Cartas contra a diversidade. Empresários recusam “ir a reboque dos humores” dos EUA

EUA enviaram cartas a empresas em Portugal a informar que têm de abandonar as políticas de diversidade. Patrões criticam, sublinhando que regras da Europa não devem ser fixadas por Washington.

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defenderam esta quinta-feira que os Estados Unidos não devem determinar as regras na União Europeia, quando questionados sobre as cartas que o Governo norte-americano enviou a empresas em Portugal a avisar que estas devem abandonar os seus programas de diversidade, noticiadas em exclusivo pelo ECO.

Não devem ser os Estados Unidos a determinar as regras na Europa. A Europa tem na sua história civilizações milenares. Fizemos aqui a Revolução Francesa. Já existíamos quando outros ainda não existiam. Não faz sentido que alinhemos sempre pelo diapasão do que impõe a administração americana“, salientou o líder da CIP, Armindo Monteiro, na conferência de imprensa em as confederações empresariais apresentaram as propostas que vão enviar aos partidos, no âmbito das eleições legislativas.

“Tem de ser a Europa a definir a sua política e não irmos a reboque dos humores de Washington, sobretudo na atual conjuntura política”, concordou o presidente da CAP, Álvaro Mendonça e Moura.

Aos jornalistas, o responsável disse, contudo, que isso “pressupõe que a Europa aumente a sua autonomia estratégica“, o que depende da soberania alimentar, frisou.

Tem de ser a Europa a definir a sua política e não irmos a reboque dos humores de Washington, sobretudo na atual conjuntura política.

Álvaro Mendonça e Moura

Presidente da CAP

Soberania alimentar é o pressuposto primeiro para termos autonomia estratégica. Há aqui uma importância acrescida de se olhar para tudo o que é o agroalimentar, ou seja, tudo aquilo que é nós, europeus, termos a certeza de que, aconteça o que acontecer, sejam quais forem os humores de outras partes do mundo ou as guerras que existam na nossa fronteira, teremos comida no prato“, argumentou Mendonça e Moura.

Conforme avançou em exclusivo o ECO na segunda-feira, a embaixada dos Estados Unidos em Portugal está a levar a cabo uma revisão global dos contratos entre o Governo norte-americanos e empresas nacionais, o que inclui a certificação de que estas cumprem a ordem executiva assinada em janeiro por Donald Trump que põe um “ponto final” nos programas de diversidade.

O objetivo, lê-se nesse documento, é “acabar com a discriminação ilegal e restaurar as oportunidades baseadas no mérito”. Isto não só no seio do Governo o Estados Unidos, mas também nas empresas que com ele têm contratos, daí que várias empresas da União Europeia estejam agora a receber cartas a indicar que devem abandonar os seus programas de diversidade.

Em reação, a presidente da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), Carla Tavares, já defendeu que está em causa “uma inaceitável intromissão” na política interna dos países e da União Europeia e confessou-se preocupada com este “sinal de retrocesso” nos direitos humanos.

Também a Associação Portuguesa para a Diversidade e Inclusão (APPDI) já disse estar muito preocupada com as missivas enviadas a empresas portuguesas. “São uma falta de respeito para com a soberania dos países e das organizações“, sublinhou a coordenadora de projetos Mónica Canário, em declarações ao ECO.

O ECO também pediu uma reação ao Governo, mas até agora não obteve resposta. O Ministério da Economia remeteu para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, que se mantém, por sua vez, em silêncio.

(Notícia atualizada às 13h22)

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Lucro do Bison Bank quase quadruplica para 2,5 milhões de euros em 2024

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

No ano passado, o Bison Bank teve um crescimento de 42% do produto bancário para 12,1 milhões de euros, mais de 4.300 clientes e 3,3 mil milhões de euros de ativos sobre gestão.

O lucro do Bison Bank quase quadruplicou no ano passado, face a 2023, para 2,5 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira o banco português especializado em serviços de gestão de património e de banca de investimento.

Em 2024, “o banco apresentou um lucro líquido de 2,5 milhões de euros, face ao valor de 0,6 milhões de euros de 2023, o que demonstra que continua a evoluir de forma muito positiva, apesar dos elevados desafios colocados pelas incertezas geopolíticas e pelo ambiente macroeconómico adverso”, refere a instituição liderada por António Henriques.

