Estas são as 20 medidas do programa eleitoral da AD. Leia aqui o documento completo

  • ECO
  • 11 Abril 2025

Veja a lista das principais medidas do programa eleitoral da AD – Coligação PSD/CDS, que abrangem fiscalidade, mais polícias na rua e PPP na saúde, menos telemóveis nas escolas e imigração regulada.

O programa eleitoral da AD – Coligação PSD/CDS para as próximas eleições legislativas foi apresentado esta sexta-feira e contempla 20 medidas relacionadas com fiscalidade, saúde, educação, imigração ou justiça. A coligação entre os partidos PSD e CDS, liderada por Luís Montenegro, propõe o seguinte para a legislatura 2020-2028:

  1. Menos impostos sobre o trabalho: Reduzir IRS em 2.000 milhões euros, dos quais 500 milhões já em 2025, baixando a carga fiscal sobre os rendimentos, em especial para a classe média e estimular a poupança.
  2. Rendimentos: salário mínimo de 1.100 euros, salário médio 2.000 euros e pensionistas com rendimentos de, pelo menos, 870 euros.
  3. Valorização das pensões: Aumentar o Complemento Solidário para Idosos para garantir que há isenção total na compra de medicamentos; Programa de Envelhecimento Ativo.
  4. Fixação dos jovens: IRS Jovem reduzido, Isenção de IMT e de Imposto de Selo e garantia pública na compra da primeira casa.
  5. Contas públicas: Continuar a assegurar saldos orçamentais ligeiramente positivos e redução do peso da dívida pública, de forma saudável e equilibrada, baixando impostos e valorizando os trabalhadores e investimento públicos.
  6. Mais acesso à saúde no SNS e com parcerias: Garantir médicos de família para todos, mais cuidados domiciliários; criação do Gestor do Doente Crónico; Aposta nas Parcerias Público-Privadas (PPP), nos centros saúde contratualizados (USF – Unidades de Saúde Familiar tipos B e C) e nas convenções para aumentar o acesso de qualidade aos cuidados de saúde, aos cuidados paliativos e aos cuidados continuados; Desenvolver um plano de saúde oral para os portugueses mais carenciados e cuidados de nutrição e reabilitação.
  7. Construir casas: Aumentar a construção, reabilitação e arrendamento de casas, flexibilizando regras e licenciamento da construção e reduzindo a tributação para aumentar a oferta; Executar as 59 mil casas públicas a preços acessíveis e disponibilizar financiamento para mais projetos municipais.
  8. Creches e pré-escolar para todas as crianças: Contratualizar até 12 mil vagas no pré-escolar para os territórios com necessidades identificadas.
  9. Igualdade de oportunidades na educação: Criar um serviço gratuito de apoio ao estudo para alunos carenciados ou em risco; Reforçar a atração de professores para regiões com mais alunos sem aulas; Aumentar a bolsa mínima de ação social no ensino superior.
  10. Limitar telemóveis nas escolas: Proibir telemóvel nas escolas até ao 6º ano e regular o consumo de redes sociais pelas crianças (até aos 12 anos).
  11. Justiça: Mais polícias nas ruas e videovigilância nas áreas sensíveis. Julgamentos rápidos para crimes violentos ou graves com deteção em flagrante delito.
  12. Imigração regulada e humanista: Criação da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras na PSP; Regulação dos fluxos de entrada considerando capacidade de integração do país; Rever requisitos para obtenção de nacionalidade; Reforçar as medidas de integração e regime “rápido e eficaz” de afastamento de estrangeiros em situação ilegal.
  13. Ação anti-corrupção: Prevenir e combater a corrupção, com a regulamentação do lobbying, perda alargada dos bens, e reforço dos meios.
  14. Investimento na defesa: Alcançar despesa de, pelo menos, 2% do PIB, antecipando a meta de 2029, e desenvolvendo a capacidade industrial nacional para criar emprego e gerar valor acrescentado, e nunca pondo em causa o Estado social.
  15. Empresas: Redução transversal de IRC sobre as empresas, com diminuição gradual até 17% (e 15% para PME); Simplificação fiscal e aceleração da justiça tributária; Estímulo às exportações, reforçando os apoios às empresas no contexto das tensões internacionais e valorizar a atividade e investimento nos territórios do Interior.
  16. Desburocratização: Modernizar a máquina do Estado, para um serviço mais ágil, centrado nas pessoas e empresas; Simplificar e acelerar os licenciamentos, contratação pública, taxas administrativas e a justiça administrativa e fiscal; Criar os Identificadores Únicos da Empresa e do Imóvel; Garantir que o Estado paga os seus compromissos num prazo de 30 dias, e que os serviços públicos decidam os processos dos cidadãos e empresas dentro dos prazos legais.
  17. Função pública: concluir revisão de carreiras até 2027, reconhecer o mérito e qualificação, e apostar em prémios de desempenho.
  18. Garantir que os regimes de apoios sociais e tributação são benéficos para quem trabalha
  19. Combate à violência doméstica, consumo de drogas, sinistralidade rodoviária e sem abrigo
  20. Água que Une: Programa de investimento em infraestruturas eficientes de armazenamento, segurança, transporte e abastecimento de água para consumo humano, agrícola e empresarial. A estratégia Água que Une, apresentada pelo Governo a 9 de março, inclui 294 medidas para serem aplicadas de norte a sul do país, e que exigirá um investimento de 5 mil milhões de euros até 2030. Entre as medidas prevê-se o estudo e construção de novas barragens e de novos “empreendimentos de fins múltiplos” no Médio Tejo e Mondego, à semelhança do existente na região do Alqueva.

