Livre propõe o salário mínimo de 1.150 euros em 2028

O programa eleitoral do Livre para as legislativas de março foi aprovado com 196 votos a favor (95% do total), oito abstenções e dois votos contra.

O Livre propõe o salário mínimo de 1.150 euros em 2028, igualar o suplemento por serviço e risco da PSP e GNR ao suplemento de missão da PJ e alcançar 10% de habitação pública.

Entre as medidas propostas pelo Livre está o compromisso de “subida do salário mínimo nacional ao longo da legislatura até aos 1.150” e a revisão das taxas e escalões do IRS, “da atualização do valor de referência do mínimo de existência e da dedução específica, garantindo que não há um agravamento fiscal indireto pelo facto de a inflação não ser incorporada nos limites dos escalões e deduções das famílias”.

O programa eleitoral do Livre para as legislativas de março foi aprovado com 196 votos a favor (95% do total), oito abstenções e dois votos contra.

Esta votação decorreu no XIII Congresso do Livre, que termina este domingo no Porto, e no qual os membros e apoiantes presentes apresentaram cerca de 163 propostas de alteração ao documento inicial.

O Livre quer também “planear a convergência das pensões de valor reduzido com o salário mínimo nacional até ao final da legislatura” e ainda “rever a fórmula de cálculo das pensões da segurança social, através do fator de sustentabilidade, desagravando este fator de forma a reduzir a penalização antecipada”.

Do total de emendas, apenas 17 foram rejeitadas, incluindo uma que queria eliminar do programa eleitoral a proposta para retirar do currículo das escolas públicas a disciplina de Educação Moral e Religiosa e que gerou alguma discórdia no primeiro dia de reunião magna.

Os trabalhos arrancaram com a aprovação da versão final do programa eleitoral, depois de terem sido apresentadas e debatidas 163 emendas à primeira versão do documento, seguindo-se um período de cerca de três horas com intervenções de todos os cabeças-de-lista do Livre para as legislativas.

Durante o primeiro dia foram debatidas algumas propostas que constam do programa provisório do Livre para as legislativas, como a alocação de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Cultura ou o alargamento do direito à Interrupção Voluntária da Gravidez das atuais 10 para 14 semanas.

O principal ponto de discórdia prendeu-se com a eliminação da disciplina de Educação Moral e Religiosa do currículo das escolas públicas, com membros a defender que este é um tema privado que não cabe às escolas e que não deve ter financiamento público, e outros a contrapor que deve ser respeitada a liberdade de escolha, uma vez que se trata de uma disciplina facultativa.

O porta-voz do Livre Rui Tavares antecipou um “caminho estreito” para o partido até às legislativas de março, salientou que “não é preciso inventar a roda” e insistiu num acordo pós-eleitoral à esquerda, que admite que possa ser de governação.

O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para dia 10 de março depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter apresentado a sua demissão em 07 de novembro do ano passado, após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da Operação Influencer.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Madeira. Os cinco nomes que podem suceder a Miguel Albuquerque

Fora da lista estão: Rogério Gouveia (secretário Regional das Finanças), João Pedro Fino (Secretário Regional das Obras Públicas) e Rui Barreto (Secretário Regional da Economia).

Miguel Albuquerque avançou com nomes de cinco possíveis seus sucessores à Presidência do Governo Regional. A lista de nomes foi discutida na comissão política da última sexta-feira, segundo a Sic Notícias, citando fonte do PSD.

Os nomes são Pedro Ramos (Secretário da Saúde), Rafaela Fernandes (Secretária da Agricultura), Eduardo Jesus (Secretário do Turismo), Jorge Carvalho (Secretário da Educação) e Ana Freitas (Secretaria da Inclusão). De todos os nomes, Rafaela Fernandes será a mais agrada ao PAN.

Pedro Ramos ocupa atualmente o cargo de secretário regional da Saúde. Médico, foi o rosto com presença constante durante a pandemia, que permitiram à Madeira contornar os estados de emergência. Está no governo regional desde 2016.

Rafaela Fernandes é a atual secretária regional da Agricultura e Ambiente, jurista e está em funções há pouco tempo, desde Outubro. Antes disso era a presidente do SESARAM, o serviço regional de Saúde e foi deputada do PSD.

Eduardo Jesus esteve em vários governos de Miguel Albuquerque sempre com a pasta do Turismo. É gestor, e apontado como dos recordes da região a nível do turismo. O setor representa 30% do produto interno bruto.

Jorge Carvalho é o secretário regional da Educação e chegou ao governo com Miguel Albuquerque em 2015. Neste momento ocupa as funções do presidente, quando Albuquerque não pode estar presente. Professor de carreira, foi o responsável pelo diploma que permitiu aos professores da Madeira a recuperação total do tempo de serviço de forma faseada.

Ana Sousa, a atual secretária da Inclusão, está no governo desde Outubro. E, dos cinco nomes em cima da mesa, é talvez o menos provável, com carreira fora da vida executiva e com pouca experiência. Tem carreira como professora de educação especial.

Fora da lista de possibilidades todos os nomes do Governo Regional com ligações aos grandes grupos económicos, e que estarão fora da investigação da alegada corrupção na Madeira. Ou seja: Rogério Gouveia (secretário Regional das Finanças), João Pedro Fino (Secretário Regional das Obras Públicas) e Rui Barreto (Secretário Regional da Economia).

