Hoje nas notícias: Global Media, professores e política

  • ECO
  • 15 Janeiro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Acionistas da Global Media receberam até ao momento seis manifestações de interesse de potenciais investidores. Os estágios remunerados para futuros professores deverão ficar limitados a regiões do país com escassez destes profissionais. Estas e outras notícias estão em destaque nas manchetes nacionais desta quarta-feira.

Global Media tem seis propostas que vão desde o aumento de capital à compra do JN e TSF

Os acionistas da Global Media receberam até ao momento seis manifestações de interesse de potenciais investidores, que vão desde a realização de aumentos de capital na holding até à compra em separado de ativos do grupo, nomeadamente do Jornal de Notícias, da TSF e de O Jogo. Tribunal vai decidir arresto pedido por Marco Galinha nos próximos dias, o que poderá devolver o controlo ao Grupo BEL.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Estágios pagos vão ficar limitados a regiões onde há falta de professores

Os estágios remunerados para futuros professores deverão ficar limitados a regiões do país com escassez destes profissionais: Lisboa e Algarve. O que está a gerar descontentamento no seio do grupo de trabalho que aconselhou o Ministério da Educação no diploma que institui o regresso dos estágios remunerados nas escolas assim como nas faculdades de educação. O diploma também faz ainda depender o funcionamento dos núcleos de estágio de um despacho que terá de ser assinado pelos ministros da Educação e das Finanças.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Peter Villax: “Estamos continuamente a subornar o eleitorado”

O presidente da Associação das Empresas Familiares, Peter Villax, critica o Governo cessante pelo constante “subornar” do eleitorado com a subida do salário mínimo e das pensões, defendendo que o aumento dos rendimentos das famílias deveria ser fruto do crescimento da economia e apontando o dedo ao Executivo por olhar para o crescimento do PIB como uma variável exógena. O empresário diz ainda ser prioritário que os líderes das 100 maiores empresas nacionais avancem com um “pacto de crescimento” para o país.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Infrações na bicicleta custam pontos na carta de condução

Os utilizadores de bicicleta que cometam contraordenações graves ou muito graves na estrada podem perder pontos na carta de condução, caso sejam condenados a sanção acessória de inibição de conduzir e possuam um título de habilitação de um veículo a motor. Só nos últimos sete anos, 96 utilizadores de bicicleta perderam pontos na carta de condução por contraordenações graves ou muito graves cometidas ao guiar este velocípede, como conduzir a com auscultadores ou a usar o telemóvel.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

FCT garante novo concurso para financiar projetos de investigação em 2024

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) garante a abertura de um novo concurso para financiar projetos de investigação em 2024. Os cientistas estavam apreensivos que a abertura tardia do concurso de 2023, na sexta-feira que antecedeu o Natal, se traduzisse na inexistência de novo financiamento durante este ano. É que o dinheiro deste concurso relativo a 2023 — com um bolo monetário maior — só deverá chegar no segundo semestre de 2024.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

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Caldea convida os enamorados a celebrar o Dia dos Namorados com novas experiências românticas

  • Servimedia
  • 15 Janeiro 2024

Em comemoração do Dia dos Namorados, Caldea oferecerá atividades especiais direcionadas a casais, como o 'Ritual Romântico de Bem-Estar' ou as 'Champagne Sessions'.

Caldea, spa termal de Andorra, convida os casais a desfrutar de um encontro “único” para celebrar o Dia dos Namorados, oferecendo “experiências íntimas e românticas para casais que buscam momentos singulares durante o dia dos namorados”.

Como principal atração, Caldea apresenta o ‘Ritual Romântico de Bem-Estar’, uma experiência que combina a entrada ao spa exclusivo para adultos, Inúu, com o acesso a uma nova ‘cabine duo’ de uso privado. Essa cabine dispõe de um espaço de descanso seco, onde os casais receberão uma taça de boas-vindas e uma fondue de chocolate, além de experimentarem a massagem Doji de 30 minutos a dois.

Conforme explicado pelo spa, “a massagem Doji, com suas velas perfumadas, oferece uma experiência profundamente relaxante com efeitos hidratantes. Com três aromas diferentes para escolher no local, o tratamento é perfeito para casais que buscam se conectar e desfrutar da companhia um do outro”.

 

Além disso, o restaurante Blu de Caldea apresenta um menu especial de Dia dos Namorados, disponível apenas durante o mês de fevereiro, que incluirá uma entrada, um prato principal e uma sobremesa. Essa experiência culinária será acompanhada por uma entrada de 3 horas em Caldea, “permitindo que os clientes desfrutem de uma experiência completa. Também é possível reservar o menu do Dia dos Namorados sem a entrada no spa termal”.

Além disso, Caldea continua com suas populares ‘Champagne Sessions’ na grande lagoa de Inúu, todas as sextas-feiras e sábados das 20h às 23h. “Os casais poderão desfrutar de música ao vivo de um saxofonista ou cantor enquanto saboreiam um cocktail na água. Um ambiente encantador e relaxante, ideal para aqueles que desejam adicionar um toque especial de romantismo”, destaca.

“Com essas novidades exclusivas, Caldea reafirma o compromisso de proporcionar experiências íntimas e inesquecíveis para casais que procuram celebrar o amor e o bem-estar durante o Dia dos Namorados”, conclui.

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O marketing e a publicidade serão um dos setores onde o crescimento e a aplicação da IA serão mais evidentes em 2024

  • Servimedia
  • 15 Janeiro 2024

Um dos setores nos quais a tecnologia, especialmente a IA, se tornou a ferramenta prioritária é o de marketing, publicidade e comunicação.

