras, uma decisão que afeta também os ex-autarcas Susana Amador e Ministro dos Santos.

Segundo o despacho da juíza de instrução Carina Realista Santos, adiantado pelo Expresso e a que a Lusa teve também acesso, está em causa uma insuficiência do inquérito, com a magistrada a deixar críticas à atuação do MP.

O despacho aponta ainda outra irregularidade ao MP, por não ter separado a acusação para os arguidos titulares de cargos políticos, que têm um regime processual próprio.

Isaltino Morais, a ex-presidente da câmara de Odivelas Susana Amador e o ex-autarca de Mafra Ministro dos Santos foram acusados em setembro de 2022 do crime de prevaricação de titular de cargo político, que é punível com pena de prisão entre dois e oito anos.

Entre os arguidos no processo encontram-se o antigo presidente da Câmara de Oeiras Paulo Vistas (que na altura dos factos era vice-presidente), o presidente do conselho de administração da empresa MGR – Engenharia e Construção, Fernando Gouveia, o presidente do conselho de administração da empresa de consultoria FSCD, Marco Carreiro, o antigo vice-presidente da Câmara de Mafra Gil Rodrigues e o ex-vereador da Câmara de Odivelas Paulo Teixeira.

Os arguidos Fernando Gouveia e Marco Carreiro tinham sido acusados, cada um deles, por três crimes de prevaricação de titular de cargo político, enquanto Isaltino Morais, Paulo Vistas, Susana Amador, Ministro dos Santos, Gil Rodrigues e Paulo Teixeira foram acusados, cada um, por um crime de prevaricação de titular de cargo político.

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ESG PORTUGAL FORUM 2023

  • ECO
  • 13 Novembro 2023

A 3ª edição do ESG PORTUGAL FORUM terá lugar no dia 23 de novembro em Lisboa.

O ECO e o Capital Verde organizam a 3ª edição do ESG PORTUGAL FORUM no dia 23 de novembro às 9h30, em Lisboa, no auditório da PLMJ. Este evento irá abordar o estado da aplicação dos critérios ESG no âmbito das empresas nacionais e será um momento crucial para identificar barreiras e oportunidades do cenário atual da sustentabilidade e responsabilidade corporativa em Portugal.

O ESG PORTUGAL FORUM é um evento de entrada gratuita com registo obrigatório AQUI.

Nesta conferência, que terá a moderação do ECO / Capital Verde, serão destacados dois eixos temáticos fundamentais que moldam a abordagem ESG no contexto português.

Ambiente Sustentável e Responsabilidade Corporativa

Este eixo irá debruçar-se em como as empresas em Portugal estão a adotar práticas ambientais responsáveis: as estratégias de redução da pegada de carbono, conservação de recursos naturais e como as organizações estão a alinhar as suas operações com as metas globais de sustentabilidade.

Impacto Social, Envolvimento da Comunidade e Governance

Será explorado como as empresas portuguesas estão a contribuir para o bem-estar social, como se estão a envolver ativamente com as comunidades locais, assim como os temas sensíveis da diversidade e inclusão do local de trabalho.

Programa

9h30 | Boas-vindas

André Figueiredo, Sócio da PLMJ

10h00 | Ambiente Sustentável e Responsabilidade Corporativa

Susana Bernardo Antunes, ESG & Green Finance do Santander Portugal

Susana Carvalho, Head of Sustainability & Climate Transition da Bondalti

Rosalina Tanganho, External Affairs & Sustainability Coordinator da Tabaqueira

Inês Cândido Silva, Subdiretora de Gestão da Sustentabilidade da E-REDES

Francisco Gomes da Silva, Sócio Gerente da AGRO.GES

Moderação: Ana Batalha Oliveira, ECO / Capital Verde

10h45 | Coffee Break

11h00 | A Responsabilidade Social perdeu charme?

Isabel Jonet, Presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome à conversa com Jéssica Sousa, ECO / Capital Verde

11h45 | Impacto Social, Envolvimento da Comunidade e Governance

Margarida Alves – Head of Degree, Siemens Portugal

José Brandão de Brito, Head of Sustainability do Millenium bcp

João Mestre, Head of Sustainability da Fidelidade

Mariana Ribeiro Ferreira, Diretora de Cidadania Empresarial da CUF

Moderação: Ana Batalha Oliveira, ECO / Capital Verde

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PRR

“Não nos sentimos diminuídos para continuar a exercer” funções, diz líder da Comissão de Acompanhamento do PRR

O responsável da Comissão de Acompanhamento do PRR aponta que existem condições para continuar a executar a "bazuca", mas alerta que há riscos para as reformas que necessitem de leis.

