Hoje nas notícias: Apoios à vinha, subsídio parental e SNS

  • ECO
  • 22 Abril 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O ministro da Agricultura admite um travão aos apoios para plantar vinha. O subsídio parental aumenta o rendimento disponível das famílias, mas favorece os salários mais elevados. O Serviço Nacional de Saúde (SNS) conseguiu reter 86% dos jovens médicos que concluíram a especialidade nos últimos cinco anos. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Ministro da Agricultura defende “travão” nos apoios à plantação de vinhas

O ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, considera que “terá de haver um travão” nos apoios para a vinha nova — atribuídos via FEADER, o segundo pilar da PAC, e do Vitis, que tem uma dotação de 80 milhões de euros até 2025. Para o ex-eurodeputado, o stock de vinho é um “problema brutal”, apontando que até agora já se gastaram 60 milhões de euros em destilação. “Algum português percebe que se esteja a dar recursos financeiros para plantar vinha e depois para arrancar vinha ou para o vinho ser destilado (…)?”, questiona, em entrevista ao Público, acrescentando que “já há gente que está a pôr em cima da mesa coisas como a vindima verde”.

Leia a entrevista completa no Público (acesso pago).

Subsídio parental aumenta rendimento das famílias mas favorece salários mais altos

O subsídio parental pago aos pais nos primeiros meses de vida da criança aumenta o rendimento disponível das famílias. Contudo, quem tem salários mais altos é beneficiado — com ganhos que podem chegar a 62,5% — face a famílias com salários próximos do mínimo, que, em alguns casos, podem perder rendimentos enquanto estão de licença. A conclusão consta do estudo “Os impactos do subsídio parental no rendimento disponível das famílias”, de Paulo Renato Costa, técnico superior do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Ex-presidente da CP contradiz secretária de Estado sobre indemnização de 80 mil euros

Quando saiu da CP — Comboios de Portugal, em julho de 2015, a atual secretária de Estado da Mobilidade, Cristina Pinto Dias, não fez nenhuma comunicação formal à empresa de que ia ser administradora da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (ATM), alega Manuel Queiró, ex-presidente da empresa pública, contrariando a versão da governante. “Se essa comunicação formal tivesse sido feita, o tratamento da indemnização [no valor de quase 80 mil euros, paga então a Cristina Pinto Dias] não seria o mesmo”, disse, em declarações ao Correio da Manhã.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

SNS conseguiu reter 86% dos médicos formados nos últimos cinco anos

Dos 7.116 jovens médicos que terminaram a especialidade no período entre 2019 e 2023, 6.099 tinham algum tipo de vínculo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) em fevereiro deste ano. Os dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) revelam, porém, diferenças entre as várias especialidades. Enquanto as taxas de retenção em medicina geral e familiar e saúde pública estão acima dos 80% nos últimos cinco anos, já em psiquiatria e psiquiatria da infância e da adolescência estão nos 70%.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Brisa ultrapassa mil milhões de receitas pela primeira vez

O volume de negócios da Brisa ultrapassou pela primeira vez os mil milhões de euros em 2023, num total de 1.003,7 milhões. Este valor equivale a um aumento de 17,7% face ao ano anterior, quando a empresa registou receitas de 852,4 milhões de euros. Ainda de acordo com o relatório integrado de 2023, aprovado na sexta-feira passada, o grupo liderado por António Pires de Lima teve lucros de 254,8 milhões de euros, mais 6% do que os 240,8 milhões apurados em 2022.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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A Sociedade Espanhola de Neurociências e a IKEA unem esforços para estudar a atividade do cérebro exposto à cor e aplicá-la à casa

  • Servimedia
  • 22 Abril 2024

IKEA associou-se à Sociedade Espanhola de Neurociências para realizar uma revisão bibliográfica de 47 estudos científicos que analisam a atividade cerebral humana na perceção de diferentes cores.

O estudo “Perceção visual das cores e atividade cerebral”, apresentado esta segunda-feira numa conferência de imprensa, é a primeira revisão do conteúdo científico publicado até à data sobre a ativação cerebral distribuída (a mesma informação é processada em paralelo em diferentes estruturas do cérebro para depois convergir novamente e criar a “perceção”) que produz a visualização de cada cor e foi realizado pela Dra. Concepción Lillo, pelo Dr. Juan de los Reyes, pela Dra. Teresa de los Reyes, pela Dra. Marta Zaforas e pela estudante de pré-doutoramento Patrycja A. Klimzak, todos membros da Sociedade Espanhola de Neurociências (SENC). Klimzak, todos membros do comité de comunicação do SENC.

A perceção da cor é uma característica geral da nossa experiência neurológica, com um papel fundamental em muitos aspetos do comportamento humano. Esta experiência percetiva é recebida através da combinação de vários estímulos que percecionamos através dos nossos olhos, mas depende não só do comprimento de onda da luz associada a uma cor, mas também da orientação, contraste, movimento ou forma do objeto, entre outras características.

