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DN ameaça com greve por tempo indeterminado caso se mantenha incumprimento salarial

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2024

A redação do Diário de Notícias decidiu adotar um "plano de luta consistente e de gravidade gradual" e "colocar a manchete do site a negro durante 24 horas".

Os trabalhadores do Diário de Notícias (DN) exigiram esta sexta-feira à Global Media Group (GMG) a regularização da situação salarial até 31 de janeiro, decidindo avançar com um pré-aviso de greve por tempo indeterminado “se tal não acontecer”. Em plenário, a redação do DN decidiu adotar um “plano de luta consistente e de gravidade gradual”, que passa por “utilizar o Diário de Notícias, versão online e papel como forma de luta”.

E também “colocar a manchete do site a negro durante 24 horas”, de acordo com um comunicado que a agência Lusa teve acesso. Os jornalistas exigem à “GMG a regularização da situação salarial até dia 31 de janeiro” e decidiram “avançar com pré-aviso de greve por tempo indeterminado se tal não acontecer”.

Este plano de luta, decidido porque “nenhuma forma de luta ao dispor dos trabalhadores garante o imediato pagamento de salários”, conta “com o apoio da direção” do jornal, pode ler-se no comunicado.

O plenário contou com a presença do advogado do Sindicato dos Jornalistas e de elementos da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e da Segurança Social que “esclareceram os trabalhadores sobre os mecanismos à disposição para fazer face ao incumprimento da GMG, incluindo a suspensão de contrato”, decisão tomada esta quinta-feira pelos trabalhadores do Jornal de Notícias e do desportivo O Jogo, do mesmo grupo.

Sobre a opção de suspensão de contrato, a redação do DN explicou, no comunicado, que já pode ser exercida pelos trabalhadores, mas, que só seria solução financeira, com o pagamento do subsídio de desemprego para “daqui a um mês e num cenário otimista e de celeridade”.

“Algo que não serve para já, segundo a redação, os interesses dos trabalhadores”, realçaram. Os trabalhadores do DN manifestaram ainda “total solidariedade com todos os que decidirem avançar para a suspensão imediata de contrato prevista na lei em casos de incumprimento salarial”, lembrando que esta situação se verifica neste jornal “desde o mês de dezembro e com a agravante do não pagamento do subsídio de Natal”.

A redação do DN manifestou ainda repúdio e indignação “com a atitude aviltante de um acionista, World Oportunity Fund (WOF) e do seu representante e presidente da Comissão Executiva, José Paulo Fafe, que assumidamente se recusou a pagar salários por estar em litígio, não com os trabalhadores do grupo, mas sim com outro acionista e com a ERC [Entidade Reguladora da Comunicação]”.

Desapareceram os argumentos invocando crises de tesouraria ou constrangimentos bancários. Finalmente se percebeu uma coisa: o WOF não paga porque não quer – não porque não pode. A indignidade é do tamanho da falta de respeito sentida-

Comunicado de redação do DN

“Desapareceram os argumentos invocando crises de tesouraria ou constrangimentos bancários. Finalmente se percebeu uma coisa: o WOF não paga porque não quer – não porque não pode. A indignidade é do tamanho da falta de respeito sentida”, frisaram.

O World Opportunity Fund, que controla a GMG, transmitiu esta quinta-feira a sua indisponibilidade em transferir dinheiro para pagar os salários em atraso até uma decisão da ERC e de um “alegado procedimento cautelar”, segundo disse em comunicado o presidente executivo (CEO) do GMG, José Paulo Fafe.

Além disso, acrescentou José Paulo Fafe, o fundo também lhe transmitiu a sua “indisponibilidade em efetuar qualquer transferência até que o alegado procedimento cautelar de arresto anunciado publicamente pelo empresário Marco Galinha seja retirado”. Neste mesmo dia, o administrador executivo do Global Media Group Filipe Nascimento e o administrador Paulo Lima de Carvalho apresentaram a demissão dos cargos.

Os acionistas do GMG Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira anunciaram que vão marcar uma assembleia geral para “apresentar uma solução” para o grupo, reiterando o “incumprimento” da atual gestão. E como o ECO/+M revelou em primeira mão, querem avançar para a destituição de José Paulo Fafe como presidente executivo.