“O negócio evoluiu de forma robusta em 2024, com um crescimento de 42% do produto bancário para 12,1 milhões de euros, mais de 4.300 clientes e 3,3 mil milhões de euros de ativos sobre gestão”, acrescenta o Bison Bank.

Segundo o banco, “os principais componentes da evolução do produto bancário foram as comissões de clientes e a margem financeira, que atingiram 4,6 milhões de euros e 7,6 milhões de euros em 2024, respetivamente”.

O Bison Bank “registou um aumento no balanço e manteve níveis robustos de solvabilidade”, refere a entidade.

Em dezembro, “o ativo total e os depósitos de clientes do banco atingiram valores de 406 milhões de euros e 352 milhões de euros, respetivamente” e o “rácio Tier 1 Common Equity [rácio de fundos próprios principais de nível 1] foi de 37,4%, um dos mais elevados do setor bancário europeu”.

O Bison Bank “atingiu claramente uma fase de consolidação, conseguimos atingir resultados positivos sustentáveis num mercado altamente competitivo, o que é significativo para um banco jovem e inovador como o Bison”, afirma o presidente executivo (CEO), António Henriques, citado em comunicado.

“O crescimento em todas as métricas-chave foi impressionante: triplicámos a base de clientes, triplicámos o volume de transações e quintuplicámos os ativos sob gestão. A diversificação da oferta de ativos e parcerias estratégicas, como com a Fireblocks e a Circle, demonstra maturidade do modelo de negócio e redução de riscos operacionais”, conclui o gestor.

A Bison Digital Assets (BDA), o primeiro Prestador de Serviços de Ativos Virtuais (VASP) licenciado pelo Banco de Portugal e totalmente detido por um banco português, “registou resultados positivos pela primeira vez em 2024, apenas com dois anos de operação, com 130 milhões de euros de volume transacionado e mais de 150 clientes institucionais e individuais de elevado património, que representa um aumento para o triplo face a 2023”.

Em 2024, o banco “fortaleceu a sua posição como líder em inovação financeira com duas novidades importantes: a integração de operações com stablecoins, numa parceria com a Circle, o que passou a permitir transações mais ágeis e seguras, e o lançamento do Bison Card em parceria com a Visa e a Minsait (agora Nuek), que ofereceu aos clientes uma solução de pagamento digital inovadora e acessível”.

A BDA “também anunciou a integração na Fireblocks, uma plataforma empresarial que gere operações de ativos digitais e possibilita a construção de negócios inovadores em blockchain e, também, a disponibilização de dois novos tokens: EURC e Solana (SOL)”.

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‘Data centers’ deverão exigir tanta energia quanto o Japão em 2030

O consumo energético global dos 'data centers' vai duplicar até ao início da próxima década, estima a Agência Internacional de Energia (AIE). Em 2024, representaram 1,5% de toda a energia consumida.

Os data centers vão consumir o dobro da energia até 2030, igualando o consumo anual do Japão, “uma das maiores economias do mundo”, sublinha o líder da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol.

Este dado consta do mais recente relatório sobre Energia e Inteligência Artificial (IA) da Agência Internacional de Energia (AIE), apresentado esta quinta-feira pelo presidente da agência e pela diretora de Sustentabilidade, Tecnologia e Projeções, Laura Cozzi.

A AIE estima que o consumo de eletricidade destas infraestruturas vai duplicar para cerca de 945 terawatts-hora (TWh) em 2030. “Isto é ligeiramente acima do consumo total de eletricidade do Japão ao dia de hoje”, lê-se no relatório, que identifica a IA como o principal motor deste crescimento.

Os EUA serão responsáveis pela maior fatia desse aumento, sendo que os data centers representarão metade da procura adicional que se projeta para este país até 2030. No final da década, os centros de dados deverão consumir mais energia do que a requerida pelo conjunto das indústrias tipicamente intensivas em eletricidade, como o alumínio, o cimento e os químicos.

Contas feitas, os data centers vão ser responsáveis por cerca de um décimo da procura global por eletricidade até 2030 — ainda assim, menos do que a fatia correspondente à produção de ares condicionados ou de veículos elétricos. Somente cinco anos depois, em 2035, a AIE prevê que o consumo ascenda aos 1.200 TWh.

Em 2024, os centros de dados representaram 1,5% do consumo global de energia, ou o equivalente a 415 TWh. Atualmente, são também os EUA a liderar esta procura, país responsável por 45% do total deste novo consumo. Segue-se a China com 25% e a Europa com 15%.

