IAG aumenta lucros em 17% no terceiro trimestre e anuncia recompra de ações

Grupo manteve o bom desempenho dos trimestres anteriores, com a British Airways, Iberia e Vueling a melhorarem os resultados.

O Grupo IAG, dono da British Airways e Iberia, registou um resultado líquido de 1.435 milhões de euros no terceiro trimestre, mais 16,7% do que no mesmo período do ano passado.

O lucro dos primeiros nove meses somam 2.340 milhões, levando a administração a anunciar um programa de recompra de ações de 350 milhões de euros e o pagamento de um dividendo interino de três cêntimos por ação.

As receitas do grupo aumentaram 7,9% entre julho e setembro, para 9.329 milhões de euros, refletindo o crescimento de 4,5% no número de passageiros transportados e a evolução positiva do transporte de carga.

O resultado operacional cresceu 15,4% para 2.013 milhões, beneficiando do bom desempenho da British Airways, Iberia, Vueling e do programa IAG Loyalty. Só a irlandesa Aer Lingus destoou, penalizada pela ocorrência de greves no período.

O CEO, Luis Gallego, realçou em comunicado “o desempenho financeiro muito forte no terceiro trimestre”, e afirmou que “a procura continua forte nas várias companhias aéreas” e espera “um bom último trimestre de 2024”.

O endividamento líquido do grupo diminui em 3.056 milhões, para 6.189 milhões de euros, um valor idêntico ao EBITDA dos últimos 12 meses.

As ações da IAG reagiram em alta à divulgação dos resultados, seguindo a valorizar 6,5% à hora de publicação do artigo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Incentivos à reciclagem sim, mas é preciso mais fiscalização

Na 1ªconferência ECO Cidade, em parceria com a Sociedade Ponto Verde, os vários intervenientes concordaram com a implementação de um sistema de gestão de resíduos assente em incentivos.

A vereadora da câmara de Mafra, Lúcia Bonifácio, considerou que “a Taxa de Gestão de Resíduos (TGR) vai ser uma das grandes impulsionadoras para que os municípios possam fazer mais” pela sustentabilidade ambiental. Mas, além de uma política de incentivo, mediante a aplicação de um sistema de compensação e reembolso, o Governo deve “dar mais poder às câmaras para que possam penalizar quem deposita indevidamente lixo na envolvente dos contentores”. Além de haver mais fiscalização, que “está a ser descurada”.

“Se o município olhar para ela [devolução da TGR] como algo que pode dignificar e implementar no seu território, poderá ser por aí” a solução para o problema da gestão dos resíduos urbanos, assinalou Lúcia Bonifácio, durante a primeira conferência ECO Cidade que aconteceu esta terça-feira, em Mafra. E que resulta de uma parceria entre o ECO, o Local Online e a Sociedade Ponto Verde (SPV) com a sustentabilidade e reciclagem como temas centrais.

A primeira paragem do ECO Cidade aconteceu em Mafra no dia 5 de novembro

Para a vereadora Lúcia Bonifácio, o sistema de gestão de resíduos assente em incentivos “é o caminho para que os cidadãos cooperem” e o município possa cumprir as metas de reciclagem. O concelho já tem trabalho feito nesse sentido, como é o caso do projeto piloto “Mafra Reciclar a Valer + Rua a Ruaque atribui um incentivo aos utilizadores, com recurso à tecnologia Recysmart que está incorporada em 20 ecopontos inteligentes. Os cidadãos que colocarem as embalagens no ecoponto correto ganham pontos no “Cartão Mais” que podem ser depois trocados por descontos no comércio local.

Em três meses de projeto no terreno, a autarquia já recolheu cerca de 150.000 embalagens, contabilizou a autarca. Face aos bons resultados, Lúcia Bonifácio acredita que este programa pode abranger todo o concelho.

A implementação de um sistema de gestão de resíduos assente em incentivos em vez de alicerçado em taxas é igualmente defendida por Ana Isabel Trigo Morais, CEO da SPV, dando como exemplo o projeto de Mafra. “Temos que evoluir para os sistemas dos incentivos económicos. Temos de incentivar e premiar o cidadão e isso já acontece em Mafra”.

Temos que evoluir para os sistemas dos incentivos económicos. Temos de incentivar e premiar o cidadão e isso já acontece em Mafra.

Ana Isabel Trigo Morais

CEO da Sociedade Ponto Verde (SPV)

Ana Trigo Morais elogiou, por isso, “o sistema de depósito e reembolso das embalagens que traz altos níveis de cumprimento de metas de reciclagem”. Acresce ainda a vantagem de os resíduos não serem depositados nos aterros e “ganhar-se muita matéria-prima para poder valorizar economicamente”, num processo alicerçado na economia circular. Mas urge, contudo, avançar com “monitorização e recolha de dados” com vista a uma melhor e mais eficaz gestão dos resíduos.

A gestora destacou ainda o papel da SPV como “grande acelerador de inovação, de colaboração e de parcerias no setor dos resíduos da embalagem”. Deu nota de que nos últimos três anos a sociedade desenvolveu o programa Re-source que contou com a participação de mais de 140 parceiros de 49 países.

Ainda assim, há muito caminho a trilhar nesta matéria em Portugal. “Historicamente o país não cumpre as metas de reciclagem de resíduos urbanos”, apontou a CEO da SPV, avisando que as soluções não podem ser iguais para todo o território. “Fazer recolha de recicláveis numa zona de turismo, como é o Algarve, não é igual a fazer, por exemplo, na região de Mafra”, explanou.