Leia abaixo o programa completo:

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Bolsa de Lisboa encerra a subir 1,8% em semana “louca” nas bolsas

O PSI encerrou a última sessão de bolsa com ganhos, mas fechou a semana com perdas de 1,7% graças à elevada volatilidade que o mercado assistiu desde segunda-feira.

Os mercados europeus tiveram uma semana de elevada volatilidade, revelando-se mesmo imprópria para cardíacos. O português PSI teve inclusive a proeza de tanto contabilizar a pior sessão em cinco anos (com o PSI a cair 5,63% na segunda-feira) como também a registar o melhor dia em um ano ano, graças à subida de 2,8% do índice na terça-feira.

Esta realidade foi comum às principais praças europeias, com todos os principais índices a contabilizar níveis de volatilidade que não eram vistos há muito tempo.

Algo comum a todas as bolsas foi o desempenho registado esta semana, com todos os índices a fecharem a semana com perdas, apesar de nesta sexta-feira alguns terem terminado o dia com ganhos ou praticamente inalterados face ao fecho de quinta-feira. O pan-europeu Stoxx Europe 600, por exemplo, fechou esta sexta-feira praticamente inalterado com uma queda de 0,1%, mas com perdas de 1,89% no acumulado da semana.

O PSI não foi muito diferente, fechando esta sexta-feira a subir 1,81% até aos 6.520,48 pontos, com apenas uma empresa em queda, mas fechou a semana a cair 1,74% com oito empresas no vermelho e sete com ganhos.

Entre os vencedores desta semana louca estão os títulos do BCP, que encerraram a semana com ganhos acumulados de 7,06%, e ainda as ações da Semapa e da Altri, que fecharam com valorizações de 3,3% e 2,8%. No canto oposto esteve a Galp com perdas de 11,7%.

Entre as 15 cotadas do PSI, as estrelas da sessão desta sexta-feira foram as ações da família EDP, com os títulos da EDP Renováveis a voarem 5,1% até aos 7,46 euros na melhor sessão desde dezembro de 2023, e os títulos da EDP a subirem 4,01% para os 2,063 euros, com a elétrica a anunciar a conclusão do seu programa de compra de ações próprias três meses antes do “deadline“.

Destaque ainda para as ações do “peso-pesado” BCP, que registou a segunda sessão consecutiva de ganhos ao valorizar 1,98% depois de na quinta-feira ter somado ganhos de 5,5%, atirando a cotação das ações para os 52,46 cêntimos. No canto oposto estiveram as ações dos CTT, os únicos títulos do PSI a encerrarem esta sexta-feira com perdas, graças a uma desvalorização de 0,15%, empurrando as ações para os 6,65 euros.

No plano semanal, o grande derrotado do PSI foi a Galp Energia, com as ações da petrolífera a mergulharem 11,7%. Destaque ainda para os títulos dos CTT, que perderam 7,4% nas últimas cinco sessões.

Entre os vencedores desta semana louca estão os títulos do BCP, que encerraram a semana com ganhos acumulados de 7,06% – sobretudo por conta das últimas duas sessões –, e ainda as ações da Semapa e da Altri, que fecharam com valorizações de 3,3% e 2,8%, respetivamente.

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Biotech Lxbio quer levantar 10 milhões para expandir

Depois de realizar, no primeiro trimestre do ano passado, uma ronda A no valor de seis milhões de euros, a Lxbio iniciou uma Ronda B de investimento, onde pretende levantar 10 milhões de euros.

A Lxbio quer levantar 10 milhões de euros numa nova ronda série B, junto a investidores privados e instituições nacionais e internacionais, para alimentar o desenvolvimento de soluções terapêuticas e a expansão da sua infraestrutura tecnológica. A empresa portuguesa de biotecnologia prepara-se para inaugurar um hub de inovação na saúde na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

Depois de realizar, no primeiro trimestre do ano passado, uma ronda A no valor de seis milhões de euros, a Lxbio iniciou uma Ronda B de investimento, onde pretende levantar 10 milhões de euros, precisa fonte oficial ao ECO.

Com 14 colaboradores, a biotech está focada na investigação e no desenvolvimento de soluções terapêuticas, com especial destaque para bacteriófagos, anticorpos monoclonais e células T-CAR, mas também “para veículos avançados de administração de fármacos no tratamento de infeções multirresistentes, cancro e doenças autoimunes”.

