Iniciativa Liberal admite comissão parlamentar de inquérito sobre situação da emergência médica

  • Lusa
  • 7 Novembro 2024

Para o Rui Rocha, o que está a acontecer no INEM "é demasiado grave", já que há "portugueses que não têm o socorro devido" – e isso exige que o Governo "seja politicamente responsabilizado".

O presidente da Iniciativa Liberal admitiu esta quinta-feira requerer uma comissão parlamentar de inquérito sobre a situação da emergência médica em Portugal e considerou que a ministra da Saúde se encontra numa situação de elevada fragilidade política.

Estas posições foram transmitidas por Rui Rocha numa conferência de imprensa no parlamento em que acusou o Governo de falta de respostas para a situação “com consequências trágicas” que atravessa o INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica).

Antes de decidir se requer uma comissão parlamentar de inquérito sobre o INEM, a IL vai primeiro ouvir a ministra Ana Paula Martins, na terça-feira, no parlamento, no âmbito das audições sobre o Orçamento do Estado. Depois, a IL agendou que este tema seja também debatido em sede de Comissão Parlamentar de Saúde.

“Queremos esclarecer tudo num quadro que é perfeitamente inadmissível e que já vem de trás. Na eventualidade de esses esclarecimentos e medidas serem insuficientes e se a auditoria não identificar dados suficientes, a IL admite mesmo como provável avançar para uma comissão parlamentar de inquérito”, declarou o presidente da IL.

Para o Rui Rocha, o que está a acontecer no INEM “é demasiado grave”, já que há “portugueses que não têm o socorro devido” – e isso exige que o Governo “seja politicamente responsabilizado”. Perante os jornalistas, o líder da IL recusou-se para já a pedir a demissão da ministra da Saúde, mas assinalou que é um dos elementos deste Governo “mais fragilizados”.

“Remeto para o primeiro-ministro, Luís Montenegro, uma ponderação e uma decisão, mas parece-me evidente que há uma fragilidade política que começa a pronunciar-se. Estamos a falar de uma área muito importantes para a vida dos portugueses”, acentuou. A seguir, o presidente da IL foi um pouco mais longe sobre a questão da presença da ministra da Saúde no executivo PSD/CDS.

“Desconheço qual vai ser o resultado da auditoria, há um conjunto de medidas que me parecem completamente inadequadas e insuficientes anunciadas na quarta-feira pelo Governo, mas vamos esperar que essas medidas e outras que são necessárias possam ser tomadas. Daqui por umas semanas, quando o parlamento retomar a sua atividade, é a altura certa para fazermos um balanço da equipa governativa, do que fez, do que não fez, que resultados existem, e de fazermos a responsabilização política que vier a ser relevante e determinante”, advertiu.

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“Daremos início em 2025 à privatização da TAP”. Pinto Luz define linhas vermelhas para a venda da companhia

Miguel Pinto Luz afirmou no Parlamento que o futuro comprador terá de manter a marca da TAP e o centro operacional e a sede em Lisboa. Governo recebeu mais de uma dúzia de manifestações de interesse.

O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, afirmou esta quinta-feira no Parlamento que o Governo irá relançar em 2025 o processo de privatização da TAP. E elencou também as exigências que serão feitas aos interessados na companhia aérea portuguesa.

Daremos início em 2025 ao processo de privatização da empresa“, afirmou o governante, que está a ser ouvido no âmbito da discussão do Orçamento do Estado na especialidade.

Miguel Pinto Luz traçou ainda as linhas vermelhas para a venda da companhia aérea. “Seja qual for o modelo, a marca TAP vai manter-se”, garantiu, tal como “as ligações estratégicas”, nomeadamente à diáspora. Disse também que o aeroporto de Lisboa continuará a ser “o centro operacional da TAP” e a sede terá de manter-se na capital.

As condições elencadas pelo ministro das Infraestruturas são semelhantes às que o Governo de António Costa tinha anunciado no processo que foi travado no final do ano passado pelo chumbo do Presidente da República ao decreto-lei de privatização, por não incluir aquelas garantias.

“Era o que faltava que marca desaparecesse, que a sede e o hub não ficasse em Lisboa e não fossem salvaguardadas as rotas da coesão e da diáspora”, reagiu João Torres, deputado do PS.

O ministro das Infraestruturas garantiu que aquelas linhas vermelhas constarão do decreto-lei do atual Governo. O objetivo do Governo é a “conclusão do processo de privatização em 2025”, acrescentou. “Pelos vistos, há um grande consenso em volta a privatização da TAP e em maximizar o retorno do dinheiro aos contribuintes”, disse ainda em resposta ao deputado do Chega, Filipe Melo.

Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, pediu a Miguel Pinto Luz que indicasse cinco rotas estratégicas só servidas pela TAP. O ministro não respondeu diretamente, mas elencou: “No plano geopolítico e estratégico todas as ligações aos PALOPS. Economicamente estratégico é o Atlântico Sul e o crescimento dos destinos no Atlântico Norte. Estamos a analisar vários modelos que permitam ao Estado português cumprir esse objetivo estratégico, mesmo não estando na gestão“, disse.

O governante reconheceu que as rotas são operadas por outras companhias, mas que a visão do Governo “é diferente” da Iniciativa Liberal. “Não abdicamos de ter uma companhia de bandeira que permita, face a alguma alteração exógena no mercado continuarmos a operar” as rotas estratégicas.

Miguel Pinto Luz afirmou, após referir os encontros do Governo com interessados na companhia aérea portuguesa, que “a reputação da TAP hoje é sólida e tem vindo a reforçar-se”, apresentando “resultados iguais ou acima” das congéneres europeias.

Questionado sobre quem são os interessados, mencionou a IAG, a Air France – KLM e Lufthansa, cujas reuniões com o Governo “são públicas”. Referiu ainda “várias manifestações de interesse” de outras companhias e fundos. Foram “mais de uma dúzia de manifestações de interesse nacionais e internacionais, de dentro e fora da Europa”.

(notícia atualizada às 18h09)

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Consulado-geral em Maputo cria canal de comunicação direta à comunidade portuguesa

  • Lusa
  • 7 Novembro 2024

O grupo na rede social Whatsapp foi criado "para disponibilizar um canal de comunicação direta adicional" para a comunidade portuguesa no país.

O Consulado-Geral de Portugal em Maputo criou um grupo na rede social Whatsapp “para disponibilizar um canal de comunicação direta adicional”, tendo em conta a “atual situação de instabilidade” em Moçambique, disse esta quinta-feira à Lusa fonte diplomática. “Este canal é exclusivamente destinado à comunidade portuguesa na área de jurisdição do Consulado-Geral para contactos em contexto de situações de crise”, explica o Consulado-Geral.

A divulgação da criação do grupo foi feita na página do Consulado-Geral na rede social Facebook e na mensagem publicada são recordados tanto o número de emergência do Consulado-Geral – +258 843987647 –, como os números de emergência disponíveis e o endereço eletrónico gec@mne.pt do Gabinete de Emergência Consular: +351 217 929 714 (atendimento 24 horas) e ainda o +351 961 706 472.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este afirmou não reconhecer os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional. Após protestos nas ruas que paralisaram o país, Mondlane convocou novamente a população para uma paralisação geral de sete dias, desde 31 de outubro, com protestos nacionais e uma manifestação concentrada em Maputo convocada para esta quinta.

Esta quinta-feira cumpre-se o oitavo dia de paralisação e manifestações em todo o país, com a generalidade a levar à intervenção da polícia, que dispersa com tiros e gás lacrimogéneo, enquanto os manifestantes cortam avenidas, atiram pedras e incendeiam equipamentos públicos e privados.

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Parlamento Europeu já aprovou metade dos comissários. Só o da Hungria vai a uma segunda volta

O atual comissário para o Alargamento e Vizinhança não conseguiu convencer os liberais europeus e terá de responder a um segundo questionário. Várhelyi é o único candidato que ainda não foi aprovado.

Os liberais europeus bloquearam a aprovação do comissário indigitado húngaro e pediram mais esclarecimentos, depois de a primeira audição não ter sido convincente. Olivér Várhelyi é, para já, o único nome dos 26 candidatos a integrar o colégio da Comissão Europeia que foi convidado a responder a um segundo questionário ainda que, segundo os eurodeputados, a audição do húngaro tenha corrido “melhor do que o esperado”, escreve o Politico.

Várhelyi, que está na corrida para ser comissário para o Bem-Estar e Saúde Animal, foi ouvido esta quarta-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas, durante três horas e meia, mas aos olhos do Renovar Europa (partido do qual a Iniciativa Liberal faz parte) os esclarecimentos prestados, que se juntam a um primeiro questionário já respondido sobre o seu eventual mandato no executivo comunitário, não foram suficientes. O candidato húngaro precisava de uma maioria de dois terços para ser aprovado.

