⛽ Combustíveis vão subir para a semana. Gasolina e diesel aumentam 2,5 cêntimos

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá pagar 1,583 euros por litro de gasóleo simples e 1,706 euros por litro de gasolina simples 95.

Para a semana os preços dos combustíveis vão ficar mais caros, por isso, aproveite o fim de semana para encher o tanque da sua viatura. Tanto a gasolina, como o gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverão subir 2,5 cêntimos, avançam ao ECO fontes do setor.

Quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,583 euros por litro de gasóleo simples e 1,706 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent de sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. Além disso, os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta semana, os preços do gasóleo desceram 0,7 cêntimos, mas os da gasolina ficaram 3,1 cêntimos mais baratos, descidas inferiores às expectativas do mercado que apontavam para recuos de 1,5 cêntimos e quatro cêntimos, respetivamente.

O preço do brent, que serve de referência para o mercado europeu, está esta sexta-feira a descer 1,4%, para 74,57 dólares por barril, dada a diminuição do risco do furacão que atinge o Golfo do México afetar significativamente a produção de petróleo e gás dos Estados Unidos.

No entanto, o brent caminha para uma subida semanal de 3,1%, alimentado pelo sentimento de incerteza em torno da próxima Administração de Donald Trump, que poderá afetar os preços do petróleo ao aumentar a produção dos EUA e possivelmente impor tarifas que poderão abrandar a economia chinesa, o maior importador de petróleo do mundo, enfraquecendo assim a procura. As expectativas de que a Administração Trump possa impor sanções mais rigorosas a países produtores de petróleo, como o Irão e a Venezuela, também inflacionam os preços do crude, já que tais medidas poderiam limitar a oferta global.

A ajudar a manter os preços em alta esteve também a decisão, na quinta-feira, da Reserva Federal de cortar as taxas de juro em 0,25 pontos base, para 4,50%-4,75% para sustentar o crescimento económico.

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Governo reconhece que faltam 121 trabalhadores ao quadro do INE

Leitão Amaro acredita que o aumento do orçamento do instituto em 2,8 milhões euros poderá colmatar "em parte" essa falha, através da contratação de mais funcionários.

O Governo reconhece que faltam 121 trabalhadores ao Instituto Nacional de Estatística (INE) e acredita que o reforço do orçamento da entidade para 2025, em 2,8 milhões de euros, pode colmatar “em parte” essa lacuna, através da contratação de mais funcionários, afirmou esta sexta-feira, no Parlamento, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

“O INE tem 566 trabalhadores e tem um quadro de pessoal aprovado de 687, que é uma decisão anterior”, do Governo de António Costa, indicou o governante, em resposta à líder parlamentar do PCP, Paula Santos. Ou seja, faltam 121 funcionários.

A parlamentar comunista lembrou que “o anterior Governo comprometeu-se com a contratação de 45 trabalhadores“, o que ainda assim “é insuficiente”, salientando que “o INE perdeu mais de 200 trabalhadores de 2003 a 2023”. Face a este cenário de “profunda carência de trabalhadores”, Paula Santos questionou o ministro sobre “os compromissos do Governo para a valorização destes trabalhadores”. Em novembro do ano passado, o INE adiou publicação de estatística sobre o emprego por “escassez de recursos humanos”.

Leitão Amaro não se comprometeu com números, mas referiu que o Executivo fez “um esforço de 2,3 milhões de euros de aumento do Orçamento do Estado para o INE”, por via de impostos, que “pode viabilizar parte dessa materialização do reforço do quadro face ao efetivo atual”.

Na nota explicativa que a tutela entregou ao Parlamento, verifica-se que o orçamento global do INE do próximo ano vai subir em 2,8 milhões de euros ou 8,5%, passando de 33,5 milhões para 36,3 milhões de euros. O contributo do Orçamento do Estado para este aumento, por via de receita de impostos, é de 33,4 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 2,3 milhões ou 7,5% em comparação com o Orçamento do Estado para 2024.

A deputada do PCP questionou ainda o ministro sobre a perda de pontos da avaliação dos trabalhadores do INE, situação que penaliza a progressão na carreira e a valorização dos salários, mas ficou sem resposta. “Aquando da transição para carreira especial, em 2015, os pontos da avaliação foram suprimidos. Há já um conjunto de processos em tribunal a dar razão aos trabalhadores com o conselho diretivo do INE a recorrer dessas sentenças”, denunciou Paula santos.

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Ministra diz que já há falhas identificadas no processo dos registos de Álvaro Sobrinho

  • Lusa
  • 8 Novembro 2024

O inquérito aberto no Instituto dos Registos e Notariado (IRN) sobre a utilização de documentos nacionais pelo ex-presidente do BESA Álvaro Sobrinho já permitiu identificar algumas falhas.

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, revelou que o inquérito aberto no Instituto dos Registos e Notariado (IRN) sobre a utilização de documentos nacionais pelo ex-presidente do BESA Álvaro Sobrinho já permitiu identificar algumas falhas.

“Já temos alguns dados preliminares que nos indicam algumas falhas no processo que já estão identificadas. Temos de aprofundar com maior detalhe e queremos e aguardamos que também nos seja entregue um plano de ação para suprir estas falhas que existiram no sistema. Está a ser acautelado e espero em breve ter mais novidades”, disse a governante sobre o processo de averiguação interna aberto na sequência de uma reportagem da SIC.