Dois dias depois de ter sido constituído arguido numa investigação do Ministério Público (MP) sobre suspeitas de corrupção, Miguel Albuquerque renuncia ao cargo de presidente do governo regional da Madeira, que ocupava desde 2015.

A renúncia de Miguel Albuquerque, “para bem da Madeira”, foi anunciada em conferência de imprensa esta sexta-feira, depois da reunião da Comissão Política do PSD Madeira para discutir os últimos acontecimentos políticos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Miguel Albuquerque mantém-se líder do PSD Madeira

Miguel Albuquerque terá uma palavra a dizer na escolha de quem vai suceder-lhe na liderança do Governo regional. Essa decisão está marcada para esta segunda-feira, às 18.00. 

Miguel Albuquerque renunciou ao cargo de presidente do Governo regional, mas mantém o lugar de presidente do PSD Madeira. Assim sendo, terá uma palavra a dizer na escolha de quem vai suceder-lhe na liderança do Governo regional. Essa decisão está marcada para esta segunda-feira, às 18.00.

A eventual saída da liderança do partido “nem foi colocada” na reunião desta sexta-feira da comissão política regional do partido, avança o Expresso, citando fontes social-democratas no arquipélago. Não só não haveria “tempo” para um processo eleitoral interno como, garantem as mesmas fontes, a prioridade é “a estabilidade parlamentar na Madeira”.

Assim, alcançado o acordo entre os três partidos que formam maioria na Assembleia Regional (PSD e CDS, que concorreram coligados, e o PAN), os social-democratas apontam como prioritária a discussão do orçamento regional, agendada para a segunda semana de fevereiro.

Dois dias depois de ter sido constituído arguido numa investigação do Ministério Público (MP) sobre suspeitas de corrupção, Miguel Albuquerque renuncia ao cargo de presidente do governo regional da Madeira, que ocupava desde 2015.

A renúncia de Miguel Albuquerque, “para bem da Madeira”, foi anunciada em conferência de imprensa esta sexta-feira, depois da reunião da Comissão Política do PSD Madeira para discutir os últimos acontecimentos políticos.

O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, durante uma declaração aos jornalistas, Funchal, 24 de janeiro de 2024. HOMEM GOUVEIA/LUSAHOMEM GOUVEIA/LUSA

Depois de elencar todas as medidas adotadas durante o seu mandato, nos vários setores, Miguel Albuquerque reconhece, no entanto, que “só com estabilidade” governamental vai conseguir alcançar os “objetivos positivos” que propôs no início do mandato.

Por isso, se “para bem da Madeira é necessário encontrar uma solução de estabilidade”, o agora presidente demissionário do governo regional diz estar “disponível para contribuir para uma boa solução” e encontrar outro líder da coligação PSD/CDS aos comandos do executivo regional.

Também o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, renunciou ao cargo. O autarca decidiu renunciar ao cargo autárquico antes mesmo de ser ouvido pelas autoridades no âmbito do inquérito judicial.

Pedro Calado é um dos detidos no âmbito do caso, e aguarda pelo interrogatório judicial, que vai decorrer na segunda-feira. O próprio decidiu afastar-se do cargo camarário, antes mesmo da conclusão da realização da inquirição pelas autoridades judiciais e de serem conhecidas as medidas de coação, diz o semanário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

📹 Quais os passaportes mais poderosos do mundo em 2024?

O passaporte português permite viajar para 191 países, ficando em quarto lugar num ranking liderado por Singapura, Japão, Alemanha, Itália, Espanha e França.

Singapura, Japão, Alemanha, Itália, França e Espanha têm os passaportes mais valiosos do mundo, ao permitirem viajar sem visto para 194 países, segundo o Henley Passport Index. O documento português surge no quarto lugar da classificação, a par com o Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo e Noruega, ao abranger 191 países.

Em contrapartida, o Afeganistão continua a ter o pior passaporte, permitindo o acesso a apenas 28 países. Síria (29), Iraque (31) e Paquistão (34) também estão entre os países com os passaportes menos poderosos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Economistas descartam subida da inflação na Europa devido a tensões no Mar Vermelho

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2024

Os analistas admitem que a subida dos fretes se irá traduzir em matérias-primas mais caras, com repercussões nos preços de alguns produtos.

As tensões no Mar Vermelho poderão levar a uma ligeira subida dos preços na Europa, mas o fenómeno deverá ser temporário, não conduzindo a um novo aumento da inflação, segundo os analistas consultados pela Lusa.

Os analistas admitem que a subida dos fretes se irá traduzir em matérias-primas mais caras, com repercussões nos preços de alguns produtos, mas uma situação bastante distinta da crise nas cadeias de abastecimento durante a pandemia e que contribuiu para o aumento da inflação.

“Claro que ao subir os preços dos fretes, acaba por ser inflacionista, mas temos de reconhecer que não é um fenómeno global e por isso tem impacto limitado”, explica o presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, Filipe Garcia.

O economista explica que, “ao contrário do que sucedeu durante e após o período da pandemia, não estamos perante algo generalizado ou que afete o funcionamento dos portos”.