Embora Várhelyi tenha explicado algumas das suas ambições caso fosse aprovado para o cargo – nomeadamente, a revisão do Regulamento sobre Dispositivos Médicos, a elaboração de uma Lei dos Medicamentos Críticos nos primeiros 100 dias e a proibição da criação de animais em gaiolas –, os eurodeputados ficaram com dúvidas quando o questionaram sobre os direitos das mulheres, as vacinas e as suas controvérsias passadas durante o seu mandato enquanto comissário para o Alargamento e Vizinhança.

A falta de confiança da bancada dos liberais resultou em que o candidato húngaro tenha agora que responder a um novo conjunto de questões até segunda-feira, 11 de novembro. Após essas respostas, os eurodeputados decidirão se aprovam Várhelyi ou se o chamam para uma segunda audição.

Constatamos que as respostas dadas pelo Sr. Várhelyi não corresponderam às expectativas do Renovar Europa, pelo que concluímos que não podemos apoiar a sua nomeação nesta fase”, afirmou o grupo político num comunicado de imprensa após a reunião, durante a madrugada. Já a coordenadora da Comissão do Ambiente, da Saúde Pública e da Segurança Alimentar (ENVI), a eurodeputada Sara Matthieu, acrescentou em comunicado: “O comissário indigitado Olivér Várhelyi não nos convenceu”.

Dos 16 comissários indigitados que foram submetidos a audições esta semana – uma delas, Maria Luís Albuquerque, a nova comissária para os Serviços Financeiros e União das Poupanças e Investimentos –, Várhelyi é o único que ainda não foi aprovado.

O último dia das audições parlamentares está marcado para o dia 12 de novembro, e só depois o novo colégio será votado em bloco pelo Parlamento Europeu. A votação pelos eurodeputados do colégio completo de comissários está prevista para a sessão plenária de 25-28 de novembro, em Estrasburgo.

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JPAB chega à Arábia Saudita através de nova parceria

A JPAB celebrou um acordo de colaboração estratégica com a firma saudita Ghadah Aleidi Law Firm. O objetivo é explorar sinergias e oportunidades de crescimento em áreas de interesse mútuo.

A JPAB – José Pedro Aguiar-Branco Advogados celebrou um acordo de colaboração estratégica com a sociedade de advogados saudita Ghadah Aleidi Law Firm. Segundo a firma, o objetivo é explorar sinergias e oportunidades de crescimento em áreas de interesse mútuo.

“Num contexto global onde o Médio Oriente desempenha um papel cada vez mais importante no cenário económico, esta parceria visa facilitar o acesso dos seus clientes a um leque diversificado de serviços jurídicos, abrangendo áreas como investimento estrangeiro, direito da construção e imobiliário, arbitragem internacional, direito fiscal, direito societário, M&A, e propriedade intelectual”, refere o escritório em comunicado.

Esta iniciativa reforça a capacidade do desk Árabe da JPAB de explorar, apoiar e dinamizar iniciativas nacionais nas áreas económica e financeira nos países árabes e em Portugal. Esta desk é suportada por uma equipa multidisciplinar.

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OE2025: Trabalhadores do Fisco querem mais férias e baixas pagas desde o primeiro dia

O sindicato pede a reposição do regime da Função Pública, que atribuía 28 dias de férias por idade, quer o pagamento do subsídio por doença desde o primeiro dia e um aumento das ajudas de custo.

Os trabalhadores do Fisco exigem ao Governo a reposição do regime de férias da Função Pública, que atribuía até 28 dias em função da idade do funcionário, o pagamento das baixas médicas desde o primeiro dia e um aumento significativo das ajudas de custo diárias por deslocação, de acordo com o contributo para a discussão do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) que o Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos (STI) enviou ao Parlamento.

Apesar da Fesap e STE, as duas federações sindicais representativas dos trabalhadores do Estado afetas à UGT, terem assinado um acordo plurianual para a valorização da Administração Pública que prevê, para 2025, atualizações salariais de 56,58 euros ou de 2,15% e uma atualização do abono por deslocação em 5%, o sindicato dos funcionários da Autoridade Tributária (AT), que é uma estrutura sindical independente, sem ligação às federações acima mencionadas, quer elevar a fasquia e apresenta uma série de propostas que espera ver acolhidas durante o debate orçamental na especialidade.

No que diz respeito ao regime de férias, os funcionários públicos têm direito a 22 dias e mais um por cada 10 anos de serviço, de acordo com a Lei Geral do Trabalho em Funções Pública. O Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos, liderado por Gonçalo Rodrigues desde janeiro, quer que “seja colmatada a injustiça relativamente à inexistência de uma regra que preveja o acréscimo dos dias de férias em função da idade dos trabalhadores”, lê-se no documento enviado aos deputados.