Considerando ser da “responsabilidade exclusiva” do World Opportunity Fund (WOF) e da gestão executiva por este indicada, liderada por José Paulo Fafe, a “insustentável situação” que os trabalhadores do GMG e que o próprio grupo atravessa atualmente, aquele grupo de acionistas e administradores afirma o seu veemente “repúdio” e considera “inaceitáveis” as “tentativas de pressão exercidas junto da Entidade Reguladora da Comunicação, tornadas públicas” esta quinta-feira.

Em 21 de setembro, o WOF adquiriu uma participação de 51% na empresa Páginas Civilizadas, proprietária direta da Global Media, ficando com 25,628% de participação social e dos direitos de voto na Global Media.

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TAP: Montenegro diz que caso justifica desconfiança em Pedro Nuno Santos para primeiro-ministro

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2024

"A cada dia se conhece mais da forma ligeira, da forma informal como se exerceram funções governativa", disse presidente do PSD, que quer ainda saber por que é que “está a morrer tanta gente" no país.

O presidente do PSD considerou esta sexta-feira que a forma como o ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, geriu o dossiê TAP não dá aos portugueses confiança para lhe entregarem a liderança do Governo nas próximas eleições.

No final de uma reunião com o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Montenegro foi questionado se ficou esclarecido com as explicações do secretário-geral do PS quanto à contestação jurídica da TAP ao processo da sua antiga presidente. “Eu não podia ficar esclarecido, porque não foram dadas explicações. A cada dia se conhece mais da forma ligeira, da forma informal como se exerceram funções governativas em Portugal”, considerou.

“O atual secretário-geral do PS, se teve este comportamento enquanto ministro, não me parece que esteja a dar confiança aos portugueses para que confiem nele para ser primeiro-ministro”, acrescentou. Montenegro considerou que o dossiê da TAP tem sido feito de “constantes episódios de ligeireza, até leviandade” na gestão do que é público, começando pelo que diz ser “um processo nunca fundamentado de nacionalização”.

O líder do PSD recuperou o episódio da indemnização à antiga administradora Alexandra Reis, de que Pedro Nuno Santos não se recordou, inicialmente, de ter autorizado. “Agora sabemos que há questões jurídicas relativamente ao vínculo da ex-CEO da companhia e temos o ex-titular da pasta, que decidiu, a dizer que não é jurista. Se isso quer dizer que é preciso ser jurista para gerir o país, então fica em grande desvantagem”, ironizou, referindo-se à sua própria condição de advogado.

O Jornal de Negócios avançou na quinta-feira que o contrato da ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, previa acumulação de cargos de administradora em duas empresas, e o jornal SOL escreve hoje que Pedro Nuno Santos, à data ministro das Infraestruturas, aceitou estas condições.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, assumiu hoje, no Porto, toda a responsabilidade política do que se passou na TAP, dossiê que geriu enquanto ministro das Infraestruturas e vincou que o contrato foi feito com equipas jurídicas tanto da anterior CEO como da TAP.

O contrato foi redigido por equipas jurídicas, o que quer dizer que diferentes equipas jurídicas têm interpretações também diferentes sobre o que ali foi feito e, portanto, estão todos a partir do pressuposto de que a acumulação daqueles cargos é ilegal, eu não tenho essa certeza”, sublinhou.

A ex-presidente executiva da TAP foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.

País tem de saber por que é que “está a morrer tanta gente em Portugal”

O presidente do PSD defendeu ainda que “o país tem de perceber por que é que está a morrer tanta gente em Portugal”, dizendo que não se pode banalizar este “falhanço nos cuidados de saúde”. Luís Montenegro afirmou que “Portugal vive talvez o pior período de que há memória” no setor da saúde.

“Tenho já alertado e quero reafirmar, sem demagogias, sem irresponsabilidade, que o país precisa de perceber por que é que está a morrer tanta gente em Portugal, o que é que causa uma taxa de mortalidade que só encontra paralelo no período mais grave da pandemia que vivemos nos últimos anos”, afirmou.

Montenegro considerou que o Governo terá de explicar se este aumento da mortalidade “tem a ver com a capacidade do sistema de oferecer respostas aos utentes e com a debilidade do SNS, apesar do reforço de meios financeiros”. “Precisamos de saber, não nos podemos conformar como se fosse uma fatalidade. Não podemos banalizar tantas mortes em Portugal, alguma coisa está a acontecer em termos de falhanço de cuidados de saúde para termos esta triste realidade”, alertou.

