A Vestige Collection alargará a sua oferta com a abertura de quatro novas propriedades “exclusivas” em 2025 nas Baleares

  • Servimedia
  • 6 Março 2025

A coleção de hotéis e propriedades privadas apresentou os seus novos empreendimentos para este ano, que incluem dois hotéis em Menorca e duas propriedades privadas em Maiorca.

A Vestige Collection, empresa hoteleira e imobiliária de luxo, anunciou a abertura de quatro novas propriedades até 2025: Son Ermità & Binidufà, em Menorca; e Miramar e Son Verí, em Maiorca.

Estas novas adições, afirmou, “reforçam o compromisso da marca com a conservação do património, a excelência do design e um conceito de luxo discreto e tranquilo. Cada uma destas propriedades representa a essência da Coleção Vestige: lugares com alma, reabilitados com um profundo respeito pelo seu património e convertidos em destinos exclusivos para quem procura privacidade, beleza e sofisticação”.

Son Ermità & Binidufà é um conjunto de dois hotéis boutique no coração de Menorca. Situados na parte norte de Menorca, Son Ermità & Binidufà são “dois hotéis irmãos, cada um com o seu estilo e encanto particulares”, partilhando uma propriedade rural de 800 hectares de vegetação e privacidade, “e separados um do outro por um antigo bosque ‘encantado’ que abriga a vida selvagem”.

As duas propriedades, situadas na mesma propriedade de 800 hectares a uma curta distância a pé da praia, datam ambas do século XVIII e foram cuidadosamente restauradas e convertidas em dois hotéis com 11 quartos. “Son Ermità, um refúgio intemporal de tons dourados rodeado de palmeiras, oferece belas vistas panorâmicas sobre as montanhas e a costa mediterrânica; e Binidufà, uma emblemática finca de tons avermelhados no vale, mantém a sua essência tradicional com uma abordagem contemporânea, onde os antigos estábulos foram transformados em quartos luxuosos”, diz a empresa.

Ambas as propriedades têm um restaurante sazonal e o seu próprio bar. Brisa, em Son Ermità, oferece cozinha de marisco com um toque francês para um menu diurno de arroz especial e pratos sazonais, ou jantar à noite. O Mesura, por sua vez, é a oferta gastronómica do Binidufà, que apresenta um menu totalmente vegetariano, com pratos opcionais não vegetarianos, inspirado nos sabores da cozinha do Médio Oriente.

As instalações dos dois hotéis, que incluem uma sala de tratamentos, três piscinas, instalações desportivas, bem como os restaurantes, estão à disposição dos hóspedes de ambas as propriedades, que podem ser transferidos de buggy entre as duas propriedades pelo pessoal do hotel.

MIRAMAR

Situada no coração da capital maiorquina, esta casa do século XVIII foi renovada para albergar oito quartos em suite e pode acolher até 18 pessoas. Situada junto à Catedral de Palma e ao lado do Arcebispado, esta propriedade, que é alugada como uma propriedade privada, goza de vistas panorâmicas sobre a marina e a baía.

Quatro dos quartos têm banheiras independentes, e a suite principal é um espaço de 48 m2 com vista para o mar, sala de estar separada, casa de banho privativa e casa de banho. Além disso, existe um nono quarto com casa de banho privativa e uma casa de banho adicional que pode ser utilizada para o pessoal.

Concebida para reuniões especiais de famílias numerosas e grupos, dispõe de espaços distribuídos por dois pisos: sala de cinema, biblioteca, escritório, terraço-solário, piscina coberta e aquecida de 31 m2 e ginásio interior com equipamento de última geração. Além disso, Miramar dispõe de uma cozinha de estilo profissional que pode ser utilizada de forma autónoma, ou pode ser contratado um chef privado para preparar pratos para um evento especial ou para toda a estadia na propriedade.

SON VERI

Situada no coração da serra de Tramontana, declarada Património Mundial na categoria de Paisagem Cultural pela UNESCO, esta propriedade oferece vistas para a baía de Palma e para a Cartuxa de Valldemossa.

Esta é uma moradia de arquitetura tradicional maiorquina que remonta ao século XIX, localizada muito perto de Valldemossa e apenas a 20 minutos de Palma de Maiorca. A propriedade tem oito quartos, cada um com a sua própria casa de banho, e quartos e áreas comuns que incluem sala de estar, sala de jantar, pátio interior, ginásio, piscina exterior, gazebo com churrasqueira e campo de ténis. Oferece ainda amplas áreas exteriores para relaxar, espaços para partilhar como a piscina, o terraço principal e a zona de chill-out junto ao lago, e espaços para passear entre as várias espécies vegetais.

“Cada propriedade da Coleção Vestige é um testemunho do nosso compromisso com a conservação, o design e a excelência do serviço. Son Ermità, Binideufà, Miramar e Son Verí refletem a nossa visão da hospitalidade: lugares com história, reinventados para o viajante contemporâneo”, afirmou Sebastian Styger, VP de Vendas e Marketing da Vestige Collection.

Estas quatro propriedades vêm complementar a oferta atual da marca, que já abriu o Palacio de Figueras nas Astúrias, a primeira propriedade da coleção a abrir em 2022; Son Vell, o seu primeiro hotel a abrir em Menorca em 2023; e Santa Ana, uma propriedade agroturística de 210 hectares localizada a poucos metros da famosa Cala Macarella, também em Menorca.

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Manuel Pinho recusa comparação com avenças da empresa familiar de Montenegro

O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, lança esta quinta-feira o livro "Erro? Sim, erro", onde revela o que chama de "erros" pelos quais o tribunal o condenou a 10 anos de prisão.

O antigo ministro da Economia, Manuel Pinho, lança esta quinta-feira o livro “Erro? Sim, erro”, onde revela o que chama de “erros” pelos quais o tribunal o condenou a 10 anos de prisão. O lançamento terá lugar na sua casa, nos arredores de Braga, onde se encontra em prisão domiciliária há mais de três anos, no âmbito do processo EDP.

“O objetivo é mostrar de uma forma clara e verificável que, primeiro, não fiz nenhum pacto com Ricardo Salgado, segundo, não recebi pagamentos indevidos quando fui ministro e, terceiro, não favoreci o BES no exercício das minhas funções“, revela em comunicado Manuel Pinho. O antigo ministro considera que o tribunal foi “parcial” ao não considerar como provada a sua interferência em várias importantes decisões contrárias ao interesse do BES, “demonstrando, assim, uma grande falta de isenção”.

Além de esclarecer sobre os “erros judiciários que mancharam uma vida”, o economista refuta também qualquer comparação com as avenças atribuídas à empresa de que a família de Luís Montenegro era titular. “A famosa tese da ‘avença’ alimentada por quem não estudou o processo está totalmente errada. Não recebi nenhuma avença e tudo o que recebi era-me devido contratualmente. Trata-se de uma questão fundamental porque não tendo existido pagamentos indevidos tal implica que não teve lugar nenhum crime de corrupção”, sublinha.

Em junho de 2024, Manuel Pinho foi condenado a dez anos de prisão efetiva por corrupção, fraude fiscal e branqueamento. E Ricardo Salgado condenado a seis anos e três meses por corrupção e branqueamento. Já Alexandra Pinho, mulher de Pinho, foi condenada a quatro anos e oito meses de prisão. A juíza decidiu penas superiores às pedidas pelo Ministério Público — nove anos para Pinho e seis anos para Salgado.

No acórdão de 700 páginas, a magistrada do processo EDP deu como provados “1030 factos” que considerou serem “imensos”, defendendo que o ex-ministro da Economia de Sócrates atuou sempre a favor dos interesses de Ricardo Salgado e não dos interesses públicos, usando “um cargo público, violando a lei (…) e mercadejou com o cargo, pondo em causa a confiança do cidadão no Governo.” Através de um “esquema previamente delineado”, violando deveres funcionais de ministro.

