Aplicação do passe de transportes Navegante sob ataque informático

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

A aplicação Navegante está sob ataque informático desde segunda-feira. É impossível carregar os passes de transporte da Área Metropolitana de Lisboa através deste método.

A aplicação Navegante para telemóveis está sob ataque informático desde segunda-feira e esta terça-feira continua a não ser possível carregar os passes de transporte da Área Metropolitana de Lisboa através deste método, disse à Lusa fonte da Transportes Metropolitanos de Lisboa.

Segundo a empresa gestora do cartão Navegante, estão a ser feitos todos os esforços para a resolução do problema. “O ataque informático foi devidamente reportado às autoridades e até ao momento ainda não sabemos de onde provem”, explicou, perto das 10h30.

De acordo com a fonte, o cartão Navegante pode ser carregado em todos os locais físicos onde já se podia fazê-lo antes da possibilidade dada este ano pela aplicação móvel.

“É habitual uma grande afluência nesta altura aos locais para a renovação do acesso à gratuitidade do passe que todos os anos tem de ser feita pelos estudantes. Este ano foi prolongado até final de outubro, mas é normal a afluência sobretudo nesta altura, por isso a aplicação era uma forma de evitar filas”, explicou a fonte oficial, lembrando a existência de uma linha para ativar a gratuitidade no caso dos jovens estudantes (218 206 050).

Os utilizadores podem ainda carregar o cartão no multibanco, nas bilheteiras dos operadores de transporte e nas máquinas de venda automática da CP, do Metropolitano de Lisboa, do Metro Sul do Tejo, da Transtejo/Soflusa e da Fertagus, além da rede de agentes Navegante Payshop.

O cartão Navegante é o passe mensal, com várias tipologias, que pode ser usado em todos os transportes públicos dos 18 municípios da Área Metropolitana de Lisboa, como a rede rodoviária da Carris e da Carris Metropolitana, os comboios da CP e da Fertagus, o Metropolitano de Lisboa, o Metro Sul do Tejo e a rede de autocarros MobiCascais, entre outros.

Integram a Área Metropolitana de Lisboa os municípios de Lisboa, Loures, Odivelas, Amadora, Oeiras, Cascais, Sintra, Mafra e Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, e Almada, Seixal, Barreiro, Alcochete, Palmela, Setúbal, Sesimbra, Moita e Montijo, no distrito de Setúbal.

O passe pode ser carregado nos espaços Navegante Carris Metropolitana, nos postos Navegante (modo self-service), no ponto Navegante assistido da Transtejo/Soflusa na estação fluvial do Cais do Sodré e no ponto Navegante assistido na loja da Parques Tejo (CC Dolce Vita Miraflores).

O valor do passe municipal é de 30 euros e o do metropolitano 40 euros, valores que se mantêm inalterados desde a sua criação, em 2019.

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Azul ameaça romper com a TAP no Brasil se dívida não for paga

  • ECO
  • 1 Outubro 2024

A companhia aérea brasileira quer garantias adicionais para empréstimo que fez à TAP SGPS em 2016. Já avisou interessados na privatização que romperá acordo no Brasil se dívida não for saldada.

A elevada quota de mercado da TAP nas ligações entre a Europa e o Brasil é o ativo mais cobiçado pelos interessados numa futura privatização. A brasileira Azul veio na segunda-feira ameaçar romper o acordo com a transportadora portuguesa, que ajuda a angariar passageiros para os voos da TAP, caso não seja paga uma dívida da SGPS ou adicionadas novas garantias.

A ameaça foi deixada pelo CEO da Azul, John Rodgerson, em entrevista à CNN Portugal, que já avisou os interessados na venda da TAP: Lufthansa, IAG e Air France – KLM. “Falámos com todos. É nosso papel, porque eles também querem saber se o acordo com a Azul vai continuar? E eu digo, depende, depende dessa dívida”, afirmou o gestor.

A dívida foi contraída em 2016, após a privatização que colocou 61% da TAP nas mãos da Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman. Este último era também o principal acionista e presidente da Azul, tendo avançado com um empréstimo acionista convertível em ações, no valor de 90 milhões de euros, para capitalizar a TAP SGPS. No final de 2023, incluindo os juros, o montante em dívida à Azul já somava 160 milhões. Até à data de reembolso, em 2026, serão 198 milhões.

É esta dívida que a gestão da Azul, que atravessa dificuldades financeiras, teme que não seja paga. O Estado já injetou 2,89 mil milhões de euros na TAP S.A, que tem a companhia aérea, obliterando a participação da TAP SGPS, que deixou de ser acionista. Na holding ficou apenas a Portugália, que deverá ser integrada na TAP S.A., a participação minoritária na SPdH, agora Menzies Aviation Portugal, a participação de 51% na Cateringor e a Manutenção & Engenharia Brasil, em liquidação.

Estão a tirar essas coisas boas da TAP SGPS para a TAP S.A., mas querem que a dívida fique na TAP má. Isso obviamente é contra a lei“, afirma Rodgerson. Quer, por isso, que a dívida seja paga ou sejam reforçadas as garantias.

