Governo italiano e Lufthansa apresentam novas propostas para fechar compra da ITA

A companhia aérea alemã quer comprar uma posição de 41% no capital da concorrente italiana, mas Bruxelas levantou questões relacionadas com a concorrência.

O governo italiano e a Lufthansa apresentaram novas propostas à Comissão Europeia, procurando responder às questões regulatórias levantadas pelas autoridades europeias para poder avançar com a compra por parte da companhia aérea alemã de uma posição no capital da italiana ITA Airways.

A Lufthansa quer comprar 41% da empresa italiana ITA controlada pelo governo, a sucessora da Alitalia, mas tem recebido a oposição da Comissão Europeia, que alerta para questões concorrenciais.

“A Comissão receia que, na ausência de soluções adequadas, o desaparecimento da ITA como companhia aérea independente possa ter efeitos negativos sobre a concorrência nestes mercados já concentrados”, afirma Bruxelas numa declaração preliminar sobre a investigação aprofundada que lançou ao negócio.

Nem as autoridades italianas nem a Lufthansa deram pormenores sobre a nova oferta e as medidas propostas para conseguir luz verde do regulador europeu ao negócio.

Carsten Spohr, o CEO da companhia aérea alemã, adiantou que continua otimista em relação a uma eventual aprovação do regulador. “Continuamos a esperar uma decisão positiva de Bruxelas sobre a aquisição da ITA Airways no verão“, afirmou na assembleia anual de acionistas da Lufthansa.

Já o ministro da economia italiano adiantou que a nova proposta entregue às autoridades está de acordo com os pedidos realizados pelo regulador.

A ITA nasceu das ruínas da falida Alitalia e é detida pelo Estado italiano. A Lufthansa, que é uma das interessadas na privatização da TAP, avançou com uma proposta para a compra de uma participação de 40%, através da subscrição de um aumento de capital de 325 milhões de euros.

A Comissão Europeia abriu uma investigação aprofundada à proposta de aquisição da ITA em 23 de janeiro de 2024. A investigação incluiu a análise de documentos internos e informações detalhadas pelas partes envolvidas e a recolha de dados e opiniões junto de outras companhias aéreas, aeroportos, coordenadores de faixas horárias de descolagem e aterragem e clientes.

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“Purga”? Ventura exige explicações sobre exoneração do diretor nacional da PSP

  • Lusa
  • 7 Maio 2024

O que "não é adequado ou não é, pelo menos, aconselhável, é que este Governo esteja envolvido numa purga em que substitui os cartões rosa pelos cartões laranja", disse Ventura.

O líder do Chega exigiu esta terça-feira explicações da ministra da Administração Interna no parlamento sobre a exoneração do diretor nacional da PSP e afirmou esperar que não se trate de “uma purga” com fins partidários. “Eu dei hoje instruções ao grupo parlamentar, esta manhã, para que se chame rapidamente a senhora ministra ao parlamento e ela possa explicar as razões pelas quais exonerou unilateralmente” o diretor nacional da PSP, anunciou.

André Ventura falava aos jornalistas à margem de uma visita à Feira da Ladra, em Lisboa, e comentou a decisão do Governo, anunciada na segunda-feira, de exonerar o diretor nacional da PSP, José Barros Correia, que estava no cargo desde setembro do ano passado. O presidente do Chega afirmou que “era importante que a senhora ministra fosse ao parlamento explicar isso”, considerando que foi “um pouco estranha a forma como foi conduzida esta exoneração, a forma como foi dada a conhecer e também todo o antecedente que aparentemente existe”.

Por “envolver uma força policial”, este afastamento não deve ser “simplesmente tomado por normal”, defendeu Ventura. “Pode haver muitas razões, uma delas pode ser não ter confiança política, outra pode ser uma avaliação negativa do trabalho, o que não era positivo é que se trate de um saneamento político, e o parlamento tem o dever de fazer essa fiscalização”, sustentou.

André Ventura assinalou que José Barros Correia “tinha sido já em vários momentos uma voz crítica do Governo, quer do anterior, quer deste, na questão do suplemento de missão atribuído aos polícias, tinha estado ao lado deles em muitos desses momentos” e a “ministra tinha pedido a este diretor nacional da PSP que contivesse os movimentos de reivindicação inorgânicos”.

“Se for assim, é um sinal grave porque aí não se trata de uma exoneração de confiança, trata-se de uma questão de purga”, salientou, dizendo também esperar que “não esteja em curso um processo de saneamento político”. O presidente do Chega considerou que ser “legítimo” que os governos tomem decisões de alterar responsáveis por entenderem “que chegou ao fim o seu ciclo” ou por “natureza política”.