O presidente do PSD reiterou o compromisso de, se vencer as eleições legislativas de 10 de março, “no primeiro dia” do seu Governo “apresentar um programa de emergência para acabar com o que se está a passar nas urgências e nos tempos de espera para consultas e cirurgias”.

(Notícia atualizada às 20h31)

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ECO Saúde é a nova newsletter do ECO

  • + M
  • 19 Janeiro 2024

A nova newsletter é quinzenal e chega aos leitores à segunda-feira. O arranque é no próximo dia 22.

O ECO vai ter uma nova newsletter, a ECO Saúde. “Cada vez mais a Saúde é um tema com impacto na economia nacional e na vida dos portugueses“. Assim, a ideia é “partilhar com os nossos utilizadores as informações mais pertinentes sobre o tema“.

Assinada pela jornalista Cláudia Pinto, a ECO Saúde é quinzenal e publicada à segunda-feira. O lançamento é no próximo dia 22.

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UE terá capacidade de produzir 1,3 milhões de munições até ao final do ano

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2024

"Estamos num momento crucial para a nossa segurança coletiva na Europa", disse Breton, que reitera que "a Europa deve e continuará a apoiar a Ucrânia com todos os seus meios".

A União Europeia passará a ter capacidade para produzir pelo menos 1,3 milhões de munições para armas de guerra até ao final do ano, anunciou esta sexta-feira o comissário europeu Thierry Breton.

Durante uma visita a Talin, o comissário do Mercado Interno e da Indústria explicou que a prioridade é garantir que a maioria dos projéteis de artilharia produzidos por empresas europeias se destinem à Ucrânia, país em guerra contra as forças russas que a invadiram há dois anos. “Estamos num momento crucial para a nossa segurança coletiva na Europa. Na guerra de agressão liderada pela Rússia na Ucrânia, a Europa deve e continuará a apoiar a Ucrânia com todos os seus meios”, assegurou Breton.

Falando ao lado do primeiro-ministro da Estónia, Kaja Kallas, o comissário garantiu que a União Europeia atingirá o seu objetivo de ter uma capacidade de produção de um milhão de munições por ano já em março ou abril. “Continuaremos a melhorar a nossa capacidade de produção, provavelmente para cerca de 1,3 a 1,4 milhões (…) no final deste ano, e continuaremos a aumentá-la significativamente no próximo ano”, acrescentou Breton.

O comissário europeu recusou-se a revelar os números atuais da produção, dizendo que eram dados secretos. “Com esta capacidade de produzir um milhão de munições (…) precisamos de garantir que a maior parte vai para a Ucrânia. Porque é aí que há uma necessidade urgente”, explicou Breton.

Kallas observou que, de acordo com a Coreia do Sul, Pyongyang forneceu mais de um milhão de projéteis de artilharia a Moscovo em troca de aconselhamento sobre tecnologia militar de satélites. “Se a Coreia do Norte consegue fazê-lo, a Europa certamente também consegue”, acrescentou o primeiro-ministro da Estónia, reforçando a ideia de que a Ucrânia continuará a contar com a Europa.

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Municípios do Baixo Sabor reclamam nove milhões de rendas à EDP e Movhera

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2024

Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo reivindicam da EDP, a primeira concessionária, e da Movhera, a atual detentora da exploração, o pagamento de 9,2 milhões.

Os quatro municípios do Baixo Sabor exigiram esta sexta-feira nove milhões de euros de rendas em atraso à EDP e à Movhera pela instalação do centro hidroelétrico nestes territórios e anunciaram que, caso não sejam pagos, vão recorrer aos tribunais.

Numa conferência de imprensa, em Lisboa, autarcas de Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro e Torre de Moncorvo reivindicam da EDP, a primeira concessionária, e da Movhera, a atual detentora da exploração, o pagamento de 9,2 milhões de euros por rendas que consideram estarem em dívida desde 2008, quando começaram as obras para instalação da barragem e central do Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor em territórios dos quatro municípios.

Os autarcas afirmaram disponibilidade para dialogar, mas revelam que estão cansados de reivindicar estas rendas ao longo de anos junto das duas empresas, com o conhecimento dos vários Governos, sem obterem respostas, pelo que dentro de algumas semanas vão recorrer aos tribunais.

