BCE deve manter juros em máximos (pelo menos) mais quatro meses

Lagarde não fechou a porta a um corte de juros em abril, tal como estão a prever os investidores, mas o discurso da presidente do BCE está mais alinhado com uma descida em junho ou nos meses de verão.

Quase tudo na mesma. Após a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e a conferência de imprensa da presidente Christine Lagarde, as perspetivas para a evolução das taxas de juro da Zona Euro praticamente não se alteraram. Os investidores continuam a estimar o primeiro corte em abril, enquanto o consenso dos economistas aponta para o início do alívio da política monetária em junho.

Após a reunião em que manteve os juros pela terceira vez, o BCE reiterou que as taxas de juro têm de permanecer nos atuais níveis “por um período suficientemente longo” e que a política monetária vai continuar restritiva “pelo tempo que for necessário”. Validou assim que não tem pressa em remover a política monetária restritiva, ao mesmo tempo que mantém várias opções em aberto.

Na conferência de imprensa, Lagarde reiterou o discurso das últimas semanas. O banco central considera prematuro o debate sobre o timing da descida das taxas de juro, reconhece a evolução positiva da inflação em direção à meta dos 2% e que o crescimento económico da Zona Euro é mais frágil do que o estimado (PIB terá estagnado no quarto trimestre).

A presidente do BCE destacou que o banco central vai continuar “dependente dos dados” e “não quer ficar dependente nas datas”. Contudo, também reiterou a declaração efetuada em Davos na semana passada, quando classificou de “provável” um corte de juros no verão. A conferência de imprensa foi dominada pelo debate sobre a evolução dos salários, que tem uma grande importância para o BCE devido ao impacto na evolução da inflação. E o calendário para o corte de juros está diretamente ligado a esta dinâmica nos salários e a inflação.

Na reunião de 7 de março o staff do BCE vai atualizar as suas projeções económicas, que podem abrir caminho para uma alteração de política monetária, pois devem passar por uma revisão em baixa nas perspetivas para a inflação e atividade económica, que dará maior conforto para uma descida de juros. Contudo, na reunião seguinte (7 de abril), o BCE ainda não terá na sua posse todos os dados sobre a evolução dos salários e os acordos entre patrões e trabalhadores para 2024. Daí que junho comece a ganhar cada vez mais força como a data chave para a inversão da política monetária.

A confirmar-se a descida de juros a 18 de junho, só daqui a quatro meses o BCE vai retirar a taxa dos depósitos do atual máximo histórico de 4%. O espaço temporal em que vai persistir a atual política monetária dependerá da evolução da inflação, mas é certo que atividade económica continuará a ser restringida pelos juros altos em todo o ano de 2024, uma vez a transmissão da política monetária demora a ter impacto na economia e potenciais cortes de juros só serão sentidos na plenitude em 2025.

Enquanto a inflação estiver mais perto de 3% do que de 2%, o BCE não vai pensar em cortes de juros. Será necessária uma recessão severa, ou uma queda acentuada nas perspetivas de longo prazo da inflação claramente abaixo de 2% para assistirmos a um corte de juros nos próximos meses.

Carsten Brzeski, economista do ING

Investidores esperam corte em abril

A mensagem transmitida por Lagarde e seus colegas do BCE nos últimos dias conseguiu demover os investidores de aguardarem por cortes de juros já em março. Apesar do discurso adotado esta quinta-feira não ter trazido surpresas, os investidores ficaram um pouco mais agressivos nas expectativas para a evolução dos juros do BCE.

O mercado está a descontar um corte de mais de 50 pontos base até junho (42 pontos base antes da reunião de quinta-feira), com a probabilidade de a primeira redução surgir em abril a subir de 60% para 80%. Os investidores aguardam um total de 140 pontos base de descidas de juros em 2024 (130 pontos base antes), o que implica cinco cortes de 25 pontos base e a probabilidade de 60% de um sexto.

Além desta perspetiva agressiva no mercado de futuros, as yields das obrigações aliviaram de forma significativa (taxa dos títulos da Alemanha a dois anos recuou quase 10 pontos base) e o euro perdeu terreno face ao dólar. Sinal de que os investidores gostaram do que ouviram a partir de Frankfurt e continuam convictos de que o BCE vai ser célere a começar a reduzir os juros apesar da narrativa atual do banco central não apontar nesse sentido.

“Embora os cortes de juros ainda não estejam em discussão, Lagarde deixou a porta aberta para o BCE mudar rapidamente de rumo se os dados o justificarem. Se a nossa visão de um crescimento e inflação mais baixos do que o esperado pelo BCE se concretizar, prevemos que os cortes terão início em abril.

Peter Sidorov, economista sénior do Deutsche Bank

Economistas apontam a junho

Entre os economistas o posicionamento é mais cauteloso. “O BCE manteve o argumento de que um primeiro corte nas taxas é mais provável no verão. Um alívio mais precoce ainda é possível se os dados de inflação forem fracos nos próximos meses, mas os riscos estão a mudar no sentido de que as taxas permaneçam no nível atual por mais tempo do que os investidores preveem”, comenta Jack Allen-Reynolds, vice economista-chefe da Capital Economics.

“Como se esperava, não houve qualquer surpresa e o BCE manteve as taxas de juro inalteradas” e Lagarde “manteve o discurso assertivo que tem marcado as suas intervenções públicas dos últimos tempos”, assinalando que “é prematuro discutir cortes nos juros”, refere Ricardo Evangelista.

O diretor executivo da ActivTrades Europe destaca que Lagarde foi “algo evasiva” quando confrontada com cenários específicos de cortes em março ou abril, preferindo vincar que o Conselho do BCE analisa a situação e decide “uma reunião de cada vez”, no que “terá sido talvez o comentário mais bem recebido por aqueles que desejam o início dos cortes nas taxas de juro”.

David Brito, diretor-geral da Ebury em Portugal, considera que o “tom das mensagens da reunião do BCE foi ligeiramente mais dovish”, realçando que Lagarde “não tentou explicitamente lutar contra as expetativas do mercado, nem fechado a porta a uma descida na primavera”. Embora o corte de juros em abril seja uma “possibilidade realista”, David Brito salienta que “a falta de progressos no combate à inflação durante os próximos meses pode adiar o primeiro corte até à reunião de junho”.