As frequências da atividade cerebral são agrupadas e designadas em gamas específicas, desde as frequências mais baixas, conhecidas como delta (1-4 Hz) e teta (4-8 Hz), até às gamas de frequências mais rápidas, como alfa (8-12 Hz), beta (13-30 Hz) e gama (30-100 Hz). Consoante a gama de frequências predominante, resultam diferentes estados comportamentais gerais do indivíduo. “As ondas de baixa frequência estão relacionadas com o relaxamento, a introspeção e a meditação, enquanto as ondas de alta frequência estão envolvidas na concentração, atenção, ansiedade e atividade”, explica a Dra. Teresa de los Reyes do SENC.

Além disso, esta informação visual sobre a cor está intimamente relacionada com a forma como o nosso cérebro interpreta as diferentes propriedades daquilo que perceciona, como a intensidade da cor, a temperatura e o brilho da luz, o contraste… Por conseguinte, o processamento da cor pelo nosso cérebro é um processo complexo que ocorre de forma distribuída, ou seja, a informação chega a diferentes estruturas cerebrais em que cada uma desempenha uma função em paralelo e depois converge para produzir a perceção. Os neurónios integram toda esta informação visual e relacionam-na com o nosso estado interno, mas também com o ambiente externo.

O ser humano é tricromata e consegue distinguir as cores vermelho, verde e azul, a partir das quais qualquer cor pode ser representada. No total, o ser humano é capaz de distinguir cerca de 1 milhão de tonalidades. Esta distinção de cores é feita graças aos diferentes tipos de fotorrecetores existentes na retina, células responsáveis por transformar a luz ou os estímulos luminosos em algo compreendido pelo nosso cérebro, um impulso nervoso, que é posteriormente transformado em cores.

O sinal neural em resposta ao modelo de cor RGB é transmitido através dos olhos para o córtex occipital e frontal do cérebro, onde cada cor é percecionada e integrada de uma forma específica ao contexto e à experiência. Além disso, é ativada uma via não visual através da qual a perceção da cor ativa o sistema nervoso autónomo. “É o que acontece, por exemplo, com um flash de uma determinada cor em diferentes contextos: o vermelho pode indicar perigo nos sinais de trânsito, mas indica amor em contextos sociais e pessoais”, explica a Dra. Teresa de los Reyes.

COMO O CÉREBRO É ATIVADO

Na revisão efetuada pelo SENC sobre a ativação cerebral e a perceção das cores segundo o modelo RGB, verifica-se que as cores fornecem informações muito relevantes no aspeto da atenção, uma vez que uma cor pode aumentar a atenção para um objeto específico, o que leva a uma construção específica do espaço visual. Num estudo com humanos, foi descrito que a componente da cor influencia a atenção visual ainda mais do que a linguagem.

Assim, cores como o vermelho, o laranja e o cor-de-rosa favorecem a atenção e estão relacionadas com oscilações de alta frequência (alfa, beta e gama), que também estão associadas a comportamentos gerais relacionados com o estado de alerta e/ou maior concentração, indicando uma maior excitação cerebral. Por exemplo, alguns grupos de estudo referem que as tonalidades quentes geram uma procura visual mais rápida nos participantes do estudo, em comparação com outras tonalidades. No entanto, durante um período de tempo prolongado, a exposição à luz quente (comprimentos de onda no espetro visível do vermelho) tem um efeito relaxante em comparação com outras tonalidades.

O azul, por outro lado, tem sido associado a estados mais relaxados. Além disso, a exposição prolongada à luz azul com um grau de luminosidade não excessivo pode estar relacionada com um estado de ativação e um melhor desempenho cognitivo.

Por último, a cor verde tem efeitos atencionais semelhantes aos da cor vermelha. No entanto, a resposta a esta cor é mais lenta do que a do vermelho, o que pode dever-se a uma perceção subjetiva mais neutra do verde.

É também de notar que a perceção de uma cor depende diretamente da luminosidade com que é percebida (a iluminação de uma sala). A título de exemplo, numa situação quotidiana, a entrada numa sala ou num salão provoca a ativação de diferentes mecanismos cerebrais que estão na origem da perceção da cor no ser humano. Um dos componentes da perceção da cor será o grau e as nuances da luminosidade do espaço, pelo que uma baixa luminosidade ativaria mecanismos semelhantes aos baixos comprimentos de onda (azul).

Por outro lado, também afetaria a cor das paredes (saturação, contraste) e do mobiliário, e até a decoração da sala. “Embora não tenham sido realizadas experiências para obter medidas cerebrais e fisiológicas dos participantes que são submetidos a tais situações com estímulos combinados, existem alguns estudos observacionais que relacionaram a exposição a uma sala com a perceção subjetiva. Por exemplo, um estudo com 370 hóspedes de um hotel multinacional, aos quais foi pedido que classificassem seis fotografias do mesmo quarto de hotel, mas com um tema de cores diferente, em termos das sensações que sentiam. Assim, foram utilizados seis temas de cores compostos pelas três cores primárias (vermelho, verde e azul) e pelas suas cores complementares (laranja, amarelo e roxo). O vermelho, o laranja e o amarelo representam cores quentes, enquanto o verde, o azul e o roxo representam cores frias. As fotografias de divisões com um tema de cores interiores frias (ou seja, verde, azul e púrpura) obtiveram uma classificação mais elevada em termos de pontuação de bem-estar do que as divisões com cores interiores quentes (ou seja, vermelho, laranja e amarelo), embora devam ser tidas em conta variáveis como a idade, o género ou o contexto sociocultural”, salienta Teresa.

