O dia em direto nos mercados e na economia – 3 de junho

Ao longo desta terça-feira, 3 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Nove empresas suecas participam no primeiro “plogging” organizado pela Embaixada da Suécia em Espanha na Casa de Campo em Madrid

  • Servimedia
  • 3 Junho 2025

A iniciativa visa promover a sustentabilidade através da ação local e da responsabilidade individual e coletiva.

No contexto do Dia da Suécia e do Dia Internacional do Ambiente, os empregados de nove empresas suecas presentes em Espanha reuniram-se hoje na Casa de Campo, em Madrid, para participar num dia de “plogging”, uma iniciativa sueca que combina o exercício físico ao ar livre com a recolha de resíduos.

No âmbito da campanha “Get Swedish. For Real”, liderada pela Embaixada da Suécia no nosso país, o evento teve como objetivo promover um estilo de vida saudável e responsável, inspirando os cidadãos e as empresas a agirem localmente para um futuro mais verde. Durante toda a manhã, os voluntários percorreram caminhos e zonas verdes do parque, recolhendo resíduos e separando corretamente os resíduos recicláveis.

Para nós, “plogging” significa agir de forma responsável e sustentável. Este ‘plogging’ é um gesto simbólico mas muito poderoso: mostra que a sustentabilidade é praticada com o corpo, com a mente e em comunidade”, afirmou Per-Arne Hjelmborn, Embaixador da Suécia em Espanha. “Com pequenos eventos como este, também criamos laços mais fortes entre as nossas empresas e a sociedade espanhola. Embora Madrid seja uma cidade particularmente limpa, há sempre quem deite lixo onde não deve. Escolhemos a Casa de Campo, um dos maiores parques urbanos da Europa, para levar a cabo esta iniciativa de sensibilização dos cidadãos para a redução da sua pegada climática”.

O plogging é um movimento global com origem na Suécia, inventado por Erik Ahlström em 2016, que combina a atividade desportiva com o compromisso ambiental. Através desta prática, os participantes recolhem os resíduos que poluem os espaços comuns, contribuindo assim para sociedades mais limpas e sustentáveis. A palavra plogging vem do sueco plocka upp (apanhar) e do inglês jogging (correr). A ideia é simples: os participantes (ploggers) partem com um saco do lixo para recolher os resíduos que encontram durante a sua corrida desportiva. De acordo com a ONU, nós, seres humanos, geramos mais de 2 mil milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos por ano, 45% dos quais são geridos de forma inadequada. Se não forem tomadas medidas urgentes, esta quantidade de resíduos aumentará para cerca de 4 mil milhões de toneladas até 2050.

A Suécia é um líder em matéria de sustentabilidade. Apesar de ter um PIB per capita elevado, um forte setor industrial, longas distâncias e invernos frios, fatores geralmente associados a elevadas emissões de gases com efeito de estufa, o país conseguiu reduzir as emissões em cerca de 30%, ao mesmo tempo que aumentou o PIB em 86% desde 1990. Atualmente, 99% da eletricidade produzida na Suécia provém de energia com emissões zero, 70% da qual é totalmente renovável, sendo a energia hidroelétrica e a energia eólica as duas mais bem implantadas no país.

CAMPANHA

Com esta ação e sob o lema “Play Swedish. A sério”, a Embaixada da Suécia em Espanha lançou ontem uma campanha digital que pretende dar um toque positivo e profundo à conhecida expressão espanhola ‘hacerse el sueco’ (brincar ao sueco). A partir do orgulho de fazer parte do dicionário da língua espanhola, a Embaixada da Suécia pretende com esta iniciativa realçar a utilização desta expressão popular e do seu significado “ignorar ou olhar para o outro lado” para sensibilizar para uma questão fundamental: o clima e o ambiente. O “ignorar ou olhar para o outro lado” face aos desafios climáticos e ambientais é contrastado com os compromissos climáticos e ambientais da Suécia, sugerindo uma forma de fingir ser sueco. É verdade.

Assim, o projeto nasceu com um objetivo claro: redefinir o significado de “jogar à sueca” com base nos valores que definem o modelo sueco, reconhecido internacionalmente pela sua liderança em sustentabilidade, igualdade, bem-estar e inovação. Através de políticas arrojadas, tecnologias pioneiras e um profundo respeito pela natureza, a Suécia posicionou-se como um dos países mais empenhados no futuro do planeta, pelo que “jogar à sueca” não é mais do que estar profundamente empenhado na sustentabilidade.

Respeitando a língua e a cultura espanholas, a campanha, que tem um marcado tom de humor e foi realizada pelas agências Allwhite e Tinkle, convida os cidadãos, as empresas e as instituições a “brincar aos suecos” no melhor sentido: trabalhar para um mundo mais justo, igualitário e sustentável. A campanha, liderada pela Embaixada da Suécia em Madrid, contou com a colaboração das seguintes empresas suecas pioneiras na sustentabilidade: ABB, AlfaLaval, Candela, Ericsson, IKEA, Scania, Tetra Pak, Volvo Cars e Volvo Trucks.

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Nexans continua a expandir seu portfólio de eletrificação com a aquisição da RCT Cables na Espanha

  • Servimedia
  • 3 Junho 2025

Esta aquisição estratégica reforça o compromisso da Nexans de expandir sua presença em locais chave, acelerando o crescimento em mercados verticais chave.

A Nexans concluiu nesta segunda-feira a aquisição de 100% do capital social da Cables RCT, sediada na Espanha, que oferece um amplo portfólio de cabos de cobre de baixa tensão com reconhecida experiência em soluções de cabos flexíveis para proteção contra incêndio em edifícios.

De acordo com a Nexans, que afirma ser um “líder na transição energética global”, a empresa opera em 30 países e tem uma forte presença no mercado ibérico.