Com esta futura injeção de capital, além de pretender promover a criação de novas soluções terapêuticas e a expansão da sua infraestrutura tecnológica, quer dar seguimento aos programas clínicos em curso, acelerar processos de licenciamento e a comercialização de uma gama de produtos para tratamento de doenças oncológicas e autoimunes.

Entre os projetos em curso, destaca-se a investigação de novas soluções para o combate a infeções multirresistentes do pé diabético, tendo a Lxbio um fármaco já em fase final de desenvolvimento clínico (Fase 2), nos EUA e na Índia“, informa comunicado.

A biotech investiu quatro milhões de euros num hub de inovação, com abertura prevista a 21 de abril, na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa.

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“Chineses vão tentar invadir a Europa”, alerta ministro Castro Almeida

"Qualquer que seja o futuro da guerra comercial agora iniciada, nada vai ficar na mesma", disse o ministro da Coesão, um dia depois do anúncio do pacote Reforçar, para mitigar impactos das tarifas.

“Os chineses, quando tiverem de enfrentar barreiras de mais de 100%, vão tentar invadir a Europa do ponto de vista comercial. Vai ser dramático para o nosso sistema económico.” A consequência é apontada por Manuel Castro Almeida na sequência da guerra tarifária que “não vai deixar nada como antes”.

Há um clima de instabilidade que não augura nada de bom e temos de nos tornar resistentes às dificuldades que se avizinham”, disse Castro Almeida, esta sexta-feira, num evento sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, no Museu de Arqueologia, temporariamente fechado, mas que abriu portas para acolher a iniciativa. O Museu está a ser intervencionado com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência.

Qualquer que seja o futuro da guerra comercial agora iniciada, nada vai ficar na mesma“, vaticinou Castro Almeida. “A confiança, a estabilidade e a previsibilidade ficaram afetadas e mesmo que a guerra comercial não tenha uma relação direta com Portugal, a remanescente tensão entre os EUA e a China terá “efeitos enormes” na Europa.

Recordando que o PRR surgiu com a pandemia -– “a Europa estava paralisada, havia necessidade e criar condições para pôr a Europa a mexer” –, o ministro Adjunto lembrou que “seja pela pandemia, guerras militares ou comerciais o nosso dever é enfrentar as adversidades”, sublinhou.

No dia anterior, o Executivo anunciou um pacote de dez mil milhões de euros para ajudar as empresas a mitigar os impactos da guerra tarifária, que todos os dias ganha um novo capítulo. O desta sexta-feira foi a decisão de Pequim de aumentar para 125% as taxas impostas sobre produtos oriundos dos Estados Unidos, mantendo a política de retaliar os aumentos das tarifas sobre bens chineses decretados por Washington.

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Portugal realiza leilão de dívida a um ano na próxima quarta-feira

  • Lusa
  • 11 Abril 2025

O montante indicativo da emissão de Bilhetes do Tesouro situa-se entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai realizar, na próxima quarta-feira, um leilão de Bilhetes do Tesouro (BT), com maturidade em março de 2026 e um montante até 1.250 milhões de euros.

Num comunicado, divulgado esta sexta-feira, o IGCP indica que “vai realizar no próximo dia 16 de abril pelas 10:30 um leilão da linha de BT com maturidade em 20 de março de 2026”. O montante indicativo situa-se entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros, segundo a agência que gere a dívida pública.

No mais recente leilão deste tipo, em março, o IGCP colocou 1.223 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a 12 meses à taxa média de 2,227%, inferior à verificada em janeiro.

Segundo a página do IGCP na agência Bloomberg, em BT com vencimento em 20 de março de 2026 (um ano) foram colocados 1.223 milhões de euros, abaixo do montante máximo indicativo, à taxa média de 2,227% e a procura atingiu 3.030 milhões de euros, 2,48 vezes o montante colocado.

Em março, a agência adiantou que as necessidades de financiamento líquidas do Estado em 2025 mantêm-se em cerca de 18.000 milhões de euros, segundo a atualização do Programa de Financiamento da República Portuguesa para o segundo trimestre.

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PSD/CDS recua e baixa IRC para 17%. IRS desce dois mil milhões

A redução do IRC faseada é para continuar, apesar do braço de ferro com o PS. IRS baixa já este ano 500 milhões de euros, perfazendo dois mil milhões até final da legislatura.

A coligação PSD/CDS promete continuar com a trajetória de descida do IRC, de forma faseada, para chegar a uma taxa de 17%, no final da legislatura, em 2029, uma redução de três pontos face à atual, de 20%. Mas recua na meta inscrita no programa de há um ano, quando pretendia descer o imposto sobre as empresas até 15%, segundo o programa com que concorre às eleições legislativas de 18 de maio, divulgado esta sexta-feira. A fatura deverá ser menor. Se os partidos mantivessem a proposta inicial, o custo para o Estado seria de 1.500 milhões de euros em perda de receita.

Para as pequenas e médias empresas (PME), o objetivo é descer a taxa dos atuais 16% para 15%, quando anteriormente era defendido um recuo maior, para 12,5%, nos primeiros 50 mil euros de lucro tributável.

