Greve na CP vai ter “especial impacto” na quinta-feira de Páscoa

À greve convocada pelos maquinistas, que vai durar todo o mês, junta-se a paralisação convocada por sete outros sindicatos para 6 de abril. Tribunal Arbitral (ainda) não definiu serviços mínimos.

A CP prevê que as perturbações na circulação de comboios terão “especial impacto” no dia 6 de abril, quinta-feira antes da Páscoa, que costuma ser precisamente um dos dias de maior movimento nas estações, com os portugueses a deslocarem-se para passar as festas pascais fora da sua área de residência.

Isto porque, à greve que tinha sido convocada pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), que se estende por todo o mês de abril, junta-se a paralisação convocada por sete outras estruturas sindicais (ASCEF, ASSIFECO, FENTCOP, SINFA, SINFB, SIOFA e STF) para o período compreendido entre as 00h00 e as 23h59 de 6 de abril.

O alerta foi deixado pela empresa pública de transportes ferroviários numa mensagem enviada aos clientes durante a madrugada de sábado, a que o ECO teve acesso, prometendo atualizar a informação sobre a circulação de comboios “caso venham a ser definidos serviços mínimos pelo Tribunal Arbitral”.

“Aos clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, permitiremos o reembolso, no valor total do bilhete adquirido, ou a sua troca gratuita para outro comboio da mesma categoria e na mesma classe”, sublinha.

O reembolso ou troca podem ser efetuados em myCP na área “Os seus bilhetes” (para bilhetes adquiridos na Bilheteira Online e App CP) até aos 15 minutos que antecedem a partida do comboio da estação de origem do cliente, ou nas bilheteiras. Passado esse prazo, e até 10 dias após terminada a greve, pode ser pedido o reembolso através do formulário de contacto online “Reembolso por Atraso ou Supressão”, com o envio do bilhete original em formato digital.

Para os próximos cinco dias, isto é, entre 1 e 5 abril, a CP informa que estão previstas as seguintes supressões:

Em fevereiro e março, as greves convocadas por vários sindicatos da CP levaram à supressão de centenas de comboios por dia. Quando convocou esta nova paralisação, que se estende por todo o mês, o sindicato dos maquinistas justificou a convocação, através de comunicado, com a “atitude autista e de desconsideração” da empresa liderada por Pedro Moreira, desde setembro.

“Não tendo nem a tutela nem a CP neste interregno, numa atitude autista e de desconsideração pelos trabalhadores e pelas dificuldades que estes e as suas famílias atravessam nestes tempos de inflação galopante, efetuado qualquer diligência para a resolução do conflito laboral em curso, não resta aos maquinistas outro caminho se não continuar a luta”, sustenta o sindicato dos maquinistas.

Até às 12h deste sábado, o primeiro dia da paralisação agendada pelos maquinistas, dos 341 comboios programados foram suprimidos 65, isto é, ficaram 19,1% das ligações por efetuar. Segundo o balanço feito pela CP, as restantes 276 composições circularam como previsto.

Como o ECO noticiou na quarta-feira, a FlixBus vai reforçar a oferta de viagens no período da Páscoa. O anúncio da greve dos pilotos da TAPentretanto cancelada – e da paralisação dos trabalhadores ferroviários foi suficiente para a procura pelos autocarros expresso ter aumentado cerca de 50% na última semana. A empresa alemã salienta que há mais reservas para ligações domésticas e deslocações entre Portugal e Espanha.

 

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Lucros da mutualista Montepio aumentaram 12,7% em 2022

Grupo tem "as questões de presente e de futuro bem identificadas, um sistema de governance simplificado, um alinhamento pleno entre as empresas e um bom clima social”, assegura Virgílio Lima.

O Montepio Geral – Associação Mutualista (MGAM) registou resultados líquidos de 50,2 milhões de euros em 2022, um crescimento de 12,7% face ao ano anterior. As contas foram aprovadas pela Assembleia de Representantes com 82,7% de votos a favor.

A associação liderada por Virgílio Lima destaca o contributo do aumento das receitas associativas (+24,8%) e do crescimento de 25,3% do valor médio por subscrição de modalidades associativas, para o montante de 907 euros. A redução de 8,9% das despesas operacionais contribuiu para um resultado operacional de 63,6 milhões de euros, 61% acima de a 2021.

“A margem associativa fixou-se em 85,8 milhões de euros e o número de associados consolidou a tendência de crescimento do ano anterior, situando-se nos 606.483. O rácio de liquidez manteve-se estável, passando de 11,0% para 11,1% e o ativo líquido atingiu 3.756,7 milhões de euros no final de 2022, mais 1,1% face a 2021”, destaca a mutualista, que tem como maior ativo o banco Montepio.

Em comunicado enviado às redações, o presidente do MGAM sublinha que “o grupo está no caminho certo, com as questões de presente e de futuro bem identificadas, um sistema de governance simplificado, um alinhamento pleno entre as empresas e um bom clima social”.