O Deutsche Bank também interpretou o discurso do BCE como mais suave (dovish), pois o banco central reconheceu a evolução negativa da inflação e do crescimento económico face ao previsto em dezembro. “Embora os cortes de juros ainda não estejam em discussão, Lagarde deixou a porta aberta para o BCE mudar rapidamente de rumo se os dados o justificarem”, refere Peter Sidorov, economista sénior do banco alemão, assinalando que “se a nossa visão de um crescimento e inflação mais baixos do que o esperado pelo BCE se concretizar, prevemos que os cortes terão início em abril”.

O BCE manteve o argumento de que um primeiro corte nas taxas é mais provável no verão. Um alívio mais precoce ainda é possível se os dados de inflação forem fracos nos próximos meses, mas os riscos estão a mudar no sentido de que as taxas permaneçam no nível atual por mais tempo do que os investidores preveem.

Jack Allen-Reynolds, vice economista-chefe da Capital Economics

Só “recessão severa” vai antecipar cortes de juros

O ING tem uma perspetiva diferente. “Enquanto a inflação estiver mais perto de 3% do que de 2%, o BCE não vai pensar em cortes de juros. Será necessária uma recessão severa, ou uma queda acentuada nas perspetivas de longo prazo da inflação claramente abaixo de 2% para assistirmos a um corte de juros nos próximos meses”, refere Carsten Brzeski, economista do banco dos Países Baixos, que continua a prever a “primeira redução não antes do verão”.

Lagarde reiterou a importância dos desenvolvimentos nos salários para os próximos passos do BCE e assinalou que alguns indicadores já apontam para um abrandamento. “Declarações que podem ser vistas como uma alteração para um posicionamento mais suave”, mas “Lagarde também enfatizou a necessidade de a inflação seguir uma tendência descendente sustentável”, acrescenta Brzeski, que “não vê motivos para o BCE reagir a um crescimento económico mais lento com corte de taxas”.

Se um corte de juros em abril significará que a economia da Zona Euro está a enfraquecer a um ritmo acentuado em 2024, adiar para depois de junho poderá indicar que a região recuperou da provável recessão da segunda metade de 2023. Se o alívio da política monetária só chegar em setembro, a Zona Euro estará um ano completo com a taxa de juro em máximos.

As dinâmicas que condicionam a política monetária do BCE podem alterar-se rapidamente e na próxima reunião de 7 de março o número de meses que se espera faltarem para o primeiro corte de juros pode ser diferente dos atuais quatro. Para cima, ou para baixo. E o discurso que o BCE transmitiu esta quinta-feira estará sempre alinhado com qualquer um dos cenários.

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Energia renovável representou 87% da produção total da EDP em 2023

A EDP adianta igualmente que os níveis de reservatórios hídricos em Portugal atingiram, em dezembro de 2023, um máximo histórico dos últimos 10 anos, posicionando-se nos 78%.

A produção de energias renováveis da EDP teve um crescimento de 8% em 2023, o que representa 87% da produção total, quando comparado com os 74% de 2022, avança a empresa, em comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A EDP securitizou dois mil milhões de euros de défice tarifário em dezembro de 2023.

A produção hídrica na Península Ibérica, líquida de bombagem, atingiu 8,2 TWh, em linha com a média histórica, em comparação com a seca extrema de 2022 (produção 4TWh abaixo da média), ainda de acordo a empresa. A EDP adianta igualmente que os níveis de reservatórios hídricos em Portugal atingiram, em dezembro de 2023, um máximo histórico dos últimos 10 anos, posicionando-se nos 78% (22p.p. acima da média). Por isso mesmo, a empresa antecipa “boas perspetivas de produção hídrica para o início de 2024”.

A EDP revela ainda que, em 2023, adicionou mais 2,7 GW de capacidade solar e eólica – incluindo solar distribuído na Europa e Brasil –, tendo alcançado uma capacidade instalada de 16,9GW (EBITDA + Equity). Atingiu ainda uma capacidade instalada de
1,1GW no Solar distribuído, ou seja, cerca de 36% do portfólio solar e se traduz num aumento de 60% face ao igual período de 2022.

A EDP dá ainda conta da conclusão de três operações de rotação de ativos, em julho em Espanha, em outubro na Polónia e em dezembro no Brasil.

“Após a alienação de 80% dos 720 MW da central a carvão de Pecém no Brasil, e da nova parceria 50%/50% na termoelétrica da Aboño na Espanha (desconsolidada em dezembro de 2023), é esperado que o peso do carvão na geração total seja imaterial em 2024, proporcionando visibilidade adicional ao compromisso da EDP coal-free (livre de carvão) em 2025″, destaca a empresa.

Por fim, a EDP avança que o volume de eletricidade comercializado no mercado Ibérico baixou 10% em termos homólogos, “refletindo a diminuição dos volumes vendidos a clientes industriais em Espanha”. Já no gás, completa, “os volumes vendidos diminuíram 28% em relação a 2022.

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PAN Madeira pede demissão de Albuquerque e ameaça fazer cair Governo Regional

  • ECO
  • 25 Janeiro 2024

PAN avisa: ou Miguel Albuquerque se demite ou rompe com o acordo firmado após as eleições regionais de 2024 e que permitiu ao PSD formar um executivo com maioria absoluta, em coligação com o CDS.

A Comissão Política Regional do PAN Madeira pediu, esta quinta-feira, a demissão de Miguel Albuquerque, mas apoia a coligação PSD/CDS com outro presidente do governo regional, avança o Diário de Notícias da Madeira. O PAN, que tem um acordo de incidência parlamentar com o PSD, viabilizando desta forma o Governo Regional, retira, assim, a confiança ao Presidente do Governo Regional.

Na sequência da crise política a reboque da mega operação judicial em curso na Madeira e que atinge as duas principais figuras do PSD-M, o PAN avisa que ou Miguel Albuquerque se demite ou rompe com o acordo firmado após as eleições regionais de 2024 e que permitiu ao PSD formar um executivo com maioria absoluta, em coligação com o CDS, na Assembleia Legislativa da Madeira.

Tendo em conta as suspeitas que recaem sob o Presidente do Governo Regional da Madeira de alegado crime de corrupção, prevaricação, abuso de poder e atentado contra o Estado de Direito, “a Comissão Política Regional do PAN Madeira e a Comissão Política Permanente do PAN consideram que o Miguel Albuquerque não tem condições para se manter no cargo”.