“Também não há, de momento, registo de escassez de navios. Portanto, é algo que afeta as cadeias de abastecimento, mas não de forma global”, aponta. Filipe Garcia considera que a pandemia também trouxe lições de adaptação das cadeias de abastecimento, pelo que acredita ser provável que estas se adaptem de forma mais rápida a esta nova normalidade.

Os ataques com ‘drones’ e mísseis lançados desde 19 de novembro contra navios comerciais pelos houthis têm levado ao alongamento dos itinerários de transporte e ao aumento dos fretes, com destaque para a rota que liga a China à Europa.

“As taxas de frete de Xangai para Génova, Roterdão, Los Angeles ou Nova Iorque duplicaram em apenas um mês, desde meados de dezembro, aquando dos primeiros ataques dos houtis aos navios no Mar Vermelho”, aponta o economista sénior do Banco Carregosa, Paulo Rosa.

Ainda assim, para o economista “não é esperada uma considerável escalada dos preços novamente” devido a esta crise, ainda que considere “muito provável uma repercussão pontual em alta da taxa de inflação”.

Neste cenário, admite um adiamento “do início de um novo ciclo de baixa das taxas de juro pelo Banco Central Europeu (BCE), tão aguardado pelos investidores perante o forte abrandamento da economia da zona euro e a recessão na Alemanha”.

“Adicionalmente, a inflação ainda continua bem ancorada em níveis acima do objetivo dos 2% do BCE, suportada pelos efeitos de segunda ordem como aumento de salários e manutenção ou subida das margens das empresas, afastando a possibilidade de um corte das taxas de juro mais cedo do que o aguardado”, refere.

O impacto dos ataques começa a sentir-se ligeiramente em alguns setores, com a diminuição de ‘stocks’ de algumas peças.

O presidente executivo da Optimize, Pedro Lino, destaca que se tem assistido à “substancial” redução na passagem diária de navios para quase um terço, afetando desde o transporte de petróleo aos contentores.

“É possível que alguns produtos tenham impacto na subida de preços devido ao maior custo de transporte ou constrangimentos na oferta”, admite, apontando para uma descida dos juros pelo Banco Central Europeu (BCE) a partir de junho.

Segundo o analista, “apesar destes constrangimentos na oferta, o forte abrandamento da economia europeia irá obrigar o BCE à redução de juros”.

Por seu lado, Filipe Garcia assinala ainda que as tensões no Médio Oriente “ao dificultar as exportações chinesas e de outros países asiáticos, contribui para um abrandamento económico, o que será em última análise deflacionista”.

Os houthis alegam que os seus ataques visam parar a guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e reivindicam ataques contra alvos com ligação a Israel.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PCP aberto a convergência à esquerda mas proposta a proposta

  • Lusa
  • 28 Janeiro 2024

O líder comunista reforça que uma convergência à esquerda sem o PCP “não é concretizável”, mas ressalva que essa “convergência não vale pela convergência, vale pelo conteúdo das convergências".

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, afirma que o seu partido quer ser um “polo de convergência” à esquerda, mas recusa “passar um cheque em branco” ao PS, comprometendo-se a avaliar eventuais entendimentos proposta a proposta.

“É possível considerar algum Governo de esquerda sem o PCP? É possível considerar alguma política de esquerda em Portugal sem o PCP? Nem sem o PCP e muito menos contra o PCP. (…) Nós consideramos que somos um polo de convergência e não há nenhuma convergência sem a nossa participação”, defende Paulo Raimundo em entrevista à agência Lusa.

O líder comunista reforça que uma convergência à esquerda sem o PCP “não é concretizável, não é possível”, mas ressalva que essa “convergência não vale pela convergência, vale pelo conteúdo das convergências”.

“Nós não passamos cheques em branco, nem ficamos dependentes apenas da vontade dos outros. Quando nós temos um processo de convergência, é preciso que se construa essa convergência, não é subscrever em nome disto ou daquilo tudo e um par de botas”, sublinha.

Paulo RaimundoLusa

Paulo Raimundo refere que, caso o PS venha a formar Governo, o PCP irá apoiar “tudo o que é positivo e votar contra tudo o que é negativo” e, questionado se isso significa que irá avaliar eventuais entendimentos proposta a proposta, respondeu: “Claro, não tenha dúvida nenhuma sobre isso”.

O secretário-geral do PCP rejeita a ideia de que uma avaliação proposta a proposta possa pôr em causa a estabilidade governativa, contrapondo que a ‘geringonça’, em 2015, não foi estável por basear-se num acordo escrito, mas devido à “correlação de forças que existia e a resposta aos problemas concretos”.

“Parte do princípio de que aquele acordo escrito que foi assinado em 2015 teve alguma consequência na nossa postura. Não teve. Aliás, o meu camarada Jerónimo de Sousa disse isso várias vezes: nós não precisamos de acordos escritos, precisamos é da palavra dada”, afirma.

Questionado se essa postura não é uma maneira de procurar escapar a responsabilidades, Paulo Raimundo considera que, pelo contrário, representa o assumir de ainda mais responsabilidades, porque o PCP teria de “dar a cara pela proposta concreta” que decidir aprovar ou inviabilizar.

O líder do PCP considera que “o cenário de 2015 não se vai repetir agora, é impossível repetir-se”, em particular por razões que se prendem diretamente com aquela época.