O que estamos a dizer é que tem de haver garantias ou tem de pagar de volta. O que não pode fazer é esperar por 2026 e depois dizer, está quebrado, porque se tiraram todas as coisas boas que poderiam pagar essa dívida”, avisa.

Rodgerson salienta que a Azul é “o maior parceiro da TAP dentro do Brasil. A TAP serve 11 cidades no Brasil e em muitas dessas cidades, a Azul é a empresa aérea que tem mais serviços e mais conectividade. Mas isso seria uma [situação] perde-perde e seria mais difícil vender a empresa, porque sem a conectividade do Brasil, o valor da TAP também cai”, aponta.

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Dívida pública recua pelo segundo mês consecutivo

O stock da dívida pública na ótica de Maastricht emagreceu em agosto 0,35% para 273,7 mil milhões de euros. No entanto, este ano, até agosto, a dívida pública acumula mais 11,8 mil milhões de euros.

O stock da dívida pública portuguesa voltou a diminuir em agosto, registando uma queda de 0,35% ou 975 milhões de euros face ao mês anterior, segundo dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal. Esta é a segunda descida consecutiva, após a redução de 0,75% verificada em julho.

“Esta descida refletiu, sobretudo, a redução dos títulos de dívida (-0,5 mil milhões de euros), principalmente de longo prazo, e das responsabilidades em depósitos (-0,3 mil milhões de euros)”, refere o Banco de Portugal em comunicado.

Apesar desta recente desaceleração, o panorama do endividamento público em 2024 continua a mostrar um crescimento significativo. Desde o início do ano, o stock da dívida das administrações públicas já acumula um aumento de 11,8 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 4,5%.

Trata-se do maior incremento observado nos primeiros oito meses do ano desde 2020, quando a dívida pública disparou 6,9% entre dezembro de 2019 e agosto de 2020, impulsionada pelas medidas de resposta à crise pandémica.

O crescimento acentuado da dívida pública em 2024 contrasta com a trajetória de redução observada nos últimos anos. Em 2023, Portugal conseguiu reduzir o rácio da dívida pública para 97,9% do PIB, ficando abaixo dos 100% pela primeira vez desde 2009.

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FNAC do Colombo reabre loja com semana cultural

  • + M
  • 1 Outubro 2024

A loja FNAC do Colombo, a primeira loja da marca em Portugal, vai reabrir totalmente renovada esta terça-feira. A data é assinalada com vários concertos e atividades durante quatro dias desta semana.

A FNAC no Colombo vai reabrir totalmente renovada nesta terça-feira, dia 1 de outubro. Para celebrar a data, a loja conta com vários concertos e outras atividades no seu programa cultural ao longo da semana.

A marca vai assinalar a reabertura da primeira loja no país com um concerto ao vivo da cantora Áurea, às 21h00, nesta terça-feira. Para além de Áurea, Cuca Roseta também vai atuar no novo auditório da loja, no dia 3 pelas 21h00. No dia 5, pelas 17h00, há o lançamento de “Novos Talentos FNAC 2024”. Para além destes eventos, ao longo dos dias 1,3,5 e 6 haverá performances de violino, saxofone, trio de cordas e atividades de pintura facial para as crianças. A semana cultural acaba com a atuação de LATTE, no dia 6 também pelas 17h00.

Ao longo destes 26 anos, a FNAC Colombo tem sido um verdadeiro ponto de encontro para os amantes de cultura, tecnologia e música, pelo que esta renovação vai muito além do aspeto visual. Acima de tudo, reflete a nossa preocupação constante em atender às necessidades dos nossos clientes”, refere Nuno Luz, diretor-geral da FNAC Portugal e da FNAC Ibéria, em comunicado.

Com a renovação, a FNAC Colombo, que conta com mais de 130 colaboradores, passou de 2.600 metros quadrados para 3.000. A zona da livraria torna-se a parte central da loja com cerca de 100 mil títulos (mais 30 mil), mas também as áreas tecnológicas foram ampliadas, com novos espaços multimédia e com um serviço de laboratório especializado na Clínica FNAC. A loja passa a contar também com espaços de marcas como a Apple, Samsung, Xiaomi, Intel, Bose, Sony, Marshall, JBL, Lenovo, HP, Hisense e Lego. Há ainda uma nova área focada na Inteligência Artificial.

O novo fórum para eventos culturais, que vai servir de palco aos concertos desta semana, será um espaço para lançamentos, apresentações, debates, showcases e exposições, e contará também com um FNAC Café igualmente renovado.

A loja ainda vai disponibilizar um serviço de personalização para capas de smartphones, como serviços para o cartão aderente, bilheteira, planos de proteção, click & collect, serviços de reparação e de retomas, além de produtos de papelaria, jogos, brinquedos e música.