Fundada em 1965, a Cables RCT tem um volume de negócios de 133 milhões de euros em 2024, emprega aproximadamente 175 pessoas, tem uma unidade de produção de cabos de última geração em Zaragoza e centros de logística em Barcelona, Madrid, Sevilha e Valência. Além disso, a Cables RCT espera que um grande programa de investimento (Capex) esteja totalmente operacional nas próximas semanas, totalmente financiado antes da data da transação, que irá aumentar a capacidade de produção em 25% com foco na proteção contra incêndios, em resposta à crescente demanda por soluções mais seguras e sustentáveis.

“Esta aquisição expande ainda mais a presença da Nexans no sul da Europa com ativos altamente complementares, juntamente com capacidades de produção de última geração e um forte foco em produtos inovadores de proteção contra incêndio. A mudança irá acelerar o crescimento rentável da Nexans, aumentando a eficiência, expandindo o portfólio de produtos e impulsionando a inovação na região”, explicou.

A equipe de gestão da RCT Cables continuará a alavancar seu crescimento futuro e apoiar a Nexans para alcançar sinergias substanciais após a transação. A Nexans espera uma significativa criação de valor para os acionistas através de sinergias atraentes que aproveitem ao máximo a presença industrial da RCT Cables, recentemente atualizada, ao mesmo tempo em que implementa os próprios programas de mudança da Nexans.

Christopher Guérin, CEO da Nexans, disse: “A aquisição da RCT Cables é mais um marco decisivo na execução de nossa ambição estratégica de ser um Pure Player em eletrificação. Ela fortalecerá a presença da Nexans em locais chave e acelerará nossa proeminência em mercados selecionados em linha com a estratégia do Grupo. Estamos satisfeitos em receber a equipa da RCT Cables para desenvolver o negócio e gerar valor em conjunto”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 3 Junho 2025

debate instrutório de processo separado da Operação Marquês arranca no dia da primeira sessão do Parlamento e Marques Mendes apresenta a comissão de honra da sua candidatura.

No dia da primeira sessão plenária do Parlamento após as legislativas, arranca o debate instrutório do processo separado da Operação Marquês e o candidato às presidenciais Luís Marques Mendes apresenta a comissão de honra da sua candidatura a Presidente da República. A Eurostat divulga dados da inflação e desemprego, enquanto a OCDE avança projeções para a economia mundial.

Arranca primeira sessão plenária do Parlamento

Nesta terça-feira arranca a primeira sessão plenária da Assembleia da República após as eleições de 18 de maio, data em que será também eleito José Pedro Aguiar-Branco como presidente do Parlamento. O Governo está em condições de tomar posse a 5 ou 6 de junho.

Arranca debate instrutório de processo separado da Operação Marquês

Arranca nesta terça-feira o debate instrutório separado da Operação Marquês onde o antigo primeiro-ministro, José Sócrates, e o empresário Carlos Santas Silva, respondem pela alegada prática em coautoria de três crimes de branqueamento de capitais e outros tantos de falsificação de documento. O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) admite que há risco de prescrição dos crimes de falsificação de documento.

Eurostat divulga dados da inflação e desemprego

O Eurostat vai divulgar uma estimativa rápida da inflação de maio na Zona Euro, o volume de negócios da indústria, licenças de construção e ainda dados do desemprego de abril. Em março, a taxa de desemprego da Zona Euro fixou-se em 6,2% e na União Europeia em 5,8%, a de Portugal ficou ligeiramente acima nos 6,5%.

OCDE lança projeções económicas

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga as mais recentes perspetivas económicas ou “Economic Outlook”, que contém análises e projeções para a economia mundial, países membros da OCDE, países do G20 e principais parceiros. A divulgação é feita no primeiro dia da reunião de dois dias do Conselho a nível ministerial da OCDE, presidido pela Costa Rica, que reúne ministros e altos funcionários dos países membros e parceiros da organização sob o tema “Liderar o caminho para uma prosperidade resiliente, inclusiva e sustentável através do comércio, investimento e inovação baseados em regras”.

Comissão de honra da candidatura presidencial de Marques Mendes

O candidato às presidenciais Luís Marques Mendes apresenta a comissão de honra da sua candidatura a Presidente da República. A apresentação contará com as intervenções de Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a escritora Alice Vieira e João Perestrello, presidente da SEDES Jovem. A apresentação arranca às 21h00 na União de Associações do Comércio e Serviços (UACS).

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CSO. Uma “função em construção” e a ganhar mais espaço na administração

Esta terça-feira, o CSO Circle, que reúne líderes de sustentabilidade de quase 40 empresas, tem o pontapé de partida.

O Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD, na sigla em inglês) dá esta terça-feira o pontapé de partida numa nova iniciativa que pretende reunir as empresas em torno do tema da liderança de sustentabilidade, à qual chamou “CSO Circle”, o equivalente a “Círculo de Executivos responsáveis pela Sustentabilidade”.

Ao ECO/Capital Verde, o BCSD e especialistas em governança sublinham o papel decisivo que um executivo com este pelouro pode ter numa organização, e preveem que este deverá ganhar continuar a ganhar relevância. Os responsáveis de sustentabilidade entrevistados destacam a necessidade de alinhamento do topo da empresa com a operação em termos de práticas ESG, assim como a importância de partilhar experiências e métodos de atuação.

Estamos a criar esta comunidade quer com CSO, que já têm esse papel, como com responsáveis no caminho para ser CSO“, introduz Filipa Pantaleão, secretária-geral do BCSD Portugal. Desta forma, o círculo inclui diretores de sustentabilidade, mas também diretores de risco ou das áreas de compliance, “áreas que estão ligadas à da sustentabilidade”. Entre os atuais 37 membros, contam-se de momento apenas quatro CSO.

governança sustentabilidade ESG

O objetivo é criar ligações entre os membros do círculo e que haja transferência de conhecimento entre os mesmos. Pantaleão considera que o papel de CSO é de momento uma “função em construção”. No CSO Circle, “não queremos uma receita única” para o desempenho destas funções, “depende das especificidades de cada empresa”, defende a secretária-geral do BCSD.