“Nós, em 2015, o que fizemos, por responsabilidade da luta do nosso povo e com a força que os trabalhadores e o povo deram à CDU, foi criar maioria suficiente para afastar o PSD e o CDS do Governo. Esse foi o primeiro objetivo, que não está colocado neste momento”, afirma.

Por outro lado, Paulo Raimundo salienta que há atualmente “um elemento novo” que não existia em 2015, referindo-se aos “dois últimos anos de maioria absoluta do PS que mostrou ao que vem”.

“A única forma de trazer o PS a posições positivas, a propostas positivas, a respostas concretas aos problemas, não é dar força ao PS, é dar força ao PCP e à CDU, porque é isso que vai condicionar, como condicionou no passado, as soluções para o país e a alternativa que nós precisamos para o país, do qual o PS não é portador”, declara.

Questionado se, caso a Aliança Democrática ganhe as eleições mas haja uma maioria de esquerda, o PCP admitiria um acordo escrito, Paulo Raimundo diz considerar que esse cenário “não se vai colocar”, mas questiona se há algum partido em Portugal que tenha “mais experiência do que o PCP no combate à direita?”.

Paulo Raimundo defende que esse combate se faz “na vertente política, ideológica, mas é também combate no concreto”, salientando que, quando se vê “um PS a ceder, naquilo que é de fundo e estruturante, a toda a teoria, retórica e narrativa da direita, não é dando mais força ao PS que se combate a direita”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Operação Marquês. Tribunal da Relação decide prescrição de 22 crimes

Sócrates, Santos Silva, Zeinal Bava, Armando Vara, Hélder Bataglia, Salgado Joaquim Barroca e Mão de Ferro são os arguidos que beneficiam desta prescrição decretada pelo Tribunal da Relação.

José Sócrates, Carlos Santos Silva, Zeinal Bava, Armando Vara, Hélder Bataglia, Ricardo Salgado, Joaquim Barroca e Rui Mão de Ferro. Estes são os arguidos do processo da ‘Operação Marquês’ que beneficiaram da prescrição dos crimes que as três juízas-desembargadoras do Tribunal da Relação validaram.

Na decisão de quinta-feira, a acusação do Ministério Público foi quase toda reposta na íntegra pelas juízas desembargadoras do Tribunal da Relação de Lisboa. Do total de 189 crimes que estavam na acusação do DCIAP, agora são 118 crimes que levam os arguidos a julgamento, ao invés dos 17 decididos pelo juiz de instrução Ivo Rosa.

No total, o Tribunal da Relação de Lisboa – segundo o acórdão de quase 700 páginas -considerou estarem prescritos 22 crimes: 19 crimes de fraude fiscal relativos a declarações de rendimentos entre 2005 e 2010 de José Sócrates e outros arguidos da Operação Marquês. E ainda um crime de falsificação relativo aos relatórios de atividade da sociedade XLM praticado, em coautoria, pelos arguidos Carlos Santos Silva, Joaquim Barroca e Rui Mão de Ferro.

No caso dos crimes da fraude fiscal, estavam relacionados com declarações de rendimentos de IRS e IRC entre os anos de 2005 e 2010. O antigo primeiro-ministro José Sócrates era o beneficiário em quatro destes crimes, o seu amigo Carlos Santos Silva era beneficiário de um dos crimes e coautor de outros quatro.

O antigo administrador de uma sociedade do Grupo Espírito Santo Hélder Bataglia era o beneficiário de dois destes crimes, em coautoria com Ricardo Salgado. O ex- administrador da Portugal Telecom, Zeinal Bava era o beneficiário de dois crimes e o antigo ministro e administrador da Caixa Geral de Depósitos, Armando Vara, era o beneficiário de quatro destes crimes prescritos.

Já o crime de falsificação era relativo aos relatórios de atividade da sociedade XLM praticado, em coautoria, pelos arguidos Carlos Santos Silva, Joaquim Barroca e Rui Mão de Ferro.

José Sócrates vai a julgamento por três crimes de corrupção, 13 de branqueamento e seis de fraude fiscal. Para além dos que seis pelos quais já estava pronunciado: três de lavagem de dinheiro e três de falsificação de documento. No total, Sócrates vai a julgamento por 28 crimes, menos três do que estava na acusação do processo da Operação Marquês.

O antigo primeiro-ministro, José Sócrates. JOSE SENA GOULAO/LUSA

“Atento aos indícios existentes relativamente à prática, dos factos, pelos arguidos, parece-nos que, pese embora a acusação não ser uma peça sem mácula, os factos alegados, ainda que alguns sejam factos instrumentais, cujo relevo não decorre diretamente, permitem um enquadramento dos ilícitos. Deste modo, entendemos que os factos expurgados devem regressar à acusação e consequentemente à pronúncia”, escreveu o coletivo de juízas.

As juízas acabam por voltar a pronunciar quase todos os arguidos de um dos processos mais mediáticos da Justiça portuguesa: José Sócrates, Armando Vara, Ricardo Salgado, Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, Carlos Santos Silva, Joaquim Barroca, Helder Bataglia, Luís da Silva Marques, Diogo Gaspar Ferreira, Rui Horta e Costa, José Paulo Pinto de Sousa, Rui Mão de Ferro, João Perna, Sofia Fava, Gonçalo Trindade Ferreira e Inês do Rosário.

