Marcelo observa, vê, mas não comenta processo do Chega e polémica com Aguiar-Branco

  • Lusa
  • 19 Maio 2024

O Presidente da República disse que observa, vê, mas não comenta a tentativa falhada do Chega de o processar por traição à pátria nem a polémica com Aguiar-Branco e a liberdade de expressão.

O Presidente da República disse que observa, vê, mas não comenta a tentativa falhada do Chega de o processar por traição à pátria nem a polémica com Aguiar-Branco e a liberdade de expressão dos deputados. Marcelo Rebelo de Sousa invocou o período eleitoral para as europeias de 09 de junho e a separação de poderes para nada dizer acerca do processo tentado pelo Chega para o processar por traição devido às suas declarações sobre as reparações às ex-colónias, em declarações à RTP, no final da Taça de Portugal feminina de futebol, no Estádio do Jamor, Oeiras, Lisboa.

O Presidente da República, pela separação de poderes, não pode estar a comentar aquilo que o presidente da Assembleia faz, o que é que os deputados pensam de um lado e de outro. Portanto, observo, vejo, mas não posso comentar“, afirmou, questionado sobre a decisão do presidente do parlamento, José Pedro Aguiar-Branco, que não censurou o líder do Chega depois de André Ventura ter dito que os turcos “não são propriamente conhecidos por ser o povo mais trabalhador do mundo”.

Na sexta-feira, após o incidente parlamentar, em declarações aos jornalistas, o presidente da Assembleia defendeu que não lhe compete censurar as posições ou opiniões de deputados, remetendo para o Ministério Público uma eventual responsabilização criminal do discurso parlamentar. Todos os partidos à esquerda criticaram a decisão de José Pedro Aguiar-Branco.

Marcelo Rebelo de Sousa disse que também assistiu, mas não comenta, o debate no parlamento, na semana passada, da proposta do Chega, chumbada na sexta-feira pela Assembleia da República, de avançar com uma queixa contra si por traição à pátria, devido a declarações sobre as eventuais reparações a antigas colónias. Se o fizesse, disse, seria “comentar uma iniciativa partidária: “Era estar a meter-me na luta partidária.”

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MDS compra corretora no Brasil por 143 milhões de euros

Com a aquisição da D’Or Consultoria, o grupo corretor baseado no Porto entra no segmento de benefícios corporativos e vai chegar a 1,5 mil milhões de euros de negócios no Brasil.

A MDS Brasil, parte do Grupo MDS e uma das maiores corretoras daquele país nos segmentos de seguros, resseguros, gestão de benefícios e consultoria de riscos, adquiriu a D’Or Consultoria, da Rede D’Or São Luiz. Esta aquisição, acordada pelo valor de 800 milhões de reais, cerca de 143 milhões de euros, vai duplicar o negócio da MDS no Brasil e reforçar o seu papel como plataforma de crescimento do Grupo Ardonagh na América Latina, afirma a empresa.

O CEO José Manuel Dias da Fonseca confirma a MDS como plataforma de crescimento do Grupo Ardonagh na América Latina.

A MDS Brasil gere atualmente cerca de 720 milhões de euros (quatro mil milhões de reais) em prémios de seguro e, com a futura incorporação da D’Or Consultoria, – ainda sujeita a análise das entidades locais, – irá tornar-se num dos principais players no segmento de benefícios corporativos naquele país.

A D’Or Consultoria é uma das maiores corretoras de benefícios corporativos como seguros e planos de saúde, planos dentários, seguros de vida e de previdência, e possui, atualmente, uma carteira de planos de saúde, com cerca de 2,5 milhões de utilizadores, contando com 900 colaboradores que se irão juntar às 1.400 pessoas que, atualmente, fazem parte do Grupo MDS em todas as geografias.

A operação combinada vai gerar mais de 1,5 mil milhões de euros (oito mil milhões de reais) em prémios de seguro, criando uma das maiores corretoras do Brasil em gestão de risco e consultoria para o mercado local.

José Manuel Fonseca, CEO do Grupo MDS, comenta que esta aquisição no mercado brasileiro é vista como agregadora de uma “excecional equipa de especialistas em benefícios”, acrescentando um profundo conhecimento do setor e o compromisso com a excelência do serviço, o que combinado com a escala da MDS a nível global irá desbloquear muitas oportunidades para oferecer valor aos nossos clientes no Brasil.”

Ariel Couto, CEO da MDS Brasil, refere que “a transação marca uma evolução empolgante da nossa estratégia regional, fortalecendo nossa presença no mercado latino-americano, com soluções de ponta adaptadas às necessidades dos nossos clientes”, salientando que a com a combinação das duas operações, “a MDS está pronta para solidificar a posição como uma das corretoras líderes no Brasil e na América Latina”.

A D’OR Consultoria, até agora corretora da Rede D’Or São Luiz, especializada em benefícios, foi fundada em 2015 e conta com mais de 3.400 clientes e 2,5 milhões de pessoas através das seis filiais em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Paraná e Pernambuco, trabalhando com as maiores seguradoras de saúde do mercado brasileiro.

Bruno Iannuzzi, CEO da D’Or Consultoria, acrescentou que “a transação permitirá uma oferta diferenciada e mais completa aos nossos clientes e ao mercado em geral, ao mesmo tempo em que contribuirá para o desenvolvimento da economia e da sociedade de uma das maiores economias e mercados de seguros do mundo”.