Filipa Pantaleão vê esta função como “estratégica”, pelo que entende que lhe deve ser atribuído um poder específico, em vez de ficar reduzida ao reporte de dados. “Tem que haver uma responsabilidade efetiva e forte na administração. Este é o caminho para sustentabilidade ser transversal na empresa“, remata.

Faz sentido ter um executivo que seja responsável por alinhar os compromissos [de sustentabilidade] com a estratégia da empresa“, entende Maria João Guedes, professora de governança no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). Um alinhamento “importante” numa altura em que os investidores e demais partes interessadas procuram empresas com um propósito mais sustentável e duradouro, ao mesmo tempo que estas matérias estão “cada vez mais regulamentadas”.

João Moreira Rato, presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG) vê como principal benefício de nomear um CSO o “gerar valor a prazo e tornar a empresa mais resiliente”. Considera esta função “muito importante” na medida em que é o motor de uma estratégia de sustentabilidade “que faça sentido” para a empresa: deve ouvir os stakeholders (partes interessadas) e “ajudar o conselho de administração a ouvi-los”, estando alinhado com os primeiros mas fornecendo informação relevante para alimentar a estratégia.

O CSO pode ainda ter um papel fundamental em detetar novas oportunidades de negócios relacionadas com a sustentabilidade, o que permite expandir a oferta da empresa, ao mesmo tempo que identifica potenciais riscos e exposições que a empresa tenha nestas matérias e minimiza impactos adversos, acrescenta e conclui a professora do ISEG. Por fim, deve promover uma cultura de responsabilidade social e sustentabilidade na empresa.

Contudo, Maria João Guedes reconhece: “a maior parte das empresas não terá um/a CSO apenas com este pelouro“, já que “a maior parte do tecido empresarial é composto por pequenas e médias empresas”, pelo que existe “falta de massa crítica para endereçar estas questões com uma pessoa dedicada a tal“. Geralmente a função recai em quem já exerce outro cargo, por exemplo o CEO ou o CFO.

O escrutínio destas matérias está sobretudo nas empresas cotadas e grandes empresas“, mas “o compromisso com a sustentabilidade deve existir em todas as empresas, independentemente do setor ou dimensão, adaptado ao modelo de negócio, exigência regulatória e recursos disponíveis”, finaliza Maria João Guedes. João Moreira Rato defende que as empresas mais pequenas terão necessariamente estruturas de sustentabilidade mais pequenas, mas pelo menos no caso das médias empresas a criação da posição de CSO é adequada.

Sobre o futuro da posição de CSO, João Moreira Rato antevê que esta se torne cada vez mais solicitada. “Antes, os CSO tentavam trazer os temas para o conselho de administração. A evolução vai ser o conselho de administração a dirigir mais pedidos aos CSO“, vaticina.

Tendo em conta o atual contexto, de um presidente norte-americano que se opõe à sigla ESG (fatores ambientais, sociais e de governança) e de uma União Europeia que está a simplificar a legislação de sustentabilidade (enfrentando algumas queixas), Filipa Pantaleão afirma que não nota um “esmorecer” do interesse das empresas nestas áreas, embora conceda que os esforços possam processar-se mais vagarosamente.

Líderes de sustentabilidade focados na prática

Fátima Portulez é o membro do conselho executivo da Trivalor com o pelouro da sustentabilidade. “O papel do CSO na organização consiste em compreender o ambiente e trazer ideias valiosas para a empresa, reconfigurar a estratégia da organização, liderar com pensamento estratégico e alinhar as equipas, envolvendo, educando e criando ligações”, entende.

Nesta empresa, desde 2018 que foi criada a Direção de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa, a qual reporta ao membro do Conselho de Administração com o pelouro da sustentabilidade. As mais de 10 participadas da Trivalor têm na sua estrutura elementos responsáveis que trabalham os temas da Sustentabilidade e RSC nas respetivas empresas, na sua maioria integradas na Direção de Qualidade, Ambiente e Segurança. Para Portulez, o objetivo no âmbito do CSO Circle é impulsionar o ESG e colocar a sustentabilidade no centro da estratégia empresarial“.

Na KPMG, “não existe formalmente um CSO, mas obviamente as funções de CSO estão alocadas na comissão executiva da KPMG“, explica Pedro Cruz, o ESG Coordinator Partner, que estará igualmente presente nos encontros dinamizados pelo BCSD. Como coordenador, Pedro Cruz é responsável por definir toda a estratégia de negócio relacionada com a sustentabilidade, quer no que diz respeito à parte de auditoria, como consultoria. Lidera, desta forma, toda a equipa que presta serviços de sustentabilidade aos clientes.

Na ótica do ESG Coordinator Partner da KPMG, a sustentabilidade da consultora passa sobretudo pelo pilar social, uma vez que “as pessoas são o principal ativo” e também o da Governança, assegurando uma atuação responsável. Encara o CSO Circle como um fórum onde poderá perceber o que as empresas presentes estão a fazer em termos de sustentabilidade, mas também partilhar boas práticas e procurar oportunidades de colaboração.

Catarina Portela Morais, responsável de Ambiente (Environmental Lead) na DLA Piper, também vai estar presente no Círculo de CSO em representação desta sociedade de advogados. A empresa não tem CSO, mas dispõe de uma equipa dedicada a integrar a sustentabilidade na respetiva governação, tomada de decisões e operações. E a líder de Ambiente na sociedade responde diretamente ao managing partner, Nuno Azevedo Neves, o qual remete depois aos membros da liderança global.