Para as legislativas de 2024, o PSD comprometia-se com uma redução do IRC em seis pontos percentuais ao longo da legislatura, entre 2025 e 2027, de 21% para 15%, e estimava um custo global para esta medida de 1.500 milhões de euros. No Orçamento do Estado de Estado para 2025 (OE2025), ainda conseguiu reduzir o imposto sobre as empresas em um ponto com o aval do PS, passando a taxa nominal de 21% para 20% do PIB.

Apesar da marcha trás na descida do IRC e de, no ano passado, a AD ter quantificado o impacto nas contas públicas (1.500 milhões de euros), desta vez o líder do PSD, Luís Montenegro, afastou um efeito negativo. “A pensar nas empresas que precisam de meios e liquidez para comprar novas máquinas, para investirem em tecnologia, em bons recursos humanos, em novas instalações, propomos, entre outras medidas, baixar o IRC para um nível que seja comportável na próxima legislatura até 17% e até 15% para as PME. O impacto financeiro que temos para esta medida não é negativo é positivo. É positivo com base naquilo que é a realidade da economia portuguesa”, defendeu durante a apresentação do programa eleitoral.

Montenegro usou o efeito positivo na economia da descida do imposto em dois pontos percentuais, em 2014, para justificar as contas. Um ano antes, com Pedro Passos Coelho ao leme da governação do país e António José Seguro na liderança dos socialistas, foi assinado um pacto para baixar o imposto sobre as empresas de 25% para 23%, em 2014, e para 21%, em 2015.

“Quando o PS ainda acreditava que a economia podia ser mais competitiva, fizemos um acordo com o PS e diminuímos em dois pontos percentuais a taxa e a receita desse ano aumentou. A taxa desceu e a receita aumentou”, defendeu.

De salientar, no entanto, que a diminuição da taxa normal, em 2014, de 25% para 23%, foi compensada pela introdução e posterior agravamento da derrama estadual, que varia entre 3% e 9%, quando o lucro tributável é superior a 1,5 milhões de euros, como recorda o Banco de Portugal (BdP). Para além disso, as autarquias podem decidir aplicar uma outra taxa, designada de derrama municipal, que pode chegar a 1,5%.

Ainda assim, e baseando-se na receita fiscal em IRC arrecadada em 2014, que subiu, o presidente social-democrata tentou fazer agora o paralelismo com a proposta de uma nova descida do IRC, de 20% para 19%. Este ano, já houve a redução de um ponto percentual, de 21% para 20%, mas o impacto só se vai sentir em 2026, na altura da liquidação do imposto.

Montenegro apontou ainda para a trajetória positiva na receita do imposto, que até superou as estimativas. “No ano passado, não houve descida da taxa, o Governo anterior não aprovou nenhuma descida, foi feita uma previsão de receita de oito mil milhões e o Governo enganou-se. Terminámos 2024 com uma receita de 10,2 mil milhões de euros. A receita foi superior em dois mil milhões e se a taxa tivesse diminuído um ou dois pontos o efeito em 2024 seria positivo”, argumentou.

O programa eleitoral da AD prevê ainda a eliminação, “de forma gradual, da progressividade da derrama estadual” e a visa ainda acabar com a derrama municipal.

“Quem vê isto a governar apenas para alguns, é quem não vê o que é governar uma empresa. Quando isto vem de alguém que se diz que viveu nas empresas… Fico com a sensação, não duvidando, que talvez tenha vivido nas empresas, mas talvez não tenha trabalhado nas empresas”, atirou Montenegro numa crítica ao líder do PS, Pedro Nuno Santos.

Redução do IRS já este ano em 500 milhões “é em cima do que já diminuiu”

A redução do IRS também é para aprofundar. O programa estabelece uma descida de dois mil milhões de euros em quatro anos, até ao 8.ºescalão, devendo baixar já este ano em 500 milhões de euros. E este alívio fiscal é um adicional face ao mecanismo de atualização dos escalões, em função da produtividade e inflação, que ficou inscrito na lei com o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), esclareceu o líder do PSD, Luís Montenegro, durante a apresentação do programa.

“Em 2025, vai diminuir mais 500 milhões de euros em cima daquilo que já diminuiu por força da atualização dos escalões do IRS no dobro da taxa de inflação”, afirmou. Já este ano, e à boleia do OE2025, os escalões foram atualizados em 4,6%, o que corresponde ao dobro da inflação prevista, e mantiveram-se os nove níveis de tributação. Isto significa que cada patamar de rendimento passou a cobrir uma faixa maior de rendimento. Nesse sentido, quem teve aumentos salariais até 4,6% não paga mais imposto.

Quanto ao IRS Jovem, que este ano foi alargado para 10 anos de isenção faseada do imposto, para trabalhadores até aos 35 anos de idade e independentemente da habilitações académicas, a coligação indica apenas que quer apenas “garantir a continuidade do IRS Jovem reduzido”. Ou seja, a medida é para manter nos quatro anos da legislatura.