O setor espera um crescimento de 8,2% em escala global em 2024. O investimento total em publicidade ultrapassará um trilhão de dólares pela primeira vez na história, de acordo com estimativas da WARC, graças a eventos como os Jogos Olímpicos de Paris e mais de 70 eleições que ocorrerão em todo o mundo, incluindo as eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Uma das vozes especializadas no mundo do marketing e da publicidade é Marina Specht, CEO da McCann Worldgroup em Espanha. Na sua análise, ela destaca as principais tendências que impactarão a indústria durante o ano de 2024. “Haverá um claro crescimento, evolução e adoção massiva da IA generativa. Com mais de 100 milhões de usuários ativos do ChatGPT por semana até hoje, o marketing e a publicidade são um dos setores onde a aplicação da IA generativa será maior”, explica a líder do Grupo na Espanha, citando como exemplo a aplicação na sua empresa: “Na McCann Worldgroup, já estamos totalmente engajados na adoção de ferramentas de IA generativa e vemos sua aplicação em duas áreas fundamentais: a otimização dos processos operacionais de uma agência ou departamento de marketing e, por outro lado, a possibilidade de usar a IA generativa para enriquecer as capacidades e a contribuição de valor para clientes e consumidores”.

Outro aspeto destacado por Specht para o futuro, além do aspeto tecnológico, é a criatividade, que na sua opinião “longe de ser ameaçada, será fortalecida em 2024, com maior foco por parte dos anunciantes na construção de marcas sólidas, que geram reputação, fidelidade e propósito, mais necessários do que nunca para atrair não apenas consumidores, especialmente da geração Z, mas também talentos jovens. O marketing de conteúdo continuará crescendo e veremos novas colaborações entre a indústria do entretenimento e as marcas, como ocorreu com o filme Barbie, considerado um dos casos de marketing de maior sucesso em 2023”.

A contratação de talentos será uma das prioridades do setor em 2024, apesar do reconhecimento da escassez. Para Marina Specht, o talento deve ser “o motor da indústria criativa” e acrescenta que “o desafio nesse sentido é duplo. Por um lado, é um setor que investiu muito em tecnologia nos últimos anos e agora deve se concentrar em aproveitar essas ferramentas e transformar os processos de trabalho, que em alguns casos permanecem os mesmos de 25 anos atrás. Por outro lado, vivemos um momento de humanização da tecnologia e de retorno à criatividade: o desafio para as agências e departamentos de marketing será atrair os melhores talentos com uma proposta de valor renovada para o ambiente de trabalho pós-pandémico, que esteja à altura das demandas e expectativas de uma geração Z que busca viver experiências relevantes e inspiradoras onde quer que esteja, inclusive no mundo do trabalho”.

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Kate Moss: meio século de Luz Pura de Chris Levine ao vivo em Madrid

  • Servimedia
  • 15 Janeiro 2024

Kate Moss completou 50 anos. A supermodelo confessou ao jornal britânico 'The Times' sentir-se em "negação" em relação ao envelhecimento.

“Não vou fazer 50 anos”, disse numa entrevista publicada no último domingo sobre a data significativa em janeiro de 2024. “Não estou a pensar nisso. Não me sinto com 50 anos”, acrescentou Moss, que é mãe de Lila Moss Hack, de 20 anos, fruto de seu relacionamento com Jefferson Hack, fundador da Dazed Media.

Nessa atmosfera de reflexão e celebração, surge o trabalho de Chris Levine ‘She’s Light (Pure)’, e um dos retratos mais icónicos da modelo. Agora, faz parte da exposição do artista no Museo Gran Vía, 15, que o próprio artista inaugura no próximo dia 24, no centro de Madrid.

Levine, conhecido por seu trabalho com luzes, laser e holografia, construiu um seguimento de culto com seus retratos icónicos de algumas das mulheres mais fotografadas de todos os tempos, incluindo a Rainha Elizabeth II, Grace Jones e, como apresentado aqui, Kate Moss. Graças ao habilidoso manuseamento lenticular de Levine, temos uma experiência sensorial e uma oferta visual da supermodelo que tem mais em comum com uma musa histórica da arte do que com uma figura da moda e celebridade que domina nossa cultura pop.

As peças da exposição incluem a caixa de luz lenticular ‘She’s Light (Pure)’, onde Moss é exibida contra um fundo branco imaculado. Ao nos movimentarmos ao redor da peça, podemos apreciar a natureza delicada e pálida de sua pele, seus olhos fechados e lábios laqueados. Essa imagem permite a Levine retratar a Musa da moda como um efeito de luz. A maneira como Levine captura a modelo é idêntica à sua representação da Rainha Elizabeth II da Inglaterra, permitindo que nos afastemos da imagem estereotipada do ícone da moda e cultura, apreciando-a como uma obra pulsante e meditativa.

Levine explica que suas imagens “resoaram tanto porque vão em direção a uma dimensão mais espiritual e a um âmbito mais profundo. É o que somos, mas com o qual as pessoas não se conectam com frequência”. Com a utilização da tecnologia lenticular, essa noção de profundidade e imersão verdadeira na mente do artista é acentuada. O espetador pode interagir com a peça ao circulá-la e apreciar sua energia meditativa inerente.

Através dessa experiência, nos encontramos compreendendo uma nova ideia de Kate Moss, distante da conceção pré-estabelecida nas nossas mentes. Como Levine descreve sobre essa sessão, “cada oportunidade que tive de fazer um retrato, tentei destilá-la à essência pura”. O trabalho de Levine é imersivo e, por extensão, transformador. Frequentemente focado em uma experiência coletiva que realça a consciência do momento presente e nossa conexão uns com os outros. Kate Moss irradia uma calma e tranquilidade que domina sua languidez erótica aqui, que costuma ser o motivo predominante nas representações feitas dela. Em uma pose que lembra um busto clássico, esse trabalho é tanto uma homenagem aos emblemas clássicos da arte quanto uma veneração aos avanços técnicos na arte que nos permitem experimentá-la de novas maneiras.