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IL propõe criação de uma comissão de inquérito à nacionalização e reprivatização da Efacec

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

Rui Rocha explicou que os objetivos desta iniciativa passam por "identificar as condições em que foi feita a primeira nacionalização" e perceber como "foi feita a primeira tentativa de privatização".

A Iniciativa Liberal anunciou esta terça-feira que vai avançar com uma proposta para a formação de uma comissão parlamentar de inquérito aos processos de nacionalização e reprivatização da Efacec.

Em conferência de imprensa na Assembleia da República, o presidente da IL, Rui Rocha, afirmou que os objetivos desta iniciativa passam por “identificar as condições em que foi feita a primeira nacionalização” e perceber como “foi feita a primeira tentativa de privatização” e a “privatização que veio realmente a acontecer”.

O partido, disse Rui Rocha, pretende que seja analisado o período “desde a intervenção do Estado e a decisão da intervenção do Estado até à privatização, porque em cada um destes períodos há coisas muito estranhas que têm de ser analisadas”.

O líder da IL sustenta que este pedido do partido ganha força com o Relatório da Auditoria ao Financiamento Público da Efacec, que o Tribunal de Contas entregou à Assembleia da República esta segunda-feira, onde se deteta uma “responsabilidade para os contribuintes de cerca de 565 milhões de euros, no seu máximo”.

De acordo com essa auditoria, a decisão do Estado em nacionalizar e depois reprivatizar a Efacec pode atingir um custo, em financiamento público, de 564 milhões de euros, sendo que os objetivos não foram alcançados.

“A decisão do Estado em nacionalizar a Efacec não foi acompanhada da previsão do seu impacto nas finanças públicas e os objetivos da nacionalização não foram alcançados“, disse a entidade, num comunicado divulgado Na segunda-feira.

O pedido dará entrada em breve no parlamento, esclareceu Rui Rocha, que acrescentou que na lista de nomes que lhe “vêm imediatamente à memória” para chamar a esta comissão consta o antigo primeiro-ministro António Costa, e os antigos ministros da Economia Pedro Siza Vieira e António Costa Silva.

“Eu recordo até que o ministro António Costa Silva declarou que no dia da privatização definitiva da Efacec era um dia feliz para Portugal. Faria se não tivéssemos perdido no negócio cerca de 500 milhões de euros, então o que seria? Isso sim seria um dia feliz”, disse.

Para esta comissão de inquérito avançar é necessário o voto a favor de um quinto dos deputados, pelo que a IL, sozinha, não pode viabilizar a constituição deste tipo de comissões e depende do apoio das restantes forças.

Rui Rocha disse não ter sido feito “nenhum tipo de contacto” com outros partidos de modo a viabilizar a proposta liberal, mas lançou “o desafio ao PSD” para que aprove esta comissão.

“Eu espero que o PSD aprove esta comissão parlamentar de inquérito. É preciso identificar o que correu mal, qual é o envolvimento dos decisores políticos, qual é o valor final que os portugueses vão ter de suportar, porque é que se fez a privatização à Mutares como se fez”, disse.

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Privados têm quase 40 mil milhões em intenções de investimento em renováveis e hidrogénio

Programa de energia e clima (PNEC2030) está concluído e será aprovado em Conselho de Ministros na sexta-feira. Vai ser criada uma instituição para acelerar execução dos fundos na área ambiental

Os investidores privados pretendem investir cerca de 40 mil milhões de euros em projetos de hidrogénio e energias renováveis, anunciou a ministra do Ambiente. Maria da Graça Carvalho revelou que o programa de energia e clima (PNEC2030) está concluído e será aprovado em Conselho de Ministros na próxima sexta-feira. Um Conselho de Ministros que será muito dominado pelas questões ambientais.

“Acabámos há poucos dias, após consulta pública que recebeu muitas respostas, o nosso programa de energia e clima”, disse Graça Carvalho nas jornadas parlamentares do PSD. “Irá a Conselho de Ministros na próxima sexta e depois será discutido na Assembleia da República”, acrescentou.

No programa são fixadas várias metas, explicou a ministra do Ambiente: fixação da meta de redução de gases com efeito de estufa face a 2005 para 2030 de 55%, aumento do peso das energias renováveis de 51%, aumento capacidade de armazenamento de dois gigawatts, uma diferença face ao previsto pelo anterior Governo que era de 1 gigawatt, “mas temos de tentar ir mais além”.

Mas ao nível do hidrogénio a opção foi baixar os objetivos de cinco para três gigawatt e nas eólicas offshore temos dois gigawatts para 2030 em vez dos falados dez gigawatts.

Para chegar a estes valores é preciso muito investimento, reconheceu a responsável. O Ministério do Ambiente conta com três mil milhões de euros no Sustentável 2030, o programa do Portugal 2030, o PRR na área da energia e clima tem 5,4 mil milhões e o Fundo Ambiental, apesar da dificuldade em calcular a sua dotação já que depende das taxas de emissão que são recolhidas anualmente, até 2030 deverá ter nove mil milhões euros. Tudo somado são 17,6 mil milhões de euros de investimento público para estas áreas.