Mesmo assim, o partido assegura que está “disponível para continuar a viabilizar o acordo de incidência parlamentar com o PSD Madeira, caso seja indigitado, e aceite, um novo titular para o cargo de Presidente do Governo Regional da Madeira e estejam reunidas as condições para a estabilidade governativa na Região e para a continuação do cumprimento do acordo celebrado entre o PAN Madeira e o PSD Madeira”.

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Passos avisa que perda de memória “na política é fatal”

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2024

"Quando se perde a memória, somos todos iguais e isso na política é uma coisa terrível – na economia também – porque se tudo é igual não há diferença", disse Passos Coelho.

O antigo primeiro-ministro Passos Coelho avisou esta quinta-feira que “em política é fatal” quando se perde a memória e todos parecem iguais, e, questionado sobre atualidade, repetiu que este não é o seu tempo no PSD, mas de Luís Montenegro. No lançamento do livro “Lendas e Contos Populares Transmontanos – Tesouros da Memória (Vol. I: Bragança e Vinhais)”, de Alexandre Parafita, que conheceu na infância em Vila Real, Passos Coelho nunca falou de partidos, mas deixou vários alertas sobre a realidade política atual.

“Quando se perde a memória, somos todos iguais e isso na política é uma coisa terrível – na economia também – porque se tudo é igual não há diferença. Não se apura nada, não há razão para a competição, para apurar mais eficiência, mais bem-estar”, considerou. E acrescentou: “Na política é fatal se formos todos iguais, tanto faz lá estarem uns como outros, é tudo igual”.

“A memória, o passado é muito importante para nos definir e a maneira como o vemos ainda mais. É muito importante que cada um saiba interpretar esse passado e essa herança de maneira a renovar a sua identidade e comunicar com os outros”, defendeu o antigo primeiro-ministro entre 2011 e 2015. À saída da sessão, Passos Coelho escusou-se a fazer declarações aos jornalistas, dizendo que “acompanha tudo”, mas não deseja intervir.

Este não é o meu tempo, o PSD tem um líder, o dr. Luís Montenegro, e é ele que está a dirigir a estratégia do PSD e a preparar a campanha eleitoral, ele tem de ser a voz autorizada que deverá conduzir o PSD nesta fase”, afirmou. Dizendo que não fez “voto de silêncio”, admitiu, contudo, que dadas as anteriores funções de líder do PSD e primeiro-ministro tudo o que diga pode ter “uma leitura diferente”.

Questionado se irá participar na campanha para as legislativas de 10 de março, respondeu apenas: “É uma matéria que tem que ver com o PSD”. Na intervenção de meia hora que fez no lançamento do livro, Passos Coelho avisou que “quando as sociedades colapsam, algo se lhes segue, não é o fim do mundo”.

“Mas seria estranho que as pessoas assistissem passivamente a isso como se não fossem agentes da história, como se não tivessem vontade, e se entregassem ao que tem de ser”, afirmou. Neste ponto, o agora professor universitário deixou um apelo para que se contrarie o ditado de que “o que tem de ser, tem muita força”.

“Tem muita força, mas se não for do meu agrado, a gente tem de fazer qualquer coisa e nem sempre essa reação é atempada. Quando não é atempada, assume outras formas que depois nos apressamos a condenar. Quando é muito tarde, no fundo, estamos a condenar-nos por não termos agido quando devíamos”, disse, num aparente recado sobre o crescimento do partido Chega.

Perante uma pequena plateia, o antigo primeiro-ministro referiu-se “à ameaça que paira do nacionalismo e do extremismo, venha ele da direita ou da esquerda” na Europa. “Há momentos que são quase definidores do perfil de União que se vem construindo, a dúvida está em saber onde se põe a fronteira e o limite. Aguentamos levar essa fronteira, esse limite um pouco além, sem perder a unidade, ou damos uns passos um pouco mais largos e as pessoas começarão a eleger governos que querem acabar com isso e que se querem descoser dessa urdidura europeia que vem fazendo há quase dezenas de anos”, questionou-se.

No final, deixou uma garantia: “É sempre o futuro que nos define mais do que o passado, mas sem passado não somos nada”. O presidente da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde decorreu a iniciativa, aproveitou para lhe deixar um convite: “Se em 2026 quiser apresentar a sua candidatura presidencial na nossa sede, estaremos de braços abertos”, afirmou, num repto que ficou sem resposta.

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Visalia junta energia e telecomunicações num só pacote em Espanha. E prepara entrada em Portugal

"O custo desta tarifa fixa dependerá do tipo de casa, da localização geográfica, do número de habitantes", diz o CEO da Visalia.

A espanhola Visalia vai lançar, em fevereiro, uma tarifa fixa de eletricidade, gás, fibra e telefone para os clientes domésticos em Espanha e prepara-se para entrar no mercado português, com a abertura de um escritório em Lisboa. Em entrevista ao jornal El Economista, Pablo Abejas, CEO da Visalia, adianta que o grupo se associou a um parceiro relacionado com a telefonia e antecipa faturar 50 milhões este ano em Portugal.

“Vamos abrir um escritório em Lisboa e vamos entrar em comunidades de proprietários e pequenas empresas. Em Portugal, contactámos a Hyperion e vários grandes promotores, que já têm um pipeline, e que precisam de fechar contratos de médio, curto e longo prazo”. Antecipa mesmo que “o mercado português traga [ao grupo espanhol] cerca de 50 milhões de euros de faturação até 2024, deixando uma margem de cinco ou seis milhões de euros”.

O grupo espanhol quer posicionar-se no mercado como um dos dez maiores maiores operadores de Espanha e aposta, por isso, no lançamento de uma tarifa fixa de eletricidade, fibra, gás e telefone para os clientes domésticos. “Sabemos que os utilizadores querem estar tranquilos em relação ao custo da energia e das telecomunicações nas suas casas. Por isso, vamos oferecer-lhes um pacote completo que inclui tudo”, avançou Pablo Aveias.

“Para a fibra, chegámos a um acordo com um grossista que nos dá minutos, mas é a Visalia que fatura e dá o resto da cobertura“, esclarece durante a entrevista. Mas, acautela, “o custo desta tarifa fixa dependerá do tipo de casa, da localização geográfica, do número de habitantes”. Garante que o cliente pagará sempre o mesmo todos os meses. Em contrapartida, o cliente terá de ficar durante um ano com a operadora.

