TAP sobe ao ‘top 30’ das melhores companhias aéreas. Pontualidade é o calcanhar de Aquiles

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Dezembro 2024

No ranking anual de companhias áreas da AirHelp, a TAP surge na 29.ª posição após subir duas posições face a 2023. Aeroporto do Porto continua a ser classificado como o melhor aeroporto português.

A TAP subiu dois lugares no ranking anual de companhias aéreas da AirHelp e ocupa agora a 29.ª posição, apesar de ter perdido pontos na avaliação global. A pontualidade continua a ser o fator que mais penaliza a avaliação da transportadora portuguesa, numa lista liderada pela Brussels Airlines, a Qatar Airways e a United Airlines.

Segundo o AirHelp Score 2024 para as companhias aéreas, a TAP baixou a pontuação de 7,16 para 6,97 pontos, mas, mesmo sendo analisadas mais companhias aéreas (109, quando no ano passado eram 83), subiu do 31.º para o 29.º lugar.

Dos três ponderadores em que assenta a avaliação das companhias aéreas, o mais baixo, no caso da TAP, continua a ser o da pontualidade dos voos (5,9), embora tenha melhorado face à pontuação de 5,7 registada no ano anterior. Na qualidade do serviço, a pontuação da transportadora portuguesa também aumentou, de 7,90 para 8 pontos, segundo o estudo da AirHelp, uma empresa especializada em indemnizações a passageiros por atrasos e cancelamento de voos.

Porém, na gestão de reclamações, a companhia aérea portuguesa viu a sua pontuação diminuir de 7,80 para 7.

Entre todas as companhias aéreas analisadas, o primeiro lugar é ocupado pela Brussels Airlines (8,12 pontos). A companhia belga subiu 11 posições e destronou a Qatar Airways (8,11 pontos), que liderava o ranking desde 2017, atirando-a para a segunda posição. No último lugar surge, novamente, a Tunisair, com uma avaliação global de 3,63 pontos.

Já a companhia aérea com a melhor pontuação em termos de pontualidade é a Oman Air (que, na classificação global, está no 19.º lugar), enquanto a menos pontual é a Tunisair (em 109.º lugar). No que toca à qualidade do serviço, os passageiros da Emirates são os mais satisfeitos, apesar de ocupar o 55.º lugar da lista, e a Tunisair é, mais uma vez, a pior das companhias aéreas incluídas neste tópico. A Air Serbia (10.º lugar) tem a melhor avaliação na gestão de reclamações (9 pontos).

Classificação dos aeroportos portugueses piora face a 2023

Os aeroportos nacionais não acompanham as melhorias na avaliação da qualidade e até da pontualidade da companhia aérea portuguesa, segundo dados divulgados pela AirHelp no verão. O relatório colocava o Humberto Delgado, em Lisboa, como o sexto pior entre 239 infraestruturas avaliadas, com uma nota de 6,59 numa escala de 0 a 10.

O Francisco Sá Carneiro (Porto), por sua vez, surgia como o melhor aeroporto português, apesar de ter descido da 91.ª posição que ocupava em 2023 (entre 194 infraestruturas avaliadas) para a 117.ª este ano. Ainda assim, a avaliação do aeroporto da cidade invicta melhorou de 7,52 para 7,60 pontos.

O aeroporto de Faro caiu do 137.º para o 185.º lugar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bancos emprestam valor recorde 1,7 mil milhões para compra de casa

Famílias pediram valor recorde de 1,7 mil milhões de euros ao banco para compra de habitação em outubro, o valor mais alto desde que há registos. Renegociações também voltaram a subir.

As famílias pediram um valor recorde de 1,676 mil milhões de euros ao banco para comprarem casa em outubro, enquanto as renegociações de contratos também voltaram a subir, superando os 500 milhões, com o mercado a recuperar depois de meses de contração devido à escalada das taxas de juro.

O Banco de Portugal adianta esta quarta-feira que as novas operações de empréstimos a particulares (incluindo contratos totalmente novos e contratos renegociados) totalizaram os 3,1 mil milhões de euros em outubro, mais 323 milhões em relação ao mês anterior.

Os novos contratos atingiram os 2,5 mil milhões de euros, dos quais 1,676 mil milhões tiveram a finalidade de habitação, “o valor mais elevado da série histórica, que se inicia em dezembro de 2014”, observa o supervisor. “Para esta evolução contribuiu o crédito concedido a mutuários com menos de 35 anos, que representou 48% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em outubro”, explica na nota divulgada esta manhã.

as renegociações de crédito à habitação subiram 100 milhões para 535 milhões de euros.

Os dados mostram que o mercado de crédito continua a recuperar à boleia da tendência de normalização das taxas de juro. A escala dos custos com os empréstimos bancários adiou a decisão de muitas famílias no que toca à compra de casa, custos que estão agora a aliviar.

A taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação baixou de 3,48% em setembro, para 3,39% em outubro, o valor mais baixo desde janeiro de 2023. “Esta taxa está a diminuir há 12 meses consecutivos”, sublinha o Banco de Portugal.

Nos novos contratos, a taxa de juro média dos novos contratos de crédito à habitação diminuiu 0,08 pontos percentuais, fixando-se em 3,29%. Já nos contratos renegociados, a taxa de juro média decresceu 0,15 pontos percentuais, para 3,73%.

Em comparação com a Zona Euro, onde a média da taxa das novas operações de empréstimo à habitação se situou nos 3,50%, Portugal regista a sétima taxa mais baixa. Malta, Espanha, França, Itália, Bélgica e Eslovénia apresentam taxas ainda mais baixas do que a portuguesa

(Notícia atualizada às 12h04)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banco de Portugal já deu luz verde à nova administração das sociedades de garantia mútua

Nova equipa comum às quatro sociedades entra no mandato de 2024-26 e será também a que ficará no pós-fusão. José Furtado, ex-presidente da Águas de Portugal, vai liderar as quatro sociedades.

O Banco de Portugal já deu luz verde à nova administração das sociedades de garantia mútua, que serão fundidas. José Furtado, ex-presidente da Águas de Portugal, vai liderar as quatro sociedades até que o processo de fusão esteja concluído, apurou o ECO junto de várias fontes. A decisão do regulador era aguardada desde julho. Todos os membros do conselho de administração e fiscalização foram aprovados pelo regulador para início imediato de funções.

No final de junho do ano passado, os acionistas das quatro sociedades – Norgarante, Garval, Lisgarante e Agrogarante – aprovaram a nomeação de uma nova equipa de gestão comum para o mandato de 2024 a 2026, mas também para se pronunciar sobre o processo de fusão. “Uma vez realizada a fusão, será também a equipa de gestão a vigorar na sociedade resultante da fusão”, explicou, na altura, fonte oficial do Banco Português de Fomento (BPF).

A nova equipa comum às quatro sociedades, que entra para o mandato de 2024-26, será também aquela que se irá manter depois da fusão, explica o BPF. Além de contar com José Furtado, a comissão executiva será composta por Marta Penetra, já anteriormente nomeada administradora executiva da Garval e da Lisgarante, representando nestas sociedades o acionista BPF; por Rui Teixeira, que vem da rede de retalho do BCP, e Rui Saraiva da Silva, ex-diretor de sinistros e contencioso na COSEC, a seguradora de crédito de onde vieram Ana Carvalho e Celeste Hagatong.

O presidente do conselho de administração é Joaquim Pinheiro, que foi aprovado nas assembleias gerais de maio de 2024 como presidente do conselho de administração da Garval, Lisgarante e Norgarante, e assumirá também a mesma função na Agrogarante.

A equipa conta ainda com vários vogais não executivos: Jaime Andrez, ex-presidente da Parpública, Isabel Lourenço, diretora do departamento de contabilidade no ISCTE-IUL, e Ana Filipa Mendes, membro do conselho de administração da Raize e da Impresa.

A nova equipa tinha de passar pelo crivo do Banco de Portugal, que tinha de fazer uma avaliação de fit and proper que normalmente dura, pelo menos, três meses. O “ok” chegou por carta esta terça-feira, segundo apurou o ECO.

O Banco Português de Fomento propôs ao Governo, em novembro de 2023, o início de um “processo de reorganização societária das SGM [sociedades de garantia múltipla], através das operações de fusão por incorporação de três das sociedades, na qualidade de sociedades incorporadas, em apenas uma, na qualidade de sociedade incorporante, passando, assim, o sistema a ter apenas uma SGM”, revelava o comunicado da instituição liderada por Ana Carvalho.

Para proceder a esta fusão, o Banco de Fomento contratou a PwC e o objetivo era garantir que as várias sociedades de garantia mútua prosseguissem a “mesma atividade, divergindo apenas a área geográfica em que atuam ou o setor de atividade em que intervêm”. Recorde-se que a Agrogarante centraliza a atuação no setor agrícola. Inicialmente, a administração do Banco de Fomento pretendia ter o processo de fusão concluído em abril de 2024.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal paga menos para emitir 1.250 milhões em dívida de curto prazo. Taxas ficam abaixo de 3%

O IGCP colocou dívida com maturidade a seis e a 12 meses, tirando partido do movimento descendente das taxas de juro nos mercados nos últimos meses.

Portugal colocou esta quarta-feira 1.250 milhões de euros em dívida a seis e a 12 meses. O Tesouro português emitiu o montante indicativo mais baixo previsto para esta operação, entre 1.250 e 1.500 milhões de euros, com taxas mais baixas do que nas emissões anteriores comparáveis.