“Há um espírito em Kate que parece ter ressoado com muitos. Levar sua beleza e traduzi-la em luz como imagem era o que eu procurava fazer. Dadas todas as imagens feitas dela, eu precisava levá-lo além da beleza, para um lugar mais profundo. A sua verdadeira beleza está interior e é isso que espero que seja projetado em forma de luz”, conclui Levine. Enquanto Kate Moss se aproxima de uma etapa simbólica da sua vida, as luzes de Levine nos oferecem uma visão etérea e eterna, um lembrete de que a arte, assim como a beleza, não envelhece, mas se transforma e se aprofunda com o tempo.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 15 de janeiro

  • ECO
  • 15 Janeiro 2024

Ao longo desta segunda-feira-feira, 15 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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FMI teme derrapagem orçamental em ano com eleições em quase 80 países

  • Lusa
  • 15 Janeiro 2024

“Quase 80 países vão ter eleições e sabemos o que está a acontecer, a pressão que existe para gastar durante os ciclos eleitorais”, alerta Kristalina Georgieva, líder do Fundo Monetário Internacional.

A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou no domingo para o risco de derrapagem orçamental nos Estados que realizam eleições em 2024, com metade da população mundial a ser chamada às urnas.

“Quase 80 países vão ter eleições e sabemos o que está a acontecer, a pressão que existe para gastar durante os ciclos eleitorais”, lembrou Kristalina Georgieva, em entrevista à agência de notícias France-Presse (AFP).

No entanto, a dirigente sublinhou que “os países precisam de reabastecer as suas reservas orçamentais e gerir a dívida que se acumulou”, para lidar com os diversos choques desde a pandemia de covid-19.

A economia global foi mais sólida do que o esperado em 2023, o que permitiu aos Estados fazer poupanças, mas a responsável do FMI disse que o esforço deve continuar enquanto “a economia deverá experimentar uma aterragem suave”, depois do pico de inflação observado nos últimos dois anos.

“A política monetária levada a cabo é a correta, mas o trabalho não está concluído. Por isso, é importante não a relaxar demasiado rapidamente ou demasiado tarde, mas também não ter uma política fiscal” que vá numa direção diferente, alertou Georgieva.

No ano de 2024 devem ser aplicadas as “lições aprendidas nos últimos anos”: “Estar sempre prontos para enfrentar o inesperado. Devemos estar preparados para as incertezas que surgirão”, o que exige margem em matéria de finanças públicas, que muitos Estados não têm depois de três anos de sucessivas crises, insistiu a dirigente.

O FMI “trabalha para ajudar os países a encontrar as melhores medidas a manter, o que devem continuar e onde concentrar a sua política fiscal. Porque, se a política monetária permanecer restritiva, se a despesa orçamental aumentar, isso irá contra o objetivo de reduzir a inflação”, alertou Georgieva.

A dívida de todos os países aumentou significativamente, criando dificuldades nos estados mais vulneráveis, mas também em vários países emergentes, que enfrentam dificuldades de reembolso num contexto de subida das taxas de juro, disse a líder do FMI.

O custo da dívida pública “aumentou em todo o lado, mas permanece gerível em muitos países, porque tiveram a sabedoria de modificar a estrutura da sua dívida”, detalhou Georgieva. Mas “para certos países o problema da dívida torna-se dramático, quer porque se tornam insolventes, quer porque têm de gastar uma grande parte dos seus rendimentos” a pagar a dívida, limitando a sua capacidade de investir e financiar serviços essenciais, lamentou.

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O setor de segurança adverte que entre 600.000 e 700.000 usuários foram afetados pela aplicação da legislação de alarmes

  • Servimedia
  • 15 Janeiro 2024

No dia 1 de janeiro de 2024, as ordens ministeriais que atualizaram a regulamentação da Segurança Privada em 2011 entraram plenamente em vigor.

Nestas ordens, são determinados os critérios que os sistemas de segurança devem ter, especialmente aqueles que estão conectados a uma Central Receptora de Alarmes (CRA).

Neste contexto, fontes do setor de segurança alertam para a situação de desproteção em que podem ficar os clientes de algumas empresas, especialmente as de menor porte, diante da aplicação desta nova legislação. Estima-se que entre 600.000 e 700.000 clientes podem ter sido ou serão afetados, uma vez que as empresas que não se adaptaram à mesma terão que cancelar os serviços das suas CRA’s ou enfrentarão penalidades.

Outras fontes da indústria explicam, na mesma linha, que a entrada em vigor destas ordens trará melhorias para o usuário, mas também abrirá uma nova etapa para o setor e “imporá uma certa reorganização do mesmo”. “Existem mais de 1.500 empresas operadoras e nem todas estão preparadas para enfrentar os desafios futuros. Isso definirá quais operadores estão capacitados para certificar e cumprir o quadro regulatório e quais não estão”, indicam.

Todos os sistemas de segurança instalados desde 2011 tiveram que ser adaptados de acordo com esta legislação, mas aqueles que já estavam em funcionamento antes tiveram prazo até 31 de dezembro de 2023 (o prazo inicial terminava em 2021, mas teve que ser prorrogado) para se adequar à nova regulamentação.

Essa regulamentação contempla aspetos relacionados à autorização das empresas, características das medidas de segurança físicas e eletrónicas e sistemas de segurança eletrónica instalados em residências e negócios.

Assim, apenas as empresas de segurança autorizadas poderão realizar operações de instalação e manutenção de aparelhos, dispositivos ou sistemas de segurança e alarme quando estiverem conectados a uma central de alarmes.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 15 Janeiro 2024

No dia do início do Fórum Mundial Económico, arrancam as primárias republicanas para as eleições presidenciais nos EUA. Por cá, o Parlamento é dissolvido e o PSD aprova as listas de deputados.