“O que já é menos legítimo e não é adequado ou não é, pelo menos, aconselhável, é que este Governo esteja envolvido numa purga em que substitui os cartões rosa pelos cartões laranja, isso não era positivo”, defendeu. Na ocasião, o líder do Chega foi questionado sobre as críticas ao seu partido pela reação que teve às agressões a imigrantes que decorreram no Porto no final da semana passada e rejeitou que esteja em causa uma “promoção do ódio”.

“O que nós dissemos foi que condenamos todo o tipo de violência, e se essas pessoas fizeram ou cometeram atos de agressão sobre estas pessoas, têm que ser punidos severamente. Não podemos é ignorar o outro lado da história e o outro lado da história é que há meses que a Baixa do Porto está a ser alvo de ataques, de violência e de ameaças, e algumas destas ameaças têm também origem nestes grupos de imigrantes, porque nós permitimos uma imigração absolutamente descontrolada em Portugal”, insistiu.

André Ventura indicou também que vai estar no Porto na sexta-feira “para falar com lojistas e para falar com imigrantes, se eles lá estiverem”, recusando ter medo.

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Endesa decide não cobrar custo da tarifa social de eletricidade aos clientes

  • Lusa
  • 7 Maio 2024

"Esta decisão terá um impacto significativo nos resultados da Endesa Portugal", indica a empresa espanhola.

A Endesa anunciou esta terça-feira que não vai passar o custo da tarifa social de eletricidade aos clientes residenciais, no âmbito do novo modelo de repartição de custos que permite aos comercializadores cobrar aquele valor ao consumidor final.

Em comunicado enviado à comunicação social, a Endesa informou que “não irá passar este custo a todos os seus clientes, sempre que sejam clientes residenciais”, realçando que “esta decisão terá um impacto significativo nos resultados da Endesa Portugal”.

Os principais comercializadores de eletricidade – a EDP, a Galp e a Iberdrola -, questionados sobre se iriam refletir os custos com a tarifa social de eletricidade nas faturas dos clientes, não se pronunciaram até ao momento.

Em meados de abril, a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) publicou as diretivas para o novo modelo de repartição do financiamento daquele apoio, estimando que vá custar 44,4 milhões de euros aos produtores e 92,1 milhões aos comercializadores em 2024.

A este montante tem ainda de se somar 14,8 milhões de euros (5,3 aos eletroprodutores e 9,5 aos comercializadores), referentes ao período de 18 de novembro a 31 de dezembro de 2023, uma vez que o modelo tem efeitos retroativos à aprovação da alteração pelo anterior Governo.

As diretivas produzem efeitos a 01 de abril e os comercializadores são livres, se o entenderem, de repercutir os custos no consumidor final.

No modelo anterior, os custos com a tarifa social de eletricidade eram imputados aos maiores produtores, mas, no ano passado, a Comissão Europeia deu razão às queixas apresentadas pela EDP, o que levou à repartição dos custos com um conjunto mais alargado de empresas.

O conselho tarifário da ERSE estimou que o impacto no consumidor final possa agravar as faturas em 1,13% no mercado livre e em 0,93% no mercado regulado.

A tarifa social de eletricidade consiste num desconto de 33,8% face aos preços no mercado regulado, para famílias com rendimentos mais baixos e, segundo a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), beneficiava 758.766 agregados em março deste ano.

 

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CCDR-Norte e câmara de Valença avançam com plano de conservação da Fortaleza

Será constituída uma comissão de acompanhamento do projeto para criar um sistema de monitorização e antecipação de danos que mitigue fatores de risco, como a derrocada que ocorreu em janeiro.

Fortaleza de ValençaLusa 7 maio, 2024

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e a Câmara Municipal de Valença vão avançar com a conservação, restauro e valorização da Fortaleza de Valença, considerada o ex-líbris e cartão-de-visita desta cidade do distrito de Viana do Castelo. E que está em fase de candidatura a Património da Humanidade pela Unesco.

Este acordo prevê a constituição de uma comissão de acompanhamento do projeto, formada pela autarquia e pela unidade de cultura da CCDR-N, que vai criar um sistema de monitorização e antecipação de danos de modo a mitigar fatores de risco. Classificada como monumento nacional desde 14 de março de 1928, esta muralha sofreu uma derrocada no início de janeiro deste ano devido ao mau tempo.