Na linha mais curta, com maturidade em maio de 2025, o IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública emitiu 750 milhões de euros, com uma taxa de 2,646%, inferior aos 3,161% pagos na operação comparável realizada no passado mês de setembro. A procura situou-se em 1,84 vezes a oferta.

Já no prazo com maturidade em novembro de 2025, O Tesouro pagou 2,344% para colocar 500 milhões de euros, com a procura nesta linha a superar em mais de três vezes a oferta (3,11 vezes). Na última vez que Portugal foi ao mercado vender dívida com um prazo comparável, em outubro, a República pagou uma taxa de 2,66%.

O IGCP, que a partir de 2025 vai ser liderado por Pedro Cabeços, que irá substituir Miguel Martín à frente do instituto que gere a dívida portuguesa, regressou ao mercado da dívida de curto prazo num momento em que o mercado da dívida está a ser penalizado pela crise em França.

Ainda assim, e apesar da tensão vivida nos últimos dias no mercado da dívida gaulês, os juros da República continuam a beneficiar do movimento de descida de juros do BCE, refletindo-se em custos de financiamento mais baixos para o país. Com a economia da região a dar sinais de dificuldade — o motor da economia do euro, a Alemanha, está em contração e França com uma crise de dívida — e o índice de preços próximo do objetivo de 2%, a autoridade monetária liderada por Christine Lagarde deverá continuar a descer juros nos próximos meses.

(Notícia em atualização)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Subida do custo da mão-de-obra encarece em 4,2% a construção de casas novas

Evolução face a igual período do ano passado resulta sobretudo do crescimento dos encargos com mão de obra, cuja taxa subiu 9,7% em outubro. Por outro lado, preços dos materiais caíram 0,1%.

Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,2% em outubro face a igual mês do ano passado e mais 0,9 pontos percentuais (pp.) do que no mês anterior, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A evolução resulta sobretudo do crescimento dos encargos com mão-de-obra.

O organismo de estatística dá nota que os preços dos materiais caíram 0,1%, o que compara com a redução de 0,7% registada no mês anterior, enquanto o custo da mão-de-obra aumentou 9,7%, mais 1,3 pontos do que em setembro.

Fonte: INE

O custo da mão-de-obra contribuiu com 4,2 pp. para a formação da taxa de variação homóloga do custos da construção nova e os materiais uma contribuição nula. Entre os materiais que mais influenciaram negativamente a variação agregada do preço estão os betumes com uma descida de cerca de 20%, as madeiras e derivados outros materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização com descidas de cerca de 10%.

Em sentido oposto, destacaram-se o cimento com um crescimento homólogo próximo dos 10%, e os ladrilhos e cantarias de calcário e granito e as obras de carpintaria com subidas próximas dos 5%.

A taxa de variação mensal do custo de construção de nova habitação foi de 0,5% em outubro, 0,7 pp. superior à do mês anterior, uma vez que o custo dos materiais desceu 0,1% e o da mão-de-obra subiu 1,2%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Maior proprietário do Douro cria “comunidade de energia” em Gaia com empresa da Greenvolt

Produção fotovoltaica do grupo que detém as marcas de vinho Graham's ou Altano, nas Quintas do Marco e de Santo António, vai alimentar três instalações da Symington no centro histórico de Gaia.

 

Da esquerda para a direita: Valentim Miranda, vereador da Câmara de Gaia; Rob Symington, diretor de marketing da Symington; João Manso Neto, CEO do grupo Greenvolt; Rupert Symington, CEO da Symington; José Queirós de Almeida, CEO da Greenvolt Comunidades; Luís Loureiro, diretor de gestão de património da Symington

A Greenvolt Comunidades, empresa criada pelo grupo em 2022 para a promoção da geração distribuída de energia renovável, tanto para autoconsumo como através do conceito de comunidades de energia, fechou um acordo com a Symington Family Estates para a criação de uma comunidade de energia em Vila Nova de Gaia.

A dona das marcas de vinho Graham’s (Porto) ou Altano (DOC Douro) detém duas unidades de produção de autoconsumo (UPAC), localizadas na Quinta do Marco e na Quinta de Santo António. Uma produção fotovoltaica que irá alimentar três diferentes localizações detidas igualmente pela Symington, no centro histórico de Vila Nova de Gaia.

A potência conjugada de ambas as UPAC é de 377,8 kWh, assegurando uma produção anual de 440 MWh. O autoconsumo representa apenas 318 MWh, “criando a oportunidade para otimizar os restantes 122 MWh/ano produzidos”. A Greenvolt refere que a comunidade de energia vai permitir o aproveitamento dessa energia noutras localizações da Symington, “sem necessidade de realizar novos investimentos ou instalar painéis solares numa zona sensível, patrimonialmente”.

