Antigos alunos do ISEG criam Conselho Estratégico de Liderança

Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, participa no primeiro encontro deste novo Conselho Estratégico de Liderança dos antigos alunos do ISEG.

A ISEG Alumni Económicas vai criar um Conselho Estratégico de Liderança que permita capacitar líderes com know-how suficiente para enfrentarem os desafios do futuro, anuncia Pedro Janeiro, presidente desta associação de antigos alunos do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG). Destinado à promoção de práticas inovadoras e reflexões estratégicas no âmbito da liderança, o órgão tem já um evento agendado para 31 de janeiro, o Leader’s Agenda 2025, com presença de Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças.

Para Pedro Janeiro, “este novo organismo será uma referência no panorama da gestão de redes Alumni em Portugal e no mundo”. Aliás, assinala, “a criação deste Conselho é um passo decisivo no posicionamento da ISEG Alumni como a rede de antigos alunos de maior sucesso em Portugal”.

O novo Conselho conta com Carolina Afonso na liderança, e Sandra Oliveira e Winnie Picoto na vice-presidência.

Este novo organismo será uma referência no panorama da gestão de redes Alumni em Portugal e no mundo.

Pedro Janeiro

Presidente da ISEG Alumni Económicas

A iniciativa serve de ponto de partida para a análise dos principais tópicos que devem constar na agenda de um líder durante este ano, detalha o antigo aluno do Instituto Superior de Economia e Gestão.

“O Leader’s Agenda 2025 será uma oportunidade única para profissionais e líderes discutirem tendências, desafios e estratégias, numa manhã repleta de insights e networking“, conclui.

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Siderúrgica espanhola compra empresa de Pombal

A subsidiária espanhola do grupo brasileiro Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) notificou a Autoridade da Concorrência sobre a aquisição da GramPerfil, que fabrica perfis metálicos para construção.

A subsidiária espanhola do grupo brasileiro Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) notificou esta terça-feira a Autoridade da Concorrência (AdC) da aquisição do controlo exclusivo da empresa de Pombal CSN Steel, que se dedica à fabricação de perfis metálicos para construção civil.

O comprador tem sede em Espanha, apesar de pertencer ao gigante da siderurgia, cimentos e mineração CSN, que fabrica e comercializa aço e derivados tanto por atividade própria como através destas subsidiárias. Em Portugal, o grupo CSN está presente também na siderurgia através das empresas Lusosider – Aços Planos, Lusosider, Projetos Siderúrgicos e Lusosider Ibérica.

O grupo brasileiro tem tido uma estratégica de aquisições internas e além-fronteiras. Já no mês passado apresentou uma proposta de 742,5 milhões de reais (cerca de 118,8 milhões de euros) para comprar uma posição maioritária (70%) na conterrânea Estrela, um dos maiores operadores logísticos locais e dona da Tora Transportes.

O interesse na GramPerfil, fundada em 2005, deve-se à sua atividade de “produção, comercialização e transformação de perfis metálicos e acessórios, bem como na importação e exportação de perfis e acessórios para construção metálica e civil e residualmente na produção e comercialização de energia elétrica”.

A GramPerfil refere que, desde que foi criada, está focada não apenas em Portugal, mas também no mercado internacional, com maior incidência no mercado francês, do norte de África e países dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), de acordo com a síntese publicada online. De facto, os registos consultados pelo ECO mostram que exporta a maior parte (70%) da produção.

A fábrica de perfis metálicos para placa de gesso cartonado da GramPerfil, de onde partem esses materiais, tem uma área total de 31.000 m2 e aproximadamente 12.500 m2 de área coberta. O volume de negócios foi de cerca de 22,1 milhões de euros em 2023.

A AdC solicita o envio de observações sobre esta transação no prazo de 10 dias úteis, segundo a comunicação publicada esta tarde no site oficial da autoridade liderada por Nuno Cunha Rodrigues.

Neste negócio, a CSN Steel foi assessorada pela sociedade de advogados PLMJ. A operação foi liderada por Diogo Perestrelo, sócio cocoordenador de Corporate M&A, e contou também com a associada sénior Ânia Cruz e o associado Guilherme Martins Pereira.

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Tribunal avalia providência cautelar para impugnar eleições na Ordem dos Advogados

A medida cautelar foi entregue pelo advogado Vítor Marques Moreira e mais seis advogados que chegaram a ser pré-candidatos ao Conselho Superior da OA, mas que acabaram por desistir.