A condenação de Manuel Pinho ficou a dever-se, no essencial, a um pacto corruptivo celebrado com Ricardo Salgado, que presidia ao BES e ao GES. A troco de benefícios ilegítimos, Manuel Pinho teria passado a funcionar como uma espécie de “agente infiltrado” do ex-homem forte do BES – e mais tarde, no âmbito da Federação Portuguesa de Golfe, na comissão executiva
da candidatura de Portugal à Ryder Cup – para conceder vantagens indevidas ao BES e ao GES. “Este foi o cenário criado, mas que não corresponde à realidade”, diz Sá Fernandes.

Ao mesmo tempo, no livro, Manuel Pinho reconhece que também errou ao, “contra o desejo da minha família, ter aceitado ser nomeado por o governo, tendo em conta a prática inaceitável de o BES e os seus acionistas remunerarem os seus administradores e quadros superiores. Coloquei acima de tudo o desejo de retribuir ao meu país o que dele recebi, o que foi um erro. Porém, este erro não constitui um crime”.

Pinho fala ainda sobre o seu percurso de vida, profissional e académico, e sobre a experiência de enfrentar um sistema judicial que parece influenciado por populismos mediáticos, julgando a partir de perceções que se ouvem dizer e não a partir dos factos provados em tribunal.

Há cerca de duas semanas – a 13 de fevereiro – o advogado Ricardo Sá Fernandes lançou o livro “O Caso Manuel Pinho”. Em quase 700 páginas, o advogado (e amigo de infância) do ex-ministro da Economia reúne conteúdo da maior parte das peças processuais do processo EDP e tenta explicar em que é que Pinho errou (pouco) mas também explana a forma como foi “perseguido” pelas autoridades judiciárias portuguesas e pela comunicação social, que terão ajudado a uma “falsa perceção” de um Pinho corrupto. Certo é que o ex-ministro de Economia de José Sócrates – também este arguido mas no âmbito da Operação Marquês – foi o primeiro arguido a ser punido em Portugal por corrupção no exercício das suas funções públicas.

Dois meses depois do acórdão de condenação, a defesa de Pinho apresentou recurso na Relação de Lisboa e espera ainda uma decisão. Alega que o tribunal cometeu “erros crassos” na análise das provas, descrevendo-os como “graves e inaceitáveis”, e refuta todos os crimes pelos quais foi condenado, nomeadamente o pacto corruptivo com Ricardo Salgado ao deixar o Grupo Espírito Santo (GES), em 2005, para entrar para o Governo. “Não existiu o pacto corruptivo imputado a Manuel Pinho e Ricardo Salgado. Esta é a grande questão destes autos e o foco da luta do arguido, que, mesmo para além da questão jurídica, não merece ser conspurcado por condenação tão infamante, que já lhe destruiu boa parte da sua vida”, lê-se no documento, que sustenta que Manuel Pinho não atuou de forma contrária aos deveres do cargo e que não agiu como “agente infiltrado” de Salgado no Governo.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 6 Março 2025

O Parlamento volta a votar o diploma de desagregação de freguesias e Novobanco e REN apresentam contas. Na Europa debate-se a continuação do apoio à Ucrânia e decide-se o futuro da política monetária.

No mesmo dia em que o diploma de desagregação de 135 uniões de freguesias volta a ser apreciado e votado pelo Parlamento, o Novobanco e a REN apresentam os seus resultados anuais. A nível europeu, tem lugar uma cimeira especial para debater a continuação do apoio à Ucrânia e a defesa europeia e o Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) divulga a sua decisão quanto à política monetária, sendo expectável uma nova descida das taxas de juro em 25 pontos base.

Como vão as contas do Novobanco?

Numa altura em que se prepara para entrar numa fase decisiva de abertura do capital a novos investidores, o Novobanco divulga os seus resultados anuais de 2024. Em 2023, o Novobanco registou lucros de 743,1 milhões de euros, 32,5% acima dos 560,8 milhões registados em 2022. Por cá, também a REN apresenta os seus resultados referentes ao ano passado, enquanto lá fora as companhias aéreas Air France/KLM e Lufthansa também apresentam contas.

Europa debate segurança

Acontece esta quinta-feira uma cimeira especial de líderes europeus, convocada por António Costa, para debater a continuação do apoio à Ucrânia e a defesa europeia. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, participa como convidado e Luís Montenegro representará Portugal. Segundo disse António Costa, o Conselho Europeu desta quinta-feira vai trabalhar no sentido de uma paz justa e duradoura para o povo ucraniano.

Conselho do BCE reúne-se esta quinta-feira

O Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE) reúne-se esta quinta-feira e divulga a sua decisão quanto à política monetária. Os analistas dão como praticamente certa uma nova descida das taxas de juro em 25 pontos base, tal como aconteceu no final de janeiro. A concretizar-se, a descida colocará a taxa diretora nos 2,50%, a taxa de refinanciamento nos 2,65% e a da facilidade marginal de crédito nos 2,90%.

Reposição de freguesias volta a ir ao Parlamento

O diploma que aprova a desagregação de 135 uniões de freguesias, vetado pelo Presidente da República, volta a ser apreciado e votado pelo Parlamento esta quinta-feira. Após a confirmação do diploma, que está previamente anunciada pelos partidos que antes votaram a favor, Marcelo Rebelo de Sousa será obrigado a promulgá-lo no prazo máximo de oito dias.

Eurostat divulga três indicadores

O Eurostat divulga esta quinta-feira três indicadores. O gabinete de estatísticas da União Europeia irá revelar como evoluíram os preços das importações industriais e os preços na produção industrial, externos e totais, em janeiro. Também em relação ao primeiro mês do ano, o Eurostat divulga dados sobre o comércio a retalho.

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SEUR e TIPSA facturam mais de 1.100 milhões de euros e melhoram os seus resultados em 2024

  • Servimedia
  • 6 Março 2025

A SEUR aumenta o seu volume de negócios para 950 milhões de euros e a TIPSA atinge os 185 milhões de euros.

A Geopost apresentou os resultados do último exercício das suas duas marcas que operam em Espanha, a SEUR e a TIPSA. Entre si, as duas empresas registam um volume de negócios de 1.135 milhões de euros e, ao longo de 2024, entregaram um total de 163 milhões de encomendas.

O volume de negócios da SEUR em 2024 atingiu 950 milhões de euros, mais 3,3% do que no ano anterior, e entregou um total de 130 milhões de encomendas. Do total do volume de negócios, 46% corresponde à linha de negócio do comércio eletrónico, nomeadamente 440 milhões de euros, mantendo o seu papel fundamental no crescimento da SEUR. Outra destas alavancas de desenvolvimento é o negócio internacional, que também aumentou de volume em relação ao ano anterior, atingindo 320 milhões de euros.

O terceiro pilar em que assenta o crescimento sustentado da empresa são os serviços B2B, como a sua solução de frio SEUR. De facto, os números de 2024 mostram um aumento de 17,4% no volume de negócios desta solução de transporte com temperatura controlada.

A SEUR continuou a desenvolver a sua rede de pontos de conveniência Pickup. Esta extensa rede conta atualmente com 9.500 pontos (incluindo 1.300 cacifos) para os quais a SEUR enviou um total de 16,5 milhões de encomendas no ano passado.

“Conseguir estes bons resultados num contexto complexo como o que nos encontramos em 2024 evidenciou a importância de ter colocado no centro a qualidade do nosso serviço e a satisfação dos nossos clientes. Continuaremos a trabalhar para gerar confiança através de serviços baseados na digitalização, sustentabilidade e inovação, três atributos que definem a SEUR”, explicou David Sastre, CEO da SEUR.