O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do Plano de Recuperação e Resiliência (CNA-PRR) assegura que os membros “não se sentem diminuídos para continuar a exercer”, mesmo com a demissão do Governo. Pedro Dominguinhos aponta que existem condições para continuar a executar a “bazuca” mesmo com a crise política, mas há riscos no âmbito das reformas que possam necessitar de leis aprovadas pelo Parlamento.

“Continuaremos a exercer as funções enquanto as entidades responsáveis o determinarem”, assegurou o presidente da CNA-PRR, em conferência de imprensa esta segunda-feira, para apresentar o mais recente relatório de acompanhamento.

O responsável reiterou também que em termos de investimentos que estão no terreno, existem todas as condições para lançar avisos, fazer pagamentos e lançar novos concursos”, mesmo com a crise política que vai determinar a dissolução da Assembleia da República em janeiro e eleições antecipadas a 10 de março.

No entanto, “poderão existir riscos acrescidos no âmbito das reformas”, alerta Pedro Dominguinhos, já que podem implicar ou “decretos-lei, que o Governo tem a legitimidade para continuar a aprovar, ou eventualmente leis — e neste caso concreto quem é responsável é a Assembleia da República”, pelo que se estiver dissolvida não será possível.

Quanto a outros constrangimentos à execução do PRR identificados no relatório, o presidente da CNA destacou que a portaria do mecanismo de reposição do IVA, que estava atrasado há bastante tempo e tinha vindo a causar dificuldades para algumas entidades, foi finalmente publicada nesta sexta-feira.

Assim, “a partir de agora há condições para começar a ser pago, mas é necessária validação de todas as faturas por parte da Autoridade Tributária para ser restituído o IVA”, salientou.

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Associação quer elevar vinho e vinha a “património cultural imaterial”

Associação de Municípios Portugueses do Vinho reivindica mais apoio financeiro do Estado para o enoturismo, que "não é só o turista ir visitar adegas", adverte José Arruda.

A Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV) vai propor ao Governo que a vinha e o vinho sejam elevados a “património cultural imaterial de Portugal pela importância que têm na cultura, na tradição” e como motor da economia do país. Assim como pela “articulação” com áreas tão diversas como a economia, o enoturismo e a agricultura, avança ao ECO/Local Online o secretário-geral desta associação, José Arruda.

A AMPV vai, por isso, sugerir ao Governo que crie um grupo de trabalho, envolvendo os principais parceiros do setor vinícola, para avançar com esta candidatura, à semelhança do que foi feito aquando da proposta da gastronomia ao mesmo título. Só ainda não sabe quando fará o pedido ao Governo, uma vez que este vai entrar em modo de gestão depois da demissão do primeiro-ministro António Costa.

“Tínhamos uma reunião marcada com a ministra da Agricultura para fazer estas sugestões, mas deverá ser adiada. Quando fizemos todo este trabalho não imaginávamos esta crise política que se instalou no país”, afirma José Arruda, em declarações ao ECO/Local Online.

Ainda assim, o responsável acredita que a situação política não terá impacto no setor do vinho que tem tido um bom desempenho e “exporta cada vez mais”. A viticultura tem um peso significativo na balança das exportações: este ano deverá atingir perto dos 970 milhões de euros de vendas ao exterior.

Tínhamos uma reunião marcada com a ministra da Agricultura para fazer estas sugestões, mas deverá ser adiada. Quando fizemos todo este trabalho não imaginávamos esta crise política.

José Arruda

Secretário-geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV)

Também o enoturismo tem tido bons resultados, pois “há cada vez mais procura dos turistas pelo enoturismo, sobretudo no Douro, Porto e Vila Nova de Gaia.” Ainda assim, este setor precisa de mais apoio financeiro e de trabalhar mais em rede, “porque o enoturismo não é só o turista ir visitar adegas“, realça José Arruda. Existe “toda uma rede com a restauração, a cultura e o turismo rural” que pode trabalhar em parceria com vista a uma maior dinâmica económica no território.