“Não há soluções iguais para territórios diferentes”, disse Ana Trigo Morais

Apesar de já haver no terreno bons exemplos de gestão de resíduos, Ana Trigo Morais defendeu que “o país tem de fazer grandes investimentos para que a gestão dos seus resíduos retorne na criação de valor económico e na eliminação de défice ambiental”. Apologista da criação de um observatório nacional para o setor dos resíduos, de modo a haver mais transparência na cadeia de valor, a gestora apontou ainda a necessidade de um hub de inovação com vista a um melhor desempenho ambiental e económico.

Para Ana Trigo Morais, “o setor dos resíduos e da gestão dos resíduos urbanos tem sido o parente muito pobre”, sendo precisa uma “linha clara que oriente todos os intervenientes neste processo da reciclagem”. A CEO da SPV vai mais longe: “Poderíamos estar a aproveitar melhor o potencial da economia verde e da industrialização verde”.

Já para Beatriz Freitas, secretária-geral da AIVE, “não faz qualquer sentido continuarmos a ter uma taxa de gestão de resíduos associada ao consumo de água”. Durante a sua intervenção, a responsável destacou o facto de “Portugal ser o maior produtor per capita de embalagens de vidro da Europa”.

Em vez de pagarmos por aquilo que não separamos, beneficiamos com aquilo que separamos. E isso é um incentivo positivo.

Nuno Soares

Presidente da Tratolixo

O sistema de incentivos também acolheu a aprovação do presidente da Tratolixo – empresa intermunicipal de tratamento de resíduos em Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra. “Em vez de pagarmos por aquilo que não separamos, beneficiamos com aquilo que separamos. E isso é um incentivo positivo”. Nuno Soares disse que existem evidências do sucesso desta estratégia. “Os livros e as experiências demonstram que traz mais resultados.” Para o responsável, não há tempo a perder para colocar a medida no terreno. “Temos um prazo que é curto para, se quisermos aplicá-lo, vermos resultados até 2030 e atingirmos as metas”, assinalou.

Nuno Soares defendeu um sistema sustentável do ponto de vista ambiental e ao nível dos custos inerentes à gestão dos resíduos. “Quem paga somos todos nós e ainda nos falta pagar uma parte, neste caso 15% não são repercutidos no utilizador final”, alertou.

Já antes o presidente da câmara de Mafra, Hugo Moreira Luís, lamentou “não conseguir repercutir no cliente final todo o encargo que a câmara tem na recolha e no tratamento” dos resíduos. “Quer isto dizer que em Mafra nós estamos com 85% da transferência deste gasto para o utente, portanto os outros 15% são compensados pela parte dos impostos”, detalhou.

Voltando à Tratolixo, Nuno Soares referiu que a empresa intermunicipal transforma os biorresíduos recolhidos em energia elétrica a partir do biogás produzido. “Vendemos diariamente para a Rede Elétrica Nacional (REN) o suficiente para abastecer quinze mil pessoas”, detalhou, adiantando que em 2030 deverão atingir os 23 mil utilizadores.

Conferência ECO Cidade – MafraHugo Amaral/ECO

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo vai mexer no regime de férias, baixas e greve da Função Pública, diz Leitão Amaro

Ministro da Presidência reconheceu que o Governo pretende congelar a contratação de funcionários públicos e rejeita aumentar mais o orçamento da CReSAP apesar das queixas da instituição.

O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, reconheceu esta sexta-feira, no Parlamento, que o Governo tenciona “mexer” nas férias, baixas médicas, no direito à greve, no sistema de avaliação da Função Pública, mas “em contexto de diálogo com os trabalhadores”, afirmou durante a apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

No OE2025, o Executivo introduziu dois pedidos de autorização legislativa para poder alterar vários artigos da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas, mas sem especificar as mudanças concretas que quer implementar, o que já levou BE, PCP e Livre a apresentar propostas de alteração para eliminar essas normas. Durante as negociações com os sindicatos da Função Pública, no âmbito do acordo plurianual que foi assinado esta semana, a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido também não esclareceu as estruturas sindicais sobre o objetivo do Executivo com tais pedidos de autorização, tendo apenas indicado que a intenção é “agilizar procedimentos”. Está marcada uma reunião para dia 19 deste mês para arrancar as negociações destas matérias com as federações sindicais.

Questionado esta sexta-feira pelo líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, o ministro da Presidência admitiu que o Governo pretende efetivamente mudar o regime de férias, greve, subsídio por doença e sistema de avaliação (SIADAP), mas sem detalhar, reforçando apenas que o Governo “já demonstrou uma grande capacidade de diálogo com os funcionários públicos que estão a ser e serão mais valorizados”.

Sobre a regra um por um, que irá congelar a contratação de funcionários públicos, e que foi criticada pelo deputado bloquista, Leitão Amaro lembrou que “o Estado teve um aumento de 620 mil para 730 mil trabalhadores em oito anos e os serviços públicos não melhoraram”. Deste modo, defendeu, é preciso combater “a associação entre uma necessidade global de trabalhadores e uma melhoria dos serviços públicos”. “Acresce a isso que a digitalização, a introdução da Inteligência Artificial (IA) e a aceleração de processos podem permitir a alocação de trabalhadores a outras funções”, frisou.

Confrontado pela líder parlamentar da IL, Mariana Leitão, sobre as “queixas” da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) na dificuldade na contratação de pessoal, o ministro da Presidência mostrou-se ciente dessa realidade, mas rejeitou aumentar mais o orçamento da entidade para 2025, que terá uma dotação de 851.446 euros, o que corresponde a uma subida de 3% ou de 24 mil euros face a este ano, tal como consta na nota explicativa do Ministério publicada no site do Parlamento.