Em 2021, a SEUR lançou um plano de investimento de 250 milhões que decorrerá até 2025 e que está a ser utilizado em novos desenvolvimentos para melhorar as operações diárias e as relações com os clientes. Além disso, a empresa também realizou investimentos significativos na sua rede de infra-estruturas para acompanhar o crescimento da atividade, estando prevista para este ano a abertura dos novos centros de Málaga, Granada e Alaquas (Valência).

A empresa encerrou o ano passado com mais de 10.000 profissionais e uma frota de 6.500 veículos, 20% dos quais correspondem à sua frota sustentável, composta por veículos elétricos e meios de transporte alternativos, como andarilhos e bicicletas.

TIPSA

Por seu lado, a TIPSA registou um volume de negócios de 185,3 milhões de euros em 2024, um crescimento de 3,9% em relação ao ano anterior. A empresa transportou 33,4 milhões de encomendas no ano passado, mais 4,3% do que no ano anterior. Estes números demonstram a importante projeção da TIPSA no setor logístico espanhol.

A empresa continuou a posicionar-se em serviços de valor acrescentado para o setor da saúde, sendo uma empresa de transportes “de referência”, segundo a empresa, para os setores farmacêutico, laboratorial, dentário e veterinário através da sua divisão TIPSA HEALTHCARE.

“A TIPSA continua a consolidar a sua posição no mercado logístico nacional graças ao nosso compromisso com a qualidade e a eficiência. Os nossos resultados refletem a confiança dos nossos clientes na nossa capacidade de fornecer serviços personalizados e elevados padrões de qualidade, permitindo-nos manter um crescimento sólido num ambiente económico difícil. A nossa rede capilar e a tecnologia avançada permitem-nos adaptarmo-nos às necessidades do mercado em constante mudança, garantindo entregas rápidas e seguras que reforçam a satisfação dos clientes e a nossa reputação no setor”, afirmou Maria Luisa Camacho, CEO da TIPSA.

Desde 2021, ano em que passou a fazer parte da Geopost, a TIPSA reforçou a sua estratégia de sustentabilidade em consonância com os objetivos do grupo e centrou-se na redução do impacto ambiental da sua atividade em todos os domínios. Para o efeito, implementou iniciativas como a utilização exclusiva de envelopes de plástico 99% reciclado, o que lhe valeu a certificação Blue Angel, bem como o alargamento do seu programa de reciclagem a toda a cadeia de valor. Também possui certificados de construção sustentável em HUBs como Saragoça e tem planos para eletrificar uma parte significativa da sua frota de veículos.

GEOPOST

Num contexto económico global ainda marcado pela incerteza, a Geopost registou um volume de negócios de 15.838 milhões de euros em 2024, um aumento de 1% em relação a 2023. Na linha expressa, o volume de negócios ascendeu a 13,277 mil milhões de euros, um aumento de 1,7%.

Os volumes movimentados ascenderam a 2.138 milhões de encomendas (+2,3% em relação a 2023), representando mais de 8 milhões de encomendas entregues por dia. O grupo reforça a sua posição no segmento B2B na Europa, ao mesmo tempo que no B2C, e continua o seu compromisso com a sustentabilidade.

Os resultados do grupo também confirmam o crescimento dos serviços Out Of Home, em particular, o grupo aumentou em 25% os seus volumes geridos nestes pontos, uma rede que agora totaliza 128.000 pontos na Europa, incluindo 31.000 pontos inteligentes. O negócio internacional intra-europeu também cresceu 6,7% em relação a 2023. Mas o maior aumento registou-se nos serviços de entrega especializados, nomeadamente nos serviços de temperatura controlada, em que a Geopost aumentou o seu volume em 23,8% no último exercício.

Em 2024, os investimentos do grupo ascenderam a 402 milhões de euros, principalmente dedicados à capacidade de triagem, à tecnologia, aos cacifos inteligentes e à infraestrutura de eletrificação da frota.

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Vouchers para Startups investigados por suspeitas de fraude com verbas do PRR

"A Startup Portugal, na sua atividade de análise, identificou um conjunto de factos que podem indiciar a intenção por parte de candidatos de obter apoios públicos de forma fraudulenta.”

O IAPMEI está a investigar várias suspeitas de fraude no programa Vouchers para Startups, lançado em novembro de 2022, com uma dotação de 90 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Ao analisar as candidaturas, a Startup Portugal identificou “um conjunto de factos” que podem indiciar a intenção dos candidatos em usar apoios públicos de modo fraudulento e por isso denunciou os casos ao IAPMEI.

A Startup Portugal, na sua atividade de análise, identificou um conjunto de factos que podem indiciar a intenção por parte de candidatos de obter apoios públicos de forma fraudulenta”, confirmou ao ECO fonte oficial da instituição, quando questionada sobre a existência de suspeitas de fraude.

Disto foi dado conhecimento ao IAPMEI, estando a correr os trâmites processuais e legais necessários para verificar esses mesmos factos podendo, eventualmente, resultar na sua denúncia, cumprindo a obrigação de denúncia prevista no Código de Processo Penal”, acrescentou a mesma fonte, remetendo uma eventual queixa para o Ministério Público após a conclusão do processo de verificação.

Fonte oficial da Startup Portugal escusou-se a revelar qual o número de suspeitas, montantes envolvidos ou algum tipo de predominância geográfica.

O programa Vouchers para Startups, até fevereiro só tinha aprovado 21% das cinco mil candidaturas recebidas, o que corresponde a um incentivo de 31,5 milhões de euros, tal como avançou o ECO o mês passado. Às empresas, no conjunto dos dois avisos, já foram pagos 10,98 milhões de euros.

Neste programa de vales foram realizados dois concursos: o primeiro recebeu 1.502 candidaturas, das quais foram selecionadas 739 que já receberam 10,38 milhões de euros. O segundo recebeu 3.499 candidaturas, sendo que só cerca de 300 terão recebido luz verde, de acordo com os dados avançados ao ECO em fevereiro por fonte oficial da Startup Portugal.

O ECO sabe que muitas candidaturas foram rejeitadas por não respeitarem a componente verde que era exigida. Uma das condições de elegibilidade das operações é os projetos serem “desenvolvidos por startups que tenham ou queiram desenvolver modelos de negócio, produtos ou serviços digitais, escaláveis, com componente verde”. E “entende-se por componente verde, componentes ou sistema de tecnologias avançadas ou fontes alternativas, compostas por modelos de negócio, produtos ou serviços digitais, que são primariamente responsáveis, ou necessários, para permitir o aumento da eficiência energética, a geração de fontes alternativas ou redução da poluição”, lê-se no aviso.

E, claro, porque houve vários casos suspeitos de fraude.

Reprogramação do PRR com ambição reduzida

Recorde-se que na reprogramação do PRR o Governo propôs à Comissão Europeia a redução da ambição desta medida. A meta era apoiar até 3.000 entidades beneficiárias até 30 de setembro de 2025. Mas perante os resultados, amplamente contestados pelas entidades que se candidataram, a opção do Executivo na reprogramação do PRR foi reduzir a ambição desta componente (C16).

De acordo com o texto da proposta de reprogramação do PRR “tendo por base o número de empresas apoiadas até ao momento”, o Governo propõe a “redução de ambição de 8.600 para 5.600 PME e incubadoras de empresas diretamente apoiadas por programas de digitalização, através da redução do valor nas medidas de “Coaching 4.0” e “Vouchers para Startups”.

Esta redução de ambição implica um “impacto financeiro de cerca de 50 milhões de euros”. No entanto, não é especificado qual o corte aplicado aos Voucher para Startups. Em fevereiro, a Startup Portugal aguardava “indicações sobre eventuais novas decisões referentes ao programa”.