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Fidelidade atribui 750 mil euros a nove organizações sociais

  • ECO Seguros
  • 19 Maio 2024

O prémio destina-se a associações que atuam nas áreas de envelhecimento, inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade e de prevenção em saúde.

A Fidelidade atribuiu o Prémio Fidelidade Comunidade a nove organizações de cariz social, com o valor total de 750 mil euros na semana passada. Segundo a seguradora revela em comunicado, o prémio visa fortalecer o setor social, apoiando instituições que desenvolvem atividade nas áreas de envelhecimento, inclusão social de pessoas com deficiência ou incapacidade, e da prevenção em saúde.

Jorge Magalhães Correia, presidente do Conselho de Administração da Fidelidade: “Queremos continuar a contribuir para que estas organizações sejam mais sustentáveis, ajudando a potenciar a eficiência e a capacidade de resposta que têm nas suas áreas de intervenção”.Hugo Amaral/ECO

Nesse sentido, as instituições premiadas no âmbito do seu trabalho na inclusão de pessoas com deficiência ou incapacidade foram a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA); Associação de Apoio à Pessoa Excecional do Algarve (APEXA); Associação de Paralisia Cerebral de Braga (APCB). Na área da prevenção em saúde foi distinguida com o prémio a Associação Cuidadores e CDI (Center of Digital Inclusion). Quanto às instituições que atuam na área do envelhecimento, as que foram premiadas pela Fidelidade foram: Casa de Saúde de Idanha, Palhaços D’opital, Pedalar sem idade, Santa Casa da Misericórdia de Vila Velha de Ródão.

Cada organização recebeu um apoio da seguradora no valor entre os 50 e 100 mil euros, montante “que não é dependente do valor total do projeto, podendo a Fidelidade apoiar 100% do mesmo ou apenas uma parte”.

Esta foi a quinta edição da iniciativa do grupo e contou com o apoio da Fosun Foundation, recebeu 304 candidaturas, das quais: 41% na área do envelhecimento (121 candidaturas), 34% na área da inclusão social (101 candidaturas) e 25% no setor da prevenção em saúde (82 candidaturas).

“Ao longo das cinco edições do Prémio Fidelidade Comunidade fomos positivamente surpreendidos com o trabalho e a resiliência das organizações sociais, bem como pela qualidade das suas respostas e capacidade de inovação. Queremos continuar a contribuir para que estas organizações sejam mais sustentáveis, ajudando a potenciar a eficiência e a capacidade de resposta que têm nas suas áreas de intervenção”, afirmou Jorge Magalhães Correia, presidente do Conselho de Administração do Grupo Fidelidade.

Note-se que as instituições foram selecionadas por um júri constituído por Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde e da Igualdade; Madalena Santos Ferreira, juristas; Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa; Filipe Almeida, presidente da Estrutura de Missão Portugal inovação Social, Sandro Resende, artista plástico e empreendedor social, fundador da P28 e Manicómio; e Jorge Magalhães Correia, presidentes do Conselho de Administração do Grupo Fidelidade.

O prémio foi criado em 2017 e desde aí a Fidelidade investiu 3 milhões de euros em 87 projetos.

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MAPFRE recuperou 673 toneladas de peças de 1.887 veículos

  • ECO Seguros
  • 19 Maio 2024

O grupo quer atingir neutralidade carbónica até 2030. Reutilizou 14.550,62 de equipamentos informativos em 2023 e evitou o consumo de 276 toneladas de papel, resultando na diminuição de 251 tCO2e.

O CESVIMAP (Centro de Investigação & Desenvolvimento da MAPFRE) recuperou 673 toneladas de peças de 1.887 veículos sinistrados em Espanha através do CESVIrecêmbios (Centro autorizado de Tratamento do CESVIMAP), anunciou a MAPFRE no âmbito do Dia Internacional da Reciclagem, celebrado na passada sexta-feira.

O Grupo MAPFRE visa com esta divulgação demonstrar o seu compromisso com a sustentabilidade e a economia circular. Nesse sentido, visa ter uma empresa neutra em carbono até 2030, “e por isso assumiu o compromisso de promover o consumo responsável de recursos, redução, reutilização e reciclagem de resíduos.

Também no ano passado, o grupo reutilizou 14.550,62 de equipamentos informativos através de doações graças ao projeto Eco-RAEE. Em Espanha, 23% do total de equipamentos informativos geridos foram recondicionados, medida que segundo o grupo evitou a emissão de 109 tCO2e.

Além disso, a assinatura eletrónica biométrica de documentos evitou o consumo de 276 toneladas de papel o que resultou na diminuição de 251,75 tCO2e em Espanha e Portugal. Também o projeto ‘Resíduo Zero’ permitiu a reciclagem de 412 toneladas de resíduos num ano, “100% dos resíduos gerados nos edifícios da Sede em Majadahonda, em Madrid – este modelo está a ser implementado noutros edifícios em Espanha, no México, Brasil e Porto Rico.

Importa salientar que “o CESVIMAP é um centro tecnológico especializado na reparação e reciclagem de veículos entre outros serviços, e é uma referência no processo de desmantelamento de veículos de forma sustentável, prolongando assim a vida das peças e facilitando a reutilização de matérias-primas, como o plástico e o vidro, e reduzindo o consumo de energia.”.

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Helicóptero com Presidente iraniano despenha-se

  • Lusa
  • 19 Maio 2024

Um helicóptero que transportava o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, esteve envolvido num acidente no norte do país, segundo a imprensa local, que refere que o aparelho se terá despenhado.

