Economia acelera no terceiro trimestre ainda à boleia do consumo privado

O consumo terá sido um dos motores, na sequência do aumento do rendimento real disponível das famílias, após a desaceleração da inflação, a descida dos juros e da robustez do mercado de trabalho.

Os economistas apontam inequivocamente para um crescimento da economia no terceiro trimestre. O consumo terá sido um dos motores, na sequência do aumento do rendimento real disponível das famílias, após a desaceleração da inflação, a descida dos juros e da robustez do mercado de trabalho. As previsões variam bastante, mas o ponto médio é um crescimento de 0,4% face aos três meses anteriores. No conjunto do ano, a progressão do PIB andará entre 1,5% e 1,9%, em linha com os 1,8% estimados pelo Governo.

“De acordo com a nossa previsão, a taxa de crescimento do PIB português no terceiro trimestre, que será divulgada pelo INE a 30 de outubro, deverá apresentar uma variação em cadeia de 0,4%, o que representa uma ligeira aceleração em relação ao crescimento de 0,2% observado no segundo trimestre”, avançam na sua nota de conjuntura os economistas do Millennium BCP. “Em termos homólogos, espera-se uma aceleração da taxa de crescimento do PIB, de 1,6% para 2,1%”, acrescentam.

O gabinete de previsões da Universidade Católica aposta também num crescimento de 0,4% em cadeia, o que corresponderia a 2% em termos homólogos. Tal como o Montepio que também aponta para uma progressão de 0,4% em cadeia, mas em termos homólogos sobe para 2,1%. Já o Fórum para a Competitividade estima que o PIB terá subido entre 0,2% e 0,6% em cadeia no terceiro trimestre, após os 0,2% do segundo, a que corresponderá um aumento homólogo entre 1,5% e 1,9%.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

O mais otimista é o economista chefe do Santander. “A economia portuguesa deverá surpreender pela positiva no terceiro trimestre, com a procura interna a sustentar o crescimento económico face a uma procura externa que se vai ajustando ao contexto global mais fraco, nomeadamente na zona euro”, diz ao ECO Rui Constantino, que coloca a fasquia num “crescimento em cadeia de 0,7%, que se traduz num crescimento homólogo de 2,5%”.

No extremo oposto está a leitura do barómetro CIP/ISEG que aponta para uma variação em cadeia entre 0 e 0,2% (entre 1,7 e 1,9% em termos homólogos), apontando também o consumo privado como como “a componente com maior contributo para o crescimento”. Em setembro, os indicadores de confiança dos consumidores e das empresas apresentaram uma “subida expressiva”, o que aumenta as expectativas de uma evolução mais positiva para o final do ano, até porque o quarto trimestre tem mais dias úteis, lê-se na nota.

A expansão da atividade económica deverá ter continuado a beneficiar do dinamismo do consumo privado — o aumento do crédito ao consumo é também prova disso –, mas “o ritmo de crescimento deverá ser menos acentuado que no trimestre anterior o que, a par da persistência de fracos níveis de expansão do investimento, se deverá traduzir num menor contributo da procura interna para o PIB (0,2 p.p., comparativamente com 0,8 p.p. registados no segundo trimestre)”, sublinhou a economista chefe do BCP.

“O crescimento em cadeia do PIB, no terceiro trimestre, deverá ter sido suportado novamente pelo consumo privado, embora em abrandamento, depois do forte acréscimo observado no trimestre anterior (+0,9%), estimando-se também novos crescimentos do consumo público (+0,3% no segundo trimestre) e do investimento em capital fixo (FBCF), que deverá, ao contrário do consumo privado, ter acelerado“, sublinhou ao ECO Rui Bernardes Serra.

O comportamento do investimento é o que mais divide os economistas. Rui Constantino também antecipa que “o investimento deverá acelerar expressivamente em cadeia, alavancado pelo contributo largamente positivo da variação de existências”.

“O consumo privado terá estagnado, em cadeia, após o mais forte crescimento do último trimestre”, diz ao ECO o economista chefe do Santander. Mas o economista da Católica, João Borges Assunção, defende que “o investimento cresceu apenas 0,6% no segundo trimestre e os sinais para o terceiro trimestre são de moderação, refletindo também o atual ambiente externo”. Já Pedro Braz Teixeira, o economista chefe do Fórum para a Competitividade, considera que “o investimento teve um bom comportamento no segundo trimestre, mas não na construção, que tem continuado fraca no terceiro trimestre”.

E apesar do contexto de “crescente fragilidade da economia europeia”, as exportações de bens terão aumentado 9,9% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, uma estimativa que fica acima da previsão de crescimento para as importações (6,6%), avançou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Fonte: INE

“O contributo da procura externa líquida deverá ser positivo, após a forte queda observada no trimestre anterior, decorrente de um menor crescimento das importações”, diz Márcia Rodrigues. “O contributo da procura externa líquida para o crescimento do PIB poderá melhorar face ao trimestre anterior (-0,8 p.p), permanecendo, no entanto, negativo”, estimam os economistas que elaboram o barómetro CIP/ISEG.