Globalmente, o consumo de eletricidade por parte dos data centers já cresceu 12% desde 2017, quatro vezes acima do crescimento do total do consumo.

A procura por capacidade de computação tem vindo a aumentar de forma significativa, à medida que acelera a digitalização da economia e aumenta o uso de tecnologias de IA, levando à construção de cada vez mais data centers em todo o mundo. No mercado europeu, Portugal é um dos países que poderá captar uma fatia deste novo investimento, com a PortugalDC, associação que representa o setor no país, a prever uma captação de 12 mil milhões de euros por esta indústria nos próximos cinco anos.

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ASF define regras para eliminar confusão entre planos de seguros de saúde

  • ECO Seguros
  • 10 Abril 2025

As recomendações do supervisor dos seguros foram agora detalhadas e querem abranger seguradoras, mediadoras e consumidores para eliminar equívocos.

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) anunciou em comunicado que aprovou recomendações que visam facilitar a distinção entre planos e seguros de saúde aos olhos do consumidor.

Importa referir a distinção entre os seguros e planos de saúde. Os primeiros envolvem a transferência de riscos para uma seguradora, o que pode envolver “reembolsos, acesso a redes convencionadas e uma maior proteção legal para o consumidor”. Já os segundos dizem respeito a produtos que funcionam como cartões de desconto em cuidados médicos, sem cobertura de risco, logo, “sem reembolso ou enquadramento na atividade seguradora”, clarifica a ASF.

Sendo apenas regulador das empresas do setor segurador, é sobre estas que o regulador quer reforçar mais transparência e clareza na comercialização nos seguros de saúde “promovendo uma adequada distinção face aos chamados “planos de saúde”. Deste modo, a ASF promove práticas que “evitem a associação indevida entre os dois tipos de produto”. As recomendações finais surgem após as ter lançado a consulta pública.

O regulador recomenda as empresas a evitar usar a palavra “plano” quando estão a referir-se a seguros de saúde e a não comercializar produtos sem cobertura de risco, ou seja, que não inclui acordos indemnizatórios em de caso de sinistro.

As seguradoras são ainda chamadas a esclarecer os consumidores quanto à natureza do seguro de saúde. Tal deverá ser feito através da revisão da documentação pré-contratual e contratual do contrato de seguro com o cliente “para que fique clara a natureza do produto” e também ao informar o consumidor “de forma ativa e clara, sobre as diferenças entre seguros de saúde e planos de saúde, incluindo nos canais digitais”, clarifica a ASF.

O supervisor de seguros reforça que estas orientações devem ser seguidas pelos corretores e mediadores de seguros que devem garantir “uma comunicação correta ao longo do processo de venda”.

Esta iniciativa surge na sequência da análise de diversas reclamações recebidas pela ASF, nas quais foi identificado o uso de termos próprios da atividade seguradora na comercialização de produtos que não envolvem qualquer transferência de risco — nomeadamente os “planos de saúde”. “Esta prática tem gerado confusão nos consumidores, que muitas vezes não têm consciência do tipo de produto que estão efetivamente a adquirir”, indica o órgão de supervisão.

“As recomendações agora emitidas visam reforçar a proteção dos consumidores, promovendo a sua capacidade de escolha informada com base numa correta compreensão dos produtos disponíveis no mercado”, afirmou Eduardo Farinha, diretor do Departamento de Supervisão Comportamental da ASF.

As empresas que pretendem cumprir as recomendações têm um mês para comunicar a intenção à ASF. Aquelas que o fizerem e autorizarem serão identificadas no site da ASF, que pode ser acedido através do Portal do Consumidor.

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Fusões e aquisições de empresas em mínimos de três anos. Americanos reduzem em 28% negócios em Portugal

No primeiro trimestre registaram-se 114 transações de M&A em Portugal, de acordo com a base de dados do TTR. Desde os primeiros três meses de 2022 que o número de negócios não era tão baixo.

O contexto macroeconómico e geopolítico está a atrasar a conclusão dos negócios e a penalizar mercado transacional, que está nos valores trimestrais mais baixos em três anos. No primeiro trimestre deste ano, registaram-se 114 operações, o que representa um mínimo desde os primeiros três meses de 2022 e uma diminuição homóloga de 32%.

O valor das operações de Mergers & Acquisitions (M&A) onde estiveram envolvidas empresas portuguesas fixou-se nos 918 milhões de euros, perfazendo uma queda de 71% no capital mobilizado, de acordo com a TTR Data. No entanto, menos de metade (37%) das transações teve os valores revelados.