Uma investigação da estação televisiva revelou na quarta-feira que Álvaro Sobrinho, que está prestes a ser julgado por 18 crimes de abuso de confiança e cinco de branqueamento de capitais no processo do BESA, encontra-se em Angola há cerca de três meses e que renunciou à cidadania portuguesa há cerca de 40 anos, desconhecendo-se se vai ou não estar presente para responder em tribunal.

Em declarações aos jornalistas à margem do Encontro Mundial do Notariado e da VIII Conferência do Notariado português, no centro de congressos do Myriad Crystal Center Hotel, em Lisboa, a ministra assumiu não compreender como essas falhas ocorreram ao longo das últimas décadas e não confirmou se vai reconduzir no cargo a presidente do IRN, Filomena Rosa, cujo mandato termina em dezembro.“Vai terminar em dezembro, nós já temos uma decisão tomada. Não vou aqui falar dela, mas em breve terão também novidades sobre isso”, finalizou.

Montenegro diz desconhecer caso de documentos de Sobrinho e saúda investigação

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta sexta-feira desconhecer o caso sobre a utilização de documentos portugueses pelo ex-presidente do Banco Espírito Santo-Angola (BESA) Álvaro Sobrinho, considerando como “muito positiva” a investigação em curso.

“Eu não tenho conhecimento nenhum desse processo e, portanto, registei como muito positiva a iniciativa da senhora ministra da Justiça, de abrir precisamente uma investigação para podermos tirar as conclusões sobre isso“, disse Luís Montenegro.

“De facto, não tenho nenhum tipo de conhecimento sobre essa situação concreta”, reforçou, falando aos jornalistas portugueses em Budapeste, no final de uma reunião informal do Conselho Europeu, realizada na capital húngara devido à presidência rotativa do Conselho assumida pela Hungria este semestre.

(Notícia atualizada às 14h21)

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Dona da Mimosa tem novo presidente. José Marques vai liderar a Lactogal até 2027

José Marques sucede a José Capela e Casimiro de Almeida na liderança da maior empresa agroalimentar portuguesa e maior grupo lácteo ibérico, que fatura 1.131 milhões de euros e emprega 1.800 pessoas.

José Marques é o novo presidente da Lactogal, o maior grupo lácteo ibérico e a maior empresa agroalimentar em Portugal, com um volume de negócios de 1.131 milhões de euros e que detém marcas como Mimosa, Agros, Matinal, Gresso, Vigor, Pleno, Castelões, Milhafre, Primor, Fresky, Queijos Santiago ou a Celta em Espanha.

O sucessor de José Capela e Casimiro de Almeida na presidência do conselho de administração do grupo nortenho iniciou o percurso profissional como produtor de leite em 1980 e era até agora administrador da União de Cooperativas Lacticoop. Cofundador do Clube de Produtores da Sonae, José Marques criou ainda a empresa Valmarques, produtora de hortícolas e morangos no distrito de Coimbra.

Jacinto Rui, José Marques, Daniela Brandão e Bruno Baldeante da Costa integram a nova comissão executiva da Lactogal

Nomeada para o quadriénio 2024-2027 foi também uma comissão executiva, que passará a desempenhar funções executivas em todas as participadas do Grupo Lactogal, fundado em 1996 e que em 2023 recebeu e processou quase 1.236 milhões de litros de leite. Além de José Marques, é composta pelos administradores Bruno Baldeante da Costa, Daniela Brandão e Jacinto Rui.

“É um privilégio assumir este cargo e fortalecer cada vez mais a posição da Lactogal como a maior produtora de lácteos da Península Ibérica. A minha gestão será de consolidação e crescimento, na continuidade do percurso que a Lactogal tem feito até aos dias de hoje”, refere José Marques, citado numa nota de imprensa enviada esta sexta-feira às redações.

Em junho de 2023, o então presidente executivo da Lactogal e vogal do Conselho de Administração, José Passinhas, renunciou aos cargos no grupo, que o classificou como um “marco de referência incontornável”. Esteve ligado à fundação e constituição da empresa, data a partir da qual desempenhou funções enquanto administrador.

Já em março deste ano, a Lactogal anunciou a compra da totalidade das empresas do Grupo Queijos Santiago, passando a empregar perto de 1.800 pessoas. A operação incluiu o portefólio de marcas dos Queijos Santiago, três unidades de produção em Portugal – Montemuro, Palmela e Portalegre – e ainda um centro logístico na Venda do Pinheiro.

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Supremo confirma condenação de ex-autarca de Arouca José Artur Neves

  • Lusa
  • 8 Novembro 2024

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação do ex-presidente da Câmara de Arouca José Artur Neves e de um empresário da construção civil.

O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a condenação do ex-presidente da Câmara de Arouca José Artur Neves e de um empresário da construção civil num caso relacionado com a adjudicação de obras públicas sem concurso público.

O acórdão, datado de 31 de outubro e consultado pela Lusa, negou provimento aos recursos interpostos pelas defesas dos dois arguidos, mantendo-se a decisão recorrida.

A defesa do antigo autarca, que foi também secretário de Estado da Proteção Civil, pedia no recurso que o arguido fosse absolvido, mantendo-se a decisão da primeira instância, e considerava incorreta a condenação solidária na perda de vantagens, por entender que este não tinha beneficiado de nenhuma vantagem, mas os juízes conselheiros não tiveram a mesma opinião.