A semana arranca com a dissolução da Assembleia da República e a aprovação das listas dos candidatos a deputados do PSD, pelo Conselho Nacional do partido, para as eleições legislativas. Lá fora, destaca-se o início do Fórum Económico Mundial em Davos e as primárias do Partido Republicano no estado norte-americano do Iowa.

Início do Fórum Económico Mundial

A cidade suíça de Davos volta a acolher, a partir desta segunda-feira, o encontro anual do Fórum Económico Mundial. A 54.ª edição decorre até 19 de janeiro sob o tema “Reconstruir a confiança”. O Relatório sobre Riscos Globais que antecede a reunião anual em Davos, divulgado na semana passada, identificava os impactos das mudanças climáticas, o aumento dos conflitos e as divisões cada vez mais profundas na política como as maiores ameaças ao progresso global.

Dissolução do Parlamento

O Parlamento cessa funções esta segunda-feira, na sequência da dissolução decidida pelo Presidente da República. Desde a demissão do primeiro-ministro, em novembro, os deputados aprovaram a nova versão da lei dos metadados e as alterações aos estatutos das ordens profissionais. Na gaveta ficou a regulamentação do lóbi, devido ao pedido de adiamento da votação na especialidade pelo PSD, bem como o processo de separação de freguesias.

PSD aprova listas para legislativas

O Conselho Nacional do PSD reúne-se esta segunda-feira, pelas 21 horas, com a aprovação das listas de candidatos a deputados para as legislativas de 10 de março na agenda. Também o Conselho Nacional do CDS tem agendada uma reunião, mas só incluiu na ordem de trabalhos “os critérios” das listas. Os órgãos máximos dos dois partidos já se tinham reunido para aprovar por unanimidade a coligação da Aliança Democrática, que valerá também para as eleições europeias de junho e inclui ainda o PPM. Até agora, apenas foi confirmado que os democratas-cristãos terão dois lugares “claramente elegíveis” nas listas por Lisboa e pelo Porto (que deverão ser ocupados por Paulo Núncio e Nuno Melo, respetivamente), o 16.º em cada um desses círculos eleitorais.

Reunião do Eurogrupo

Os ministros das Finanças dos países do euro reúnem-se em Bruxelas, num encontro em que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vai apresentar os resultados da visita intercalar dos seus técnicos à área da moeda única, a título do artigo IV. Em agenda estão também os projetos de recomendações sobre a política económica da área do euro para 2024, antes da sua aprovação na reunião do Ecofin de amanhã.

Primárias republicanas arrancam no Iowa

Esta segunda-feira marca também o início das primárias do Partido Republicano no estado norte-americano do Iowa. Apesar dos processos judiciais de que é alvo, Donald Trump é o candidato favorito a vencer a corrida eleitoral para as presidenciais de 2024 pelos republicanos, segundo as sondagens. Depois do Iowa, estado que deu a vitória ao antigo Presidente nas eleições de 2016 e 2020, as primárias continuarão em New Hampshire, no dia 23 de janeiro.

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Clima volta a marcar agenda em Davos, de mãos dadas com natureza e energia

Em Davos, onde líderes empresariais, governamentais e representantes da sociedade civil se reúnem para discutir as prioridades económicas para este ano, o clima volta a estar em foco na agenda.

Os participantes da reunião anual do Fórum Económico Mundial, em Davos, vão sentar-se em torno de uma mesa onde o clima volta a estar no centro. A organização identifica-o mesmo como um dos quatro principais temas deste evento, cujo mote para 2024 é “reconstruir a confiança”.

A sustentabilidade é um dos grandes tópicos este ano em Davos”, avalia a Mckinsey, no guia que elaborou para ajudar a seguir o evento deste ano. A consultora acredita que os líderes empresariais estarão este ano a trabalhar “num espírito de oportunidade em vez de ameaça”, no que diz respeito a temas como a descarbonização.

O encontro em Davos vai ser organizado em torno de quatro áreas: “Atingir segurança e cooperação num mundo fraturado”, “Criação de emprego e empregos para uma nova era”, “Inteligência artificial como uma força motriz para a economia e sociedade” e, finalmente, “Uma estratégia de longo prazo para o Clima, Natureza e Energia”.

No âmbito deste último tópico vai ser discutido como atingir os objetivos de neutralidade carbónica até 2050, preservando a natureza. Por outro lado, pretende-se pensar sobre como garantir o acesso seguro e inclusivo a energia, água e alimentos.

A servir de forças impulsionadoras nestas conversações estarão duas iniciativas do Fórum Económico Mundial, a CEO Climate Leaders (Líderes Climáticos) e a First Movers Coalition (Coligação dos Pioneiros).

A aliança de CEO pelo clima conta com mais de 120 empresas, espalhadas por 26 países e que se inserem em 12 indústrias, empregando 9 milhões de trabalhadores. O objetivo é “construir uma rede influente de líderes de negócio de diversos setores e regiões, com o poder de acelerar o ritmo da ação climática”, apresenta-se a iniciativa.

A mesma lança um relatório anual, tendo o último sido publicado no passado mês de novembro, assinalando que as emissões estão a subir cerca de 1,5% anualmente quando é necessário que caiam 7% a cada ano para manter viva a meta de Paris, de que o aquecimento global não supere os 1,5 graus. No mesmo documento, os responsáveis comprometem-se a avançar com recomendações em janeiro deste ano.

Entre os líderes desta aliança está o CEO da EDP, Miguel Stilwell d’Andrade. O gestor vai estar em Davos, com a administradora executiva da EDP Vera Pinto Pereira. “A EDP irá dar o seu contributo no debate e na definição de soluções que garantam um futuro mais inclusivo, justo e sustentável”, indicou a energética portuguesa numa nota enviada às redações. Estes responsáveis da EDP irão participar em diversas sessões de trabalho, reuniões bilaterais e painéis de discussão, e apontam como tema relevante a “colaboração com as comunidades para acelerar a transição energética e combater a crise climática.”