Os economistas antecipam que a progressão do PIB andará entre 1,5% e 1,9%, este ano, em linha com os 1,8% estimados pelo Governo. E se uns optam por as manter inalteradas, outros optaram por as rever em baixa, tal como o fez o Conselho das Finanças Públicas. O crescimento fraco do segundo trimestre (0,2% em cadeia), a revisão dos dados dos últimos dois anos pelo INE, a atividade económica continuar a evoluir com crescimento ligeiramente abaixo do potencial, as elevadas taxas de juro e a fragilidade da atividade económica na zona euro, em particular na Alemanha e França, explicam o péssimo de alguns economistas.

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Viabilização do OE2025 está garantida. Debate deverá ficar marcado por IRC e cativações

Parlamento debate esta quarta-feira na generalidade o OE2025. Votação no dia seguinte tem como veredicto garantido a viabilização da proposta, mas antes há críticas da oposição para ouvir.

O debate sobre a primeira proposta orçamental do Governo de Luís Montenegro arranca esta quarta-feira, estendo-se até quinta-feira, dia em que será votado na generalidade. O desfecho da votação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) já é conhecido desde que o PS anunciou que se irá abster e a proposta será viabilizada. No entanto, este cenário não é sinónimo de um ‘passeio no parque’ para o Governo, que terá que enfrentar temas como o IRC, as cativações e as previsões económicas.

A abertura ficará a cargo do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e ao longo de mais de dez horas do debate o Executivo irá defender a proposta orçamental que entregou na Assembleia da República em 10 de outubro, após negociações com o PS que, contudo, não resultaram em ‘fumo branco’. Ainda assim, o secretário-geral socialista, Pedro Nuno Santos, anunciou que o partido irá permitir que o documento passe em nome da “estabilidade do país”.

No entanto, são as cedências do Governo nas negociações que tem levado partidos da oposição a tentar colar o Executivo aos socialistas, o que Montenegro e Pedro Nuno Santos têm procurado rebater.

Se o PS se irá abster e o PSD e o CDS-PP irão votar favoravelmente, os restantes partidos anunciaram publicamente que votarão contra. O Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) inclui um cenário macroeconómico e orçamental que o Governo assume ser “cauteloso”: um crescimento da economia de 1,8% este ano e de 2,1% em 2025, com um excedente de 0,4% em 2024 e de 0,3% em 2025 e uma redução da dívida pública para 95,9% este ano, caindo para 93,3% em 2025.

Entre as medidas da proposta com maior destaque incluem-se o IRS Jovem e a redução em ponto percentual do IRC, pontos negociados com o PS. O IRC é precisamente um dos temas que deverá voltar a estar no pingue-pongue do debate, à semelhança do que aconteceu na audição do ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, na segunda-feira. Naquele que é tradicionalmente um ensaio para o debate, o líder do Chega, André Ventura, anunciou que o partido irá propor na especialidade a redução da taxa do IRC em dois pontos percentuais (pp.), questionando se o Governo irá acompanhar a proposta.

O Chega pretende, assim, pressionar o Executivo a tomar uma posição, uma vez que o objetivo inicial de Luís Montenegro era uma redução da taxa de 21% para 19% em 2025. Joaquim Miranda Sarmento frisou que o OE2025 prevê uma descida de um ponto percentual, mas, após insistência de André Ventura do Chega, não se comprometeu, atirando a resposta para o líder da bancada parlamentar, Hugo Soares.

“Já não sou líder parlamentar”, disse, acrescentando que, neste sentido, já não vota nas propostas, pelo que não pode “responder por um voto” que não é seu.

Tema repetente face à audição do ministro da tutela deverá ser também o das cativações. Os partidos têm criticado o valor sob alçada dos instrumentos de controlo de despesa e o ministro das Finanças defendido que não se pode comparar “maçãs com peras”.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) considerou que “os instrumentos não convencionais, tal como as cativações, são exemplos deprimentes da Administração Pública a trabalhar para si própria”, enquanto o Conselho das Finanças Públicas (CFP) estimou que o valor total dos instrumentos de controlo da despesa pública em 2025 mais do que duplica face ao aprovado em 2024, para 4.13,2 milhões de euros, um valor equivalente a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB).

Ademais, os partidos têm questionado o Governo sobre qual a margem orçamental para acolher propostas da oposição na especialidade, levando Joaquim Miranda Sarmento a apelar a que “não se desequilibre” as contas públicas e não se coloque em causa o excedente de 0,3% previsto para 2025. Certo é que quer a Iniciativa Liberal, quer o Chega já anunciaram que irão levar à especialidade medidas propostas pela Aliança Democrática no programa eleitoral.

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BCP vai dar mais dinheiro aos acionistas para afastar investidas de rivais

Miguel Maya já sinalizou que quer dar mais dinheiro aos acionistas. Novo plano estratégico traz um reforço do payout e um programa de recompra de ações. Medidas visam "proteger" o banco de rivais.

O BCP BCP 0,00% deverá anunciar esta quarta-feira um ambicioso plano de distribuição de dinheiro pelos acionistas, num esforço para atrair investidores e compensar a potencial saída da Fosun e Sonangol, “protegendo-se” assim de potenciais investidas de rivais, de acordo com os analistas.