O grupo prevê atingir entre 15.000 e 20.000 clientes para chegar depois aos 130.000. A empresa quer posicionar-se como líder do setor no fornecimento de energia a comunidades residenciais e PME, assim como na instalação de painéis solares nos telhados de edifícios residenciais e nos telhados e coberturas de PME e armazéns industriais, lê-se no site do grupo espanhol.

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CDU quer semana de 35 horas em todos os setores

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2024

Paulo Raimundo propõe "uma aposta clara do investimento público em 5% do PIB ao ano" e a criação de uma rede pública de creches que assegure “a disponibilização de 100 mil vagas até 2028”.

A CDU propõe no seu programa eleitoral a fixação das 35 horas semanais em todos os setores e que 5% do Produto Interno Bruto (PIB) seja dedicado a investimento público, anunciou esta quinta-feira o secretário-geral do PCP. Na apresentação do programa eleitoral da CDU, num hotel em Lisboa, Paulo Raimundo referiu que a coligação defende “o combate à desregulação dos horários de trabalho, ao abuso do trabalho por turnos, noturno e aos fins de semana”.

“A fixação das 35 horas semanais para todos os trabalhadores e o respeito efetivo dos direitos de maternidade e paternidade”, referiu. No programa eleitoral, a CDU considera que “é possível ir ainda mais longe e reduzir progressivamente a semana de trabalho para menos de 35 horas, particularmente onde esse limite já está em vigor”.

“A semana de quatro dias não pode ser aplicada à custa de outros direitos ou remunerações”, refere-se ainda. Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP enquadrou estas propostas na necessidade de se garantir que o país promove “os direitos das crianças, dos pais e da juventude”, propondo igualmente a criação de uma rede pública de creches que assegure “a disponibilização de 100 mil vagas até 2028”, assim como a universalização do abono de família.

Na educação, Paulo Raimundo defendeu a reposição integral do tempo de serviço dos professores e, questionado pelos jornalistas, concorda que a coligação considera que deve ser feita em três anos, tal como proposto pela Fenprof. Considerando que “o país não se pode dar ao luxo de ver partir milhares e milhares de jovens todos os anos” para o estrangeiro, Paulo Raimundo propôs “o fim das propinas e garantia de alojamento estudantil”.

Por outro lado, considerando que os portugueses têm direito a um país desenvolvido, Paulo Raimundo sustentou que isso “exige uma política soberana de desenvolvimento e planeamento”.

Uma aposta clara do investimento público em 5% do PIB ao ano: do investimento na ferrovia à aquisição e produção de comboios no nosso país, da construção do novo aeroporto de Lisboa à requalificação e expansão da rede viária, da construção de hospitais, centros de saúde, creches e lares, à necessária aposta na ciência, nos laboratórios do Estado, nas instituições de ensino superior”, enumerou.

No programa eleitoral, a CDU defende em particular a nacionalização da ANA, “para a gestão e expansão da rede aeroportuária e a construção do novo aeroporto nos terrenos públicos do campo de tiro de Alcochete”. Propõe também a eliminação progressiva das portagens e o fim das parcerias público-privadas rodoviárias, além da redução do passe social para 20 euros, tal como já tinha proposto no Orçamento do Estado para 2024.

Paulo Raimundo defendeu ainda que se deve dar “acesso prioritário aos fundos comunitários” às micro, pequenas e médias empresas face aos grupos económicos, e reduzir “as tarifas e taxas na energia, telecomunicações, seguros, crédito com que os grupos económicos esmagam as micro, pequenas e médias empresas”.

CDU propõe reforma aos 65 anos e 50 mil novas habitações públicas

A CDU propõe ainda a reposição da idade da reforma aos 65 anos e 50 mil novas habitações públicas. Paulo Raimundo defendeu que os reformados e pensionistas “merecem uma vida melhor, incluindo com aumentos anuais que valorizem as pensões, em particular as mais baixas”.

Para tal, o líder comunista voltou a defender um aumento, já em 2024, de todas as pensões em 7,5%, com um mínimo de 70 euros e efeitos retroativos a janeiro, além da criação de “dois novos escalões de pensões mínimas do regime contributivo e aumento dos respetivos valores”. A par destas medidas, a CDU defende também “a reposição da idade da reforma nos 65 anos” e “a reforma sem penalizações aos 40 anos de descontos”.

A nível salarial, Paulo Raimundo voltou a insistir que o salário mínimo nacional deve ser aumentado para 1.000 euros já este ano, acompanhando esta medida igualmente de uma proposta para que todos os salários sejam aumentados num mínimo de 15%, não inferior a 150 euros. No programa eleitoral, a CDU quer também medidas para garantir que, nos próximos quatro anos, se alcancem “aumentos anuais do salário médio em Portugal superiores ao aumento do salário médio na zona euro”.

Estas medidas salariais foram igualmente acompanhadas por várias propostas a nível de impostos, que visam “pôr fim à injustiça fiscal” e incluem acabar “com os benefícios fiscais dados ao grande capital em sede de IRC, avançar com a taxação extraordinária dos lucros da banca, da energia e da grande distribuição”.

A CDU quer também o “englobamento obrigatório de todos os rendimentos para o último escalão do IRS e, ao mesmo tempo, fixar o IVA sobre a eletricidade, gás e telecomunicações nos 6%”. Propomos “uma política fiscal que reduza o IRS para os trabalhadores e os pensionistas, através do aumento da dedução específica em 1.035 euros, do aumento do número de escalões para dez e do desagravamento em três pontos percentuais nos três primeiros escalões”, acrescentou Paulo Raimundo.

Já no setor da habitação, o secretário-geral do PCP defendeu que “é preciso regulamentar um dos setores mais liberalizados da economia” e “criar um regime especial de habitação própria que coloque os lucros dos bancos a suportar as altas taxas de juro”. Considerou ainda necessário “revogar o aumento das rendas e, de uma vez por todas, pôr fim à lei dos despejos”, além de propor “avançar para a urgente estabilidade dos contratos na base dos dez anos” e “pôr fim aos benefícios” dos não residentes.