A First Movers Coalition (FMC) assenta numa ótica diferente, mais focada. A missão parte de um dado: em 2050, 50% das reduções de emissões necessárias para que a neutralidade carbónica seja uma realidade deverão ser concretizadas por tecnologias que hoje ainda não estão disponíveis, ou pelo menos não à escala necessária. A FMC quer por isso criar, até 2030, a procura que estimulará a aposta nestas tecnologias disruptivas. A coligação quer facilitar compromissos de compra e apresentá-los a fornecedores “qualificados”, para “acelerar projetos pioneiros no mercado”.

A FMC surgiu na COP26, há cerca de dois anos, e era na altura constituída por 35 membros. Agora, o número cresceu para 96, os quais assinara um total de 121 acordo, no âmbito de sete setores. Em 2030, estes compromissos deverão representar uma procura anual de 16 mil milhões de dólares para tecnologias climáticas emergentes, traduzindo-se na redução de 31 milhões de toneladas de emissões poluentes.

É esta segunda-feira que o encontro tem início, com os participantes a inundarem uma cidade suíça já está coberta de neve, mas onde, logo no início de janeiro, já eram visíveis os efeitos das alterações climáticas. A Bloomberg relata como, no início do mês, temperaturas mais amenas não permitiram a formação de neve e a prática de desportos como ski, o que seria habitual para a época. E é neste contexto que se poderão, ou não, criar condições para avançar mais depressa na causa climática.

De Goodall a Georgieva na discussão do clima

Na agenda de sessões do evento contam-se nomes fortes das áreas da energia e do clima, como Fatih Birol, o líder da Agência Internacional da Energia, que no dia 16 de janeiro é um dos oradores da sessão “Transformar a procura de energia”. No mesmo dia, a ativista Jane Goodall fala sobre “Florestas como uma solução para o clima e qualidade de vida”, e o investidor de renome Ray Dalio, que discorre sobre “Clima e Natureza: Capital de risco necessário”, a par da portuguesa Mafalda Duarte, que é e CEO do Green Climate Fund (Fundo Verde para o Clima). Kristalina Georgieva, atual diretora do Fundo Monetário Internacional, é oradora da sessão “Clima e Natureza: Uma resposta sistémica é necessária”.

Na quarta-feira, dia 17, “Triplicar renováveis: Rápida e Responsavelmente” terá os contributos da comissária europeia da Energia, Kadri Simson, do enviado dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, e do presidente da Iberdrola, Ignácio Galán.

Um evento neutro em carbono (com compensações)

Tendo em conta a dimensão do evento, a própria reunião tem impactos ambientais palpáveis. O transporte é a maior fonte de dióxido de carbono, reconhece a organização. De acordo com números recolhidos pela Greenpeace e noticiados pela Euronews, em 2022, um em cada dez participantes viajou para a conferência de jato privado, sendo que 53% destas deslocações seriam facilmente substituídas por carro ou comboio, dado que se trataram de trajetos abaixo dos 750 quilómetros.

Em resposta, o FEM diz assegurar que os participantes têm “alternativas sustentáveis” para se deslocarem até Davos. Para encorajar o transporte de comboio até ao evento, os participantes têm bilhete gratuito desde que a viagem seja feita a partir de qualquer ponto na Europa. Já em Davos, os participantes receberão sapatos apropriados ao clima, para se poderem deslocar a pé sem contrariedades, e terão disponíveis autocarros gratuitos, além dos transportes públicos.

Já no espaço do evento, a iluminação é 100% LED, para que o consumo seja mais eficiente, e 100% a energia renovável. Foram, inclusivamente, instalados painéis solares no Centro de Congressos.

E os cuidados estendem-se ao menu. Em 2023, 82% dos alimentos servidos eram da época. “Evento após evento, melhoramos os objetivos em termos de alimentação sazonal e de origem local, em combinação com opções vegetarianas e veganas, e com o uso de produtos orgânicos e de comércio justo”, indica o FEM, sem mais detalhes. As sobras deverão ser entregues, através de uma associação local, a restaurantes e cidadãos. Além disso, já não são utilizados plásticos de uso único para servir bebidas.

Quanto aos eventos privados que se realizam em torno do grande encontro, o Fórum Económico Mundial emitiu um guia em que dá orientações sobre como tornar esses eventos, também, mais sustentáveis, desde os espaços que os acolhem até à acessibilidade e aos materiais disponibilizados.

Mas como estas medidas não garantem a anulação de todos os impactos negativos, o Fórum Económico Mundial compromete-se em compensar o total das emissões associadas ao encontro, e as quais contabiliza desde 2017. A compensação é feita através do apoio a projetos ambientais “na Suíça e no estrangeiro”, refere.

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Câmara do Porto cria quarteirões territoriais para dispersar turismo do centro histórico

Câmara do Porto cria quarteirões territoriais para aliviar pressão turística no centro histórico e dispersar fluxo para outras áreas com menor procura na cidade.

A Câmara Municipal de Porto vai criar quarteirões territoriais na cidade para dispersar o fluxo turístico do centro histórico, aliviando as zonas de maior pressão turística. Está, por isso, a elaborar um estudo com vista à identificação e desenvolvimento estratégico das futuras unidades territoriais turísticas, avançou ao ECO/Local Online a vereadora do pelouro de Turismo e Internacionalização, Catarina Santos Cunha, no âmbito do mapa de gestão “Yours Truly, Porto” que, esta terça-feira, apresenta no encontro internacional BOOST – Building Better Tourism.

O objetivo consiste “essencialmente na dispersão dos fluxos do centro histórico para o resto da cidade com a criação de quarteirões territoriais e de interesse”, por forma a melhor gerir a pressão turística, e a necessidade de equilibrar a qualidade de vida e bem-estar de residentes com os interesses do turismo, explana a vereadora da autarquia liderada por Rui Moreira.