Com a ‘casa’ ainda mais arrumada o Grupo Montepio está a responder de modo alinhado com os planos estratégicos, com todas as empresas a apresentarem resultados positivos.

Virgílio Lima

Presidente do Montepio Geral - Associação Mutualista

Virgílio Lima, que foi eleito para o cargo em dezembro de 2021, reclama ainda que, “com a ‘casa’ ainda mais arrumada o Grupo Montepio está a responder de modo alinhado com os planos estratégicos, com todas as empresas a apresentarem resultados positivos”.

No final de fevereiro, o responsável disse ao ECO que a maior mutualista portuguesa pretende voltar a receber dividendos do banco, depois de aprovar a redução de capital na instituição financeira. Uma operação que, assegura, não vai ter impacto nas poupanças de mais de dois mil milhões de euros dos seus 600 mil associados. A redução de capital “teve lugar porque o Banco Montepio entrou num ciclo consistente de resultados positivos”, explicou na altura.

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Abril começa com alívios na fatura da luz e do gás

Do mercado regulado ao mercado livre, os preços da luz e do gás vão baixar a partir de 1 de abril.

Depois de o ano ter começado com ajustes (para cima e para baixo) nos preços da luz e do gás, abril arranca com um alívio nas faturas de energia.

De forma geral, tanto o preço da eletricidade e do gás natural vão ficar mais baratos a partir deste sábado, 1 de abril, contrariando uma tendência que se verificou em 2022 — ano em que se assistiu a uma escalada no preço da energia, também a nível internacional, e a um aumento da inflação.

Na verdade, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em março, em comparação com o mesmo mês do ano passado, os preços da energia caíram 4,4% (em comparação com a subida de 1,9% registada em fevereiro) sendo a evolução destes preços um dos catalisadores do abrandamento da inflação. Em março, os dados preliminares do INE indicam que a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá voltado a diminuir, para 7,4%, menos 0,8 pontos percentuais face ao mês anterior.

Preços regulados da luz caem 3%

Se for cliente do mercado regulado da eletricidade, fique a saber que a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) vai baixar o preço da tarifa de energia em média 3% para os clientes domésticos — um alívio depois de o início do ano ter começado com um aumento médio de 3,3% na fatura regulada da luz. Com esta atualização, o aumento da tarifa em baixa tensão normal anunciado para este ano será, afinal, de 1% em 2023 face a 2022 e irá abranger 988 mil clientes.

Assim, a partir deste sábado, um casal sem filhos, com uma potência contratada de 3,45 kVA e um consumo anual de 1900 killowatts por ano ( kWh/ano) vai verificar uma redução de 1,02 euros na fatura mensal em abril, face a março. Feitas as contas, esta família passará a pagar 36,62 euros por mês de eletricidade no mercado regulado.

Já para um casal com dois filhos, com uma potência contratada de 6,9 kVA e com consumos de 5000 kWh por ano, o desconto será de 2,83 euros passando esta família a pagar uma fatura de 92,43 euros a partir de abril, quando comparado com a fatura de março.

Quanto ao gás natural no mercado regulado, apesar de não haver novidades, o Ministério do Ambiente da Ação Climática dá a garantia que também neste segmento os preços vão continuar a pesar “menos na carteira dos portugueses”, face às alternativas, no mês de abril.

Segundo as contas do gabinete liderado por Duarte Cordeiro, com a reabertura do mercado regulado do gás para os pequenos negócios e os consumidores domésticos, em setembro passado, estes consumidores conseguiram registar poupanças de até 65% face aos preços do mercado liberalizado.

Preços da energia no mercado livre caem 27%

Mas os descontos também chegam aos contratos no mercado livre da eletricidade e do gás.

Da parte da Galp, foi anunciado que os preços de eletricidade e do gás natural vão ficar, em média,de 15% a 27% mais baratos, respetivamente, a partir de 1 abril. A razão, explica a empresa liderada por Filipe Silva, prende-se com a “evolução favorável que se tem verificado nos mercados grossistas de gás e eletricidade“.

Por exemplo, para o cliente tipo com uma família com dois filhos, com potência contratada de 6,9 kVA e consumo médio mensal de 218 kWh, a redução média na faturação dos clientes de eletricidade face à tabela atual traduz-se numa descida de 6,2 euros por mês, nos calculos da empresa.

No caso do gás natural, a redução média face aos preços atuais resultará numa diminuição de 6,48 euros por mês para um cliente no primeiro escalão de gás natural com um consumo médio mensal de 130 kWh.

Esta descida acontece depois de a petrolífera ter começado o ano com uma descida de 11% nos preços da eletricidade para as famílias e pequenas empresas no início do ano, o que se traduziu em descidas de 3,5 euros a 6 euros mês no consumo médio de uma família com dois filhos.

Na EDP as descidas em abril vão se cingir ao gás natural. A partir deste sábado, a fatura mensal vai ficar 20% mais barata para os clientes residenciais.