O banco liderado por Miguel Maya vai apresentar lucros na ordem dos 700 milhões de euros relativos aos primeiros nove meses do ano, de acordo com a pool de analistas da Reuters. Mas os investidores vão centrar as atenções no plano estratégico para 2025-2028 que se prepara para divulgar após o fecho da bolsa, e do qual se espera um importante reforço dos dividendos e ainda um programa de recompra de ações.

Os analistas da Keefe, Bruyette & Woods antecipam uma apresentação com “poucos slides”, mas com objetivos de “elevado nível”, incluindo um rácio de payout (% de lucros para dividendos) de 65% — acima dos 30% previstos no atual plano — e ainda recompras de ações num montante de 200 milhões de euros, de acordo com a nota a que o ECO teve acesso.

Para João Queiroz, head of trading do Banco Carregosa, o reforço da remuneração acionista (por via do dividendo e do programa de recompras) pode ser interpretado como “uma estratégia dupla” do banco.

  • Por um lado, para “atrair uma base de investidores mais ampla e diversificada, compensando a possível saída de acionistas de referência como a Fosun e a Sonangol”;
  • Por outro, “também pode constituir um argumento preventivo para proteger o banco relativamente a potenciais ofertas de concorrentes, tornando-o mais atrativo e sólido perante os investidores, reforçando a trajetória de uma valorização sustentável do seu capital e reforçando a confiança do mercado”.

As afirmações de João Queiroz vão ao encontro do que o próprio Miguel Maya afirmou recentemente. “Se conseguirmos e tivermos condições de remunerar adequadamente os acionistas, é a única forma de protegermos e mantermos o hub. (…) Quando está frágil fica muito mais propício a alguém que olhe para cá”, disse o gestor há três meses.

"Se conseguirmos e tivermos condições de remunerar adequadamente os acionistas, é a única forma de protegermos e mantermos o hub. (…) Quando está frágil fica muito mais propício a alguém que olhe para cá.”

Miguel Maya

CEO do BCP

Comprar ou ser comprado

Embora os movimentos em torno da Fosun (que já reduziu a sua participação de 30% para 20%) e Sonangol (que tem em curso um plano de vendas de participações não estratégicas) abram a porta a um novo comprador, o BCP não estará condenado a ser uma parte passiva num mercado de M&A que está a fervilhar na Europa e que terá desenvolvimentos importantes em Portugal no próximo ano, com o lançamento do processo de venda do Novobanco.

O banco do fundo americano Lone Star está a trabalhar com vista a uma entrada em bolsa na primeira metade de 2025, mas não se descarta uma venda direta a um banco ou uma fusão com o BCP, como se tem especulado nos últimos anos a propósito de uma consolidação no mercado nacional.

“A saída dos acionistas de referência do BCP pode abrir espaço para novos investidores ou movimentos estratégicos, como uma fusão ou aquisição”, assume João Queiroz.

“No entanto, o banco, tendo consolidado a sua posição em Portugal e na Polónia, poderia também explorar a oportunidade de adquirir um concorrente doméstico, como o Novobanco, para incrementar a sua quota de mercado e obter sinergias de escala. Isso depende de como o mercado evoluirá e do enquadramento regulatório”, considera o especialista.

Sobre a eventual saída dos chineses e angolanos, Miguel Maya tem desdramatizado o tema com o argumento de que o banco está num processo de “normalização” da sua estrutura acionista, passando para uma base mais dispersa e em linha com os principais bancos europeus.

Apresentação dos resultados anuais de 2023 do Millennium BCP - 26FEV24
Apresentação dos resultados anuais de 2023 do Millennium BCPHugo Amaral/ECO

Polónia a dar dividendos em 2027

Além da remuneração acionista, o plano estratégico deverá trazer novidades em relação ao banco na Polónia. O Bank Millennium, controlado em 50,1% pelo BCP, revelou no início da semana que quer voltar a dar dividendos a partir de 2027, perante o crescimento do negócio. Em cima da mesa está um payout entre 35% e 50%.

O banco polaco tem sofrido vários reveses nos últimos anos, sobretudo com o tema dos empréstimos hipotecários em francos suíços que levou à constituição de imparidades de 1,7 mil milhões de euros, e também com outras questões regulatórias, como a moratória de crédito.

Estes problemas estão a ficar para trás. O banco registou lucros de 127 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, segundo anunciou esta terça-feira. A Keefe, Bruyette & Woods considera que o Bank Millennium está bem posicionado para gerar resultados de mais de 450 milhões de euros numa base recorrente.

O BCP poderia explorar uma venda parcial ou total dessa operação“, admite João Queiroz. “Apesar de pouco provável, tal cenário permitiria libertar capital, reduzir a exposição a mercados de maior risco e focar-se nos seus negócios principais”, explica.

Bom momento na bolsa

O bom desempenho do banco está refletido na bolsa: as ações estão em máximos de oito anos e a cotarem praticamente em cima do valor contabilístico do banco, com o price-to-book nos 0,97, traduzindo a confiança dos investidores em relação ao futuro.

Desde o início do ano o BCP acumula uma valorização de 54% (depois de ter valorizado 80% em 2023) e apresenta-se com uma capitalização bolsista de 6,4 mil milhões de euros.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 30 Outubro 2024

Em dia de divulgação de resultados, a Assembleia da República dá o pontapé de saída no debate sobre a proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2025.