Um helicóptero que transportava o Presidente iraniano, Ebrahim Raisi, esteve envolvido este domingo num acidente no norte do país, segundo a imprensa local, que refere que o aparelho se terá despenhado, mas não há informações credíveis sobre o estado de saúde dos envolvidos no acidente. “Segundo informações não confirmadas, o helicóptero que transportava o Presidente (…) despenhou-se na província do Azerbaijão Oriental“, afirmou a televisão estatal, acrescentando decorrem operações para o localizar em condições meteorológicas adversas, com o registo de chuvas fortes e algum vento.

Citada pelas agências noticiosas internacionais, a televisão estatal avançou que o incidente ocorreu perto de Jolfa, uma cidade na fronteira com o Azerbaijão, cerca de 600 quilómetros a noroeste da capital iraniana, Teerão. Raisi tinha estado no Azerbaijão no início de domingo para inaugurar uma barragem com o homólogo azeri, Ilham Aliyev, naquela que é a terceira barragem construída pelos dois países no rio Aras.

O Irão possui uma variedade de helicópteros no país, mas as sanções internacionais dificultam a obtenção de peças para os mesmos. A sua frota aérea militar também remonta, em grande parte, ao período anterior à Revolução Islâmica de 1979.

Raisi, de 63 anos, é um homem de linha dura que anteriormente dirigiu o poder judicial do país e é caracterizado como um protegido e possível sucessor do líder supremo do Irão, o aiatola Ali Khamenei. Raisi venceu as eleições presidenciais iranianas de 2021, uma votação que registou a taxa de participação mais baixa da história da República Islâmica.

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Graves ou caricatas, fraudes e irregularidades com fundos da UE

Portugal é um bom aluno na utilização dos fundos comunitários. A par da Suécia, foi o único país que teve um contrato de confiança com Bruxelas. Mas há sempre casos condenáveis.

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A “Operação Maestro” é o mais recente caso suspeito de fraude com fundos europeus. O Ministério Público (MP) está a investigar, há seis anos, Manuel Serrão e várias pessoas com quem se relaciona, pessoal e profissionalmente, por uma alegada fraude que terá lesado o Estado português em 39 milhões de euros por apropriação indevida de fundos europeus através de faturas falsas e despesas inflacionadas.

A comprovar-se não será caso único, ainda que Portugal tenha um dos melhores registos a nível europeu em termos de fraudes. A comissária europeia, Elisa Ferreira, não se cansa de sublinhar que Portugal tem “um desempenho que, globalmente, é positivo”, sendo exemplo de várias “boas práticas, de reforço de capacidade administrativa e de cultura antifraude que merecem ser lembradas”.

No período de programação 2007-2013 (QREN), foram reportados 2.709 casos suspeitos de irregularidades ou fraude na utilização de fundos europeus. Mas, até agora há apenas dois casos de fraude comprovada, envolvendo 200 mil euros de apoios agrícolas, segundo o estudo do Think Tank | Risco de Fraude, Recursos Financeiros da União Europeia, criado em 2021, pela Procuradoria-Geral da República. E no Portugal 2020 (2014-2020) há 1.320 casos suspeitos e nenhum comprovado. Mas, “a fraude ocorre de forma escamoteada e escondida e os números de fraude reportada não correspondem à fraude real”, lembra a procuradora Ana Carla Almeida.

Basta um minuto para recordar casos como o das golas anti-fumo, que levou à demissão do ex-secretário de Estado da Proteção Civil, o socialista José Artur Neves, por suspeitas de fraude que terão lesado o Estado em 364.900 euros. A “Operação Chave Mestra” que investiga um desvio de 2,5 milhões de euros, no âmbito de 21 projetos do QREN e do Modcom. Ou ainda a “Operação Rota Final”, na qual o ex-eurodeputado social-democrata, Álvaro Amaro, é arguido num alegado esquema fraudulento de viciação de procedimentos de contratação pública em 18 municípios, entre os quais a Câmara da Guarda, centrada no Grupo Transdev. Todos casos cujo desfecho ainda não é conhecido.

Mas há muitos casos graves e caricatos de fraudes ou irregularidades com fundos europeus. Aqui ficam alguns.

Caso AIMinho

É talvez o que mais semelhanças tem com a “Operação Maestro”. Há 120 arguidos (pessoas e empresas), incluindo o antigo presidente da associação, António Marques, a serem julgados por associação criminosa, fraude na obtenção de subsídios, burla qualificada, branqueamento, falsificação e fraude fiscal qualificada, crimes cometidos entre 2008 e 2013. A fraude terá atingido 9,7 milhões de euros do Fundo Social Europeu (FSE). Foram investigadas 109 operações distintas cofinanciadas por fundos europeus e pelo Orçamento do Estado. A AIminho foi alvo de um processo de execução fiscal para a devolução do dinheiro obtido ilegalmente.

Caso UGT

É considerado um dos casos mais graves e delicados pela sua dimensão política e financeira. Levou cerca de 30 anos a ficar resolvido e levou ao banco dos réus três antigos dirigentes da central sindical: Torres Couto, João Proença e Rui Oliveira e Costa. Depois dos alertas da Comissão Europeia, o MP investigou e deduziu acusação contra 36 arguidos por fraude na obtenção de subsídio para formação profissional (financiada pelo FSE), num valor superior a 358 mil contos (1,8 milhões de euros). Todos foram absolvidos por falta de provas. Mas a Comissão Europeia exigiu a devolução das verbas. Assim, desde 2017, e ao longo de 25 anos, a UGT pagará 7.500 euros por mês até saldar a dívida.