Do lado das pessoas coletivas, voltam também ao estatuto de arguidas pronunciadas as duas empresas do Grupo Lena e a RMF. De fora, ficam Bárbara Vara (pelos crimes de branqueamento) e a Sociedade Pepelan.

“A prova indiciária de que Ricardo Salgado terá corrompido Henrique Granadeiro (ex-chairman da PT) e Zeinal Bava (ex-CEO da PT) com cerca de 50 milhões de euros, para favorecer a compra de títulos de dívida do GES, é suficientemente forte”, dizem as juízas.

Já Ricardo Salgado, ex-presidente do Grupo Espírito Santo estava acusado por 21 crimes – de corrupção ativa de titular de cargo político, de corrupção ativa, de branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada. Foi pronunciado por três crimes de abuso de confiança e condenado, em março de 2022, a uma pena de seis anos por esses três crimes que saíram da Operação Marquês.

Agora, a Relação decidiu acrescentar os crimes de corrupção e de branqueamento de capitais. O coletivo de juízas decidiu pronunciar o antigo presidente do extinto Banco Espírito Santo por um crime de corrupção ativa de titular de cargo político, para atos ilícitos, relativo a negócios entre o grupo Portugal Telecom (PT) e o Grupo Espírito Santo (GES) “no que concerne aos pagamentos efetuados ao arguido José Sócrates”. A decisão pronuncia também Salgado por outros dois crimes de corrupção ativa, para atos ilícitos, relativos a negócios entre a PT e o GES, por pagamentos efetuados aos antigos administradores da PT Zeinal Bava e Henrique Granadeiro. No caso de Armando Vara, também volta a ser pronunciado por um crime de corrupção e um de branqueamento de capitais.

Carlos Santos Silva, o empresário e amigo de José Sócrates, que ficou conhecido como testa de ferro do ex-primeiro-ministro, vai ser julgado por um crime de corrupção passiva de titular de cargo político para atos ilícitos, em coautoria com José Sócrates, e por um crime de corrupção ativa para atos ilícitos, desta vez em coautoria com os arguidos Joaquim Barroca, José Ribeiro dos Santos e as sociedades LEC SA, LEC SGPS e LENA SGPS relativamente ao arguido Luís Marques. No total, vai ser julgado por 23 crimes, dois de corrupção, 14 de branqueamento de capitais e sete de fraude fiscal.

Na decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, em abril de 2021, não foi validada grande parte da acusação da Operação Marquês e decidiu pelo arquivamento na decisão instrutória de 172 dos 189 crimes que constavam da acusação original, restando apenas 17 crimes, e com a acusação mais grave, de corrupção, a cair com a decisão do juiz Ivo Rosa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PS quer acabar com portagens das SCUT

O Partido Socialista promoveu este sábado, no Porto, o Fórum ‘Portugal Inteiro’, para a discussão do programa eleitoral que irá apresentar às eleições legislativas de 10 de março.

Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS prometeu eliminar todas as portagens nas antigas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) no interior do país e no Algarve. “Ao longo dos últimos anos, nós temos feito um esforço para reduzir as portagens. Nós não vamos reduzir mais as portagens no interior. Nós vamos eliminar as portagens no interior do país e no Algarve”, disse hoje Pedro Nuno Santos na Alfândega do Porto, durante o Fórum Portugal Inteiro, em que se debateu o programa eleitoral do PS. De acordo com o secretário-geral do PS, em causa estarão a A4, A22, A23, A24 e A25.

“Nós fizemos uma maldade a grande parte do território. Não tínhamos esse direito. Temos que repor a justiça e o respeito por quem vive e trabalha no interior do país”, considerou Pedro Nuno Santos.

O Partido Socialista promoveu este sábado, no Porto, o Fórum ‘Portugal Inteiro’, para a discussão do programa eleitoral que irá apresentar às eleições legislativas, com a presença do Secretário-Geral, Pedro Nuno Santos.

A iniciativa, que decorre na Alfândega do Porto insere-se no âmbito da preparação e discussão de ideias para o programa eleitoral a apresentar aos portugueses nas eleições de 10 de março, contando com as intervenções, na sessão de abertura, de Eduardo Vítor Rodrigues, António Vitorino e Alexandra Leitão.

O PS quer também alargar o desconto do IVA na eletricidade e fazer chegar a taxa de 6% aos consumos de 3,4 milhões de pessoas, retirando também os rendimentos dos filhos do acesso ao Complemento Solidário para Idosos.

“O nosso Governo já definiu um limiar de 100 kilowatts [KW] por mês até aos quais a taxa de IVA é de 6%. A partir daí a taxa de IVA é de 23%, com exceção das famílias numerosas, que têm um limiar de até 150 KW por mês. Aquilo que nós queremos fazer é duplicar estes montantes, estes limiares, para que os primeiros 200 KW por mês tenham uma taxa de IVA de apenas 6%”, disse hoje o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, na Alfândega do Porto.

O líder socialista salientou ainda que o partido se deve apresentar às eleições de 10 de março com “humildade”, reconhecendo que “nem sempre tudo correu bem” na sua governação. “Reforma do Estado, fórmula antiga, repetida ate à exaustão e nós hoje já sabemos o que é que significa a reforma do Estado para a direita, o corte das gorduras do Estado. Nós sabemos quem é que acaba por pagar sempre a reforma do Estado e das gorduras. Inevitavelmente, quando eles governaram cairão sempre nos funcionários públicos”, afirmou Pedro Nuno Santos.