O presidente da Câmara de Alfândega da Fé e presidente da Associação de Municípios do Baixo Sabor (AMBS), Eduardo Tavares, destacou que o decreto-lei 424/83, ainda em vigor, e acordos entre a AMBS e a EDP preveem que estas autarquias recebessem “rendas e outras compensações pela exploração hidroelétrica do empreendimento e pela expropriação dos terrenos para a construção das barragens (a montante e a jusante)”.

“Mas a renda prevista pelo decreto-lei 424/83 nunca foi paga. A EDP alega que as formas de cálculo da renda previstas deixaram de ser aplicadas com a reorganização do setor elétrico e da estrutura de tarifas aprovada pela ERSE e os municípios continuam sem receber as rendas devidas pelo funcionamento do centro hidroelétrico”, destacou.

Estes municípios alegam que também não foram incluídos num protocolo celebrado em 2012 entre a EDP e a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), “que distribui cinco milhões de euros pelos territórios onde estão instaladas barragens a título de ‘medidas complementares’”, pelo que nunca receberam parte desta verba.

Por outro lado, os quatro municípios queixam-se que, em 2015, a EDP alterou unilateralmente a fórmula de cálculo do Fundo do Aproveitamento Hidroelétrico do Baixo Sabor, criado no âmbito da Declaração de Impacte Ambiental da barragem, de 2004, e que pretende compensar os territórios através da contribuição para iniciativas de desenvolvimento sustentável e valorização ambiental dos recursos naturais e patrimoniais da região.

Segundo a associação de municípios, o Fundo estipulava o recebimento de uma verba na base dos 3% do valor líquido anual médio de produção desde o início da construção, mas a alteração da fórmula de cálculo pela EDP fez gorar as previsões iniciais de receitas e “ainda cria mecanismos que dão valores negativos, mesmo com as centrais hidroelétricas em produção”.

De acordo com Eduardo Tavares, com esta fórmula de cálculo pode chegar-se ao ponto de as autarquias terem que pagar ao concessionário da barragem pela exploração dos seus recursos naturais”.

 

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A guerra em Gaza é “imoral e inaceitável”, afirma a União Africana

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2024

"Exigimos o fim imediato desta guerra injusta contra os palestinianos e a implementação da solução de dois Estados", afirmou o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.

Os líderes africanos criticaram, durante a 19.ª Cimeira do Movimento dos Não-Alinhados, que decorre esta sexta-feira em Kampala, Israel pela sua campanha militar em Gaza e apelaram ao fim dos combates que afetam sobretudo os civis. O Presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat, descreveu a guerra em Gaza como “imoral e inaceitável”.

“Exigimos o fim imediato desta guerra injusta contra os palestinianos e a implementação da solução de dois Estados”, afirmou. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 24.400 palestinianos morreram e as Nações Unidas afirmam que um quarto das 2,3 milhões de pessoas encurraladas em Gaza estão a passar fome.

Em Israel, cerca de 1.200 pessoas foram mortas durante o ataque de 7 de outubro do Hamas, que desencadeou a guerra e fez cerca de 250 pessoas reféns. Mahamat pediu aos Estados do Movimento dos Não-Alinhados que exigissem justiça internacional para os palestinianos. As suas observações foram repetidas pelo Presidente sul-africano Cyril Ramaphosa, que apelou à libertação de todos os reféns e “ao reinício das conversações sobre uma solução justa que ponha fim ao sofrimento do povo palestiniano”.

Ramaphosa apelou ainda a um acesso humanitário alargado e sem entraves para permitir que a ajuda vital e os serviços básicos satisfaçam as necessidades de todos os que vivem em Gaza. A África do Sul apresentou um processo no Tribunal Internacional de Justiça contra Israel por genocídio e pediu ao tribunal superior das Nações Unidas (ONU) que ordenasse a suspensão imediata das operações militares israelitas em Gaza.

“Isto é necessário para proteger contra danos adicionais, graves e irreparáveis aos direitos do povo palestiniano”, disse Ramaphosa. Na abertura da Cimeira, o presidente da 78.ª Assembleia Geral da ONU, Dennis Francis, pediu ao Movimento dos Não-Alinhados para que exerçam influência para parar a guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza.