É preciso que o Estado assuma rapidamente as suas responsabilidades e avançar de forma decidida para um urgente Programa de oferta pública de habitação que assegure o valor médio anual de 1% do PIB para o investimento público em habitação, onde se inclui a disponibilização de 50 mil novas habitações públicas”, afirmou. Paulo Raimundo defendeu que o programa eleitoral da CDU é “justo, necessário e urgente” e “exige a rutura com o caminho para o qual o país se vê empurrado ao longo de décadas” e com a “política de direita”.

“As opções que expressamos neste programa eleitoral, neste compromisso que estabelecemos com o povo português, são opções de ruptura e, por isso, dificilmente encaixam na lógica neoliberal ou no espartilho da austeridade ou das mal chamadas contas certas”, disse, acrescentando que é realizável porque inclui medidas como o fim da transferência de recursos públicos para o setor privado, trava a “sangria de recursos nacionais para o estrangeiro” e “reorienta a política económica para o crescimento”.

O secretário-geral do PCP criticou o PS por “reafirmar a vontade de prosseguir o rumo errado”, mas também o PSD e CDS – que “querem voltar a 2011” – e o Chega e a IL, que “tentam apresentar-se com uma nova cara, mas com ideias muito velhas”. “De todos eles, agora é só promessas e intenções para amanhã, caso cheguem ao poder, virem justificar a impossibilidade de concretizar as promessas agora feitas”, criticou.

(Notícia atualizada às 21h41 com mais informação)

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PS versus AD. Conheça o duelo de cabeças de lista distrito a distrito

Pedro Nuno Santos comanda as tropas por Aveiro onde vai defrontar o autarca Emídio Sousa. Já Luís Montenegro desloca-se para Lisboa e tem como adversária a ministra Mariana Vieira da Silva.

Até ao dia das legislativas de 10 de março, as tropas do PS e da Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, vão andar no terreno para tentar ganhar os 22 círculos eleitorais do país, sob o comando de generais escolhidos a dedo pelos líderes do PS e da AD. Conheça o duelo de cabeças de lista distrito a distrito.

Pedro Nuno Santos quebrou a tradição dos candidatos a primeiro-ministro e não vai encabeçar a lista de candidatos a deputados por Lisboa, mantendo-se em Aveiro, distrito de onde é natural, já que as suas raízes estão em S. João da Madeira. Como número um por este círculo eleitoral, terá como adversário o social-democrata e presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa. Ou seja, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, não vai disputar diretamente os votos com o líder do PSD, Luís Montenegro.

Ao contrário do socialista, o presidente social-democrata, que tem concorrido sempre por Aveiro, já que é de Espinho, decidiu encabeçar a lista da capital. No embate de 10 de março, a sua rival direta será Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e braço direito do primeiro-ministro demissionário, António Costa.

Lídia Leão

Começando a percorrer o país de norte a sul, em Viana do Castelo, a disputa será entre Marina Gonçalves, a ainda ministra da Habitação e muito próxima do secretário-geral do PS, e José Pedro Aguiar-Branco, antigo ministro da Defesa do Governo de Pedro Passos Coelho. Este círculo eleitoral perdeu um deputado, passando de seis para cinco, de acordo com o mapa oficial da distribuição de mandatos da Comissão Nacional de Eleições (CNE). Nas eleições legislativas de 2022, que deu a maioria absoluta ao PS, os socialistas conseguiram três mandatos e o PSD outros três.

Em Braga, o duelo será entre José Luís Carneiro, ainda ministro da Administração Interna e ex-adversário de Pedro Nuno nas eleições internas do PS, e Hugo Soares, secretário-geral do PSD que chegou a líder parlamentar da bancada laranja em 2017. No ato eleitoral anterior, o PS elegeu nove deputados e o PSD oito. Chega e Iniciativa Liberal (IL) conseguiram um cada.

Por Vila Real, o PS indicou para número um a deputada de Chaves Fátima Pinto, que foi administradora executiva da empresa municipal Gestão de Equipamentos do Município de Chaves e vice-presidente da Associação Termas de Portugal. A AD escolheu um “dinossauro” autárquico para encabeçar a lista por este círculo: o presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Castro de Almeida, que está no terceiro e último mandato como líder do município. Nas legislativas de 2022, o PS ganhou, neste distrito, cinco deputados e o PSD dois.

Na arena de Bragança, o combate será travado entre a socialista Isabel Ferreira, atual secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, e o social-democrata Hernâni Dias, presidente da Câmara de Bragança, que está a completar o terceiro e último mandato autárquico consecutivo. Em 2022, o PS alcançou dois mandatos e o PSD apenas um.

Pelo círculo do Porto, encabeça a lista do PS o presidente do Conselho Económico e Social (CES), Francisco Assis, que representa a ala mais à direita do partido, mas que, ainda assim, apoiou Pedro Nuno Santos nas eleições internas frente a José Luís Carneiro. A AD apostou no ex-bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que é um independente. No último sufrágio, o PS elegeu, por este distrito, 19 deputados e o PSD 14. Chega, IL e Bloco de Esquerda (BE) conseguiram dois mandatos cada um. E a CDU, coligação que junta PCP e PEV, alcançou um só eleito.

Lídia Leão

Na zona centro, o duelo começa em Aveiro, entre o próprio líder do PS, Pedro Nuno Santos, e o social-democrata e presidente da Câmara de Santa Maria da Feira, Emídio Sousa, que está a completar o terceiro e último mandato à frente daquele município. Em 2022, este círculo deu oito deputados ao PS, sete ao PSD e um ao Chega.

Em Viseu, o líder do PS impôs o nome de Elza Pais, deputada e presidente das Mulheres Socialistas, para cabeça de lista, contra a vontade das estruturas locais. A parlamentar foi secretária de Estado para a Igualdade no segundo Governo de José Sócrates. A AD colocou as fichas em António Leitão Amaro, vice-presidente do PSD e antigo secretário de Estado da Administração Local do Executivo de Passo Coelho. Há dois anos, o PS elegeu quatro deputados e o PSD outros tantos por este distrito.

As tropas do PS na Guarda vão ser comandadas pela anda ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, que repete a primeira posição que já tinha ocupado nas eleições legislativas de 2022. O pelotão da AD será liderado por Dulcineia Moura, docente no ISCET – Instituto Superior de Ciências Empresariais e do Turismo do Porto, com um doutoramento em Economia pela Universidade da Beira Interior. Nas eleições de há dois anos, o PS garantiu três lugares no Parlamento, por este círculo, e o PSD apenas um.