“No ano em que celebramos os 50 anos do 25 de abril, estamos de novo confrontados com a ameaça que representa para a nossa democracia o populismo radical. Não é caso único de Portugal. Paira sobre toda a Europa”, disse António Vitorino que elencou – no seu discurso de dez minutos – todos os ex-secretários gerais do PS, à exceção de José Sócrates.

Segundo o ex-diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações (OIM), estas forças políticas alimentam-se das “desilusões, ansiedades e receios” da sociedade. “Mas sobretudo fomenta a diabolização dos adversários, o ódio, a discriminação racial e a subalternização das mulheres”, afirmou.

“No PS temos mais uma vez a responsabilidade histórica de demonstrar que não é a gritaria, o discurso do ódio, não é o protesto pelo protesto que pode melhorar a sua situação. Saibamos ouvir e entender o grito ou o que um voto de protesto pode representar. Não somos insensíveis ao crescimento das desigualdades sociais”, acrescentou.

Também o secretário-geral do Partido Socialista Europeu discursou colocando a tónica no que considerou de “adversários que são uma ameaça aos valores democráticos”, salientando que Pedro Nuno Santos “tem o perfil” que Portugal e a Europa precisam.

“Sabemos que não será fácil, não vamos enfrentar apenas adversários de quem discordamos, teremos adversários que são uma ameaça aos valores democráticos e fundamentais, adversários que põem em causa os valores de Abril e a decência humana”, afirmou Giacomo Filibeck.

Seguiram-se, ao longo da tarde, cinco painéis temáticos, dedicados à Transformação da Economia, Ciência e Inovação; Estado social; Território, Ambiente e Energia; Assuntos Europeus e Relações Internacionais; e Qualidade da Democracia, Justiça e Segurança Interna.

O Secretário-Geral, Pedro Nuno Santos falava na sessão de encerramento, que contou ainda com a participação de Alexandra Leitão e Francisco Assis.

O PS, disse, não se esquece das consequências daqueles cortes, nomeadamente da educação e na saúde: “Nós não nos esquecemos porque hoje pagamos as consequências desta reforma do Estado. Não nos esquecemos que num último Governo do PSD e do CDS houve um ministro da Educação que achou que tínhamos professores a mais”, contextualizou.

“Vejam só, houve um Governo no passado, não há muitos anos, que achou que nós tínhamos professores a mais e promoveu um programa de rescisões antecipadas. Pois hoje nós pagamos da forma mais dura a falta de planeamento, o corte nas gorduras do Estado que o PSD e o CDS fizeram há oito anos”, continuou.

Depois da Educação, veio a Saúde: “Não foi só na educação. Nós também não deixamos que ninguém se esqueça que foi também um Governo do PSD que achou que havia demasiadas vagas nas faculdades de medicina do nosso país e aquilo que acharam que era importante era mesmo cortar as vagas nas faculdades de medicina”.

24º Congresso Nacional do PS - 07JAN24

“Hoje nós pagamos caro as consequências daquelas que são as sistemáticas reformas do Estado que o PSD tem para propor e apresentar ao país”, concluiu.

Ainda sobre as “fórmulas repetidas” que disse que o PSD apresenta, o líder socialista abordou o chamado “choque fiscal” proposto pela AD:

“Choque fiscal e como que por passe de mágica a economia vai começar a florescer, o PSD não tem uma visão para o país nem para Economia, não sabe como modernizar a economia portuguesa. Choque fiscal (…) que significaria uma dificuldade de financiar aquilo que a nossa economia também precisa, as nossas estradas, as nossas escolas, os nossos hospitais”, enumerou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Interrogatório aos três suspeitos de corrupção na Madeira só na segunda-feira

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2024

Os interrogatórios aos três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira - entre os quais o presidente da Câmara do Funchal - foram adiados

O interrogatório aos três detidos na quarta-feira por suspeitas de corrupção na Madeira, entre os quais o presidente da Câmara do Funchal, previsto começar sábado, vai realizar-se apenas a partir de segunda-feira, às 14:00, segundo um dos advogados.

Os interrogatórios “não começaram formalmente”, disse Paulo Sá e Cunha, advogado do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, no Campus de Justiça, em Lisboa, pelas 14:40, cerca de cinco horas após o início dos trabalhos no dia de hoje.

“Aconteceu muita coisa. Estivemos a completar determinados elementos de prova que ainda não estavam disponíveis no processo e que foram hoje disponibilizados e, em razão disso, temos de fazer aqui um compasso de espera e retomar os trabalhos – porque amanhã é domingo – na segunda-feira”, declarou Paulo Sá e Cunha.

As questões tratadas hoje estão relacionadas com “o requerimento de apresentação dos arguidos do Ministério Público”, apontou.

O advogado do presidente da Câmara do Funchal criticou a situação de detenção por “tempo excessivo”, reforçando que é uma privação de liberdade.

Tomada de posse da nova bastonária da Ordem dos Advogados, Fernanda de Almeida Pinheiro - 09JAN23
Paulo de Sá e CunhaHugo Amaral/ECO

“Terão, porventura, aqui mais uma situação de detenção em primeiro interrogatório que é capaz de ultrapassar o prazo da Operação Influencer”, reclamou a defesa, considerando que “desejavelmente é de evitar”, mas ressalvando que “há determinados processos que, pela sua dimensão e natureza, não permitem isso”.