O Conselho de Ministros de sexta-feira trará novidades ao nível do Fundo Ambiental. Será criada “uma instituição bem equipada de pessoas e meios para garantir a execução do Fundo ambiental e de todos os fundos no nosso Ministério”, anunciou Graça Carvalho. O objetivo é “acelerar as avaliações no fundo ambiental aumentando a eficácia e rapidez na avaliação”, explicou.

Mas há também “muito investimento privado”, garantiu. “Há muitas empresas nacionais e internacionais que querem investir”, entre pedidos de ligação à rede, de pedidos de licenciamento ou de impacte ambiental de cerca de 18,9 mil milhões de euros em projetos de hidrogénio e cerca de 20,9 mil milhões de projetos de energias renováveis”, detalhou.

No Conselho de Ministros de sexta-feira será ainda aprovado um decreto-lei para o mercado de emissão e uma estratégia para a descarbonização da aviação. Ao nível da indústria será ainda lançado um novo leilão de gases renováveis, além do leilão de 140 milhões de euros no âmbito do PRR.

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Euribor cai para novos mínimos a três e a seis meses e sobe a 12 meses

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

Os indexantes utilizados no crédito à habitação têm vindo a baixar nos últimos meses, fruto da inversão na política monetária do Banco Central Europeu.

A Euribor desceu esta terça-feira a três e a seis meses para mínimos desde abril e março de 2023, e subiu a 12 meses, depois de terminar setembro com médias inferiores nos três prazos e abaixo de 3% no prazo mais longo.

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou para 3,092%, menos 0,013 pontos do que na anterior sessão e um mínimo desde 21 de março de 2023.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2023, subiu esta terça-feira, para 2,749%, mais 0,002 pontos do que na segunda-feira.
  • Já a Euribor a três meses desceu, ao ser fixada em 3,252%, menos 0,027 pontos e um novo mínimo desde 27 de abril de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a julho mostram que a Euribor a seis meses representava 37,1% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,2% e 25,4%, respetivamente.

A média da Euribor em setembro desceu a três, a seis e a 12 meses, menos acentuadamente do que em agosto e com menos intensidade nos prazos mais curtos.

A média da Euribor em setembro desceu 0,114 pontos para 3,434% a três meses (contra 3,548% em agosto), 0,167 pontos para 3,258% a seis meses (contra 3,425%) e 0,230 pontos para 2,936% a 12 meses (contra 3,166%).

Na mais recente reunião de política monetária, em 12 de setembro, o BCE desceu a principal taxa diretora em 25 pontos base para 3,5%, depois de em 18 de julho ter mantido as taxas de juro diretoras.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Na quarta-feira, em 18 de setembro, foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 17 de outubro na Eslovénia.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Mercado ibérico da eletricidade faz 20 anos, mais robusto mas mais extremado

O mercado ibérico da eletricidade é tido como um projeto de sucesso. Porém, anos recentes têm revelado novos desafios e maior instabilidade nos preços, incitando a reflexões sobre o futuro.

Esta terça-feira é marcada pelos 20 anos do Mercado Ibérico da Energia Eléctrica – Mibel, o mercado no qual os produtores vendem a sua energia aos comercializadores (ou até a grandes consumidores, diretamente). O balanço é positivo, de acordo com os especialistas consultados pelo Eco/Capital Verde. No entanto, 20 anos depois, o contexto é radicalmente diferente, o que coloca novos desafios a este mercado. O armazenamento é uma das soluções mais unânimes para lidar com a recente instabilidade de preços.

Foi em outubro de 2004 que os governos português e espanhol assinaram, em Santiago de Compostela, o acordo que fazia nascer este mercado, com o objetivo de promover a integração dos sistemas elétricos dos dois países. A aproximação entre os dois polos energéticos iniciou-se em 1998 mas, depois da assinatura do acordo, passaram-se ainda três anos antes de o mercado estar ativo de ambos os lados da fronteira.

Foi em 2007 que os mercados português e espanhol negociaram pela primeira vez de mãos dadas, no âmbito do Mibel. A ligação foi-se estreitando, com os valores lusos e castelhanos a ficarem cada vez mais próximos, até mal se distinguirem. Na ótica dos especialistas do setor contactados pelo ECO/Capital Verde, a história do Mibel é unanimemente uma “história de sucesso”. Está hoje “mais adulto e robusto”, classifica João Nuno Serra, presidente da ACEMEL — Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado.

"Os dois países tiveram grandes benefícios com o Mibel.”

António Vidigal

Consultor de energia

“Os dois países tiveram grandes benefícios com o Mibel”, defende contudo o ex-CEO da EDP Inovação, António Vidigal. Alguns dos maiores beneficiados são os consumidores: “se tivéssemos um mercado exclusivamente nacional, não teríamos acesso aos preços da energia que temos hoje. Os consumidores de uma forma geral beneficiaram e muito“, sublinha João Serra, presidente da ACEMEL — Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado.