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Defesa europeia. O que está em causa em 5 grandes números

Do valor do plano proposto pela Comissão Europeia à despesa dos Estados-membros com o setor em 2024, passando pelo apoio à Ucrânia, veja o que está em causa.

A defesa europeia centra atenções no debate político europeu e será o tema do Conselho Europeu extraordinário, que se realiza esta quinta-feira em Bruxelas. Do valor do plano proposto pela Comissão Europeia à despesa dos Estados-membros com o setor em 2024, passando pelo apoio à Ucrânia, veja o que está em causa.

800 mil milhões de euros

É o valor proposto pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para o plano “ReArmar a Europa”. Dos 800 mil milhões de euros em defesa previstos, 650 mil milhões advêm dos orçamentos nacionais dos Estados-membros e 150 mil milhões de euros de uma linha de crédito à semelhança do programa pandémico SURE.

326 mil milhões de euros

É o montante gasto pelos Estados-membros em defesa em 2024, tendo-se registado um aumento da despesa de 30% entre 2021 e o ano passado, de acordo com dados da Agência Europeia de Defesa. Considerando apenas os 23 países da União Europeia que são também membros da NATO, em 2024, as despesas com defesa ascenderam a 1,99% do seu PIB combinado, segundo a União Europeia.

102 mil milhões de euros

É a cifra a que ascende os investimentos dos Estados-membros no domínio da defesa em 2024, um máximo histórico, representando 30% das despesas totais com a defesa. Em 2023, os investimentos no domínio da defesa aumentaram 17% face ao ano anterior, alcançando 72 mil milhões de euros.

158,8 mil milhões de euros

A indústria europeia da defesa gerou um volume de negócios de 158,8 mil milhões de euros em 2023, o que representa um aumento de 16,9% face ao ano anterior, segundo os dados disponibilizados pelo Conselho da União Europeia. A tendência de crescimento registou nos três principais setores:

  • aeronáutica militar: 64,8 mil milhões de euros de volume de negócios (+15,8 %)
  • setor naval: 37,9 mil milhões de euros (+17,7 %)
  • setor terrestre: 56,2 mil milhões de euros (+17,7%)

135 mil milhões de euros

É o valor mobilizado pela União Europeia e os Estados-membros desde o início da guerra na Ucrânia, para apoiar o país invadido e a sua população, incluindo 48,7 mil milhões de euros para apoiar as Forças Armadas ucranianas, de acordo com dados do Conselho da União Europeia.

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Líderes europeus tentam forjar solução para “virar de página” na defesa europeia

Conselho Europeu extraordinário irá debater o plano da Comissão Europeia para aumentar o investimento em defesa. O objetivo é fazer avanços políticos para as primeiras decisões de curto prazo.

Os líderes europeus reúnem-se esta quinta-feira em Bruxelas, a convite do presidente do Conselho Europeu, António Costa, para uma cimeira extraordinária para trabalhar numa solução conjunta para a defesa europeia e Ucrânia. O objetivo é avançar rapidamente com as primeiras decisões de curto prazo, nomeadamente sobre o aumento do investimento nesta matéria.

A reunião arranca às 11h30 (hora de Lisboa), com a tradicional troca de pontos de vista com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, à qual se seguirá um debate com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante o almoço. Até ao fecho deste artigo ainda não existia confirmação se o líder ucraniano irá estar presencialmente na capital belga ou irá participar no encontro por videoconferência.

Posteriormente, durante a tarde, estarão em cima da mesa as propostas lançadas pela Comissão Europeia para aumentar o investimento em defesa.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, quer avançar rapidamente nas primeiras decisões a curto prazo, “para que a Europa se torne mais soberana, mais capaz e mais bem preparada para enfrentar os desafios imediatos e futuros à sua segurança”.

De acordo com fontes europeias, o plano de 800 mil milhões de euros apresentado esta semana por Ursula von der Leyen é encarado como “um virar de página” na resposta da União Europeia a este desafio.

Numa carta enviada às capitais, a presidente do executivo comunitário defende que os Estados-membros aumentem o investimento em defesa em 1,5% do PIB e desafia os líderes europeus a “enfrentar o momento, mobilizar os imensos recursos da Europa, convocar o espírito coletivo para defender a democracia”.

A proposta da Comissão Europeia prevê que as capitais europeias mobilizem 650 mil milhões de euros dos orçamentos nacionais e que o executivo comunitário lance um instrumento temporário de 150 mil milhões de euros para conceder empréstimos em condições mais favoráveis aos Estados-membros, ao estilo do adotado durante o programa pandémico SURE.

Para convencer os líderes europeus, Ursula von der Leyen propõe a flexibilização das regras orçamentais para que a despesa com defesa não conte para o Procedimento por Défice Excessivo (PDE). Ou seja, os Estados em que o investimento nesta área ultrapasse o limite de 3% não entrarão em incumprimento.

Os detalhes ainda não são conhecidos, mas fontes comunitárias indicam que a definição daquilo que será considerado “despesa com defesa” será um dos pontos a ter em atenção.

De fora da proposta da Comissão Europeia está a emissão de dívida comum, embora fonte europeia reconheça que há países favoráveis a essa opção. Portugal é um deles.

Recentemente, o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, assinalou que para Portugal esta flexibilização “não é particularmente relevante”, uma vez que o país está longe de ter um défice orçamental de 3%.

Contudo, como alertou a presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, em entrevista ao ECO, a despesa continuará a contar para a dívida. “É um passivo que fica ali sobre o Estado, que vai ter de honrar mais cedo ou mais tarde e com custos futuros para os contribuintes”, alerta.

O plano de Ursula von der Leyen prevê ainda uma reafetação de fundos da coesão, bem como capitais privados e crédito junto do Banco Europeu de Investimento (BEI). A presidente do banco da União Europeia, Nadia Calviño, já sinalizou que a instituição “está pronto para mais” investimento em defesa, propondo um alívio nas restrições ao investimento e o fim do limite nesta área.

Tencionamos também integrar o atual programa de 8 mil milhões de euros num novo objetivo de política pública transversal e permanente”, disse Nadia Calviño, citada pela Lusa, vincando que tais alterações iriam “permitir ao grupo BEI responder às necessidades de financiamento”.

Em causa estariam investimentos dedicados a utilizações militares, tais como quartéis e instalações de armazenamento, veículos terrestres e aéreos, drones e helicópteros, radares e satélites, aviónica avançada, propulsão e ótica, proteção das fronteiras terrestres, mobilidade militar, infraestruturas críticas, desminagem e descontaminação, espaço, cibersegurança, equipamento militar, proteção das infraestruturas marinhas e investigação, elencou ainda.

Para já, de fora da proposta da Comissão Europeia está a emissão de dívida comum, embora fonte europeia reconheça que há países favoráveis a essa opção. Portugal é um deles.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu durante o primeiro retiro informal de líderes da União Europeia, em fevereiro, um financiamento comum para a defesa europeia, inspirado no modelo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Defendemos a capacidade da Europa ter um processo de financiamento comum, porque o projeto também é comum”, afirmou aos jornalistas.

Além do investimento em defesa, os líderes europeus irão debater a situação na Ucrânia. Na quarta-feira, Kiev e Washington concordaram em voltar à mesa das negociações, depois do agudizar das tensões entre o presidente ucraniano e o presidente norte-americano, Donald Trump, e de este ter acusado a Europa de gastar “mais dinheiro a comprar petróleo e gás russos” do que na defesa da Ucrânia

Após a cimeira extraordinária em Bruxelas, António Costa e Ursula von der Leyen vão reunir-se na sexta-feira com parceiros não pertencentes à União Europeia, como o Reino Unido, Turquia, Islândia e Noruega, de acordo com fontes europeias. O objetivo passa por informar os respetivos líderes sobre as decisões tomadas na cimeira.