“Acredito que este espaço será fundamental para partilhar boas práticas, explorar tendências emergentes e, acima de tudo, colaborar na construção de soluções concretas para acelerar o impacto positivo coletivo”, indica Catarina Portela Morais. Ao mesmo tempo, espera reforçar a sua capacidade de liderança em sustentabilidade e aprender com as abordagens em diferentes setores.

Carla Grou é a managing director das áreas de Empresas e Sustentabilidade na agência de comunicação e marketing All Comunicação. Será também uma das presentes nas reuniões do CSO Circle. A All Comunicação conta com uma equipa de 20 pessoas, e os temas da sustentabilidade são trabalhados por Grou em conjunto com a equipa no seu todo, não existindo uma equipa específica. Embora a agência já implemente medidas como a redução do papel impresso ou do consumo da luz, Carla Grou entende que “há um caminho para fazer” e é isso que pretende entrando no círculo: “perceber o que podemos fazer melhor”, já que “a prática é mais exigente” que a teoria.

A Floene (antiga Galp Gás Distribuição) tem um departamento de sustentabilidade desde o final de 2021, quando a Allianz se tornou acionista. A responsável deste gabinete é Joana Appleton, que acumula esta função com as de Relação com Investidores e a área de Risco e Relação com Stakeholders. “Temas que também se relacionam com sustentabilidade”, e que reporta diretamente ao CEO, trimestralmente, explica.

O departamento entrega aos administradores um relatório com dados ESG e as iniciativas tomadas, assim como os resultados obtidos. A definição de objetivos é feita “pontualmente” pelo Conselho de Administração. Entre as reuniões temáticas que juntaram a administração da Floene desde o início do ano, conta-se uma subordinada ao tema “Sustentabilidade e Risco”, pelo que Joana Appleton considera que estes assuntos fazem parte das prioridades dos acionistas.

Appleton espera encontrar no CSO Circle uma oportunidade de trocar experiências sobre assuntos como a aplicação de novas diretivas ou sobre os métodos usados para fazer uma análise de dupla materialidade.

Os próximos encontros do CSO Circle, marcados para 14 de outubro e 3 de dezembro, têm como temas, respetivamente, “Enquanto CSO, como posso empoderar a sustentabilidade dentro da minha empresa? Como trabalhar a governança?” e “Cultura interna, influência para a decisão, construção de rede e parcerias”.

Contudo, o mote destas discussões futuras pode ser alterado, fruto dos resultados de cada evento, dos momentos de interação entre os membros do CSO Circle, do respetivo feedback e também de condicionantes externas, como o contexto nacional e mundial. Para já, o CSO Circle está desenhado para se manter ao longo deste ano, “mas queremos dar continuidade”, garante a secretária-geral do BCSD.

Além disto, serão realizadas sessões de aconselhamento estratégico em setembro, em parceria com Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), com base em tópicos e questões identificadas pelos participantes.

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Sociedades de advogados esperam que colaboração com novo Governo se mantenha

  • ADVOCATUS
  • 3 Junho 2025

A abertura da 8.ª edição da Advocatus Summit esteve a cargo de José Luís Moreira da Silva, presidente da ASAP – Associação das Sociedades de Advogados de Portugal.

“Há desafios que necessitam de intervenção do poder político e a ASAP espera continuar a colaborar na resolução desses desafios”. As palavras são de José Luís Moreira da Silva, presidente da Associação das Sociedades de Advogados de Portugal (ASAP), na abertura da 8ª edição da Advocatus Summit. Estamos perante o recomeço de um ciclo político em que não se estimam grandes mudanças na Justiça. Mas a ASAP tem sido considerado um parceiro com o Governo e assim pretende continuar”, disse o advogado.

A Advocatus Summit decorreu nos dias 29 e 30 de maio. Naquela que já é a sua 8ª edição, este ano o evento realizou-se no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. José Luís Moreira da Silva, presidente da ASAP – Associação das Sociedades de Advogados de Portugal, esteve a cargo da abertura. Veja aqui a sua intervenção na íntegra.

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Durante duas manhãs, reunimos alguns dos principais nomes da advocacia de negócios em Portugal para debater os grandes temas que moldam a prática jurídica: Fiscalidade, governance e compliance, investimento em Portugal, Cibersegurança e IA, Concorrência e direitos do consumidor, Agribusiness, smart cities e o papel do advogado em projetos cross-border.

O principal evento que liga a advocacia aos agentes empresariais e da economia é uma iniciativa ECO e ADVOCATUS que contou com o apoio de: Abreu Advogados, CMS Portugal, CS’Associados, Deloitte Legal, EY Law, Morais Leitão, Pérez-Llorca, PLMJ, PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados, Proença de Carvalho, PwC Portugal, Sérvulo & Associados, SRS Legal, TELLES e Vieira de Almeida.

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Dojo AI capta um milhão para ajudar marcas a serem ‘Sensei’ digitais

A startup cofundada por António Alegria e Duarte Garrido já tem "mais de 20 clientes, maioritariamente nos Estados Unidos e Reino Unido". Acaba de angariar um milhão de euros numa ronda 'pré-seed'.

António Alegria (à esquerda) e Duarte Garrido (à direita), cofundadores da Dojo AI

A Dojo AI levantou um milhão de dólares (cerca de 881 milhões de euros) numa ronda pré-seed para levar o seu Agente IA de marketing às marcas, ajudando-as a transformarem-se em mestres ‘Sensei’ do marketing digital. No início do próximo ano, a startup estima avançar para uma nova ronda de investimento.

“A Dojo AI é o primeiro ‘AI Marketing Operating System’ que permite às challenger brands competir com grandes empresas, automatizando e unificando todas as operações de marketing numa única plataforma”, explica Duarte Garrido, juntamente com António Alegria, cofundador da startup.