“O que eu desejaria, mas isto é desejo meu, era que nestas situações, atendendo a que se trata de pessoas que não oferecem perigo, têm um modo de vida conhecido, são contactáveis, estão localizados, que não se sujeitasse durante tempo excessivo a uma situação de detenção, que é uma privação de liberdade precária, mas não se pode esquecer que qualquer privação da liberdade é uma privação da liberdade. Portanto, é indiferente estar preso a cumprir pena em prisão preventiva ou detido, portanto deve-se evitar”, reforçou.

Questionado sobre a possibilidade de Pedro Calado ser sujeito a uma medida de coação privativa da liberdade, o advogado respondeu: “Não faço juízos acerca das pretensões do Ministério Público, porque não as conheço. Só acho que esta situação em determinado tipo de crimes devia ser evitada e podia ser evitada a bem dos direitos fundamentais das pessoas”.

Na sequência deste processo, Pedro Calado decidiu renunciar ao cargo de presidente da Câmara do Funchal, porque “entendeu que era a conduta adequada face às circunstâncias que está a atravessar”, referiu.

Questionado sobre a informação de que os inspetores da Polícia Judiciária (PJ) encontraram 20 mil euros em notas na casa de Pedro Calado, a que se somam outros 10 mil euros escondidos em casa da sua mãe, e se a estratégia de defesa indicará que o dinheiro pertence à mulher do autarca, o advogado Paulo Sá e Cunha disse que “a estratégia é uma estratégia para o tribunal, não é para a comunicação social”.

Paulo Sá e Cunha saiu do tribunal juntamente com os advogados dos outros dois suspeitos, mas estes não prestaram declarações aos jornalistas, tendo respondido a algumas questões antes do início dos trabalhos.

Segundo fonte judicial, o processo foi distribuído ao juiz Jorge Bernardes de Melo, do Tribunal Central de Instrução Criminal, e os arguidos e os advogados tiveram na sexta-feira acesso aos factos em causa e aos elementos de prova sobre o caso desencadeado pela Polícia Judiciária (PJ) e pelo Ministério Público (MP).

Os três detidos foram identificados na sexta-feira e o interrogatório estava previsto começar este sábado, prevendo-se já que as medidas de coação só deveriam ser conhecidas na próxima semana, segundo adiantou à Lusa fonte judicial na sexta-feira, indicando que no domingo não há diligências no Campus da Justiça.

Fonte judicial adiantou que o inquérito vai começar pelo empresário Custódio Correia, que é o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, seguindo-se Avelino Farinha, líder do grupo de construção AFA, e, por último, o presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD).

Na quarta-feira, na sequência de cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias efetuadas pela PJ sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, foram detidos o presidente da Câmara do Funchal, o líder do grupo de construção AFA e o CEO e principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, que é sócio de Avelino Farinha em várias empresas.

A detenção dos dois empresários e do autarca do Funchal surgiram na sequência de uma operação que também atingiu o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, que foi constituído arguido e anunciou na sexta-feira que vai abandonar o cargo, apesar de inicialmente ter afirmado que não se demitia.

Em causa estão suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência, segundo a PJ.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Livre propõe alargar IVG para as 14 semanas e 1% do PIB para a Cultura

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2024

As medidas constam da primeira versão do programa para as legislativas de março, que está a ser debatido e será votado no XIII Congresso do Livre, que termina domingo.

O alargamento do direito à interrupção voluntária da gravidez para as 14 semanas e a atribuição de 1% do Produto Interno Bruto para a Cultura são algumas das medidas que constam do programa provisório do Livre.

Estas propostas, abordadas durante a tarde por dois dirigentes do partido, constam da primeira versão do seu programa para as legislativas de março, que está a ser debatido e será votado no XIII Congresso do Livre, que termina domingo, no Porto.

O cabeça-de-lista pelo Livre no círculo eleitoral do Porto, Jorge Pinto, subiu ao púlpito para dizer que o partido quer 1% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Cultura, admitindo que é uma proposta ambiciosa. No entanto, referiu, esta percentagem “ainda assim está abaixo da média europeia”. Jorge Pinto deixou também uma promessa caso seja eleito deputado em março.

“Não é segredo nenhum, nós desde o primeiro congresso assumimos a defesa clara e honesta da regionalização e essa será, e aqui fica o meu compromisso e a minha promessa, a minha primeiríssima prioridade, se chegar à Assembleia da República”, assegurou.

Na ótica do ‘número um’ pelo Porto, Portugal deve organizar uma “grande assembleia cidadã” sobre o tema “para que se possa discutir com calma, de uma forma informada”, as regiões e as competências que se querem, o que culminaria com um referendo.

Já a ‘número dois’ por Lisboa e deputada municipal na capital, Isabel Mendes Lopes, abordou uma das propostas incluídas no programa eleitoral provisório que defende o alargamento do direito à interrupção voluntária da gravidez (IVG) para as 14 semanas, salientando que por vezes, no prazo atual de 10 semanas, “a pessoa nem sequer sabe que pode estar grávida”.