O município pretende, assim, incentivar o crescimento sustentável do turismo na cidade, evitando o “esgotamento” dos seus fatores de atratividade e promovendo o equilíbrio e desenvolvimento ambiental, urbano, económico e social. E desta forma contribuir “para um desenvolvimento económico também mais sustentável, criando quarteirões territoriais, bem à semelhança do que acontece noutras cidades, como é o caso dos bairros parisienses.

Vereadora do pelouro do Turismo e Internacionalização da Câmara Municipal do Porto, Catarina Santos Cunha,
Vereadora do pelouro do Turismo e Internacionalização da Câmara Municipal do Porto, Catarina Santos Cunha, a receber prémio do Melhor Destino de Cidade do Mundo 2022, na cerimónia dos World Travel Awards, em Mascate, Omã.14 junho 2023

No caso do Porto já há quarteirões identificados há algum tempo, designadamente a rua de Miguel Bombarda – o conhecido “Quarteirão das Artes” que atrai centenas de pessoas para visitar as galerias e as livrarias temáticas –, a Foz Velha — com as suas antigas e estreitas ruelas e diverso património, com o mar e o Rio Douro como pano de fundo — ou a área do Campo Alegre. “Sentimos que as pessoas viajam no elétrico até à Foz e depois não conhecem a zona da Foz Velha”, afirma Catarina Santos Cunha em declarações ao ECO/Local Online a propósito do documento orientador das estratégias, desafios e principais tendências do setor do turismo na cidade que apresentará durante o BOOST – Building BetterTourism, na Casa da Música.

A vereadora considera que “há um conjunto de coisas que não estão a ser dadas a conhecer devidamente. Portanto, é preciso fazer a construção de narrativas também por quarteirões”. Na prática, serão criados “novos argumentos de atração ao turismo e ao investimento para o desenvolvimento sustentável de cada quarteirão, diversificando a fixação de dormidas, os roteiros de visita e os polos de dinamização turística, cultural e de lazer”, lê-se no documento que será apresentado e a que o ECO/LOcal Online teve acesso.

Apesar de ter aberto uma janela sobre a criação destes quarteirões, a vereadora não quis “aprofundar muito mais” o assunto que, a seu tempo, será divulgado mais detalhadamente. “Ainda estamos a mapear e a delinear as fronteiras territoriais” na cidade portuense que tem o centro histórico classificado como Património da Humanidade pela Unesco desde 1996.

Uma consultora está a desenvolver um estudo sobre a dispersão dos fluxos do centro histórico e a criação de quarteirões territoriais turísticos que será publicamente divulgado em data ainda a anunciar pelo município. “Assim que sair o estudo, em que estamos trabalhar com uma consultora, já haverá mais consistência para apresentar mais especificamente o que é que vamos fazer nesta área”, adianta a vereadora da autarquia portuense.

Este projeto está alicerçado em três eixos estratégicos de atuação: diagnóstico dos atuais fluxos turísticos e a sua concentração na cidade, identificando as zonas turísticas com eventual cenário de overcrowding turístico; demarcação do território, definição da identidade dos quarteirões territoriais e elaboração de um plano estratégico que consubstancia as novas identidades e narrativas territoriais; mapeamento das novas unidades territoriais de atração turística e elaboração de planos de ação para a sua ativação e dinamização.

Preocupação do município em monitorizar a cidade e, de alguma forma, adaptar e regular o turismo por forma a que este equilíbrio nunca se perca entre os residentes e os visitantes.

Catarina Santos Cunha

Vereadora do pelouro do turismo e da internacionalização da Câmara Municipal do Porto

Centrado na aposta “Visão para o Futuro Sustentável do Destino Porto, o mapa “Yours Truly, Porto” é um documento que estará aberto à cidade, colaborativo e que reflete sobre as estratégias, os desafios e as principais tendências do setor do turismo na cidade.

Este mapa de gestão pretende dar a conhecer, “de forma intuitiva e transparente”, a estratégia do município para o futuro sustentável do destino Porto cuja maior procura é sobretudo internacional (80% do total de visitantes) com o mercado espanhol no topo, a que se seguem depois o americano, francês, britânico, brasileiro e alemão. Em crescimento estão os mercados americano, canadiense e brasileiro, segundo dados do município portuense.

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ETF bitcoin de Wall Street não chegam a Portugal, mas Europa está à frente dos EUA nas cripto

Os investidores portugueses não podem investir nos ETF aprovados esta semana pela SEC, no entanto existem vários produtos alternativos no mercado nacional e europeu.

Os investidores norte-americanos podem, desde esta quinta-feira, investir em ETF, fundos negociados em bolsa, de bitcoin. A aprovação por parte do regulador norte-americano foi um dos temas quentes da semana e veio colocar a criptomoeda no universo dos ativos tradicionais. Os investidores nacionais não poderão investir nos 11 novos ETF lançados em Wall Street, mas, em Portugal, há vários anos há produtos com exposição a criptoativos.

A aprovação de ETF de bitcoin por parte da Securities and Exchange Commission (SEC), de fundos de gestoras como a BlackRock, a Fidelity ou a Invesco, colocaram um ponto final a uma luta com o setor que já durava há sete anos. Mas esta aprovação chegou apenas depois de um recurso judicial face às recusas sistemáticas por parte da entidade liderada por Gary Gensler, apesar de a bitcoin ser regulada como uma commodity nos EUA, com o regulador a realçar que o aval à cotação destes fundos não é sinónimo de endossar a criptomoeda: “Os investidores devem permanecer cautelosos sobre a miríade de riscos associados à bitcoin e aos produtos cujo valor está vinculado aos cripto“, alertou Gensler no comunicado.