Reforma do parcelário

Portugal não fez a revisão do parcelário das ajudas a tempo o que levou a um desvio de 3,6% nas áreas elegíveis. Bruxelas exigiu a Portugal a demolição de 143,4 milhões de euros de pagamentos irregulares aos agricultores entre 2009, 2010 e 2011. Depois de muitas negociações, e de uma revisão “à pressa” do parcelário com recurso à fotografia aérea, Portugal conseguiu que a Comissão perdoasse a multa e libertasse os 600 milhões de euros que, entretanto, reteve destinados aos pagamentos aos agricultores nesse ano.

Túnel do Rossio

Nas obras do túnel do Rossio, houve um alerta de risco de aluimento. Dado o risco da situação, a Refer foi autorizada pelo Governo a contratar, por ajuste direto, os trabalhos, prestações de serviços e fornecimentos para se proceder às obras do túnel ferroviário do Rossio, por se tratar de um imprevisto — uma deficiência estrutural numa extensão de 40 metros. Um ano depois, a obra sequer tinha começado. A empreitada só foi adjudicada em julho de 2005 e previa-se que ficasse concluída no final de agosto, princípio de setembro de 2006. A Refer teve de devolver os apoios.

Remodelação hoteleira

Não foi uma fraude, mas uma irregularidade em termos de despesas apoiadas. Remonta ao início de 2014 e foi tratado com a máxima descrição. A construção de hotéis novos ou a remodelação de unidades já existentes sempre que tivessem apoios superiores a cinco milhões de euros tinham de seguir as regras da contratação pública. Mas isso não aconteceu em múltiplos casos. Em causa estavam 82 milhões de euros. A IGF obrigou à elaboração de um plano e o Compete teve de verificar, nos vários casos, se as regras da concorrência foram cumpridas e se houve prejuízo público. O Turismo de Portugal teve de responder financeiramente por 70 milhões, dos apoios pagos. Os restantes 12 milhões foram responsabilidade das empresas.

Caso do Matadouro

O Matador da Guarda foi totalmente realizado financeiramente, a despesa paga na totalidade, mas nunca passou de algumas fundações e paredes. O caso terminou com a prisão do então presidente da Câmara de Braga, Abílio Curto, “o autarca modelo do PS”, como era conhecido. Foi condenado, a 8 de novembro de 2002, a três anos e seis meses, pelo crime de fraude na obtenção de subsídio, mas a pena foi reduzida. Com ele só foi condenado mais um dos quatro arguidos, o fiscal da obra. Foram obrigados a devolver 625 mil e 455 mil euros, respetivamente, de projeto que custou um milhão de contos (cinco milhões de euros). Abílio Curto tinha sido eleito em 1976 presidente da Câmara da Guarda e exerceu o cargo ininterruptamente até dezembro de 1995, data em que foi detido e suspenso de funções.

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Melo antecipa para “breve” aumento salarial dos militares

  • Lusa
  • 19 Maio 2024

O ministro da Defesa Nacional revelou que a "valorização salarial e justa" dos militares portugueses e "mais alguma justiça" para os antigos combatentes, será concretizada brevemente.

O ministro da Defesa Nacional anunciou que a “valorização salarial e justa” dos militares portugueses e “mais alguma justiça” para os antigos combatentes, será concretizada brevemente, assumindo que a sua prioridade são as pessoas. “A minha prioridade enquanto ministro da Defesa está nas pessoas, nos antigos combatentes e nos militares do presente a pensar no futuro”, disse Nuno Melo, que falava em Aveiro durante a cerimónia militar que marca o encerramento das comemorações do Dia da Marinha 2024.

Perante uma plateia de milhares de pessoas que assistiram à cerimónia, o ministro disse que no conselho superior militar, que decorreu recentemente, foi dado o primeiro passo para “a valorização salarial e justa dos militares portugueses assente no principio de equiparação com outras dimensões de soberania a concretizar com a maior brevidade possível”. O governante também espera que com a maior brevidade possível seja dada “mais alguma justiça que é obrigatória, mas a possível, aos antigos combatentes“.

Nuno Melo assumiu ainda que a defesa nacional é uma prioridade para este Governo, assegurando que, apesar dos constrangimentos orçamentais, irá procurar dar resposta aos desafios que se colocam. “Quero assegurar-lhes que, com respeito pelas possibilidades orçamentais, procuraremos as respostas possíveis que permitam a dignificação das forças armadas, a valorização dos antigos combatentes, a atualização dos incentivos ao recrutamento e retenção dos militares, a capacitação produtiva e tecnológica da indústria e a modernização e adequação dos equipamentos e das instalações”, disse.

Na mesma cerimónia, o Chefe do Estado-Maior da Armada, Gouveia e Melo, disse ter conhecimento do “árduo trabalho” que o Governo está a realizar para encontrar “a situação retributiva que corresponda ao justo equilíbrio entre a disponibilidade, as competências e as exigências da condição militar de quem serve no mar”.

O almirante Gouveia e Melo fez ainda um balanço dos três anos do seu comando, que está a chegar ao fim, assinalando que foram implementadas “muitas alterações na área do pessoal, do material, das finanças e nas operações para capacitar a Marinha para este século“.

“Foram três anos a transformar a Marinha”, disse Gouveia e Melo, destacando o investimento feito para renovar a esquadra com 17 novos navios, que vão tornar a Marinha portuguesa “verdadeiramente significativa” para ser “os agentes do Estado no mar”.