Acresce a este ponto forte, na opinião de João Serra, a cada vez maior penetração de renováveis no mix energético, que acredita ter sido impulsionada pelo modelo de mercado. A união entre Portugal e Espanha estimula o investimento nestas novas tecnologias. Um reforço da interligação com França daria “mais força” a esta dinâmica, realça ainda.

Houve também um benefício em termos de segurança de aprovisionamento para ambos os sistemas, “alavancada pela forte interligação elétrica entre os dois países”, assinala António Vidigal. Se, por um lado, Portugal tem podido beneficiar dos excedentes de produção de Espanha, Espanha tem podido exportar para Portugal excedentes que de outra forma seriam desperdiçados, uma vez que a capacidade de interligação de Espanha com França e com Marrocos é “substancialmente menor do que a interligação com Portugal”, afirma.

Os objetivos originais do mercado também foram bem sucedidos noutras frentes como a criação de concorrência, através da multiplicação no número de operadores, e a convergência de preços, aponta Nuno Ribeiro da Silva, ex-CEO da Endesa em Portugal e atual consultor na área da energia. A convergência regulatória, por outro lado, “pode ser o tema que não evoluiu com tanto sucesso”, avalia, apelando a que lhe seja dada particular atenção no futuro. Este desencontro, entende, foi particularmente visível durante a crise energética, quando foi criado

Modelo está para ficar. Talvez com “ajustes”

Desde a inauguração que o preço médio anual mais comum se situa em torno do intervalo dos 40 a 50 euros por megawatt-hora. No entanto, nos últimos cinco anos, viveram-se oscilações mais extremas nos preços — as quais fizeram, até, levantar questões ao nível do modelo que sustenta este mercado desde os seus primórdios.

Durante a mais recente crise energética, que se iniciou em 2022 e prolongou ainda em 2023, atingiram-se máximos históricos no Mibel: em agosto de 2022 chegou a registar-se um pico de 544,98 euros por megawatt-hora (euro/MWh). Na altura, os preços energéticos pressionavam os consumidores domésticos e industriais de tal forma que chegou mesmo a aplicar-se um “remendo” a nível ibérico: foi criado o mecanismo ibérico que colocava um tecto nos preços da eletricidade originada com base em gás natural.

Mais recentemente, os ânimos exaltaram-se pelo motivo oposto: em março registaram-se mínimos de 10 anos e abril abriu com algumas horas a marcar valores negativos no mercado ibérico. O setor alertou para potenciais “problemas” dos preços baixos, em particular na viabilização de projetos renováveis, e apontou a necessidade de reequilibrar o mercado.

 

A questão de manter ou não o modelo marginalista, que determina de momento a formação dos preços da eletricidade no mercado grossista, foi fechada nos recentes trabalhos em Bruxelas, que emitiu regulação quanto ao mercado europeu da eletricidade, relembra Nuno Ribeiro da Silva. A Comissão Europeia optou por, na altura, não mexer no modelo. No entanto, concede o especialista, “os países podem, dentro do chapéu definido por Bruxelas, e sabendo que a regra do mercado marginalista é a regra-mãe, encontrar formas de amortecer e mitigar esses efeitos” de oscilações pronunciadas.

Para António Vidigal, “faz todo o sentido repensar o modelo“, já que “o preço do mercado grossista é quase sempre determinado pelo preço do gás natural, embora ele só satisfaça uma percentagem baixa do consumo, quando comparado com as energias renováveis”. Numa situação em que o mercado passe a funcionar predominantemente com base em contratos a prazo (como Contratos de Aquisição de Energia –PPA ou Contratos por Diferenças –CfD), o OMIP poderia “aumentar a sua relevância”.

"Os países podem, dentro do chapéu definido por Bruxelas, e sabendo que a regra do mercado marginalista é a regra-mãe, encontrar formas de amortecer e mitigar esses efeitos [das oscilações de preço].”

Nuno Ribeiro da Silva

Consultor de energia

João Serra, por outro lado, acredita que o modelo atual é o que confere maiores garantias e maior transparência, o que “não quer dizer que não se evolua”, ressalva. Para o presidente da ACEMEL, o fim das tarifas subsidiadas vai ajudar a um melhor funcionamento deste mercado.

As maiores oscilações, a seu ver, “só revelam a falta de flexibilidade do mercado. Só temos centrais dispostas a pagar para injetar a rede porque não têm capacidade para armazenar”, indica, referindo-se mais diretamente aos preços perto de zero e negativos. Apesar de estes extremos não serem benéficos, entende que o sistema os deve permitir, como o faz atualmente, a bem de refletir o mais fielmente possível o equilíbrio entre oferta e procura.

Futuro passa pelo armazenamento

O futuro, no que diz respeito aos preços, augura subidas: se de janeiro a setembro o preço médio está nos 52,71 euros, a 27 de setembro, a previsão de preço para o próximo trimestre apontava para uma média de 76,97 euros por megawatt-hora. E, no ano que vem, o valor é semelhante: 70,73 euros/MWh.

