Mota-Engil excluída de concurso do metro de Bogotá após protesto de consórcio espanhol

  • ECO
  • 28 Outubro 2024

Construtora foi desqualificada após consórcio espanhol ter protestado por alegados conflitos de interesses com empresas chinesas. Poderia ter sido o maior projeto da história da empresa.

A Empresa Metro de Bogotá (EMB) e a banca multilateral que vai financiar a construção da segunda linha do metro da capital da Colômbia desqualificaram o consórcio composto pela Mota-Engil e pela China Railway Rolling Stock Corporation (CRRC) do concurso para a adjudicação da obra, avança esta segunda-feira o Jornal de Negócios.

A decisão, tomada no final da semana passada, decorre de um protesto apresentado por um consórcio concorrente, formado pelas espanholas Sacyr, Acciona e CAF, relativo a um eventual conflito de interesses entre os restantes interessados que integram empresas chinesas. Em causa está o facto de a construtora estatal chinesa CCCC controlar diretamente uma empresa que faz parte de outro consórcio — a China Harbour Engineering Company Limited (CHEC), que concorria juntamente com a Xi’an Rail Transportation Group Company Limited — e, simultaneamente, ter uma participação na Mota-Engil. Tal daria à CCCC “a possibilidade de influenciar as duas propostas”, justificam a EMB e a banca multilateral.

O consórcio formado pela Mota-Engil e a CRRC foi um dos quatro pré-qualificados em agosto de 2023 no concurso para a construção e operação da nova linha de metro de Bogotá durante 30 anos, sendo que este projeto, de dois mil milhões de dólares (mais de 1,8 mil milhões de euros), seria o de maior dimensão até à data na história da construtora portuguesa. Na América Latina, o consórcio da empresa liderada por Carlos Mota dos Santos ganhou três contratos nos últimos anos para a construção de novas linhas de metro em Medellín (Colômbia), Monterrey e Guadalajara (México).

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Aicep “na estrada” para apoiar empresas de regiões periféricas

  • Lusa
  • 28 Outubro 2024

Iniciativa "AICEP na Estrada", que visa levar a entidade às regiões do interior e periféricas do país, arranca esta semana. Pretende apoiar as empresas nos processos de capacitação e acesso a mercados

A iniciativa “AICEP na Estrada”, que visa levar a entidade às regiões do interior e periféricas do país, arranca esta semana para apoiar as empresas nos processos de capacitação e acesso a mercados, disse à Lusa o presidente. A primeira região a ser alvo desta iniciativa é ilha Terceira, Açores, e acontece já no próximo dia 31 de outubro.

“É uma iniciativa que visa levar a AICEP [Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal] às regiões (…) do interior do país e periféricas para dar a conhecer o conjunto de atividades” e a estratégia da entidade, explicou Ricardo Arroja. No fundo, “explicar às pessoas (…) qual é o mandato de atuação da AICEP”, que se dedica à captação de investimento direto estrangeiro (IDE) e também à promoção das exportações”.

Em segundo lugar, “procura também dar a conhecer aos locais o conjunto de atividades concretas que a AICEP pode desempenhar e em que medida é que pode também auxiliar as empresas nos seus próprios processos de capacitação e acesso a mercados”, prosseguiu o presidente da AICEP.

“Para tal, vamos ter a Academia AICEP neste evento nos Açores e vamos também ter a AICEP Global Parques, que é uma subsidiária da AICEP que faz a gestão de parques industriais, precisamente porque há muitas zonas do país onde há território disponível, mas frequentemente não existe o know-how de gestão de parques industriais”, sendo esta “uma atividade na qual nós também podemos intervir”, acrescentou.

Além disso, serão também agraciadas “algumas empresas que se tenham destacado em cada região, não só em termos de crescimento do volume de negócios, mas também em termos de crescimento do número de empregados, procurando traduzir aqui o conceito da empresa de alto crescimento [High Growth Firm], que é habitualmente utilizado na União Europeia”, destacou.

Isso também permite a estas empresas “apresentarem as suas atividades na mesa redonda que se segue e discutirmos também questões mais gerais de política económica, incluindo pontos a explorar e custos de contexto a ultrapassar, que possam ser identificados pelas respetivas empresas”.

Em suma, o objetivo é levar a AICEP às regiões do país “onde às vezes é preciso fazer uma disseminação mais intensa pelo facto de o conhecimento não estar tão publicitado e concretizar em que áreas é que AICEP pode efetivamente acrescentar valor às empresas locais e servir de plataforma para que empresas locais que tenham perspetiva e ambição de crescerem nos mercados internacionais o possam fazer“, sintetizou.

Ricardo Arroja adiantou que se pretende “fazer uma iniciativa destas a cada dois meses, idealmente mensal, em locais diferentes”. O segundo destino “já está identificado”, mas “nesta fase ainda não posso divulgar”, concluiu.

A iniciativa contará com especialistas da AICEP que irão apresentar os principais programas desenvolvidos com vista ao sucesso no processo de internacionalização, bem como incentivos e outros serviços disponibilizados pela Agência.

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Hoje nas notícias: Despedimentos, Mota-Engil e barragens

  • ECO
  • 28 Outubro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O número de despedimentos coletivos até ao final de agosto supera o total de 2023. A Mota-Engil ficou de fora do concurso para a construção da segunda linha do metro de Bogotá, após protesto de um consórcio espanhol, também na corrida, por alegado conflito de interesses. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Empresas despediram mais até agosto do que em todo o ano de 2023

Nos primeiros oito meses deste ano, 318 empresas avançaram com processos para o despedimento coletivo de 4.190 trabalhadores, dos quais 3.929 foram efetivamente despedidos. No total do ano passado, apesar do maior número de empresas (431) a comunicarem despedimentos coletivos, houve 3.819 pessoas envolvidas em despedimentos coletivos, tendo sido efetivamente despedidas 3.622 pessoas. Estes dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT) mostram que a quantidade de pessoas alvo de despedimentos coletivos até agosto deste ano já superou o total do ano de 2023. A retração do consumo, especialmente em setores como vestuário e calçado, ajudam a explicar esta tendência, segundo as confederações empresariais.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