O PS também deixou passar o aprofundamento do regime do IRS Jovem, que alargou a isenção faseada do imposto para 10 anos, dispensando a exigência de licenciatura. Mas a proposta original dos sociais-democratas era mais ambiciosa e estabelecia uma taxa máxima de 15% para os jovens, exceto os do último escalão, redação que teve logo o chumbo anunciado do PS, daí o recuo do Governo de Montenegro.

No programa eleitoral, a AD compromete-se a um novo aumento da consignação em sede de IRS para as instituições do setor social, de 1% para 1,5% até ao final da legislatura. Para este ano, o OE2025 já tinha aprovado uma duplicação da percentagem de imposto ao Estado que os contribuintes podem afetar a essas entidades.

É retomado novamente o objetivo de “criação de contas-poupança isenta de impostos, adotando um regime em que certo nível de contribuições dos trabalhadores e das suas entidades empregadoras sejam livres de IRS, salvo se e quando forem distribuídas, pagas ou, de qualquer forma, apropriadas pelos respetivos titulares”, de acordo com o programa eleitoral. Esta medida já tinha sido apresentada há um ano.

Apesar da “margem” advogada pelo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento e cabeça de lista por Lisboa para avançar com novas descidas de impostos, o Conselho de Finanças Públicas (CFP) já veio alertar que não há folga para acomodar novas medidas, tendo em conta que projeta o regresso aos défices já a partir de 2026.

“Não há mesmo margem para fazer mais medidas de política sem medidas de compensação”, afirmou a presidente da CFP, Nazaré Costa Cabral, esta quinta-feira, durante a apresentação do relatório sobre as perspetivas económicas e orçamentais para 2025-2029.

“Está nas mãos dos decisores políticos as decisões que queiram tomar para uma eventual melhoria da situação”, disse, alertando que o país tem, assim, “menos margem orçamental para fazer face a uma inversão do ciclo económico”. Neste sentido, pediu prudência “daqui para a frente com as medidas que se anunciam”, nomeadamente no impacto orçamental.

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Cerca de 660 mil pessoas acompanharam o debate entre Pedro Nuno Santos e Rui Rocha

  • + M
  • 11 Abril 2025

Pedro Nuno Santos e Rui Rocha protagonizaram o terceiro debate mais visto da semana, com o pódio a ser liderado pelo confronto entre a líder do Bloco de Esquerda e o candidato do PS.

Ao quarto dia de debates, o frente a frente entre o líder do Partido Socialista (PS) e da Iniciativa Liberal, transmitido em direto na RTP1 e RTP3, foi acompanhado por 659,9 mil espectadores. Pedro Nuno Santos e Rui Rocha protagonizaram assim o terceiro debate mais visto da semana, com o pódio a ser liderado pelo confronto entre a líder do Bloco de Esquerda (BE) e o candidato do PS a primeiro-ministro, mostra a análise da Dentsu para o +M.

Esta quinta-feira foi também dia de frente a frente entre Mariana Mortágua (BE) e Inês Sousa Real, líder do PAN. Transmitido em direto na CNN Portugal e mais tarde na RTP3, o debate foi acompanhado na primeira por 87,7 mil pessoas, às quais se juntam mais 3,4 mil no canal de informação do operador público.

Veja aqui o calendário de todos os debates.

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AD promete subir complemento para idosos. “Nenhum pensionista terá rendimentos abaixo de 870 euros”

Subida do complemento solidário para idosos foi uma das bandeiras deste Governo e promete ser um dos temas fortes também desta campanha da AD. Admite-se também novo bónus aos pensionistas.

O programa eleitoral da AD prevê a subida do valor de referência do complemento solidário para idosos (CSI) para 870 euros, com o objetivo de garantir que nenhum pensionista receba menos do que esse valor por mês. A coligação admite também voltar a dar um bónus aos pensionistas, se a execução orçamental for favorável a isso. E garante que cumprirá a fórmula prevista na lei para a atualização das pensões.

“Continuar a valorizar as pensões. Aumentar o CSI para garantir que nenhum pensionista tem rendimento abaixo de 870 euros, e que há isenção total na compra de medicamentos. Programa de envelhecimento ativo”, lê-se no sumário executivo do programa, que foi apresentado esta sexta-feira. Para a legislatura seguinte, é detalhado, a intenção é alinhar o valor de referência do CSI com o salário mínimo nacional.

O CSI serve, como o nome indica, para complementar os outros rendimentos do beneficiário (como as pensões), ou seja, o valor a receber é igual à diferença entre os rendimentos atuais e o valor de referência.

O reforço desta prestação foi uma das grandes bandeiras do Governo atual, que puxou o valor de referência de 550 euros para 600 euros em junho do ano passado, e para 630 euros em janeiro deste ano. A meta prevista no programa do Executivo era subir para 820 euros até 2028.