Na ocasião a anterior ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, referiu que deveria ser o município a fazer a intervenção no monumento. Mas o presidente da autarquia, José Manuel Carpinteira, alegou não ter capacidade financeira” para o fazer, apelando à “solidariedade” da parte do Governo para ajudar na recuperação da muralha.

Valença espera ver reforçada a cooperação técnica com a CCDR-N, através de várias ações, como as vistorias, os diagnósticos, os relatórios e estudos, a colaboração na definição de programas e estudos prévios de conservação, o restauro e valorização.

José Manuel Carpinteira

Presidente da Câmara Municipal de Valença

Entretanto, o concurso para a recuperação do pano de muralha da Fortaleza que ruiu já foi lançado, há alguns meses, por um preço base de 1,6 milhões de euros. A empreitada aguarda apenas a aprovação do Tribunal de Contas para avançar, segundo o município do Alto Minho.

O acordo, agora assinado entre as duas entidades, é o “primeiro protocolo de colaboração técnica para a salvaguarda de património classificado celebrado pela CCDR-N desde a integração das novas competências na área da cultura“, avança num comunicado enviado às redações. A sessão contou com a participação do presidente da CCDR-N, António Cunha, do autarca de Valença, e de Jorge Sobrado, vice-presidente da CCDR-N, com responsabilidades na área da cultura e património.

“Com este protocolo de intenções, Valença espera ver reforçada a cooperação técnica com a CCDR-N, através de várias ações, como as vistorias, os diagnósticos, os relatórios e estudos, a colaboração na definição de programas e estudos prévios de conservação, o restauro e valorização”, refere o edil José Manuel Carpinteira.

Em causa está também a identificação de possíveis fontes de financiamentos públicos para as obras de restauro e conservação do imóvel, concluiu o município na mesma nota.

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Ordem dos Advogados abre guerra judicial à Caixa de Previdência

Bastonária reage ao pagamento coercivo de dívidas à CPAS que vai começar a ser feita pela Segurança Social em junho. A taxa de incumprimento situa-se à volta dos 21% do total dos beneficiários.

O Conselho Geral da Ordem dos Advogados (OA) – liderado pela bastonária Fernanda de Almeida Pinheiro – vai abrir abrir uma guerra judicial à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS). Em comunicado, a OA admite que “está disponível para apoiar, nas ações judiciais de cobrança de contribuições, todos os colegas que comprovadamente não tenham condições financeiras para pagar as contribuições que lhes são exigidas”. Explicando que “os colegas que, reunindo as condições acima descritas, pretendam beneficiar deste apoio, devem contactar a Ordem dos Advogados para mais pormenores”.

Em causa a divulgação de que o pagamento coercivo de dívidas à CPAS vai começar a ser feita pela Segurança Social (SS) em junho. Uma taxa de incumprimento situa-se à volta dos 21% do total dos beneficiários, que são cerca de 37 mil. Esta cobrança vai passar a ser feita pelos serviços da Segurança Social mas com um atraso de quase quatro anos. Em causa as alterações da lei — aprovadas em março de 2020 — que passaram a definir que o processo de execução de dívidas à Segurança Social passava também a ser aplicável ao sistema de previdência dos advogados e solicitadores — apesar de estes não estarem sujeitos ao regime geral da Segurança Social.

“Se é verdade que há colegas que não pagam as suas contribuições apesar de poderem fazê-lo, também é verdade que um grande número de advogados apenas não paga porque não tem capacidade financeira para o fazer, em virtude de o valor mensal dessas contribuições ser manifestamente desfasado do valor auferido pelos mesmos”, diz o comunicado da OA. Por mês, um advogado tem de pagar um valor mínimo de quase 300 euros por mês para poder contar com o apoio do sistema assistencialista da CPAS.

Assim, a bastonária e o Conselho Geral “não se podem conformar que se avance para uma situação de cobrança coerciva sem se averiguar primeiro se os colegas têm ou não capacidade financeira para pagar as suas contribuições, não se acautelando uma solução alternativa e mais justa para aqueles que comprovadamente não possuam essa capacidade”.

Relembrando que a bastonária e os membros deste Conselho Geral com assento no Conselho Geral da CPAS já propuseram à Direção da CPAS, “por diversas vezes”, que a fixação das contribuições seja realizada de acordo com o rendimento de cada um, “uma vez que tal solução não só seria mais justa e igualitária para os advogados, como inclusivamente seria mais benéfica para a própria CPAS. Contudo, a Direção permanece irredutível nesse ponto, dizendo que tal alteração não constava do seu programa eleitoral, pelo que não a fará durante o seu mandato, ainda que resulte evidente que tal solução era mais sustentável e justa para todos (contribuintes e instituição)”.