O caso está relacionado com a celebração de um contrato de empreitada de obras públicas pelo município de Arouca, visando a pavimentação de um troço de estrada durante as eleições autárquicas de 2017, de modo meramente verbal, ordenada pelo então presidente da autarquia, José Artur Neves, com o acordo da sua vice-presidente, Margarida Belém, que viria a ser a sua sucessora e lidera aquela autarquia do distrito de Aveiro.

Em julho de 2023, a atual presidente da autarquia e o empresário Carlos Pinho, que também é presidente do clube de futebol local, foram condenados no Tribunal da Feira a uma pena de um ano e três meses de prisão suspensa, cada um, por um crime falsificação de documento, tendo sido absolvidos do crime de prevaricação, enquanto José Artur Neves foi absolvido de todos os crimes.

No entanto, o Ministério Público recorreu desta decisão para o Tribunal da Relação do Porto, que condenou o antigo autarca e o empresário pelo crime de prevaricação, punindo o primeiro com uma pena de três anos de prisão suspensa e o segundo com uma pena de dois anos e meio de prisão.

Como Carlos Pinho já tinha sido condenado na primeira instância por um crime de falsificação de documento foi necessário fazer um cúmulo jurídico, tendo-lhe sido aplicada uma pena única de três anos de prisão, também suspensa.

Os três arguidos e a empresa de Carlos Pinho foram ainda condenados a pagar solidariamente ao Estado cerca de 2.300 euros relativamente à vantagem indevidamente obtida.

A sociedade arguida foi também condenada por um crime de falsificação na pena de 150 dias de multa, à taxa diária de 150 euros, totalizando 22.500 euros.

Além deste caso, José Artur Neves e Carlos Pinho são ainda arguidos num outro processo relacionado com a adjudicação de obras públicas sem concurso público, em que respondem pela prática dos crimes de prevaricação e falsificação de documento, juntamente com mais três arguidos e uma empresa, que vai ser julgado no Tribunal da Feira.

O ex-secretário de Estado da Proteção Civil é ainda arguido no processo das golas antifumo, que começou a ser julgado na segunda-feira, no Juízo Central Criminal de Lisboa.

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Fotogaleria: Conferência ECO Cidade em Mafra

Sustentabilidade, reciclagem e gestão de resíduos. O ECO e a Sociedade Ponto Verde levam o debate a vários concelhos do país, no ciclo ECO Cidade. Primeira edição arrancou em Mafra.

O Palácio de Mafra serviu de palco inicial do ECO Cidade, projeto que tem o objetivo de promover a sustentabilidade e discutir temas como a reciclagem e a gestão de resíduos junto das autarquias do país. O evento resulta de uma parceria entre o ECO, o Local Online e a Sociedade Ponto Verde.

Veja na fotogaleria abaixo alguns dos momentos da conferência que decorreu no dia 5 de novembro, no Palácio de Mafra.

 

 

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Rui Rocha admite expulsar Mayan da IL após falsificação de assinaturas

  • Lusa e ECO
  • 8 Novembro 2024

Ex-candidato da IL a Belém renunciou à presidência da união de freguesias da Foz após assumir que falsificou assinaturas numa ata do júri para o fundo de apoio ao associativismo.

Tiago Mayan Gonçalves renunciou ao cargo de presidente da União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde, no Porto, após assumir que elaborou e falsificou as assinaturas de uma ata da reunião do júri do Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, datada de 16 de setembro. O líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, repudia a conduta “inaceitável” de Mayan, seu opositor interno, e admite que este possa vir a ser expulso do partido no âmbito do processo disciplinar interno já aberto.

“Essa ata não foi elaborada pelo júri, nem tão pouco assinada pelos mesmos, tratando-se de um documento falso com assinaturas apostas por outra pessoa”, lê-se na ata da reunião que decorreu na quarta-feira entre o júri e o Executivo da junta.

Segundo o documento, a que a Lusa teve acesso esta sexta-feira, Tiago Mayan confirmou, quando confrontado com o mesmo, “que foi ele que elaborou o documento e colocou as assinaturas, atribuindo a si próprio tal responsabilidade, isentando de qualquer culpa todos os restantes membros do seu Executivo e colaboradores”.

As suspeitas surgiram depois de, numa reunião online realizada na segunda-feira, o júri ter questionado Tiago Mayan Gonçalves sobre os prazos para as pronúncias de audiência prévia. “Ao que este respondeu que já tinha enviado a minuta do referido relatório há 15 dias por e-mail“, refere a ata, acrescentando que, “perante a tentativa de passagem do ónus da responsabilidade ao júri”, foi então agendada a reunião presencial para a passada quarta-feira.

“Ao verificar todos os documentos em pasta partilhada no servidor da junta, constatou o júri a existência de uma ata (…) cujo teor responsabiliza o júri pelo pedido de dispensa de audiência prévia, imputando exigências de cumprimento de prazos impostas pelo município“, aponta o documento.

Em causa está o Fundo de Apoio ao Associativismo Portuense, que nesta edição contemplava um valor global de 875 mil euros. À semelhança das anteriores edições, o apoio é atribuído pelas juntas de freguesia às associações, tendo o município destinado uma verba máxima de 120 mil euros a cada freguesia.