Em dia de divulgação de resultados a nível nacional e internacional, por cá, a Assembleia da República dá o pontapé de saída no debate sobre a proposta do Governo para o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Arranque do debate do Orçamento do Estado

Esta quarta-feira começa o primeiro de dois dias de debate sobre o Orçamento do Estado para 2025. A proposta do Governo foi entregue na Assembleia da República a 10 de outubro e, desde então, os partidos já tiveram tempo de analisar o documento. A tarde de hoje será reservada apenas para a discussão, enquanto o dia de amanhã, quinta-feira, será altura da votação na generalidade. PS já anunciou que vai viabilizar a proposta do documento, enquanto os restantes partidos, com exceção do CDS-PP, deverão votar contra.

Resultados por cá…

Nos mercados, os analistas estarão atentos à divulgação dos resultados da retalhista Jerónimo Martins, da operadora de telecomunicações Nos e do banco BCP, referentes ao terceiro trimestre, depois de já serem conhecidas as contas dos CTT e Santander Totta.

…e lá fora

Os analistas também estarão atentos às contas de bancos como o BNP, ING, BBVA ou CaixaBank, e das gigantes tecnológicas como a Meta Platforms, dona do Facebook e Instagram, e a Microsoft.

Como cresceu Portugal e a UE?

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) publica a estimativa rápida das contas trimestrais entre julho e setembro. No segundo trimestre, a economia nacional cresceu 0,2% e agora os analistas apontam para um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) na ordem dos 0,4% em cadeia. Também o Eurostat vai divulgar a estimativa preliminar do PIB na União Europeia e zona euro no terceiro trimestre, numa altura em que a Alemanha, principal motor europeu, mostra sinais de crescente fragilidade.

“Impuestazo” vai mesmo para a frente?

Na vizinha Espanha, termina esta quarta-feira o prazo para a apresentação de alterações ao “impuestazo” que serão debatidas e aprovadas no Parlamento. O processo poderá demorar um mês até ao debate final. O atual imposto extraordinário cobrado ao setor energético e bancário, e que está em vias de ser prorrogado prevê uma tributação de 1,2% sobre as vendas e em 2023 rendeu mais de 1.300 milhões de euros. Várias empresas já manifestaram o seu desagrado, tendo a Cepsa e Repsol anunciado mesmo uma suspensão dos investimentos em Espanha.

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As agências de trabalho temporário referem que as necessidades de contratação temporária se mantêm nos níveis anteriores à reforma

  • Servimedia
  • 30 Outubro 2024

Prova disso é que durante o primeiro semestre de 2024 as agências de trabalho temporário (ETT) geriram mais 2,9% de empregados (trabalhadores individuais) do que no mesmo período do ano passado.

A Asempleo, associação que representa 80% do volume de negócios das agências de emprego e das empresas de trabalho temporário em Espanha, afirmou esta quarta-feira que, dois anos após a implementação da reforma laboral, as necessidades de contratação temporária no mercado de trabalho espanhol mantêm-se nos níveis anteriores a esta legislação.

Durante uma reunião informativa, o presidente da Asempleo, Andreu Cruañas, disse que “a reforma trabalhista implementada desde o primeiro trimestre de 2022 levou a uma redução estatística do emprego temporário no país, com o desaparecimento de modalidades contratuais – como contratos de trabalho e serviços – e o aumento de figuras como o contrato fixo-descontínuo. Estas mudanças não alteraram as necessidades temporárias das empresas em Espanha, muito dependentes dos serviços, do turismo, da agricultura e da logística, onde a sazonalidade e a procura pontual continuam a ser fatores fundamentais”.

Asempleo sublinhou que os indicadores de emprego em Espanha apresentam um quadro misto. Desde o início da reforma, o emprego registou um crescimento anual de 8% e o desemprego diminuiu 17,5%. No entanto, persistem vários problemas estruturais: a taxa de desemprego continua a situar-se nos dois dígitos, com 11,21% no terceiro trimestre de 2024, e a Espanha tem um dos níveis mais elevados de desemprego juvenil da União Europeia (26,9%), com um desemprego significativo entre as pessoas com mais de 55 anos (10,1%).

Outro dado preocupante é a falta de emprego, que se situa em 19,4%, evidenciando o desfasamento entre o emprego disponível e as expectativas dos trabalhadores, e colocando a Espanha como o país com maior falta de emprego na Europa.

Para Andreu Cruañas, esta é uma realidade “que expõe as deficiências do nosso mercado de trabalho num momento de expansão económica. O facto de termos dados inaceitáveis sobre o desemprego juvenil, de longa duração e de muito longa duração, agora que a nossa economia deverá crescer até 2,9%, de acordo com a última projeção do Fundo Monetário Internacional, deve alarmar-nos. Enquanto empregadores, apelamos a políticas ativas de emprego que se traduzam em competitividade para as empresas e em oportunidades para os trabalhadores.

VALOR DE REFÚGIO

No meio deste equilíbrio do mercado de trabalho, marcado pelas necessidades temporárias do tecido produtivo espanhol, a associação patronal destacou o papel das agências de trabalho temporário e das agências de emprego como “valor de refúgio para as empresas, porque geram segurança jurídica, permitem o acesso ao capital humano e oferecem flexibilidade em momentos de aumento da produção ou situações específicas para as organizações”, destacou Cruañas.