Neste sentido, propõe a reintrodução de uma benesse, que caiu durante o Governo de Pedro Passos Coelho e na sequência do resgate da troika, que permitia o gozo de 25 dias até aos 39 anos, de 26 dias até aos 49 anos, de 27 aos 59 anos e de 28 dias a partir dos 59 anos de idade, mantendo-se um dia extra por cada 10 anos de serviço.

Na proposta enviada ao Parlamento, o sindicato considera “incompreensível” a redução dos dias de férias, o que constitui “uma desvalorização dos recursos humanos” e salienta que existe “um tratamento desigual e injusto na medida em que os trabalhadores do Estado, no âmbito das Administrações Regionais e Locais já viram recuperados, pelo menos, os três dias de férias retirados”. “Importa, pois, também neste aspeto, repor a igualdade, no que se refere aos trabalhadores da Administração Pública”, lê-se no mesmo documento.

Em relação às baixas médicas, os trabalhadores da AT exigem que sejam pagas desde o primeiro dia, uma vez que, neste momento, o subsídio só é atribuído a partir da quarta falta. No documento, consultado pelo ECO, o sindicato quer “que as faltas por doença não afetem nenhum direito do trabalhador, concretamente, no ponto de vista remuneratório que não acarretem a perda (nem total nem parcial) da remuneração do trabalhador”.

Neste momento, a falta por motivo de doença de um funcionário público determina a perda da totalidade da remuneração base diária nos primeiros três dias de incapacidade temporária e a perda de 10% do salário base a partir da quarta falta e até 30 dias de ausência por doença.

Para o STI, “o regime implementado é manifestamente injusto, penalizando ainda os trabalhadores que mais depressa regressam ao serviço”. “O regime implementado conduz a que cada vez que o trabalhador retome o trabalho volte a adoecer poucos dias depois, volte a perder na totalidade a remuneração diária dos primeiros três dias, situação esta que incentiva a que, na prática, seja mais benéfico aos trabalhadores se ausentarem por mais dias”, argumenta o sindicato.

Aumento das ajudas de custo para 148 euros, em Portugal, e 261 euros, no estrangeiro

Quanto às ajudas de custo por deslocação, os trabalhadores do Fisco consideram a atualização dos abonos em 5%, que consta do acordo plurianual da Administração Pública, manifestamente insuficiente e propõem valores significativamente mais altos. O pacto assinado pelo Governo e as federações sindicais da UGT estabelece uma subida entre dois e sete euros nos subsídios de deslocação que atingem, para os níveis remuneratório mais altos (acima de 1.543,88 euros mensais brutos), um máximo de 65,89 euros por dia, em território nacional, e 156,36 euros, no estrangeiro.

O STI prefere indexar os valores ao salário mínimo nacional. Assim, para deslocações em território nacional, a ajuda de custo deve corresponder a 17% da retribuição mínima mensal garantida (RMMG). Tendo em conta que o ordenado mínimo vai avançar para os 870 euros, o valor deste abono deverá evoluir para 148,07 euros por dia, ficando bem acima do máximo de 65,89 euros fixado no acordo. Para deslocações internacionais, o valor da ajuda de custo deverá ser 30% do salário mínimo, isto é, 261 euros, quando, o acordo prevê um máximo de 156,36 euros.

Os trabalhadores do Fisco propõem ainda a redução de 14 para 12 os meses em que descontam 3,5% dos seus salários para a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos, tanto no ativo como aposentados. Na sustentação da proposta, o STI socorre-se de uma recomendação do Tribunal de Contas (TdC), de 2019, que consta de uma auditoria realizada à ADSE: “O Tribunal de Contas defende que os funcionários públicos e pensionistas do Estado devem passar a descontar sobre 12 meses por ano para a ADSE e não sobre os atuais 14 meses”.

O STI cita ainda uma parte do relatório do TdC que considera que “o facto de a taxa de desconto de 3,5% incidir sobre 14 meses (isto é, para além dos 12 meses do ano, recai ainda sobre o subsídio de férias e subsídio de Natal), significa que os beneficiários titulares da ADSE estão a contribuir para este sistema de saúde sem a correspondente contraprestação de serviços durante mais dois meses do que o ano civil”.

No contributo, enviado ao Parlamento, são ainda propostas duas medidas: a criação de um subsídio de insularidade para os trabalhadores da Autoridade Tributária em exercício de funções na Região Autónoma da Madeira e um subsídio de residência ou de isolamento para os trabalhadores dos Açores.