* Em Bruxelas. A jornalista viajou a convite do Conselho da União Europeia.

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BCE prepara mais um corte de 25 pontos base (e não será o último)

Com o quinto corte consecutivo, o BCE colocará a taxa de depósitos em 2,5%. Embora os analistas considerem que esta é a última reunião "fácil" do Conselho do BCE, antecipam mais cortes em 2025.

O Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar esta quinta-feira o quinto corte consecutivo das taxas diretoras – e o sexto corte desde que em junho se reverteu o ciclo, com o primeiro corte em quase cinco anos.

Se as expectativas dos analistas se confirmarem, a taxa de depósitos descerá novamente 25 pontos base para 2,5% (o valor mais baixo dos últimos dois anos), num movimento amplamente antecipado pelo mercado, mas que esconde um debate crescente sobre até onde irá a flexibilização nos próximos meses.

Enquanto as projeções de vários analistas apontam para uma descida da taxa de depósitos até aos 2%, ou abaixo desse nível até final do ano, vozes conservadoras no Conselho do BCE, como a de Isabel Schnabel, começam a questionar se não será hora de fazer uma pausa.

Neste cenário de bifurcação, a comunicação de Christine Lagarde sobre a manutenção (ou não) do caráter “restritivo” da política monetária promete ditar o tom do discurso da presidente do BCE na tradicional conferência de imprensa após o anúncio da decisão do Conselho do BCE.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

O dilema da “restritividade” é o novo campo de batalha do BCE

A reunião desta quinta-feira do Conselho do BCE é vista pela generalidade dos economistas como a última etapa consensual de um ciclo de abrandamento que já reduziu as taxas diretoras em 125 pontos base desde meados de 2024. “Esta será a última reunião ‘fácil’ do BCE”, antevê Rubén Segura-Cayuela, economista-chefe do Bank of America para a Europa, numa nota enviada aos clientes do banco.

O amplo alinhamento entre os membros do Conselho do BCE quanto à necessidade de estimular uma economia europeia estagnada – o PIB da zona euro cresceu cerca de 0,7% em 2024 – justifica o consenso em torno de mais um corte.

O corte de 25 pontos base esperado pelo mercado desta reunião colocará a taxa de depósitos no patamar superior do intervalo considerado neutro pelo BCE (1,75%-2,25%), reacendendo o debate sobre até que ponto a política monetária permanece restritiva.

Para Michael Krautzberger, diretor de investimento da Allianz Global Investors, “os desafios que ainda enfrenta a atividade económica da região” sustentam a necessidade de medidas adicionais.

Os dados mais recentes não desmentem essa leitura: a inflação desacelerou para 2,4% em fevereiro, aproximando-se da meta de 2%, enquanto o PMI composto de fevereiro sinalizou uma estagnação (50,2 pontos). Apesar disso, persistem riscos no horizonte. “A inflação dos serviços continua elevada em toda a Zona Euro”, alerta Stéphane Colliac, economista do BNP Paribas, numa nota publicada a 26 de fevereiro.

O corte de 25 pontos base esperado pelo mercado desta reunião colocará a taxa de depósitos no patamar superior do intervalo considerado neutro pelo BCE (1,75%-2,25%), reacendendo o debate sobre até que ponto a política monetária permanece restritiva.

“A questão determinante será se Lagarde mantém o termo ‘restritivo’ na comunicação”, sublinham Francesco Pesole e Benjamin Schroeder, analistas do ING, numa análise publicada a 3 de março. Caso o BCE opte por suavizar a linguagem – por exemplo, referindo que a política é “ligeiramente restritiva” —, estará a sinalizar abertura para uma pausa já em abril.

Num ambiente de incertezas gémeas – geopolíticas e económicas -, o BCE parece condenado a uma estratégia de “navegação à vista”. Como sublinham analistas do ING, “os indicadores macroeconómicos podem rapidamente tornar-se desatualizados”.

No entanto, a equipa de estratégia do ING argumenta que “as fragilidades estruturais da economia da Zona Euro” e as “pressões deflacionistas associadas a um mercado de trabalho em transformação” forçarão o BCE a levar as taxas até 2% ou menos.

Esta visão é compartilhada pelo Goldman Sachs, que prevê uma taxa de 1,75% em julho, citando “previsões de crescimento mais fracas no contexto do aumento das tensões comerciais”, referem os analistas do banco norte-americano numa nota de 28 de fevereiro.

Já a perspetiva da Allianz Global Investors é mais cautelosa. Embora espere que esta quinta-feira o BCE coloque a taxa de depósitos nos 2,5%, Michael Krautzberger adverte que “existe o risco de que essa taxa seja inferior a 2% antes do final deste ano”.

A gestora germânica está a posicionar as suas carteiras para um “steepening” da curva de rendimentos alemã, antecipando que a yield das obrigações de longo prazo subirão mais rapidamente que as de curto prazo à medida que o BCE normalize a política monetária.

Entre um cenário de estagflação e a pressão das tarifas de Trump

Nos bastidores da política monetária europeia há dois fantasmas que assombram as deliberações do Conselho do BCE – o risco de estagflação e a escalada protecionista da administração Trump – a que se junta o “elefante” na sala sob a imagem do impacto das eleições alemãs no contexto europeu.

A Schroders reviu em fevereiro as suas previsões para a Zona Euro, projetando agora um crescimento da economia do bloco do euro de apenas 1,1% em 2025 e uma inflação de 2,4% – um cenário que combina estagnação com pressões inflacionistas residuais. “A inflação permanecerá elevada”, resume a gestora britânica numa nota de 20 de fevereiro enviada aos seus clientes, num aviso que ressoa nos corredores de Frankfurt.

Já as tarifas de 25% que os EUA ameaçam impor à Europa – inicialmente previstas para arrancar a 4 de março, mas ainda não confirmadas – representam um duplo desafio. Por um lado, podem desacelerar ainda mais o crescimento e, por outro, ao depreciar o euro, arriscam reacender as pressões inflacionistas por via do encarecimento das importações.

Se a presidente do BCE conseguir equilibrar o combate à inflação com o estímulo ao crescimento, estará a preparar o caminho para uma saída suave da crise. Se falhar, arrisca-se a reacender a volatilidade nos mercados de dívida periférico.

Em cima desta incerteza é ainda necessário contabilizar o facto de a recente formação de um governo de coligação na Alemanha — maior economia da zona euro — introduzir variáveis novas na equação. Embora as eleições tenham alimentado esperanças de maior flexibilidade orçamental, a realidade política esbarra na oposição de extremas à reforma do “travão à dívida”.

“Será necessária uma maioria de dois terços no Parlamento para aprovar estas reformas, algo difícil de alcançar”, refere Michael Krautzberger. Contudo, o impulso para aumentar os gastos com defesa, tanto a nível nacional como europeu, ganha terreno, particularmente após Ursula von der Leyen ter anunciado na terça-feira um plano para mobilizar 800 mil milhões de euros para a defesa europeia.

“A curto prazo, este cenário pode impulsionar ligeiramente o crescimento da Zona Euro”, reconhece Michael Krautzberger, embora ressalve que tais medidas não alteram as perspetivas imediatas de política monetária.

Num ambiente de incertezas gémeas – geopolíticas e económicas –, o BCE parece condenado a uma estratégia de “navegação à vista”. Como sublinham analistas do ING, “os indicadores macroeconómicos podem rapidamente tornar-se desatualizados”, especialmente face à volatilidade das negociações dos EUA-Europa e ao conflito na Ucrânia.