Da mesma forma, a Asempleo destacou o facto de que uma em cada três pessoas que entram numa ETT ou numa Agência de Emprego acaba por ser contratada pela empresa utilizadora, o que confirma que “o nosso setor é um aliado para que as pessoas regressem ao mercado de trabalho depois de períodos de inatividade. E, ao mesmo tempo, oferecemos uma primeira abordagem ao mercado de trabalho para muitas pessoas”, concluiu.

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No poupar é que está o ganho. Já começou a preparar a sua reforma?

  • BRANDS' ECO
  • 30 Outubro 2024

Definir uma estratégia para alcançar segurança financeira não tem de ser um bicho de sete cabeças. O Universo tem soluções para começar já a engordar a sua poupança com rentabilidades atrativas.

A propósito do Dia Mundial da Poupança, que se celebra a 31 de outubro, o ECO e o Universo juntam-se para mostrar que poupar é possível, mesmo a partir de montantes baixos. E é fácil perceber a importância deste hábito: quanto mais cedo começar, mais segurança financeira conseguirá alcançar na fase de reforma – e, de acordo com os dados, tudo indica que a pensão de reforma atribuída pela Segurança Social será muito inferior ao último salário recebido. Os números atuais não são animadores: segundo o Livro Verde da Segurança Social, nos últimos anos, os homens levam para casa uma pensão bruta equivalente a 74% do seu último ordenado, enquanto as mulheres não vão além dos 58%.

Significa isto que em 1000 euros de ordenado, um homem ficaria com uma pensão bruta de 740 euros, enquanto uma mulher receberia 580 euros. Juntando a estes valores o peso da inflação, o dinheiro disponível não será muito.

Esta situação afetará muitos portugueses que, por várias razões, não conseguiram poupar ao longo da sua vida ativa e que estão mesmo entre aqueles que, na Zona Euro, menos dinheiro conseguem guardar e investir. Em Portugal, a taxa de poupança das famílias atingiu 9,8% no segundo trimestre deste ano, um dos valores mais altos dos últimos anos, mas muito abaixo dos 15,7% registados na Zona Euro.

Em Portugal, a taxa de poupança das famílias atingiu 9,8% no segundo trimestre deste ano

Mas qual é, afinal, a solução? O mais importante é decidir começar a poupar, analisar as suas finanças (remuneração mensal e despesas) e estabelecer um objetivo realista para a poupança que pretende fazer. Depois, a questão que se coloca é o que fazer com esse montante que consegue reservar mensalmente.

A pensar nos desafios que os portugueses enfrentam a este nível, o Universo fez uma parceria com a Mapfre para criar o conjunto de soluções Universo Poupança & Investimento. Trata-se de um portefólio de produtos desenhados para incentivar a poupar, com rentabilidades atrativas e zero esforço na definição de uma estratégia: só precisa de decidir quanto quer investir e qual a sua estratégia.

Seja um investidor iniciante ou experiente, o Universo permite-lhe escolher um perfil de risco que pode ser Defensivo (4%), Equilibrado (6,1%) ou Dinâmico (8,2%), cada opção com uma rentabilidade anual estimada diferente. Depois de escolher a opção que melhor se enquadra nos seus objetivos financeiros, é tempo de definir quanto pretende investir e se pretende fazê-lo com uma só entrega inicial ou através de entregas mensais.

Vamos a exemplos práticos. Se optar pelo perfil Equilibrado, com uma rentabilidade anual estimada de 6,1%, iniciar o investimento com 1000 euros e fizer reforços mensais de 100 euros durante cinco anos, poderá, segundo a simulação no site do Universo, acumular um total de 8.355 euros. Destes, 1.355 euros serão correspondentes aos juros ganhos durante esse período.

Com os mesmos valores, na opção Defensivo conseguiria poupar 7.837 euros, enquanto no perfil Dinâmico alcançaria cerca de 8.880 euros nos mesmos cinco anos.

Como funciona?

Os produtos Universo Poupança & Investimento são geridos pelos especialistas da Mapfre Asset Management, ou seja, a sua carteira de investimentos é cuidadosamente gerida e supervisionada por profissionais experientes. O objetivo destes gestores é maximizar os retornos e minimizar os riscos, investindo em várias classes de ativos – desde ações, obrigações, imobiliário ou ouro, por exemplo.

A subscrição destes produtos não tem qualquer custo (aplica-se apenas uma comissão de 1,2% para gestão dos ativos)

Os três perfis de risco já mencionados permitem encontrar uma solução de poupança e investimento para todas as carteiras. Depois de aderir a um destes produtos, poderá monitorizar, em tempo real e na app móvel, a evolução dos seus investimentos.

Uma das grandes vantagens é a possibilidade de mobilização antecipada do seu dinheiro, a qualquer altura e a valores de mercado. Por outro lado, a subscrição destes produtos não tem qualquer custo (aplica-se apenas uma comissão de 1,2% para gestão dos ativos).