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Freguesias só vão poder aceder ao PT2030 em 2025

“O pacote será de 120 a 125 milhões de euros, mas não está ainda tudo fechado”, disse Hernâni Dias.

As freguesias só vão poder aceder ao Portugal 2030 em 2025. Em causa está um pacote de 120 a 125 milhões de euros.

“O Governo está a trabalhar para que as freguesias possam aceder ao Portugal 2030. Em 2025 haverá essa possibilidade. Estamos a trabalhar para que haja esse pacote financeiro e a garantir que essas verbas existem”, revelou o secretário de Estado da Administração Local, na Comissão de Orçamento e Finanças, a discussão da proposta de Orçamento do Estado para 2025.

“O pacote será de 120 a 125 milhões de euros, mas não está ainda tudo fechado”, disse Hernâni Dias. “O Governo está empenhadíssimo para que as freguesias tenham acesso a fundos comunitários sem que tenham de passar pelos municípios”, garantiu o responsável.

Há muito que as freguesias reclamam acesso direto aos fundos e sentem-se penalizadas por isso. A anterior ministra da Coesão inscreveu o acordo de Parceria do Portugal 2030 a possibilidade de as freguesias serem beneficiários de fundos europeus através dos Programas Regionais.

“As freguesias têm competências próprias, que serão aumentadas com a descentralização, nomeadamente no apoio aos cidadãos através dos Espaços Cidadão, na gestão dos espaços verdes, de pequenos equipamentos para as coletividades locais, entre outras”, disse ao ECO Ana Abrunhosa, em março de 2022. “O financiamento das freguesias será para as apoiar a fazer investimentos nestas áreas de competência”, acrescentou a responsável, na altura, explicando que “a ideia é serem diretamente beneficiárias”.

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“Economia está resiliente”. Montenegro afasta risco de contágio da Alemanha

Montenegro garante que a economia nacional está "resiliente", estando o Governo expectante de que seja possível manter essa trajetória mesmo perante uma situação de instabilidade política.

O primeiro-ministro ressalva que embora a estagnação económica na Alemanha afete, “naturalmente, toda a Europa”, que no caso português, a economia “está resiliente e com um bom desempenho”, estando o Governo expectante de que seja possível manter essa trajetória mesmo perante uma situação de instabilidade política naquela república federal.

Vamos aguardar pelas sequelas da decisão do Governo da Alemanha e a possibilidade de eleições antecipadas”, afirmou Luís Montenegro, esta quinta-feira, à margem da Cimeira da Comunidade Política Europeia (CPE), em Budapeste. “Faz parte da dinâmica interna da Alemanha”, disse.

As declarações de Montenegro surgem na sequência da decisão de o governo alemão afastar o ministro das Finanças, Christian Lindner, uma decisão que fez colapsar a coligação governamental entre os social-democratas de Scholz (SPD), os Verdes e os liberais (FDP). Jorg Kukies, conselheiro próximo do chanceler Olaf Scholz, foi indicado para ocupar o lugar.

O líder do Governo alemão acusou Lindner de ter quebrado a confiança e de ter apelado publicamente a uma política económica diferente, incluindo o que Scholz disse que seriam “reduções de impostos no valor de milhares de milhões para alguns dos que ganham mais” e, ao mesmo tempo, cortar as pensões de todos os reformados.

Com a saída de Lindner, a coligação governamental deixa de ser suportada por uma maioria parlamentar no Bundestag. E, por isso, o chanceler anunciou que irá apresentar uma moção de confiança a 15 de janeiro, que provavelmente perderá, e precipitar as eleições para março.

O cenário de instabilidade política acontece numa altura em que a economia da Alemanha registou um crescimento de 0,2% no terceiro trimestre face ao trimestre anterior, evitando assim a chamada recessão técnica. Luís Montenegro alerta que o cenário de estagnação não passa despercebido na Europa.

“A estagnação económica da Alemanha, que naturalmente necessita que esta situação política seja resolvida, afeta toda Europa. É o principal motor económico da Europa”, disse, afastando o risco de contágio na economia portuguesa. “Felizmente a nossa economia está resiliente, com um bom desempenho. A minha expectativa é que possamos fazer o nosso trabalho“, vincou.

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Publicado diploma que regula citações eletrónicas em processos judiciais

O diploma que regula as soluções para que as notificações e citações de processos judiciais possam ser feitas por via eletrónica foi publicado em Diário da República.