O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa recebeu, na semana passada, um pedido de providência cautelar para impugnar as eleições antecipadas marcadas pela bastonária para todos os órgãos da Ordem dos Advogados (OA). A medida cautelar foi entregue pelo advogado Vítor Marques Moreira e mais seis advogados que chegaram a ser pré-candidatos ao Conselho Superior da OA, mas que acabaram por desistir. Os requerentes alegam que a convocação das eleições antecipadas é “ilegal e inconstitucional”.

As providências cautelares são ações judiciais mais expeditas para acautelar ou suspender atos de forma urgente e que não podem, por isso, aguardar pelo normal desfecho de uma ação principal. Esta medida não dispensa o requerente de intentar uma ação principal para fazer valer o seu direito em termos definitivos. Uma vez decidida, a providência cautelar tem elevada força jurídica, e a sua infração constitui um crime de desobediência qualificada, ou seja, agravada.

O advogado -e mais colegas – já tinha feito um requerimento ao Conselho Superior da Ordem dos Advogados. Mas este órgão não deu seguimento ao pedido de impugnação de Pedro Carrilho Rocha e Vítor Marques Moreira, que pediam que fosse declarada a ilegalidade da convocatória de eleições marcadas para março, “por vício de competência e violação do Estatuto da Ordem dos Advogados”. Mas o Conselho Superior não considerou que o pedido tinha fundamento por ser considerado extemporâneo, garantindo que não é ao Conselho Superior da OA que cabe avaliar os atos da bastonária.

Os dois advogados queriam ainda que fosse reconhecida a inconstitucionalidade dos atos que determinaram o fim antecipado dos mandatos iniciados em janeiro de 2023 e que fossem adotadas medidas para anular a convocatória e garantir que as eleições fossem realizadas no período eleitoral previsto no estatuto. Ou seja, de 15 a 30 de novembro.

A convocatória para as eleições para os órgãos da Ordem dos Advogados, feita pela bastonária da OA, Fernanda de Almeida Pinheiro, no final de novembro 2024, foi efetuada fora do período eleitoral ordinário, estabelecido no artigo 13.º, n.º 1 do Estatuto da Ordem dos Advogados, que prevê que as eleições devem ocorrer entre os dias 15 e 30 de novembro de cada triénio.

Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro - 09JAN23
Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida PinheiroHugo Amaral/ECO

Esta convocatória “viola o princípio da legalidade, bem como normas e princípios constitucionais, configurando uma situação de grave irregularidade e atentando contra a autonomia democrática da Ordem dos Advogados e os direitos dos seus membros”, diziam os dois advogados, que defendem ainda que esta função é competência do Conselho Superior e não da bastonária.

A 27 de novembro, um comunicado da bastonária deixou a classe surpreendida, numa manobra política que poucos anteciparam. Num vídeo publicado nas redes sociais, Fernanda de Almeida Pinheiro convocava eleições um ano antes do suposto. As razões? O novo Estatuto dos advogados, em vigor desde abril deste ano, e que obriga a criação de dois novos órgãos na estrutura da Ordem dos Advogados. Ou a convocação de eleições antecipadas.

À data, Fernanda de Almeida Pinheiro decidiu dar posse ao dito Conselho de Supervisão, um desses órgãos previstos no Estatuto.“Porém, tal decisão gerou alguma divisão na nossa classe, com críticas públicas àquela designação (incluindo de titulares de órgãos da Ordem), apresentação de recursos daquela deliberação e ameaças públicas de ações judiciais. A Ordem dos Advogados não pode viver refém de controvérsias internas, litígios judiciais ou debates infindáveis sobre a regularidade de atos administrativos. O cenário atual não só cria desconfiança e insegurança quanto aos atos praticados pelo Conselho de Supervisão, como compromete a capacidade da Ordem de se focar nos verdadeiros desafios da advocacia”, disse, anunciando de seguida que iria convocar eleições antes do previsto, alterando toda uma tradição relativamente aos atos eleitorais, previsivelmente marcados em novembro e com tomada de posse em janeiro seguinte.

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Porto de Leixões recebeu maior número de sempre de cruzeiros em 2024

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

O Reino Unido manteve-se como o principal mercado emissor de passageiros com 34% do total, seguido pelos EUA (24%) e pela Alemanha (23%).