Vantagens fiscais são mais-valia

Por se tratar de um seguro associado a um fundo de investimento, a linha Universo Poupança & Investimento permite uma redução de 60% no IRS, para alguns tipos de produtos, a partir do oitavo ano e um dia – o que terá grande impacto no retorno do cliente.

Investir num futuro de segurança financeira não precisa de ser difícil ou acessível apenas a quem tem montantes elevados para investir. A partir de 30 euros, já pode começar a consolidar o seu património e assegurar tranquilidade a longo prazo. Não se esqueça: no poupar é que está o ganho.

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APS lança site para explicar riscos e seguros a PME

SegurosPME é o novo site lançado pela associação dos seguradores dirigido a empresários e gestores de micro, pequenas e médias empresas.

3ª Conferência Anual ECO Seguros - 20OUT22
José Galamba de Oliveira: “Muitas vezes as PME limitam-se a fazer os seguros obrigatórios desconhecendo que existe proteção para muitos outros riscos importantes”.Hugo Amaral/ECO

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) acaba de lançar o portal SegurosPME com o objetivo de aumentar a literacia de seguros junto de empresários e gestores de empresas. Será um auxílio para identificar riscos e saber como os enfrentar nas suas organizações, independentemente da sua dimensão.

O portal é dinâmico e terá novos conteúdos, em diferentes formatos, em atualização permanente. Começa com quatro grandes áreas: Gestão de riscos nas PME, Riscos Cibernéticos, Princípios ESG nas PME e Plano de Continuidade de Negócios.

A iniciativa da APS, que representa todas as seguradoras que operam em Portugal e, logo, 100% do mercado, quer juntar rigor técnico a uma imagem atual de site noticioso e já está online. Será também um instrumento de sensibilização e de apoio aos distribuidores de seguros junto dos seus contactos nas empresas.

Em entrevista a ECOseguros, José Galamba de Oliveira, Presidente da APS, revelou a evidente necessidade que levou a associação a lançar este projeto.

Qual o objetivo da APS ao lançar este site?

Pretendemos continuar a alargar o público-alvo para as nossas ações de literacia dos seguros. Já temos um programa consolidado dirigido aos jovens. Fazemos também algumas ações dirigidas à população sénior e entendemos que haveria interesse em alargar estas ações ao segmento das micro e das pequenas e médias empresas

Nota que a literacia em seguros está muito longe do desejável nas PME?

O setor das PME’s revela alguns “gaps” de proteção que podem, de facto, ficar a dever-se a uma menor literacia em matéria de seguros. Muitas vezes limitam-se a fazer os seguros obrigatórios desconhecendo que existe proteção para muitos outros riscos importantes. Esse não é, todavia, um problema específico das PME’s, sendo transversal à sociedade portuguesa que revela níveis de penetração dos seguros abaixo dos verificados na média da União Europeia e que é importante ir aproximando.

O portal arranca alertando para a Gestão de riscos nas PME, para os Riscos Cibernéticos, para os Princípios ESG nas PME e para a existência de um Plano de Continuidade de Negócios.

Quais as principais linhas de comunicação? riscos, produtos, provocar consultoria junto de distribuidores?

O principal objetivo é sensibilizar os gestores sobre os mais variados riscos, pessoais e patrimoniais, que enfrentam nas várias áreas da sua atividade económica, e ajudá-los a efetuar uma análise ponderada sobre aqueles a que estão mais expostos e de que forma se podem mitigar desenvolvendo por um lado, ações preventivas e por outro, procurando proteção através de contratos de seguro.

O site será dinâmico? vai manter-se online por tempo indeterminado?

Pretendemos contribuir para um site dinâmico e amigável, que se posicione como um repositório de informação e de conhecimento sobre riscos e seguros para os gestores de pequenas e médias empresas, mas não só! Toda a informação constante do site será útil para qualquer empresa, para os empresários em nome individual e até para aqueles que desejem iniciar a sua própria atividade.

O novo site SegurosPME pode ser visto aqui .

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Sporting aumenta emissão de obrigações para 40 milhões

  • ECO
  • 29 Outubro 2024

A SAD leonina aumentou a emissão de obrigações em dez milhões de euros. Ofertas de subscrição e troca terminam 31 de outubro.

A SAD do Sporting anunciou, esta terça-feira, o aumento da emissão obrigacionista de 30 milhões para 40 milhões de euros, em nota divulgada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A operação, que combina uma oferta de subscrição e uma oferta de troca, termina no dia 31 de outubro.

O empréstimo, denominado de “Sporting SAD 2024-2028”, tem uma maturidade de quatro anos e oferece uma taxa de juro fixa anual bruta de 5,25%. Cada obrigação terá um valor nominal de cinco euros.

A operação, anunciada no dia em que se soube do interesse do Manchester United no treinador do clube de Alvalade, surge num contexto em que a Sporting SAD procura diversificar as suas fontes de financiamento, recorrendo ao mercado de capitais para reforçar a sua estrutura financeira.

Os fundos angariados, segundo o prospeto da operação, serão utilizados para “financiamento da atividade corrente da Sporting SAD e reforço de liquidez” da Sporting SAD. Já a oferta de troca visa “permitir à Sporting SAD substituir a sua dívida com vencimento em 2024 por dívida com vencimento em 2028”.