“As energias renováveis devem ser implementadas com rigor e alinhadas com os valores e normas ambientais, garantindo eficiência e um impacto sustentável. A descentralização é essencial neste processo, especialmente através de comunidades de energia, que permitem às empresas, como a Symington, otimizar infraestruturas já existentes, tornando-as mais eficientes e gerando benefícios significativos para o ambiente, o património e para o seu negócio”, salienta João Manso Neto, CEO do Grupo Greenvolt.

Citado no mesmo comunicado, Rupert Symington, CEO do grupo de vinhos, sublinha que esta parceria permite ao maior proprietário de vinhas no Douro (26 quintas com um total de 2.255 hectares, dos quais 1.024 hectares plantados com vinha) “otimizar a capacidade de produção que já [tem] instalada e usá-la em outras localizações do grupo, sem necessidade de qualquer infraestrutura adicional”. “Para nós a transição energética é essencial para concretizar a nossa missão, razão pela qual investimos na produção de energia verde para autoconsumo”, acrescenta o empresário nortenho.

Liderada por José Queirós de Almeida e a atuar no mercado desde abril de 2022, a Greenvolt Comunidades reclama a liderança neste segmento com mais de 60 MWp instalados, correspondendo a mais de 160 projetos de Norte a Sul do país, sendo que mais de 30 já se encontram em funcionamento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bancos cortam a fundo nos juros dos depósitos. Já rendem menos do que Certificados de Aforro

Taxa de juro das novas aplicações a prazo caiu em outubro pelo décimo mês seguido. Depósitos já rendem menos do que os Certificados de Aforro. Ainda assim, as famílias aplicaram um montante recorde.

Os bancos cortaram a fundo na remuneração dos depósitos a prazo no mês de outubro. A taxa média das novas aplicações baixou para 2,39%, recuando pelo décimo mês seguido. E já rendem menos do que os Certificados de Aforro. Ainda assim, as famílias aplicaram um montante recorde.

Desde o início do ano que a taxa dos depósitos bancários está em queda. Em dezembro do ano passado atingiu o pico acima dos 3% (3,08%), mas em 2024 já acumula uma descida de 0,69 pontos percentuais, mostram os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Novas aplicações já rendem menos que certificados

Fonte: Banco de Portugal

Esta redução surge num contexto de queda das Euribor por força das expectativas do mercado em relação às taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE).

No final do ano passado já se perspetivava uma descida dos juros do BCE, algo que veio a acontecer em junho. O banco central já promoveu três cortes de 25 pontos base desde então e a reunião da próxima semana trará uma nova baixa de 25 pontos base, perante o alívio das pressões inflacionistas.

Em comparação com a Zona Euro, onde a média foi de 2,73%, Portugal regista a sexta taxa mais baixa dos depósitos a prazo, superando apenas Chipre, Grécia, Eslovénia, Croácia e Espanha.

Por outro lado, esta evolução fez com que os depósitos passassem a render menos do que os Certificados de Aforro, cuja taxa base se situa nos 2,5% (calculada com base na Euribor a três meses).

Famílias aplicam montante recorde

Apesar disso, o montante de novas operações aumentou 1,73 mil milhões em outubro, totalizando os 13,2 mil milhões, “um novo máximo da série histórica”, nota o supervisor bancário.

Algo que terá a ver com a reaplicação das poupanças em novos depósitos. “As novas operações de depósitos a prazo incluem a reaplicação em novos depósitos de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo e que atingiram a maturidade em outubro sem renovação automática”, explica o Banco de Portugal.

Os dados mostram que nos novos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa de juro média diminuiu 0,15 pontos percentuais para 2,41%. Representou 97% do montante das aplicações efetuadas em julho. A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos e também dos novos depósitos a mais de 2 anos registaram quedas de 0,22 pontos percentuais e 0,8 pontos percentuais, fixando-se em 1,76% e 1,89%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 11h11)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Apenas 54% das marcas interagem com os consumidores através dos seus canais preferidos, revela estudo

Os consumidores mostram-se dispostos a gastar mais 32% em marcas que interajam consigo através dos seus canais preferidos e 40% dizem estar mais predisposto a repetir compras quando isso acontece.

Apesar de 91% dos consumidores a nível global esperar que as marcas se relacionem consigo através dos seus canais preferidos, apenas 54% das marcas respondem de forma consistente a essa expectativa.

Os dados são avançados no “Consumer Preferences Report“, da Twilio, para o qual foram inquiridas 3.900 pessoas (300 da Austrália, Brasil, Colômbia, França, Alemanha, Japão, México e Singapura, 500 do Reino Unido e 1000 dos EUA).