A AMPV pretende levar estas reivindicações ao secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, durante uma reunião agendada para dezembro deste ano. “Precisamos que o Turismo de Portugal tenha um apoio maior para a promoção e divulgação da oferta enoturística”, defende José Arruda.

Entretanto, a AMPV assinou o protocolo de constituição da Rede Europeia dos Museus do Vinho, que reúne museus do vinho de diversos países europeus, como Portugal, Espanha e Itália. A ideia é impulsionar a “cooperação entre os vários museus dos vários países” que têm um papel crucial na divulgação do vinho como cultura e tradição, assim como na promoção do enoturismo.

Precisamos que o Turismo de Portugal tenha um apoio maior para a promoção e divulgação da oferta enoturística.

José Arruda

Secretário-geral da Associação de Municípios Portugueses do Vinho (AMPV)

Portugal já tem trabalho de casa feito nesta matéria e faz parte do lançamento desta rede com uma mão cheia de valências em atividade em todo o país. “Já temos uma rede em Portugal com cerca de 20 museus do vinho, como o Museu do Douro (Peso da Régua), o Centro de Interpretação do Vinho Verde (Ponte de Lima), o Museu Alvarinho (Monção), o Museu Rural ou até o Vinho do concelho do Cartaxo”, elenca.

Esta Rede Europeia dos Museus do Vinho foi criada no âmbito da Federação Europeia Iter Vitis. Esta última está classificada como Rota Cultural pelo Conselho de Europa, é constituída por 25 países europeus e visa a “promoção do património cultural, histórico e paisagístico associado ao vinho de qualidade”.

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Delta à procura de startups para programa Disruption na Web Summit

A Yogan Creamery, a Skizo e a Plasblock foram os três projetos que venceram na anterior edição do programa de aceleração e que colaboram neste momento com a unidade Delta Ventures.

A Delta arranca com candidaturas para o programa de aceleração Disruption durante a Web Summit, cimeira tecnológica que decorre de 13 a 16 de novembro, em Lisboa. As candidaturas decorrem até 5 de janeiro. A 25 de março serão selecionadas entre “três a cinco soluções”. A Yogan Creamery, a Skizo e a Plasblock foram os três projetos que venceram na anterior edição e que colaboram neste momento com a unidade Delta Ventures.

“A inovação acompanha-nos desde sempre e é, também, através dela que acrescentamos valor à nossa marca. Por isso, o ecossistema das startups é fundamental para nos reinventarmos e o programa Disruption torna-nos mais competitivos num mercado em constante evolução, promovendo a criatividade e o acesso a conhecimento externo, bem como nos torna mais ricos em conhecimento”, diz Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, citado em comunicado.

Sustentabilidade, transformação digital, novos produtos e serviços são as áreas para as quais a empresa está à procura de soluções. Nesta segunda edição do programa, que marca o arranque da Delta Ventures, as startups são convidadas a participarem em pitchesdurante a Web Summit.

“Cada pitch tem a duração de três minutos e os empreendedores apresentam a sua ideia de negócio a um júri que, sentado numa bicicleta, pedala ao ritmo da conversa acumulando quilómetros que se transformam num donativo que será oferecido no final do Web Summit a uma instituição de responsabilidade social e ambiental”, refere a Delta em comunicado. O melhor pitch é premiado com a passagem direta para o bootcamp imersivo do Disruption.

Para os empreendedores que não apresentarem o seu pitch no Web Summit, as inscrições são realizadas no site do programa de aceleração.

Depois da fase de candidatura e avaliação, dez startups irão participar num bootcamp de um mês — de fevereiro e março — para “desenvolverem os seus projetos, trabalharem com mentores do grupo e especialistas do ecossistema de inovação e empreendedorismo português, com vista a aumentar a proposta de valor de negócio conjunta e acelerando o desenvolvimento de novas soluções ajustadas à realidade do grupo.”

O pitch final decorre a 25 de março, onde serão selecionadas três a cinco soluções junto do ecossistema empreendedor, que irão receber financiamento para os seus projetos.

“Face to Face with CEO”, com Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro, a 16 de novembro, pelas 10h30, é outra das novidades que a empresa irá realizar na edição deste ano da cimeira tecnológica.

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