O porto de Leixões, em Matosinhos, recebeu 152 cruzeiros e 196 mil passageiros em 2024, os maiores números de sempre e aumentos superiores a 30% face a 2023, divulgou esta quarta-feira a administração portuária.

“O Terminal de Cruzeiros recebeu, ao longo de 2024, 152 escalas de navios de cruzeiro, o que representou a chegada de aproximadamente 196.000 visitantes ao Porto e Norte de Portugal”, pode ler-se num comunicado enviado às redações pela Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL).

Em 2023, o porto de Leixões tinha recebido 116 cruzeiros e quase 150 mil pessoas, pelo que no ano passado “verificou-se um crescimento de 32% no número de passageiros e de 31% no número de escalas de cruzeiros”, refere a APDL.

“O Reino Unido manteve-se como o principal mercado emissor de passageiros com 34% do total, seguido pelos Estados Unidos da América (24%) e pela Alemanha (23%)”, de acordo com a administração portuária liderada por João Pedro Neves.

Também a dimensão média dos navios aumentou, “atingindo um valor recorde de 8,9 milhões de GT (arqueação bruta), o que representa um crescimento de 28% face ao ano anterior”.

Na atividade de 2024, a APDL destaca “15 escalas inaugurais e a estreia da companhia Princess Cruises, que iniciou operações em Leixões com o navio Island Princess”, bem como “seis operações de ‘turnaround‘ (início e fim de viagem no Porto Cruise Terminal), duas das quais protagonizadas pelo navio português World Explorer, construído nos Estaleiros Navais do Porto de Viana do Castelo”.

Apesar da “sazonalidade da atividade de cruzeiros na Costa Atlântica” continuar a ser “um desafio”, “em 2024, de abril a novembro, o movimento de cruzeiros foi constante, com exceção de junho”, e “setembro foi o mês mais movimentado, com 30.409 passageiros, enquanto maio registou o maior número de escalas (28 escalas)”.

Citado no comunicado, o presidente da APDL, João Pedro Neves, refere que os números “refletem a crescente procura pelo Porto e Norte de Portugal por um número cada vez maior de passageiros de cruzeiros e das principais companhias de cruzeiro a nível mundial”.

O responsável destaca ainda que “a região é um dos destinos mais procurados da Europa, como comprovam também os números recordes registados na Via Navegável do Douro, que cresceu 11% no número de passageiros face a 2023”.

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Emmanuel Macron discursa na Assembleia da República a 27 de fevereiro

  • ECO
  • 22 Janeiro 2025

Sessão solene, que surge na sequência de uma visita de Estado, vai contar com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Emmanuel Macron vai discursar na Assembleia da República numa sessão solene, no próximo dia 27 de fevereiro no âmbito de uma visita de Estado a Portugal para reforçar as relações bilaterais entre os dois países e assinar um Tratado de Amizade entre Portugal e França, detalha o Observador.

O presidente francês será recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro, Luís Montenegro mas não irão discursar.

Além do discurso de Macron, está também prevista uma intervenção do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco. Esta sessão solene foi comunicada aos jornalistas, esta quarta-feira, pelo porta-voz da conferência de líderes, o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira.

Jorge Paulo Oliveira referiu que, na história recente das relações franco-portuguesas, sempre que se realizou uma visita de Estado de um Presidente de França a Portugal houve também uma sessão solene na Assembleia da República. Tal aconteceu, apontou, com as visitas de Estado de François Mitterrand, Jacques Chirac, e Giscard d’Estaing.

Notícia atualizada pela última vez às 16h43

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Bombeiros sapadores em início de carreira com aumento de 379 euros até 2027

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

O acordo prevê uma revisão faseada da tabela remuneratória, entre janeiro de 2025 e janeiro de 2026, e a criação de um novo suplemento do bombeiro sapador.

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial considerou “um bom acordo” para os bombeiros sapadores o documento assinado esta quarta-feira com seis sindicatos, avançando que terão um aumento de 379 euros até 2027 no início de carreira.

É claramente um bom acordo”, disse aos jornalistas Manuel Castro Almeida, depois de ter assinado o acordo sobre aumentos salariais e criação do suplemento de risco, designado por suplemento do bombeiro, com seis sindicatos que representam estes profissionais. O ministro frisou que a carreira dos bombeiros sapadores não era revista há 22 anos, sustentando que estavam “a ser injustiçados ao longo de demasiado tempo”.