Concluindo: “a bastonária e este Conselho Geral não irão desistir até que esta gritante injustiça seja resolvida, usando todos os meios ao seu dispor para que os Advogados e as Advogadas deste país tenham a previdência que exigem e merecem!”.

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Portugal quer captar mais turistas dos Estados Unidos, Canadá, China, Coreia do Sul e Turquia

Operadores do turismo ambicionam "fomentar a oferta comercial de produtos diferenciados para segmentos mais exigentes", como o turismo de cultura, de arquitetura, gastronomia ou de enoturismo.

Estados Unidos, Canadá, China, Coreia do Sul e Turquia. Estes são os mercados nos quais o setor do turismo pretende apostar nos próximos anos para tentar reduzir a sazonalidade da atividade e potenciar o crescimento em valor.

Os principais operadores do setor estiveram reunidos na segunda-feira com o ministro da Economia, Pedro Reis, e com o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, para delinear a estratégia para 2024. Na primeira reunião do Conselho Estratégico de Promoção Turística (CEPT) como este executivo, reportaram a “boa recuperação da atividade após a pandemia” e “apontaram para um ano de 2024 já a superar os melhores números de 2019 em todas as regiões do país”.

Avança o Ministério da Economia, em comunicado, o objetivo de que “a promoção externa para os próximos anos fomente a oferta comercial de produtos diferenciados para segmentos mais exigentes”, como o turismo de cultura, de arquitetura, gastronomia e de enoturismo, entre outros.

Para o ministro da Economia, a importância estratégica do setor para a economia nacional é “clara”. Pedro Reis defendeu “um turismo com valor acrescentado, capaz de reter talento, com forte aposta numa agenda verde e na sua internacionalização“. “Estamos cá para acelerar crescimento sustentado da nossa economia, apostando nos setores estratégicos como é o do Turismo”, acrescenta no mesmo comunicado.

O governante defendeu ainda um “trabalho em parceria e de proximidade na ação”. O CEPT é a estrutura consultiva do Governo em matéria de promoção turística externa e de concertação estratégica, constituída por representantes do Turismo de Portugal, dos governos regionais da Madeira e dos Açores, do setor privado através da Confederação do Turismo de Portugal, das Entidades Regionais de Turismo e das Agências Regionais de Promoção Turística.

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Villas-Boas apela à saída da administração da SAD do FC Porto: “Não há dois presidentes”

  • ECO e Lusa
  • 7 Maio 2024

Administração da SAD do FC Porto recusa apresentar renúncia, atrasando a tomada de posse do novo presidente do clube. Villas-Boas diz que só vai "adiar a construção de um clube mais forte".

O novo presidente do FC Porto apelou “ao bom senso” dos administradores da SAD para que renunciem aos cargos para acelerar a transição de poder nos dragões. “Não há dois presidentes”, atirou André Villas-Boas no discurso de tomada de posse que teve lugar esta terça-feira. “Atrasar o inevitável é adiar a construção de um clube mais forte e estou seguro de que é isso que vossas excelências desejam”, defendeu.

“Faço um apelo ao bom senso da administração da SAD do FC Porto. A vossa renúncia jamais seria considerada como ato de fuga, mas como um ato nobre que vos elevaria. O clube não tem dois presidentes. Tem um só presidente eleito pela vontade expressa dos sócios numa mudança“, referiu André Villas-Boas.

André Villas-Boas assumiu a presidência do FC Porto, durante a cerimónia de posse dos órgãos sociais da direção liderada pelo ex-treinador da equipa de futebol dos dragões, dez dias depois de derrotar Pinto da Costa nas eleições.

André Villas-Boas foi empossado esta terça-feira como presidente do FC Porto numa cerimónia no estádio do Dragão, Porto, 7 de maio de 2025.JOSÉ COELHO/LUSA

“Vivemos um ciclo eleitoral vivo, dominado pela vitalidade e vontade dos sócios em imprimir uma mudança histórica no rumo do FC Porto. Hoje damos início a uma nova era na história do clube”, vincou o novo líder máximo ‘azul e branco’, durante o seu discurso.

Ainda assim, em face dos prazos impostos pelo Código das Sociedades Comerciais e pelo Código do Mercado dos Valores Mobiliários, apenas depois da tomada de posse dos novos órgãos sociais do clube é que poderá ser agendada a convocação de uma Assembleia Geral de acionistas, com 21 dias de antecedência mínima, para a investidura da nova composição da SAD, que tem sob sua alçada a administração do futebol profissional azul e branco.