No entanto, o almirante avisou que, para manter a sua operacionalidade, a Marinha necessita que se encontre uma solução a curto prazo que “resolva as limitações do arsenal do Alfeite SA criadas na manutenção da esquadra”. “Nós estamos prontos para fazer todos os esforços necessários para que essa solução seja implementada rapidamente“, disse.

No seu discurso, Gouveia e Melo referiu ainda que em 2023, os navios da Marinha portuguesa estiveram 4.946 dias empenhados em missão e percorreram o equivalente a cerca de 11 voltas ao mundo, um valor que o almirante considerou ser excecional para “uma Marinha da (…) dimensão” de Portugal.

A cerimónia incluiu o desfile das forças em parada, com a presença de mais de 500 militares, e a demonstração naval com a simulação diversas ações que levaram ao Cais da Fonte Nova milhares de pessoas.

O Dia da Marinha é uma iniciativa nacional que este ano decorreu em Aveiro integrada no programa de Aveiro Capital Nacional da Cultura 2024.

O programa contou com um conjunto de atividades ao longo de vários dias, incluindo demonstrações de táticas militares ou de ‘drones’ e visitas ao Navio-Escola Sagres, que, pela primeira vez nos seus 87 anos de existência, está atracado no Cais do Sal.

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Zero diz que aumento da capacidade do aeroporto é risco grave e inaceitável para Lisboa

  • Lusa
  • 19 Maio 2024

A Zero considera que o aumento da capacidade do aeroporto Humberto Delgado representa um grave e inaceitável risco para a cidade de Lisboa e que o aumento de capacidade é irrealizável.

A Zero considera que o aumento da capacidade do aeroporto Humberto Delgado representa um grave e inaceitável risco para a cidade de Lisboa e que o aumento de capacidade do mesmo é irrealizável pelos enormes impactos. Num comunicado divulgado este domingo, a Zero afirma que está frontalmente contra um aumento de capacidade do aeroporto Humberto Delgado, anunciado pelo Governo, porque se traduz num aumento de movimento de aviões, ruído, poluição atmosférica e risco de acidente aéreo na cidade de Lisboa.

A associação sublinha que o aumento de capacidade do aeroporto de Lisboa, que não foi previsto nas recomendações da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre o novo aeroporto, vai muito mais longe ao propor uma subida da capacidade do aeroporto de 38 movimentos por hora para 45, “que faria agravar o flagelo a que muitos cidadãos de Lisboa são diariamente, dia e noite, expostos devido ao sobrevoo intenso de aviões na cidade”,

O que se exige a todos os atores responsáveis é que se empenhem e produzam todos os esforços no sentido de concretizar no mais curto espaço de tempo possível um processo de licenciamento ambiental credível e a construção da nova infraestrutura aeroportuária que permita a desativação do atual aeroporto de Lisboa“, adianta.

A Zero também denuncia “o que considera ser uma tentativa de evitar a necessidade de Avaliação de Impacte Ambiental à expansão do aeroporto, ao anunciar-se o aumento da sua capacidade em 18,4%, valor inferior a 20% que, de acordo com legislação, espoleta a necessidade de fazer cumprir esse instrumento“. Mas a associação defende que “é absolutamente inequívoca a necessidade de Avaliação de Impacte Ambiental de qualquer obra no Humberto Delgado, independentemente do valor de aumento de capacidade ou mesmo se existe — para além de que seria uma falta de lisura para com os cidadãos de Lisboa não a efectuar”.

A associação refere ainda que considera o anúncio do Governo de aumentar a capacidade do aeroporto é precipitado porque devido à “envergadura dos prejuízos envolvidos, a ZERO crê que qualquer pedido de licenciamento de aumento de capacidade será indeferido pelas autoridades ambientais”.

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Primeiro-ministro garante que saúde familiar será “um dos eixos” do programa de emergência

  • Lusa
  • 19 Maio 2024

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu que a saúde familiar será "um dos eixos" do programa de emergência para o setor que o Governo prevê apresentar em junho.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu que a saúde familiar será “um dos eixos” do programa de emergência para o setor que o Governo prevê apresentar em junho. “Cuidar com proximidade e confiança. No Dia Mundial do Médico de Família realço que a saúde familiar será um dos eixos do nosso programa de emergência. Vamos valorizar os profissionais de saúde e com eles dar respostas aos cidadãos“, lê-se numa mensagem publicada na conta oficial de Luís Montenegro na rede social ‘X’ (antigo Twitter).

Na quarta-feira, no debate quinzenal com o primeiro-ministro na Assembleia da República, o chefe do executivo afirmou que o programa de emergência para a saúde seria apresentado dentro de duas semanas, com especial foco na recuperação de cirurgias, na obstetrícia e nas respostas no âmbito da medicina familiar. “No máximo, dentro de duas semanas, o país vai conhecer o programa de emergência que temos para a saúde. Vai ter incidências na recuperação dos tempos de espera para cirurgias, em particular as mais problemáticas — por exemplo, as oncológicas. Vai ter foco especial na obstetrícia e um plano de resposta de medicina familiar para cerca de 1,5 milhões de portugueses sem médico de família“, especificou.

Luís Montenegro, no entanto, advertiu que o programa será de emergência e “não a transformação estrutural que o Governo tenciona fazer na saúde” até ao final da legislatura, libertando-a de complexos de ordem ideológica.