O diploma que regula as soluções para que as notificações e citações de processos judiciais possam ser feitas por via eletrónica foi publicado em Diário da República, concretizando uma medida prevista no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

Em causa está um projeto que visa ultrapassar os constrangimentos que atualmente se observam no caminho da universalização da desmaterialização das citações e notificações em processos judiciais, nomeadamente no processo de insolvência.

A solução agora desenhada para ultrapassar os constrangimentos e universalizar a citação eletrónica vem acompanhada de várias salvaguardas, segundo se lê na exposição de motivos.

Assim, as empresas que não registem um endereço de correio eletrónico para ficar associado à sua área reservada serão citadas por via postal. Contudo, ao contrário do sistema atual (em que, em caso de não receção de uma primeira carta, se envia uma segunda), o novo regime garante “o envio de uma única carta que, em caso de não receção, é depositada na caixa de correio”, devendo neste caso a pessoas coletiva “pagar o serviço de citação por via postal, tal como atualmente os autores pagam o serviço de citação por contacto pessoal”.

Tomada de posse do Procurador-Geral da República Amadeu Guerra - 12OUT24
Ministra da Justiça, Rita Alarcão JúdiceHugo Amaral/ECO

Já para as empresas que registem um endereço de correio eletrónico para ficar associado à sua área reservada, determina-se que, quando a citação é disponibilizada nessa área, é enviado um aviso para o endereço de correio eletrónico associado.

Além disso, considera-se como data em que a citação é efetuada aquela em que é consultada na referida área reservada, sendo que se tal não acontecer no prazo de oito dias, é enviado novo aviso.

O diploma hoje publicado e que entra em vigor nos próximos dias (prevendo, no entanto, um regime transitório para várias situações) permite também que os particulares que assim o desejem adiram à citação eletrónica.

No debate no parlamento da proposta que autorizou o Governo a regulamentar esta matéria, a secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo, referiu que a citação é a parte “mais demorada dos processos” consumindo, em regra, mais de metade do tempo de duração destes.

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Tribunal da Relação diz que antiguidade de trabalhadores da banca abrange todo o serviço efetivo

  • Lusa
  • 7 Novembro 2024

O Tribunal da Relação de Lisboa deu razão aos sindicatos no processo sobre a fórmula de cálculo do prémio de antiguidade dos trabalhadores bancários.

O Tribunal da Relação de Lisboa deu razão aos sindicatos no processo sobre a fórmula de cálculo do prémio de antiguidade dos trabalhadores bancários, que deve abranger a totalidade do seu serviço efetivo.

Em comunicado emitido, os sindicatos da UGT afetos à banca – Mais Sindicato, Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN) e Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Banca, Seguros e Tecnologias (SBC) – registam que esta decisão se debruça sobre a forma de cálculo do prémio de antiguidade prevista no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da banca.

“O prémio de antiguidade, que constava do ACT do Setor Bancário substituído pelo ACT de 2016, deve ser pago tendo em conta todos os anos de serviço prestados e não, como têm entendido os Bancos, na proporção pelos anos prestados por cada período”, sublinham os sindicatos no documento.

Num outro comunicado, também o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB) abordou a decisão da Relação sobre o que consideram ser “um passo decisivo para garantir justiça e equidade no reconhecimento dos anos de serviço dos bancários”.

“Esta decisão do Tribunal da Relação confirma o que sempre defendemos: que cada ano de bom serviço dos trabalhadores merece ser valorizado de forma justa. Apelamos aos Bancos que aceitem este veredicto, que respeitem o Acordo Coletivo de Trabalho e que coloquem um ponto final a este litígio”, disse o presidente do SNQTB, Paulo Gonçalves Marcos, citado no documento.

Mais Sindicato, SBN e SBC remetem para o ACT, que deve ser interpretado “no sentido de que os anos relevantes – para o pagamento do prémio dos 15 anos, dos 25 anos e dos 30 anos – são a totalidade de anos decorridos desde a admissão do trabalhador pela entidade patronal outorgante do acordo, até ao número de anos de efetivo e bom serviço prestados à data da entrada em vigor do referido ACT”.

De resto, os três sindicatos apontam que se deve respeitar “a proporção direta de x/15, x/25 e x/30”.

“O que está em causa no presente acaba por ser de apreensão simples: em momento algum se pode retirar do clausulado em vigor uma interpretação que, atendendo ao vencimento do prémio de antiguidade, se estribe em pagamentos escalonados em razão de períodos de tempo analisados em separado, ou ‘compartimentados’”, rematam.