A dirigente apresentou ainda uma proposta de alteração ao programa, exposta por si e por outro membro do partido, sobre o tema da objeção de consciência, que pode ser pedida pelos profissionais de saúde.

Para a deputada municipal, “a salvaguarda da objeção de consciência não pode significar a negação do direito à IVG consagrado na lei”, defendendo que se tal está a acontecer, “então é preciso mobilizar os recursos para permitir que o possam fazer no território”.

“E depois é preciso repensar, rever o que é que quer dizer ser objetor de consciência. Porque há vários atos que fazem parte do processo da IVG, como ecografias e outras coisas, mas que não são a IVG em si. Então um objetor de consciência tem que estar arredado de todo o processo? Isso tem que ser pensado”, propôs.

Neste contexto, a dirigente propõe na emenda apresentada, e que será votada no domingo, que se garanta o direito à IVG “revendo e sistematizando as possibilidades de âmbito e discricionariedade de declarações de objeção de consciência para atos médicos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

António José Seguro vai estar no 10º Congresso Nacional da APROSE

  • ECO Seguros
  • 27 Janeiro 2024

O ex-líder do PS junta-se ao evento que reúne em congresso os agentes e corretores de seguros portugueses no próximo dia 23 de fevereiro em Lisboa.

O 10º Congresso Nacional dos Agentes e Corretores de Seguros vai decorrer no dia 23 de fevereiro, na Fundação Champalimaud, em Lisboa e será o grande evento que a APROSE, associação portuguesa agregadora dos mediadores de seguros, realiza anualmente.

David Pereira, presidente da APROSE, anuncia novos prémios a atribuir por mediadores a seguradoras nos ramos qutomóvel, Multirriscos, Saúde e Inovação.Hugo Amaral/ECO

Entre os convidados, e a duas semanas das próximas eleições legislativas, está confirmada a presença de António José Seguro, antigo Ministro Adjunto de António Guterres, antigo eurodeputado e secretário-geral do Partido Socialista entre 2011 e 2014.

Para David Pereira, presidente da APROSE, este “é um evento de particular importância para a atividade seguradora, espero a participação de todos no Congresso e conto com a presença de todos, para que possamos, em conjunto, analisar o momento presente e perspetivar o futuro”, afirma.

O Congresso será também o momento para a entrega dos Prémios APROSE 2024, que visam distinguir as melhores seguradoras e prestadores da atividade, eleitas por corretores e agentes. Este ano vão estar a votação quatro novas categorias: Automóvel, Multirriscos, Saúde e Inovação.

Em 2023, primeira edição dos prémios, os vencedores foram a Tranquilidade, eleita Melhor Seguradora para Agentes (votadas somente por Agentes Individuais e Coletivos), Fidelidade como Melhor Seguradora para Corretores (votadas somente em votação para Corretores) e também como Melhor Seguradora Não Vida (votação por Agentes e Corretores) e Real Vida como Melhor Seguradora Vida (votada por Agentes e Corretores).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PS/Madeira defende eleições intercalares na Câmara do Funchal

  • Lusa
  • 27 Janeiro 2024

O PS/Madeira defende que, face à renúncia do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, devem ser marcadas eleições intercalares no principal município da região, governado pela coligação PSD/CDS.

O PS/Madeira defendeu este sábado que, face à renúncia do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, devem ser marcadas eleições intercalares no principal município da região, governado pela coligação PSD/CDS.

“Perante a inevitável renúncia de Pedro Calado ao cargo de presidente da Câmara Municipal do Funchal, o PS/Madeira vem defender a realização de eleições intercalares”, afirmam os socialistas madeirenses, numa nota enviada à agência Lusa assinada pela secretária-geral, Marta Freitas.

Para o PS/Madeira, “o atual executivo, liderado por Pedro Calado, deixou de ter condições para se manter em funções e não pode continuar a governar a cidade do Funchal”. Na mesma nota, o partido considera que os restantes elementos do atual executivo devem também “renunciar às respetivas funções, para que os eleitores possam escolher nas urnas o próximo presidente da Câmara do Funchal”.

A renúncia de Pedro Calado (PSD), depois de ter sido detido no âmbito de uma investigação a suspeitas de corrupção na Madeira, foi anunciada pelo seu advogado.

“Vai renunciar, sim. Entendeu que era a medida adequada face às atuais circunstâncias”, afirmou aos jornalistas o advogado Paulo Sá e Cunha, no Campus de Justiça, em Lisboa. O executivo camarário do Funchal é composto por seis vereadores da coligação PSD/CDS-PP e cinco do PS. Cristina Pedra é atualmente a vice-presidente da autarquia.

Pedro Calado foi detido na quarta-feira, juntamente com dois empresários, no âmbito de uma operação policial desencadeada no mesmo dia sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias cidades do continente.

No âmbito da mesma investigação, o presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque (PSD), foi constituído arguido, tendo renunciado ao cargo na sexta-feira.

Em causa estão suspeitas de corrupção, abuso de poder, prevaricação, atentado ao Estado de Direito, entre outros crimes.

Na segunda-feira, o PSD/Madeira vai reunir o Conselho Regional para escolher o nome de uma personalidade para liderar o executivo, de coligação PSD/CDS, com o apoio parlamentar da deputada única do PAN, o que garante maioria absoluta ao Governo Regional na Assembleia Legislativa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.