“Devo dizer-lhes que estou profundamente preocupado e, na verdade, chocado com a calamidade em curso na Faixa de Gaza”, disse Dennis Francis na sessão de abertura. O Movimento dos Não-Alinhados, composto por 120 Estados, foi formado durante o colapso dos sistemas coloniais e no auge da Guerra Fria.

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Fitch prevê corte de apenas 75 pontos base das taxas do BCE e da Fed este ano

Os analistas da Fitch estão menos otimistas que os investidores em relação a futuros cortes das taxas do BCE e da Fed, com os mercados a anteciparem cortes de 115 e 150 pontos base, respetivamente.

A agência de notação de crédito Fitch antevê uma mudança generalizada do ciclo de política monetária dos principais bancos centrais este ano, mas prevê que essa dinâmica “não ocorra de forma acentuada.”

Os analistas da Fitch antecipam mesmo que 19 das 20 economias do seu “Global Economic Outlook” cortem as taxas de juro das suas economias ao longo de 2024. A exceção deverá ser o Banco de Japão que, segundo as previsões dos especialistas, deverá subir o único país a preço do dinheiro este ano.

Numa nota enviada esta sexta-feira aos seus clientes, a Fitch refere que “as taxas no final deste ano continuarão a ser muito superiores aos níveis anteriores à pandemia de Covid-19”, mas antecipa um corte de 75 pontos base das taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE), Reserva Federal norte-americana (Fed) e do Banco de Inglaterra.

“Na sequência das recentes quedas da inflação e dos comentários dovish da Reserva Federal, a Fitch não prevê novos aumentos das taxas da Reserva Federal, do BCE ou do Banco de Inglaterra neste ciclo de aperto e prevê que cada banco efetue cortes de 75 pontos base até ao final de 2024″, lê-se num comunicado publicado no site da agência de notação.

Desta forma, os analistas da Fitch perspetivam um ritmo mais lento de cortes nas taxas por parte de Christine Lagarde (BCE), Jerome Powell (Fed) e Andrew Bailey (Banco de Inglaterra), do que o antecipado pelos investidores, que atualmente estão a perspetivar um corte de 150 pontos base por parte da Fed, 115 pontos base pelo Banco de Inglaterra e pelo BCE até ao final de 2024.

“Isto reflete a nossa opinião de que a persistência da inflação dos salários e dos preços dos serviços fará com que os bancos centrais sejam cautelosos quanto a cortes demasiado rápidos.”

A agência de notação anunciou também que antecipa apenas cortes cumulativos da Fed, do banco de Inglaterra e do BCE de 200 pontos base, 175 pontos base e 150 pontos base, respetivamente, até ao final de 2025″, sublinhando que não esperam “cortes nas taxas da Fed antes de junho ou julho de 2024.”

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“Quem diz que não é jurista sabia o que estava a acontecer” na TAP, diz Paulo Raimundo

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2024

Paulo Raimundo insistiu que se trata de "sacudir responsabilidades de uma coisa que é óbvia, toda a gente sabia, toda a gente conhecia esses duplos contratos da antiga administradora".

O secretário-geral do PCP considerou esta sexta-feira que o líder do PS, Pedro Nuno Santos, “sabia o que estava a acontecer na TAP” quando foi ministro das Infraestruturas, numa referência aos contratos da ex-presidente executiva da companhia.

“Não há nenhuma novidade naquilo que foi hoje conhecido. Seria estranho era ninguém saber da situação de duplos contratos da antiga administradora da TAP, isso seria muito estranho. E é claro que quem diz que não é jurista sabia o que é que estava a acontecer. Não há nenhuma dúvida sobre isso”, afirmou aos jornalistas Paulo Raimundo, em Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, nos Açores.

O jornal o SOL noticiou que Pedro Nuno Santos aceitou as condições da ex-CEO da TAP Christine Ourmières-Widener de manter funções noutras empresas, e que isso ficou previsto no contrato da gestora. Questionado sobre esta situação, Pedro Nuno Santos declarou que “o contrato foi redigido por equipas jurídicas, o que quer dizer que diferentes equipas jurídicas têm interpretações também diferentes sobre o que ali foi feito e, portanto, estão todos a partir do pressuposto de que a acumulação daqueles cargos é ilegal”, adiantando não ter essa certeza.