Por outro lado, o Executivo de Luís Montenegro decidiu retirar do cálculo do complemento os rendimentos dos filhos. Até junho do ano passado, os rendimentos dos filhos eram considerados, em alguns casos, para o apuramento do CSI, mesmo que os idosos não recebessem qualquer valor dos descendentes. Tal significava que alguns reformados viam vedado o acesso à prestação. Com a mudança referida, aumentou o número de idosos a receber esta prestação.

De acordo com os dados de fevereiro, existiam quase 212 mil idosos a receber o CSI, mais 52,4% do que no mesmo mês de 2024 (altura em que as referidas mudanças ainda não tinham sido feitas). Já o valor médio da prestação mensal foi de 204,67 euros no segundo mês deste ano, mais 9,2% do que no período homólogo.

Pode vir aí novo bónus para os pensionistas?

No programa apresentado esta sexta-feira, a AD admite também repetir o suplemento extraordinário atribuído aos pensionistas, caso haja margem orçamental para tal.

“Na medida em que a execução orçamental do ano permita, assume-se o compromisso de atribuir um suplemento extraordinário às pensões e reformas, em moldes semelhantes ao realizado em outubro de 2024″, lê-se no documento que foi apresentado por Luís Montenegro. Em causa está um bónus de 100 a 200 euros que foi atribuído aos reformados que recebem até 1.527,78 euros euros por mês.

Outra das medidas que consta do programa eleitoral é o compromisso de que as regras de atualização das pensões serão cumpridas. A lei prevê que as reformas sejam atualizadas em janeiro, com base na inflação e no crescimento económico.

Raras foram, porém, as vezes em que tal foi cumprido na íntegra. Durante vários anos, o Governo do PS acrescentou um aumento extraordinário à subida resultante dessa fórmula. Já em janeiro de 2023 fez o inverso: numa altura em que a inflação estava em níveis recorde, avançou com atualizações mais baixas do que o que resultaria da lei, dando em troca, primeiro, um suplemento de meia pensão e, depois, um aumento extra para garantir que os reformados não veriam o seu futuro prejudicado.

Essas medidas geraram duras críticas, daí que a AD faça questão de se comprometer explicitamente com aquilo que já está na lei há vários anos.

(Notícia atualizada às 18h11)

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PSD propõe salário mínimo de 1.100 euros brutos

Salário mínimo está em 870 euros e atual Governo previa subi-lo para 1.020 euros até 2028. Coligação do PSD e CDS propõe que a retribuição mínima aumente para 1.100 euros.

Caso vença as eleições marcadas para maio, a AD – Coligação PSD/CDS quer subir o salário mínimo nacional para 1.100 euros por mês brutos, de acordo com o programa eleitoral, a que o ECO teve acesso. Atualmente, a retribuição mínima garantida está fixada em 870 euros e o Governo tinha já fechado o compromisso na Concertação Social de a aumentar para 1.020 euros até 2028.

Por outro lado, a AD propõe aumentar o salário médio para dois mil euros. Tal corresponde também a uma revisão face ao previsto no entendimento assinado com os parceiros sociais em outubro. Nessa altura, o Governo apontava para um salário médio de 1.890 euros em 2028.

Trabalhar tem de compensar. Vamos continuar a aumentar o salário mínimo — com a meta de 1.100 euros — e o salário médio para 2.000 euros”, lê-se no sumário executivo a que o ECO teve acesso. Esta é uma das “20 medidas emblemáticas” destacadas pelo PSD e pelo CDS.

Há uma década que o salário mínimo nacional não tem parado de aumentar, sendo que, quando Luís Montenegro chegou ao poder, na primavera do último ano, estava em 820 euros.

Já em outubro, o Governo assinou um acordo na Concertação Social que reviu em alta os objetivos para a retribuição mínima, puxando-a para 870 euros em janeiro deste ano.

O compromisso era de que, nos demais anos da legislatura, haveria aumentos anuais de 50 euros, o que colocaria a retribuição mínima garantida em 1.020 euros em 2028. A legislatura foi, contudo, interrompida e haverá eleições em maio, pelo que esta sexta-feira a coligação do PSD e do CDS apresentaram o seu programa, do qual constam as metas já referidas.

Em comparação, o PS, cujo programa eleitoral foi conhecido este fim de semana, aponta o salário mínimo nacional para 1.110 euros até 2029. Ou seja, a meta dos socialistas é superior em dez euros brutos à apresentada pela AD.

AD quer reduzir taxa de desemprego jovem

AD assume como meta baixar o desemprego jovem.Lusa

O mercado de trabalho tem dado provas de estabilidade, mas nem tudo vai bem. A própria ministra do Trabalho, Maria da Palma Ramalho, reconheceu que os níveis atuais de desemprego jovem são “inadmissíveis”, considerando-o uma entorse que precisa de ser resolvida.

Não surpreende, portanto, que no capítulo dedicado ao trabalho, o programa eleitoral da AD identifique como meta reduzir a taxa de desemprego jovem, “de modo a aproximar-se da média da União Europeia“.