Olhando ao histórico, estes são preços relativamente altos, mas longe daqueles praticados em momentos de crise. Nuno Ribeiro da Silva aponta algumas razões para esta evolução no curto prazo. Por um lado, a aproximação do inverno, que pressiona do lado da procura ao mesmo tempo que a produção solar diminui; por outro, reflete também os crescentes investimentos na geração e em redes, indica.

Acho que o futuro é muito promissor porque neste momento os Portugal e Espanha estão a trabalhar mais na flexibilidade“, afirma João Serra, apesar de avaliar que Portugal está aquém do desejável nas metas, e que compara mal com Espanha. Para já, Portugal só prevê um gigawatt de capacidade de armazenamento no plano estratégico até 2030, enquanto o país vizinho aponta para os 26 gigawatts (GW). No entanto, a secretária de Estado da Energia já veio anunciar que a versão final deverá ser mais ambiciosa, tal como o Eco/Capital Verde avançou.

António Vidigal concorda que o sistema ibérico precisa de mais flexibilidade. Defende que na Península Ibérica fosse desenvolvido um mercado único de serviços de sistema, que compensam em tempo real os desvios nas previsões de consumo e geração. “É o que os países nórdicos estão a fazer”, realça. Em paralelo, considera importante que sejam avançados mecanismos de capacidade, que definam uma remuneração adequada para as centrais a gás natural e para as baterias. “Espanha tem avançado e deverá lançar o primeiro leilão no início do próximo ano. Portugal teria vantagem em adotar um mecanismo semelhante”, afirma, balançando que seria mais benéfico ter estes produtos também a nível ibérico.

"Acho que o futuro é muito promissor porque neste momento os Portugal e Espanha estão a trabalhar mais na flexibilidade.”

João Nuno Serra

Presidente da ACEMEL

Certo, é que “a realidade de hoje é substancialmente diferente da que vivíamos quando o mercado de eletricidade foi criado em 2004”, remata Nuno Ribeiro da Silva. “Vamos ver até que ponto é que a máquina que até agora foi montada, das instituições do Mibel, está preparada para afinar e cumprir não só os objetivos originais como os desafios que emergem da evolução em termos de metas e tecnologias”, conclui, frisando que “o momento para sentar e repensar todas estas questões é agora”.

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Savannah adia produção de lítio em Boticas para 2027

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

O "processo burocrático para a conclusão do processo da servidão administrativa foi infelizmente mais demorado do que o previsto", justifica a empresa, que antes pretendia iniciar a produção em 2026.

A Savannah Resources ajustou o calendário para o início da produção na mina de lítio do Barroso, em Boticas, para 2027, porque o processo burocrático foi mais demorado do que o previsto, disse a empresa em comunicado. Anteriormente, estava previsto dar o pontapé de partida em 2026.

“Fizemos bons progressos em todas as frentes no primeiro semestre do ano. É agora momento de iniciarmos, com entusiasmo, mas também com sentido de responsabilidade, o trabalho de campo necessário para conclusão do Estudo de Viabilidade Definitivo (DFS) e do processo de licenciamento ambiental”, afirmou o presidente executivo (CEO) da Savannah, Emanuel Proença, citado em comunicado.

A empresa que quer explorar a mina de lítio em Covas do Barroso, concelho de Boticas, distrito de Vila Real, explicou que o “processo burocrático para a conclusão do processo da servidão administrativa foi infelizmente mais demorado do que o previsto, o que obrigou a um ajuste de calendário”.

Por isso, prevê agora concluir o Estudo de Viabilidade Definitivo no segundo semestre de 2025, com a conclusão do processo de licenciamento ambiental prevista para uma data próxima, e, adiantou, “o comissionamento e a primeira produção do projeto decorrerão, ainda assim, o mais cedo possível ao longo do ano de 2027”.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável a 31 de maio de 2023 que integra um conjunto alargado de condicionantes, estando inicialmente previsto o arranque da produção para 2026.

“Sempre foi nosso desejo poder completar acordos de compra ou arrendamento com todos os proprietários num prazo que tivesse permitido um início mais precoce desta fase de trabalhos. No entanto, embora já tenhamos adquirido para cima de uma centena de terrenos e continuemos a adquirir mais, não foi ainda possível chegar a acordo com todas as partes”, afirmou Emanuel Proença.

Por isso, acrescentou que a empresa recorreu “à figura de servidão administrativa temporária para acesso aos terrenos, um processo comum em projetos industriais” como este. “Continuamos empenhados em prosseguir as compras e arrendamentos de terrenos através de acordos amigáveis com todas as partes interessadas relevantes, de forma a que uma expropriação futura abranja o mínimo de parcelas de terreno possível”, apontou.

A Savannah apresentou na segunda-feira os resultados operacionais dos primeiros seis meses do ano. “Os resultados apresentados refletem o intenso trabalho de todos os membros da equipa da Savannah — das equipas de Boticas, Lisboa, Perth e Londres — para desenvolvimento de um projeto de alta qualidade. A nível local estamos cada vez mais presentes, fazendo crescer a nossa equipa e trabalhando com cada vez mais pessoas e entidades da região de que fazemos parte”, acrescentou o CEO.