No core da Dojo estão “agentes de IA especializados (data analyst, performance agent, SEO agent, content agent, market research agent) orquestrados pelo ‘Sensei’, um copiloto que se integra automaticamente com ferramentas como Google Ads, Meta e LinkedIn, substituindo mais de dez ferramentas fragmentadas por um digital twin [gémeo digital] com toda a data de marketing, capaz de executar campanhas e conteúdos omnicanal”, descreve o cofundador.

A startup já tem “mais de 20 clientes, maioritariamente nos Estados Unidos e Reino Unido”, entre os quais a Yonder, PensionBee, Broadvoice, Ecologi, Work.Life, Hubstar e a Unbabel. Com esta injeção de capital — que teve a “Heartfelt.vc como fundo principal e um conjunto de angels de cargos seniores em empresas como Broadvoice, PensionBee, ServiceNow, Adobe, Expedia, Syngenta e ProjectA” a participar — tem planos para “contratar a equipa de engenharia para desenvolver o nosso produto Alpha (AI Marketing Agent System) e levá-lo a mercado”, adianta Duarte Garrido.

A equipa conta com sete pessoas, baseadas em Lisboa e Londres. “Já fechámos as contratações para este ano”, diz, quando questionado sobre novas contratações. Há ainda planos de, a curto prazo, voltar a reforçar o capital da startup. “No início do próximo ano levantaremos um seed“, afirma, com um montante ainda “indeterminado”.

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ASF e sindicatos assinam Acordo de Empresa após seis anos de negociações

Sindicato da atividade seguradora destaca "momento histórico" para os trabalhadores do regulador, que pela primeira vez dispõem de uma convenção própria.

Após quase seis anos de negociações — “em parte devido à especificidade da natureza da ASF, que exige determinados procedimentos que obstaculizaram a celeridade” das mesmas — foi assinado o Acordo de Empresa (AE), que passará a regular as relações laborais na instituição, indica em comunicado o Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Seguradora (STAS).

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) formalizou a outorga parcial do AE com o STAS e o Sindicato Nacional dos Profissionais de Seguros e Afins (SINAPSA). Documento que, segundo o STAS, marca um “momento histórico” para os trabalhadores, que pela primeira vez dispõem de uma convenção de trabalho própria, e para o próprio sindicado, que “passa a ter uma nova mesa negocial” daqui em diante. Considerado “um bom acordo”, o AE incorpora matérias “inovadoras no setor”, ainda que algumas possam ser “melhoradas futuramente”.

No âmbito do apoio infantil e escolar, os profissionais passam a contar com uma comparticipação de 100 euros desde a creche até ao 6.º ano; o valor sobe para 125 euros do 7.º ao 12.º anos e, no ensino superior (politécnico ou universitário), o apoio sobe para 175 euros e prolonga-se até o dependente ter 25 anos. O apoio ao nascimento ou adoção é de 750 euros.

O subsídio diário de refeição fixa-se em 12,40 euros. O salário mínimo na ASF é estabelecido em 900 euros, refletindo um aumento de 5,02%, enquanto o patamar remuneratório mais elevado se situa nos 2.410 euros brutos, após um acréscimo de 2,74%.

O sindicato destaca ainda que este AE conta com cláusulas de avaliação de desempenho e respetivo processo de reclamação, jornada contínua, dispensa no dia de aniversário, benefício de carreira e benefícios optativos, seguros de saúde, apoio infantil e escolar a apoio ao nascimento.

A ASF acrescenta que “continuam a ser negociadas com os sindicatos as matérias relativas a categorias profissionais, funções, níveis salariais e cláusulas de expressão pecuniária”. Enquanto o diálogo prosseguir, “estas matérias […] vão continuar a ter como referências as atualizações acordadas e publicadas no âmbito da ACT […] à semelhança de anos anteriores”.

O entendimento surge após uma “negociação construtiva”, onde imperaram “boa-fé e respeito mútuo”, frisa o regulador. Segundo a ASF, imperou a “boa-fé e respeito mútuo”. O objetivo é valorizar os recursos humanos, criar condições “justas e equilibradas” e assegurar estabilidade nas relações laborais, indica o regulador.

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Grupo de trabalho sobre alienação de empresas do Estado já entregou relatório ao Governo

Relatório entregue na data prevista. O universo avaliado inclui empresas totalmente públicas e participadas e exclui CGD, grupo Águas de Portugal, RTP e da Companhia das Lezírias.

O Governo já tem na sua posse o relatório do grupo de trabalho constituído para avaliar eventuais alienações de empresas do Estado. A análise das conclusões e decisão sobre a matéria é uma das próximas tarefas que o Governo que toma posse esta semana terá em mãos, mas é conhecida a posição do Executivo de que a carteira do Estado tem participações “sem fundamentação”.

Em dezembro, o Executivo de Luís Montenegro avançou com a criação de um grupo de trabalho para um levantamento das empresas do setor empresarial do Estado consideradas estratégicas. O universo abrangido inclui as empresas de capitais exclusivamente públicos e as empresas participadas, com exceção da Caixa Geral de Depósitos (CGD), do grupo Águas de Portugal, da RTP e da Companhia das Lezírias.

Um despacho do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, determinou que as conclusões do grupo de trabalho presidido por João Carlos Pinhão, vice-presidente da Parpública, fossem entregues até 31 de março deste ano. O ECO questionou o Ministério das Finanças, mas não obteve resposta. Contudo agora, numa resposta a deputados do PS, à qual o ECO teve acesso, o Terreiro do Paço indica que o documento foi “apresentado ao Governo na data prevista: 31 de março de 2025”.

O Ministério das Finanças assinala ainda que “as conclusões desse mesmo relatório serão objeto de análise e ponderação pelo próximo Governo”, isto é, aquele que toma posse esta semana.