O grupo de 13 pessoas que está a preparar este plano é coordenado pelo antigo presidente do Infarmed Eurico Castro Alves, licenciado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e doutorado em Medicina pelo ICBAS – Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar.

Além de Eurico Castro Alves, integram o grupo, entre outros, Alberto Caldas Afonso, pediatra e diretor do Centro Materno-Infantil do Norte; António Marques, professor catedrático e anestesiologista que foi responsável pela Comissão de Gestão do Plano do Ministério da Saúde para a Jornada Mundial da Juventude; Catarina Baptista, administradora hospitalar que foi vogal da anterior administração liderada por Ana Paula Martins à frente do Hospital de Santa Maria, e João Gouveia, diretor do serviço de Urgência Central da ULS de Santa Maria.

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Brasil vai reabrir consulado geral em Angola

  • Lusa
  • 19 Maio 2024

O embaixador brasileiro em Angola nega a existência de casos de corrupção ligados à emissão de vistos e anunciou "para breve" a reabertura de um consulado geral para atender "a explosão" de pedidos.

O embaixador brasileiro em Angola nega a existência de casos de corrupção ligados à emissão de vistos e anunciou “para breve” a reabertura de um consulado geral para atender “a explosão” de pedidos, que quintuplicaram num ano. Em entrevista à Lusa, Rafael Vidal nota que o problema se tem vindo a avolumar desde o fim da pandemia, com o aumento do número de angolanos que querem viajar para o Brasil, o que fez com que a procura de vistos passasse de uma média anual de cinco mil vistos para os atuais 25 mil a 30 mil pedidos, quase 700% mais do que em 2022.

Muitos requerentes queixam-se de excesso de burocracia e da demora, que leva a recorrer a intermediários, mas Rafael Vidal considera que não se trata de um problema da embaixada, já que “é impossível os recursos humanos e físicos crescerem no mesmo ritmo” da procura.

Atualmente, a embaixada do Brasil dispõe de serviços consulares, mas o diplomata admite que a reabertura de novo consulado geral, já anunciado pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, se possa concretizar ainda este ano.

Rafael Vidal adianta que foram implementadas medidas para facilitar a fluidez dos requerimentos, tendo sido estabelecidos limites diários para atender os requentes e evitar que os passaportes fiquem retidos. “Chegámos a ter 14 mil“, indica, acrescentando que todos foram já entregues e que para evitar a retenção dos passaportes o agendamento passou a ser a “porta de entrada” dos requentes, sendo atendidos cerca de 50 por dia.

Embora admita que os agendamentos continuam demorados, Rafael Vidal refere que a culpa não é da embaixada, mas sim da “explosão da demanda [procura] de vistos para o Brasil”.

Outros países que poderiam ser destino, como EUA e Portugal, por exemplo, não têm a mesma facilidade da emissão de vistos.

Rafael Vidal, embaixador do Brasil em Angola.

Segundo o diplomata, o país tem vindo a ser cada vez mais procurado na medida em que dá resposta às necessidades de saúde, educação, trabalho e melhoria das condições de vida, mas também porque “o resto do mundo fecha as portas”. “Outros países que poderiam ser destino, como EUA e Portugal, por exemplo, não têm a mesma facilidade da emissão de vistos“, frisou, destacando que para um visto de turismo (concedido por dois anos) apenas se exige comprovativos de rendimentos e documentos válidos. A principal tipologia de vistos que tem sido requerida é precisamente a de turista (90%), seguindo-se a de estudante.

Questionado sobre as reclamações relativas a pagamentos para fazer o agendamento e esquemas de corrupção, recentemente denunciados pela organização não-governamental angolana Omunga, Rafael Vidal desmentiu as denúncias. “Em relação à embaixada não existe pagamento extra, a embaixada está blindada. Agora na rua não sabemos o que acontece, pode acontecer que os famosos ‘mixeiros’ enganem os incautos e ofereçam serviços a troco de dinheiro para agilizar vistos, é possível que intermediários, agências de viagem o façam, nisso nós não temos como atuar“, diz.

O embaixador considera “muito irresponsável” o uso da palavra corrupção a propósito destes casos, por considerar que esse conceito refere-se ao envolvimento de agentes do Estado. “E nós não temos agentes do Estado a oferecer agilização de serviços. Quem oferece são os famosos ‘mixeiros’ que cobram dinheiro com promessa de conseguir visto mais rápido”, insiste o diplomata, que alerta para o facto de muitos intermediários apresentarem documentos falsificados que levam à recusa dos vistos, sendo os utentes “ludibriados”.

Cerca de 60% dos pedidos de vistos não são aprovados, e entre estes perto de 80% não são concedidos por inconformidade nos documentos, enquanto os restantes são recusados por estarem ligados a irregularidades graves como falsificação ou fraude, que impedem pedidos de um novo visto por cinco anos.

Quanto a “outras insinuações”, devem ser apresentadas provas, vincou Rafael Vidal, referindo que a embaixada mantém um canal aberto para agilizar casos urgentes, seja por problemas de saúde ou para participação em encontros no Brasil que sejam considerados importantes, como foi o caso da Omunga, cujo agendamento foi solicitado com urgência.