Um pouco mais a litoral, em Coimbra, o duelo será entre a socialista e ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que no sufrágio anterior, encabeçou a lista por Castelo Branco, e a independente indicada pela AD, Rita Júdice, que foi sócia da sociedade de Advogados PLMJ, entre 2013 e 2023, onde co-coordenou a área de Imobiliário e Turismo. Nas eleições de 2022, este círculo eleitoral atribuiu seis mandatos ao PS e três ao PSD.

O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que apoiou José Luís Carneiro nas diretas do partido, vai liderar o combate em Leiria, do lado dos socialistas. A AD indicou Telmo Faria, antigo presidente da Câmara de Óbidos, que em 2018 foi um dos principais apoiantes de Santana Lopes na disputa da liderança com Rui Rio, que viria então a ganhar o partido. No sufrágio anterior, os socialistas conseguiram eleger, por este círculo eleitoral, cinco parlamentares e o PSD quatro. O Chega obteve um eleito.

Por Castelo Branco, o PS escolheu o atual secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazendo, para cabeça de lista. Nas legislativas anteriores, o ex-diretor dos programas comunitários do Turismo de Portugal foi em terceiro lugar. A aposta da AD vai para professora universitária de Ciência Política e Relações Internacionais, Liliana Reis, mais um candidato independente. Nas legislativas de 2022, PS ganhou três deputados por este distrito e o PSD um.

A ex-ministra da Administração Pública e coordenadora do programa eleitoral do PS, Alexandra Leitão, foi a escolhida para liderar as tropas de Santarém. Terá de defrontar o ex-presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Eduardo Oliveira e Sousa, um independente que concorre peça Aliança Democrática. Há dois anos, Santarém deu cinco mandatos ao PS e três ao PSD. O Chega conseguiu eleger um deputado.

Na capital, o cabeça de lista da AD é o presidente do PSD e candidato a primeiro-ministro, Luís Montenegro, que foi líder parlamentar durante o Governo de Passos Coelho. Vai ter de enfrentar, do lado do PS, Mariana Vieira da Silva, ainda ministra da Presidência e número dois do primeiro-ministro António Costa. No sufrágio de 2022, Lisboa deu 21 deputados ao PS e 13 ao PSD. IL e Chega elegeram quatro cada um. A CDU e o BE dois por cada partido. E Livre e o PAN obtiveram um mandato.

A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, é número um do PS pelo distrito de Setúbal, repetindo assim a posição das últimas legislativas. Para travar este duelo, a AD foi buscar Teresa Morais, antiga secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade do primeiro Governo de Pedro Passos Coelho e apoiante de sempre de Luís Montenegro. Nas eleições anteriores, Setúbal atribuiu 10 deputados ao PS e três ao PSD. A CDU conseguiu dos mandatos e Chega, IL e BE alcançara um cada.

Lídia Leão

A sul do país, Portalegre terá um frente a frente entre o atual deputado socialista Ricardo Pinheiro e o social-democrata Rogério Silva, que é líder da distrital do PSD de Portalegre e presidente da Câmara de Fronteira. Em 2022, o PS elegeu os únicos dois mandatos atribuídos a este círculo eleitoral.

Em Évora, o embate será entre o socialista Luís Dias, presidente da Câmara de Vendas Novas, que passa a número um, substituindo o antigo ministro da Agricultura e eurodeputado, Luís Capoulas Santos, e Sónia Ramos, deputada e líder da distrital do PSD de Évora. No último sufrágio, o PS ganhou dois deputados e o PSD apenas um.

Pelo distrito de Bela, o líder da federação do PS do Baixo Alentejo, Nelson Brito, que foi presidente da Câmara de Aljustrel, é o número um dos socialistas. Gonçalo Valente, presidente da distrital de Beja e vereador, sem pelouros, na Câmara de Ourique, vai encabeçar a lista da AD. Em 2022, este círculo atribuiu dois mandatos ao PS e um ao PSD.

Em Faro, a deputada e antiga secretária de Estado da Saúde, Jamila Madeira, que é próxima da candidatura de Carneiro nas eleições internas do partido, vai medir forças com o cabeça de lista da AD, Miguel Pinto Luz, que é vice-presidente da Câmara de Cascais. Pelo facto de não ser natural do Algarve, a escolha de PSD, CDS e PPM gerou algum mal-estar junto das estruturas locais do PSD, mas Pinto Luz não desistiu, ao contrário de Álvaro Beleza. Recorde-se que o médico de Lisboa tinha sido indicado pelo PS para liderar Vila Real, mas a contestação interna falou mais alto. Nas últimas eleições, Faro deu cinco lugares ao PS e três ao PSD. O Chega elegeu um deputado.

Lídia Leão

Pela Madeira, o líder do PS regional, Paulo Cafôfo, estará aos comandos contra o social-democrata e presidente de Câmara de Lobos, Pedro Coelho. Em 2022, o PS elegeu três deputados e o PSD outros três, neste círculo eleitoral.

Nos Açores, a disputa será entre o socialista Francisco César, filho do presidente do partido, Carlos César, e o deputado do PSD à Assembleia da República, Paulo Moniz. Nas últimas legislativas, o PS conseguiu três mandatos, por este círculo, e o PSD os restantes dois.

Lídia Leão

Pela Europa, o PS volta a indicar para cabeça de lista Paulo Pisco, presidente da subcomissão das Diásporas da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa. E a AD escolheu Carlos Alberto Gonçalves, presidente da secção do PSD de Paris. Há dois anos, o PS ganhou os únicos dois mandatos atribuídos a este círculo eleitoral.

Augusto Santos Silva, que foi apoiante de Carneiro nas diretas do PS, já tinha sinalizado que queria continuar como Presidente da Assembleia da República – e para isso tem de, primeiro, ser eleito, deputado. Por isso, volta a encabeçar a lista pelo círculo Fora da Europa. Pela AD, vai José Cesário, antigo secretário de Estado das Comunidades, entre 2011 e 2015, durante o Executivo passista. Nas últimas legislativas, os dois mandatos por este círculo foram distribuídos de forma equitativa entre PS e PSD: um para cada partido.

As listas de deputados têm de ser entregues nos tribunais das comarcas até 29 de janeiro. A campanha eleitoral decorre entre 25 de fevereiro e 8 de março.