Com este aumento, a operação inclui agora uma oferta de subscrição de até oito milhões de obrigações e mantém a oferta de troca para até quatro milhões de obrigações “Sporting SAD 2021-2024”, atualmente em circulação, e que também têm uma taxa de cupão de 5,25%.

O período de subscrição das obrigações teve início a 18 de outubro e acaba a 31 de outubro, estando prevista a admissão à negociação das novas obrigações no Euronext Lisbon para 6 de novembro.

Para os pequenos investidores que pretendam subscrever estas obrigações, o prospeto salienta riscos que os potenciais subscritores devem ter em conta, como o risco de crédito do emitente, uma vez que o pagamento de juros e reembolso de capital dependem da capacidade financeira da Sporting SAD; o facto de o capital próprio da sociedade ser inferior a metade do capital social; a dependência da Sporting SAD de receitas variáveis como direitos televisivos, prémios de competições e transferências de jogadores; e os riscos associados ao desempenho desportivo da equipa, nomeadamente a não qualificação para competições europeias

A Sporting SAD alerta para o facto de à subscrição das obrigações “Sporting SAD 2024-2028” poderem estar associadas despesas, nomeadamente comissões ou outros encargos, com impacto negativo na rendibilidade do investimento.

Ainda assim, e de acordo com o prospeto das obrigações, “considerando a generalidade dos preçários dos intermediários financeiros, o investimento terá rendibilidade positiva para investidores que subscrevam apenas 500 obrigações [investimento mínimo permitido] ‘Sporting SAD 2024-2028’ e pretendam mantê-las até à data de reembolso.”

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Temporal em Espanha corta autoestradas, paralisa alta velocidade e portos. Há dezenas de desalojados e seis feridos

  • ECO
  • 29 Outubro 2024

As chuvas torrenciais no sudeste de Espanha já levaram ao corte de estradas, comboios interrompidos, aulas suspensas e portos encerrados. Há dezenas de desalojados e seis feridos.

O sudeste de Espanha está a ser atingido por uma vaga de chuvas torrenciais que transbordaram rios e provocaram, consequentemente, inundações em várias regiões, obrigando ao encerramento de dezenas de estradas, escolas, serviços e até à circulação de comboios. No aeroporto de Valência, uma dúzia de voos foram desviados e dez foram cancelados. A Proteção Civil espanhola já registou centenas ocorrências, entre as quais seis desaparecidos e cerca de 30 desalojados, descreve o El País.

A noite deverá continuar a ser de chuva intensa, segundo as previsões meteorológicas. Valência e Málaga já emitiram alerta vermelho. Em resposta, o Governo espanhol mobilizou a Unidade Militar de Emergência (UME) para a cidade de Utiel, inundada pelo transbordo do rio Magro. Por seu turno, o presidente da Comunidade Valenciana, Carlos Mazón, pediu aos cidadãos que permaneçam em casa e não circulem nas estradas, especialmente os que vivem na província de Valência.

Aqueles que estão perto de leitos de rios ou ravinas devem procurar o ponto mais alto e mais próximo. Vai ser uma noite longa”, cita o El País, as declarações de Mazón.

O ministro dos Transportes recorreu à rede social X para anunciar a suspensão da circulação de comboios na linha de alta velocidade entre Madrid e Valência, e também os comboios com origem e/ou destino a Valência “até que a situação da rede volte ao normal”. Já estradas da região deverão continuar cortadas, incluindo duas autoestradas: a A-3, que liga Madrid a Valência, e a A-7, que percorre toda a costa mediterrânica espanhola.

O Centro de Coordenação de Emergências da Generalitat emitiu um aviso especial de alerta hidrológico devido ao aumento do caudal do Magro, que pode atingir os mil metros cúbicos por segundo na barragem de Forata, em Valência, em consequência das chuvas acumuladas. O aviso foi notificado a todos os municípios.

Na Andaluzia, a Proteção Civil registou 600 ocorrências. Nesta região, o rio Guadalhorce também transbordou, obrigando uma vez mais ao corte da circulação na linha de alta velocidade que liga Málaga a Madrid. Na mesma cidade onde o rio chegou à linha de caminhos de ferro, a Proteção Civil está a realizar operações de resgate, retirando as pessoas das suas casas onde ficaram isoladas, com recurso a um helicóptero.

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OE2025. Municípios dão parecer positivo mas dizem que muitas reivindicações ficam de fora

  • Lusa
  • 29 Outubro 2024

Entre as propostas que a ANMP tinha apresentado ao Governo e que não foram consideradas na proposta estão a avaliação dos centros eletroprodutores para efeitos de pagamento de IMI.

A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) deu um parecer globalmente positivo à proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), mas destacou que muitas das reivindicações que apresentou ao Governo, importantes para estas autarquias, ficaram de fora.

Segundo um parecer aprovado esta terça-feira, a que a Lusa teve acesso, entre as propostas que a ANMP tinha apresentado ao Governo e que não foram consideradas na proposta estão a avaliação dos centros eletroprodutores para efeitos de pagamento de Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI), a suspensão do aumento da taxa de resíduos no próximo ano e a isenção de obrigatoriedade de revisão de projeto em obras cofinanciadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), uma medida considerada essencial para agilizar a sua execução.