Espanhóis põem Mota-Engil fora do metro de Bogotá

A Empresa Metro de Bogotá (EMB) e a banca multilateral que vai financiar a construção da segunda linha do metro da capital da Colômbia desqualificaram o consórcio da Mota-Engil e da China Railway Rolling Stock Corporation (CRRC) do concurso para a obra. A decisão, tomada no final da semana passada, decorre de um protesto apresentado pelo consórcio concorrente formado pelas espanholas Sacyr, Acciona e CAF sobre um eventual conflito de interesses entre os restantes interessados que integram empresas chinesas. Em causa está o facto de a construtora estatal chinesa CCCC controlar diretamente uma empresa que faz parte de outro consórcio e, simultaneamente, ter uma participação na Mota-Engil. Tal daria à CCCC “a possibilidade de influenciar as duas propostas”, justifica a EMB.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Reavaliação do IMI fez disparar valor das barragens de Miranda

As barragens de Miranda do Douro foram reavaliadas este ano para se saber quanto é que a atual concessionária tem a pagar de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI). Em novembro de 2023, tinham sido avaliadas em 108,2 milhões de euros, mas, no espaço de quase um ano, o valor disparou 128%, para 247,1 milhões de euros. Este aumento exponencial deve-se à mudança dos critérios de apuramento do Valor Patrimonial Tributário (VPT), que passou a considerar os equipamentos utilizados para a produção de energia como componentes dos imóveis. Em Miranda do Douro estão localizadas duas das seis centrais que a EDP vendeu ao consórcio da Engie em 2020, como parte de um negócio que está atualmente a ser investigado por suspeitas de fraude fiscal.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Fatura da Sorte parada há quase um ano deixa dois milhões de euros por dar

Suspensa desde janeiro, a “Fatura da Sorte” tem por atribuir prémios num total de quase dois milhões de euros em Certificados do Tesouro, valor que, até ao final do ano, pode subir para 2,2 milhões. A decisão de suspender o concurso foi tomada ainda pelo Governo de António Costa, mas está agora nas mãos do atual Executivo de Luís Montenegro, com o Ministério das Finanças a admitir apenas que a questão está a ser analisada, ainda sem conclusões.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Air France disponível “para todos os cenários” na privatização da TAP

Esta segunda-feira, a Air France-KLM vai reunir com o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, para reforçar o interesse em entrar na corrida da compra da TAP. A empresa admite estar “aberta” tanto a um cenário de privatização maioritária como de privatização minoritária da companhia aérea portuguesa, sublinhando que “continua a acompanhar o processo — que ainda não foi iniciado — e, por isso, aguarda com expectativa os termos específicos do processo e o calendário que vier a ser definido pelo Governo português”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 28 de outubro

  • ECO
  • 28 Outubro 2024

Ao longo desta segunda-feira, 28 de outubro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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SEUR vai contratar 2.500 profissionais para as campanhas de Black Friday, Natal e saldos

  • Servimedia
  • 28 Outubro 2024

De 11 de novembro a 12 de janeiro, a SEUR espera movimentar mais de 32 milhões de encomendas, com picos de cerca de 1.100.000 encomendas por dia.

A SEUR recrutará 2.500 profissionais para as campanhas de Black Friday, Natal e Vendas. Este ano, mais uma vez, a Black Friday, uma data que já se tornou parte integrante do calendário comercial espanhol, marcará novamente o início da campanha de Natal.

Assim, a partir de 11 de novembro e até ao final dos saldos de janeiro, terá lugar uma das campanhas de vendas mais importantes do ano. Durante estas semanas, o SEUR espera movimentar mais de 32 milhões de encomendas.

De acordo com as estimativas da SEUR, o dia de maior afluência de encomendas será 2 de dezembro, altura em que a empresa espera movimentar cerca de 1.100.000 encomendas. Uma vez mais, este ano, os principais destinos destes envios serão Madrid, Valência, Barcelona, Bilbau, Sevilha e Málaga.

A SEUR vai recrutar 2.500 profissionais, principalmente motoristas de entregas, trabalhadores de armazém e pessoal de atendimento ao cliente. Por outro lado, a empresa também reforçará as suas infra-estruturas para aumentar a sua capacidade com a incorporação de novos armazéns de distribuição e ampliações dos centros para garantir a gestão e o transporte de todos os envios.

Estes centros contarão também com uma frota de veículos alargada, concretamente a SEUR incorporará na sua frota 2.000 veículos, acrescentando reboques, furgões e veículos ligeiros de última milha, 25% dos quais sustentáveis, para garantir os prazos de entrega a todos os utilizadores.

“A campanha de Natal é uma altura chave tanto para os consumidores finais como para as empresas de todos os tipos. O nosso objetivo durante estes meses é ser o parceiro de transporte mais fiável para os nossos clientes empresariais e a empresa mais eficiente para os consumidores finais. As compras de Natal tendem a ser mais especiais e é por isso que estamos a reforçar toda a nossa cadeia de valor com antecedência suficiente para garantir que cumprimos as nossas promessas de entrega durante toda a campanha”, disse Benjamín Calzón, Diretor de Operações da SEUR.

SEUR COLD

A solução de transporte com temperatura controlada da SEUR aumentará a sua capacidade em 30%, com mais de 6.500 m2, para fazer face à elevada procura de entregas de produtos frescos nesta altura do ano.

SEUR Cold já é um dos serviços mais procurados da empresa e no ano passado registou um crescimento sustentado de 15%, reforçando a posição da empresa como líder em Espanha na categoria de entregas com temperatura controlada. Assim, a SEUR Cold aumentou a sua capacidade de entrega de 7.000 envios diários para mais de 8.000 no último ano, o que demonstra a crescente preferência dos clientes por este tipo de serviço.