Numa carta enviada aos clientes, no final de março, a que o Capital Verde teve acesso, a empresa informava que “apesar de o contexto de mercado ainda não ter estabilizado, a EDP Comercial considera ter condições para baixar a sua componente de preço aplicável ao consumo de energia”.

A empresa informa ainda que os descontos de que os clientes dispõem vão manter-se e passam a incidir sobre este novo preço, tal como previsto nas respetivas condições contratuais.

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Investimento militar em Portugal bate recorde no ano em que começou a guerra na Ucrânia

Com uma taxa de execução de 73%, a Lei de Programação Militar atingiu em 2022 “o valor mais alto de sempre de investimento anual”, segundo dados da Ministério da Defesa: 469,78 milhões de euros.

A execução financeira da Lei de Programação Militar (LPM) ascendeu a 469,78 milhões de euros em 2022, “o valor mais alto de sempre de investimento anual”. Superou em cerca de 191 milhões de euros o registo do ano anterior e corresponde a uma taxa de execução de 73%.

Segundo os dados divulgados este sábado pelo Ministério da Defesa Nacional (MDN), no ano em que começou a guerra na Ucrânia foram investidos pelos três ramos das Forças Armadas quase 282 milhões de euros: 133,88 milhões na Força Aérea, 80,12 milhões na Marinha e 67,80 milhões no Exército.

A despesa no Estado-Maior-General das Forças Armadas foi de 6,65 milhões de euros em 2022, enquanto através dos organismos e serviços centrais do MDN, que também gerem projetos de todos os ramos, foram aplicados mais 181,31 milhões de euros, correspondentes a 89% da dotação prevista e o triplo do ano anterior.

A Lei de Programação Militar é o principal instrumento financeiro da Defesa Nacional para o investimento em meios e equipamentos das Forças Armadas, permitindo a contratualização de bens e serviços de “obtenção complexa e dilatada no tempo”, estendendo-se num horizonte de 12 anos, com revisão a cada quatro anos.

O Ministério liderado por Helena Carreira atribui este crescimento a “diversas medidas de gestão flexível” adotadas em julho e que permitiram “otimizar processos que, pela sua natureza, são sempre de elevada complexidade”, além de terem mitigado os efeitos negativos provocados pelo atraso na entrada em vigor do Orçamento do Estado para 2022.

Helena Carreiras, ministra da Defesa NacionalPAULO CUNHA/LUSA 18 abril, 2022

A tutela sublinha que, relativamente à execução financeira, a LPM está isenta de cativações desde 2016. Mais de metade dos 70 projetos inscritos nesse plano foi desenvolvida de acordo com o planeado (38). Entre aqueles projetos em que se verificaram constrangimentos, contabiliza, 80% são passíveis de recuperação dentro dos prazos finais previstos.

A mais recente proposta de lei para a atualização da LPM, que é revista a cada quatro anos, prevê gastos de cerca de 1,2 mil milhões de euros nos próximos 11 anos. Face à última versão, que data de 2019, como noticiou a Lusa, tem como novidades passar a abarcar o “apoio militar de emergência” no âmbito do “duplo uso das capacidades militares” e estabelecer que o seu financiamento poderá também advir de “processos de rentabilização de imóveis”.

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Restaurantes e cafés exigem descida temporária do IVA para 6%

  • ECO
  • 1 Abril 2023

Setor da restauração diz que está a absorver “parte muito significativa” dos aumentos dos preços nos produtos alimentares. Pede redução do imposto durante um ano nos serviços de alimentação e bebida.

Os empresários da restauração reclamam a aplicação temporária, por um ano, da taxa reduzida de IVA (6%) nos serviços de alimentação e bebidas para conseguirem ter “tesouraria para liquidar as suas obrigações”, sublinhando que o IVA zero num cabaz de 44 produtos, aprovado esta semana no Parlamento, é destinado ao consumidor final e terá pouco impacto nas empresas do setor.

Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP

“O proprietário de um restaurante atualmente compra estes alimentos essenciais com a taxa de IVA de 6%, e depois transforma esta matéria-prima para vender o produto final a uma taxa de 13%. No momento do apuramento, vai entregar ao Estado a diferença entre o IVA das suas vendas e o IVA das compras. Com o IVA a 0%, no momento da compra vai deixar de pagar IVA, mas depois tem de entregar a totalidade do IVA das suas vendas. Ou seja, não existe poupança para as nossas empresas porque o IVA não é um custo”, explica Ana Jacinto.

Em declarações ao Dinheiro Vivo, a secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), que teme que a medida do IVA zero desincentive o consumo fora de casa, compara ainda a inflação nos produtos alimentares em fevereiro (21,5%) com a registada nos restaurantes (10,4%) no mesmo período, para concluir que “o setor da restauração está a absorver uma parte muito significativa dos aumentos dos produtos alimentares, sem repercutir esse aumento nos seus preços de venda”.