"Faço um apelo ao bom senso da administração da SAD do FC Porto. A vossa renúncia jamais seria considerada como ato de fuga, mas como um ato nobre que vos elevaria. O clube não tem dois presidentes. Tem um só presidente eleito pela vontade expressa dos sócios numa mudança. Atrasar o inevitável é adiar a construção de um clube mais forte e estou seguro de que é isso que vossas excelências desejam.”

André Villas-Boas

Presidente do FC Porto

A cerimónia de tomada de posse começou ao final da manhã, no Estádio do Dragão, no Porto, e consumou a entrada em funções dos novos corpos gerentes para o quadriénio 2024-2028, eleitos em 27 de abril, com um triunfo folgado da lista B no sufrágio mais disputado da história do clube.

“De mim, de toda a minha equipa, garanto-vos empenho, dedicação e amor ao FC Porto. Estamos aqui apenas e só para o servir, com entrega de corpo e alma, trabalho e uma visão que nos transportará para a modernidade, sabendo que o caminho será duro”, notou.

André Villas-Boas sucedeu a Pinto da Costa como presidente da direção do FC Porto, ao passo que António Tavares rendeu José Lourenço Pinto à frente da Mesa da Assembleia Geral e Jorge Guimarães deu lugar a Angelino Ferreira no Conselho Fiscal e Disciplinar.

Fernando Freire de Sousa foi o primeiro nome submetido para o Conselho Superior, que tem 20 membros efetivos, dos quais 15 foram eleitos pela lista B, quatro pela candidatura de Pinto da Costa (A) e um pelo movimento independente encabeçado pelo advogado e professor universitário Miguel Brás da Cunha (D), que só concorreu ao órgão consultivo.

A tomada de posse foi presenciada por Pinto da Costa, que, por ter liderado um dos órgãos sociais no último mandato, vai ocupar por inerência o assento que lhe está destinado no Conselho Superior, tal como Lourenço Pinto, em consonância com os estatutos do clube.

“Não existem palavras para descrever ou até agradecer tudo o que fez pelo FC Porto. O presidente dos presidentes não é metáfora! É memória, respeito e gratidão. Sobretudo, é obra, vitória e glória. [Reúne] Uma folha de serviços única, que traz consigo um pensar vivo e presente: ‘Este é o FC Porto que vos deixo, cuidem dele’. Assim o irei fazer, Jorge Nuno Pinto da Costa. O seu legado é eterno e será sempre respeitado“, observou Villas-Boas.

O antigo treinador tornou-se o 34.º presidente da história do FC Porto em 27 de abril, ao totalizar 21.489 votos (80,28%) para se superiorizar nas eleições dos órgãos sociais dos ‘dragões’, quebrando uma sequência de 15 mandatos e 42 anos de Pinto da Costa, que acumulou 5.224 (19,52%), com o empresário e professor Nuno Lobo a somar 53 (0,2%).

O ato eleitoral mais concorrido de sempre do clube contou com a participação de 26.876 associados no Estádio do Dragão, tendo havido também 73 votos em branco e 37 nulos.

A inédita eleição de André Villas-Boas, de 46 anos, dita o fim do ‘reinado’ presidencial de Pinto da Costa, de 86 anos, que foi empossado pela primeira vez em 23 de abril de 1982, tornando-se, desde então, o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial.

Ao longo de 15.355 dias, e entre todos os escalões, o FC Porto arrebatou 2.591 títulos em 21 modalidades – 68 dos quais no futebol sénior masculino, incluindo sete internacionais.

 

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Partidos em desacordo para debates televisivos. IL propõe debates a quatro

  • + M e Lusa
  • 7 Maio 2024

O modelo de debates televisivos para as eleições europeias têm suscitado discórdia entre os partidos, que não chegam a um consenso em relação às propostas avançadas pela RTP, SIC e TVI.

“As televisões propuseram frente-a-frente entre os partidos, o que conduziria a 28 debates no total. PS e PSD recusaram e agora, com a nova proposta, vão ficar os dois a debater sozinhos”, começa por criticar João Cotrim Figueiredo, cabeça de lista da Iniciativa Liberal (IL) às eleições europeias, em relação à nova proposta das televisões para os debates para as eleições europeias.

O ex-líder do partido e agora candidato às europeias, numa publicação no X (ex-Twitter) avançou também com uma proposta alternativa para a realização de debates a quatro, o que permitira reduzir o número total de debates para 12, ao invés dos 28 frente-a-frente entre os cabeças de lista dos partidos que foram propostos pela RTP, SIC e TVI, mas recusados pelo PS e Aliança Democrática (AD).