IKEA E A UTILIZAÇÃO DA COR

A cor faz parte da identidade da IKEA e Almudena Cano, Diretora de Retail Design e Interior Design da IKEA em Espanha, fez um apanhado dos principais marcos da história do design que tiveram uma clara influência na conceção dos produtos da marca em termos de cor.

Para isso, recuou até ao século XVI, mencionando o vermelho Falun, a cor vermelha característica das casas na Escandinávia, obtida a partir de um pigmento de óxido de ferro que servia para proteger as casas de madeira das intempéries, para continuar com o estilo Gustaviano do século XVIII, inspirado no mobiliário das cortes italianas e francesas, mas numa versão mais austera, e que se caracterizava pela sua cor cinzenta pérola. No século XIX, referiu-se aos artistas Carl e Karin Larsson, que combinaram as influências do estilo gustaviano, do folclore sueco e do movimento inglês Arts & Craft para criar e decorar a sua casa em Sundborn, que se tornou um ícone do design sueco.

Do século XX, destacou outras tendências como a Bauhaus, que se centrava na funcionalidade dos produtos e nas cores primárias, o arquiteto Josef Frank, que rompeu com este pragmatismo e optou por uma expressão mais livre e artística, caracterizada por cores alegres e formas orgânicas, o arquiteto finlandês Alvar Aalto, que optou por cores naturais e madeira de bétula curvada e, por último, fez referência à Marimekko, uma marca que nos anos 60 se destacou pela utilização arrojada da cor nos seus designs.

Por fim, Almudena Cano quis sublinhar que “a natureza é uma marca clara da IKEA e do seu design, porque sempre quisemos trazê-la para dentro de casa utilizando materiais, padrões e, claro, cores inspiradas nela”.

NOVA COLEÇÃO TESAMMANS

Neste contexto, a IKEA apresentou a coleção TESAMMANS dos seus criadores, uma edição limitada que chega a 2 de maio às lojas IKEA em Espanha e que foi desenvolvida pelo estúdio holandês Raw Color. Daniera ter Haar e Christoph Brach estão por detrás deste estúdio, um casal dedicado ao design gráfico, à fotografia e ao design de produto, para quem a cor desempenha um papel fundamental. O seu trabalho tem sido exposto em galerias e museus em todo o mundo, incluindo a Galeria Aram, o Museu Cooper Hewitt e o Museu Stedelijk em Amesterdão, entre outros.

TESAMMANS é composto por 18 produtos que nascem da combinação do conhecimento do lar da IKEA e da experiência da Raw Color, e apresenta uma variedade de combinações de cores.

De acordo com o estudo SENC, a Raw Color salienta que “a cor nunca está sozinha, uma cor só é o que é quando está ao lado de outras. Por exemplo, um vermelho ao lado de um cor-de-rosa manterá a sua tonalidade, mas ao lado de um azul parecerá mais intenso e criará um maior contraste”.

Para além da interação entre as cores, a coleção TESAMMANS é sobre a interação entre diferentes objetos. Muitos dos objetos da coleção estão juntos: o par de jarras, os pequenos castiçais ou as garrafas e copos, por exemplo. “Pode colocá-los um ao lado do outro, ou em cima do outro, e mudar a expressão visual”, acrescentam. Também estão incluídos têxteis, mobiliário ocasional, como mesas de apoio e cómodas, bem como candeeiros.

 

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Vieira Lopes: “Sempre torcemos o nariz” a fixar metas salariais

  • Lusa
  • 22 Abril 2024

Presidente da Confederação do Comércio e Serviços diz que os aumentos salariais devem ser associados ao crescimento económico, produtividade e inflação, sem metas rígidas por "via administrativa".

Os aumentos salariais devem ser associados ao crescimento económico, produtividade e inflação, diz o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, assinalando que sempre “torceu o nariz” a metas rígidas para os salários.

Em entrevista à Lusa, o presidente da CCP refere que os referenciais de aumentos salariais previstos no acordo da Concertação Social assinado com o anterior Governo em 2022 (e reforçados em 2023) devem ser revistos em função do andamento da economia.

“Uma das razões da revisão do acordo anual é precisamente para reanalisar, em função da evolução da economia, todas essas áreas”, afirma, acrescentando que “a Europa, neste momento, não está com uma grande saúde económica” o que terá reflexo nas exportações portuguesas.