Esta abordagem reflete-se nas recentes declarações de Isabel Schnabel, que defendeu que as decisões de política monetária devem ser adotadas em cada reunião, em função da evolução económica. Contudo, a sua posição, que inclui alertas contra a excessiva rapidez no abrandamento do ciclo de cortes das taxas de juro, parece ainda minoritária no Conselho do BCE.

Desta forma, as palavras de Christine Lagarde na conferência de imprensa desta tarde ressoarão muito além de Frankfurt. Se a presidente do BCE conseguir equilibrar o combate à inflação com o estímulo ao crescimento, estará a preparar o caminho para uma saída suave da crise. Se falhar, arrisca-se a reacender a volatilidade nos mercados de dívida periféricos, incluindo o português.

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Crise política e queda iminente do Governo. Quais são os próximos passos?

Rejeitadas duas moções de censura ao Governo, segue-se uma de confiança proposta por Luís Montenegro. Com PS e Chega a votarem contra a moção irá ser chumbada. Veja aqui os próximos passos da crise.

A polémica sobre a Spinumviva, a empresa familiar de Luís Montenegro, vai muito provavelmente resultar em eleições antecipadas. O Parlamento esta quarta-feira chumbou a moção de censura do PCP ao Governo, o mesmo destino da que teve a moção apresentada pelo Chega em fevereiro. Mas pressionado pela decisão do PS de apresentar um pedido potestativo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à empresa, o primeiro-ministro anunciou logo no início do debate que vai apresentar uma moção de confiança ao Governo.

PS e Chega já anunciaram que vão votar contra a moção, o que deverá fazer cair o Governo. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa disse esta quarta-feira que vai aguardar a votação, mas se a moção for derrotada, como é altamente provável, vai ouvir os partidos e o Conselho de Estado antes de convocar eleições antecipadas. Na visão do chefe de Estado, poderiam acontecer a 11 ou 18 de maio.

Veja aqui os próximos passos que deverão marcar a crise política:

Como funciona uma moção de confiança?

Segundo a Constituição da República, o Governo pode solicitar à Assembleia da República a aprovação de um voto de confiança sobre uma declaração de política geral ou sobre qualquer assunto relevante de interesse nacional. “A discussão iniciar-se-á no terceiro dia parlamentar subsequente à apresentação ao Presidente da Assembleia do requerimento do voto de confiança”, lê-se no documento.

Para ser aprovada, a moção tem de obter uma maioria simples de votos. Tendo em conta que, numa câmara de 230 lugares, a combinação dos deputados do PS (78) e do Chega (44) vai impedir essa possibilidade.

A não aprovação de uma moção de confiança é, segundo o artigo 195º da Constituição, uma das situações que implicam a demissão do Governo.

Uma vez chumbada a moção quais são as opções e o calendário?

Demitido o Governo, o Presidente pode procurar uma alternativa no quadro parlamentar, mas tendo em conta a composição fragmentada da Assembleia da República e os comentários de Marcelo Rebelo de Sousa essa opção é pouco provável, senão mesmo descartada. Aliás, aquando da demissão de António Costa em 2023, e mesmo com os socialistas dotados de uma maioria absoluta, o Presidente optou por convocar eleições antecipadas.

Falando a partir de Viseu no início da noite de quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa delineou o seguinte eventual calendário até às eleições, sublinhando que quer estabelecer “um calendário de intervenção o mais rápido possível”:

  • Sexta-feira, 7 de março: Conselho de Ministros deverá aprovar moção de confiança e apresentar aos serviços do Parlamento.
  • Quarta-feira, 12 de março: Provável realização do debate e votação da moção. Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que cancelou uma visita à Estónia, que deveria ocorrer na próxima semana, para acompanhar a moção de confiança. “Fica sacrificada. É muito mais importante isto”, refere o Presidente da República, acrescentando que “não faria sentido” que “estivesse fora do território” nacional quando o Parlamento vai votar uma moção de confiança ao Governo.
  • Quinta-feira, 13 de março: Presidente da República deverá ouvir os partidos políticos.
  • Sexta-feira, 14 de março: Marcelo deverá reunir o Conselho de Estado para analisar a situação.
  • Sábado, 15 de março: Presidente deverá marcar data das eleições.
  • 11 ou 18 de maio: datas apontadas por Marcelo para a realização das legislativas.

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Do governador do BdP à venda da TAP, o que fica “pendurado” com um Governo de gestão?

Caso o Executivo caia, o que parece cada vez mais provável, há vários dossiers que podem ter de parar por vários meses, com decisões a passarem para o próximo Governo.

Apesar do chumbo da moção de censura apresentada pelo PCP, esta quarta-feira, tudo aponta para que o Governo acabe mesmo por cair, por outra via. Luís Montenegro anunciou, logo no início do debate, que o Governo vai apresentar uma moção de confiança, que tem o seu destino traçado: PS e Chega anunciaram já que a vão rejeitar, e isso é suficiente para que seja chumbada.

O que isto significa é que – seja qual for o calendário concreto – o Governo vai ficar com poderes limitados, de gestão, após essa rejeição e até haver novas eleições e tomar posse um novo Governo. Isto implica, como já aconteceu noutras ocasiões, que há processos que vão ficar suspensos, porque o Executivo não tem plenos poderes para tomar algumas decisões. As mais evidentes são a privatização da TAP e a escolha do governador do Banco de Portugal, uma vez que o mandato de Mário Centeno acaba em julho. Mas, mesmo aqui, não é totalmente claro o que pode ou não pode ser feito, com os juristas a dividirem-se face a vários casos concretos.

O Presidente da República anunciou no início da noite de quarta-feira que quer estabelecer “um calendário de intervenção o mais rápido possível”, apontando as eleições para 11 ou 18 de maio.

Mas o que são, afinal, as regras de um Governo de gestão? O enquadramento é dado pelo artigo 186 da Constituição da República Portuguesa (CRP), que estipula: “Antes da apreciação do seu programa pela Assembleia da República, ou após a sua demissão, o Governo limitar-se-á à prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”. Ora esta redação é propositadamente vaga, da parte do legislador, e isso abre espaço para várias interpretações.

O tema foi, por isso, alvo de uma análise do Tribunal Constitucional, há mais de 20 anos, e é um debate sempre em curso por parte de constitucionalistas, que se dividem entre uma leitura mais restritiva ou mais ampla. E há dois planos, um legal e um político.

O que diz a lei e os constitucionalistas?

“O artigo da CRP é totalmente vago e de propósito. Cabe ao Presidente da República e ao Tribunal Constitucional controlar e, também a Assembleia da República, politicamente. A jurisprudência tende a limitar a uma gestão prudente e necessária e urgente. [O Governo] Só deveria praticar atos de mera gestão corrente não inovatória, a não ser que seja urgente e necessário“, defende ao ECO José Moreira da Silva, advogado especialista em direito público, sócio da SRS Legal.

Já Jorge Bacelar Gouveia, Professor Catedrático e Advogado constitucionalista, defende que “o art. 186º, nº 5, da CRP, não confina a prática de atos do governo demitido apenas aos atos de gestão corrente, havendo pois uma mais larga margem de atos que um governo demitido pode praticar, incluindo atos legislativos”. E explica: “Em vários acórdãos, como o Acórdão Nº 65/02, a expressão “prática dos atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos” deve ser filtrada por um critério duplo, aplicando-se tanto a atos legislativos como administrativos: 1) atos que seja inadiáveis, critério temporal; 2) atos que sejam necessários para a melhor proteção do interesse público“.

“No caso da designação de cargos que se integrem dentro do prazo de vigência do Governo, este mesmo demitido, não pode deixar de nomear as pessoas, para não haver prolongamento de mandatos”, afirma Bacelar Gouveia, interpretação que pode aplicar-se ao Banco de Portugal. “Já no caso de decisões de elevada envergadura que possam esperar, implicando uma orientação possível alternativa que possa advir do novo governo a nomear, já tais atos não podem ser praticados“, conclui este especialista.