Esta lacuna “representa uma oportunidade significativa para as empresas repensarem as suas estratégias de canal e capturarem a fidelidade do cliente. Ao otimizarem o seu mix de comunicação para entregar o máximo valor e promover uma relação mais profunda, as empresas podem não apenas colmatar esta falha, mas também posicionarem-se à frente num mercado cada vez mais competitivo”, refere-se no estudo.

Esta ideia é reforçada tendo em conta que os consumidores até se mostram dispostos a gastar mais 32%, em média, em marcas que interajam consigo através dos seus canais preferidos. Esta percentagem é ainda maior em determinadas regiões, chegando aos 34% na América do Norte e aos 45% na América Latina.

Além disso, 40% dos consumidores dizem estar mais predisposto a repetir compras quando as marcas usam os seus canais preferidos e 30% apontam que é mais provável comprar algo pela primeira vez a uma marca que o faça.

Analisando por um prisma negativo, quase um em cada quatro consumidores assumiu ter feito uma compra a uma marca diferente no ano passado porque uma empresa não utilizou os seus canais de comunicação preferidos. 57% dos consumidores avançaram ainda ficar “às vezes, frequentemente ou sempre” frustrado quando as marcas usam os canais errados para comunicar consigo.

a falta de confiança na comunicação de uma marca levou também a que 66% dos consumidores a nível mundial tenham evitado fazer pelo menos uma compra no ano passado. 44% avançam que confiariam muito mais nas marcas se as suas mensagens ou canais sociais exibissem um logótipo ou um selo de verificação.

Como exemplo, 62% dos consumidores dizem que é muito provável abrir um email quando tem a confirmação de que este provem de uma marca em que confiam. No ano passado, entre os 56% de consumidores que receberam mensagens de texto por parte de marcas, 75% consideraram que tl aumentou a sua confiança na comunicação dessa marca. Além disso, 88% dos consumidores que receberam uma comunicação com um selo de verificação relataram aumento de confiança na marca.

O e-mail (79%) é, de forma expressiva, o canal de comunicação preferido, seguido pelos SMS (49%), Whatsapp (36%) e mensagens através de redes sociais (35%). No entanto, estas preferências divergem dependendo da geração e do fim a que as mensagens se destinam.

Mas também o tempo de resposta é muito importante para os consumidores, sendo que 65% dos consumidores a nível global dizem ficar frustrado e/ou irritados perante a lentidão nas respostas por parte das marcas. Na verdade, apenas 41% dos consumidores dizem que as marcas correspondem sempre ou frequentemente às suas expectativas em termos de tempo de resposta.

Isto é particularmente significativo quando 86% dos consumidores diz que a capacidade de enviar mensagens a uma marca em tempo real aumenta a probabilidade de concluir uma compra.

Mas quão rápido esperam os consumidores receber uma resposta por parte das marcas? 30% esperam que aconteça dentro de uma hora, mas 21% esperam mesmo que aconteça “imediatamente”. Um pouco menos de metade (44%) referem que esperam ver a sua pergunta respondida até um dia e 6% entre uma semana ou mais.

Uma resposta rápida não só cria confiança e lealdade, mas também posiciona a marca como confiável e focada no cliente. No mundo atual, onde os consumidores têm inúmeras opções, ser rápido para responder às suas necessidades é crucial para garantir e reter clientes”, refere-se no “Consumer Preferences Report“, onde se avança ainda que 46% dos consumidores abandonaram uma marca no ano passado devido à sua lentidão nas respostas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Cinco empresas portuguesas juntam-se à rede ELITE da Euronext

  • ECO
  • 4 Dezembro 2024

O programa da Euronext para apoiar e acelerar o acesso das empresas aos mercados de capitais privados e públicos conta já com 29 empresas nacionais.

O programa ELITE da Euronext, dedicado a apoiar o crescimento sustentável de pequenas e médias empresas, deu as boas-vindas a cinco novas empresas portuguesas no lançamento do seu quarto grupo em Portugal: Barpa (Grupo Argon), Extra Transportes, Lipimalhas, Tech4Home e Vizelpas são as mais recentes companhias a integrar a rede ELITE, representando setores como tecnologia, bens e serviços industriais, e bens de consumo e retalho.

Valorizamos a importância do crescimento e desenvolvimento de empresas portuguesas de elevado potencial, pelo que estamos entusiasmados por anunciar o lançamento deste quarto grupo em Portugal e da primeira iniciativa da ELITE no Porto”, refere Marta Testi, CEO da ELITE, em comunicado.

Este novo grupo marca a primeira expansão do programa para o norte do país, contando com a colaboração da AEP (Associação Empresarial de Portugal) e da Católica Porto Business School como parceiro académico.