Tendo em conta este cenário, há referenciais que podem ser revistos “em baixa” e outros “não em baixa”, diz Vieira Lopes referindo que a valorização remuneratória, tal como a do salário mínimo nacional, deve ter em conta três variáveis: o crescimento da economia, a inflação e a produtividade.

“Como sabemos que o salário mínimo também tem um certo papel no combate à pobreza, admitimos que se possa fazer um ajustamento para além das fórmulas económicas”, indica o líder da confederação patronal.

No entanto, acrescenta, se se fizerem alterações “só por via administrativa, corre-se o risco de tudo suceder como já sucedeu em anos anteriores, que é um esmagamento cada vez maior entre o salário mínimo e o salário médio” criando “dificuldades na contratação coletiva, porque não se conseguem diferenciar categorias”. “Portanto, não devemos fazer acordos com base em fórmulas rígidas”, sublinha.

Questionado sobre se concorda com a meta para o salário mínimo que consta no Programa do Governo, de atingir os 1.000 euros em 2028, Vieira Lopes responde: “Sempre torcemos o nariz, como se costuma dizer em linguagem popular, a marcar objetivos fixos desse tipo, portanto, a fazer compromissos fixos”.

“O salário mínimo deve ser visto anualmente em função dos indicadores. E depois, com uma margem de manobra em função do papel que tem de combater a pobreza”, reforça Vieira Lopes.

Como sabemos que o salário mínimo também tem um certo papel no combate à pobreza, admitimos que se possa fazer um ajustamento para além das fórmulas económicas.

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

“Não há governos a prazo”

O presidente da CCP considera que “não há governos a prazo” e diz estar disponível para negociar, seja com que executivo for, medidas que defendam os interesses das empresas. “Para nós, não há governos a prazo. Nós negociamos com o Governo que estiver em funções e exigimos que ele faça o máximo possível e o mais rapidamente possível”, afirma.

João Vieira Lopes reforça que a CCP não trabalha em função de “cenários” mas sim em propostas que defendam o interesse das empresas, sublinhando que a confederação não vai ficar parada perante um governo minoritário. “Não nos interessa se o Governo dura muito ou dura pouco, se é prazo ou não é prazo. Queremos medidas para as empresas”, reitera.

O presidente da CCP conta que se reuniu pela primeira vez com o novo ministro da Economia, Pedro Reis, na semana passada, e que a reunião foi positiva, tendo ficado “com a ideia” de que o Governo, “independentemente do enquadramento político” pretende passar à prática um conjunto de medidas para apoiar as empresas que estão no Programa do Governo.

Para Vieira Lopes, é fundamental que o executivo avance com a baixa fiscal para as empresas, nomeadamente a redução do IRC prevista no Programa do Governo, porque é um imposto pesado uma vez que, além das taxas, tem uma série de “acrescentos”, diz, referindo-se às derramas estadual e municipal e às tributações autónomas.

“A estrutura do IRC deve ser uma estrutura centrada em […] taxar os lucros que são distribuídos e não os lucros que são investidos”, afirma, notando que esta é uma “questão estrutural para o crescimento económico” sem o qual não é possível aumentar salários.

Ainda na área fiscal, Vieira Lopes defende “um incentivo radical para a capitalização das empresas” indicando que “tem que ser mais barato fiscalmente para os empresários, colocar dinheiro próprio” e recorrer menos à banca.

Não nos interessa se o Governo dura muito ou dura pouco, se é prazo ou não é prazo. Queremos medidas para as empresas.

João Vieira Lopes

Presidente da CCP

Acordos na Concertação Social geram maior consenso no Parlamento

O presidente da CCP defende que as medidas acordadas na Concertação Social terão maior possibilidade de gerar consensos no Parlamento e afirma que avançar para um novo acordo de rendimentos e competitividade “é um não problema”.

“Todos os acordos que forem feitos no quadro da Concertação Social, se exigirem legislações que sejam aprovadas no parlamento, terão, provavelmente, mais possibilidades de encontrar consensos no Parlamento do que questões que sejam rejeitadas na Concertação Social”, diz Vieira Lopes.

O líder da CCP sublinha a importância da Concertação Social, sobretudo num momento político “em que há uma grande dispersão partidária na Assembleia da República” onde “há partidos que valorizam a Concertação Social e outros que não valorizam”.

Para Vieira Lopes, seria importante que na área fiscal as medidas fossem consensualizadas “pelo menos com os partidos do chamado arco governativo”, como é o caso da redução do IRC, “para que cada orçamento de Estado não seja uma espécie de reforma fiscal com toda a complicação que isso tem para o funcionamento das empresas”.

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CaixaBank apoia mais de 1.000 empresários rurais com o programa “Tierra de Oportunidades”

  • Servimedia
  • 22 Abril 2024

Entre maio e junho, será dado o sinal de partida para que empresários de mais de 40 províncias se candidatem à nova edição de 2024.