O grupo de trabalho criado pelo Governo teve como objetivo “proceder a uma reavaliação dos ganhos de eficiência e de qualidade resultantes da manutenção e exploração das atividades abrangidas pelo Setor Empresarial do Estado”. De acordo com as direções dadas pelo Terreiro do Paço à equipa, o documento deveria incluir a identificação das empresas consideradas estratégicas, a fundamentação do caráter estratégico das empresas indicadas, o modo e regime de alienação das empresas que não sejam consideradas estratégicas e estimativa da receita decorrente da alienação.

Em janeiro, durante uma audição no Parlamento, Joaquim Miranda Sarmento defendeu que a carteira do Estado tem participações “sem sentido estratégico e sem valor”, o que “mostra bem” que há ativos “sem racionalidade e fundamentação“, e que, portanto, esta tem de ser reavaliada. Entre os exemplos apontou as participações de 0,01% na Fosforeira Portuguesa, 2,5% no World Trade Center de Macau e cerca de mil ações “de uma empresa cotada em bolsa, que é a Navigator”, reiterando que existem “mais exemplos de participações residuais, sem qualquer sentido estratégico e sem valor para o Estado”.

Aos deputados do PS, o Ministério das Finanças garante que ainda não existem quaisquer informações vinculativas que estipulem a alienação de participações da Parpública noutras empresas.

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Reeleição de Aguiar Branco dada como certa e nova disposição das bancadas. Parlamento toma hoje posse

Recandidatura de Aguiar Branco para presidente da Assembleia da República foi consensualizada com PS e Chega. Há um novo partido que hoje toma posse e o PS perde o estatuto de líder da oposição.

Quarenta e nove anos depois de pela primeira vez os 221 deputados eleitos em democracia se sentarem no hemiciclo para a primeira sessão legislativa, esta terça-feira entrará na história do Parlamento como o dia em que um dos dois tradicionais partidos do arco da governação não detém o título de segunda maior bancada parlamentar.

Com os 230 deputados eleitos nas legislativas de 18 de maio, a primeira reunião plenária deverá dividir-se em duas partes, uma de manhã e outra à tarde. Como habitualmente, os trabalhos arrancam às 10 horas com a constituição da Comissão Eventual de Verificação de Poderes dos Deputados Eleitos, constituída por 21 deputados de grupos parlamentares: sete deputados do PSD, cinco deputados do PS e cinco deputados do Chega e um da Iniciativa Liberal, Livre, PCP e CDS.

Como nessa altura ainda não haverá mesa do Parlamento, cumpre-se a tradição de convidar o presidente cessante para conduzir os trabalhos, tendo José Pedro Aguiar Branco chamado para secretários de mesa os deputados Germana Rocha, do PSD, e Gabriel Mithá Ribeiro, do Chega, que os dois partidos com maior representatividade nas últimas eleições.

Após a pausa para o almoço, os trabalhos reiniciam-se às 15 horas, para leitura do relatório e votação do parecer da Comissão de Verificação de Poderes dos Deputados Eleitos e para a eleição da mesa do parlamento, constituída por vice-presidentes, secretários e vice-secretário.

Uma eleição com desfecho à partida garantido se os partidos cumprirem o sinalizado, uma vez que a eleição é feita por maioria absoluta dos votos dos deputados em efetividade de funções. O PSD anunciou oficialmente na segunda-feira à tarde que propõe José Pedro Aguiar Branco novamente para presidente da Assembleia da República, após contactos com os restantes grupos parlamentares, nomeadamente PS e Chega.

José Pedro Aguiar-Branco já tinha manifestado disponibilidade para se recandidatar e o PS indicou que não irá criar obstáculos. Também o presidente do Chega, André Ventura, anunciou na segunda-feira que o partido votará favoravelmente ao nome proposto pelo PSD. Contudo, a votação é secreta e no ano passado o atual presidente da Assembleia da República só foi eleito à quarta tentativa, com 160 votos, cenário que o PSD quer agora evitar.

Estou absolutamente convencido de que não acontecerá. Tive oportunidade de falar com as lideranças dos demais grupos parlamentares e com alguns líderes partidários e estou convencido que a normalidade democrática vai imperar e José Pedro Aguiar Branco vai ser amanhã [terça-feira] eleito presidente da Assembleia da República”, afirmou o líder da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, em declarações aos jornalistas.

Na anterior legislatura, o PSD e o PS chegaram a acordo depois de o Chega à última hora ter rasgado o entendimento que tinha firmado com os sociais-democratas. Perante o impasse, Luís Montenegro e o ex-secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, estiveram reunidos e acabaram por concordar com uma solução de rotatividade com dois anos para cada partido, à semelhança do que acontece no Parlamento Europeu. A solução acabou por ser interrompida com a demissão do Governo e que desencadeou as legislativas de 18 de maio.

Em entrevista à agência Lusa, divulgada no domingo passado, o antigo ministro social-democrata, que nas eleições legislativas encabeçou a lista da AD pelo círculo de Viana do Castelo, afirmou que se recandidata às funções que ainda exerce para procurar concluir matérias que considera importantes e que foram interrompidas, como a reforma da justiça e as iniciativas para aproximar o parlamento dos cidadãos.

Acho que a função de presidente da Assembleia da República talvez seja neste momento das mais exigentes no que diz respeito ao próprio regime democrático, porque tem uma dimensão conceptual, mas tem também uma dimensão operacional. É no Parlamento que se têm de fazer consensos e criar maiorias, que se tomam medidas que depois impactam na vida dos cidadãos e se faz o escrutínio da ação do Governo – isto é nuclear no que diz respeito à qualidade do regime democrático”, advertiu.

José Pedro Aguiar-Branco diz mesmo sentir “essa responsabilidade sobre os ombros”. “Das minhas decisões, se vier a ser eleito, do que eu digo, do que eu faço e do que eu permito, impacta muito naquilo que tem a ver com a qualidade do regime democrático. É muito trabalhoso mas a democracia dá muito trabalho”, realçou.