Com a adição destas cinco novas empresas, a rede ELITE em Portugal passa a contar com 29 empresas nacionais de 14 setores distintos. Segundo a Euronext, estas empresas, em conjunto, geram receitas anuais agregadas de 1,8 mil milhões de euros e empregam mais de 11.600 pessoas em todo o país.

O programa ELITE foi lançado em Portugal em dezembro de 2022 e foi pensado com o intuito de acelerar o acesso das empresas aos mercados de capitais privados e públicos. Para esse efeito, o programa oferece às empresas participantes acesso a três fontes de capital: educativo, relacional e financeiro. Além disso, proporciona ferramentas financeiras alternativas, privadas e públicas, e acesso direto aos mercados, permitindo às empresas expandirem-se globalmente e consolidarem as suas posições de mercado.

Em colaboração com a Católica Porto Business School, o programa é estruturado em três partes, inclui módulos sobre entrada em novos mercados, crescimento como empresa internacional e financiamento do crescimento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Obrigações francesas negoceiam estáveis, com investidores à espera das moções de censura ao Governo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Dezembro 2024

Mercados aguardam moções de censura. Spread das obrigações de França face às bunds desliza esta quarta-feira para 82,6 pontos base, mas pode passar os 100 pontos se a crise política se aprofundar.

Apesar de Michel Barnier ter alertado para uma “tempestade” económica e financeira no caso de o seu Governo minoritário ser derrubado — o que é provável de acontecer quando forem a votos duas moções de censura na Assembleia Nacional –, a crise em França está a ter pouco impacto nos ativos gauleses esta quarta-feira, com os investidores em modo de espera.

Na Bolsa de Valores de Paris, o seu principal índice, o CAC 40, está a valorizar cerca de 0,4%, e os seus congéneres europeus mostram-se estáveis face à provável queda do Executivo francês, com o Stoxx 600 a ganhar 0,3% e o alemão DAX a subir 0,6%.

Mas as atenções têm estado centradas, sobretudo, nos títulos da dívida gaulesa. No início da semana, o spread entre as obrigações soberanas de França a 10 anos e as bunds alemãs — que serve de barómetro da confiança dos investidores na fiabilidade creditícia de segunda maior economia da Zona Euro — atingiu níveis comparáveis aos de 2012, ao tocar os 88 pontos base.

Esta quarta-feira, a taxa de rendibilidade das obrigações francesas a 10 anos negociava nos 2,903%, com o spread face à Alemanha nos 82,6 pontos base, recuperando ligeiramente face aos 86,8 pontos da sessão anterior.

Não obstante, o risco para as obrigações francesas persistirá se a instabilidade política se prolongar. Segundo a Reuters, os investidores esperam que o spread alcance cerca de 100 pontos de base caso o Governo de Barnier seja derrubado na Assembleia Nacional, com as consequências da crise política a prejudicarem também as empresas, os consumidores e os contribuintes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Porto Tech Hub Conference 2024 bate recorde de participantes e reúne o ecossistema tecnológico na cidade

  • Conteúdo Patrocinado
  • 4 Dezembro 2024

A 9ª edição da Porto Tech Hub Conference reuniu mais de 1400 participantes e 30 oradores para falarem sobre Inteligência Artificial, computação quântica e segurança cibernética.

A 9.ª edição da Porto Tech Hub Conference lotou completamente o espaço da Alfândega do Porto, reunindo mais de 1400 participantes que assistiram entusiasticamente às apresentações dos 30 oradores distribuídos por sete palestras simultâneas.

O evento, que se pretende destacar no ecossistema tecnológico não só local, mas nacional e até internacional, ofereceu uma programação repleta de conteúdos inovadores nas áreas da Inteligência Artificial (IA), computação quântica, segurança, Cloud Computing e desenvolvimento de software. Mais do que tudo, explicou ao Eco Luís Silva, presidente da Porto Tech Hub, este é um evento que transforma conceitos em conhecimento “real”, transponível para as empresas e ambientes dos participantes.

Para abrir as “hostilidades”, Stephen Chin – que, além de vice-presidente de relações com desenvolvedores da JFrog e autor, realiza palestras de evangelismo no mundo inteiro, “entrevistando hackers no seu habitat natural” – abordou um dos tópicos quentes da atualidade: a Inteligência Artificial Generativa. Stephen Chin utilizou uma analogia com o cérebro humano para explicar como os Large Language Models (LLMs) funcionam, destacando que, enquanto o cérebro humano possui dois hemisférios – o direito, associado à criatividade e intuição, e o esquerdo, à lógica e análise – a IA, de forma similar, tem forças e limitações dependendo da tarefa. Destacando que a IA Generativa, embora seja excelente para tarefas criativas, enfrenta um grande desafio em termos de precisão e atualização das informações, Chin explicou como os knowledge graphs, construídos com dados factuais e atualizados, podem complementar os LLM através da técnica de Retrieval-Augmented Generation (RAG), permitindo que a IA gere respostas mais fiáveis e fundamentadas.