Ainda que a decisão peque, para uns, por tardia e, para outros, como errada, vem criar um novo mercado dentro dos chamados ativos tradicionais e abrir porta à entrada de milhões de milhões de dólares, puxando a bitcoin para o mercado regulado. A aprovação “traz normalização institucional e regulatória à bitcoin, o que mais não seja ajudará a mudar a perceção negativa que existe sobre a mesma”, argumenta Pedro Borges, fundador da Mercado Bitcoin Portugal, em declarações ao ECO.

A aprovação [da SEC] traz normalização institucional e regulatória à bitcoin, o que mais não seja ajudará a mudar a perceção negativa que existe sobre a mesma.

Pedro Borges

Fundador da Mercado Bitcoin Portugal

Para os investidores nacionais, o investimento nos novos fundos americanos está vedado, uma vez que para listar na Europa, os ETF [de bitcoin ou outro ativo] têm que cumprir regulação específica da União Europeia. No entanto, em Portugal há vários anos que é possível investir em ETF com exposição a estes ativos.

“Na Europa existem vários ETN (e não ETF) com exposição não ao Bitcoin mas sim à variação do preço do Bitcoin”, esclarece Pedro Borges, explicando que “a novidade deste ETF agora aprovado é que é um ETF onde o emissor tem realmente de deter os Bitcoins e não deter somente uma exposição ao preço via mercado de futuros por exemplo”. “Na verdade na Europa já existia um ETF spot na Euronext Amsterdão, mas nunca conseguiu ter visibilidade ou relevância. A praça onde é cotado e o emissor faz toda a diferença”, justifica.

Os Exchange Traded Products (ETP) e os Exhanged Traded Funds (ETF) são ambos negociados em bolsa, mas o ETN é um investimento em dívida, semelhante a uma obrigação. É um título de dívida sem garantia emitida por um banco, enquanto um ETF investe nos ativos que efetivamente quer replicar, o que significa que o nível de risco de um ETP é maior que o de um ETF.

João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, explica que “os ETF de criptomoedas como da Bitcoin são comercializados na Europa após um rigoroso processo de admissão e estar em conformidade com a regulação”.

O mesmo especialista argumenta que estes fundos que garantem exposição à bitcoin “têm constituído um formato adequado e acessível para os investidores europeus exporem sua carteira a esta criptomoeda, sendo negociados em estrutura centralizadas como bolsas de valores regulamentadas, oferecendo aos investidores um certo grau de proteção”.

Regulação mais atrasada nos EUA

Em termos de regulação, a Europa também está um passo à frente dos Estados Unidos. À exceção da bitcoin, incluída na esfera das commodities, não há regulação concreta para outras moedas digitais e criptoativos no outro lado Atlântico.

O novo pacote europeu de regulação cripto (na sigla inglesa MiCA), aprovado em maio do ano passado, ainda não foi transposto para a legislação portuguesa, mas vai estabelecer normas para estes ativos e trazê-los para a esfera da regulação.

O progresso da UE compara-se favoravelmente aos EUA, onde a legislação permanece numa fase inicial. A abordagem também contrasta com a China, que continua presa a uma proibição total de todos os tipos de criptoativos”, defende a S&P Global Ratings, numa análise publicada no ano passado.

A diretiva da Mica deverá ser transposta para legislação nacional ainda durante este ano, o que implica que o setor ficará totalmente regulado. Nos EUA ainda se estão a discutir estas questões”, conforme explica Pedro Borges, fundador da Mercado Bitcoin Portugal.

A Europa está mais avançada e uniforme com a Comissão Europeia a legislar e regular no “Markets in Crypto-Assets Regulation” (MiCA), ao invés da fragmentação que se verifica nos EUA sob o âmbito de organismos como a SEC, da CFTC e do seu Departamento do Tesouro.

João Queiroz

Head of trading do Banco Carregosa

Também João Queiroz concorda que “a Europa está mais avançada e uniforme com a Comissão Europeia a legislar e regular no “Markets in Crypto-Assets Regulation” (MiCA), ao invés da fragmentação que se verifica nos EUA sob o âmbito de organismos como a SEC, da CFTC e do seu Departamento do Tesouro“.

“Nos EUA a proteção do investidor assemelha-se mais limitada que a proporcionada às ações e obrigações, quando na Europa a MiCA estipula medidas que visam proteção dos investidores e a maior transparência destes produtos”, remata o head of trading do Banco Carregosa.

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Parlamento dissolvido. O que foi feito e o que ficou pelo caminho?

Foram aprovados diplomas como a Agenda do Trabalho Digno e a lei dos metadados, mas projetos como a revisão constitucional e a regulamentação do lobbying vão ter de ficar para depois das eleições.

O Parlamento foi dissolvido esta segunda-feira, na sequência da queda do Governo após a Operação Influencer. Em quase dois anos, ainda foi possível aprovar alguns diplomas relevantes, como as alterações às leis laborais, a lei da eutanásia ou os metadados, mas há também muitos dossiês que ficam pelo caminho e terão de ser retomados na nova legislatura, como a revisão constitucional ou a regulamentação do lobbying.

Chega apresenta moção de censura ao Governo - 19SET23

A legislatura arrancou a 29 de março de 2022, após as eleições também antecipadas que deram a maioria absoluta ao PS, que tinha assim capacidade para aprovar as suas medidas. Até à dissolução, a 15 de janeiro de 2024, o Parlamento esteve “em funções” cerca de um ano e dez meses e entre as principais leis aprovadas destacam-se as mudanças no Código do Trabalho, às ordens profissionais e a lei do tabaco.

As alterações ao Código de Trabalho foram aprovadas em fevereiro de 2023, depois de um debate de dois anos sobre a Agenda de Trabalho Digno. De mais de 300 propostas de alteração apresentadas pelos partidos, diversos avanços e recuos e difíceis consensos, foram acordadas mudanças com as quais ficou mais caro despedir, o valor do trabalho suplementar (que acresce ao salário) duplicou a partir das 100 horas anuais, o outsourcing foi proibido após rescisão de contrato e o trabalho nas plataformas passou a ser regulado.