“A CReSAP não consegue contratar assistentes. É a mesma queixa de outras entidades públicas, porque houve uma desvalorização dos trabalhadores públicos face ao setor privado”, constatou Leitão Amaro. No entanto, e olhando para as entidades que dependem da sua tutela, “a prioridade foi reforçar a AIMA (Agência para a Integração Migrações e Asilo) e não a CReSAP”, indicou. Em relação à AIMA, o orçamento para 2025 será reforçado em 22,8% para 99.869.538 de euros.

A liberal salientou que, “no último relatório e atividades da CReSAP, foi proposto ao último Governo PS uma alteração aos estatutos para tornar os quadros mais atrativos”. E questionou se o atual Executivo pretendia proceder a essa atualização. “Não estamos a planear uma alteração dos estatutos tão cedo”, respondeu o governante.

Leitão Amaro afirmou que “a queixa da CReSAP é que as condições remuneratórias dos trabalhadores são iguais às dos outros, o que faz que não consiga ir buscar mais trabalhadores, porque entende que há uma maior penosidade”. “É uma avaliação que fazem”, vincou.

Já o orçamento do Centro de Competências Jurídicas do Estado (CEJURE) vai aumentar 79% para 3.680.732 euros. A deputada liberal questionou sobre as razões deste reforço e o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministro, Paulo Lopes Marcelo, justificou com a necessidade de reduzir a dependência de “escritórios de advogados externos”.

“Este Governo acredita que as funções essenciais do Estado, em especial a função jurídica deve ser reforçada para não ficar dependente de escritórios de advogados externos ou consultores externos e isso passa por este reforço da administração direta do Estado”, frisou. Para isso, são necessárias verbas para “contratar novas pessoas”, de forma a “permitir que o Estado acompanhe temas fundamentais como concessões, contratos, em que o Estado precisa de fazer valer os seus interesses”, defendeu. Assim, o reforço de quase 80% do Orçamento do CEJURE é um bom exemplo do que o Governo pretende fazer na Administração Pública, sem gorduras, mas que possa defender o interesse publico”.

(Notícia atualizada às 11h53)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novobanco “rejuvenesce comunicação” com Júlia Palha como protagonista

  • + M
  • 8 Novembro 2024

Após ter assumido o território da música, o Novobanco entra num "novo ciclo" de comunicação. É a primeira vez que o antigo BES aposta numa figura pública para protagonizar uma campanha.

É a primeira vez que o Novobanco aposta numa figura pública para protagonizar uma campanha. A escolhida é a atriz Júlia Palha e a campanha assinala um novo ciclo na comunicação da marca.

Depois de ter assumido a música como novo território de comunicação, a marca Novobanco consolida agora a entrada num novo ciclo, apostando no rejuvenescimento da sua comunicação, virando-se mais para os jovens em início de vida ativa e que preparam o futuro”, explica o banco.

Com o mote “A minha vida é novelas, mas não gosto de novelas na minha vida”, que termina com a assinatura “Por isso, sou Novobanco”, o argumento “assenta na simplicidade e facilidade de ter o banco nas suas mãos, através da App” e, e ao mesmo tempo, “saber que nas decisões mais importantes, terá ao seu lado alguém com quem pode contar”, descreve a nota de imprensa.

A escolha da atriz para protagonizar a campanha institucional teve como objetivo reforçar e rejuvenescer a marca, associando simplicidade e digitalização à relação do dia-a-dia. “Para um banco que promete fazer o futuro ao lado das pessoas, é fundamental escrever a história com alguém que inspira os outros a fazer mais. E por estar mais do que habituada a estar num set de rodagens, Júlia Palha dá agora o salto da novela para a publicidade, dando a conhecer um banco que a ajuda a gerir o seu dia a dia – bem atarefado como se deve imaginar -, sem dramas, nem novelas”, justifica.

Assinada pela BBDO e com a estratégia de meios a cargo da Hearts and Science, que para o Novobanco trabalham em conjunto como equipa ON, a campanha está presente em televisão, cinema, rádio, imprensa, mupis digitais, balcões do banco e redes sociais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Défice comercial de bens agrava-se no terceiro trimestre pela primeira vez desde o arranque de 2023

Exportações e as importações aumentaram, respetivamente, 9,7% e 7%, em termos homólogos, levando a um aumento do défice de 30 milhões de euros.

O défice da balança comercial de bens agravou-se no terceiro trimestre deste ano pela primeira vez desde o primeiro trimestre de 2023, de acordo com dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). As exportações e as importações aumentaram, respetivamente, 9,7% e 7% em termos homólogos levando a um aumento do défice em 30 milhões de euros.

“Estas variações refletem o peso das transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, que representaram 6,9% do total das exportações e 3,1% das importações no terceiro trimestre”, explica o organismo de estatística. Quando excluídas as transações com esta natureza, as exportações aumentaram 5,4% e as importações cresceram 4,8%, resultando num aumento do défice em 234 milhões de euros.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

Isolando apenas o mês de setembro, as exportações portuguesas de bens aumentaram 5,1%, enquanto as importações subiram 3,3%, influenciadas sobretudo pelo material de transporte. O INE destaca nas vendas ao exterior o crescimento de 20,1% registado no material de transporte, principalmente automóveis de passageiros, e nas importações a subida de 28% de material de transporte, principalmente aeronaves proveniente de França.