Outro tema central da conferência foi a segurança cibernética, abordado por Nicolas Fränkel. O Developer Advocate discutiu o desafio de manter a segurança em ambientes corporativos complexos, com centenas de aplicações e múltiplos acessos. Fränkel focou-se na importância de auditorias contínuas e na dificuldade de garantir a integridade da configuração de segurança, especialmente em sistemas baseados em código. O orador apresentou o Open Policy Agent (OPA) como uma solução para externalizar políticas de segurança, permitindo que as configurações sejam mantidas num formato textual auditável, o que, em conceito, facilita a implementação de um controlo de segurança robusto e escalável.

Kim van Wilgen trouxe à Alfândega do Porto uma perspetiva sobre gestão de equipas auto-organizadas, um conceito central do Agile Manifesto, mas que continua a ser um desafio para muitas organizações. Numa sessão onde as cadeiras foram escassas face ao número de interessados na palestra, Van Wilgen argumentou que, embora a auto-organização das equipas seja essencial para a inovação e produtividade, não significa ausência de liderança. Na verdade, para que as equipas auto-organizadas funcionem, é necessário um tipo de liderança diferente, mais voltada para a facilitação e o suporte, garantindo que a autonomia não comprometa os objetivos globais da organização. Van Wilgen apresentou um “crash course” sobre como guiar equipas auto-organizadas, destacando a importância de confiança, comunicação e clareza de propósito.

Os problemas ao trabalhar com LLM

Mete Atamel, engenheiro e Developer Advocate na Google, em Londres, abordou os problemas comuns encontrados ao trabalhar com LLM, como a geração de informações desatualizadas ou imprecisas, e como esses desafios podem ser mitigados. O especialista explicou como técnicas como Retrieval-Augmented Generation (RAG) e ReACT prompting podem melhorar a qualidade das respostas geradas, tornando as IA mais eficientes ao integrar dados atualizados e fontes externas de verificação. Atamel mencionou ainda a importância de dar às IA a capacidade de realizar “Function Calling”, ou seja, de interagir com API externas, para enriquecer o processo de geração de conteúdo e garantir a precisão das informações.

Já Sander Hoogendoorn, especialista em Agile, apresentou um olhar crítico sobre os desafios enfrentados pelas organizações na era pós-Agile, um momento em que muitas empresas se sentem “presas” devido à rigidez dos frameworks Agile tradicionais. Este programador com mais de quatro décadas de experiência – e que continua a escrever código diariamente – explorou nesta nova edição da Porto Tech Hub como muitas organizações estão a lutar para inovar, enquanto tentam manter sistemas legados que estão a definhar tecnicamente, onde a manutenção consome todos os esforços e recursos. O profissional propôs estratégias para desbloquear essa estagnação, incluindo o uso de ferramentas como ‘tech boards’, ‘microequipas’ e ‘idea funnels’, que podem ajudar as organizações a focarem-se em inovação contínua sem perder a agilidade necessária para se manter competitivas. Hoogendoorn partilhou ainda com os presentes exemplos de como essas abordagens têm sido aplicadas em empresas para promover a flexibilidade e a colaboração em tempos caracterizados por uma constante mudança.

Gavin King, por outro lado, ofereceu uma introdução à computação quântica, abordando os conceitos fundamentais de ‘quantum information’ e ‘quantum circuits’. Este Java Champion e Distinguished Engineer da Red Hat explicou, de forma acessível, como a álgebra linear é usada para entender os sistemas quânticos, e detalhou como as empresas estão a começar a explorar as potencialidades da computação quântica para resolver problemas complexos de processamento de dados. O orador destacou que, embora a computação quântica ainda esteja no seu estádio inicial de desenvolvimento, tem o potencial de transformar profundamente várias indústrias, como a farmacêutica, a segurança e a inteligência artificial.

‘Deep dives’ permitem ‘arregaçar as mangas’

Os workshops, que o vice-presidente da Porto Tech Hub, Samuel Santos, prefere apelidar de ‘deep dives’, foram uma parte fundamental da conferência, oferecendo uma oportunidade prática para os participantes aprofundarem os seus conhecimentos em temas específicos. Entre os workshops realizados, destacam-se os de computação quântica, arquitetura de sistemas, Data Science, Cloud Computing e ferramentas de desenvolvimento de IA Generativa. Estas sessões permitiram que os participantes não apenas aprendessem os conceitos, mas também aplicassem as técnicas de forma prática, trabalhando com especialistas da área.