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Vila Galé abre portas em Beja com os olhos postos em hotéis de Cuba

  • Ana Petronilho
  • 1 Abril 2023

Monte do Vilar inicia as inaugurações previstas para este ano pelo grupo português, que vai gerir duas unidades em Cuba: uma em Cayo Parédon e outra em Havana.

O Vila Galé arranca este sábado a temporada das inaugurações de hotéis do grupo em 2023, com a abertura do Monte do Vilar, em Beja.

Mas além dos quatro hotéis que o Vila Galé vai abrir este ano em Portugal, “em julho” vai passar a gerir uma nova unidade em Cayo Parédon Grande, Cuba, com 620 quartos. É o cumprir de um sonho antigo do segundo maior grupo hoteleiro, que, pelo menos desde 2014, tinha a intenção de entrar em Cuba e que não vai ficar por aqui. A partir “do próximo ano”, o Vila Galé vai assumir a gestão de um segundo hotel em Cuba, desta vez em Havana, no edifício que é “a torre mais alta da cidade” com 594 quartos, revelou ao ECO o presidente do grupo Jorge Rebelo de Almeida.

A entrada em Cuba acontece depois de o Vila Galé ter vencido um concurso da Gaivota – a empresa pública de turismo que controla o desenvolvimento de hotéis no país – para a exploração das duas unidades. O acordo de princípio já foi firmado e os hotéis estão a ser construídos pelo Estado cubano, sendo que estará tudo a postos para que Cayo Parédon Grande seja inaugurado dentro de três meses.

É uma “aposta desafiante”, mas que “nos está a entusiasmar muito” porque Cuba “é um destino turístico de grande qualidade”, salienta Jorge Rebelo de Almeida.

Este hotel fica próximo do Aeroporto de Cayo Coco, para onde vai voar, a partir de julho, um charter de Portugal, pela euroAtlantic e pelo operador turístico Sonhando, que são parceiros do Vila Galé, contou ainda ao ECO Jorge Rebelo de Almeida. Vão ainda ser lançados charters de Buenos Aires e S. Paulo, através da CVC, parceiro do grupo hoteleiro português no Brasil.

Mas para já, em Portugal, abre este sábado o Monte Vilar, que fica junto ao Clube de Campo Vila Galé, na Herdade da Figueirinha, em Beja, e onde se produz vinho e azeite. A unidade de turismo rural contou com um investimento de quatro milhões, sendo que este valor “derrapou em 10% por força da inflação”, disse ao ECO o presidente e fundador do Vila Galé, que acrescenta que este aumento foi transversal face aos custos iniciais para as quatros unidades que vão abrir este ano e que totalizam um investimento de 43 milhões.

O Monte Vilar é composto por 12 quartos temáticos com o mote de monumentos alentejanos, dos quais oito são standard e quatro são suites, uma piscina exterior, dois salões de eventos, duas salas de reuniões e o restaurante Inevitável.

Em maio o grupo estreia-se nos Açores com a abertura do Vila Galé Collection São Miguel, que nasce de uma renovação de parte do edifício sede da Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel e que antes funcionou como convento e um hospital. Com um investimento de 14 milhões o hotel conta com 92 quartos, restaurantes, bar, piscina exterior e interior e spa. O hotel será dedicado à história dos Açores, da aviação e das comunidades açorianas.

Dentro de dois meses, no início de junho, o Vila Galé vai, também em Beja, inaugurar o Nep Kids, o primeiro hotel do país onde os adultos só podem ser hóspedes se estiverem acompanhados de crianças. O hotel é composto por 80 quartos (64 com capacidade para 2 adultos e 2 crianças) e tem várias atrações para crianças, como um parque aquático com várias piscinas exteriores e escorregas, carrosséis, trampolins, insufláveis, parede de escalada e pintura, slide, spa infantil, piscina de bolas, sala de cinema, sala de jogos, campos de padel. O investimento ronda os 12 milhões.

Por fim, em julho será a vez do hotel no Convento de Tomar abrir portas, assinalando o início da festa dos Tabuleiros. O edifício vai entrar em funcionamento como hotel depois de terem sido reabilitadas as áreas do antigo convento de Santa Iria e do também do colégio feminino. Com a Ordem dos Templários como tema, implicou um investimento de 14 milhões de euros. O Vila Galé Collection Tomar terá cerca de 100 quartos, restaurante, bar, spa com piscina interior, ginásio, salas de massagens, piscina exterior, duas salas de reuniões, jardim exterior, estacionamento e um salão de convenções com capacidade para mais de 200 pessoas.

Com o aumento dos juros e a subida generalizada dos preços, Jorge Rebelo de Almeida diz ter uma expectativa “bem favorável” para o verão apesar de reconhecer os aumentos podem “afastar alguma procura”, sendo que a redução de hóspedes pode vir a ser “atenuada” pelo “forte desejo de férias”.

Para estas quatro novas unidades o Vila Galé fez saber que precisa de contratar 170 colaboradores.