O défice da balança comercial atingiu 2.371 milhões de euros em setembro, diminuindo 33 milhões de euros quando comparado com setembro de 2023 e 260 milhões de euros face ao mês anterior. Descontadas as transações com vista a ou na sequência de trabalhos por encomenda, o défice da balança comercial recuou 503 milhões de euros face a setembro de 2023 e 584 milhões de euros quando comparado com o mês anterior, cifrando-se em 2.096 milhões de euros.

Exportações para os EUA caem 43,7% em setembro

As exportações portuguesas para os Estados Unidos recuaram 43,7% em setembro, particularmente devido a uma quebra na venda de produtos químicos, nomeadamente medicamentos. Em sentido inverso, entre os principais parceiros comerciais de Portugal, destaque para o crescimento de 16,4% de exportações com destino à Alemanha e de 10% a Espanha.

Nas importações, o INE salientam a subida de 45,4% dos Países Baixos, nomeadamente produtos químicos, e de 19,2% de França, maioritariamente material de transporte, sobretudo aeronaves. Em sentido contrário, destaca o decréscimo das importações com origem no Brasil (-47,7%), principalmente de óleos brutos de petróleo.

(Notícia atualizada às 11h44)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“É preciso tornar a Europa grande outra vez”, alerta CEO da Altice Portugal

Ana Figueiredo aludiu ao famoso slogan de Donald Trump para defender que a Europa vai ter de fazer pela vida se não quiser ficar para trás face aos EUA e à China, mas também ao Médio Oriente.

A presidente executiva da Altice Portugal alertou esta sexta-feira que a Europa está “atrasada” nas metas da transição digital para 2030 e afirmou que é preciso “tornar a Europa grande outra vez”, numa referência ao popular slogan de campanha de Donald Trump, reeleito esta semana como presidente dos EUA.

Numa intervenção na conferência da associação de operadores Connect Europe (antiga ETNO), que a Altice Portugal organiza em Lisboa, Ana Figueiredo considerou que o continente europeu arrisca “ficar atrás dos EUA e da China”, mas também de outros países e geografias, como o Médio Oriente, aludindo ao recente relatório apresentado por Mario Draghi sobre a competitividade da União Europeia.

A gestora disse que os problemas estão “diagnosticados”, mas a dificuldade é agir. O setor das comunicações eletrónicas pode desempenhar um papel relevante, porém, a sua sustentabilidade financeira está sob ameaçada, entre outros motivos, pelo enquadramento regulatório existente. “Somos uma indústria fortemente regulada e temos de ter um enquadramento que incentive e promova a inovação”, defendeu.

Temos dificuldades neste momento a investir no 6G. Se eu falo de 6G ao meu investidor, perco a atenção dele no minuto seguinte.

Ana Figueiredo

CEO da Altice Portugal

“Nem tudo é sobre o preço”

Há muito que as operadoras já estabelecidas em Portugal se queixam da decisão da Anacom, o regulador nacional das comunicações, de criar condições à entrada de mais uma empresa no mercado com redes próprias. Cerca de três anos depois de o fazer através do leilão de frequências do 5G, o país recebeu esta semana, por fim, uma nova marca de telecomunicações, a Digi, originária da Roménia, que pretende diferenciar-se das concorrentes pelo preço e flexibilidade contratual.

A líder da Altice Portugal não se referiu diretamente à Digi, mas salientou que “nem tudo é sobre o preço”. “É sobre qualidade e inovação. É desempenhar um papel no que está para vir”, acrescentou. No início da semana, também um administrador da Nos, Manuel Ramalho Eanes, disse não ver “inovação” por parte da Digi nos mercados em que a empresa opera (Roménia. Espanha e Itália).

Segundo Ana Figueiredo, os investimentos na Europa arriscam não compensar os acionistas com retornos, pelo que é cada vez mais difícil justificar a alocação de capital para este fim: “Somos uma indústria de capital intensivo e continuamos a investir. A minha preocupação é como é que vamos encarar estas questões, como é que vamos continuar a investir, e a convencer os nossos acionistas a continuarem a investir”.

Em agosto deste ano, a Altice Portugal revelou que investiu 194 milhões de euros nos seis meses até junho, uma diminuição de 19% face ao mesmo período de 2023.

“Se tivermos capacidade de atrair a atenção de investidores, claro que vamos continuar a guiar o investimento para promover a inovação. É mais uma questão de tornar esta indústria muito mais atrativa. Temos dificuldades neste momento a investir no 6G. Se eu falo de 6G ao meu investidor, perco a atenção dele no minuto seguinte”, sinalizou.

O investimento privado das operadoras tem permitido alcançar bons níveis de cobertura de rede 5G, numa altura em que já todos os concelhos têm, pelo menos, uma antena de rede móvel de quinta geração. Por isso, para a gestora, o país até compara bem ao nível da infraestrutura, mas compara mal nas competências digitais.

“Não é só infraestrutura, são também as competências. Competências digitais, básicas mas também avançadas, para impulsionar a economia digital”, apelou Ana Figueiredo, para quem “nunca é tarde demais para acordar” para estas questões.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Custos da construção de habitação nova aumenta 3,3% com pressão dos custos com mão-de-obra

A sustentar a subida dos custos da construção nova estiveram novamente os custos associados à mão de obra, que registaram um aumento homólogo de 8,5%. Custos com materiais caíram 0,6%.

Os custos de construção de habitação nova em Portugal registaram um aumento de 3,3% em setembro de 2024 em comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo os dados mais recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Este aumento representa uma ligeira desaceleração relativamente ao mês de agosto, quando os custos da construção registaram uma subida homóloga de 3,8%. “Em setembro de 2024, estima-se que os custos de construção de habitação nova tenham aumentado 3,3% em termos homólogos, menos 0,5 pontos percentuais que no mês anterior”, destaca o INE em comunicado.