Abelardo Ripoll e Alexia Lozano são dois empreendedores rurais que desenvolvem, respetivamente, atividades muito diferentes em ambientes despovoados: “Tierra de Arte”, um projeto familiar de aluguer para férias que oferece estadias rústicas e sustentáveis em alojamentos únicos em San Jorge (Castellón), e “La Cabrera”, localizado no município segoviano de Otero de Herreros, centrado na criação de cabras e na produção de leite, e que procura uma substituição geracional para a atividade da sua família.

Tanto “Tierra de Arte” como “LaCabrera” foram dois dos cinco projetos premiados em 2023 no programa Terra de Oportunidades do CaixaBank, que visa promover a criação de emprego, impulsionar o empreendedorismo rural e fixar a população em zonas despovoadas. Mais de 1.000 iniciativas concorreram no ano passado a este programa, que inclui ações de formação nas suas regiões.

Ambos os empresários concordam com as dificuldades e os desafios que enfrentam para levar a cabo as suas respetivas propostas nas zonas rurais. “É muito difícil começar um negócio numa aldeia de 1300 habitantes, a burocracia é muito complicada e não temos as mesmas ferramentas que nas cidades. No entanto, conseguimos tornar-nos conhecidos em praticamente toda a Espanha”, diz Abelardo Ripoll, promotor de “Tierra de Arte”.

Apercebi-me de que tenho de digitalizar a minha atividade e criar produtos diferentes que pensava que os consumidores não gostavam ou que já estavam obsoletos e que são realmente procurados porque não existem nos grandes supermercados”, diz Alexia Lozano, do projeto “La Cabrera”.

Para além de “La Cabrera” e “Tierra de Arte”, outros vencedores foram as iniciativas “Eco Rico Vegano”, uma empresa localizada em Santa María de Guía de Gran Canaria que fabrica e vende refeições veganas feitas a partir de vegetais cultivados na sua própria quinta; a cooperativa Paterna del Madera de Albacete, “Pellets Astilla La Mancha”, que fabrica pellets de madeira a partir da gestão sustentável das florestas e “TocarJugarMadera”, uma iniciativa de Gascones, na Serra Norte de Madrid, que promove a recuperação de jogos tradicionais com brinquedos artesanais de madeira que respeitam o meio ambiente.

O Diretor de Ação Social do CaixaBank, Josep Parareda, afirma que “no CaixaBank estamos convencidos do impacto social positivo que o empreendedorismo e a criação de emprego têm na revitalização e sustentabilidade das zonas rurais, o que por sua vez promove um futuro próspero para os seus habitantes. Ao apoiarmos estes projetos, estamos a dar às comunidades rurais a oportunidade de construírem um futuro forte e promissor.

Todos os projetos vencedores partilham o mesmo objetivo de conseguir impulsionar os respetivos negócios em municípios com um elevado risco de despovoamento, um fenómeno crescente no nosso país, uma vez que 48% deles se encontram nesta situação, bem como metade da superfície do país, de acordo com os últimos dados recentes do Eurostat. De facto, a Espanha é o quarto país mais afetado por este êxodo na Europa, sendo as Astúrias, Castela e Leão e a Extremadura as comunidades mais afetadas.

CONVITE À APRESENTAÇÃO DE PROPOSTAS 2024

Para a convocatória de 2024, o Terra de Oportunidades consolidar-se-á, reforçando a sua capilaridade territorial e a sua dotação económica, que pretende estender-se a mais de 40 províncias através de acordos com os Grupos de Desenvolvimento Rural de diferentes regiões espanholas, bem como com entidades sociais que trabalham para evitar o despovoamento. Além disso, os empreendedores terão à sua disposição uma rede de alianças, soluções e recursos que os acompanharão em todas as fases do seu projeto, com a colaboração de outras entidades do Grupo CaixaBank, como o AgroBank, o MicroBank, a Associação de Voluntários CaixaBank, entre outras.

Entre maio e junho, será dado o sinal de partida para que os empresários cuja atividade se desenvolva num município com uma população inferior a 5.000 habitantes – embora em alguns municípios sejam aceites municípios até 10.000 habitantes – e que tenham um volume de negócios inferior a 150.000 euros por ano, possam candidatar-se às novas convocatórias propostas nas províncias incluídas na edição de 2024. Nesta ocasião, o concurso centrar-se-á no potencial de crescimento e criação de emprego rural, na inovação, no impacto social e na viabilidade das iniciativas.

Desde o seu lançamento em 2021, o programa Terra de Oportunidades apoiou mais de 2.000 empresários e permitiu a assinatura de 71 acordos de colaboração com Grupos de Desenvolvimento Rural com o objetivo de promover o empreendedorismo rural e o emprego nestas áreas.

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Portas diz que Passos via na troika um “bem virtuoso” e ele um “mal necessário”

  • Lusa
  • 22 Abril 2024

Paulo Portas respondeu a Passos Coelho afirmando que o ex-primeiro-ministro via na troika "um bem virtuoso", enquanto ele a considerava "um mal necessário".