O acordo prevê uma revisão da tabela remuneratória, que se vai processar de forma faseada entre janeiro de 2025 e janeiro de 2026, e a criação de um novo suplemento, designado por suplemento do bombeiro sapador, que será calculado sobre o vencimento base com um aumento faseado – 10% em 2025, 15% em 2026 e 20% em 2027, no caso dos praças.

O acordo foi assinado pelos sindicatos que apresentaram uma proposta conjunta – Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) – e pelo Sindicato Nacional da Proteção Civil (SNPC).

Fora do acordo ficaram o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS), que diz ser o mais representativo, e o Sindicato Independente dos Trabalhadores da Floresta, Ambiente e Proteção Civil.

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Governo reitera conclusões da CreSAP sobre ex-CEO do SNS: “Perfil era adequado”

Com a ministra da Saúde ausente, a secretária de Estado respondeu aos deputados sobre a demissão do ex-CEO do SNS, garantindo que o Governo não tinha conhecimento das incompatibilidades.

A secretária de Estado da Saúde reiterou que o Governo não tinha conhecimento da acumulação de funções do ex-diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), desconhecendo consequentemente que António Gandra d’Almeida tivesse recebido mais de 200 mil euros à boleia dessa incompatibilidade.

“O Governo não tinha conhecimento da acumulação de funções por parte do senhor diretor executivo do SNS“, garantiu Ana Povo, esta quarta-feira, durante um debate de urgência sobre o SNS a pedido do PS, que não contou com a presença da ministra da Saúde cuja agenda do dia foi cancelada. Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, desvalorizou a ausência, afirmando que o facto de Ana Paula Martins não estar presente “não significa menos respeito [pela Assembleia da República], porque o Governo é só um” e pode fazer-se representar por outros membros.

Na Assembleia da República, a secretária de Estado garantiu que embora não existam “dúvidas relativamente à acumulação de funções”, existem, no entanto, questões por responder quanto “aos termos em que a acumulação de funções poderia ter sido realizada”, evitando, assim, pronunciar-se “sobre a legalidade, ou não, das funções”.

Ainda assim, Ana Povo aproveitou para recordar as conclusões do relatório de avaliação da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) sobre a competência do ex-CEO.

No documento, citou, o organismo concluiu que o perfil de Gandra d’Almeida sugeria tratar-se de uma pessoa “empática, determinada, leal, empenhada e com elevado sentido público” reunindo simultaneamente “competências técnicas, positivas para o desempenho do cargo”. Desta forma, recorda a secretária de Estado, a CReSAP concluiu que Gandra d’Almeida era “adequado” para substituir Fernando Araújo na direção executiva do SNS.

A resposta da secretária de Estado surge na sequência de um pedido de debate de urgência pelo PS, que, na sua intervenção inicial começou por acusar o primeiro-ministro de “manobra de diversão” e de “cair no ridículo” ao responsabilizar o anterior Governo pelas eventuais incompatibilidades do diretor demissionário do SNS.

O diretor executivo do SNS demissionário foi uma escolha do atual Governo. Não queiram atirar as responsabilidades para o anterior Governo de uma escolha deste Governo. Foi a senhora ministra da Saúde que escolheu e propôs o doutor Gandra D’ Almeida para diretor executivo”, disse o deputado socialista João Paulo Correia.

Segundo o deputado do PS, competia à ministra Ana Paula Martins “escrutinar minimamente o currículo da personalidade que propôs”, considerando que aconteceu “o de sempre” e a ministra “passou as culpas para outros”, desta vez para a CReSAP.

As declarações de Ana Povo rejeitam assim a notícia avançada pelo Correio da Manhã, esta terça-feira, na qual sugeria que a ministra da tutela ignorou o histórico de acumulação de funções de António Gandra d’Almeida que constava do relatório de avaliação curricular e de competências aquando da nomeação.

Gandra terá exercido funções como médico tarefeiro em Faro e em Portimão enquanto era diretor da delegação regional do Norte do INEM, violando o estatuto do pessoal dirigente dos serviços e organismos da administração central, regional e local do Estado, tendo recebido mais de 200 mil euros pelos turnos.