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Portugal vai pedir sexto cheque do PRR com metas e marcos por cumprir

Concurso para a compra de dois barcos os Açores ficou deserto e será impossível cumprir esse marco. Sexto pedido de desembolso vai ser feito este mês.

O sexto pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), afinal, vai ser entregue este mês, mas não vai ser limpo, ou seja, não terá cumpridas todas as metas e marcos que lhe estão associadas.

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial anunciou esta quinta-feira, no Parlamento, que o sexto pedido de pagamento do PRR vai ser feito este mês. O primeiro-ministro tinha dito, em outubro, que Portugal ia pedir ainda nesse mês o desembolso do sexto cheque, algo que acabou por não acontecer. E enquanto o país ainda aguarda a avaliação da Comissão Europeia relativamente ao quinto cheque, o secretário de Estado do Desenvolvimento Regional explicou que este pedido não será limpo.

Teremos de fazer o pedido deixando de fora o cumprimento de um ou outro marco, para que se possa fazer à mesma o pedido de pagamento”, disse Hélder Reis. Os países só podem fazer dois pedidos por ano à Comissão Europeia e Portugal tenciona fazer os dois para que a taxa de execução do PRR possa avançar.

“Soubemos a semana passada que o concurso para a compra de dois barcos os Açores ficou deserto”, explicou o responsável, dado este exemplo como algumas das “dificuldades acrescidas” que o a execução do PRR tem enfrentado. “São constrangimentos no contexto da gestão do PRR que não esperávamos e que não conseguimos resolver num espaço curto de tempo”, reconheceu.

Em causa está o concurso para a construção de dois barcos elétricos para a empresa de transporte marítimo de passageiros e viaturas nos Açores. A presidente do conselho de administração da Atlânticoline, Isabel Dutra, em declarações à Lusa a 22 de outubro, disse que “o concurso não teve o desfecho” desejado, “tendo em conta que, já depois de adjudicada a proposta, o consórcio vencedor veio solicitar alterações, quer ao prazo de execução, quer às características técnicas dos navios, alterações essas que contrariavam o que estava definido no caderno de encargos”, explicou à Lusa a presidente do Conselho de Administração da Atlânticoline.

Pelo caminho ficaram ainda outros dois marcos: a assinatura do contrato relativo ao navio de investigação multifuncional, na região Autónoma da Madeira, cujo concurso também teve problemas; e a assinatura do contrato relativo à construção de uma linha de metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures, investimento que é assegurado pela componente empréstimos do PRR, acrescentou o secretário de Estado.

O sexto pedido de pagamento é de 1,86 mil milhões de euros e a assinatura do contrato para a aquisição de dois ferries elétricos para o transporte de passageiros e veículos entre as ilhas de Pico, Faial e São Jorge é dos marcos que lhe está associado.

Não será a primeira vez que Portugal não vai receber a fatia completa de um cheque. Foi o que aconteceu com o terceiro e quarto pedidos de desembolso feitos em simultâneo e dos quais Bruxelas reteve 713 milhões.

A demora a análise do quinto cheque deve-se a pedidos de sucessivos de informação por parte da Comissão Europeia, nomeadamente as verificações para evitar o duplo financiamento. “Estamos a aguardar pelo desembolso do quinto pedido de pagamento e uma das matérias que levou a uma maior dilação o tempo de análise deste 5.º pedido foi a necessidade de andarem a aferir o duplo financiamento, ou seja, termos a garantia que os sistemas de informação nos dão a informação correta de que um determinado projeto não tem financiamento do PT2030 e do PRR”, explicou Hélder Reis.

O Governo espera que a Comissão Europeia valide “dentro de poucas semanas” os marcos e metas do quinto pedido de pagamento, apresentado há já alguns meses, altura em que a taxa de execução em termos de marcos e metas – que atualmente se situa nos 23% – “vai passar para 32%”, frisou Castro Almeida.

Reconhecendo que “há coisas que começam a parecer uma impossibilidade” de executar a tempo o PRR, já está anunciada uma reprogramação. Um exercício “forçado”, as palavras de Castro Almeida e que está “numa fase interna de levantamento“, segundo Hélder Reis. “Estamos a falar com a estrutura de missão e todas as áreas governativas a fazer o levantamento das possibilidades e do que achamos que conseguimos”, explicou o secretário de Estado. “Para saber o que fazer o curto prazo isso implica ter uma visão completa do todo o pacote PRR, identificar o montante de verbas em jogo.