“O que está a acontecer é que não é aceitável. Ter partidos grandes como o PS ou PSD – que não sei se têm medo dos seus candidatos ou de debater – boicotarem soluções que as televisões propuseram não nos parece aceitável, e é por isso que vamos fazer esta proposta alternativa para que os portugueses possam ter o devido esclarecimento daquilo que está em causa, das propostas alternativas de cada partido e poderem escolher em consciência nestas eleições em que o voto devia ser o mais livre possível – não entra em jogo o voto útil, só há um círculo nacional”, disse o cabeça de lista da IL às europeias, em declarações à CNN.

Esta posição de Cotrim Figueiredo surge assim depois da recusa do PS e AD pelo modelo de 28 frente-a-frente, que levou depois as televisões a apresentarem uma nova proposta de debates, a qual prevê três debates com todas as forças com assento parlamentar e um frente-a-frente entre o PS e Aliança Democrática.

A nova proposta enviada no domingo pelas três televisões inclui assim debates com os oito cabeças-de-lista dos partidos com assento parlamentar em simultâneo nos dias 14, 21 e 28 de maio e um frente-a-frente entre PS e AD no dia 23.

Além do desacordo mostrado por Cotrim Figueiredo, também outros partidos se insurgiram contra a nova proposta de debates para as eleições europeias enviada pelas televisões aos partidos.

O Bloco de Esquerda (BE) ameaçou inclusive avançar com uma providência cautelar caso as televisões insistam em realizar um frente-a-frente apenas entre PS e AD, considerando que seria “uma manifesta ilegalidade”.

“A proposta para a realização de um debate frente-a-frente entre PS e AD é inaceitável e, em nosso entender, deve ser retirada. Se assim não for, atendendo à manifesta ilegalidade confirmada por decisões anteriores da CNE [Comissão Nacional de Eleições] e da ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social], o Bloco de Esquerda apresentará uma providência cautelar para que este debate seja realizado nos termos da lei”, lia-se na resposta enviada pelo BE às televisões.

Esta proposta é inaceitável, por dois motivos. Primeiro, porque restringe o debate democrático em benefício das candidaturas que inviabilizaram um modelo democrático de debates. Segundo, porque a sua realização em período eleitoral constituiria uma clara violação da lei”, é sustentado no e-mail.

O PCP também se mostrou contra a nova proposta, referindo que “a atual configuração vai ao encontro dos interesses das forças políticas que inviabilizaram a proposta inicial, passando a ser ainda mais favorecidas. A concretizar-se, passamos de um modelo em que todas as candidaturas envolvidas participavam no mesmo número de debates para um outro em que PS e AD têm mais um, em condições de projeção que não são asseguradas a qualquer outra força política”.

“Neste sentido, o PCP apelou às direções de informação de RTP, SIC e TVI que encontrem soluções de organização dos debates que possam corrigir a evidente distorção que a atual proposta induz“, acrescenta o partido em comunicado.

Já o Chega criticou esta proposta, recusando uma solução que “favorece o bipartidarismo”, entre PS e PSD. “A haver um regime diferente tem que ser um regime de tripartidarismo e não de bipartidarismo. Por isso, não vamos aceitar este modelo de debates, espero que se encontre outro brevemente”, afirmou André Ventura, presidente do Chega.

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Dívidas à Previdência dos advogados e solicitadores serão cobradas pela Segurança Social já em junho

Esta cobrança vai passar a ser feita pelos serviços da Segurança Social mas com um atraso de quase quatro anos. Em causa as alterações da lei, aprovadas em março de 2020.

O pagamento coercivo de dívidas à Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) vai começar a ser feita pela Segurança Social (SS) em junho. No mesmo mês do ano passado, estavam cerca de 150 milhões em dívida, relativos a contribuições mensais que um advogado ou solicitador tem de pagar para ter acesso aos benefícios. Esta taxa de incumprimento situa-se à volta dos 21% do total dos beneficiários, que são cerca de 37 mil.

Por mês, um advogado tem de pagar um valor mínimo de quase 300 euros por mês para poder contar com o apoio do sistema assistencialista da CPAS.

Esta cobrança vai passar a ser feita pelos serviços da Segurança Social mas com um atraso de quase quatro anos. Em causa as alterações da lei — aprovadas em março de 2020 — que passaram a definir que o processo de execução de dívidas à Segurança Social passava também a ser aplicável ao sistema de previdência dos advogados e solicitadores — apesar de estes não estarem sujeitos ao regime geral da Segurança Social.