Em matéria de teletrabalho e família, foi determinado o aumento da licença parental do pai e o alargamento do direito a teletrabalho a progenitores com filhos com deficiência, doença crónica ou oncológica.

Já a lei da eutanásia teve de ser aprovada cinco vezes, já que foi alvo de dois vetos presidenciais e dois chumbos no Tribunal Constitucional. Foi em maio que o diploma relativo à morte medicamente assistida foi aprovado pela quinta e última vez, sendo que Marcelo Rebelo de Sousa já não tinha a possibilidade de voltar a vetar o documento.

O Parlamento aprovou também, na semana passada, um novo texto sobre metadados negociado entre PS e PSD que condiciona a conservação de dados de tráfego e de localização a um pedido de autorização judicial que deve ser decidido em 72 horas. A nova versão, que visa contornar a declaração de inconstitucionalidade do Tribunal Constitucional ao decreto do Parlamento que regula o acesso a metadados para fins de investigação criminal, passa a estipular que “os dados de tráfego e de localização apenas podem ser objeto de conservação mediante autorização judicial fundada” para fins de “investigação, deteção e repressão de crimes graves por parte das autoridades competentes”.

As mudanças à lei do tabaco ainda chegaram a avançar nesta legislatura, mas apenas aquelas relativas à equiparação dos cigarros eletrónicos ao tabaco convencional. Restam ainda as alterações, que quando foram anunciadas ainda causaram alguns protestos, que poderão ser retomadas com o novo Parlamento.

Houve ainda espaço para mudar os estatutos das ordens profissionais, um processo que levantou polémica. Mereceu fortes críticas das ordens, bem como dos outros partidos, mas o PS acabou por aprovar as alterações. O Presidente da República ainda chegou a vetar os diplomas referentes a algumas das ordens, mas os socialistas confirmaram o documento e aprovaram-no, nomeadamente com o argumento do que era um passo necessário para receber o cheque do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Além disso, no último plenário antes da dissolução ainda foi votado e aprovado o projeto que alarga as ajudas de custo dos deputados, que residam fora dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa, ao considerar também a presença em “subcomissões, grupos de trabalho, reuniões realizadas pelos grupos parlamentares e Deputados únicos representantes de um partido”.

Nessa quinta-feira, foi ainda aprovado o texto que aumenta a sanção para ex-titulares de cargos políticos executivos que vão trabalhar para empresas privadas da área que tutelaram e que tenham sido privatizadas ou recebido incentivos durante o seu mandato.

Nesta legislatura, é ainda de destacar os trabalhos que se desenvolveram no Parlamento na Comissão de inquérito à tutela política da gestão da TAP, que deixou a descoberto várias informações e trouxe consequências políticas para Pedro Nuno Santos, que acabou por se demitir do cargo de ministro das Infraestruturas após o caso da indemnização de Alexandra Reis.

O Parlamento continuou também para permitir a aprovação do Orçamento do Estado para 2024, que apesar de ter sido discutido em circunstâncias atípicas, com o Governo com a queda anunciada (para a semana seguinte à aprovação), voltou a bater recordes no número de propostas de alteração entregues. Os deputados fizeram a maratona de votações e acabaram por aprovar, apenas com os votos a favor do PS, o Orçamento para este ano.

No total da legislatura foram aprovados três Orçamentos do Estado — o de 2022, que tinha sido chumbado e provocou na altura as eleições, o de 2023 e o de 2024, tendo sido também chumbadas duas moções de censura ao Governo.

O que fica para a próxima legislatura?

Mas pelo caminho ficam vários projetos, com destaque para a revisão constitucional e para a lei do lobby. Esta última ainda parecia que iria avançar antes da dissolução, já que a Assembleia da República aprovou na generalidade os projetos de lei do PS, PSD, IL e PAN para regulamentar o lobbying, que prevê a criação de um registo de transparência da representação de interesses junto do Parlamento. No entanto, tal acabou por não se concretizar na especialidade já que o PSD pediu um adiamento e já não restava tempo antes da dissolução.

Já para a revisão tinha sido criada uma Comissão Eventual para a Revisão Constitucional, em dezembro de 2022. “Foram apresentados 8 Projetos de Revisão Constitucional que no seu conjunto compreendem 393 propostas de alteração, revogação e aditamento de artigos da Constituição”, como indica um relatório do Parlamento.

A reversão da agregação de freguesias também já não foi concluída nesta legislatura, e agora tem um calendário apertado, já que existem regras para este tipo de mexidas na proximidade de eleições. Segundo a lei, não podem existir alterações ao mapa administrativo das freguesias nos seis meses anteriores a qualquer ato eleitoral, pelo que as mudanças terão de esperar não só pelas legislativas de março como pelas europeias de junho deste ano.

Existem ainda alguns diplomas que foram aprovados na generalidade mas que não deu tempo para a sua discussão na especialidade, como é o caso da alteração à lei da nacionalidade e a primeira alteração ao estatuto do cuidador informal. Os deputados também podem querer revisitar dossiês como a lei do tabaco, cujas grandes medidas, como a proibição de fumar ao ar livre dentro do perímetro de locais de acesso ao público como equipamentos de saúde ou escolas, acabaram por não avançar.

Para a próxima sessão legislativa, os partidos já sinalizaram que queriam propor várias comissões de inquérito, nomeadamente à situação da Global Media, grupo que detém meios como a TSF e o Diário de Notícias, bem como à privatização da ANA, na sequência de um relatório do Tribunal de Contas que concluiu que a privatização, ocorrida em 2013, não salvaguardou o interesse público.

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