À margem de um encontro com pescadores e população em Rabo de Peixe, no primeiro dia de uma deslocação aos Açores, que vai ter eleições regionais antecipadas em 4 de fevereiro, Paulo Raimundo insistiu que se trata de “sacudir responsabilidades de uma coisa que é óbvia, toda a gente sabia, toda a gente conhecia esses duplos contratos da antiga administradora”.

O dirigente comunista insistiu que a “questão fundamental” é manter a TAP e a transportadora aérea açoriana SATA, enquanto empresas estratégicas, no domínio público.

O resto é para alimentar polémicas, troca de galhardetes e nós vamos tentar resistir, até ao limite, para não entrar por aí, porque isso não resolve nenhum problema das pessoas, não resolve nenhum problema dos trabalhadores da TAP, não resolve nenhum problema dos trabalhadores da SATA, não resolve nenhum problema da vida de cada um de nós, referiu, salientando que o que resolve é “criar condições para uma vida melhor e concentrar nesses problemas não tem essa consequência”.

A ex-presidente executiva da TAP foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.

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“É óbvio que faz sentido” alta velocidade ter estação em Gaia, afirma Governo

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2024

"Para quem queira ir para a Boavista ou para o Campo Alegre, que são na margem norte, a saída em Gaia será a saída óbvia para quem vem de sul", diz o secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas

O secretário de Estado Adjunto e das Infraestruturas, Frederico Francisco, defendeu esta sexta-feira que “é óbvio que faz sentido” a existência de uma estação de alta velocidade ferroviária em Gaia, até pela possibilidade de servir a zona ocidental do Porto.

“Quando as pessoas questionam se faz sentido o comboio de alta velocidade parar em Gaia e depois em Campanhã, a resposta é [que] é óbvio que faz sentido porque, por exemplo, para quem queira ir para a Boavista ou para o Campo Alegre, que são na margem norte, a saída em Gaia será a saída óbvia para quem vem de sul”, por causa da futura Linha Rubi do Metro do Porto, disse o governante.

Frederico Francisco falava durante a apresentação do Plano de Urbanização de Campanhã (PUC), que decorreu na Câmara do Porto, e que será implementado ‘à boleia’ da chegada do comboio de alta velocidade à cidade. “As ligações por Metro do Porto tornarão essa viagem muito mais rápida”, considerou, referindo-se à futura Linha Rubi, que ligará Santo Ovídio, local da futura estação de alta velocidade, à Casa da Música através de uma nova ponte sobre o Douro, com estações intermédias em Soares dos Reis, Devesas (com ligação à estação na Linha do Norte), Rotunda, Candal, Arrábida e Campo Alegre.

Segundo Frederico Francisco, na Área Metropolitana do Porto (AMP), “a relação da estação de Campanhã com a futura estação de Gaia em Santo Ovídio, com a atual estação de Gaia, nas Devesas, todos eles ligados pelo Metro do Porto, vai dar a esta (…) cidade que de um lado se chama Porto e de outro se chama Gaia uma funcionalidade completamente distinta daquela que tem hoje”.

Aos jornalistas, disse ainda que a ideia da implantação da estação seguiu uma lógica de “ver como é que se integra com o sistema de transportes existente nas duas margens do rio, em particular com o Metro do Porto”. “Tendo em conta a futura rede de Metro do Porto, tem duas centralidades muito importantes: a muito óbvia de Campanhã, e passará a ter uma centralidade também muito óbvia em Santo Ovídio, onde se irá cruzar a linha Amarela existente com a futura linha Rubi“, assinalou.

O governante considerou ainda a existência da estação em Gaia “não prejudica, de maneira nenhuma”, a noção de alta velocidade, já que o comboio estará sempre a chegar ou a partir do Porto, ou seja, a baixa velocidade. “Em termos de tempo de viagem, uma vez que já estamos próximos de Campanhã, também não é um local onde os comboios tenham uma grande velocidade, ou seja, a penalização em termos de tempo de viagem também é pequena”, estimada em dois ou três minutos, numa viagem que, para Lisboa, deverá demorar uma hora e 15 minutos.

A existência da estação de Gaia “não significa, obrigatoriamente, que todos os comboios lá tenham que fazer paragem”, mas “os estudos de procura indicam é que será uma das estações mais interessantes” em termos de clientes. “Se nós olharmos para o que existe em muitas cidades europeias, é frequente haver duas ou mais paragens de comboios de longo curso, ou de comboios de alta velocidade dentro da mesma área metropolitana”, argumentou.