O antigo líder do CDS-PP Paulo Portas disse este domingo que Passos Coelho via na troika “um bem virtuoso”, enquanto ele a considerava “um mal necessário”, e apontou a TSU dos reformados como um dos momento difíceis da coligação.

“Às vezes Passos Coelho achava ou dava a entender que achava a troika um bem virtuoso, eu achava a troika um mal necessário”, afirmou Paulo Portas no seu espaço de comentário televisivo na TVI, respondendo às declarações do então primeiro-ministro e parceiro de coligação governamental durante o período em que Portugal esteve sobre intervenção da União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

Na semana passada, em entrevista ao podcast “Eu estive lá” da rádio Observador, o antigo presidente do PSD, em conversa com a jornalista Maria João Avillez, revelou que durante o seu governo com o CDS-PP, a troika sinalizou “a partir de certa altura” que havia um problema de confiança em relação ao parceiro de coligação e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e “passou a exigir cartas assinadas” por ele.

“Julgo que ele não sabe isto: para impedir uma humilhação do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, obriguei o ministro das Finanças a assinar comigo e com ele a carta para as instituições. Assinámos os três. A troika exigia uma carta só dele. Porque não confiava nele”, contou Passos Coelho.

Afirmando que “quem não se sente, não é filho de boa gente”, Paulo Portas considerou que os comentários do ex-primeiro-ministro “não foram apropriados, nem justos”, mas recusou “usar conversas privadas entre líderes políticos” e entrar “em polémica pessoal” com Passos Coelho.

“Estamos em 2024, acabou de chegar um Governo de centro-direita, não vejo qual seria a utilidade de contribuir para essa polémica”, comentou.

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O desafio de reconstruir parte do teto do Mosteiro de Sigena, em Úbeda, foi concluído com êxito

  • Servimedia
  • 22 Abril 2024

O mestre artesão de Úbeda, Paco Luis Martos, juntamente com uma equipa de especialistas, completou com êxito o desafio de reconstruir um novo alfarge da mítica Casa Capitular do Mosteiro de Sigena.

O Centro Cultural do Hospital de Santiago de Úbeda foi o cenário escolhido pelo filantropo Juan Naya (CEO da Isdin) e pela equipa do projeto Sigena Mágica para anunciar a reconstrução, em apenas três meses, de um novo alfarge da Casa Capitular do Mosteiro de Sigena (Huesca), um marco realizado pelo mestre artesão de Úbeda, Paco Luis Martos, galardoado com o Prémio Nacional de Artesanato, e por uma equipa de especialistas em arte e restauro que se deslocaram a Úbeda para este projeto.

A apresentação do novo alfarge, restaurado com o seu teto em caixotões de madeira, o seu douramento e policromia tal como era feito no século XIII, contou com a presença da presidente da Câmara de Úbeda, Antonia Olivares, e com o apoio do presidente de Aragão, Jorge Azcón.

“Ver este alfarge em todo o seu esplendor só nos mostra a grandeza artística do que foi uma joia do românico como a Casa Capitular do Mosteiro de Sigena”, disse Olivares, que acrescentou: “Úbeda, berço histórico de grandes artesãos como o mestre Paco Luis Martos, orgulha-se de fazer parte de um projeto de recuperação patrimonial tão importante”.

Por seu lado, numa mensagem de vídeo, Azcón felicitou Juan Naya e toda a sua equipa “pelo extraordinário trabalho de investigação, recuperação e recriação que levam a cabo há mais de 15 anos no Mosteiro de Sigena” e encorajou-os “a continuar com este maravilhoso projeto, esperando poder desfrutar em breve de todo este trabalho em Aragão, como aconteceu com a recente exposição Sigena Mágica, que foi um grande sucesso”.

UM DESAFIO “IMPOSSÍVEL” TORNADO REALIDADE

Foi em dezembro do ano passado que Juan Naya escolheu Úbeda para levar a cabo o desafio de reconstruir um novo alfarge desta joia do românico europeu em apenas três meses, com o empenho do mestre de Úbeda, Paco Luis Martos, vencedor do Prémio Nacional de Artesanato 2023. “Parecia impossível policromar e dourar um novo alfarje em apenas três meses, especialmente tendo em conta que quando reconstruímos o primeiro investimos mais de 3.000 horas de dedicação por mãos experientes”, disse o mestre ubetense.

Neste sentido, Juan Naya indicou que “este desafio que juntos tornámos possível em três meses abre o caminho para o renascimento completo do teto em caixotões da Casa do Capítulo, um património nacional que todos merecemos desfrutar”, e acrescentou que “graças à mestria de Paco Luis Martos, Florencia Olivera, Anna Bedmar e Pilar Domínguez como curadora do projeto, hoje apresentamos em Úbeda o terceiro alfarje terminado, recuperando assim um novo fragmento do nosso passado”.