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Governo, ANA, Mota-Engil e APA chamados ao Parlamento sobre avaliação ambiental das obras na Portela

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

O objetivo é perceber “se efetivamente é necessário e obrigatório fazer nova avaliação de impacto ambiental".

A comissão parlamentar de Economia aprovou esta quarta-feira as audições do ministro das Infraestruturas, ANA, Mota-Engil, Agência Portuguesa do Ambiente (APA), regulador da aviação e Zero sobre necessidade de avaliação de impacto ambiental para obras no aeroporto da Portela.

Os deputados daquela comissão aprovaram por unanimidade o requerimento do grupo parlamentar do Chega, para audição do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, do presidente do Conselho de Administração da ANA Aeroportos, José Luís Arnaut, bem como do diretor da Vinci para Portugal e Brasil, Thierry Ligonnière.

Vão também ser chamados para esclarecimentos o presidente da Mota-Engil, Carlos Mota Santos, o presidente do Conselho Diretivo da APA, José Pimenta Machado, a presidente do Conselho de Administração da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), Ana Vieira da Mata, e o responsável da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável Acácio Pires.

Segundo o deputado Filipe Melo, do Chega, o objetivo é perceber “se efetivamente é necessário e obrigatório fazer nova avaliação de impacto ambiental [AIA] e, se for o caso, passando pela APA, teremos aqui um processo muito mais demorado e que vai atrasar muito mais uma infraestrutura que é de especial relevo e importância para o país”.

O Jornal de Negócios avançou, em 9 de janeiro, que o Ministério Público entregou uma ação de impugnação no Supremo Tribunal Administrativo que pode levar à suspensão das obras que tinham arrancado em dezembro de 2024. Esta ação não suspende as obras no imediato, mas poderá levar a atrasos caso a APA tenha de realizar o estudo de impacto ambiental (AIA).

Na base do processo está a interpretação do Ministério Público sobre a necessidade da realização de um AIA na primeira fase dos trabalhos de melhoria da Portela que prevê, por exemplo, a expansão do terminal 1 e a criação de uma placa de estacionamento de aviões. O Ministério Público sustenta ainda a necessidade de um estudo já nesta fase uma vez que desde 2006 nenhum projeto na Portela foi sujeito a uma avaliação ambiental.

Por sua vez, a APA defende que não seria necessária uma avaliação ambiental nesta fase, uma vez que não iria alterar o aumento da capacidade da infraestrutura, prevendo realizar um estudo apenas para o aumento da capacidade de voos. No mesmo dia, o Governo anunciou que iria apresentar uma contestação à ação administrativa avançada pelo Ministério Público.

A concessionária, e as outras entidades notificadas, entre as quais APA, NAV – Portugal, vários ministérios e a ANAC, têm 30 dias (a contar da data da notificação) para apresentar contestação. As obras no aeroporto Humberto Delgado, adjudicadas ao consórcio da Mota-Engil e da Vinci, preveem um investimento de mais de 233 milhões de euros e visam mitigar o atual congestionamento da infraestrutura até ao arranque do novo aeroporto Luís de Camões, em Alcochete.

Na reunião de hoje, a comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação fez ainda um ponto de situação das respostas do ex-ministro das Infraestruturas, João Galamba, sobre privatização da ANA Aeroportos, em 2012, antes de fazer parte do Governo. O presidente da comissão, o social-democrata Miguel Santos, indicou que, após pedido de João Galamba para que lhe fossem enviadas perguntas por escrito, as respostas, que se tinha comprometido a enviar até à segunda semana de dezembro, ainda não chegaram.

Estamos num ponto em que não vejo fim à vista, em termos de cumprir o objetivo da comissão, que era obter respostas e em termos do doutor João Galamba cumprir aquilo com que se comprometeu connosco, que era enviar respostas. Não sei o que fazer mais, […] os mecanismos estão esgotados, que eu conheça, e não vejo que outra atitude se pode adotar”, afirmou Miguel Santos.

O presidente salientou que, enquanto ex-governante, João Galamba não é obrigado a apresentar-se à comissão para esclarecimentos, conforme atesta o parecer pedido à comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. O deputado Filipe Melo propôs que o caso seja levado ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, por considerar que João Galamba “está a brincar com esta comissão, com estes deputados e com este parlamento”.

Miguel Santos informou que a questão será colocada na próxima reunião de presidentes de comissão, que acontecerá em breve, para tentar consensualizar um procedimento a adotar não só neste caso em particular, mas também em futuras situações semelhantes que possam acontecer.