A evolução dos custos de construção em setembro foi novamente impulsionada pelo aumento significativo no custo da mão de obra, que contabilizou uma subida de 8,5% em termos homólogos. Por outro lado, o preço dos materiais apresentou uma variação negativa de 0,6%.

De acordo com dados do INE, desde maio de 2020 que o custo da mão de obra regista consecutivas subidas homólogas, tendo alcançado o aumento mais prenunciado em janeiro de 2023, quando disparou 12,3%. Em sentido contrário tem estado o custo com materiais, que desde maio de 2022 estão em queda, entrando inclusivamente em contração desde abril do ano passado, quando as taxas homólogas entraram em terreno negativo.

Entre os materiais que mais influenciaram negativamente a variação agregada do preço em setembro, destacam-se as madeiras e derivados de madeira, os outros materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização e os betumes com descidas de cerca de 10%.”

Em contrapartida, houve aumentos significativos em alguns materiais: “Em sentido oposto, destacaram-se os ladrilhos e cantarias de calcário e granito, os aparelhos de climatização, as obras de carpintaria e o cimento com crescimentos homólogos próximos dos 5%”, destaca o relatório do INE.

Em termos mensais, o índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) manteve-se estável em setembro, com uma variação de 0%, depois de em agosto ter registado uma subida de 0,5%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Euribor mantém-se a três meses e cai a seis e 12 meses para novos mínimos

  • Lusa
  • 8 Novembro 2024

Taxas que servem de base para o cálculo da prestação da casa, mantém-se a três meses e descem a seis e 12 meses para novos mínimos desde janeiro de 2023 e outubro de 2022.

A Euribor ficou inalterada no prazo a três meses e desceu a seis e a 12 meses para novos mínimos desde janeiro de 2023 e outubro de 2022, respetivamente.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que se manteve em 3,032%, continuou acima da taxa a seis meses (2,822%) e da taxa a 12 meses (2,534%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou hoje para 2,822%, menos 0,036 pontos e um novo mínimo desde 12 de janeiro de 2023.
  • Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, recuou hoje para 2,534%, menos 0,029 pontos do que na quinta-feira e um novo mínimo desde 6 de outubro de 2022.
  • Noutro sentido, a Euribor a três meses manteve-se hoje, ao ser fixada de novo em 3,032%, um novo mínimo desde 29 de março de 2023, atingido na quinta-feira.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desemprego de longa duração em Portugal supera média europeia

A taxa de desemprego de longa duração, enquanto percentagem da força de trabalho, foi de 2,1% na União Europeia em 2023, o valor mais baixo desde, pelo menos, 2009. Já em Portugal foi de 2,5%.

Desde 2009 que o desemprego de longa duração na União Europeia (UE) não era tão baixo, revelam os dados publicados esta sexta-feira pelo Eurostat. Em causa está uma taxa de 2,1%. Em Portugal, o desemprego de longa duração supera a média comunitária, com uma taxa de 2,5%.

“Em 2023, a taxa de desemprego para os indivíduos com 15 a 74 anos na UE caiu para 6,1% de força de trabalha, a mais baixa desde 2024. A taxa de desemprego de longa duração, enquanto percentagem da força de trabalho, foi de 2,1% em 2023, o que corresponde a um mínimo histórico desde o início da série estatística, em 2009″, sublinha o gabinete de estatísticas, no destaque publicado esta manhã.

Mas há diferenças significativas entre os Estados-membros que compõem o bloco comunitário, como mostra o mapa abaixo. Com uma taxa de desemprego de longa duração de 6,2%, a Grécia destacou-se como país onde o cenário é mais grave, seguindo-se Espanha (4,3%) e Itália (4,2%).

Por outro lado, na Dinamarca e na Holanda, a taxa de desemprego de longa duração situou-se em 0,5%. Também na base da tabela estão a República Checa e a Polónia, onde a taxa em causa fixou-se em 0,8% da força de trabalho, no último ano.

Já em Portugal, a taxa de desemprego de longa duração foi de 2,5% em 2023, acima, portanto, da média comunitária. Aliás, Portugal conseguiu o quinto pior registo da União Europeia, ainda que tenha ficado a uma distância relevante (em pontos percentuais) do topo da tabela.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Depois da Fórmula 1, o futebol: LVMH toma conta do desporto

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 8 Novembro 2024

O conglomerado de marcas de luxo francês substituiu a Rolex enquanto patrocinador e cronometrista oficial da Fórmula 1. Agora prepara-se para comprar o clube de futebol Paris FC.

Apesar de o setor do luxo dar mostras de um abrandamento depois da febre pós-pandémica, a LVMH está imparável. O acordo global, com a duração de 10 anos e que envolve as marcas Louis Vuitton, Moët Hennessy e Tag Heuer (que celebra, no ano que vem o seu 75º aniversário), tem o valor estimado pelo Independent de 1 bilião de dólares (0,91 biliões de euros) e foi visto como uma jogada histórica no setor, colocando um ponto final numa colaboração de dez anos entre a Rolex e a Fórmula 1. No âmbito do novo acordo de patrocínio, as marcas do grupo de luxo (que conta com, entre outras, a Louis Vuitton, a Christian Dior, a Dom Pérignon, a Loro Piana, a Moët&Chandon ou a Tiffany & Co) fornecerão hospitalidade, ativações personalizadas e conteúdos ligados à Fórmula 1.