Quanto aos setores, o imobiliário voltou a ‘segurar as pontas’ do mercado e foi o mais ativo entre janeiro e março com 20 transações, seguindo-se a área tecnológica (Internet, software e serviços de tecnologias da informação) com 15 operações.

Além-fronteiras (cross-border), Espanha e Estados Unidos foram os países que mais investiram em Portugal neste período, contabilizando 17 e cinco transações, respetivamente. Isto apesar de as empresas norte-americanas terem reduzido em 28% suas aquisições no mercado português.

Curiosamente, também as empresas portuguesas escolheram organizações espanholas e norte-americanas como principal destino de investimento (oito e quatro transações, pela mesma ordem) neste período.

Analisando os diferentes segmentos do mercado transacional, foram contabilizadas 11 transações de private equity no primeiro trimestre, menos 8% em termos homólogos. A queda nos negócios destes fundos tem sido inferior ao resto do mercado – ou estado mesmo em contraciclo há vários meses – dada a liquidez que ainda têm (dry powder).

“Em venture capital, foram realizadas 21 rondas de investimentos e um total de 135 milhões de euros, representando uma queda de 44% no número de transações. No segmento de asset acquisitions [compras de ativos], foram registadas 28 transações com um valor de 88 milhões de euros, representando uma queda de 31% no número de transações”, lê-se no relatório da TTR.

Para os analistas deste diretório, o negócio do trimestre foi a conclusão da aquisição da Claranet Portugal pela operadora de telecomunicações Nos por 152 milhões de euros. A operação contou com a assessoria jurídica em lei portuguesa dos escritórios Morais Leitão e Uría Menéndez.

Nos rankings de assessores destacam-se as sociedades de advogados Cuatrecasas Portugal e Morais Leitão e o Banco Bradesco BBI.

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Euribor desce a 3, 6 e 12 meses para novos mínimos de mais de dois anos

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

Esta quinta-feira, a taxa Euribor baixou para 2,265% a três meses, para 2,190% a seis meses e para 2,090% a 12 meses.

A taxa Euribor desceu esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses para mínimos desde janeiro de 2023 e novembro e setembro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,265%, ficou acima da taxa a seis meses (2,190%) e da taxa a 12 meses (2,090%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou, ao ser fixada em 2,190%, menos 0,041 pontos e um novo mínimo desde 1 de novembro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, para 2,090%, menos 0,057 pontos e um novo mínimo desde 13 de setembro de 2022.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, desceu, ao ser fixada em 2,265%, menos 0,036 pontos e um novo mínimo desde 6 de janeiro de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores. A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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“É precoce admitir que tarifas possam acarretar recessão na Europa”, considera Nazaré da Costa Cabral

Presidente do Conselho das Finanças Públicas reconhece que políticas de Trump podem levar a uma recssão para alerta momento de grande volatilidade, com avanços e recuos na guerra comercial.

A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP), Nazaré da Costa Cabral, alertou esta quinta-feira que a conjuntura é de elevada incerteza, com avanços e recuos, considerando “prematuro” admitir uma recessão na Europa devido à guerra comercial, descartando o cenário para Portugal.

O clima é ainda de incerteza. É precoce estar a admitir que guerra de tarifas possa acarretar uma recessão na Europa. A situação é complexa”, afirmou a responsável do CFP, em conferência de imprensa de apresentação do relatório de projeções macroeconómicas e orçamentais, em Lisboa.

Nazaré da Costa Cabral reconhece que as medidas tarifárias da Administração Trump podem afetar a procura dirigida às exportações europeias, quer de bens e serviços, mas ter também “efeitos gravosos” na redefinição das cadeias de produção e na estabilidade global a nível financeiro. Porém, defende ser “prematuro” procurar uma “ilação certa do que se está a viver”.

O clima é ainda de incerteza. É precoce estar a admitir que guerra de tarifas possa acarretar uma recessão na Europa. A situação é complexa.

Nazaré da Costa Cabral

Presidente do Conselho das Finanças Públicas

O momento está a ser muito marcado por avanços e recuos. Estamos a assistir ainda a negociações entre a Administração americana e os parceiros comerciais. O momento é de grande incerteza e volatilidade“, considerou.