Este aumento é acompanhado pela expansão da sua frota especializada, que conta atualmente com mais de 450 veículos, dedicados tanto às entregas de longo curso como à distribuição local. Para além disso, 82 dos armazéns da empresa estão equipados com instalações de refrigeração, contribuindo para a excelência na gestão do transporte a temperatura controlada de embalagens contendo produtos como alimentos frescos, que são dos mais procurados no Natal.

FORA DE CASA

A SEUR salientou que os serviços Out of Home, concebidos para se adaptarem às necessidades e horários dos clientes, oferecem nesta campanha uma variedade de opções de recolha e entrega de encomendas online, que serão fundamentais para agilizar todos os procedimentos.

Neste sentido, a SEUR contará com mais de 9.500 pontos de recolha ativos distribuídos por toda a Espanha. Esta rede inclui, para além das lojas de conveniência, 1.000 ‘lockers’ que facilitam um serviço de recolha mais flexível e acessível para os clientes. Este serviço reforça o compromisso da empresa com a inovação e a sustentabilidade.

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Madrid lidera o crescimento das despesas de saúde em Espanha, em contraste com a contração geral, segundo o Instituto Coordenadas

  • Servimedia
  • 28 Outubro 2024

Nos últimos cinco anos, Madrid aumentou as suas despesas de saúde em quase 31%, atingindo uma despesa estimada de 10.850 milhões de euros em 2023.

Este aumento excede consideravelmente o aumento médio nacional, que não ultrapassa os 20%, demonstrando o empenho e o reforço do seu sistema de saúde, de acordo com o Instituto Coordenadas.

A evolução das despesas de saúde tem variado entre as comunidades autónomas, mas todas enfrentam um desafio comum: o problema estrutural das listas de espera. É o que se conclui da análise efetuada pelo grupo de peritos do Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada (ICGEA), que estudou as despesas de saúde realizadas nos últimos anos pelas diferentes comunidades autónomas, destacando as grandes diferenças entre as necessidades e prioridades regionais.

Num contexto de flutuações económicas e de desafios pandémicos, as despesas com cuidados de saúde sofreram grandes flutuações nos últimos cinco anos. Entre 2018 e 2020, observou-se um aumento significativo, impulsionado principalmente pela pandemia de covid-19, com início em março de 2020, que levou a um aumento da procura de serviços médicos, equipamentos e pessoal. No entanto, apesar de a despesa nacional em saúde ter aumentado de 71.000 milhões de euros em 2018 para 84.500 milhões de euros em 2023, a tendência ascendente está a mostrar sinais de esgotamento, com uma redução da despesa de quase 1% em 2022, de acordo com os relatórios mais recentes, e uma estimativa semelhante em 2023, gerando preocupação entre especialistas e organizações sobre a sustentabilidade futura do sistema público de saúde. Nem todas as comunidades autónomas seguiram esta tendência.

Segundo o Instituto Coordenadas, quando estes dados são desagregados por Comunidade Autónoma, os contrastes são gritantes. Os contrastes são gritantes. Diz que, enquanto algumas regiões seguiram a tendência nacional de cortes, outras estão a aumentar os seus investimentos em saúde, com Madrid a liderar o caminho, que registou um crescimento nas suas despesas de saúde – desde 2018 – de cerca de 31%, com uma despesa estimada em 2023 de 10.850 milhões de euros, representando mais de 43% do orçamento total da comunidade e muito acima da média nacional de 20%, posicionando-se como a região com o maior compromisso de reforçar o seu sistema de saúde.

“Embora as despesas nacionais com a saúde tenham registado flutuações nos últimos cinco anos, a região de Madrid tem seguido um padrão de crescimento sustentado. O esforço contínuo de Madrid para reforçar o seu sistema de saúde, refletido no recente anúncio de um aumento recorde dos orçamentos para 2025, posiciona esta região como uma das mais resistentes e mais bem preparadas para enfrentar os desafios atuais e futuros do sistema de saúde”, afirma Jesús Sánchez Lambás, vice-presidente executivo do Instituto Coordenadas.

DESPESAS DE SAÚDE EM ESPANHA

No período de 2018-2024, as despesas de saúde em Espanha têm mostrado tendências flutuantes, com uma ligeira contração a nível nacional nos últimos anos, mas com diferenças significativas entre territórios. A nível nacional, as despesas de saúde registaram altos e baixos neste período, principalmente devido à pandemia de COVID-19 e à subsequente estabilização do sistema de saúde, passando de cerca de 70,2 mil milhões de euros em 2018 para 84,5 mil milhões de euros em 2023, refletindo uma estabilização do sistema, o que representa um crescimento no período de cinco anos de cerca de 20%.

No entanto, em 2022, registou-se uma contração de cerca de 1% nas despesas de saúde, para cerca de 85,1 mil milhões de euros, em parte devido à retirada de muitas das medidas extraordinárias adotadas durante a pandemia, que se manteriam em 2023.

No que diz respeito às comunidades, o Instituto Coordenadas defende que Madrid se destaca pelo aumento do investimento em saúde nos últimos anos, posicionando-se como uma das regiões com maior empenho no reforço do seu sistema de saúde. O CAM aumentou as suas despesas de saúde em quase 31% entre 2018 e 2023, com uma despesa estimada em 2023 que ultrapassaria os 10.850 milhões de euros, concentrando o seu investimento em melhorias nos cuidados primários e hospitais, melhoria das infra-estruturas/modernização das instalações, recrutamento de pessoal, redução das listas de espera ou transformação digital do sistema de saúde, entre outras medidas.

Por sua vez, indica que a Comunidade Valenciana passou de 7,1 mil milhões em 2018 para 9,2 mil milhões em 2023, o que representa um crescimento de 29%, com investimentos destinados principalmente à redução das listas de espera e à modernização das instalações hospitalares.

A Andaluzia registou um aumento de 28% em cinco anos, atingindo 12,2 mil milhões em 2023, com investimentos centrados na melhoria dos cuidados primários e na contratação de pessoal de saúde.