Na semana passada, a Omunga denunciou a existência de alegados esquemas de corrupção e tráfico de influência para obtenção de vistos na Embaixada do Brasil em Luanda, após o seu diretor executivo, João Malavindele, não ter conseguido embarcar para o país sul-americano para participar na reunião da Rede da Lusofonia de Combate à Corrupção (RedGov). “O senhor Malavindele (diretor executivo da Omunga) ficou esperando ser contactado pela embaixada e nós não podemos contactar milhares de cidadãos (…) no caso dele, felizmente, atendemos o agendamento e ele não pagou nada”, afirma o diplomata, sugerindo uma falha de comunicação.

Brasil investe 20 mil milhões em Angola nas duas últimas décadas

O Brasil investiu quase 20 mil milhões de dólares (18 mil milhões de euros) em Angola nas duas últimas décadas e promoveu mais de 75 projetos de cooperação, disse à Lusa o embaixador daquele país em Luanda. Em entrevista à Lusa, Rafael Vidal focou a construção conjunta e “irmandade” entre os dois países, ambos ex-colónias portuguesas, e a parceria diplomática “muito intensa” desde a independência de Angola, em 1975, que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer.

O Brasil tem uma parceria estratégica com Angola – a segunda em África, além da África do Sul – e o país lusófono foi o que mais recebeu fundos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) num total de 3,5 mil milhões de dólares (3,22 mil milhões de euros, ao câmbio atual), já reembolsados, “para ajudar na reconstrução de Angola”, após o final da guerra civil, em 2002.

O Brasil tem uma parceria estratégica com Angola – a segunda em África, além da África do Sul – e o país lusófono foi o que mais recebeu fundos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) num total de 3,5 mil milhões de dólares (3,22 mil milhões de euros, ao câmbio atual), já reembolsados, “para ajudar na reconstrução de Angola”, após o final da guerra civil, em 2002.

“As grandes empresas de engenharia e construção vieram, instalaram-se e muitas seguem por cá, investiram, essas obras são visíveis”, disse o diplomata, salientando a importância da diplomacia presidencial retomada no terceiro mandato de Lula da Silva, que escolheu Angola para a sua primeira visita. “[O Presidente Lula] desde o seu primeiro mandato sempre teve essa atuação importante, sobretudo nas nossas parcerias mais importantes no eixo sul-sul”, notou Rafael Vidal, acrescentando que “todas as parcerias internacionais são bem vindas”.

“Não estamos em Angola para deslocar ou alienar outros parceiros, não entramos nessa corrida (…). Acreditamos no princípio da cooperação à medida do Estado que recebe a cooperação e no princípio da responsabilidade internacional, não nos desenvolvemos se os nossos vizinhos não se desenvolverem”, declarou o embaixador à Lusa, reforçando: “o Brasil não está aqui porque outros países estão, estaria aqui mesmo se nenhum deles estivesse”.

Rafael Vidal adiantou que o Brasil já estabeleceu mais de 75 projetos de cooperação e já investiu mais de 20 mil milhões de dólares (18,4 mil milhões de euros) em Angola em duas décadas. “Temos a maior comunidade brasileira de África, uma comunidade empresarial, dinâmica, somos 27 mil brasileiros”, realçou.

Também o nível de comércio regressou aos níveis pré-pandemia, atingindo cerca de 1,5 mil milhões de dólares (1,38 mil milhões de euros), com uma balança comercial equilibrada entre 2022 e 2023. “Angola exporta hoje muito mais petróleo, por exemplo”, salientou o embaixador brasileiro, destacando o “momento muito especial” da relação entre os dois países graças à retoma da diplomacia presidencial de Lula da Silva.

Como frutos dessa diplomacia, apontou realizações concretizadas esta semana, como o primeiro congresso do banco de leite humano, “com base na experiência angolana” e a primeira participação de startups brasileiras na Angola Startup Summit.

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Von der Leyen à procura de maioria de apoio no Parlamento

  • Lusa
  • 19 Maio 2024

Apontada como favorita à presidência da Comissão Europeia, Von der Leyen enfrenta um trajeto difícil até à sua eventual (re)eleição pelo Parlamento Europeu. Uma maioria está longe de estar assegurada.

Apontada como favorita à corrida à presidência da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen enfrenta um trajeto difícil até à sua eventual (re)eleição pelo Parlamento Europeu, onde precisa de garantir uma maioria longe de estar assegurada.

A menos de um mês das eleições europeias, que decorrerão nos 27 Estados-membros da União entre 6 e 9 de junho, a “candidata principal» oficial (‘spitzenkandidat’) do Partido Popular Europeu (PPE), tem condições para conseguir um segundo mandato.

Todas as sondagens apontam para nova vitória da família de centro-direita à escala europeia, à frente dos Socialistas europeus, cujo candidato é o luxemburguês Nicolas Schmit. No entanto, mesmo confirmando-se a anunciada vitória do PPE, Von der Leyen terá de assegurar uma maioria (simples) no ‘novo’ Parlamento Europeu que resultar das eleições, que se antecipa muito mais fragmentado e com uma presença reforçada da extrema-direita.

A recente ‘abertura’ manifestada pela dirigente política alemã a uma eventual colaboração com o Grupo dos Conservadores e Reformistas (ECR) — que inclui partidos radicais como o Vox (Espanha), o Lei e Justiça (PiS, Polónia), o Reconquista (França) e os Irmãos de Itália — fez soar os alarmes nas famílias políticas europeias de centro-esquerda

Os Socialistas, Liberais, Verdes e Esquerda Europeia já avisaram que não apoiarão a sua recandidatura se houver qualquer tipo de aliança com a direita radical, o que inviabilizaria a sua eleição.