Um dos episódios mais recentes dos avanços e recuos da guerra comercial é a mais recente pausa estratégica entre os Estados Unidos e a União Europeia. Após o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump, na quarta-feira, suspendendo por 90 dias a aplicação de tarifas recíprocas sobre a maioria dos seus parceiros comerciais, Bruxelas seguiu esta quinta-feira o mesmo caminho.

A decisão de Trump surgiu após a União Europeia ter na quarta-feira aprovado uma resposta conjunta às tarifas norte-americanas aos produtos europeus de aço e alumínio. Os Estados-membros deram ‘luz verde’ à proposta da Comissão Europeia para aplicar taxas alfandegárias até 25% a uma lista de bens dos Estados Unidos em três fases distintas.

Para a responsável do CFP, “os efeitos ao certo em termos de desvio de comércio, a procura de mercados alternativos afetados por tarifas e como os países se vão reposicionar daqui para a frente é ainda incerto”, pelo que considera ser preciso “esperar um pouco mais” para uma maior clareza”.

Ainda assim, descarta um cenário de recessão em Portugal. “Era preciso um segundo trimestre catastrófico do desempenho económico“, disse. A instituição prevê um crescimento de 2,2% este ano e de 2% no próximo ano.

(Notícia atualizada às 12h29)

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Empresários propõem redução do IRC para 17%, lei do trabalho “flexível” e “ressuscitar Simplex”

Confederações patronais apresentaram propostas "para um debate político responsável e gerador de confiança", como o alívio do IRC, a flexibilização da lei do trabalho e a renovação do Simplex.

Com o país a preparar-se, novamente, para ir às urnas, as cinco confederações patronais apresentaram esta quinta-feira aos jornalistas um conjunto de propostas, que vão, entretanto, fazer chegar aos vários partidos. Entre elas, estão, nomeadamente, a redução da taxa normal de IRC para 17%, o alívio do IVA, a eliminação das tributações autónomas e a flexibilização da lei do trabalho.

“Portugal precisa de um choque de produtividade e competitividade”, sublinhou Francisco Calheiros, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Coube ao presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP) apresentar as propostas dos empresários, que se agrupam cinco grandes temas: alívio da carga fiscal, reforço da Concertação Social, investimentos em infraestruturas e na capacidade produtiva, mercado de trabalho, e simplificação administrativa.

Portugal precisa de um choque de produtividade e competitividade.

Francisco Calheiros

Presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP)

No que diz respeito à carga fiscal, as confederações patronais defendem que “os últimos indicadores dão sinal de que existe margem para uma redução“, pelo que propõem a redução da taxa normal de IRC para 17% (e para 15%, no caso das pequenas e médias empresas), a reversão do aumento da derrama estadual, a eliminação das tributações autónomas, e o alívio do IVA (para 6% em toda a reabilitação urbana e para habitação acessível).

Exigem, além disso, que deve ser implementada a agenda de simplificação fiscal que o Governo ainda em funções apresentou recentemente, apesar das eleições marcadas para 18 de maio.

No acordo assinado em outubro na Concertação Social, já constava o compromisso do atual Governo de reduzir, progressivamente, o IRC, mas essa foi uma das medidas mais difíceis e aprovar no Orçamento do Estado para 2025. Isso mesmo lembrou, questionado, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Armindo Monteiro, esta quinta-feira. “O Governo quase caiu por ousar, e estou a usar toda a ironia, reduzir em dois pontos percentuais o IRC. Acabamos por reduzir singelamente um ponto“, observou.

O Governo quase caiu por ousar, e estou a usar toda a ironia, reduzir em dois pontos percentuais o IRC. Acabamos por reduzir singelamente um ponto.

Armindo Monteiro

Presidente da CIP

Aos jornalistas, o “patrão dos patrões” assinalou que o que os empresários estão a propor é apenas que se adotem “as mesmas condições” de que dispõem os congéneres europeus. E realçou que é preciso acabar com a “bizarria” que é a progressividade que hoje existe nos impostos que se aplicam às empresas.

Patrões pedem reforço da Concertação Social

Reunião Plenária da Conselho Permanente de Concertação Social - 03ABR25
Confederações empresariais pedem o reforço da Concertação Social.Hugo Amaral/ECO

Já quanto à Concertação Social, os empresários reconheceram esta manhã que o modelo português é dos mais avançados da Europa, mas lembraram que o seu potencial nem sempre tem sido aproveitado.