A Savannah estabeleceu em junho um acordo de parceria estratégica com a o grupo AMG Critical Materials (AMG), dono da primeira grande refinaria de lítio da Europa, aberta há menos de 15 dias a sul de Berlim, na Alemanha. “O acordo de parceria com a AMG coloca-nos numa posição sólida, que nos permite encarar as próximas fases do projeto com solidez e confiança. Estou grato por estes resultados e pelo esforço de tantos. Estamos empenhados em fazer cada vez melhor, e disponíveis para acolher contributos positivos de todos”, salientou.

A Savannah Resources é uma empresa de desenvolvimento de recursos minerais e única proprietária do projeto de lítio do Barroso, no Norte de Portugal, referindo que se trata do maior recurso de espodumena de lítio identificado até à data na Europa, tendo aqui concentrado os seus esforços nos últimos sete anos. A exploração mineira é, no entanto, contestada por autarcas e populares que se juntaram na associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB).

 

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Novo secretário-geral da NATO quer mais investimento sem análises “custo-benefício”

  • Lusa
  • 1 Outubro 2024

"Para fazer mais precisamos de investir mais, não há uma análise custo-benefício que possa ser feita se queremos proteger as nossas pessoas", refere Mark Rutte.

O novo secretário-geral da NATO afirmou esta terça-feira que a sua prioridade é assegurar que a Aliança Atlântica “continua forte” e para isso é “preciso investir mais”, sem fazer “análises custo-benefício” na segurança.

Na primeira intervenção que fez enquanto secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte definiu a sua prioridade para o início do mandato: “Assegurar que a NATO continua forte.”

O ex-primeiro-ministro dos Países Baixos disse que para o cumprir esse objetivo são necessárias “mais forças, com mais capacidades e mais inovação”.

“Para fazer mais precisamos de investir mais, não há uma análise custo-benefício que possa ser feita se queremos proteger as nossas pessoas”, completou, no início de uma reunião do Conselho do Atlântico Norte, minutos depois de tomar posse, no quartel-general da NATO, em Bruxelas.

Também no arranque do seu mandato, Mark Rutte estabeleceu como prioridade “aproximar ainda mais a Ucrânia da NATO”, dando sequência à criação do Conselho NATO — Ucrânia, criado com esse propósito na cimeira de 2023.

“Não há segurança duradoura na Europa sem uma Ucrânia forte e independente. Sei por experiência própria, com o voo MH14, que o conflito na Ucrânia não está circunscrito às suas fronteiras”, sustentou.

O avião MH14, que voava de Amesterdão para Kuala Lumpur, foi atingido por um míssil disparado por separatistas russos na Ucrânia, em 2014, de acordo com as conclusões de uma investigação independente ao incidente.

“Esta é agora a minha casa longe de casa”, finalizou o novo secretário-geral da NATO, iniciando os trabalhos do Conselho do Atlântico Norte.

A reunião foi, no entanto, interrompida por instantes para cumprimentos de saudação a Mark Rutte e de despedida a Jens Stoltenberg.

Do Médio Oriente a Donald Trump

Mark Rutte, ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, tomou esta terça-feira posse como secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). Mark Rutte, de 57 anos, sucedeu a Jens Stoltenberg, durante uma cerimónia no quartel-general da organização político-militar, em Bruxelas.

A tomada de posse ocorreu pelas 09:30 locais (08:30 em Lisboa). Mark Rutte é o 14.º secretário-geral da NATO, o quarto oriundo dos Países Baixos.

Na realidade, houve 16 pessoas a encabeçar a organização político-militar desde a sua génese, em 1949, mas os italianos Sergio Balanzino (outubro a dezembro de 1995) e Alessandro Minuto-Rizzo (dezembro de 2003 e janeiro de 2004) ocuparam interinamente o cargo, até ocorrer a transição.

Mark Rutte foi primeiro-ministro dos Países Baixos durante 14 anos e foi confirmado como sucessor de Jens Stoltenberg em 26 de junho deste ano.

O novo secretário-geral da Aliança Atlântica inicia funções numa altura em que as tensões geopolíticas estão no nível mais elevado dos últimos anos.

Não só a guerra na Ucrânia continua, a caminho dos três anos de conflito, sem grandes avanços de parte a parte e sem perspetiva real de um cessar-fogo, como o conflito no Médio Oriente poderá alastrar, com os recentes confrontos entre Israel e o Hezbollah no Líbano.

Para início de mandato, o novo secretário-geral da NATO terá de assegurar que o financiamento dos países do bloco continua a aumentar, para que o limite de investimento de 2% do Produto Interno Bruto em defesa seja o mínimo e que haja cada vez mais contingentes preparados para intervir.