“A Direção da CPAS vem informar que terá início, no próximo mês de junho, a cobrança coerciva de dívida de contribuições à CPAS através da Segurança Social”, segundo comunicado da instituição. “Esta possibilidade de cobrança, permitirá a melhoria da trajetória de sustentabilidade da CPAS, bem como o reforço dos apoios assistenciais prestados por esta Instituição. Esta medida permitirá garantir que todos os Beneficiários possam efetivamente aceder à Proteção Social Alargada assegurada pela CPAS durante toda a sua vida ativa e, com especial relevância, após a idade legal de acesso à pensão de reforma, que se mantém e manterá nos 65 anos”.

Mas, antes de serem acionadas as execuções, os beneficiários com contribuições em dívida continuarão a poder regularizar voluntariamente a sua situação contributiva junto da CPAS, através dos meios atualmente existentes, designadamente a celebração de acordos de pagamento prestacionais, até ao máximo de 150 prestações, continuando, também, disponível uma Linha Especial de Crédito Pessoal em condições especiais, com os respetivos juros de mora.

“Importa, todavia, clarificar que, após o envio das participações de dívida à Segurança Social, já não será possível a celebração de acordos de pagamento prestacionais com a CPAS, mas tão só com a própria Segurança Social, nos moldes aplicáveis àquela Instituição”, explica o mesmo comunicado.

O atraso de três anos, dizia Vítor Coelho há uns meses, “afetou desnecessariamente a melhoria da trajetória de sustentabilidade da Instituição e colocou em causa um elementar princípio de justiça em relação à esmagadora maioria dos beneficiários que pagam, escrupulosa e pontualmente, as suas contribuições, o que só por si, sempre tornaria imperiosa a cobrança coerciva”.

Apesar de admitir que não se pode ignorar que, “por vezes, o incumprimento da obrigação de pagamento das contribuições possa resultar de situações de debilidade económica dos beneficiários, a que sempre se deverá dar especial atenção, mas também não se desconhecem situações de beneficiários que, deliberadamente, menosprezam a formação da sua carreira contributiva ao longo da sua vida ativa, acumulando dívidas avultadas”.

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Universidade de Aveiro ganha novo laboratório e uma nave multiusos

Universidade de Aveiro estreia dois novos edifícios: um Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear e uma nave que foi construída para acolher eventos desportivos, culturais e académicos.

A Universidade de Aveiro (UA) inaugura na próxima sexta-feira duas novas infraestruturas: a Nave Multiusos Caixa UA e o Centro Português de Ressonância Magnética Nuclear. A cerimónia oficial vai contar com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro.

A Nave Multiusos Caixa UA, como é designada, situa-se na zona desportiva sul do Campus de Santiago. Apelidada pelo antigo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Correia, como um “ex-líbris” da cidade, esta nova infraestrutura, que já acolheu as fases finais dos campeonatos nacionais universitários, foi construída para acolher eventos desportivos, culturais e académicos.

Com uma área de construção de cerca de 7.000 metros quadrados, a nave tem duas grandes entradas: uma estará aberta em dias de concertos, espetáculos e feiras; e outra, situada perto do depósito da água, destinada aos estudantes-atletas e com ligação ao corpo de balneários. Foi desenhada pela equipa do gabinete de arquitetura da UA (GabCampi), sob a coordenação do arquiteto Joaquim Oliveira.

Nave Multiusos Caixa UAUniversidade de Aveiro

O equipamento inclui uma nave central com um campo, uma sala de primeiros socorros, uma sala anti doping e os balneários. Ainda no piso de baixo, tem uma sala preparada para apoio audiovisual, zonas técnicas, sala de imprensa e ainda um armazém para material desportivo. Nos restantes andares contempla um bar com vista para o campo de jogo e para o exterior, uma zona de trabalho e um espaço pensado para formações.

Além de atividades desportivas, a nave foi concebida também para acolher eventos académicos, culturais e recreativos de grande envergadura, como feiras, exposições e festas académicas, respondendo assim à lacuna que se verificava ao nível de espaços para a organização destes grandes eventos, de acordo com a academia aveirense.

Também o novo edifício do Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear (RMN), contíguo ao complexo de laboratórios do campus de Santiago, vai ser inaugurado a 10 de maio. Alberga um conjunto de equipamentos que estavam em laboratórios do CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro e do polo do Laboratório Associado para a Química Verde.