O objetivo do Governo é executar 7.800 milhões de euros do PRR em 2025. “É quanto contamos executar no plano financeiro no ano de 2025”, disse Castro Almeida, salientando que “é bastante mais do que o que foi executado em três anos de PRR”, que “arrancou muito devagar”. Para 2024, o ministro Adjunto e da Coesão, na Comissão de Orçamento e Finanças, disse que “o Governo estabeleceu o objetivo de chegar ao final do ano com uma taxa de execução dos marcos e metas de 40%. Na próxima semana, meados de novembro, estaremos nos 37,5%, portanto, a caminho dos 40% no final de dezembro de 2024”, detalhou.

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Ex-autarca de Caminha Miguel Alves conhece novo acórdão a 15 de novembro

  • Lusa
  • 7 Novembro 2024

O Tribunal de Viana do Castelo agendou para 15 de novembro a leitura do novo acórdão do julgamento do ex-presidente da Câmara de Caminha Miguel Alves e da empresária Manuela Sousa.

O Tribunal de Viana do Castelo agendou para 15 de novembro a leitura do novo acórdão do julgamento do ex-presidente da Câmara de Caminha Miguel Alves e da empresária Manuela Sousa, após anulação da primeira decisão.

“Lido a decisão proferida pelo Tribunal da Relação de Guimarães (TRG) e em seu cumprimento, entende o tribunal não haver necessidade de repetir produção de prova, pelo que se designa para a leitura do acórdão o próximo dia 15 de novembro pelas 10h00”, refere um despacho da juíza presidente, a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Após recurso do Ministério Público (MP), em final de setembro, o TRG anulou o primeiro acórdão do Tribunal de Viana do Castelo que, em 15 de fevereiro, absolveu o antigo autarca – que se demitiu do cargo de secretário de Estado Adjunto do então primeiro-ministro António Costa após saber da acusação — e Manuela Sousa, de prevaricação, crime alegadamente cometido na contratação de serviços de assessoria de comunicação para o município a sociedades detidas pela empresária “sem qualquer procedimento de contratação pública”.

Os juízes desembargadores ordenaram à primeira instância que corrigisse uma nulidade e proferisse nova decisão.

“Decretar a nulidade do acórdão recorrido, devendo o processo regressar à primeira instância para ser elaborada nova decisão final que, se necessário com recurso a repetição de prova”, responda a um ponto da acusação referente a valores cobrados (3.000 euros + IVA) por uma das sociedades de Manuela Sousa à autarquia por serviços de assessoria de comunicação prestados em julho de 2014, refere o acórdão do TRG.

O TRG sustenta que este ponto da acusação “não aparece nos factos provados nem nos não provados, mas apenas parcialmente subentendido no facto não provado”.

“De todo o modo, o valor que foi atribuído pela Mediana aos serviços prestados no mês de julho de 2014 não consta como provado nem como não provado, embora não seja pormenor inócuo na economia da acusação, onde é expressamente alegado, desde logo por constituir complemento e enquadramento de matéria dela constante, que veio inclusive a ser considerada provada no ponto 25 do acórdão”, salienta a Relação de Guimarães.

Os desembargadores frisam que “esta omissão não integra um vício decisório, como é alegado no recurso [do MP], mas uma violação parcial do dever de fundamentação, que exigia a enunciação como provados ou não provados de todos os factos descritos na acusação”.

“Urge, pois, decretar a nulidade do acórdão [da primeira instância], determinando a prolação de nova decisão que, livre do referido vício, colmate a lacuna apontada, retirando as consequências jurídico-penais que se tiverem por convenientes. O que não pode ser feito nesta instância, pois a omissão detetada não permite que se possa saber qual o verdadeiro sentido desse ponto da decisão recorrida”, justifica este tribunal superior.

No primeiro acórdão, o Tribunal de Viana do Castelo deu “como não provada a acusação do MP” e que não foi sustentado “por quaisquer meios de prova” o crime em coautoria de prevaricação de titular de cargo político, de que vinham acusados o ex-autarca do PS e a empresária.

Segundo a juíza presidente, o crime de prevaricação “caiu por terra” por não terem sido dadas como provadas irregularidades no concurso público lançado pela autarquia para a contratação dos serviços de assessoria e comunicação das empresas de Manuela Sousa.

A acusação do MP sustenta que, em 2014, Miguel Alves e Manuela Sousa, que à data dos factos usava o apelido Couto, “mantiveram contactos com vista à prestação de serviços de comunicação, gestão de imagem e assessoria de comunicação à autarquia pelas sociedades MIT e Mediana”, detidas e controladas pela arguida. Os serviços teriam sido, alegadamente, prestados sem qualquer enquadramento formal, contratual ou contabilístico.

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