PS perde papel de líder da oposição e a estreia do JPP

Há agora 10 partidos representados no Parlamento, mais um do que o ano passado com a estreia do JPP. As eleições legislativas antecipadas de 18 de maio deram uma vitória à AD de Luís Montenegro, que conquistou 91 deputados, 89 pelos círculos nacionais, mais dois pelos círculos da emigração.

Ainda assim, não alcançou maioria absoluta. O Chega destronou o PS e ascendeu a segunda força política e líder de oposição, ao conseguir eleger 60 parlamentares, 58 pelos residentes em Portugal e dois pelo estrangeiro, enquanto os socialistas, pela primeira vez na história, descem para terceiro lugar sem conseguirem um único deputado pela emigração e com uma bancada com 58 lugares.

A IL manteve-se o quarto maior partido no parlamento, com nove deputados, seguindo-se o Livre, com seis, o PCP, com três, e o BE, o PAN e o JPP, com um cada. Os resultados das eleições levaram uma reorganização da disposição dos lugares, desde logo na primeira fila que passará a ser ocupada, da direita para a esquerda, por cinco deputados do Chega, um do CDS, dois da Iniciativa Liberal, oito do PSD, cinco do PS, dois do Livre e um do PCP.

Com a subida de deputados do Chega, o PSD ocupará mais cadeiras ao centro, levando a que mais assentos do PS fiquem mais à esquerda. O CDS-PP irá manter-se entre o Chega e o PSD e a deputada única do BE irá deixar a primeira fila do Parlamento para se sentar atrás do PCP, partido que se mantém no extremo à esquerda do hemiciclo. Os lugares dos deputados únicos do PAN e do JPP irão, à partida, situar-se entre o PS e o Livre e não entre o PSD e o PS, conforme inicialmente discutido.

Dos 230 deputados eleitos, 77 são mulheres, mais uma do que na anterior legislatura. Há também quase meia centena de estreantes, com o Chega a liderar o número de caras novas: 15, contra 12 no PS. No PSD, a contagem só ficará correta quando Luís Montenegro, já indigitado pelo Presidente da República, anunciar a composição do Governo, uma vez que vários dos nomes eleitos e estreantes na Assembleia da República são atuais ministros. Na Iniciativa Liberal há três estreantes, enquanto no Livre dois.

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Metalomecânica de Braga faz mira às armas e drones com investimento de 2,5 milhões de euros

Promecel está a investir em novos projetos com capacidade para servir o setor da defesa, que deverão ajudar a faturação a subir dos 11 milhões previstos para 2025, até 15 milhões em dois anos.

A comemorar 40 anos em 2025, a metalomecânica de Braga Promecel está a investir 2,5 milhões de euros numa nova linha de produção na área da ótica, que tem na mira um novo cliente na Suécia do setor da defesa. Com este novo projeto, a empresa de componentes, que produz peças para coisas tão diferentes como sistemas anti-drone e miras, até componentes para barcos e relógios de luxo, bicicletas ou parques infantis, prevê atingir uma faturação de 15 milhões de euros, no prazo de dois anos, acima dos 11 milhões previstos para 2025.

Fundada em Maio de 1985, a Promecel, que exporta 95% da produção e emprega 116 pessoas, está presente em vários setores, produzindo para a defesa desde 2021. E este ano tem novos projetos importantes a arrancar.

Estamos a produzir amostras com um cliente para começar a produzir já uma certa quantidade a partir de setembro“, explica José Manuel Silva, diretor-geral da empresa, que está há pouco mais de um ano instalada na nova unidade no Parque Industrial de Adaúfe, em Braga. Conforme explicou ao ECO, a nova linha, que implicou um investimento de 2,5 milhões vai produzir “peças da área ótica que são utilizadas em equipamentos da área da defesa“.

José Manuel Silva, CEO da Promecel, com o presidente da câmara municial de Braga, Ricardo Rio, numa visita à Promecel.

Este investimento na área da ótica — mais concretamente na produção de miras — para um cliente na Suécia, vai reforçar o peso deste mercado nórdico na carteira de vendas. Com um peso de cerca de 10% na faturação atualmente, “com este novo projeto a Suécia andará [numa representatividade] nos 35 a 40%“, podendo ultrapassar França, que hoje vale 40% do volume de negócios, como maior mercado.

O projeto vai ainda permitir à empresa de componentes bracarense dar um salto na faturação. Depois de ter visto a faturação baixar de 11 para oito milhões no ano passado, o líder da empresa antecipa regressar aos níveis de 2023 este ano, passando nos próximos dois anos para 13 e 15 milhões em 2026 e 2027, respetivamente.

Mas há mais a acontecer na empresa localizada em Adaúfe. Já em julho, vai começar a fornecer outro cliente no setor da defesa. “Temos um parceiro europeu que comprava fora da Europa e que tem um projeto de produção de peças e componentes para combater os drones e nós fabricaremos cá componentes para esse projeto”, explica o líder da metalomecânica minhota, à margem de uma visita à empresa nas Semanas da Economia, promovidas pela InvestBraga e pelo Município de Braga.

Com negócios na área da maquinação, fundição, estampagem, galvanoplastia e montagem, a empresa está no pelotão da frente para beneficiar com os novos investimentos no setor da defesa.

Ao contrário de outras empresas que estão a começar a preparar-se para ganhar com esta nova vaga de capital, a Promecel já trabalha com o setor há vários anos, conta com certificações — este ano vai obter mais uma certificação específica para o ramo — e já tem parcerias estabelecidas a nível nacional e estrangeiro, “nomeadamente em Portugal e Espanha“.