Sobre este ponto, João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), lembrou que os patrões suspenderam a sua participação nesse órgão ainda em 2021, quando o Governo de António Costa fez aprovar em Conselho de Ministros propostas de alteração à lei do trabalho, que não tinham sido discutidas previamente com os parceiros sociais.

Por outro lado, no que diz respeito aos investimentos em infraestruturas e na capacidade produtiva do país, Francisco Calheiros destacou o novo aeroporto, mas também a ferrovia.

Temos um exemplo histórico em Espanha, que desenvolveu a ferrovia em bitolas europeias nos circuitos principais, enquanto manteve uma série de linhas na bitola ibérica. Se queremos entrar na rede europeia, teremos de fazer opções nesse sentido.

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

A propósito, João Vieira Lopes destacou o exemplo espanhol, país onde se “desenvolveu a ferrovia em bitolas europeias nos circuitos principais enquanto manteve uma série de linhas na bitola ibérica“. “Se queremos entrar na rede europeia, teremos de fazer opções nesse sentido. É preciso tomar uma decisão”, apelou.

Ainda sobre os investimentos, Francisco Calheiros defendeu também, em nome das cinco confederações, uma estratégia construtiva para a água, a aceleração dos investimentos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a criação de um ambiente propício ao aumento da oferta de habitação.

Quanto à água, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça e Moura, salientou que esta tem “importância paralela com a construção do novo aeroporto“.

“É uma reforma estrutural do país. Se queremos crescer, precisamos de água, seja para o consumo humano, para o turismo ou para a agricultura. Não tem havido água suficiente para o que existe e muito menos ainda para pensarmos em crescer”, declarou, frisando que é preciso implementar a estratégia que o Governo apresentou.

Lei laboral mais flexível?

Confederações empresariais pedem lei do trabalho mais moderna e flexível.Freepik

Já quanto ao mercado de trabalho, a visão dos empresários centrou-se na legislação, avisando que as mudanças que têm sido feitas têm retirado flexibilidade. “Precisamos de legislação laboral mais moderna e flexível“, frisou o presidente da CTP, em conferência de imprensa.

Por fim, no que diz respeito à simplificação administrativa, Francisco Calheiros explicou que é preciso “ressuscitar o Simplex“, já que a Administração Pública precisa “de uma verdadeira reforma, que vá para além da digitalização dos processos, incluindo o quadro normativo e administrativo“.

Não é ainda tempo para abordarmos este ponto [do lay-off simplificado[. A situação ainda não está extremada. Devemos guardar para tempos mais difíceis.

Armindo Monteiro

Presidente da CIP

Na conferência desta manhã, as confederações empresariais foram ainda questionadas sobre a proposta do PS de aumentar o salário mínimo nacional para 1.100 euros até ao fim da próxima legislatura (em 2029). Em reação, Armindo Monteiro salientou que é preciso que a economia cresça, de modo a suportar esses reforços salariais.

Por outro lado, numa altura em que a guerra comercial ameaça os negócios portugueses, os empresários foram questionados sobre a necessidade de o Governo fazer regressar o lay-off simplificado, regime que, durante a pandemia, apoiou o emprego. “Não é ainda tempo para abordarmos este ponto. A situação ainda não está extremada. Devemos guardar para tempos mais difíceis“, respondeu o presidente da CIP.

Esta quinta-feira, o Governo aprova em Conselho de Ministros um pacote de medidas para ajudar as empresas a enfrentarem os efeitos da guerra comercial. O lay-off simplificado não deverá constar, mas haverá, por exemplo, um apoio à formação, que ajudará as empresas a segurar os seus empregados.

(Notícia atualizada às 13h11)

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União Europeia suspende por 90 dias tarifas de retaliação aos EUA após decisão de Trump

Bruxelas responde à pausa de Trump nas tarifas com abertura ao diálogo, mas avisa que as contramedidas estão prontas caso as conversas falhem.

A guerra comercial entre a União Europeia e os EUA pode ter encontrado uma pausa estratégica. Após o anúncio surpreendente de Donald Trump na quarta-feira, suspendendo por 90 dias a aplicação de tarifas recíprocas sobre a maioria dos seus parceiros comerciais, a União Europeia seguiu o mesmo caminho.

De acordo com um porta-voz da Comissão Europeia citado pela Reuters, a União Europeia anunciou a suspensão temporária das suas tarifas de retaliação a partir de 15 de abril, lançando igualmente uma mensagem é clara: “Estamos prontos para negociar, vamos conversar”, referiu fonte do bloco europeu.