A Catalunha registou um crescimento ligeiramente inferior, de 25 %, passando de 10,6 mil milhões para 13,3 mil milhões de euros, com a tónica na melhoria dos cuidados primários e das infra-estruturas hospitalares.

O País Basco também aumentou os seus orçamentos para a saúde, embora com um aumento mais modesto de 18 %, de 3,9 mil milhões de euros em 2018 para 4,6 mil milhões de euros em 2023, sendo as principais áreas de investimento os cuidados primários, a transformação digital e a melhoria das infraestruturas hospitalares.

DESAFIO ESTRUTURAL

As listas de espera tornaram-se um dos maiores desafios estruturais do sistema de saúde espanhol. Nos últimos anos, o aumento da procura de serviços de saúde, combinado com a escassez de recursos e de pessoal em determinadas áreas, conduziu a longos tempos de espera, tanto nos cuidados primários como nos especializados. Apesar dos esforços das comunidades autónomas para resolver o problema, a disparidade regional e os efeitos a longo prazo da pandemia de COVID-19 acentuaram a situação, com listas de espera cirúrgicas com uma média de 121 dias a nível nacional, enquanto as listas de espera para consultas especializadas se situam em 94 dias, de acordo com os últimos dados disponíveis do Ministério em junho de 2024.

Nos últimos anos, grande parte dos esforços das comunidades autónomas tem sido orientada para a redução das listas de espera, sendo Madrid, País Basco e La Rioja as regiões que mais evidenciaram este compromisso, segundo o Instituto Coordenadas. No caso específico de Madrid, refere que a implementação de um plano específico para o período 2022-24, com um investimento de 215 milhões de euros, “permitiu consolidar a sua posição como a região com a lista de espera cirúrgica mais curta, com um atraso médio de 47 dias, menos 74 dias do que a média nacional, seguida do País Basco, com 61, e La Rioja, com 64”.

No caso das listas de espera para consultas de especialidade, o País Basco é, com 49 dias, a região com a menor demora, menos 45 dias do que em toda a Espanha, seguido de La Rioja, com 58, e Madrid, com uma demora média de 60 dias, salientou.

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SO-LA-Na Entertainment inaugura o ‘Club Flamenco Cartagena’ como a nova sede oficial do Festival Cante de las Minas

  • Servimedia
  • 28 Outubro 2024

SO-LA-NA Entertainment é a empresa responsável por iniciativas como Flamenco Real e Fiesta Flamenca.

Aurelio Solana, presidente da SO-LA-NA Entertainment, salienta que “este é um clube privado a partir do qual vamos trazer os principais artistas de flamenco do mundo a Cartagena. O ‘tablao’ que temos aqui acolherá as melhores figuras desta forma de arte que estão atualmente a atuar em locais como o Teatro Real de Madrid, o Liceu de Barcelona, os Estados Unidos, Abu Dhabi, Dubai, China e Austrália, para citar apenas alguns”.

A produtora é um dos principais intervenientes na internacionalização do flamenco e, no ano passado, realizou mais de 500 espetáculos de flamenco fora de Espanha. Lucho Ferruzzo declarou que “Aurelio Solana projetou o flamenco a um nível sem precedentes, chegando a realizar espetáculos nos quatro melhores museus espanhóis: El Prado, Reina Sofía, Thyssen-Bornemisza e a Galería de Colecciones Reales, onde se expõem as obras dos artistas mais universais”. Por sua vez, Joaquín Zapata, presidente da Fundación Cante de las Minas, assinalou que “o Club Flamenco Cartagena que hoje abre é, a partir de hoje, a terceira sede oficial do Festival Internacional, juntamente com a Catedral del Cante de La Unión e El Corral de la Morería em Madrid”.

Patricia Donn atuou na cerimónia de abertura. Com apenas 27 anos, para além de bailarina, é coreógrafa, realizadora e fez várias digressões internacionais. No seu espetáculo, foi acompanhada pelo guitarrista Juan Antonio Mateos e pela cantora Rocío Martínez.

O evento contou com a presença de empresários locais como José María Fernández Uñaz, Francisco Fuentes, Alberto de la Corte, José Luis Reverte, Tomás Martínez Pagán, Andrés Baraza, José Ángel Díaz e Carlos Andreu, entre outros. Esta nova iniciativa conta com parceiros como o Grupo Ership, Daniel Gómez, SFRTRUCKS Logística Integral, Ayala Abogados, Bolea Saez Seguros y Reaseguros, Agencia Marítima Blázquez, Pinturas Briz, Carlos Andreu Auditores-Abogados, PROIMED Suministros Industriales, MTP MANTEPUERTO S.L. e IBERMED.

O Club Flamenco Cartagena está situado na rua Jiménez de la Espada, 31. Estrelas do flamenco como El Yiyo, Amador Rojas, Manu Soto/Juan Fernández, Ofelia Márquez, Ricardo Fernández del Moral, Daniel Casares e Nazaret Reyes, entre outros, atuarão neste local nos próximos meses.

 

 

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Costa passa por São Bento para moldar estratégia para o Conselho Europeu

Antigo primeiro-ministro está de regresso à sua antiga residência, em São Bento, para um encontro com Luís Montenegro. Agora como futuro presidente do Conselho Europeu.

O primeiro-ministro recebe esta segunda-feira o futuro presidente do Conselho Europeu, em São Bento, para discutir o futuro da Europa. A passagem por Lisboa faz parte do processo de transição levado a cabo por António Costa, que se prepara para tomar posse a 1 de dezembro como responsável pela instituição que representa os chefes dos 27 Estados-membros em Bruxelas. Ao todo, o ex-primeiro-ministro já visitou 22 países, sendo a passagem por Portugal uma das últimas desta pequena tournée pela Europa.

Os encontros com os chefes de Estado e do Governo do bloco europeu decorrem no âmbito dos preparativos de António Costa para assumir a presidência do Conselho Europeu. Além de se reunir com os antigos colegas com quem percorria os corredores de Bruxelas, quando ainda era chefe de Governo, António Costa tem estado a reunir-se com os chefes das instituições europeias competentes. O objetivo? Preparar o próximo mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu.