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Empresas e fundos que vendam casas ao Estado vão ter isenção de mais-valias

  • ECO
  • 1 Abril 2023

Afinal, na venda de imóveis ao Estado não são só os particulares a beneficiar da isenção de tributação sobre as mais-valias. Proposta final do Governo mudou versão que esteve em consulta pública.

Afinal, as empresas vão mesmo ter direito a ficar isentas de tributação sobre as mais-valias que decorram de vendas de imóveis ao Estado. Algo que se vai aplicar também a entidades como gestoras de fundos de investimento, já que a única exceção deste benefício fiscal incluída na lei são as sociedades que tenham sede em territórios offshore.

A notícia é avançada pelo Público na edição deste sábado, lembrando que na versão da proposta que esteve em consulta pública, o Governo tinha recuado face à intenção inicial e decidido que esta isenção só ocorreria na tributação em sede de IRS. Isto é, apenas os particulares que vendessem casas ao Estado beneficiariam deste incentivo, ficando nessa versão as empresas excluídas deste regime.

O mesmo jornal sublinha que é incerto o impacto que esta alteração na isenção fiscal poderá ter, dado que a presença de empresas, sejam nacionais ou estrangeiras, no mercado residencial português é um universo desconhecido. As propostas finais do Governo para a Habitação que tenham âmbito fiscal ainda terão de ser debatidas e votadas na Assembleia da República.

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Quase um terço dos contribuintes “aproveita” IRS automático

Do total de 5.724.596 declarações na última campanha, mais de 1,8 milhões foram submetidas através desta ferramenta de preenchimento prévio. Saiba onde obter ajuda no preenchimento do IRS.

Iniciado em 2016 para facilitar o cumprimento da obrigação declarativa por parte dos contribuintes abrangidos, o IRS Automático foi utilizado na última campanha fiscal por mais de 1,8 milhões de pessoas, de acordo com os dados divulgados este sábado pelo Ministério das Finanças.

Do total de 5.724.596 declarações que foram entregues no ano passado, 31,6% foram submetidas através deste mecanismo que disponibiliza uma declaração já previamente preenchida pela Autoridade Tributária e Aduaneira. Isto é, exatamente o dobro da percentagem que utilizou o IRS Automático no primeiro ano em que vigorou.


Uma “evolução crescente” assinalada pelo Ministério, lembrando que os contribuintes abrangidos e que durante o respetivo prazo de entrega não confirmem a declaração automática de IRS nem entreguem a declaração manual, “no final do prazo verão a declaração automática provisória tornar-se definitiva e ser considerada como a declaração entregue para todos os efeitos legais”.

“Isto significa que estes contribuintes não estão obrigados a efetuar quaisquer procedimentos, seja de confirmação da declaração automática, seja de entrega da declaração nos termos gerais”, completa a tutela liderada por Fernando Medina, num comunicado enviado esta manhã às redações.

A época de entrega do IRS arranca este sábado e prolonga-se até 30 de junho. Há algumas mudanças, mas uma das principais é o desdobramento dos escalões de IRS, de sete para nove. Por saber está ainda se o Fisco conseguirá processar os reembolsos sem atrasos, numa altura em que tem sido chamado pelo Governo a operacionalizar alguns apoios, alertam os fiscalistas ouvidos pelo ECO.

Esta mudança nos escalões vai trazer mais alívio fiscal para os contribuintes. No entanto, será conjugada também com os efeitos da nova tabela de retenção na fonte que esteve em vigor em 2022. Enquanto, por um lado, a atualização dos escalões permite acomodar aumentos salariais, a aproximação dos montantes retidos ao imposto realmente devido pode encolher o reembolso.

Para ajudar os contribuintes no preenchimento de declarações, a Autoridade Tributária assegura um conjunto de instrumentos:

  • Serviço e-balcão, através do qual os contribuintes podem colocar as suas questões no Portal 3 das Finanças;
  • Centro de Atendimento Telefónico, disponível todos os dias úteis, entre as 9h e as 19h;
  • Vídeos tutoriais no Youtube sobre o preenchimento da declaração de IRS;
  • Assistente virtual para responder a dúvidas através do Facebook.

Para os cidadãos que possam ter maior dificuldade em fazer a entrega por via eletrónica, necessitando de recorrer presencialmente a Atendimento Digital Assistido, é disponibilizada ajuda em serviços de Finanças, bem como, em algumas juntas de freguesia e nas 1.159 Lojas e Espaços Cidadão espalhadas pelo país, recorda ainda o Ministério das Finanças.

É frequente ouvir que, quanto mais rápido entregar a declaração, mais cedo tem o reembolso. No entanto, alguns contabilistas avisam os contribuintes para não avançarem logo nos primeiros dias porque os formulários podem conter alguns erros. Certo é que já pode verificar no Portal das Finanças a simulação, para perceber quais são os montantes que pode espera

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Carlos Tavares critica volte-face no acordo da UE sobre motores a combustão. “Vai criar-se confusão”, avisa

Gestor português lamenta que alteração à diretiva de proibição de venda de carros com motores térmicos a partir de 2035 gere confusão aos consumidores e avisa para perda de competitividade da UE.