As freguesias deviam remeter o relatório final do júri até ao dia 30 de junho, com vista à celebração do contrato interadministrativo com o município para a atribuição do apoio. A UF de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde não cumpriu esse prazo, tendo sido notificada pelo município, no início de setembro, para enviar a documentação até ao dia 20 de setembro, de forma a aprovar os respetivos contratos.

A celebração do contrato com a junta constava da reunião privada do Executivo de 30 de setembro, mas acabou por ser retirada. Na altura, fonte da Câmara esclareceu que uma associação tinha enviado um ofício a impugnar o procedimento, alegando que o relatório tinha sido aprovado sem haver audiência prévia dos interessados, “com violação da lei e das condições do programa aprovadas pela Câmara”.

Num comunicado pessoal enviado na noite de quinta-feira, Mayan afirmou que não estavam reunidas “as condições pessoais para continuar a exercer” o cargo. “Tomei hoje [quinta-feira, 7 de novembro] a decisão, bastante difícil, de dele abdicar”, afirmou, acrescentando que o motivo é da sua “inteira responsabilidade”.

Apenas a mim me vincula, eximindo dessa responsabilidade os restantes elementos do Executivo ou quaisquer funcionários, que nunca tiveram qualquer conhecimento ou interferência direta ou indireta nos atos ou omissões que cometi“, acrescentou.

Tiago Mayan Gonçalves foi eleito presidente da junta em setembro de 2021, com 36,92% dos votos, pelo movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, apoiado pela Iniciativa Liberal (IL), CDS, Nós Cidadãos e MAIS. Foram eleitos para o Executivo da junta Ana Júlia Furtado, José Ramos, Laura Lages Brito, Germano Castro Pinheiro, Tiago Lourenço (PSD) e Cláudia Bravo (PSD).

Ex-candidato presidencial da IL, Tiago Mayan formalizou em julho a sua candidatura à liderança do partido por estar insatisfeito com o rumo do mesmo e entender que a IL precisa de alcance, amplitude e arrojo. Mas, na sequência deste caso, está a repensar a candidatura, tendo enviado uma carta aos subscritores do movimento Unidos pelo Liberalismo em que diz considerar que este momento significa a “abertura de um novo ciclo”, noticia o Observador (acesso pago).

IL repudia conduta “inaceitável” e abriu processo disciplinar interno a Mayan

Em reação ao caso, sobre o qual afirma só ter tido conhecimento na quinta-feira, o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, considera “graves” os factos imputados a Tiago Mayan, seu opositor interno no partido. “Manifesto um repúdio total. São factos graves, [que] imputam condutas inaceitáveis ao Tiago Mayan“, afirmou esta sexta-feira Rui Rocha, em declarações aos jornalistas transmitidas pelas televisões.

O presidente dos liberais revelou que o partido já abriu um processo disciplinar interno a Tiago Mayan “no sentido de apurar as responsabilidades e as consequências que uma conduta desta natureza tem” e admitiu que Mayan possa mesmo ser expulso do partido.

Já “do ponto de vista criminal”, Rui Rocha frisou que “ninguém está acima da lei, muito menos alguém que tem responsabilidades de cargos públicos“. “Portanto, havendo aparentemente a possibilidade de terem sido praticados atos de relevância criminal, aquilo que deve acontecer é as entidades judiciais fazerem o seu trabalho, investigarem e agirem em conformidade”, disse.

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José Maria Montenegro deixa a Morais Leitão para integrar a Dower Law Firm

Com mais de 20 anos de experiência profissional, no âmbito do Direito Fiscal, da Consultoria ao Contencioso, mas também no Direito do Desporto e das Empresas, José Maria Montenegro é o novo sócio.

A Dower Law Firm tem um novo sócio. Com mais de 20 anos de experiência profissional, no âmbito do Direito Fiscal, da Consultoria ao Contencioso, mas também no Direito do Desporto e das Empresas, José Maria Montenegro deixa a Morais Leitão para integrar a Dower Law Firm.

A integração do José Maria Montenegro “concorre decisivamente para a institucionalização da Dower como um player cada vez mais incontornável no exigente e inovador mercado da advocacia nacional e internacional”, sublinha o managing partner da sociedade, Eduardo Castro Maques. “Em boa verdade, é um privilégio para qualquer organização poder contar com o José Maria Montenegro, a sua experiência, o seu reconhecimento e, sobretudo, a sua marca humana na nossa, agora sua, sociedade. Ter aceitado o nosso desafio é para nós um motivo de orgulho e reconhecimento do caminho que vimos trilhando”, completou Eduardo Castro Marques.

Segundo José Maria Montenegro, “o desafio da Dower foi, desde a primeira hora, absolutamente inspirador. Porque não se tratou apenas de um desafio puramente corporativo – de fazer crescer uma equipa única e de excelência, de pôr ao serviço os mais de 20 anos de experiência profissional, de propor aos clientes os mais elevados padrões na prestação de serviços jurídicos. Isso já seria muito e certamente irrecusável também. Mas a verdade é que o projeto da Dower tem a ambição, a inovação, a exigência de uma nova forma de estar e de fazer. Entre amigos, entre profissionais de eleição, a partir do Porto (e daqui para o mundo, claro!). Não houve conversa, das muitas que fomos tendo, que não tivesse sentido esse magnetismo. Não houve, no fundo, como não fazer da Dower a minha nova casa”.