O objetivo destas reuniões passa por ouvir e compreender melhor a opinião dos dirigentes da União Europeia e ajudar o próximo presidente a delinear um plano de ação para os próximos meses. Ao que o ECO apurou, em cima da mesa, estarão os temas ligados à guerra na Ucrânia, o escalar do conflito do Médio Oriente, a defesa, as relações externas da União Europeia, as migrações, a competitividade, o alargamento e o quadro financeiro plurianual.

Ouvidos os 27 Estados-membros, e já depois da tomada de posse a 1 de dezembro, António Costa apresentará os resultados destes encontros que estarão integrados no plano de ação do Conselho Europeu a curto e médio prazo.

O encontro com Luís Montenegro, no Palácio de São Bento, está agendado para o meio-dia, não estando prevista uma conferência de imprensa nem declarações aos jornalistas.

Apesar de estar ainda em fase de auscultação dos chefes de Governo, o futuro gabinete de António Costa, em Bruxelas, já começa a ganhar forma, para estar completamente operacional em dezembro. Enquanto decorre a passagem de pastas, estão já operacionais o futuro chefe de gabinete e atualmente chefe de equipa de transição, Pedro Lourtie; o chefe adjunto da equipa de transição David Oppenheimer, uma porta-voz, Maria Tomasik, bem como três assistentes, sabe o ECO.

António Costa foi nomeado em 27 de junho pelos 27 Estados-membros como o próximo presidente do Conselho Europeu, na sequência das eleições europeias que deram a vitória, a nível europeu, ao grupo político do qual o PSD e CDS fazem parte, o Partido Popular Europeu (PPE). A vitória permitiu que a presidência da Comissão Europeia ficasse nas mãos dos conservadores do PPE, atualmente ocupada por Ursula von der Leyen, e a do Conselho Europeu no domínio dos socialistas.

O nome do ex-primeiro-ministro foi o único proposto para a presidência da instituição que representa os 27 Estados-membros, tendo conseguido a maioria qualificada necessária para ser aprovado. António Costa será o primeiro português e socialista no cargo desde que foi criado, no âmbito do Tratado de Lisboa, em 2009, e sucederá ao belga Charles Michel que liderou o órgão durante cinco anos (dois mandatos). António Costa tomará posse a 1 de dezembro para um mandado de dois anos e meio, renovável, mas a expectativa é de que esse seja renovado à semelhança do que aconteceu no passado.

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Iberdrola, Cox e Repsol estão empenhadas no mercado do armazenamento de energia, que registará um crescimento anual de 21% até 2030

  • Servimedia
  • 28 Outubro 2024

O mercado global de armazenamento de energia crescerá a uma taxa anual de 21% para atingir 137GW/442GWh em 2030, de acordo com as previsões da BloombergNEF.

O relatório da entidade também assinala que o aumento do investimento neste mercado está a ser impulsionado por iniciativas políticas, como a Lei de Redução da Inflação nos Estados Unidos, que incentiva a implantação de investimentos privados que contribuam para a consecução dos objetivos climáticos, bem como o plano REPowerEU, que procura reduzir a dependência da União Europeia dos combustíveis fósseis.

Neste cenário, as multinacionais espanholas estão empenhadas em apostar neste tipo de investimentos ligados à luta contra as alterações climáticas, onde o armazenamento de energia é fundamental, pois permite uma melhor gestão da energia produzida por fontes renováveis.

A Iberdrola acaba de apresentar dois novos projetos de armazenamento de baterias na Austrália, os maiores até à data no país, que elevarão a sua capacidade total para mais de 1.500 gigawatts-hora.

A empresa, presidida por Ignacio Sánchez Galán, anunciou no início deste ano a instalação de seis sistemas de armazenamento de energia em baterias com uma capacidade combinada de 150 megawatts, que serão construídos em Castela e Leão, Extremadura, Castela-La Mancha e Andaluzia e que foram reconhecidos como Projetos Estratégicos de Recuperação e Transformação Económica (Perte), na sua divisão de energias renováveis, hidrogénio verde e armazenamento (ERHA).

No caso da Cox, a multinacional espanhola de água e energia fechou recentemente alianças estratégicas neste sentido, tornando-se acionista da Malta, uma empresa destinada a acelerar o desenvolvimento de soluções inovadoras e pioneiras no armazenamento a longo prazo e que também tem como investidores, entre outros, a Breakthrough Energy Ventures, a iniciativa liderada por Bill Gates, juntamente com Marc Zuckerberg, Jeff Bezos, Jack Ma e Richard Branson, para promover tecnologias verdes que contribuam para o desenvolvimento das energias renováveis.

A empresa presidida por Enrique Riquelme, que sublinhou que esta aliança era um reconhecimento da tecnologia e do know-how da Cox, assinou também um acordo de colaboração em setembro passado com a chinesa Gotion, através do qual prevê desenvolver centrais de produção de energias renováveis com baterias na Europa, África, Emirados Árabes e América.

Entretanto, a Repsol incorporou um sistema de armazenamento de energia de 4 MW na sua refinaria de Puertollano, conhecido como BESS Autoconsumo Puertollano. Este sistema é composto por oito contentores com baterias de lítio-ferrofosfato (LFP), que terão uma capacidade de 16.256 kWh. Graças a este módulo, a Repsol poderá armazenar a energia solar gerada durante as horas de maior radiação para a sua posterior utilização, otimizando assim o consumo energético da refinaria.

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Primark estreia caixas self-checkout, mas garante que não reduz empregos

Diretor de vendas da Primark Portugal diz que tecnologia não tem levado a redução dos empregos. Antes, tem libertado equipas para outras tarefas, como a experiência em loja.

Depois de sete anos sem abrir novas lojas em Portugal, a Primark inaugurou este mês um estabelecimento no Montijo, que, pela primeira vez, está equipado com caixas self-checkout. O diretor de vendas, Nelson Ribeiro, garante ao ECO, porém, que essa novidade não levou à diminuição dos postos de trabalho — foram criados 70 empregos com esta nova loja — e explica que a tecnologia tem permitido mesmo realocar os trabalhadores a outras “tarefas essenciais”.