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Biden encarrega diretor da CIA de tentar obter trégua em Gaza

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2024

O diretor da CIA, William Burns, tem agendada uma viagem à Europa nos próximos dias para manter conversações com os diretores dos serviços secretos israelitas e egípcios.

O Presidente norte-americano encarregou o diretor da agência de serviços secretos CIA de obter um acordo de cessar-fogo prolongado entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas e a libertação de todos os reféns, noticiou esta quinta-feira o Washington Post.

O diário, que cita responsáveis próximos do ‘dossier’, revelou que o diretor da CIA, William Burns, tem agendada uma viagem à Europa nos próximos dias para manter conversações com os diretores dos serviços secretos israelitas e egípcios, David Barnea e Abbas Kamel, respetivamente, e com o primeiro-ministro do Qatar, Amir Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani.

A Casa Branca escusou-se a confirmar a informação divulgada pelo Washington Post, mas salientou que Burns tem desempenhado um papel fundamental nas negociações, especialmente no que respeita à libertação de reféns. A realizar-se, a viagem de Burns seguir-se-á a uma visita à região, esta semana, de Brett McGurk, conselheiro do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para o Médio Oriente, que teve várias reuniões no Cairo e em Doha, numa tentativa para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

À região deslocaram-se também o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) italiano, Antonio Tajani, a MNE neerlandesa, Hanke Bruins Slot, e o chefe da diplomacia britânica, David Cameron, que hoje se reuniram com altos responsáveis israelitas e palestinianos.

O Egito e o Qatar também têm funcionado como intermediários entre Israel e o Hamas. Em finais de novembro do ano passado, os dois países conseguiram alcançar uma trégua de uma semana que permitiu a libertação de 105 reféns e de 240 presos palestinianos. O Qatar confirmou a existência de “negociações sérias” entre Israel e o Hamas para obter um cessar-fogo, mas advertiu de que existem “obstáculos” nas conversações, como a rejeição por parte do Governo israelita da criação de um Estado palestiniano.

A 7 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) – desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel – realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas, e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para “erradicar” o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que entrou esta quinta no 111.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 25.700 mortos, 63.740 feridos e 8.000 desaparecidos, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais, e quase dois milhões de deslocados (mais de 85% dos habitantes), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com toda a população afetada por níveis graves de fome.

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Seguros Não Vida 2023: Ageas, Caravela e Mapfre foram as que mais ganharam mercado

Num ano de 2023 em que as vendas das seguradoras Não Vida baseadas em Portugal cresceram 10,2%, as diferenças no top 10 estão a reduzir-se. Veja o ranking.

A Fidelidade subiu a sua quota de mercado para 30,2% entre as seguradoras portuguesas considerando as vendas de seguros em Portugal e no estrangeiro em 2023, segundo dados publicados pela ASF, entidade supervisora do setor, e tratados por ECOseguros. Agrupando 45 companhias que atuaram em Portugal e a partir daqui no estrangeiro, onde por exemplo, a Fidelidade tem presença consolidada e a Caravela dá os primeiros passos, em 32 grupos verifica-se que as diferenças de posição no ranking não foram relevantes. No entanto, as diferenças em valor estão a reduzir-se.

Considerando os negócios em Portugal, o ramo Saúde cresceu 16,7% ou 195 milhões de euros em 2023 relativamente a 2022, quase 30% do total do crescimento do ano. A Tranquilidade subiu 24,5% neste ramo, faturando mais 35 milhões em seguros de saúde que o ano passado, e permitindo elevar a sua quota geral duas décimas para 18,3% do mercado total Não Vida.

A Fidelidade manteve o primeiro lugar no ranking, com crescimento de 10,6% para mais de 2.052 milhões de euros de prémios vendidos, apresentando crescimentos de acordo com a média do mercado nos principais ramos.

O Grupo Ageas, com a Ageas Seguros e Médis, subiu vendas 12,3% o que ao nível da terceira posição do ranking tem um relevo de mais 110 milhões de euros para um total de 964 milhões. Teve um crescimento relevante de 12,5% nos ramos que inclui multirriscos – e que subiu 10% – e de 8% no ramo automóvel que aumentou em média 5,8%.

Allianz e Zurich tiveram, nos ramos Não Vida, um crescimento de respetivamente 7,2% e 6,6% levando a perdas de quota de mercado de 0,2%, mas mantendo solidamente as 4ª e 5ª posições do ranking Não Vida.

A Liberty cresceu pouco e perdeu alguma quota em 2023, no último ano em que previsivelmente estará a apresentar-se nas contas finais. Adquirida pela Generali, o grupo que daí resultará teria, a dados deste ano, uma quota de mercado entre as seguradoras portuguesas de quase 22%. Lusitania e CA Seguros tiveram um ano de crescimento regular.

A Caravela manteve o 9º lugar com 160 milhões de prémios emitidos, dos quais 10 milhões conquistados fora de Portugal, e aproxima-se do 8º lugar da CA Seguros. Foi um ano de forte crescimento de 22% com destaque para subidas de 31% em acidentes de trabalho e em multirriscos e ainda 10% em automóvel.

Também a Mapfre Gerais registou elevado crescimento no ano passado, 26,7% no total. Para este desempenho contribuíram subidas expressivas em multirriscos e responsabilidade civil. Logo de seguida em 11º, ganhando uma posição à Victoria, posicionou-se a Aegon Santander, que subiu quase 58% as suas vendas de seguros de saúde, colocados em exclusivo através do Banco Santander. A UNA, em ano de retoma, cresceu acima do mercado com destaque para o ramo automóvel em que subiu vendas em 23%.

A Chubb teve na responsabilidade civil um ano de forte crescimento que lhe permitiu um desempenho global de +17,8% de vendas.

Entre as seguradoras de menor dimensão no mercado Não Vida, em que os crescimentos podem ou ser mais fáceis ou mais difíceis, o destaque vai para a COFACE com 19,5% de crescimento, a Planicare com +21%, a Real Vida +23,6%, a ARAG que cresceu 37,8%, enqaunto a ASISA mais que duplicou o seu negócio, tal como a Prévoir-Vie.

Em baixo, o ranking das 45 maiores seguradoras Não Vida, agrupadas por ECOseguros em 32 grupos, relativas à produção de seguros em Portugal e estrangeiro durante os anos de 2022 e 2023. Dados originais da ASF em mil euros.