A curadora do projeto, Pilar Domínguez, anunciou o início da reconstrução de dois novos alfarjes: “Já começámos em Úbeda os trabalhos de reconstrução do quarto alfarje e em breve começaremos com um quinto na localidade de Almudévar em Huesca, ambos dirigidos e supervisionados pelo mestre Paco Luis Martos, para acelerar o projeto e em poucos meses teremos cinco dos doze alfarjes que compõem todo o teto da Casa Capitular do Mosteiro de Sigena”.

UM TESOURO PERDIDO EM VIAS DE RECUPERAÇÃO

A Casa Capitular do Mosteiro de Sigena foi uma das maravilhas da arte do século XIII e é considerada pelos especialistas como uma das melhores obras de arte românica da Europa. Fazia parte de um dos mosteiros mais ricos e belos de Aragão. Albergou reis e nobres, foi depositário de parte do tesouro real, de um panteão real e tornou-se num dos arquivos mais importantes do reino. Entre as suas salas encontrava-se a Casa do Capítulo, decorada com ricos frescos medievais, cujas pinturas murais constituem um dos mais importantes legados da história da arte em Espanha.

Em 1936, durante a Guerra Civil Espanhola, o mosteiro sofreu um incêndio que danificou irreversivelmente as pinturas da Casa do Capítulo e causou a perda do extraordinário teto em caixotões mudéjar, que está agora a ser restaurado graças ao projeto Sigena Mágica. “Antes da Guerra Civil Espanhola, os doze alfarrábios de Sigena eram testemunhos de um trabalho extraordinário. Douradas e policromadas, cada uma delas contava uma história única. No entanto, o fogo da guerra consumiu-os, levando consigo não só a madeira esculpida, mas também uma parte significativa da história cultural de Espanha”, afirmou Juan Naya. “É muito emocionante poder reconstruir a Casa do Capítulo, pois estamos a recuperar um património nacional de valor incalculável e um legado para as gerações futuras”, acrescentou.

UMA EQUIPA ESPECIALIZADA

O projeto Sigena Mágica contou em Úbeda com uma equipa de especialistas em arte e restauro altamente qualificados: o mestre de Úbeda, Paco Luis Martos; as restauradoras Florencia Olivera (Uruguai) e Anna Bedmar (Manresa); e também com a curadora, Pilar Domínguez, e a liderança de Juan Naya, promotor do projeto.

“Este desafio monumental foi mais do que o restauro de um teto; foi uma afirmação de que, mesmo nos momentos mais sombrios da história, a luz do restauro pode iluminar o caminho para um futuro cultural vibrante”, disse Juan Naya, cuja visão intrépida é não só completar este desafio, mas conseguir a reconstrução completa do teto em caixotões, restaurando assim a glória da Casa Capitular de Sigena.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 22 de abril

  • ECO
  • 22 Abril 2024

Ao longo desta segunda-feira, 22 de abril, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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LALIGA intensifica a sua luta contra a pirataria e pede a acusação da Google, da Apple e da Huawei em Espanha

  • Servimedia
  • 22 Abril 2024

LALIGA pediu aos tribunais espanhóis que intimassem os diretores destas empresas pela sua alegada inação contra a aplicação de IPTV Newplay acusada de facilitar a pirataria de transmissões de futebol.

A LALIGA acusa estas empresas de “desobediência grave” por não impedirem os utilizadores dos seus telemóveis de utilizarem a aplicação e de “cooperação necessária” no crime de pirataria alegadamente cometido pelo criador da Newplay. Pede também que sejam declarados “participantes com fins lucrativos” por não terem bloqueado o acesso à aplicação Newplay, apesar da ordem de 2022 que os obriga a retirá-la das suas plataformas, bem como a impedir o acesso aos utilizadores que a descarregaram, a cessar imediatamente o pagamento das comissões derivadas da sua versão paga e a colocar à disposição do tribunal os montantes que possam ter pendentes de entrega ao criador da tecnologia.

Embora a aplicação Newplay já não esteja disponível para ser descarregada, a LALIGA considera que não foram cumpridos os restantes requisitos da ordem, tanto no que se refere ao bloqueio da sua utilização por parte das pessoas que já a descarregaram, como no que se refere ao depósito do dinheiro que a aplicação gerou com as subscrições no Tribunal de Instrução n.º 1 de Cieza. A LALIGA considera que o facto de estas organizações não terem impedido os utilizadores que descarregaram a aplicação de a utilizarem significa que “teriam incorrido não só em responsabilidade penal pelos factos que estão a ser investigados neste processo, mas também em responsabilidade civil pelos danos causados”.

Esta nova ação judicial vem juntar-se às iniciativas contínuas da LALIGA para proteger os direitos de transmissão de jogos de futebol e outros conteúdos desportivos, insistindo no respeito pela legalidade e na punição dos que lucram com a pirataria.

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Grupo AHM prevê triplicar gestão de hotéis em três anos

O Grupo canadiano Mercan, que detém o AHM, continua a reforçar a aposta em Portugal, com um investimento global de 1,2 mil milhões de euros. Dentro de três anos, o AHM terá 30 hotéis sob a sua gestão.