Para Jane Kirkby, advogada e sócia da Antas da Cunha Ecija, “o que são “atos estritamente necessários para assegurar a gestão dos negócios públicos”, já foi amplamente discutido no contexto de anteriores Governos demissionários. Sumariamente, o critério deve ser, não as matérias, mas a urgência dos atos de decisão”. “O Tribunal Constitucional, em 2002, emitiu um acórdão no qual esclareceu as restrições aplicáveis aos executivos em gestão. Na sua decisão, foi afirmado que um governo demissionário não está sujeito a restrições quanto aos atos que pratica, desde que consiga justificar a urgência da sua realização. O critério fundamental que orienta as ações de um governo demissionário é a necessidade imperiosa de execução desses atos, ou seja, medidas que não possam ser adiadas ou que sejam essenciais para garantir a continuidade da gestão pública“, explica a advogada. Que conclui: “Neste sentido, diria que decisões como a nomeação do próximo governador do BDP, para um mandato de cinco anos, a privatização da TAP e o lançamento de repetição de concurso para novo troço do TGV, extravasam o âmbito dos atos de gestão dos negócios públicos. Já os atos de que dependa a aplicação do PRR, parece-me poder justificar-se pelo critério da urgência”.

Esta especialista lembra que “quanto a quem pode controlar o que pode ou não ser decidido, será o Tribunal Constitucional e o Presidente da República, com as devidas cautelas a fim de não beliscar o princípio da separação de poderes”.

No plano político, tem havido algum consenso em que um Governo de gestão deve abster-se de praticar medidas estruturantes ou nomeações de perfil elevado se houver um desacordo claro do maior partido da oposição, considerando-se que o Executivo está politicamente diminuído e, como tal, deve deixar essas decisões para o sucessor, seja ele qual for.

Pedro Duarte e Luís MontenegroHugo Amaral/ECO

TAP e BdP são os casos mais mediáticos

Há dois dossiers que são estruturantes e que poderão mais facilmente ficar suspensos.

O primeiro é a privatização da TAP, cujo modelo não tem colhido consenso entre PSD e PS, nomeadamente no que toca à parte do capital a vender. Estava previsto que o decreto-lei da privatização, que conteria o enquadramento e as condições dessa venda, fosse publicado até ao final do primeiro trimestre. No entanto, é bem possível que esse dossier fique agora suspenso, para que essas decisões sejam tomadas por um futuro Governo já com plenos poderes. Ainda na TAP, recorde-se que, aquando da queda do anterior Executivo de António Costa, já tinha sido aprovado um decreto-lei de privatização, mas foi entendido que não havia condições para um Governo de gestão prosseguir com o processo. O mesmo deve suceder agora, apesar dos vários grandes grupos internacionais que já manifestaram interesse na companhia área portuguesa. A TAP foi privatizada em 2015 pelo Governo de Pedro Passos Coelho, já depois do programa de Governo ter sido rejeitado, decisão muito criticada pelo PS, que depois acabou por “reverter” essa decisão, quando António Costa chegou ao poder.

Outro caso por fechar é uma nomeação, a do Governador do Banco de Portugal, que cabe ao ministro das Finanças. O mandato de Mário Centeno acaba em julho deste ano, e parece evidente que a intenção de Miranda Sarmento e de Luís Montenegro é não o reconduzir. Porém, dada até a sensibilidade “política” do tema, é possível que essa decisão fique para o próximo Governo, mesmo que tal implique que Centeno possa ficar mais algum tempo no cargo após o termo oficial do mandato. Porém, esse entendimento não é certo, com Bacelar Gouveia a defender que não há limitação alguma da decisão governamental e Jane Kirby a considerar o contrário. De acordo com o calendário eleitoral indicativo descrito na quarta-feira pelo Presidente da República, as eleições antecipadas deverão ocorrer a meio de maio, pelo que é de esperar que haja Governo no final desse mês ou no início de junho. Ou seja, apesar de ser comum ser anunciada uma decisão sobre o Governador um pouco antes do fim do mandato, neste caso isso deverá mesmo ficar para o novo Executivo, que deverá entrar em funções com o mandato de Mário Centeno ainda válido. Para além disso, o processo de indicação de um Governador tem uma série de formalidades, como a ida prévia ao Parlamento, o que atrasa o processo e poderá obrigar Centeno a ficar mais algum tempo no lugar.

No que toca à venda do Novo Banco, o processo não deverá conhecer qualquer mudança face ao previsto, porque a decisão de alienação da instituição não cabe ao Estado e sim ao seu acionista dominante, a Lone Star. O Estado tem 25% do banco mas não é ele quem decide a venda ou os seus calendários, decidindo sim se, aquando da operação de entrada em bolsa, vende parte da posição ou não. De qualquer forma, ainda estamos a alguns meses de distância desse momento.

Outro dos pontos clássicos quando se fala de instabilidade governativa é a execução do PRR, que ficaria em risco. No entanto, foi feito o processo de reprogramação das verbas e este parece ser um exemplo claro de um processo cuja não execução acarretaria graves prejuízos para o País. Assim, é de esperar que nada mude por qualquer limitação de poderes do Executivo.

Um ponto que poderia gerar dúvidas é o relançamento do concurso para o segundo troço do TGV entre Porto e Lisboa. O júri excluiu a proposta do único concorrente, a do consórcio liderado pela Mota-Engil, e deverá lançar um novo, com condições diferentes, em breve. Este é um tema em que, politicamente, há algum consenso partidário e há já um outro processo relacionado em curso, com o primeiro troço (que deixaria de fazer sentido se o segundo troço não avançasse). Ou seja, sendo a continuação de um processo, ainda por cima consensual, é possível que possa prosseguir, não sendo certo .

Já no que respeita ao novo aeroporto, os próximos passos estão nas mãos da ANA e não do Governo, pelo que nada deverá ser posto em causa pela queda do Governo (a não ser que o próximo possa querer reverter qualquer decisão, mas sem estar isto ligado a um Governo de gestão).

Lítio e energia eólica offshore

O Governo apresentou em dezembro do ano passado um plano para as matérias-primas críticas em Portugal, na sequência de um esforço europeu nesse sentido. O plano prevê o lançamento de concursos para a prospeção destas matérias-primas, que vão do cobre ao lítio, e que, de acordo com a ministra do Ambiente, Maria da Graça Carvalho, deverão ter lugar em 2025. Ao mesmo tempo, prevê atribuir um estatuto prioritário aos projetos que sejam considerados estratégicos neste âmbito e avançar com apoios ao financiamento.

O leilão para a instalação de mais energia eólica offshore no país já se arrasta desde 2022, quando o então primeiro ministro, António Costa, anunciou esta intenção. Até ao final de 2023 registavam-se 50 empresas interessadas em investir nesta fileira em Portugal, embora duas tenham entretanto comunicado que desistiam da corrida (Orsted e Equinor). No Orçamento do Estado, o atual Governo afirmava a intenção de dar um pontapé de partida (“lançar os procedimentos”) até ao final de 2024. Mas foi só este ano, em fevereiro, que foram conhecidas as áreas aprovadas pelo Governo como tendo potencial para a construção de projetos. Do leilão em si, ainda não foram avançados novos prazos.

É possível que alguns destes processos fiquem suspensos.

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Novobanco alcança lucro recorde de 744,6 milhões em 2024 e distribui mais de 30% em dividendos

Apesar do novo máximo histórico, o banco somou apenas 1,5 milhões de euros ao resultado líquido que tinha alcançado em 2023, crescendo apenas 0,2%. Vai entregar cerca de 30% do lucro aos acionistas.