“Queremos dar uma oportunidade às negociações” refere esta quinta-feira Ursula von der Leyen num post na sua conta da rede social “X”, sublinhando ainda que “enquanto finalizamos a adoção das contramedidas da UE, que receberam um forte apoio dos nossos Estados-Membros, vamos suspendê-las durante 90 dias.”

Contudo, a presidente da Comissão Europeia sublinha que “se as negociações não forem satisfatórias, as nossas contramedidas entrarão em vigor”, salientando ainda que “prosseguem os trabalhos preparatórios sobre novas contramedidas”.

A decisão da União Europeia surge num momento em que as tensões comerciais transatlânticas atingiram o pico. Na semana passada, Trump impôs tarifas de 20% sobre quase todas as importações europeias e ameaçado novas medidas sobre automóveis e outros bens.

Em resposta, os Estados-membros do bloco europeu aprovaram esta quarta-feira um pacote de contramedidas de 26 mil milhões de euros repartido em duas fases, que inclui tarifas retaliatórias de até 25% sobre bens norte-americanos, incluindo produtos agrícolas e industriais. Estas medidas estavam programadas para entrar em vigor já na próxima semana.

Contudo, o anúncio de Trump de suspender as tarifas por três meses abriu uma janela para negociações. Fontes diplomáticas europeias indicaram que a suspensão das contramedidas pela União Europeia visa criar espaço para o diálogo, sem abdicar da pressão sobre Washington.

Apesar do tom conciliatório, as negociações estão longe de ser garantidas. Von der Leyen reiterou que “todas as opções permanecem em cima da mesa” e que o trabalho preparatório para novas contramedidas continua. A suspensão das tarifas por ambas as partes é vista como um movimento estratégico mais do que um sinal definitivo de resolução.

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O beauty tech do momento? Dyson Airwrap i.d. e a arte de modelar sem stress

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 10 Abril 2025

A precisão da tecnologia Dyson eleva a experiência do styling. O Airwrap i.d. traz o melhor do design e performance para cabelos impecáveis, com um simples toque.

Vamos falar de cabelo — e de promessas tecnológicas que juram transformar a nossa rotina em algo digno de tutorial de YouTube com milhões de views. O novo Dyson Airwrap i.d.™, que chegou ao mercado este ano é, segundo a marca, o primeiro modelador multifunções inteligente e conectado. E sim, é tão bonito e futurista quanto parece.

Depois de o experimentarmos, podemos dizer que este gadget não é só mais um brinquedo caro para beauty addicts. É um aliado sério — e surpreendentemente intuitivo — na missão de conseguir caracóis perfeitos sem parecer que acabámos de sair de um laboratório (ou de um episódio de Black Mirror).

Primeira impressão: isto é a Apple dos secadores
O design é minimalista, quase escultórico. O estojo de apresentação vem com tudo organizado como se estivéssemos a abrir uma jóia tecnológica. Cores sofisticadas (ficámos rendidos ao Ceramic Patina & Topaz) e um detalhe que diz muito: a tampa do estojo traz um suporte para smartphone ou tablet — porque este modelador quer mesmo que utilizemos a app MyDyson como a nossa nova melhor amiga de styling.

O que há de novo (e vale mesmo a pena)
A grande estrela aqui é a funcionalidade i.d. curl™. Traduzindo: através da app, criamos um perfil personalizado com o nosso tipo de cabelo, comprimento e até nível de habilidade (obrigada, Dyson, por admitires que nem todas nascemos cabeleireiras). Depois é só carregar num botão — literalmente — e deixar que o Airwrap faça a dança: enrola, segura, fixa. É quase hipnótico.

Há dois novos acessórios que merecem toda a nossa atenção. O modelador cónico — ideal para quem quer mais definição na raiz (os caracóis ficam com aquele ar editorial). E o difusor Wave+Curl, que, mesmo em cabelo ondulado, faz magia: realça o padrão natural sem frizz e sem esforço.

Menos calor, mais brilho
O calor é sempre uma preocupação, e aqui nota-se que a Dyson fez o trabalho de casa. O Airwrap i.d.™ nunca ultrapassa os 150ºC, e graças ao motor digital V9 (tão silencioso que quase estranhamos), o fluxo de ar é potente mas gentil. O cabelo até ganha mais brilho.