Bernard Arnault, CEO da LVMH e considerado o homem mais rico de França, disse, sobre esta parceria: “as pessoas, a procura da excelência e a paixão pela inovação estão no centro da atividade das nossas maisons e da Fórmula 1. No desporto automóvel como na moda, na relojoaria ou nos vinhos e bebidas espirituosas, cada detalhe conta no caminho para o sucesso. Tanto nas nossas manufaturas como nos circuitos de todo o mundo, é esta busca incessante de quebrar fronteiras que inspira a nossa visão, e é este o significado que queremos trazer para esta grande e única parceria entre a Fórmula 1 e o nosso Grupo.”

“Nos últimos anos, a Fórmula 1 tornou-se verdadeiramente um dos desportos mais desejados do mundo. É uma disciplina vibrante que reflete uma série de valores que são muito importantes para nós, como a inovação, o espírito de equipa e o desempenho”, disse também Frédéric Arnault, CEO da LVMH Watches, que supervisiona a Tag Heuer, em comunicado. “Há muitos anos que várias das nossas maisons optam também por investir na Fórmula 1, seja para criar experiências únicas ou para momentos de celebração. Com as nossas maisons e a expertise do nosso grupo, queremos fazer crescer ainda mais esta dimensão experiencial que a Fórmula 1 proporciona em todo o mundo. Estamos apenas no início desta parceria, mas as temporadas que nos esperam prometem ser extraordinárias.”

Já Stefano Domenicali, Presidente e CEO da Fórmula 1, completou: “O nosso desporto baseia-se na busca incansável da excelência, um valor que também está no coração da LVMH, pelo que tenho o prazer de anunciar que esta parceria histórica terá início em 2025”.

Louis Vuitton

O patrocínio das corridas de Fórmula 1 por parte da LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton SE, a iniciar já em Março, no Grande Prémio da Austrália, em Melbourne, chega numa altura em que os desportos motorizados atravessam uma fase de grande popularidade, em grande parte impulsionada por filmes, séries e documentários como “Gran Turismo”, “Formula 1: Drive to Survive” ou “Schumacher” (ambos da Netflix). No entanto, a ligação da LVMH ao desporto não é nova. O grupo soma uma colaboração regular com a NFL e a Fifa World Cup, e foi um dos principais patrocinadores dos Jogos Olímpicos de Paris, este ano, tendo fornecido Moët & Chandon e Hennessy nos bares VIP, com a Chaumet a desenhar as medalhas dos campeões e a Berluti a desenhar os uniformes da equipa olímpica francesa na cerimónia de abertura.

Apito de partida no desporto-rei
É ainda amplamente conhecida a ligação entre a LVMH e grandes tenistas como Rafael Nadal e Roger Federer. Bem como as superestrelas futebolísticas Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. Mas os planos da família Arnault neste takeover do mundo desportivo passam por aprofundar a sua ligação ao desporto-rei, através da compra do Paris FC, um clube de futebol da segunda divisão francesa, pela holding da LVMH Agache. Este investimento, que junta também a gigante das bebidas energéticas Red Bull (que entra com uma participação minoritária), promete mudar o futebol francês, ao injetar uma grande quantidade de dinheiro num potencial adversário da equipa dominante da Ligue 1, o Paris Saint-Germain, financiado pelo Qatar desde 2011. Paris, embora seja uma cidade com grande poder nas áreas da moda, do luxo e do entretenimento, em matéria de futebol de topo fica bastante aquém de outras capitais como Londres (que detém sete clubes na Premier League), Madrid (com cinco clubes na La Liga) ou Roma (com dois).

O valor do negócio não foi ainda desvendado, mas sabe-se que a família Arnault pretende “dotar o clube dos recursos necessários e quer estabelecer em permanência as equipas masculina e feminina entre a elite do futebol francês e no coração dos parisienses”, segundo explicado em comunicado. “A história e a evolução do Paris FC incorporam uma outra vertente do futebol na capital. Com a chegada de Agache como acionista maioritário do clube, este ganhará uma nova dimensão com novos objetivos e critérios de sucesso”. Antoine Arnault, filho de Bernard Arnault, será o representante da família na direção do Paris FC.

Já a Red Bull atuará sobretudo como consultora desportiva, reforçando a descoberta de jovens talentos capazes de ingressar no centro de treinos, com a ajuda do seu recém-nomeado responsável global da rede internacional de clubes da marca de bebidas energéticas, o ex-treinador do Liverpool Jürgen Klopp.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portuguesa Hoopers levanta 2,1 milhões para ‘encestar’ no México e EUA

A startup que liga fãs, marcas e jogadores de basquetebol tem clientes e parceiros como a NBA, os Cleveland Cavaliers, o NBB (Liga Brasileira de Basquete). Está a recrutar.

Equipa da Hoopers.

A Hoopers fechou uma ronda de 2,1 milhões de euros para expandir a sua plataforma tecnológica, que liga fãs, marcas e jogadores de basquetebol, para o México e reforçar nos Estados Unidos, onde a startup portuguesa já trabalha com a NBA e os Cleveland Cavaliers. Os atletas portugueses Neemias Queta, campeão da NBA pelos Boston Celtics, e Ticha Penicheiro, Hall of Famer da WNBA, são dois dos investidores.

Já temos alguns clientes nos Estados Unidos e estamos a estudar algumas oportunidades no México. O nosso foco nas operações internacionais continua a ser o Brasil, onde temos uma enorme oportunidade e muito trabalho pela frente. Contudo, já estamos a preparar que uma possível entrada para estes mercados possa acontecer mais cedo do que o estava inicialmente planeado”, começa por adiantar André Costa, CEO da Hoopers, ao ECO.