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Luz Saúde pretende construir hospital de 50 milhões de euros no Seixal

Dona da rede Hospital da Luz apresentou projeto para construção e um novo hospital em Corroios com 42 camas, promovendo cerca de 400 postos de trabalho.

A Luz Saúde pretende construir um Hospital da Luz na freguesia de Corroios, no concelho do Seixal. Detentora de uma rede com 28 hospitais e clínicas, a empresa já submeteu o pedido de licenciamento para construção, segundo informação prestada em comunicado.

Com um investimento de 50 milhões de euros, o projeto, a ser construído num terreno de quatro hectares, tem prevista a expansão do edifício, que, na fase inicial, terá 12 mil metros quadrados.

As valências desta nova unidade incluem internamento, bloco operatório, exames de imagem e diagnóstico, análises clínicas, urgência e consultas.

A capacidade instalada é de 42 camas, estimando-se a criação de cerca de 400 postos de trabalho. Metade da energia ali consumida deverá ser gerada por painéis fotovoltaicos incorporados no edifício, um dos aspetos da sustentabilidade ambiental.

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IL quer liberalizar mercado de carregamento de carros elétricos e simplificar pagamentos

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

A IL refere que a empresa pública Mobi.e detém atualmente o monopólio do mercado de carregamentos elétricos e defende que é preciso liberalizá-lo.

A IL apresentou esta quarta-feira um projeto de lei para liberalizar o mercado de carregamento de carros elétricos, com vista a multiplicar os postos, e tornar o pagamento mais simples, sem ser necessário aplicações digitais ou acesso à internet.

Numa nota explicativa deste projeto de lei, que deu entrada no parlamento, a IL refere que a empresa pública Mobi.e detém atualmente o monopólio do mercado de carregamentos elétricos e defende que é preciso liberalizá-lo.

“O objetivo final desta proposta é fazer com que carregar um automóvel elétrico seja tão fácil como carregar um carro a combustível, impulsionando a criação de muitos mais postos de carregamento e possibilitando ao consumidor final o pagamento através de qualquer meio eletrónico, como cartões bancários normais”, lê-se.

A IL propõe assim que se liberalize o regime jurídico da mobilidade elétrica em Portugal, “fomentando uma maior concorrência no setor, simplificação de processos e um mercado mais eficiente para os consumidores que impulsione o mercado da mobilidade elétrica e da transição energética”.

“Caso a proposta passe na Assembleia da República, a IL acredita que o mercado será mais dinâmico, com melhores condições para operadores e utilizadores”, refere-se.

Entre as medidas que constam neste diploma, a IL propõe que seja eliminada a obrigatoriedade de os operadores celebrarem um contrato prévio com um Comercializador de Energia para a Mobilidade Elétrica (CEME), de forma a garantir “a liberdade de instalação de postos de carregamento”.

O partido defende também a “revogação da possibilidade de alargamento de concessões sem concurso público, especialmente nas autoestradas” e propõe que se criem mecanismos para garantir que esses concursos são transparentes na atribuição de direitos de exploração de pontos de carregamento.

Para o utilizador final, a IL propõe que se simplifiquem os pagamentos, permitindo “carregamentos ‘ad hoc‘, ou seja, sem necessidade de contratos prévios ou aplicações digitais, não discriminando utilizadores”.

Em concreto, a IL quer que passe a estar estipulado no regime jurídico da mobilidade elétrica que os operadores de pontos de carregamento têm o dever de “disponibilizar forma de pagamento ‘ad hoc‘ em todos os pontos de carregamento por si operados, nomeadamente mas não limitado à afixação de códigos QR”.

O partido sugere ainda que seja proibido descriminar entre “os preços ‘ad hoc’ cobrados aos utilizadores e os preços cobrados aos prestadores de serviços de mobilidade, nem entre os preços cobrados a diferentes prestadores de serviços de mobilidade”.

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Ex-bastonária dos enfermeiros garante em tribunal que viagens foram reais e atribui erros a descuido

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

A ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros garantiu em tribunal ter realizado todas as viagens cujo reembolso solicitou em 2016, atribuindo ao descuido no preenchimento das declarações falsas.

A ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) garantiu em tribunal ter realizado todas as viagens cujo reembolso solicitou em 2016, atribuindo ao descuido no preenchimento das declarações a aparente falsidade dos percursos.