Uma app que… ajuda mesmo?
Surpreendentemente, sim. A MyDyson não só guia o processo de styling como envia notificações para limpeza do filtro e até te dá sugestões de penteados. É como ter uma stylist digital no bolso — e sem os palpites indesejados. Outra estreia é a linha de produtos capilares Dyson Chitosan™. Com base em cogumelos ostra (quem diria?) e criada após mais de uma década de investigação, promete trabalhar em harmonia com as ferramentas Dyson. Ainda estamos a testar, mas podemos já adiantar: o cabelo fica leve, com textura natural e sem aquele efeito de “spray fixador de anos 90”.

Veredito final: vale os 549€?
Não é para todas as carteiras, mas para quem procura uma ferramenta versátil, inteligente e com uma curva de aprendizagem quase nula, o Airwrap i.d.™ justifica o investimento. É funcional, bonito e — acima de tudo — poupa tempo e frustração. E isso, convenhamos, tem o seu preço.

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Habitação “não pode ficar dependente” de dividendos de qualquer banco, defende Montenegro

  • Lusa
  • 10 Abril 2025

Montenegro criticou a proposta do PS e defendeu que o financiamento da habitação tem de passar "pelos recursos do Orçamento do Estado, dos fundos europeus e do Estado".

O primeiro-ministro defendeu esta quinta-feira que a habitação é tão prioritária no desenvolvimento do país que “não pode ficar dependente” dos dividendos de qualquer banco, ainda que do Estado, numa crítica implícita a uma proposta do PS.

Na abertura de Congresso Internacional de Habitação Pública, que decorreu no Taguspark, em Oeiras, Luís Montenegro disse não querer entrar em polémicas pré-eleitorais, mas acabou por se referir, indiretamente, a uma proposta que consta do programa do PS e que passa por utilizar parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos numa conta corrente estatal que permite financiar as autarquias na construção de habitação pública.

“A habitação é tão prioritária, é tão essencial na estratégia de desenvolvimento do país, que não pode ficar dependente agora do volume de dividendo de uma determinada entidade bancária, mesmo que seja do perímetro estatal. O seu financiamento tem que ser assegurado, ponto final, tem de ser assegurado pelos recursos públicos”, defendeu Luís Montenegro.

Para o primeiro-ministro, o financiamento da habitação tem de passar “pelos recursos do Orçamento do Estado, pelos recursos dos fundos europeus e pelos recursos que o Estado pode assegurar de instrumentos de financiamento a baixos custos, nomeadamente através do Banco Europeu de Investimento”.

“E é isso que um governo deve assegurar, seja ele qual for, e deve assegurar para o seu mandato e para os mandatos seguintes, para quem vier a seguir, é isso que nós estamos a fazer”, afirmou.

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INE confirma abrandamento da inflação para 1,9% em março

  • Joana Abrantes Gomes
  • 10 Abril 2025

Sem os produtos energéticos e os alimentos não transformados, a variação também foi de 1,9% em março.

A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi de 1,9% em março, menos 0,5 pontos percentuais face ao valor registado em fevereiro, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e que confirmaram a estimativa rápida.

Quanto à inflação subjacente, que retira da equação os produtos energéticos e os produtos alimentares não transformados, a variação homóloga no terceiro mês de 2025 foi também de 1,9%, contra 2,5% em fevereiro.

Fonte: INE

O índice relativo aos produtos energéticos diminuiu para 0,1% em março em termos homólogos, em comparação com 1,5% no mês anterior.

Ao contrário dos preços da energia, a taxa de variação homóloga do índice referente aos produtos alimentares não transformados aumentou para 2,8%, acelerando quatro décimas face a fevereiro.

Nas maiores contribuições positivas para a variação homóloga do IPC estão, segundo o INE, os restaurantes e hotéis, os bens alimentares e bebidas não alcoólicas e a habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis.

Comparando com fevereiro, destaca-se a diminuição da contribuição do vestuário e calçado, dos transportes e do lazer, recreação e cultura. “Em sentido contrário, nenhuma das classes teve contributo positivo significativo para a evolução da variação homóloga do IPC”, indica o gabinete estatístico.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, utilizado para comparação com os restantes países europeus, apresentou uma variação homóloga de 1,9% (2,5% no mês anterior). Este valor é inferior em 0,3 pontos percentuais à média estimada pelo Eurostat para os países da Zona Euro.

Face ao mês anterior, a variação do IPC foi de 1,4% (-0,1% em fevereiro e 2,0% em março de 2024).

(Notícia atualizada pela última vez às 11h55)

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