Carlos Tavares ficou desagradado com a alteração de última hora à diretiva europeia que proíbe a venda de carros a combustão a partir de 2035, mas que permite unidades com combustíveis sintéticos. Para o líder da aliança automóvel Stellantis, a situação vai gerar confusão junto dos consumidores e apenas resultou da força da Alemanha na mesa política europeia. O gestor português avisou ainda que a União Europeia tem de ser mais produtiva para voltar a ser competitiva e manter os padrões de qualidade de vida.

Quem manda na Europa são os alemães. Foram os únicos que disseram que não e parou tudo naquele momento. É a primeira conclusão geopolítica a retirar. Se tivesse sido Portugal a dizer que não, nada teria acontecido”, comentou Carlos Tavares durante uma mesa redonda que decorreu nesta sexta-feira na fábrica da Stellantis em Mangualde.

A permissão da venda de automóveis com combustíveis sintéticos “vai criar uma situação que já é caótica”. Segundo o gestor, “se a situação regulamentar fosse claríssima, em que os carros térmicos vão desaparecer e não podem ser vendidos, pelo menos sabemos todos como devemos ir, até os consumidores. Se deixarmos nascer a hipótese de os combustíveis sintéticos poderem continuar a manter os veículos térmicos, vai criar-se confusão. Vai haver um abrandamento da dinâmica sobre o veículo elétrico, porque os consumidores vão hesitar”.

Sem ruturas do ponto de vista tecnológico, estes combustíveis apenas vão ser utilizados por pessoas com poder económico muito elevado. É uma questão de liberdade de movimento apenas acessível aos mais ricos, o que na atual sociedade europeia não funciona. Não é disso que se está à procura. Procura-se uma mobilidade limpa, segura e acessível para as classes médias. É isso que temos de resolver

Carlos Tavares

Presidente executivo da Stellantis

Carlos Tavares lembra que “há consumidores com uma certa dificuldade em entender como se vai instalar um posto de carregamento na sua casa, como vai fazer para ter acesso a uma densidade de infraestrutura suficiente para carregar o carro e poder ir do Porto para o Algarve sem estar a parar três horas de cada vez para fazer um carregamento”.

O líder português notou também que os combustíveis sintéticos “não são totalmente neutros”. Para Carlos Tavares, “quando se está a captar o carbono na produção do combustível e quando depois há a combustão do motor, essa equação não está totalmente equilibrada. Estes combustíveis não são totalmente neutros em carbono neste momento. Talvez venham a ser”.

A permissão dos combustíveis sintéticos pode ainda agravar as desigualdades de acesso aos automóveis. “O custo de produção destes combustíveis vai ser muito elevado. Estamos a falar de seis a oito euros de custo por litro. Se achamos muito dois euros por litro…Sem ruturas do ponto de vista tecnológico, estes combustíveis apenas vão ser utilizados por pessoas com poder económico muito elevado. É uma questão de liberdade de movimento apenas acessível aos mais ricos, o que na atual sociedade europeia não funciona. Não é disso que se está à procura. Procura-se uma mobilidade limpa, segura e acessível para as classes médias. É isso que temos de resolver.”

“Dentro de pouco tempo podemos anunciar que os nossos motores serão amigos dos combustíveis sintéticos mas a seis euros por litro talvez não haja muito interessados”, remata neste tema Carlos Tavares.

União Europeia tem de ser mais produtiva

Carlos Tavares conhece há décadas a realidade francesa, primeiro como gestor da Renault e evoluindo depois para a liderança do grupo Peugeot-Citroën (PSA) e da atual aliança Stellantis. Com a França em convulsão social por causa da lei para aumentar a idade da reforma dos 62 para os 64 anos, o gestor português avisa que esta situação mostra a falta de um projeto para a Europa.

“Estou muito preocupado com a situação europeia. A situação francesa, em particular, está a revelar algo mais profundo: a falta de um projeto de futuro para a Europa, de projeto comum, de não termos uma visão para onde queremos ir todos juntos com um certo apetite e uma certa vontade de atingir um ponto de vista melhor. A falta da visão comum está a criar um contraste muito grande com uma economia que está razoavelmente a funcionar mas que se está a tornar cada vez menos competitiva. Em relação ao resto do mundo, a competição na União Europeia está a tornar-se muito fraca”, alertou Carlos Tavares.

“A população está a pedir proteção e não se está a dizer que se os europeus querem proteger o seu nível de vida e a sua qualidade de vida têm de trabalhar mais, não em termos de horas mas sim de eficiência. É necessária menos burocracia, menos tecnocracia, menos regulamentação, mais iniciativa individual”, propôs o gestor português.

Sobre o plano de subsidiação da economia dos Estados Unidos e um aumento do protecionismo face à União Europeia, Carlos Tavares considerou a fragmentação do mundo como “um risco muito grande para a sociedade ocidental”. Para o líder da Stellantis, “é uma ilusão pensar-se que a fragmentação do mundo nos vai proteger. É uma ilusão total”.