A ANMP considerou, no entanto, que o documento merece um “parecer globalmente favorável” porque cumpre em relação às matérias estritamente orçamentais, nomeadamente com o reforço das transferências relativas ao cumprimento da Lei das Finanças Locais (LFL), e com atualização dos critérios de distribuição.

“Respeitando o previsto na LFL, o montante global a atribuir aos municípios totalizará 4.292.574.597€, mais 432M€ do que em 2024 (+11,2%), considerando a participação no IRS a 5% e excluindo o Fundo de Financiamento da Descentralização (FFD)”, salientou a ANMP. A distribuição assegura que os 308 municípios “assistem a um aumento das transferências acima da inflação de 2023 (4,3%), variando entre 4,8% e 15,5%”.

No parecer que será enviado à Assembleia da República, ao Governo e aos partidos políticos com assento parlamentar, a ANMP insiste na necessidade de uma nova LFL e considera que faltam medidas programáticas à proposta de OE, que contém “muito poucas alterações legislativas” e não inclui “uma grande parte das reivindicações” propostas pelos municípios ao executivo.

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Esta é a chave do Euromilhões. Prémio sobe para 85 milhões de euros

  • ECO
  • 29 Outubro 2024

O jackpot desta terça-feira ronda os 85 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 85 milhões de euros, decorreu esta terça-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot voltou a subir depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta terça-feira, 29 de outubro:

Números: 1, 2, 19, 30 e 45

Estrelas: 10 e 12

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“É óbvio que a IA vai tirar postos de trabalho”, assume administradora da Sonae

A responsável pelos recursos humanos da dona dos supermercados Continente avisa que se não houver um planeamento estratégico dos recursos humanos no país, a IA poderá ser um problema.

António Portela, CEO da Bial, e Isabel Barros, administradora da Sonae MC, no II Congresso Empresarial da AEPRicardo Castelo/ECO

A Inteligência Artificial (IA) é uma oportunidade para aumentar a produtividade e a eficiência, mas estes avanços tecnológicos vão ter impacto no trabalho. Não podemos ser negacionistas. A Inteligência Artificial vai tirar postos de trabalho”, reconheceu Isabel Barros, administradora executiva da Sonae MC, que detém os supermercados Continente, e responsável pelo pelouro dos recursos humanos.

“É óbvio que a Inteligência Artificial é uma oportunidade e é óbvio vai tirar postos de trabalho”, atirou a responsável da MC durante um painel dedicado ao tema do ESG no II Congresso Portugal Empresarial, organizado pela AEP sob o tema “Escalar as Empresas, Fazer Crescer o País”, que decorreu esta tarde na Exponor. A porta-voz da Sonae MC garante que a IA “vai trazer eficiência às empresas” e é uma oportunidade para melhorar processos, contudo tarefas operacionais poderão sentir o impacto desta tecnologia.

“Tira postos de trabalho em determinados setores e liberta noutras. Na gestão de recursos humanos é um tema sobre o qual falamos pouco: planear a médio e longo prazo nos diversos setores”, explica.

Isabel Barros alerta mesmo que “num país que não faz um planeamento estratégico do seu talento, isto é uma preocupação” e dentro de três ou quatro anos poderá existir um problema. “Se não começamos a fazer reskilling de algumas pessoas vai haver um problema. [A IA] deixa de ser uma oportunidade e passa a ser um problema”, alerta.

António Portela, CEO da BialRicardo Castelo/ECO

Orador na mesma conferência, António Portela, CEO da Bial, mostrou uma visão mais otimista sobre este tema: “Tudo nas empresas começa e acaba nas pessoas. As ferramentas vão permitir-nos fazer mais”. Para o líder da farmacêutica, que já utiliza modelos de inteligência artificial, “as empresas não vão deixar de ter pessoas ou reduzir as pessoas; vão é conseguir fazer mais com as ferramentas que têm”.

“Nós hoje já trabalhamos muito com IA”, explica o empresário nortenho, referindo as vantagens que estes modelos trazem na investigação e referindo que “a IA vai permitir-nos desenvolver cada vez mais compostos”. “Não andamos a testar à sorte. Testamos de uma forma mais sistemática. Já estamos a fazer isto e vamos utilizar mais no futuro”, esclarece.

Em relação à investigação, Portela refere uma preocupação em relação à questão do genoma humano e como este está a ser usado. Enquanto na Europa não se pode usar, “na China estes dados não pertencem as pessoas, pertencem aos governos e estão a ser usados para desenvolver novos medicamentos, enquanto na Europa estamos a ficar para trás”.

Outra área incontornável é a sustentabilidade. E também aqui o líder da Bial deixou vários apelos para que as empresas europeias não percam competitividade em relação a outras geografias. “É preciso ter algum cuidado que ao nível da Europa haja bom senso relativamente ao green deal e que não se extremem posições para que na Europa se faça A, B ou C”, enquanto noutros países as exigências são muito menores. Por outro lado, “o que se vai ser pedido às PME é demasiado pesado relativamente à dimensão das empresas”.

Quanto a este tema, Isabel Barros é perentória: “Para nós, a sustentabilidade tem de ser negócio, tem de dar dinheiro”.

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