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Von der Leyen escolhe portuguesa para porta-voz no segundo mandato na Comissão Europeia

  • Lusa
  • 8 Novembro 2024

A presidente da Comissão Europeia escolheu Paula Pinho para liderar o serviço de porta-vozes do Executivo comunitário, substituindo Eric Mammer.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, escolheu a portuguesa Paula Pinho para liderar o serviço de porta-vozes do Executivo comunitário, disse à Lusa fonte comunitária.

Paula Pinho é atualmente diretora para a Transição Justa, Consumidores, Eficiência e Inovação na Direção-Geral (DG) da Energia e começou a trabalhar na Comissão Europeia em 2000.

A futura porta-voz principal da nova Comissão de von der Leyen fez partes do gabinete de vários comissários e trabalhou também na DG Comércio e na DG Mercado Interno.

Antes de Paula Pinho, Johannes Laitenberger, de nacionalidade alemã, mas que viveu em Portugal e é fluente em português, chefiou o serviço de porta-vozes no primeiro mandato de José Manuel Durão Barroso (2004-2009).

O português João Vale de Almeida foi o número dois do serviço entre 1985 e 1987, quando o Executivo comunitário foi liderado por Jacques Santer.

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Vitória de Trump aguça “sentido de urgência” para UE ser mais competitiva, alerta Draghi

  • Lusa e ECO
  • 8 Novembro 2024

Depois de Trump ter sido eleito o 47.º Presidente dos EUA, Draghi vincou que “a coisa mais urgente a fazer agora é combater a fragmentação do mercado único e dos mercados de capitais” da UE.

O antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi considerou esta sexta-feira que cresceu “o sentido de urgência” para a União Europeia (UE) ser mais competitiva e colmatar falhas de investimento e atrasos, desde a vitória de Donald Trump nas presidenciais americanas.

“O sentido de urgência é hoje maior do que era há uma semana”, disse Mario Draghi, falando em declarações aos jornalistas à entrada duma reunião informal do Conselho Europeu, em Budapeste, na qual se vai discutir um novo acordo europeu sobre a competitividade após o seu relatório sobre o tema.

Depois de Donald Trump ter sido eleito na terça-feira o 47.º Presidente dos Estados Unidos, Draghi vincou que “a coisa mais urgente a fazer agora é combater a fragmentação do mercado único e dos mercados de capitais” da UE.

Também falando à chegada a esta cimeira europeia informal em Budapeste, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, sublinhou a necessidade de “a Europa voltar a uma tendência ascendente rápida” em termos económicos.

“A competitividade não é apenas uma palavra da moda, é uma palavra que significa que precisamos de nos concentrar no crescimento económico e o crescimento económico significa mais empregos, mais volume de negócios”, adiantou a líder da assembleia europeia.

Michel confia em novo “enquadramento poderoso” para ‘puxar’ pela economia da UE

O presidente do Conselho Europeu afirmou confiar num novo “enquadramento poderoso” aprovado na reunião informal de hoje em Budapeste, um acordo para a União Europeia (UE) ser mais competitiva, quando reforça laços com os Estados Unidos.

“Temos esta manhã o debate sobre a competitividade e estou confiante de que os líderes chegarão a acordo sobre uma declaração e esta declaração será um enquadramento poderoso”, declarou Charles Michel aos jornalistas à chegada à cimeira europeia informal, em Budapeste.

“[Os líderes] compreendem que temos de atuar para aprofundar o mercado único e sabem que temos de apoiar a nossa base industrial e compreendem que a União dos Mercados de Capitais ou o Banco Europeu de Investimento devem ser instrumentos importantes para garantir a injeção de muitos mais meios financeiros para apoiar a nossa economia, o nosso desenvolvimento económico”, vincou.

Novo acordo europeu sobre a competitividade da UE hoje discutido em Budapeste

Os líderes da UE reúnem-se hoje num Conselho Europeu informal em Budapeste para discutir um novo acordo europeu sobre a competitividade, que destaca a necessidade de investimentos significativos face aos Estados Unidos e China.

Reunidos na capital húngara pela presidência rotativa do Conselho da UE assumida pela Hungria, os chefes de Governo e de Estado da União – incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro – vão tentar aprovar a Declaração de Budapeste, na qual se defendem “investimentos significativos, mobilizando financiamentos públicos e privados”, bem como um “mercado da energia totalmente integrado e interligado, com caráter prioritário”, de acordo com a versão final do documento, a que a Lusa teve acesso.

A reunião acontece num contexto de mudanças políticas nos Estados Unidos, depois de Donald Trump ter sido eleito na terça-feira o 47.º Presidente dos Estados Unidos, quando se admite que o republicano se foque mais nos interesses norte-americanos, o que causa receios sobre o impacto nas relações transatlânticas entre Bruxelas e Washington.

Falando precisamente sobre a transição política norte-americana, Charles Michel adiantou estar “absolutamente convencido de que todos os líderes europeus querem reforçar os laços com os Estados Unidos”.

“Ontem [quinta-feira] tivemos um bom debate sobre este tema, sobre todos os tópicos, incluindo a segurança, a defesa, e ontem transmiti a Donald Trump a mensagem de que gostaríamos de cooperar com ele em todos os domínios, incluindo na Ucrânia. Temos de reforçar a Ucrânia [face à invasão russa], temos de apoiar a Ucrânia, porque se não apoiarmos a Ucrânia, estaremos a enviar um sinal errado a Putin, mas também a outros regimes autoritários em todo o mundo”, disse ainda.