Em simultâneo, depois de 05 de novembro, a NATO poderá ter de enfrentar o regresso de Donald Trump à Casa Branca e o seu ceticismo em relação à Aliança Atlântica, que no passado chegou a ameaçar com a saída dos Estados Unidos da América.

No entanto, minutos antes de tomar posse, Mark Rutte disse que “não está preocupado” com o resultado das eleições e que trabalhará com Donald Trump ou com a democrata Kamala Harris, que concorre contra o republicano.

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Inflação em queda pressiona BCE a agir já em outubro

Olli Rehn, membro do Conselho do BCE, considera que desaceleração da inflação e o enfraquecimento das perspetivas de crescimento da Zona Euro devem levar o BCE a cortar as taxas de juro já em outubro.

O Banco Central Europeu (BCE) parece estar a preparar o terreno para um possível corte nas taxas de juro já em outubro. Olli Rehn, membro do Conselho do BCE, lançou pistas nesse sentido no decorrer de uma conferência de imprensa realizada esta manhã em Helsínquia, afirmando que a “direção da política monetária é clara”, embora sublinhe que as decisões continuarão a depender dos dados económicos.

Num tom cauteloso, mas revelador, o governador do Banco da Finlândia afirmou que “o crescimento da Zona Euro pode ser mais fraco do que o previsto” e que “é muito cedo para declarar uma ‘aterragem suave’.”

Mas Olli Rehn foi ainda mais longe, sugerindo que fatores económicos recentes estão a inclinar a balança para uma ação mais imediata. “O recente enfraquecimento das perspetivas de crescimento da Zona Euro também pende a balança na direção de um corte em outubro”, afirmou. Além disso, Rehn salientou ainda que “a desaceleração da inflação significa que existem agora mais razões para justificar um corte nas taxas em outubro.”

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Estas declarações surgem pouco antes de se conhecerem os dados de setembro da inflação (que pela primeira vez desde março de 2021 ficou abaixo dos 2%) e num momento em que os mercados financeiros já atribuem uma probabilidade superior a 85% para um corte das taxas diretoras do BCE na reunião de 17 de outubro, em Liubliana, na Eslovénia.

No entanto, fiel à tradição de prudência do BCE, Rehn fez questão de sublinhar a importância de uma análise cuidadosa antes da autoridade monetária da Zona Euro tomar qualquer decisão, advertindo que “devemos monitorizar de perto os dados e realizar uma análise abrangente antes de tomar decisões”, sublinhando ainda que o ritmo e a escala dos cortes nas taxas dependerão de uma avaliação global do Conselho do BCE, reunião a reunião, com base nas perspetivas de inflação, na dinâmica da inflação subjacente e na força da transmissão da política monetária.

O BCE já procedeu a dois cortes de taxas neste novo ciclo (junho e setembro), ambos em reuniões que coincidiram com novas projeções económicas. No entanto, a possibilidade de um corte numa reunião sem novas previsões, como a de outubro, está agora em cima da mesa, refletindo a crescente confiança do banco central na trajetória descendente da inflação.

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Inflação na Zona Euro baixa da fasquia dos 2% em setembro

Depois de ter baixado de 2,6% para 2,2% em agosto, a taxa de inflação recuou para 1,8% em setembro, segundo uma estimativa rápida do Eurostat divulgada esta terça-feira.

Depois de ter desacelerado em agosto para o valor mais baixo em mais de dois anos, a taxa de variação homóloga da inflação na Zona Euro caiu para 1,8% em setembro, de acordo com a estimativa rápida da inflação divulgada pelo Eurostat esta terça-feira. O índice de preços do consumidor volta, assim, abaixo do objetivo de 2% do Banco Central Europeu, abrindo espaço para um corte de juros em outubro.

A inflação deverá ter voltado a cair no conjunto dos 20 países da moeda única europeia, no mês passado. Depois de ter acelerado para 2,6% em julho, o índice caiu para 2,2% em agosto e, agora, para 1,8%, mínimos de abril de 2021, segundo os números conhecidos esta terça-feira.

A descida foi suportada sobretudo pela queda na componente da energia, onde a inflação baixou 6% em setembro, o dobro da descida registada em agosto (-3%). Já os bens industriais registaram um aumento de 0,4%, em linha com os valores verificados um mês antes.

Os serviços continuam a ser a componente com a inflação, tendo aumentado 4%, seguidos pelos bens alimentares, álcool e tabaco, com uma taxa de 2,4%, face aos 2,3% registados no mês anterior.

A inflação subjacente, que exclui a energia e alimentos, bebidas e álcool, registou um alívio em setembro, tendo passado de 2,8% em agosto para 2,7% em setembro.

Esta descida vem dar como quase certo um corte de juros por parte do Banco Central Europeu na reunião deste mês. Vários membros do banco central têm vindo a apontar nesse sentido e, com a taxa de inflação abaixo daquela que é a meta da autoridade monetária para o índice de preços, a entidade liderada por Christine Lagarde fica com via aberta para anunciar uma nova redução das taxas de juro na região.

(Notícia atualizada às 10h30)

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