Além disso, a estação de alta velocidade em Santo Ovídio “tem um acréscimo de custos, em termos de construção, que não é muito significativo” face ao túnel já previsto, segundo Frederico Francisco. A linha de alta velocidade deverá ligar Porto a Lisboa em cerca de uma hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria.

Gaia quer aproveitar a nova estação de alta velocidade para tornar a atual rotunda de Santo Ovídio numa praça de tomada e largada de passageiros, criando ainda um terminal intermodal junto a D. João II, consultou a Lusa. A ligação aos transportes coletivos na zona ficaria garantida com ligações às linhas Amarela e Rubi do Metro do Porto, bem como à futura entrada sul na estação ferroviária de alta velocidade (subterrânea), tudo na mesma praça, incluindo um túnel de ligação entre comboio e metro.

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“Eu não saio aos empurrões”, responde CEO da Global Media aos restantes acionistas

Citando Salgado Zenha, o CEO da Global Media responde aos acionistas do grupo que, como o ECO/+M avançou ao início da tarde, queriam avançar para a sua destituição.

Eu não saio ao empurrões”. É desta forma que José Paulo Fafe reage à notícia publicada ao início da tarde pelo +M/ECO, na qual é avançado em primeira mão que José Pedro Soeiro, Kevin Ho e Marco Galinha, acionistas minoritários da Global Media, querem marcar uma assembleia geral para avançar com uma proposta de destituição do presidente executivo do grupo, José Paulo Fafe, que é também representante do acionista maioritário, o World Opportunity Fund (WOF).

“O único comentário que me merece esse suposto pedido de destituição por parte de quem se tem recusado contribuir para a solução da grave situação em que vive o Global Media Group, ora recusando financia-lo, ora furtando-se a pronunciar-se sobre uma proposta que resolveria de imediato toda esta situação, é recordar uma frase do saudoso Dr. Francisco Salgado Zenha que, em 1975, respondeu aos inimigos da Liberdade que o queriam calar: “Eu não saio aos empurrões”, afirma, num comentário por escrito ao +M/ECO.

O dedo é apontado a José Pedro Soeiro, acionista que já não integra o conselho de administração. “Sem dar a cara, aliás como é habitual, o Sr. José Pedro Soeiro vai ‘plantando’ notícias por aqui e acolá, sempre a coberto de um off que ele pensa protegê-lo das bastas responsabilidades que possui na situação que a atual gestão herdou no Global Media Group há apenas pouco mais de três meses”, acusa.

José Paulo Fafe nega, assim, que se tenha demitido, informação que começa a circular pelo grupo.

Recorde-se que Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira reafirmaram na tarde desta sexta-feira “o incumprimento do World Opportunity Fund, Ltd, representado pelo Sr. José Paulo Fafe, quanto a obrigações basilares dos contratos, que, entre o mais, se materializa na falta de pagamentos dos salários dos colaboradores” do Global Media Group (GM).

Em comunicado de imprensa, os acionistas minoritários afirmam que a “insustentável situação que os trabalhadores do GMG, e que o próprio grupo, atravessa atualmente é da responsabilidade exclusiva deste Fundo e da gestão executiva por este indicada” e, assumindo-se como acionistas e administradores, dizem repudiar “veementemente e consideram inaceitáveis as tentativas de pressão exercidas junto da Entidade Reguladora da Comunicação, tornadas públicas no dia de ontem“.

Os quatro acionistas “repudiam, também, a forma como a gestão da empresa parece estar a ser deliberadamente conduzida para levar a um oportunismo quanto a propostas do Fundo, propostas essas que os acionistas consideram inaceitáveis”, acrescentam, referindo-se à proposta dada a conhecer esta manhã pelo +M/ECO.

Os quatro acionistas afirmam que foram recebidas “propostas idóneas para resolver a situação atual” e acrescentam que há “consenso dos acionistas e administradores subscritores deste comunicado em fazer parte de uma solução”. Os responsáveis, que com exceção de José Pedro Soeiro são também administradores do grupo, “manifestam também total disponibilidade e compromisso em retomar o controlo da gestão da empresa” e acrescentam que vão agendar uma assembleia-geral de acionistas para apresentar uma solução.

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“O consumo já não é uma força tão poderosa como era”, diz Lagarde

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2024

A presidente do BCE considerou também que o mercado laboral "permanece tenso, mas menos do que antes".