O encontro de alto nível surge ainda depois de o ex-primeiro-ministro italiano Mario Draghi ter enumerado, num relatório divulgado em setembro, falhas no investimento comunitário e atrasos em termos industriais, tecnológicos e de defesa, situação que a UE quer agora reverter, neste momento de mudança política nos Estados Unidos, um dos seus principais parceiros e concorrentes.

Mario Draghi estimou em 800 mil milhões de euros as necessidades anuais de investimento adicional no espaço comunitário, o equivalente a mais de 4% do PIB (produto interno bruto) comunitário – o dobro do realizado no pós Segunda Guerra Mundial com o Plano Marshall -, no âmbito de uma nova estratégia industrial comunitária.

Este será o último Conselho Europeu com Charles Michel na liderança da instituição, cargo que será assumido pelo ex-primeiro-ministro português, António Costa, a partir de 01 de dezembro.

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COP29: 30 anos de avisos, promessas e cimeiras

  • Lusa
  • 8 Novembro 2024

As cimeiras das Nações Unidas sobre o clima já se realizaram 28 vezes, mas as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) continuam a aumentar. A COP29 decorre este ano em Baku.

As cimeiras das Nações Unidas sobre o clima já se realizaram 28 vezes, mas as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) continuam a aumentar e o ano passado foi o mais quente já registado.

A 29.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP29) decorre de 11 a 22 de novembro em Baku, Azerbaijão, o que significa que a cimeira da ONU sobre o clima se realiza pelo terceiro ano consecutivo num país que produz petróleo ou gás, que, em conjunto com o carvão, são das principais causas do aquecimento global.

A COP29 inicia-se duas semanas depois da divulgação de um relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que indica que os níveis dos três principais GEE que contribuem para o aquecimento global – dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) – voltaram a aumentar em 2023.

O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC), Simon Stiell, alertou em fevereiro que será necessário um “esforço olímpico” nos próximos dois anos para avançar até onde o planeta precisa de estar em 2030 e 2050, assinalando que as ações tomadas neste período “determinarão quanta destruição causada pelo clima se poderá evitar nas próximas duas décadas e além disso”.

Um ano após o acordo sem precedentes entre países de todo o mundo no Dubai a favor de uma “transição” para o abandono dos combustíveis fósseis, a COP29 deve determinar uma nova meta de ajuda financeira aos países em desenvolvimento, para que possam reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa e adaptar-se às alterações climáticas.

Um ano após o acordo sem precedentes entre países de todo o mundo no Dubai a favor de uma “transição” para o abandono dos combustíveis fósseis, a COP29 deve determinar uma nova meta de ajuda financeira aos países em desenvolvimento, para que possam reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa e adaptar-se às alterações climáticas.

Segundo Simon Stiell, um plano de transição climática exige um investimento anual de pelo menos 2,4 biliões de dólares (2,2 biliões de euros) em energias renováveis e adaptação.

São os seguintes os principais momentos dos cerca de 30 anos de promessas, de avisos e de cimeiras:

  • 1992, Rio de Janeiro – Primeira grande reunião da ONU dedicada às preocupações e provas científicas de que a Terra estava a aquecer e o clima a mudar muito rapidamente. É criada a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla original). É decidida a realização de Conferências das Partes da Convenção (COP) para atualizar as decisões e os esforços para controlar as emissões de gases com efeito de estufa (GEE). A Convenção não inclui limites de emissões de GEE, mas contempla a criação de “protocolos” que estabelecessem esses limites.
  • 1995, Berlim Realiza-se a COP1. Os países assumiram mais compromissos sobre a redução de emissões de gases com efeito de estufa do que na Cimeira do Rio.
  • 1997, Quioto – COP3, considerada um momento fundador ao ter sido acordado o Protocolo de Quioto, um tratado jurídico internacional que estabelece limites a um conjunto de países (os mais poluidores) de emissões de GEE e cria um mercado do carbono.
  • 2001, Marraquexe — Na COP7 é alcançado um acordo sobre o Protocolo de Quioto, mas enfraquecido em relação aos objetivos iniciais. Da conferência saiu também uma declaração que salienta a relação entre desenvolvimento sustentável e alterações climáticas.
  • 2010, MéxicoCOP16. Há uma primeira tentativa para criar um fundo de 100 mil milhões de dólares por ano para apoiar um “Fundo Verde para o Clima”. O Fundo só seria aprovado em 2015 em Paris.
  • 2012, Qatar – A COP 18 aprova a Emenda de Doha, que estende até 2020 a vigência do Protocolo de Quioto.
  • 2014 — A União Europeia aprova a meta vinculativa de 40% de redução de emissões de GEE até 2030, em comparação com os valores de 1990. (Em 2020 aumentaria o objetivo para 55%).
  • 2015, FrançaCOP21. É assinado em 12 de dezembro o Acordo de Paris, considerado histórico ao fixar metas para impedir que o aquecimento global ultrapasse os dois graus celsius (ºC) acima dos valores médios da época pré-industrial, ou de preferência não ultrapasse 1,5 ºC. Ao contrário de Quioto, o Acordo de Paris não estabelece metas de emissões, mas responsabiliza os países por apresentarem, e cumprirem, essas metas. São as chamadas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC na sigla original).
  • 2017 — BonaCOP23. É lançado o Diálogo de Talanoa, destinado a fazer um balanço dos esforços dos países para atingir as metas de neutralidade carbónica (não produzir mais GEE do que aqueles que se consegue absorver, nomeadamente através das florestas).
  • 2018 – Cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC na sigla original) avisam, num relatório divulgado a partir de Seul, que para evitar os piores efeitos das alterações climáticas o mundo precisa de uma mudança profunda e sem precedentes e dizem que as metas do Acordo de Paris são insuficientes.