Em julho de 2019, Ursula von der Leyen, mesmo com o apoio das três maiores bancadas do Parlamento Europeu saído das eleições de maio desse ano — PPE, Socialistas e Liberais -, só conseguiu a eleição por uma margem de nove votos entre 733 expressos, ao receber 383 votos a favor, 327 contra, 22 abstenções e um voto nulo.

Ironicamente, Von der Leyen só conseguiu ser eleita graças aos votos a favor de muitos deputados do partido polaco PiS (então no poder) e do Fidesz, do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, algo que certamente não voltará a suceder, depois de, no último mandato, a Comissão ter avançado com procedimentos de infração por violações do Estado de direito em ambos os países.

Este ano, e caso seja designada pelo Conselho Europeu, Ursula von der Leyen enfrenta uma missão aparentemente ainda mais exigente para assegurar a maioria necessária no Parlamento, ou seja, metade mais um dos votos expressos (361). Descartou qualquer cooperação com o grupo Identidade e Democracia (ID), que inclui, entre outras, forças de extrema-direita como a Alternativa para a Alemanha (AfD), a Liga, de Matteo Salvini (Itália), e o Reunião Nacional de Marine Le Pen (França). Mas num debate entre os ‘spitzenkandidaten’ realizado no final de abril, não rejeitou, no entanto, trabalhar com o ERC, respondendo que “depende muito da composição do Parlamento e de quem está em que grupo”.

De acordo com os Tratados da UE, na eventualidade de o nome proposto pelo Conselho para presidente da Comissão não alcançar a maioria necessária no Parlamento Europeu — algo que nunca sucedeu até hoje -, os chefes de Estado e de Governo dos 27 têm o prazo de um mês para apresentar novo candidato.

Com a sessão constitutiva da nova assembleia agendada para 16 a 19 de julho, a eleição do presidente da Comissão Europeia deverá ocorrer na primeira sessão plenária do Parlamento Europeu após as férias de verão, entre 16 e 19 de setembro.

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Polestar 2: A beleza está nos detalhes

Com um design moderno e com rasgos de um desportivo, a coqueluche da Polestar oferece uma condução divertida sem comprometer a autonomia.

  • Este artigo integra a quarta edição do ECO magazine, que pode comprar aqui.

O mercado de carros elétricos está ao rubro em Portugal. Em 2023, segundo dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), foram vendidos quase 39 mil veículos ligeiros de passageiros movidos a eletricidade, cerca de 17% de todos os carros vendidos no mercado no ano passado.

A Polestar está longe de ser das marcas que mais vende no país: apenas 295 unidades em 2023. Apesar de ter sido um aumento de 132% face a 2022, representa apenas 3% das vendas da Tesla, a marca que mais elétricos vende em Portugal. No entanto, a Polestar tem no seu portefólio um dos carros elétricos mais bem conseguidos atualmente à venda no mercado nacional, destacando-se pelo seu desempenho e autonomia, mas particularmente pela qualidade dos materiais que utiliza.

Nascido da colaboração entre a Volvo e a Geely, o Polestar 2 carrega a herança escandinava de design minimalista e foco na segurança, mas com uma visão claramente voltada para o futuro da mobilidade elétrica. Isso sente-se bem na estrada ao volante da versão Long Range Dual Motor com o pack “performance” que o ECO conduziu, que carrega uma potência de 350 kW e um binário de 740 Nm que permite disparar dos 0 aos 100 quilómetros em apenas 4,2 segundos. Mas o Polestar 2 não nasceu para bater recordes de velocidade.

O Polestar 2 carrega a herança escandinava de design minimalista e foco na segurança, mas com uma visão claramente voltada para o futuro da mobilidade elétrica.

Este familiar, apesar de carregar um espírito desportivo e até aventureiro, talvez devido ao design do chassis e aos pequenos apontamentos a amarelo torrado dentro e fora do habitáculo, tem uma aceleração e sobretudo uma condução suave e controlada que permite realizar tanto viagens curtas como longas com o máximo conforto sem comprometer a performance e, sobretudo, o consumo de energia, espelhada na autonomia projetada na versão testada (a mais desportiva) até 581 quilómetros.

No interior do habitáculo, o Polestar 2 também não faz por menos. Está repleto de pormenores de encher o olho. É disso exemplo o manípulo das mudanças devidamente esculpido no formato de um hexágono e o ecrã LCD de 11,2 polegadas entre os dois bancos da frente, com todo o sistema de info-entretenimento (infotainment) fornecido pelo Google, e ainda do amplificador de 600 watts do sistema Harman Kardon Premium Sound no centro do tablier que permite colocar no volume máximo o hit do momento sem qualquer distorção do som.

É também curioso a ausência do tradicional botão “Stop & Go”, com o carro a ser ligado assim que se entra no habitáculo com a chave no bolso e se “engate” no modo “drive”.

Menos positivo do Polestar 2 é, desde logo, o preço. A versão Long Range começa nos 56.900 euros e vai até aos 66.900 euros (versão testada). É um preço elevado quando se considera as opções e os pacotes adicionais que rapidamente aumentam o preço final, mas também face ao preço praticado por alguns dos seus concorrentes diretos.

Para os potenciais futuros compradores, também não passará despercebido a Volvo ter recentemente anunciado que deixará de financiar a Polestar e vender a participação de 48% na companhia. Esta situação poderá revelar-se num desafio crescente para a marca no futuro, seja no desenvolvimento de novos modelos como na atualização dos já existentes.

Ficha técnica do Polestar 2

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