A introdução da tecnologia de self-checkouts não levou a uma redução da nossa equipa. Os nossos colegas continuam a ser essenciais na assistência aos clientes e na garantia de uma experiência tranquila na área de self-checkout. Esta tecnologia permite-nos realocar o tempo dos colegas a outras tarefas essenciais dentro da loja”, sublinha o head of sales da Primark Portugal.

Nelson Ribeiro acrescenta que também nas demais dez lojas que a Primark tem em Portugal a tecnologia não tem levado a cortes nos empregos. Antes, tem libertado a equipa, permitindo que esta se dedique à experiência em loja do cliente. “A nossa equipa continua a ser crucial para o sucesso das nossas lojas“, salienta o responsável.

Vários estudos têm dado conta que a tecnologia não irá eliminar o emprego humano, mas irá criar novas funções, alertando que será preciso requalificar os trabalhadores. Questionado sobre essas necessidades de formação, o head of sales da Primark Portugal assegura ao ECO que têm sido disponibilizados vários programas formativos interna, “adaptados a todos os níveis da equipa, que incluem formação personalizada para colaboradores do retalho e coaching para as funções de liderança“.

“Todos os anos, avaliamos as necessidades de desenvolvimento das nossas equipas e oferecemos oportunidades de formação relevantes“, realça Nelson Ribeiro. E detalha que, em preparação para a abertura da nova loja no Montijo, por exemplo, foram dadas mais de 2.300 horas de formação.

Para preparar esta abertura, por exemplo, proporcionámos mais de 2.300 horas de formação, utilizando uma combinação de formatos virtuais, de e-learning e presencial.

Nelson Ribeiro

Head of sales da Primark Portugal

“O conteúdo do nosso programa de formação abrange tópicos essenciais, incluindo informações sobre a marca, operações de loja, técnicas de merchandising visual, dinâmica de equipa, saúde e segurança e movimentação manual de cargas. Também fornecemos módulos de formação específicos relacionados com o serviço ao cliente e a sensibilização para pessoas com deficiência motora“, conta o responsável.

Nelson Ribeiro destaca, ainda neste âmbito, as oportunidades de crescimento interno da Primark, revelando a sua própria história: “eu, por exemplo, ao longo dos últimos 12 anos, desempenhei várias funções na empresa, desde store manager a area manager até head of sales“.

Seguem-se Guimarães, Viseu e Covilhã. Primark volta a recrutar

Primark abriu nova loja no Montijo com 2.460 metros quadrados.

Em junho, então com dez lojas em Portugal, a Primark anunciou um plano de expansão no mercado nacional. Em causa está um investimento de 40 milhões de euros para a abertura de quatro novas lojas e a criação de 500 novos postos de trabalho.

A inauguração da nova loja do Montijo deu início a esse plano, estando agora prevista a abertura de estabelecimentos em Guimarães, Viseu e Covilhã.

Portanto, a Primark vai voltar a recrutar, com o objetivo de chegar aos 2.200 trabalhadores totais em Portugal (neste momento, tem cerca de 1.700). “Estaremos a recrutar ativamente para funções em vários perfis para satisfazer as necessidades das nossas novas lojas“, indica Nelson Ribeiro.

Com a nossa mais recente expansão, estamos a criar mais de 500 novos postos de trabalho, aumentando a nossa equipa em Portugal para mais de 2.200 pessoas.

Nelson Ribeiro

Head of sales da Primark

O responsável afirma que a Primark procura “atrair talentos diversificados para todos os cargos que oferecemos” e “candidatos que partilhem os valores e sejam fãs da marca”. “Para nós, não importa se é o seu primeiro emprego, se está a regressar ao mercado de trabalho após alguns anos, ou se já tem experiência“, assinala Nelson Ribeiro. O head of sales adianta também que a Primark avalia as competências e a experiência dos candidatos, mas também a sua capacidade de trabalho em equipa e a sua orientação para o cliente.

Questionado sobre os salários que são oferecidos aos trabalhadores e como estes comparam com as referências nacionais, o responsável enfatiza que são “consistentemente superiores ao salário mínimo nacional” (hoje em 820 euros brutos) e que os pacotes de compensação são revistos regularmente para garantir que são “justos e refletem as condições económicas atuais”.

“Embora os salários possam variar consoante a função e a localização, certificamo-nos de que os nossos colaboradores são compensados de forma justa, especialmente tendo em conta a inflação e as pressões do custo de vida“, declara.

Os nossos salários são consistentemente superiores ao salário mínimo nacional, e revemos regularmente os nossos pacotes de compensação.

Nelson Ribeiro

Head of sales da Primark Portugal

Já quanto ao tipo de contrato de trabalho, Nelson Ribeiro revela que há tanto trabalhadores com contrato a prazo, como trabalhadores com contratos não permanentes, o que, por um lado, dá à Primark flexibilidade para “formar uma equipa que melhor sirva o modelo de negócio e as exigências dos clientes”, e, por outro, “permite satisfazer as preferências de trablho” dos empregados.

Hoje, a Primark Portugal conta com muitos trabalhadores jovens “ansiosos por crescer”, sendo que alguns estão a ter a sua primeira experiência no mercado de trabalho. Mas também têm trabalhadores mais experientes, que “procuram progredir nas suas carreiras num ambiente vibrante“, informa o mesmo responsável.

Fundada na Irlanda em 1969, a Primark emprega, neste momento, mais de 80 mil trabalhadores em 17 países da Europa e dos Estados Unidos. Tem 450 lojas, das quais 11 em Portugal.

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TIS2024 encerra a sua quinta edição com 7.903 participantes e um enfoque na “inteligência turística”

  • Servimedia
  • 28 Outubro 2024

O presidente da Câmara Municipal de Sevilha, José Luis Sanz, encerrou a quinta edição da TIS-Tourism Innovation Summit 2024, a cimeira de turismo e inovação tecnológica.