Outra das metas, na área laboral, é a redução da taxa de pobreza entre os trabalhadores e a população em geral, bem como reduzir a população com contratos a termo e aumentar a percentagem de população em idade ativa a participar em atividades de educação e formação, “como instrumento fundamental para aumentar a produtividade na economia portuguesa”.

AD insiste no suplemento remunerativo solidário

Aliança Democrática apresenta o seu programa económico tendo em vista as eleições legislativas de 11 de março - 24JAN24
Aliança Democrática apresenta o seu programa económico tendo em vista as eleições legislativas de 11 de março.Hugo Amaral/ECO

No programa apresentado esta sexta-feira, PSD e CDS recuperam uma das medidas que tinham prometido nas últimas eleições legislativas e que constava do programa do atual Governo: a criação de um suplemento remunerativo solidário, que venha substituir “um conjunto alargado de apoios sociais, sem perdas para ninguém“.

“Hoje, quem tenha rendimentos baixos vê-lhe retirados diversos apoios sociais de forma repentina, caso ultrapasse em um euro determinados níveis de rendimento. Na transição entre escalões ocorre uma substancial perda de apoios, ou até mesmo a sua retirada total, o que resulta numa barreira efetiva a que estes trabalhadores procurem aumentar os seus rendimentos do trabalho ou se valorizem profissionalmente“, salienta a coligação.

A ideia é, portanto, criar um sistema de subsídios, que possibilite a acumulação de rendimentos do trabalho com RSI, pensão social, ou outros apoios sociais dirigidos a situações sociais limite, “que atenue o empobrecimento dos trabalhadores empregados e incentive a sua participação ativa no mercado de trabalho“.

Assim, a AD propõe simplificar o sistema de apoios sociais, o que permitirá ter conhecimento dos apoios sociais efetivamente atribuídos. E, quando houver um aumento do rendimento do trabalho, seria pago um suplemento para garantir que o agregado não perde rendimento (por ter perdido o acesso a certos apoios), explica a coligação.

Requalificação de portugueses com mais de 50 anos

Requalificação de desempregados com mais de 50 anos é uma das medidas do programa da AD.EPA/RALF HIRSCHBERGER

Outra das promessas da AD para o mercado de trabalho é continuar o processo de convergência dos direitos à proteção social dos trabalhadores independentes, cuidadores informais e ainda novas formas de emprego com regime dos trabalhadores por conta de outrem, no que diz respeito à proteção no desemprego, doença, parentalidade ou reforma.

Prevê também uma série de medidas no âmbito da formação, como a articulação dessas ações apoios à contratação de jovens, de modo a premiar o esforço dos jovens que se qualifiquem por via de dupla certificação.

Outra medida proposta é a criação de programas de upskilling e reskilling (qualificação e requalificação) específicos para trabalhadores desempregados com mais de 50 anos, “consoante as necessidades de mercado identificadas, incluindo a possibilidade de mudança de carreira”.

(Notícia atualizada às 18h17)

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Caso Spinumviva. “Não podemos ir para eleições com tanta incerteza sobre as condições” de Montenegro, diz PS

O porta-voz da candidatura do PS sublinhou que o país precisa de estabilidade e para ter essa estabilidade precisa de um líder de Governo que se "apresente em condições de garantir que pode governar".

O porta-voz da candidatura do Partido Socialista (PS) às eleições legislativas, Marcos Perestrello, apelou a que Luís Montenegro preste os esclarecimentos necessários sobre as polémicas que envolvem a sua empresa familiar e admite que quanto mais cedo o fizer “melhor”.

“Julgo que nós não podemos ir para eleições, ou não deveríamos ir, com tanta incerteza sobre as condições que o primeiro-ministro terá para, na eventualidade de vencer eleições, poder formar um governo estável, um governo que dure”, referiu Perestrello em declarações à RTP3.

O porta-voz da candidatura do PS sublinhou que o país precisa de estabilidade e para ter essa estabilidade precisa de um líder de Governo que se “apresente em condições de garantir que pode governar a legislatura”.

“Nestas condições, por mais que o primeiro-ministro queira e tenha essa convicção, as eleições não vão limpar estes problemas. Estes problemas continuarão”, acrescenta.

Marcos Perestrello admite assim que gostava que Montenegro aliviasse a pressão que há sobre a população em torno de um conjunto de dúvidas que subsistem sobre as suas ligações, atividade profissional e política, e que “teima” em não esclarecer e que a “cada semana que passa se vão acumulando por força de novos dados que vão sendo revelados”.

“O primeiro-ministro tem insistido em não mostrar os documentos, em não prestar os esclarecimentos que lhe são pedidos. Gostaria que nos debates fosse capaz de pôr um ponto final a esta novela que todas as semanas traz pelo menos um novo episódio“, disse.

O Expresso revelou esta sexta-feira mais dados sobre a polémica que envolve o primeiro-ministro. A família Barros Rodrigues, que detém uma gasolineira em Braga responsável pelo pico de faturação da Spinumviva em 2022 e por cerca de metade da faturação enquanto Montenegro liderava a empresa, doou 30.500 euros ao PSD desde 2018.