Os lucros do Novobanco totalizaram 744,6 milhões de euros em 2024. É um resultado líquido recorde, que superou por apenas 1,5 milhões de euros o alcançado em 2023. Os lucros do banco aumentaram, assim, apenas 0,2% em 2024, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira, mas terão sido melhores do que as expectativas da empresa, que chegou a perspetivar uma quebra nos lucros do ano passado.

“O ano de 2024 foi mais um marco importante para o Novobanco com a obtenção da notação de investment e com o fim do acordo do mecanismo de capitalização contingente. Estes factos contribuem decisivamente para explorar as oportunidades no mercado de capitais, com o objetivo último de continuar a apoiar as famílias e empresas nacionais ao longo da sua vida”, comenta o CEO, Mark Bourke, citado num comunicado.

Perante estes resultados, e agora com permissão para remunerar os seus acionistas, onde se inclui o Estado português, o Novobanco “irá propor à assembleia geral de acionistas, a realizar no dia 21 de março de 2025, a distribuição de um dividendo no montante de 224,6 milhões de euros”.

Esse valor corresponde a um pay-out de quase 30,2% do resultado líquido anual, calculou o ECO, e de 60% do resultado do segundo semestre, informou a empresa através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O banco admite também passar a distribuir anualmente 60% dos resultados (mais informação no final deste artigo).

O desempenho do Novobanco visto à lupa:

Fonte: Novobanco

“Resultados sustentáveis” a caminho da bolsa

Semanas depois de ter confirmado a intenção de avançar para a bolsa — mediante uma Oferta Pública Inicial (IPO) que pode ocorrer já no início do verão, caso se verifiquem condições favoráveis no mercado –, o Novobanco apresenta-se esta quinta-feira com uma margem financeira que, em 2024, melhorou 3,2% e ascendeu a 1.179,4 milhões de euros, “apesar da média da Euribor [a seis meses] em 2024 ser inferior à registada no período homólogo”, salienta a instituição.

Enquanto isso, as comissões subiram mais de 9%, para 323 milhões de euros, suportadas pela “crescente base de clientes”, que aumentou 5,5%, e “pela dinâmica na execução de iniciativas para aumentas as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos”. Essas iniciativas “compensaram as alterações legislativas nas comissões de empréstimos”, refere o Novobanco.

Com isto, o produto bancário comercial engordou 4,4% em 2024, fixando-se nos 1.502,4 milhões de euros. Já o produto bancário total, que inclui os resultados de operações financeiras e outros resultados de exploração, cresceu 8,3%, para 1.562,7 milhões.

No ano passado, o Novobanco incorreu também em quase 500 milhões de euros de custos operativos, um agravamento anual de 4,2%, e registou outro custo de 62,7 milhões de euros com o “término antecipado” do mecanismo de capital contingente, “com a extinção de ativos no valor de 161,6 milhões de euros e de passivos no valor de 98,9 milhões”, que já era conhecido.

O fim antecipado do Acordo de Capital Contingente (CCA) em dezembro, criado em 2017 aquando da venda do Novobanco à Lone Star por mil milhões de euros, irá permitir ao fundo norte-americano avançar com a venda da sua participação de 75%.

Na vertente operacional, os recursos totais subiram 6,7%, para 37,6 mil milhões de euros, com os depósitos a crescerem 5,7%. Nos empréstimos, o crédito a empresas subiu 0,5%, para 13,891 milhões, e o crédito a particulares somou 3,6%, para 12,088 milhões, com os empréstimos para a compra de habitação a aumentarem 1% e superando 10 mil milhões. Feitas as contas, o Novobanco fechou 2024 com uma carteira de empréstimos a clientes líquida de imparidades de perto de 28 mil milhões.

O banco concluiu 2024 com um rácio de capital tier 1 fully loaded de 20,8%, observando-se uma melhoria de 2,6 pontos percentuais.

Banco passa a distribuir 60% dos resultados anuais

Numa apresentação divulgada paralelamente esta quinta-feira, o Novobanco procede ainda à atualização da sua estratégia para os próximos anos, apontando para a distribuição de 60% dos resultados anuais sob a forma de dividendos ordinários a cada ano.

O banco prevê ainda o lançamento de programas de recompra de ações para “otimizar” o “capital em excesso”, a que deverão corresponder mais de 3,3 mil milhões de euros para distribuir ao longo dos próximos três anos”, de acordo com a referida apresentação, intitulada “novo momentum”.

Fonte: Novobanco

(Notícia atualizada pela última vez às 8h48)

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Havas celebra ano histórico com resultados financeiros recorde em 2024, com receitas líquidas de 2.736 milhões de euros

  • Servimedia
  • 6 Março 2025

A empresa atinge máximos históricos de receitas e lucros, consolidando a sua posição no setor da comunicação e do marketing.

A Havas alcançou resultados financeiros recorde em 2024, sublinhando a sua forte posição no mercado após a sua bem-sucedida cotação na Euronext Amsterdam e o lançamento da sua estratégia global “Converged”, reafirmando o seu estatuto de concorrente líder na indústria da comunicação e do marketing. A empresa registou receitas líquidas recorde de 2.736 milhões de euros, o que representa um aumento de 1,5% em termos absolutos em relação ao ano anterior.

Este crescimento foi impulsionado por aquisições estratégicas que contribuíram com 2,5% para o aumento das receitas líquidas. O EBIT ajustado também atingiu um recorde histórico de 338 milhões de euros. Além disso, a Havas registou uma posição líquida de caixa de 211 milhões de euros, no limite superior do seu objetivo. Havas+1TradingView+1

Na Europa, a receita líquida aumentou 1,2% em relação a 2023, com a França apresentando um desempenho positivo. A América do Norte registou um ligeiro declínio de 0,5% nas receitas líquidas, enquanto a Ásia-Pacífico e África registaram um crescimento de 1,9%. Na América Latina, as receitas líquidas diminuíram 8,1%. Por linha de negócio, a Havas Media representou 38% das receitas líquidas, a Havas Creative 40% e a Havas Health 22%.

Tendo em vista a próxima AGA, a empresa irá propor um dividendo de 0,08 euros por ação, o que equivale a um rendimento de 5,2%. Além disso, será proposto um programa de recompra de ações até 10% do capital social e uma consolidação de ações em que dez ações ordinárias atuais seriam convertidas numa nova ação ordinária.

PERSPETIVAS PARA 2025

A Havas reafirma os seus objetivos de crescimento para 2025, centrando-se em setores em rápida expansão como o digital, o retalho, a experiência do cliente, o design e a consultoria estratégica. A empresa planeja aumentar seus investimentos em dados, tecnologia e inteligência artificial, além de fortalecer sua rede global de conteúdo em escala. Tendo concluído seis aquisições em 2024, o Havas mantém uma estratégia dinâmica de M&A, já tendo feito três novas aquisições em áreas-chave de crescimento desde o início de 2025.

Yannick Bolloré, CEO e Presidente da Havas, expressou o seu entusiasmo pelo futuro e a sua confiança na capacidade de adaptação da empresa num mercado em evolução. Ele destacou a criatividade, o talento, as capacidades integradas e as soluções inovadoras da Havas como fatores-chave para continuar a destacar-se como um parceiro comercial dedicado aos seus clientes. Bolloré também agradeceu aos clientes e parceiros pela sua confiança, bem como aos cerca de 23.000 talentos da Havas em todo o mundo pelo seu compromisso inabalável. Com estes resultados, a Havas afirmou que demonstra a sua capacidade de se adaptar e prosperar num ambiente empresarial dinâmico, consolidando a sua posição no setor das comunicações e do marketing.

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