“Acreditamos muito no potencial do mercado da América Latina e sabemos que os Estados Unidos são o mercado onde nos vamos ter que afirmar num futuro próximo, e, por isso, estamos a criar o case para chegar até lá na melhor posição competitiva possível”, acrescenta, quando questionado sobre os objetivos com esta nova injeção de capital.

Já temos alguns clientes nos Estados Unidos e estamos a estudar algumas oportunidades no México. O nosso foco nas operações internacionais continua a ser o Brasil, onde temos uma enorme oportunidade e muito trabalho pela frente. Contudo, já estamos a preparar que uma possível entrada para estes mercados possa acontecer mais cedo do que o estava inicialmente planeado.

A ronda foi liderada pela Buenavista Equity Partners (ex-GED Ventures), contando com a participação da Portugal Ventures, bem como de diversos business angels.

Os atletas portugueses Neemias Queta e Ticha Penicheiro, campeão da NBA pelos Boston Celtics e Hall of Famer da WNBA, respetivamente, juntam-se ao lote de investidores, mas também Nuno Sanches (Kaltura), Tiago Gonçalves (InnVentures/ InnoWave Technologies), Ricardo Carvalho (Social Innovation Sports) e Eliyahu Velder (ViGEN Tech).

Vemos um grande potencial na capacidade da empresa de conectar fãs, marcas e jogadores através de tecnologias inovadoras, como a inteligência artificial e web3, que estão a transformar a forma como os fãs interagem e se envolvem com as organizações. A expansão para a América Latina e para os EUA, bem como o fortalecimento da presença digital são passos estratégicos que solidificam a missão da Hoopers de transformar o desporto numa experiência ainda mais acessível, envolvente e personalizada”, refere Joaquim Hierro Lopes, partner da Buenavista Equity Partners.

A sociedade de capital de risco do Banco de Fomento, que tinha investido na Hoopers em 2022 — participou na ronda de meio milhão, com a Sport Horizon Holding, um fundo de investimento europeu especializado na indústria de SportsTech, e vários business angels —, voltou a apostar. “Esta nova ronda representa mais uma etapa no seu crescimento e valida a sua estratégia com base na aposta no setor tecnológico e no reforço da presença em mercados internacionais”, diz Teresa Fiúza, vice-presidente da Portugal Ventures.

Com esta nova injeção de capital — que eleva para mais de 2,6 milhões de euros o montante já levantado no mercado —, a Hoopers quer ainda acelerar o lançamento de novos produtos tecnológicos para servir o mercado desportivo e os seus operadores: clubes, ligas, federações e marcas desportivas.

“Já temos um produto tecnológico focado em fan engagement, que corre em cima da nossa app, desenvolvido para eventos desportivos, focado na experiência dos fãs e na captura de dados, e que apresenta um potencial interessante para transformar o mercado de turismo desportivo à medida que nos transformamos numa plataforma global”, explica André Costa.

“Estamos a preparar o roll-out de novos produtos com recurso a IA e web3, que melhorem as experiências e conexões das pessoas nas suas interações com o basquetebol e que, simultaneamente, ajudem os clubes, ligas, federações e marcas desportivas a conhecerem melhor o seu público“, revela.

Operamos em Portugal e no Brasil, tendo já realizado algum trabalho no mercado espanhol e nos Estados Unidos. Temos clientes e parceiros de referência como a NBA, os Cleveland Cavaliers, o NBB (Liga Brasileira de Basquete), entre outros. Para já, os nossos clientes e utilizadores concentram-se, sobretudo, no mercado português e brasileiro

Depois de começar a dar os primeiros dribles em campo em Portugal em 2019, hoje a Hoopers está também presente em Espanha e Brasil, mercado onde aterrou em junho do ano passado, com dois campos de basquetebol em São Paulo — um no Parque Villa-Lobos, com mais de 12 milhões de visitantes por ano, em parceria com a NBA (liga masculina de basquetebol dos Estados Unidos) e assinatura do artista urbano Neto78; e o segundo no Vale do Anhangabaú, com a WTorre Entretenimento, do grupo de construção WTorre — e integrando ainda o centro de entretenimento e desporto Arena Hub, um dos maiores da América Latina, tal como avançou na época o ECO.

Vista de cima do primeiro campo da Hoopers no Brasil.

Desde então o perfil da empresa também mudou. “Somos uma empresa diferente daquela que começou há uns anos. Continuamos com a comunidade no coração, mas temos a tecnologia na ponta dos dedos. O nosso foco é o desenvolvimento e licenciamento de tecnologia para conectar fãs, atletas, marcas desportivas, clubes, ligas e federações. Operamos em Portugal e no Brasil, tendo já realizado algum trabalho no mercado espanhol e nos Estados Unidos. Temos clientes e parceiros de referência como a NBA, os Cleveland Cavaliers, o NBB (Liga Brasileira de Basquete), entre outros. Para já, os nossos clientes e utilizadores concentram-se, sobretudo, no mercado português e brasileiro”, adianta o referido responsável.

O mercado externo já pesa nos resultados da startup, mas com a expansão prevista, estima-se que venha a ganhar maior dimensão. “Os mercados internacionais já representam cerca de 20% das nossas receitas atualmente, sendo que o nosso plano é inverter esta tendência já no próximo ano, com os mercados internacionais a contribuírem com mais de 50% das receitas e com tendência crescente nos anos seguintes”, aponta André Costa.