A população está a pedir proteção e não se está a dizer que se os europeus querem proteger o seu nível de vida e a sua qualidade de vida têm de trabalhar mais, não em termos de horas mas sim de eficiência. É necessária menos burocracia, menos tecnocracia, menos regulamentação, mais iniciativa individual

Carlos Tavares

Presidente executivo da Stellantis

Na ótica de Carlos Tavares, “até agora, o mundo ocidental tinha uma certa capacidade em vender a sua tecnologia pelo mundo. Se formos fragmentar o mundo porque nos queremos proteger dos países low-cost, dentro dessa bolha vai haver uma bolha norte-americana, europeia e chinesa. Dentro da bolha haverá fenómenos óbvios de falta de oferta que vão criar uma inflação terrível”.

Se tal acontecer, no mercado automóvel “vai haver uma inflação brutal porque está tudo à procura de um material escasso e que não tem quantidade de oferta suficiente para alimentar o mercado europeu”. No final, Carlos Tavares alertou que “há uma precipitação muito típica da União Europeia” e uma “falta de reflexão estratégica com uma profundidade de campo suficiente”. Para o gestor, é necessário “um plano a 10 ou 20 anos, não a um ou dois anos”.

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Líder da Stellantis admite fábrica de baterias na Península Ibérica

Até ao final do ano, aliança automóvel liderada por Carlos Tavares vai decidir se gigafábrica com tecnologia diferenciada vai ficar em Portugal ou Espanha. Aposta nas renováveis favorece Portugal.

A aliança automóvel Stellantis já conta na Europa com três fábricas de transformação de baterias. Há gigafábricas em França, Itália e Alemanha, com recurso à tecnologia de células de níquel, magnésio e cobalto. No entanto, a Península Ibérica pode ficar com uma vaga para a segunda geração destas fábricas, admitiu o líder da Stellantis, Carlos Tavares.

Há uma oportunidade e estamos a estudar a questão de criar mais uma gigafábrica, na Península Ibérica, que seja dedicada a uma tecnologia ligeiramente menos eficiente mas muitíssimo mais barata, chamada lítio-ferrofostato. A tecnologia vai ser necessária para tornarmos os carros elétricos mais acessíveis para a classe média. É indispensável. O único problema dos carros elétricos neste momento é o preço e o custo”, adiantou Carlos Tavares em mesa redonda esta sexta-feira a partir de Mangualde.

As baterias são a componente mais cara num carro elétrico, por causa da tecnologia que recorre a minerais como o níquel, magnésio e cobalto. “É uma tecnologia extremamente eficiente mas também extremamente cara”, avaliou o gestor português.

A hipótese da Península Ibérica prende-se com a dimensão do mercado, que tem um potencial “muito grande” para veículos elétricos acessíveis, e porque para alimentar o mercado europeu é preferível fabricar na Europa “para nos pormos ao abrigo do protecionismo”.

Portugal parte em vantagem face a Espanha por causa da energia “verdadeiramente” renovável, produzida a partir do sol e do vento, e do custo laboral “mais competitivo face ao norte da Europa”. Além disso, se houver uma proposta junto do Governo, “tenho garantias do Estado português de que estão abertos e muito interessados nessa possibilidade”, conforme o ministro da Economia, António Costa Silva, já referiu várias vezes em público.

No entanto, a aliança automóvel também valoriza a proximidade: “Produzimos os carros perto dos pontos de consumo, por lógica ambiental e económica”. O mercado automóvel espanhol é substancialmente superior ao português e já conta com uma gigafábrica do grupo Volkswagen, em Valência.

As decisões serão tomadas nos próximos meses. “Vamos concluir este projeto antes do final do Verão. Estamos a procurar os parceiros e as condições económicas, definir as capacidades necessárias e a química necessária. Até ao final do ano tem de se tomar uma decisão sobre a localização dessa fábrica.”

Entre o final de 2024 e o início de 2025, a fábrica da Stellantis em Mangualde vai começar a produzir carrinhas elétricas. Num investimento total de 119 milhões de euros, vão sair perto de 50 mil unidades todos os anos totalmente movidas a baterias.

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“Obrigação de ir para o veículo elétrico vai criar tensão social”, avisa Carlos Tavares

Líder da aliança automóvel Stellantis alerta para a necessidade de os carros elétricos serem acessíveis para que a classe média os possa comprar.

Não é com obrigações que os condutores europeus vão trocar os carros com motores térmicos por veículos totalmente elétricos. O líder da aliança automóvel Stellantis, Carlos Tavares, alertou para a necessidade de tornar os automóveis a baterias mais acessíveis para a população.

Tudo o que representa uma obrigação regulamentar em ir para o veículo elétrico vai criar uma tensão social. Os que são mais vulneráveis não têm capacidade de comprar um veículo elétrico de 30 ou 40 mil euros. O carro deles hoje vale apenas cinco mil euros. Não há recursos económicos para passar de um carro de cinco mil para um de 30 mil euros”, alertou o gestor português, durante uma mesa redonda com jornalistas nesta sexta-feira, a partir de Mangualde.