Centro Português de Ressonância Magnética NuclearUniversidade de Aveiro

A nova estrutura passa a integrar o Centro Português de Ressonância Magnética Nuclear, que envolve uma parceria alargada a várias instituições de ensino superior portuguesas. E que, na componente de caracterização de sólidos, faz parte de uma rede com sete centros europeus e um americano congéneres, e ainda duas empresas, intitulada PANACEA – Pan-European Solid-State NMR Infrastructure for Chemistry Enabling Access.

Ainda de acordo com a academia aveirense, este equipamento, que permite executar uma técnica de ressonância magnética nuclear (DNP) é “único na Península Ibérica, existindo poucos na Europa”. O novo laboratório da UA “possuiu valências únicas na Península Ibérica e permite a caracterização de amostras e materiais, sólidos e líquidos”, assinala Artur Silva, vice-reitor para a área da investigação.

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Banco de Portugal aplicou coimas de 1,4 milhões no primeiro trimestre

  • ECO
  • 7 Maio 2024

Supervisor da banca concluiu 156 processos de contraordenação no arranque do ano, aplicando coimas de 1,4 milhões de euros, dos quais 54 mil euros suspensos.

O Banco de Portugal concluiu 156 processos de contraordenação no primeiro trimestre, processos que deram lugar à aplicação de coimas no montante de 1,4 milhões de euros, segundo revelou a instituição liderada por Mário Centeno esta terça-feira.

Deste montante, acrescentou o supervisor na síntese de atividade sancionatória dos três primeiros meses do ano, cerca de 54 mil euros encontram-se suspensos na sua execução.

Dos 156 processos concluídos, 68 processos respeitam a infrações de natureza comportamental, 45 respeitam a infrações em matéria de recirculação de numerário, 34 respeitam a infrações prudencial, esclarece o supervisor da banca.

Foram ainda concluídos sete processos que respeitam a infrações relacionadas com atividade financeira ilícita e outras duas devido infrações a deveres relativos à prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo.

Por outro lado, o Banco de Portugal instaurou 255 processos entre janeiro e março, sendo que a maioria dizem respeito a infrações de natureza comportamental (107) e infrações relacionadas com atividade financeira ilícita (105).

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Funcionários judiciais exigem cumprimento de promessas eleitorais e admitem greve

  • Lusa
  • 7 Maio 2024

“Na Operação Influencer os meus colegas chegaram a fazer jornadas de 14 horas diárias”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal.

Dezenas de delegados e dirigentes sindicais dos funcionários judiciais concentraram-se esta terça-feira, em frente ao Ministério da Justiça, em Lisboa, para exigir do Governo o cumprimento de promessas eleitorais, a nível remuneratório, e admitiram o recurso à greve.

Com t-shirts pretas vestidas, exigiram “justiça para quem nela trabalha”, ao som de músicas de Zeca Afonso, Sérgio Godinho, e outros cantores de intervenção.

“Na Operação Influencer os meus colegas chegaram a fazer jornadas de 14 horas diárias”, disse à agência Lusa o presidente do Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), António Marçal, ao expor uma das principais reivindicações, o pagamento de trabalho suplementar.

A mesma situação ocorreu com a operação Pretoriano, no Porto, sublinhou, destacando o trabalho de 12 e 13 horas diárias, sem o respetivo pagamento.

“É a única carreira na administração pública em que esse trabalho não é pago”, acrescentou, defendendo que a República Portuguesa pode vir a ser condenada nos tribunais nacionais, mas também da União Europeia.

Os trabalhadores exigem a integração no vencimento do suplemento de recuperação processual, que querem que seja pago a 14 meses, para acautelar que, em caso de baixa por doença, os oficiais de justiça não perdem o direito a este pagamento.

No início do mês, classificaram como “ridícula” a proposta da tutela, de 1,66% de aumento por mês, no suplemento. Daria, segundo o dirigente sindical, para uma família comprar “quatro papo-secos por mês”.

No congresso a realizar no fim de semana, em Anadia, vão decidir futuras formas de luta, que poderão passar por greves idênticas às realizadas em 2023.

“Não ponho de lado que possamos voltar à greve aos atos, em que, pela falta de oficiais de justiça vamos elencar um número de atos que vão ficar ao lado, pura e simplesmente não serão praticados, porque vamos deixar de ser pau para toda a obra, vamos deixar de trabalhar por três ou por quatro”, avisou.

De acordo com António Marçal, o Ministério da Justiça não apresentou qualquer proposta passível de “pacificar o setor”.

O presidente do SFJ referiu ainda que a 31 de dezembro, faltavam 1.500 oficiais de justiça e que este ano vão aposentar-se 458 “por antiguidade”. No início do ano, saíram 50 para outras carreiras, o que, na opinião do dirigente, configura uma situação de rutura.

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