O TIS-Tourism Innovation Summit 2024 converteu Sevilha no epicentro da inovação turística a nível mundial, com um impacto económico de mais de 20 milhões de euros na cidade. Além disso, o evento consolidou o seu caráter internacional, reunindo 41 delegações internacionais de diferentes países e tendo a China como país convidado desta edição.

Sob o lema ‘Elevating travel industry with tech’, o TIS2024 reuniu 221 empresas expositoras que apresentaram tecnologias e soluções inovadoras aplicadas ao setor do turismo. É o caso da Inteligência Artificial (IA) e do Big Data, que estão a revolucionar a forma como os turistas planeiam, experienciam e desfrutam das suas viagens.

Além disso, o congresso, que contou com a visão e experiência de 416 oradores, também se centrou na sustentabilidade e analisou as estratégias que a indústria do turismo está a implementar para avançar para um turismo mais responsável, ético e que procura minimizar o impacto ambiental. Todos os agentes da cadeia de valor foram unânimes em defender e apontar a inovação tecnológica como a chave para o turismo sustentável que se pretende e para a personalização da experiência do viajante.

Ash Bhardwaj foi um dos oradores em destaque nesta nova edição do TIS. O reputado jornalista e cineasta explicou quais são, na sua opinião, os verdadeiros motores do turismo, entre os quais destacou o facto de a curiosidade, o sentimento de pertença e o desejo de crescimento pessoal darem sentido às nossas viagens. Quis também inspirar e encorajar a indústria do turismo a conceber experiências mais significativas, respondendo a um mercado que procura não só desfrutar de destinos e atividades, mas também viver momentos que tenham impacto e transformem vidas. Em suma, redescobrir a riqueza emocional e cultural que advém de qualquer tipo de viagem.

Além disso, Bhardwaj defendeu o turismo sustentável não só na sua vertente ambiental, mas também nos seus benefícios sociais e económicos. O jornalista salientou ainda que a serendipidade, a empatia e o sentido de comunidade podem fazer do turismo uma prática transformadora e autêntica, essencial num contexto de massificação e de crescente consciência ambiental.

Shaon Talukder, CEO e fundador da Geotourist, analisou a fragmentação no setor do turismo, um desafio fundamental devido, entre outras coisas, à falta de dados consistentes sobre os visitantes. Talukder sublinhou a forma como a utilização inteligente dos dados, a IA, a realidade aumentada e as práticas sustentáveis podem impulsionar a inovação e criar um turismo mais conectado e transparente. Talukder defendeu ainda que, para ultrapassar esta fragmentação, o setor deve passar de dados isolados para um ecossistema turístico interligado, com a IA a desempenhar um papel crucial na previsão e gestão dos fluxos de visitantes em tempo real, bem como na personalização das experiências.

Talukder acredita que a tecnologia deve permitir uma melhor gestão das multidões em locais populares, otimizar a viagem do turista e gerar recomendações personalizadas. Por último, Talukder sublinhou que a verdadeira inovação não reside apenas na adoção de tecnologias, mas na forma como estas podem ajudar a tomar decisões mais inteligentes e mais sustentáveis para construir um ecossistema de viagens mais coeso e resiliente.

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Os ‘trunfos’ e os desafios de Sarmento ao defender o Orçamento

Ministro das Finanças é ouvido esta segunda-feira no Parlamento sobre a proposta orçamental, que já tem viabilização garantida.

O ministro de Estado das Finanças dá esta segunda-feira o pontapé de saída para a apreciação na generalidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025). Pelas 15 horas, Joaquim Miranda Sarmento irá à Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública (COFAP) defender a proposta orçamental, que tem já viabilização garantida devido à abstenção do PS.

Apesar da ‘vitória’, esperam-se críticas à direita – IL anunciou na semana passada o voto contra – e à esquerda, mas o governante tem alguns argumentos que poderá tirar da cartola, entre os quais as previsões do FMI ou a posição orçamental do país face à Zona Euro.

Na apresentação do OE2025, em 10 de outubro, Miranda Sarmento procurou passar duas mensagens que deverá repetir perante os parlamentares da COFAP: o país está perante um Orçamento que não sobe impostos e é preciso responsabilidade na especialidade para não pôr em causa um excedente de 863 milhões de euros no próximo ano.

Portugal é dos poucos países da zona euro que espera excedente

O Governo prevê um excedente orçamental de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano e de 0,3% em 2025. Uma análise do ECO aos planos orçamentais submetidos à Comissão Europeia pelos países da Zona Euro (à exceção da Áustria, Bélgica, Croácia e Lituânia, cujo documento à data de publicação ainda não estava disponível), Portugal é um dos três países que prevê saldos orçamentais positivos. A liderar a tabela, em 2024, está a Irlanda (4,5%), seguindo-se o Chipre (3,9%). Em 2025, a ordem inverte-se e o excedente estimado pelo Chipre, de 2,7%, é o mais elevado, com os irlandeses a apontarem para 1,7%. Portugal mantém o terceiro lugar nos dois anos.

Crescimento em 2025 a meio da tabela da Zona Euro

Se no saldo orçamental o país brilha, no crescimento económico a realidade é distinta, com taxas abaixo de países do Sul como Espanha e Grécia. Tendo em conta os planos orçamentais de cada país, Portugal tem a sexta maior subida do PIB este ano: 1,8%. A liderar o ranking estão Malta (4,9%), Chipre (3,7%), Espanha (2,7%), Eslováquia (2,3%) e Grécia (2,2%). No lado oposto, estão a Estónia, com uma contração de 1%, e Finlândia e Irlanda (ambos com -0,2%), seguindo-se a Alemanha (0,3%) e Espanha (0,6%).

Contudo, em 2025, Portugal passa para meio da tabela de crescimento, com uma expansão de 2,1%, abaixo dos 2,4% esperados pela vizinha Espanha e dos 2,3% dos helénicos. Malta continua a registar a maior taxa (4,3%), seguida pela Irlanda (3,9%), enquanto Alemanha (1%) e França (1,1%) têm as menores.