Seguindo as metas do Acordo de Paris, o relatório estima os impactos das alterações climáticas nos cenários de uma subida de 2ºC e de 1,5ºC, e diz que no primeiro caso todos os corais morrerão, além de haver diferenças significativas entre os dois valores no que respeita por exemplo a extinção de animais, destruição de ecossistemas, fenómenos extremos de calor, recursos pesqueiros ou degelo.

  • 2019 – O IPCC divulga mais dois relatórios, ambos alertando para a urgência de decisões sem precedentes para evitar uma catástrofe climática. Um relatório específico sobre as emissões de GEE originadas no uso da terra, responsável por 23% das emissões de gases, no qual propõe soluções baseadas na terra e nas florestas para reduzir essas emissões.

Um relatório sobre os oceanos e a criosfera (regiões cobertas de gelo), no qual se avisa que é sem precedentes a velocidade de subida do nível dos oceanos, ou o degelo, ou a forma como a vida marinha está a ser afetada. A ONU avisa também num documento que a ação do Homem está a pôr em perigo de extinção um milhão de espécies animais e vegetais.

  • 2019, Madrid – COP25 e mais uma vez sem nada de substancial. A Comissão Europeia apresenta o Pacto Ecológico Europeu, para regular as ações para se atingir a neutralidade carbónica em 2050.
  • 2020 – Os Estados Unidos, um dos principais emissores de GEE, saem oficialmente do Acordo de Paris em novembro, na sequência de, precisamente um ano antes, o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter notificado a ONU do início do processo de saída.
  • 2021 — Joe Biden, eleito Presidente dos Estados Unidos, assina a reentrada do país no Acordo de Paris. A União Europeia aprova a Lei Europeia do Clima, que fixa como objetivo reduzir em 55% as emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

O IPCC divulga novo relatório, segundo o qual a temperatura global irá ultrapassar o aumento de 1,5 graus celsius no final desta década e que com o atual ritmo de emissões de gases com efeito de estufa no final do século terá aumentado 2,7 graus em relação à época pré-industrial.

Os cientistas alertam também para o aumento de eventos climáticos extremos. A COP26, em Glasgow, mantém a ambição de conter o aumento da temperatura nos 1,5ºC, considera necessário reduzir as emissões de dióxido de carbono em 45% até 2030, em relação a 2010, e compromete-se com uma diminuição gradual do uso do carvão.

  • 2022 — A 15.ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para a Diversidade Biológica, realizada no Canadá, chegou a um acordo histórico, nomeadamente com o compromisso de proteger 30% do planeta até 2030.

Em Sharm el-Sheikh, no Egito, a COP27 saldou-se pela criação de um fundo (futuro) sobre perdas e danos e reafirmou-se a promessa de apoiar os países mais pobres na luta contra as alterações climáticas, com 100 mil milhões de dólares anuais. Até hoje essas promessas nunca foram cumpridas.

Em 24 de fevereiro a Rússia invade a Ucrânia, uma guerra que se mantém e que causou uma crise energética e económica e com consequências ambientais diretas e indiretas. Por exemplo o abandono do uso do carvão foi adiado.

No ano em que a ONU declara que o meio ambiente limpo e saudável é um direito humano a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alertou para os “impactos graves e irreversíveis” no ambiente do aumento das temperaturas.

O Paquistão teve um terço do território inundado e morreram 1.700 pessoas nas maiores cheias, depois de temperaturas superiores a 50ºC, com a China a registar valores nunca antes sentidos e a Inglaterra a ultrapassar os 40 ºC, algo também inédito.

  • 2023 — Dubai — COP28. Nesta cimeira, os países concordaram com uma transição para o abandono dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos e em triplicar a capacidade das energias renováveis até 2030, mas o acordo não incluiu qualquer progresso no desbloqueamento dos fluxos financeiros para os países em desenvolvimento, um dos principais pontos de discórdia nas negociações globais.

Esta questão estará entre os temas centrais da COP29 em Baku, que deverá estabelecer um novo objetivo para o financiamento do clima pelos países desenvolvidos.

O acordo de 2023 reconhece a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas das GEE, em conformidade com a necessidade de impedir um aquecimento global superior a 1,5ºC em relação à época pré-industrial, como preconiza o Acordo de Paris.

Mas a maioria dos países não tem conseguido cumprir os seus objetivos de descarbonização, que já eram insuficientes para se conseguir o referido objetivo.

Apesar dos progressos, as emissões mundiais ainda não começaram a diminuir de forma sustentável.

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Montenegro segura ministra da Saúde. “Consequência política é trabalhar, não mudar as pessoas”

  • ECO
  • 8 Novembro 2024

Contrariando a tese de Ana Paula Martins de que "não estava à espera da greve", o sindicato deu dez dias para iniciar negociações. Pedido foi ignorado e técnico do INEM avançaram com a paralisação.

A greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar às horas extraordinárias, que teve início em 30 de outubro e foi suspensa esta quinta-feira após uma reunião com a tutela, podia ter sido evitada. De acordo com o Expresso (acesso pago), o Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) enviou um aviso ao gabinete da ministra da Saúde no dia 10 de outubro, em que dava dez dias para iniciar negociações por melhores condições laborais e travar a paralisação, mas não obteve resposta. Atrasos o socorro pode estar a origem de sete mortes, mas o primeiro-ministro não demite a ministrada Saúde. “Consequência política é trabalhar, não mudar as pessoas”, disse Luís Montenegro à margem do Conselho Europeu em Budapeste, esta sexta-feira.

Nesse dia, a estrutura sindical enviou uma primeira missiva ao chefe de gabinete da ministra, à própria governante, às duas secretárias de Estado e ao presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Além do pré-aviso de greve e da margem de manobra de dez dias para “eventuais medidas que pudessem reverter as ações reivindicativas”, fazia uma descrição das condições de trabalho, assinalando que Ana Paula Martins reconheceu como “miserável” o índice remuneratório dos técnicos quando foi ouvida no Parlamento.

O repto, segundo o presidente do STEPH, Rui Lázaro, “foi ignorado” e, ainda a 10 de outubro, o pré-aviso de greve foi formalmente remetido para todas as entidades necessárias, tendo como primeiro destinatário o gabinete do primeiro-ministro.

A troca de comunicações, revelada pelo semanário, contraria as declarações da ministra da Saúde, no início da semana, de que “não estava à espera da greve”: não só foi previamente informada, como até teve margem de tolerância para a travar. Só esta quinta-feira, nove dias depois do início da paralisação dos técnicos — um período durante o qual houve atrasos na assistência médica a sete pessoas, que acabaram por morrer –, é que Ana Paula Martins chamou o sindicato para uma reunião de urgência. Terminou com a assinatura de um protocolo negocial que, segundo Rui Lázaro, criou “as condições necessárias para suspender, de imediato, a greve às horas extra”.

Esta sexta-feira, o Observador (acesso pago) noticia também que estão a piorar vários indicadores de desempenho do Instituto Nacional de Emergência Médica, que desde o início do ano viu sair muitos técnicos do serviço e tem tido dificuldade em fazer novas contratações. Está com o tempo de resposta a pedidos de socorro mais demorado dos últimos cinco anos, ultrapassando em muitos casos os limites definidos, e teve carros parados mais de seis mil horas até outubro.

Em entrevista à CNN Portugal, o presidente do INEM, Sérgio Dias Janeiro, admitiu que foram registados “os piores” tempos de atendimento “relativamente aos períodos de normalidade e sobreponíveis a outros momentos de greve” e que o instituto está “muito dependente das horas extraordinárias” dos técnicos de emergência pré-hospitalar.

Por isso, já teve “várias reuniões com a tutela”, sendo que estão a ser estudadas “formas de valorizar as carreiras” destes técnicos, apontou, acrescentando que, da sua experiência, “tem havido abertura [da ministra da Saúde] para avaliar esta situação”.

Sérgio Dias Janeiro revelou que “há 500 candidatos em prova” no concurso para técnicos, dizendo-se “confiante” de que, a partir de janeiro, o INEM vai ter “200 técnicos de emergência pré-hospitalar a iniciar a sua formação específica, que demora seis a oito meses, mas que em dois meses poderão iniciar funções nos CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes]”. A isto acresce o “concurso para comprar mais 312 viaturas de emergência médica a adquirir ao longo dos próximos três anos”.

Antes da entrevista do presidente do INEM, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, recusou associar os sete óbitos à “falta de capacidade de resposta do INEM ou do atraso no atendimento de chamadas”. Não obstante, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3, reconheceu que “há uma situação grave de necessidade de reforço da capacidade de resposta” da entidade.

Outro membro do Governo, o ministro António Leitão Amaro, atirou culpas aos socialistas na “avaliação política das causas para os problemas dramáticos que o INEM enfrenta”, quando questionado pela deputada Isabel Moreira sobre a notícia do Expresso na audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

“O PS precisa de ter um bocadinho mais de pudor quando tem nas suas costas a responsabilidade de oito anos de desinvestimento, de falta de recursos humanos, de desvalorização dos profissionais de ignorância de reivindicações dos técnicos de emergência médica”, afirmou, realçando que o atual Executivo “não resolve os problemas num dia”, mas que está a “tomar medidas, [que] poderão não ser suficientes”.

Tentando pôr um ponto final na polémica, sobretudo depois de Ana Paula Martins ter cancelado uma visita ao hospital de Pombal, Montenegro disse que “a consequência política” a retirar do caso “é resolver as questões. Não é mudar as pessoas para o problema continuar”, o primeiro-ministro esta sexta-feira à margem do Conselho Europeu em Budapeste, respondendo diretamente à questão dos jornalistas se iriam ser retiradas consequências políticas deste caso.

Não está em causa a demissão da ministra da Saúde, garantiu Montenegro. “Os ministros estão no Governo para resolver problemas, não para se arrastarem e tentarem contornar os problemas para que, eventualmente mudando os protagonistas os problemas subsistam”, frisou, em declarações transmitidas pelas televisões.

(Notícia atualizada com as declarações de Luís Montenegro à margem do Conselho Europeu em Budapeste, esta sexta-feira)

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