Ana Rita Cavaco, 48 anos, é um dos 13 arguidos ligados ao seu primeiro mandato à frente da OE (2016-2019) que estão a ser julgados no Tribunal Central Criminal de Lisboa, por peculato e falsificação de documento. Terão alegadamente recebido mais de 63 mil euros em ajudas de custo por viagens que não terão sido feitas.

Na acusação, o Ministério Público invoca a existência de despesas de refeição em Lisboa incompatíveis com percursos descritos pelos arguidos, entre outros aspetos.

Confrontada pelo tribunal com algumas dessas situações, Ana Rita Cavaco alegou, por um lado, que há viagens que, ao contrário do indicado, não ocorreram no mesmo dia, e, por outro, que a data das faturas de refeição pode não corresponder à do almoço ou jantar.

A ex-bastonária explicou ainda que a informação inserida numa coluna dos boletins intitulada “duração” se refere à duração do percurso em si e não das ações, muitas vezes breves, realizadas fora de Lisboa, onde se localiza a sede da OE.

A presidente do coletivo de juízes, Armandina Silva Lopes, expressou estranheza face ao esclarecimento, por, a corresponder à verdade, implicar que uma viagem de ida e volta entre Lisboa e Beja, a cerca de 175 quilómetros de distância, tenha durado quase cinco horas, e uma outra entre Lisboa e Chaves, que distam em mais de 400 quilómetros, tenha durado uma hora e 50 minutos.

“Ninguém tinha cuidado com isso”, desvalorizou Ana Rita Cavaco, acrescentando que, para efeitos de pagamento, a duração se trata de “um elemento absolutamente irrelevante”.

No caso da então líder da OE, as declarações eram preenchidas pela secretária, com base na informação prestada pela ex-bastonária.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, presta declarações perante a Comissão de Saúde, requerida pelo Partido Socialista (PS), no sentido de prestar esclarecimentos sobre a afirmação de alegada prática de eutanásia no Serviço Nacional de Saúde (SNS), na Assembleia da República em Lisboa, 30 de março de 2016. TIAGO PETINGA/LUSA

Questionada sobre a eventual existência de uma agenda com as atividades da associação profissional, Ana Rita Cavaco assegurou que esta tem formato eletrónico e que, no “fim de cada mandato”, é reiniciada. “Portanto, já não tenho esse registo”, acrescentou. “Nenhum de nós fez quilómetros fictícios”, insistiu.

A ex-bastonária corroborou também a versão do seu sucessor – Luís Filipe Barreira, 50 anos, atual líder da OE e igualmente arguido no processo – que as despesas de deslocação são distintas das ajudas de custo que, como seria prática na associação profissional, constituiriam um suplemento remuneratório.

Os arguidos asseguram que se recusaram a receber os montantes depois de se terem apercebido de que não seriam tributados, enquanto o Ministério Público defende que foi precisamente para auferirem essas quantias que, entre fevereiro e novembro de 2016, forjaram os boletins de deslocação.

A partir de dezembro do mesmo ano, passou a existir um subsídio de função, tributado. O julgamento começou a 20 de janeiro.

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Pinto Luz reitera “total abertura” para “melhorar” lei dos solos

Miguel Pinto Luz afirmou, numa audição no Parlamento, “total abertura” para discutir a posição socialista sobre lei dos solos. Linha vermelha do PS acabaria por reduzir espírito de concórdia.

O Governo tem “total abertura para fazer uma discussão séria”, “adaptar e melhorar” a “lei dos solos”, de modo a incorporar as sugestões do Partido Socialista e assim assegurar o apoio necessário para assegurar a vigência da lei que vai ser alvo de uma apreciação parlamentar na sexta-feira. O ministro das Infraestruturas e Habitação reiterou que o Executivo está “disponível para discutir” com a Assembleia da República, “como estivemos sempre”, frisou Miguel Pinto Luz esta quarta-feira no Parlamento.

O Partido Socialista critica o facto de nas alterações introduzidas pelo Governo ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial ter desaparecido o conceito de “arrendamento acessível” tendo sido substituído por “preço moderado”. Numa audição, no Parlamento, a pedido do Bloco de Esquerda, que antecede a votação da lei dos solos marcada para sexta-feira, o ministro assegurou “total abertura” do Governo “para fazer discussão séria, adaptar, melhorar”. “Não temos a soberba da verdade absoluta”, frisou. Numa posição defendida pela generalidade dos intervenientes na audição, Pinto Luz preconizou a necessidade de baixar o preço das casas, o que, defende, passa por “aumentar o stock de terrenos disponíveis”.