Além das palestras e workshops, a conferência foi uma excelente oportunidade para as empresas parceiras mostrarem as suas últimas inovações tecnológicas. Empresas como a Emergn, Bosch, Volkswagen Digital Solutions e Mercedes Benz.io apresentaram soluções de ponta em várias áreas, demonstrando como estão a impulsionar a transformação digital e a inovação no setor tecnológico. A próxima edição, que celebrará o 10.o aniversário da Porto Tech Hub Conference e da associação, está já marcada para o dia 7 de outubro de 2025, até porque, como reforça Samuel Santos, “mal termina uma edição, começamos logo a trabalhar na seguinte”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Advogados decidem valor a pagar à Caixa de Previdência a 9 de dezembro

A determinação do fator de correção resulta de uma proposta da direção da CPAS, votada pelo Conselho Geral da mesma e fixada pelos ministérios da Justiça e da Segurança Social.

O Conselho Geral da Previdência dos advogados e solicitadores irá decidir – no dia 9 de dezembro – qual o fator de correção que vai ser proposto ao Governo para calcular o valor da mensalidade que estas classes profissionais terão de pagar à CPAS. Todos os meses, advogados e solicitadores têm de pagar, no mínimo, 267 euros, para ter direito aos apoios sociais e a uma reforma futura.

Mas desde 2018, o fator de correção do Indexante Contributivo (IC) da CPAS tem sido votado, anualmente, pelo Conselho Geral da CPAS. Isto porque o regime que entrou em vigor a 1 de julho de 2015 – que fez aumentar a contribuição a pagar -define (de forma transitória e excecional) a definição anual do fator de correção que define as várias mensalidades dos mais de 37 mil beneficiários. Para que o esforço contributivo dos beneficiários, com a subida do montante dos escalões não fosse imediato e muito significativo.

Assim sendo, quanto mais alto for o fator de correção, menor será o valor a pagar por um advogado ou solicitador. Para o ano de 2019, o IC foi ajustado por um FC de menos 14%. Para o ano de 2020 – e até 2024 – ficou em menos 10%. Com exceção deste 2024, as propostas da direção da CPAS acabaram sempre por ser aprovadas.

Para 2025, os advogados arriscam ter de pagar quase 300 euros por mês, no mínimo, para poderem usufruir dos direitos sociais que esta caixa lhes garante. O ECO/Advocatus sabe que a direção da previdência dos advogados deliberou que o fator de correção para o ano de 2025 passe a ser de menos 6%. E é isso que vai propor no Conselho Geral da CPAS que decorre a 9 de dezembro. Está agora nas mãos deste órgão definir o valor que será levado ao Governo.

Caso a vontade da CPAS vá para a frente, significa que o valor mínimo que um advogado vai pagar mensalmente à CPAS passa de 277 euros para 294 euros. Daqui resultará, a título exemplificativo, que no quinto escalão contributivo (o mais baixo de todos), os advogados e solicitadores paguem um montante de 294,93 euros. Nos termos legais, a direção irá submeter esta proposta a pronúncia do CG da CPAS. Ou seja, a decisão estará nas mãos desta entidade, liderada pela bastonária dos Advogados.

“Não me parece que o eleitorado da senhora bastonária fique melindrado com este valor de menos 6%”, diz Vítor Coelho Alves, presidente da CPAS. “Com esta valor, o aumento será menos expressivo (mais 17 euros) do que se não ficar estabelecido fator de correção, que implicará um aumento de 36 euros por mês”.

Vítor Alves, presidente da Caixa de Previdência dos Advogados, em entrevista ao ECO/Advocatus - 05MAI23
Vítor Alves, presidente da Caixa de Previdência dos Advogados, em entrevista ao ECO/AdvocatusHugo Amaral/ECO

Mas, se não for votado nenhum valor, o Governo decide automaticamente que não haverá fator contributivo. O que resultará no pagamento mensal de, no mínimo, 313 euros à CPAS. Questionado pelo ECO/Advocatus, o Ministério da Justiça sublinha que “só poderá pronunciar-se depois de analisar a proposta que lhe vier a ser formalmente remetida pela entidade competente”.

Um terceiro cenário será ainda a bastonária decidir – com voto de qualidade – esse valor em menos 14%, como o fez no ano passado.

A determinação do fator de correção, que é proposto pela direção ao CG da CPAS, é fixada pelos ministérios da Justiça e da Segurança Social, sendo publicado no Diário da República, depois de proposta da CPAS.

Segundo dados de março deste ano, os advogados e solicitadores devem 165 milhões à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS), mais 15 milhões do que o valor em março de 2023. que se situava na ordem dos 150 milhões em dívida, relativos a contribuições mensais que um advogado ou solicitador tem de pagar para ter acesso aos benefícios. Esta taxa de incumprimento situa-se à volta dos 21% do total dos beneficiários, que são cerca de 37 mil.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.