André Costa (CEO) e André Rocha (CTO), fundadores da Hoopers

Mas isso não significa que Portugal esteja no banco, à espera de entrar em campo. “Em Portugal, vamos fixar as nossas áreas de tecnologia e produto. Do ponto de vista operacional, vamos explorar oportunidades comerciais ao nível do licenciamento das nossas soluções tecnológicas junto de alguns players do setor e continuaremos a entregar projetos que impactem a comunidade, tal como temos feito até aqui”, assegura o CEO.

Um crescimento que vai passar igualmente pelo reforço da equipa. “Já recrutamos cerca de dez pessoas, como parte do processo de reestruturação da equipa. No Brasil, já temos uma equipa com três pessoas, com perfis experientes vindos do universo das startups, tecnologia e desporto. Ao longo dos próximos meses, iremos continuar a recrutar para posições nas áreas de tecnologia, marketing e vendas, especialmente em Portugal e no Brasil“, diz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Transformar o resíduo numa matéria-prima” cria riqueza

A CCDR de Lisboa e Vale do Tejo defende uma mudança de paradigma na questão dos resíduos urbanos, assente na economia circular e na sustentabilidade, de modo a criar valor e riqueza no país.

José Alho, vice-presidente da CCDR Lisboa e Vale do TejoHugo Amaral/ECO

Penso que grande parte da solução para o futuro passará por uma alteração de paradigma: transformar o resíduo numa matéria-prima”, de modo a tornar-se um valor acrescentado e sustentável na economia circular, criando riqueza. Esta é a solução preconizada pelo vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT), José Alho, face ao esgotamento da capacidade dos aterros e à necessidade de uma melhor gestão dos resíduos. As palavras foram proferidas na sessão de encerramento da iniciativa ECO Cidade, realizada em Mafra, no âmbito de uma parceria entre o ECO, o Local Online e a Sociedade Ponto Verde.

José Alho referiu que “os resíduos devem deixar de ser apenas um peso sobre os cidadãos, as autarquias, todos aqueles que são afetados pelas taxas e tarifas”, passando, sim, a ser “uma oportunidade para criar riqueza”, assente numa economia circular e de olhos postos na sustentabilidade.

O vice-presidente da CCDR-LVT apontou o exemplo do tecido económico da região de Lisboa e Vale do Tejo, que deu uma nova dinâmica aos resíduos, transformando-os noutros produtos que são uma mais-valia para a comunidade. “Temos aqui uma dinâmica de alteração e procura de soluções que nos deve deixar olhar o futuro com esperança”, sublinhou, dando conta da radiografia que a instituição fez à região no que concerne a reaproveitamento dos resíduos, com recurso a reciclagem, reutilização e reparação. “Através das plataformas do sistema de indústria responsável, conseguimos identificar os procedimentos de licenciamento e identificámos 18 indústrias na nossa região de Lisboa e Vale do Tejo que já substituem matérias-primas produzidas”.

Os resíduos devem deixar de ser apenas um peso sobre os cidadãos, as autarquias, todos aqueles que são afetados pelas taxas e tarifas, mas ser, sim, uma oportunidade para criar riqueza.

José Alho

Vice-presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR-LVT)

Os números falam por si: “45% da indústria faz isso ao nível dos resíduos de construção e demolição; 42% de óleos alimentares já são incorporados na cadeia de produção; temos 7% dos óleos minerais; e depois as madeiras com 4%”, detalhou José Alho. Destacou ainda a importância da componente geoestratégia, citando o caso da “primeira indústria de refinaria de lítio da Europa em Setúbal, que esteve recentemente em consulta pública”. Uma referência ao projeto Aurora, da petrolífera portuguesa Galp e da fabricante sueca de baterias elétricas Northvolt, com arranque previsto para 2028.

As propostas do responsável da CCDR contrariam o modelo que foi sendo construído na sociedade, ao longo dos anos, que “assenta no chavão de usar e deitar fora”. José Alho lembra, por isso, o ano de 1995, quando se contabilizavam mais de 300 lixeiras a céu aberto espalhadas pelo país. “Conseguimos com alinhamento e fundos da União Europeia construir um país onde temos aterros — independentemente de estarem agora a esgotar –, soluções de valorização energética dos resíduos e de outro tipo de valorizações, a implementação dos sistemas da recolha seletiva, a criação dos sistemas multimunicipais e as responsabilidades assumidas pelos diversos stakeholders”, salientou.

José Alho, vice-presidente da CCDR Lisboa e Vale do Tejo

O responsável focou ainda o papel fulcral da educação ambiental. “Foram as mensagens através da educação ambiental em instituições, como o extinto Instituto de Promoção Ambiental — que eu tive o prazer de presidir no final dos anos 1990 –, que trouxeram para as escolas esta preocupação, e foram, muitas vezes, as crianças que induziram o comportamento e a inquietação às famílias, aos pais”, recordou. Por isso, o número dois da CCDR-LVT defendeu que a otimização da gestão dos resíduos é da responsabilidade da comunidade em geral. “Todos temos a responsabilidade de facilitar de maneira mais ou mais punitiva do ponto de vista da fiscalidade e das taxas, ou do ponto de vista de outras soluções, para que os cidadãos aderiram a estas questões”, destacou.

A aposta agora é reduzir e reutilizar, dando uma segunda vida aos resíduos, no âmbito da economia circular, e criando assim riqueza. Acrescem as metas europeias de descarbonização, das quais o país não pode eximir-se.

Por fim, concluiu José Alho: “É preciso comunicar muito e comunicar bem para nós conseguirmos ter sucesso”, no âmbito da gestão de resíduos no país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.