A presidente do Banco Central Europeu (BCE) disse esta sexta-feira em Davos que o consumo já não impulsiona tanto o crescimento como “no passado” devido ao início da “normalização” das condições económicas a partir de 2023.

“O consumo, em todo o mundo e não apenas na zona euro, continua a ser uma força importante para o crescimento, mas os ventos favoráveis de que beneficiámos estão a desaparecer gradualmente”, afirmou Christine Lagarde, durante um debate sobre a economia mundial no encerramento da reunião do Fórum Económico Mundial. Lagarde considerou também que o mercado laboral “permanece tenso, mas menos do que antes” e que “o excedente de poupança que existia em quase todas as economias avançadas está a diminuir” seguindo perto de “quase zero”.

“Se combinarmos estes dois fatores, menos rigidez no emprego e menos poupança, é evidente que o consumo já não é uma força tão poderosa como era”, observou. Christine Lagarde agradeceu a sua inclusão no painel de encerramento do Fórum de Davos, mas salientou que não podia falar das coisas a que dedica 100% do seu tempo.

“Temos reunião de política monetária na quarta e na quinta-feira e durante a semana anterior não posso falar do que faço”, justificou, em alusão às regras do BCE.

Sobre os desafios para a competitividade europeia que eventos como a possível vitória de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas de novembro colocam, Lagarde defendeu que “a melhor defesa é o ataque”, sublinhando a importância de contar com um mercado forte, “ter um verdadeiro mercado único”.

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ETF de bitcoin da BlackRock aprovado pelo regulador atinge mil milhões em quatro dias

O regulador norte-americano aprovou, na semana passada, a negociação de 11 ETF de bitcoin, abrindo o investimento a investidores mais tradicionais.

Em apenas quatro dias de negociação, o ETF (Exchanged-Traded Fund) de bitcoin da BlackRock, aprovado juntamente com outros 10 fundos pelo regulador do mercado nos Estados Unidos na semana passada, atingiu um investimento de mil milhões de dólares, segundo dados do JPMorgan.

A Securities and Exchange Commission (SEC) aprovou, a 10 de janeiro, numa decisão histórica, a negociação de 11 ETF de bitcoin. Os ETF são fundos negociados em bolsa com exposição ao desempenho de ativos como ações, matérias-primas ou obrigações, e agora, nos EUA, de bitcoin. Esta decisão coloca um ponto final numa contenda que durava há sete anos, com a SEC a recusar sistematicamente dar luz verde a estes produtos.

A BlackRock foi uma das gestoras que viu o seu ETF aprovado pelo regulador, naquele que é apontado pelos investidores do setor como um ponto de viragem para os criptoativos, colocando a bitcoin entre os chamados ativos tradicionais, acessíveis a todos os investidores.

Segundo dados divulgados pelo JPMorgan e citados pela agência Reuters, a BlackRock, a maior gestora do mundo, e a Fidelity lideram as subscrições nestes ETF. O BlackRock’s iShares Bitcoin ETF atingiu, no dia 17 de janeiro, 1,07 mil milhões de dólares de investimento, enquanto o fundo da Fidelity (Fidelity Wise Origin Bitcoin ETF) captou 874,6 milhões no mesmo período.

Os outros nove ETF de bitcoin lançados na mesma altura receberam 2,9 mil milhões de dólares, nas primeiras quatro sessões de negociação. Estes números mostram que os investidores estão a investir, mas dando preferência às maiores gestoras de ativos.

Numa primeira reação ao ECO sobre o aval da SEC aos ETF de bitcoin, Diogo Mónica realçou que “há uma validação brutal do mercado de criptoativos”, mostrando “muito feliz” com uma decisão que diz ser tardia, após “uma luta de sete anos”. Para o presidente e co-fundador do Anchorage Digital, esta aprovação “marca o fim das criptomoedas como uma classe de ativos emergentes”, trazendo estes ativos para os portefólios tradicionais e abrindo a porta ao investimento de milhões de milhões.

O facto de passarem a ser transacionados no mercado regulado e de estarem disponíveis nas principais corretoras “vai aumentar a acessibilidade de forma brutal. Vai passar a ser um ativo tradicional”, justifica. “É um novo mercado dentro dos mercados tradicionais”, rematou.

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