Com uma estratégia focada na diversificação, a empresa de componentes produz peças que servem vários setores. Temos muitos projetos ao nível da parte elétrica, ao nível das bicicletas, barcos, da parte hidráulica“, detalha José Manuel Silva. Muitas vezes, a empresa nem sequer sabe qual será a utilização dos componentes que saem da sua unidade industrial de 6.000 metros quadrados.

Em termos de investimentos futuros — e apesar de a empresa contar com um terreno de 12.000 metros quadrados disponíveis para alargar a atual fábrica — , a prioridade é investir “em equipamentos mais produtivos para aumentar a produtividade“.

Depois de um ano difícil, marcado por uma forte quebra da atividade, a empresa já sente uma recuperação. “Como estamos num ramo de maior valor acrescentado é mais fácil sentir menos [o abrandamento no setor], porque não há tanta quebra de consumo”, conclui.

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Autarquias têm 111,6 milhões retidos por falharem deveres de informação

Santa Comba Dão é a autarquia que mais tempo demora a pagar aos fornecedores. No primeiro trimestre deste ano precisou de 141 dias para pagar as suas faturas.

Santa Comba Dão é a autarquia que mais tempo demora a pagar aos fornecedores. No primeiro trimestre deste ano precisou de 141 dias para pagar as suas faturas, uma melhoria face aos 212 dias registados no quarto trimestre de 2024, de acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral das Autarquias Locais. Mas os dados, mais uma vez, têm problemas de comparabilidade, porque apenas 169 municípios entregaram as contas finais.

O incumprimento das autarquias em termos de reporte voltou a aumentar e isso significa retenção das transferências para as câmaras. A 21 de maio havia 111,56 milhões de euros de retidos, referentes a 204 municípios por incumprimento dos deveres de informação nos últimos 12 meses, avançou ao ECO a DGAL.

“As autarquias têm até 30 de abril para aprovação e envio da sua prestação de contas”, nomeadamente a evolução do prazo médio de pagamentos, “mas a DGAL também tem a obrigação de publicação da lista até 30 de abril, motivo pelo qual, apesar de se estender o prazo para recolha da informação ao máximo possível” – os últimos dados públicos são referentes a informação foi recolhida dia 28 de abril – “há sempre entidades que ainda não remeteram as contas finais” – nestes casos são usados os “dados do reporte de dezembro, que têm um caráter provisório” – “ou entidades que estão a tentar remeter e por isso não terão ainda os mapas no estado validado, sendo que o apuramento apenas considera os dados validados”, explicou ao ECO fonte oficial da DGAL.

Quando os municípios têm informação em falta é-lhes aplicada uma retenção de 20% do duodécimo das transferências correntes e do Fundo de Financiamento da Descentralização (FFD), no mês seguinte ao do apuramento do incumprimento, “sem prejuízo do valor que seja anualmente estabelecido no decreto-lei de execução orçamental”, segundo o regime financeiro das autarquias locais. Os montantes são repostos no mês seguinte àquele em que a entidade visada passa a cumprir os deveres de informação que motivaram a retenção, acrescenta a lei.

Fonte oficial da DGAL considera que “não obstante o número ainda elevado de municípios com informação em falta na listagem do primeiro trimestre de 2025, tem-se vindo a verificar uma melhoria no reporte atempado da informação no SISAL”. Acrescentando que “a coincidência de reporte do primeiro trimestre de 2025 com o período de prestação de contas de 2024 e enfoque das entidades nesse processo, bem como o reprocessamento de peças de 2025 que o mesmo implica, refletem-se sempre num nível de reporte mais baixo do primeiro trimestre”.

No final do primeiro trimestre de 2024 havia apenas 99 municípios com informação validada, o que compara com as 179 dos últimos três meses de 2023.

Os níveis de reporte das autarquias traduz-se assim numa grande volatilidade no número de municípios que têm visto parte das suas transferências retidas. Nos últimos 12 meses, por exemplo, as retenções variaram entre 65 câmaras em junho de 2024 e 211 em agosto desse mesmo ano, os com valores a oscilar entre 11,18 milhões e 40,31 milhões de euros, respetivamente.

Em maio deste ano, o valor voltou a aumentar com 201 autarquias com 35,34 milhões retidos, que compara com 165 câmaras e 29,81 milhões retidos em abril.

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Globalmente, em maio, havia 204 municípios com 111,56 milhões retidos, porque as verbas só são devolvidas depois da situação ser regularizada.

O ranking dos prazos médios de pagamento das autarquias continua a padecer de falta de comparabilidade. Desde o quarto trimestre de 2019 que não existe uma listagem completa que inclua os 308 municípios devido às dificuldades técnicas de adaptação ao novo Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) introduzido em 2020. Além do prazo médio de pagamento dos municípios é afetada também a aferição do seu nível de endividamento.

De acordo com a informação disponibilizada pelas 169 autarquias, Santa Comba Dão era a autarquia que mais tempo levava a pagar aos fornecedores, no primeiro trimestre, mas não há dados de Tabuaço, que no trimestre anterior teve o prior desempenho, nem de Tábua que no final de 2024 ocupava o terceiro lugar do pódio.

Num universo de 169 municípios para os quais existem dados (menos 91 do que no trimestre anterior), dois demoravam mais de 90 dias a pagar as faturas a fornecedores, menos cinco do que no trimestre anterior: Santa Comba Dão e Caminha. Os dados da DGAL revelam ainda que oito câmaras demoravam mais de 60 dias, menos três do que nos três meses anteriores.

Em terceiro lugar do ranking dos prazos médios de pagamento das autarquias surge o Sardoal em ex aequo com Alfândega da Fé, com uma demora de 75 dias para saldar as suas faturas. Tarouca surge em quarto lugar com menos um dia.

O ECO questionou a Câmara Municipal de Santa Comba Dão e Caminha a 12 de maio, mas até à publicação deste artigo não obteve respostas.

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