A deputada do PS, Maria Begonha, foi taxativa: “Com o conceito original de preço moderado, não é possível o apoio do PS a este diploma. É absolutamente inultrapassável”. O diploma do Governo baseia-se na premissa de atingir um máximo de 125% sobre a mediana nacional de preço de venda dos imóveis.

Mas o ministro frisou que a negociação com os socialistas será feita noutro momento. “Não vou fazer aqui processo negocial com PS no meio da comissão”, respondeu Pinto Luz. “Aguardemos [para saber] qual é a posição do PS”, reiterando: Estamos disponíveis para discutir com esta Assembleia, como estivemos sempre”.

“O que existe agora não funcionou. O ‘HCC’ [habitação a custos controlados] com privados é absolutamente marginal”, acentuou, defendendo que “o Estado pode sempre aparecer para cofinanciar estes projetos”. O Governo fez uma análise “ao país todo”, da qual saiu a convicção de que “os preços vão baixar 20%” com a nova lei dos solos, afiançou.

“Diz que está disponível para acolher contributos, mas logo de seguida diz que não possível tornar acessível a habitação a custos controlados”, apontou a socialista Maria Begonha, que, num momento inicial do debate – antes da sua menção à linha vermelha do termo “preços moderados” presente na lei – tinha assegurado que “o PS não se opõe a movimento geral de reclassificação” dos terrenos. “A nossa preocupação é de manter limites de custos controlados e não usar conceito de custos que usou”, afirmou.

“Estamos convictos de que a lei vai ter repercussão positiva sobre preços”, assegurou o ministro, ressalvando que “seria soberba inqualificável se dissesse que isto é bala de prata para resolver problema [da falta de habitação]. Não é”. Entre outras medidas, apontou a redução do IVA na construção destes imóveis para 6%.

A deputada do PS indicou que o partido “concorda com o aumento da construção” e não está contra a construção para segmentos mais elevados da sociedade, desde que haja resposta a famílias de baixo rendimento. Mas alerta que o conceito de preço moderado “não vai baixar preço das casas, mas, pelo contrário, terá o efeito pernicioso de aumento”.

Num exemplo que já dera na audição anterior, ao autarca Isaltino Morais, apontou um apartamento de 80 metros quadrados em Oeiras, que, se construído no modelo de custos controlados, terá um preço de 239 mil euros. Com preço moderado (anexado à mediana de preços nacional), e considerando o IVA a 23%, a diferença será superior em 115 mil euros.

Lei “pela calada de dezembro”

À crítica da oposição relativa ao momento da publicação da lei dos solos, Pinto Luz rechaçou, em específico, a crítica de Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, de que foi feita “pela calada de dezembro”.

“Ainda bem que a opinião está a ser feita no espaço público”, afirmou, em resposta à deputada do BE, partido que, recorde-se, chamou a lei para discussão no Parlamento, no mesmo dia em que a arquiteta Helena Roseta apelou aos deputados, num artigo de opinião, que chamassem a lei para discussão pelos deputados — precisamente o que está a acontecer nesta quarta-feira, numa audição conjunta da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação e da Comissão de Poder Local e Coesão Territorial.

Podíamos ter feito outra abordagem e ter vindo ao parlamento. Tínhamos consciência de que viria a acontecer. Acharíamos estranho que não acontecesse.

Miguel Pinto Luz

Ministro das Infraestruturas e Habitação

Antes da redação da lei, o Governo ouviu a Associação Nacional de Municípios Portugueses, municípios, as ordens dos arquitetos e engenheiros, notários, banca e outros intervenientes, “para poder construir algo credível para o mercado”, disse Pinto Luz.

Em seguida, respondendo a Maria Begonha – “seria obrigação do ministro ter trazido [a lei] para discussão ao Parlamento. Só estamos a discutir por iniciativa de grupo parlamentares”, disse a socialista – o governante reforçou a nota: “Podíamos ter feito outra abordagem e ter vindo ao parlamento. Tínhamos consciência de que viria a acontecer. Acharíamos estranho que não acontecesse”.

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