Carlos Tavares sinalizou que um carro elétrico “é melhor do que um térmico a nível de conforto, aceleração e de comportamento”. No entanto, em muitos Estados europeus, os presidentes de câmaras “vão começar a proibir o acesso a carros térmicos, o que provoca um problema social enorme. Um condutor pode ter de regressar a casa com um carro diferente com o que foi para o trabalho”, avisou.

Temos de tornar os carros elétricos acessíveis à classe média“, considerou. O gestor português lembrou que em países como Portugal, Espanha, Itália e Grécia, os carros do segmento B, os utilitários, “têm uma quota de mercado muito maior” do que nas restantes categorias.

As declarações de Carlos Tavares foram feitas no dia em que a Stellantis Mangualde anunciou que vai começar a produzir carrinhas totalmente elétricas entre o final de 2024 e o início de 2025. Com um investimento total de 119 milhões de euros, o projeto prevê a produção de cerca de 50 mil unidades logo no primeiro ano. A Stellantis Mangualde será a primeira fábrica nacional com produção de unidades elétricas em larga escala.

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Arranca a época de entrega do IRS com nove escalões

Fiscalista alerta para a pressão sobre a Autoridade Tributária, agora que tem um papel na operacionalização de alguns apoios. Maioria dos trabalhadores deve ter reembolso, ainda que mais reduzido.

A época de entrega do IRS arranca este sábado e prolonga-se até 30 de junho. Há algumas mudanças, mas uma das principais é o desdobramento dos escalões de IRS, de sete para nove. Por saber está ainda se o Fisco conseguirá processar os reembolsos sem atrasos, numa altura em que tem sido chamado pelo Governo a operacionalizar alguns apoios, como alerta o fiscalista Luís Leon.

Esta mudança nos escalões vai trazer mais alívio fiscal para os contribuintes. No entanto, será conjugada também com os efeitos da nova tabela de retenção na fonte que esteve em vigor em 2022. Enquanto, por um lado, a atualização dos escalões permite acomodar aumentos salariais, a aproximação dos montantes retidos ao imposto realmente devido pode encolher o reembolso.

Provavelmente, a tendência será de redução dos reembolsos”, admite Luís Leon, em declarações ao ECO, alegando que “tem havido uma tentativa do Executivo de ir reduzindo diferença entre imposto final e o que se vai pagando”. Ainda assim, atesta, “continuamos em pagar acima do valor e, portanto, os trabalhadores por conta de outrem, na sua maioria, vão continuar a receber reembolsos”, nota.

Continuamos em pagar acima do valor e, portanto, os trabalhadores por conta de outrem, na sua maioria, vão continuar a receber reembolsos.

Luís Leon

Fiscalista

Outro fator a ter em atenção são os apoios “anti-inflação” que muitas empresas deram no ano passado. A tributação destes “depende do incentivo e da forma como as empresas os disponibilizaram”, explica Anabela Silva, fiscalista da EY especialista em IRS. “Se os apoios foram dados por transferência bancária, já tiveram retenção na fonte. Se foram benefícios em espécie e géneros, agora é que vão ser tributados porque aí não há imposto retido”, nota Luís Leon.

Já os pensionistas vão ter também a tributação do “bónus” da meia-pensão que o Governo deu em outubro do ano passado, que, ao contrário do cheque de 125 euros, não foi isento de impostos. Ainda assim, o montante não será somado à pensão regular, pelo que não poderá levar a um salto no escalão e na taxa aplicada.

Entre os outros pontos a ter em atenção incluem-se as mudanças no mínimo de existência, deduções à coleta e IRS Jovem, destaca Anabela Silva. Alterações que surgem de medidas aprovadas no Orçamento do Estado para 2022, já que esse é o ano de referência desta campanha de IRS.

Luís Leon alerta também para a possibilidade de alguns constrangimentos na campanha deste ano. Será necessário perceber, “do ponto de vista administrativo da Autoridade Tributária (AT), se há atrasos na campanha de IRS para este ano”. É que, argumenta, o Governo tem colocado a AT a fazer apoio social e tem pedido [aos funcionários do Fisco] para fazer trabalho que não é da sua competência“, como o apoio às rendas com base nos cálculos de IRS e o processamento dos apoios às rendas.

“Não há aumento de recursos” dentro do Fisco, salienta o mesmo responsável, pelo que sustenta que é ainda incerto se a parte administrativa da campanha do IRS decorre como normal.

É frequente ouvir que, quanto mais rápido entregar a declaração, mais cedo tem o reembolso. No entanto, alguns contabilistas alertam os contribuintes para não avançarem logo nos primeiros dias porque os formulários podem conter alguns erros. Certo é que já pode verificar no Portal das Finanças a simulação, para perceber quais são os montantes que pode esperar.

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