Cativações sobem para 3,9 mil milhões

As cativações inscritas nos mapas da proposta do OE2025 atingiram um novo recorde e dispararam para 3.891,55 milhões de euros. Trata-se de um aumento de 1.370,55 milhões, o que corresponde a um salto de 54,3% face ao OE de 2024, que previa congelar 2.521 milhões de euros, e representa o valor mais alto dos últimos 10 anos, isto é, desde 2015, de acordo com o levantamento feito pelo ECO com base nos cálculos da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

Num artigo publicado no Público, o ministro das Finanças defendeu que “não houve qualquer aumento da percentagem de dotação afeta” às cativações, sendo o montante superior porque o valor total da despesa é maior do que este ano. “Além disto, decidiu-se não colocar, na lei do OE2025, como excecionada de cativação uma lista de entidades e de dotações de despesa, cuja autorização de descativação é da competência dos ministros setoriais, passando essa decisão a poder ser feita, a partir de 1 de janeiro de 2025, por cada ministro, por simples despacho. Isso, naturalmente, faz o valor total das cativações parecer mais elevado (dado que inclui os valores de entidades que anteriormente estavam excecionadas), no entanto permite muito mais flexibilidade à gestão orçamental de cada Ministério”, acrescentou Miranda Sarmento.

UTAO valida contas do Governo até 2028 no défice e dívida

As previsões orçamentais do Governo que constam do plano de médio prazo até 2028 “permitem o cumprimento da cláusula de salvaguarda da resiliência do défice” e a “salvaguarda da sustentabilidade da dívida” de acordo com as novas regras comunitárias, considera a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) na análise preliminar à proposta de Orçamento do Estado para 2025 à luz do novo Plano Orçamental-Estrutural Nacional de Médio Prazo 2024–28 (POENMP). O relatório da unidade coordenada por Rui Nuno Baleiras aponta, ainda assim, riscos à execução orçamental e é crítico da estratégia das ‘cativações’ e dos chamados “cavaleiros orçamentais” no orçamento para o próximo ano.

A UTAO recorda que, em termos financeiros, as restrições previstas para 2025 mantêm as restrições introduzidas em anos anteriores, sendo remetido para governante de cada área setorial, “o poder (discricionário) de autorizar a execução de despesa com a aquisição de serviços acima dos limites estabelecidos, ainda que o serviço ou organismo em causa tenha dotação disponível no orçamento aprovado pela Assembleia da República”. No entanto, alerta que “é forçoso que estas restrições venham a repercutir-se negativamente sobre a qualidade (e quantidade) dos serviços públicos prestados às pessoas e às empresas”, pelo que “a necessidade de introduzir um elevado número de exceções é um sinal de que a regra definida não será o melhor meio para atingir o fim pretendido”.

O ministro das Finanças Miranda Sarmento apresenta em conferência de imprensa a proposta de Orçamento do Estado para 2025Hugo Amaral/ECO

Novo Banco e cortes nos juros do BCE podem ajudar contas

A UTAO considera que o excedente orçamental de 2024 e de 2025 poderá ficar acima do esperado, devido a uma sobreorçamentação da despesa com prestações sociais. “Um resultado orçamental melhor do que estimado neste ano constitui um ponto de partida mais favorável para 2025 e um risco ascendente neste biénio”, refere.

A unidade inclui ainda entre os riscos ascendentes para o saldo orçamental o fim antecipado do mecanismo de capital contingente que pode permitir o pagamento de dividendos por parte do Novo Banco. Como o ECO noticiou, poderá significar uma receita superior a 250 milhões de euros de fundos que o banco poderá libertar. Considera ainda que a descida das taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu (BCE) pode diminuir os encargos com juros no próximo ano.

Contudo, alerta que a incapacidade em atingir as metas de execução do Plano de Recuperação e Resiliência no biénio 2024–2025 altera a dinâmica orçamental, apontando ainda como risco descendente as tensões geopolíticas.

FMI apoia revisão do IRS Jovem…

O chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para Portugal afirmou à agência Lusa que as alterações à versão inicial do IRS Jovem vão na direção certa e defendeu o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis. “A versão revista do IRS Jovem vai na direção certa porque é menos onerosa e, por isso, apreciamos o esforço“, disse Jean-François Dauphin em entrevista à agência Lusa em Washington. No entanto, considera que deveria ser tratada numa perspetiva mais abrangente e não com medidas orçamentais específicas.

“As energias de combustíveis fósseis devem ter o preço certo, e os subsídios incentivam o consumo daquilo que queremos que seja reduzido; além disso, são medidas regressivas, ou seja, os benefícios em euros dos subsídios custam menos aos ricos do que aos mais pobres”, argumenta o economista, que elogiou a trajetória económica do país dos últimos anos, elencando a baixa produtividade e o investimento, a par do envelhecimento da população, como os maiores desafios.

… e está mais otimista do que Governo sobre crescimento

O FMI está mais otimista do que o Governo sobre o desempenho da economia portuguesa este ano e no próximo. Na atualização das projeções económicas mundiais, divulgadas na terça-feira passada, a instituição liderada por Kristalina Georgieva prevê uma taxa de 1,9% em 2024 e de 2,3% em 2025, uma décima e duas décimas, respetivamente, a mais do que o estimado pelo Ministério das Finanças.

O fator política

A maioria relativa da Aliança Democrática (AD) obrigou o Governo a negociar o Orçamento do Estado. Apesar de não ter chegado a acordo com o PS, o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, anunciou a viabilização da proposta em nome da estabilidade do país. Contudo, afirma discordar do essencial da proposta e aponta o dedo a matérias como saúde e habitação. Por outro lado, à direita, a Iniciativa Liberal e o Chega criticam o resultado das negociações com o PS que integram a proposta. Os liberais anunciaram o voto contra, argumentando que a proposta “poderia ter sido apresentada pelo PS” e que o PSD está “completamente encostado neste momento à visão” dos socialistas.

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