A esmagadora maioria dos donativos, porém, foi feita desde 2021, sendo que 14.500 euros foram entregues em apenas dois anos, desde que Luís Montenegro anunciou a sua candidatura à liderança dos sociais-democratas. Só João Rodrigues, vereador da Câmara Municipal de Braga desde 2017 e agora candidato à presidência do município, fez quatro donativos nos seis anos em análise: em 2018 no valor de 2 mil euros, em 2019 e 2021 de 1.500 euros e no verão de 2022 de 2.500 euros.

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Francesa Génération abre escritório em Coimbra e cria 200 empregos

Depois de Lisboa e Leiria, Génération Portugal abre mais um escritório no país. Até ao final do ano deverá funcionar num espaço no Estádio Municipal de Coimbra e criar 200 empregos.

Génération Portugal abre escritório em Coimbra e cria 200 empregos11 abril, 2025

A sucursal da francesa Génération em Portugal, corretora especializada na gestão de produtos de saúde e previdência, vai abrir um escritório no Estádio Municipal Cidade de Coimbra, onde vai “criar 200 empregos até ao final deste ano”, no âmbito da sua estratégia de crescimento em Portugal. O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo autarca José Manuel Silva que contratualizou com a empresa a permanência de 30 anos naquele espaço.

A Génération Portugal deverá começar a atividade entre outubro e novembro deste ano, segundo José Manuel Silva que destaca o facto de a escolha desta “grande empresa internacional” ter recaído nesta cidade do Centro do país. “A escolha de Coimbra atesta, através de uma empresa externa, a qualidade de vida e de recursos humanos de Coimbra”, assinalou.

A escolha de Coimbra atesta, através de uma empresa externa, a qualidade de vida e de recursos humanos de Coimbra.

José Manuel Silva

Presidente da Câmara Municipal de Coimbra

Durante a assinatura do contrato com a empresa francesa, para se instalar durante 30 anos no Estádio Municipal Cidade de Coimbra, o diretor-geral da sucursal em Portugal, Richad Jiva Lila, explicou que a escolha desta localidade se insere no âmbito da estratégia de crescimento da empresa no País, onde já tem escritórios em Lisboa, com 300 colaboradores, e em Leiria, com mais 200.

“Ficamos firmemente convencidos do potencial desta cidade. Temos o apoio, a nível local, o que nos permitiu estar confortáveis na decisão de vir para Coimbra”, afirmou o diretor-geral da Génération Portugal, citado num comunicado do município.

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Conclusão do novo hospital em Évora derrapa para final de 2026 ou início de 2027

  • Lusa
  • 11 Abril 2025

A ministra da Saúde admitiu que a empreitada “já derrapou um bocadinho, mas vai conseguir-se”. A conclusão já teve várias datas anunciadas, entre as quais o final de 2023 ou início de 2024.

O prazo previsto para a conclusão das obras de construção do novo Hospital Central do Alentejo, em Évora, derrapou para final de 2026 ou início de 2027, revelou esta sexta-feira a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Em declarações aos jornalistas em Évora, a governante admitiu que a empreitada “já derrapou um bocadinho, mas vai conseguir-se”, indicando que a data agora prevista para a conclusão das obras é “final de 2026 ou início de 2027”.

A conclusão já teve várias datas anunciadas, como final de 2023 ou início de 2024, final de 2024, fevereiro de 2025, no Governo do PS, e, a mais recente, era o primeiro semestre de 2026, com o Governo da Aliança Democrática (PSD/CDS-PP). Falando após uma reunião com a administração da Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC), Ana Paula Martins referiu que a tutela tem vindo a “criar condições para que as decisões que precisam de ser tomadas se tomem” em relação à empreitada.

“É verdade que houve algumas dificuldades”, pois “estas grandes obras têm sempre dificuldades, mas estamos, em conjunto, também com o apoio do conselho de administração [ULSAC], a ultrapassá-las”, salientou. A ministra da Saúde agradeceu aos dirigentes desta unidade local de saúde, que estão demissionários, “a grande disponibilidade” que têm tido para se manterem “em funções até haver um novo conselho de administração (CA)”.

“O Governo está em gestão e, nesta altura, não era fácil estar a fazer esta transmissão e, por isso, este conselho de administração teve a enorme generosidade de se manter e de continuar o processo”, acrescentou. No final de fevereiro passado, o conselho de administração da ULSAC demitiu-se em bloco e invocou divergências com o Governo em relação à responsabilidade de construção do novo hospital, entre outras razões não especificadas.

O hospital, que envolvia inicialmente um investimento de 200 milhões de euros, deverá ter 360 camas em quartos individuais – podem ser aumentadas até 487 –, 11 blocos operatórios, cinco postos de pré-operatório e 43 postos de recobro, entre outras valências.

Em março deste ano, o Governo anunciou um reforço de 32 milhões de euros para a empreitada do novo Hospital Central do Alentejo, que se destina “a revisões de preços e a trabalhos complementares” da obra, tendo o contrato sido prorrogado até final deste ano.

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