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Rosália Amorim demite-se do Global Media Group

A diretora demissionária da TSF, sabe o +M, entregou esta quinta-feira a carta de resolução de contrato de trabalho com justa causa.

Rosália Amorim vai sair da Global Media. A diretora demissionária da TSF, sabe o +M, entregou esta quinta-feira a carta de resolução de contrato de trabalho com justa causa.

A ex-diretora do Dinheiro Vivo e do Diário de Notícias, título que liderou a partir de novembro de 2020 – altura em que começou a ser preparado o regresso a diário – e durante cerca de três anos, decidiu assim deixar a empresa.

A saída terá a ver com o estado da empresa e com as razões que levaram à sua demissão em dezembro, ou seja, o despedimento de 30 pessoas na TSF e o facto de estar comprometido o projeto de investimento e contratações para a TSF , conforme anunciado a 12 de dezembro, dia em que também se demitiu Rui Gomes, diretor-geral, e Artur Cassiano, sub-diretor. Entretanto, na última semana, Artur Cassiano foi nomeado diretor de informação interino da TSF.

Recorde-se que esta quinta-feira foram pagos os salários de dezembro. Em atraso continuam os subsídios de Natal e não sido avançada informação sobre os ordenados de janeiro.

A assembleia-geral do grupo, que tal como o +M/ECO avançou em primeira-mão será para destituir o CEO, está marcada para 19 de fevereiro. O objetivo é também viabilizar um aumento de capital de cinco milhões de euros.

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CEO da Stellantis pede consolidação na Europa para enfrentar carros chineses

O CEO da Stellantis, que detém marcas como a Peugeot e a Citröen, argumenta que sem consolidação, a indústria automóvel europeia não vai ter capacidade para responder à concorrência chinesa.

É preciso maior consolidação entre as construtoras automóveis na Europa para enfrentar as fabricantes chinesas que estão a chegar à região e que dispõem de custos de produção 30% mais baixos, defende o CEO da Stellantis, o português Carlos Tavares.

A companhia, que detém marcas como a Peugeot ou a Citröen, diz que está preparada para o que aí vem e está sempre aberta a estudar eventuais oportunidades de aquisições, mas alerta que há muitas empresas que poderão ser forçadas a fazer programas de reestruturação, criando um problema social na região.

Nunca paramos de reduzir custos porque estamos sempre preparados para quando possa haver uma oportunidade de consolidação“, adiantou Carlos Tavares, num encontro com jornalistas, à margem do congresso da Ordem dos Engenheiros, a decorrer esta quinta e sexta-feira no Porto. O líder da Stellantis reiterou que a empresa, que comanda, mantém uma posição em que protege uma determinada margem de rentabilidade, para poder aproveitar oportunidades e estar numa posição capaz de lidar com a concorrência dos chineses, que estão a chegar à Europa com os seus veículos elétricos.

Numa posição muito crítica em relação a estes produtores, que dispõem de condições muito mais vantajosas de produção do que as empresas da região, Tavares alertou para os riscos sociais que podem resultar desta concorrência. “Como vamos combater os chineses? Se forem três ou quatro vezes maiores que nós vão esmagar as construtoras europeias“, avisou, adiantando que esta situação poderá ameaçar milhões de empregos, uma vez que a indústria automóvel emprega 14 milhões de pessoas na região.

Precisamos de consolidação a nível europeia para fazer face aos chineses“, defendeu. Mas para isso, acrescenta, é necessário que os reguladores europeus mudem a sua postura para permitir a criação de empresas de maior dimensão na região, sem colocarem entraves à criação de grandes grupos.

Apesar de defender a consolidação, para criar empresas com maior capacidade para responder à concorrência chinesa, Carlos Tavares mostra-se contra o protecionismo. “Tenho que combater os chineses porque sou uma empresa global“, rematou.

No que diz respeito ao preço dos elétricos, Tavares critica os Governos por quererem empurrar para a indústria uma transformação profunda, sem pensar nas consequências e nas necessidades das pessoas. “Há decisões demagógicas que vêm esbarrar na parede da realidade”, atirou, acrescentando que há um risco de criar um problema de mobilidade, caso não se consigam produzir carros elétricos a preços acessíveis para a classe média.

Os elétricos têm que ser acessíveis. Se não o forem, a classe média não os compra e não tem impacto” as medidas para reduzir as emissões carbónicas, acrescenta. Isto coloca atualmente um desafio ao setor, uma vez que “só chineses vão atingir esse nível (de preços)“.

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Valongo aumenta investimento na habitação para 75,8 milhões de euros

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2024

Estes 75,8 milhões de euros vão ser canalizadas para a compra, reabilitação e construção de 1.125 habitações.

A Câmara Municipal de Valongo aprovou, esta quinta-feira, a primeira alteração à Estratégia Local de Habitação (ELH), aumentando o investimento para 75,8 milhões de euros, mais 38,5 milhões de euros face a 2021, ano em que foi implementada.

Estes 75,8 milhões de euros vão ser canalizadas para a compra, reabilitação e construção de 1.125 habitações, refere a proposta de atualização da ELH deste município do distrito do Porto aprovada em reunião do executivo municipal.

A construção de 367 prédios ou empreendimentos habitacionais (39,1 milhões de euros) e a reabilitação de 686 frações ou de prédios (28 milhões de euros) absorvem grande parte destes 75,8 milhões de euros.

Seguindo-se, depois, a compra de 52 frações ou prédios degradados e subsequente reabilitação com sete milhões de euros, a aquisição de 10 frações ou prédios para destinar à habitação de 1,2 milhões de euros e o arrendamento de 10 fogos para subarrendamento com 331 mil euros, refere a proposta.

A atualização da ELH prende-se com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a obrigação de o cumprir até 2026. Além da subida generalizada dos preços de construção, reabilitação, aquisição e arrendamento de habitação, assim como da dificuldade de encontrar empresas do setor da construção civil com capacidade para responder aos atuais desafios do mercado e à escassez de oferta no mercado, sustenta o documento.

A Câmara Municipal de Valongo aprovou a Estratégia Local de Habitação, que serve de suporte à candidatura ao 1.º Direito — Programa de Apoio ao Acesso à Habitação, a 27 de maio de 2021.

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