A Ace Hospitality Management (AHM), empresa especializada na gestão de hotéis controlada pelo grupo canadiano Mercan, prevê triplicar o número de hotéis em carteira nos próximos três anos, à boleia da expansão em Portugal, cujo investimento global ronda os 1,2 mil milhões de euros, segundo adiantou em entrevista ao ECO o CEO da ACE, Mariano Faz. Depois de ter fechado o último ano com uma faturação de 25 milhões de euros, este ano deverá alcançar receitas de 35 milhões.

Depois de ter acrescentado uma nova unidade ao seu portefólio esta semana — o Hotel Califórnia Urban Beach em Albufeira, comprado pelo grupo Mercan no final do ano passado –, a ACE deverá fechar o ano com a gestão de nove hotéis, com 900 quartos, e prevê chegar aos 30 hotéis no prazo de três anos, adiantou Mariano Faz.

Portugal está na moda. Está numa fase de bastante crescimento nos próximos anos.

Mariano Faz

CEO da AHM

Portugal está na moda. Está numa fase de bastante crescimento nos próximos anos“, refere o líder da empresa responsável pela gestão de hotéis do grupo canadiano. “Continuamos a investir em Portugal e identificamos diferentes oportunidades”, explicou o CEO da AHM, acrescentando que o turismo em Portugal revolucionou-se “exponencialmente”, “muito procurado e com grandes destinos por descobrir”.

2023 foi um ano de forte crescimento e 2024 mantém a mesma tendência“, refere o Mariano Faz, que identifica uma evolução positiva quer em termos de procura, quer de preço. Com a empresa está a registar um crescimento de 3 a 4% do volume de negócios nos primeiros meses do ano, o responsável está a apontar para taxas de ocupação dos hotéis de 80%, dois pontos acima dos 78% registados em 2023.

2023 foi um ano de forte crescimento e 2024 mantém a mesma tendência.

Mariano Faz

CEO da AHM

Americanos ganham peso

Longe do tempo em que o turismo em Portugal era associado a um destino de sol e praia, Mariano Faz destaca que hoje em dia o país é procurado para outro tipo de turismo, uma oportunidade que o grupo Mercan está a aproveitar, com o grupo a desenvolver projetos fora dos grandes centros, Lisboa e Porto, e do Algarve. O grupo está a preparar uma nova abertura em Évora e em Beja.

O grupo está ainda atento a oportunidades que surjam, nomeadamente “em cidades mais pequenas no interior do país”.

Quanto à procura, em termos de nacionalidades, o turismo algarvio continua a ser muito procurado pelos ingleses e espanhóis, mas a procura americana tem vindo a crescer. Em destinos como o Porto, os turistas americanos já pesam 50% do mercado, diz o CEO da AHM.

Portugal é dos países que tem maior potencial na Europa [no setor do turismo].

Mariano Faz

CEO da AHM

Quanto aos focos de instabilidade geopolítica, Mariano Faz garante que há “boas reservas para o verão” e, até agora, “não houve cancelamentos”. “As pessoas estão dispostas a pagar mais para estarem num país seguro“, aponta. “Portugal é dos países que tem maior potencial na Europa“, conclui.

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Juízes têm um novo código de conduta. Não podem receber vantagens nem usar informações em benefício próprio

Os juízes passam a deixar de receber vantagens, aceitar convites ou usar informações para seu benefício ou de terceiros em resultado do cargo ou das funções desempenhadas.

No plenário do passado dia 16 de abril, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) aprovou o Código de Conduta dos Juízes dos Tribunais Judiciais. Passam a deixar de receber vantagens, aceitar convites ou usar informações para seu benefício ou de terceiros em resultado do cargo ou das funções desempenhadas.

“O Código de Conduta dos Juízes é um instrumento orientador que visa estabelecer um compromisso de conduta dos juízes dos Tribunais Judiciais, tanto no exercício das suas funções como nos atos da sua vida privada com repercussão no desempenho funcional e na dignidade do seu cargo”, refere o artigo n.º 1 do código.

O CSM considera que a matéria estritamente disciplinar regulada no Estatuto dos Magistrados Judiciais (EMJ) “não esgota o universo de condutas que têm repercussão direta e indireta no exercício das funções dos juízes” e na “perceção deste exercício pelos cidadãos”. Assim, entendem que há deveres que assentam num conjunto de valores comuns e que se projetam em deveres de conduta de ressonância mais ética do que jurídica.

O CSM sublinha ainda que o Grupo de Estados Contra a Corrupção (GRECO), criado no âmbito do Conselho da Europa, tem feito diversas recomendações no sentido que de que o EMJ não substitui um código de conduta, “nomeadamente por não regular o recebimento de ofertas e os conflitos de interesses”.

A que ficam sujeitos os juízes?

O Código de Conduta aprovado pelo CSM abrange todos os juízes dos Tribunais Judiciais, incluindo os jubilados e os que desempenham funções no âmbito de comissões de serviço.

“Os juízes dos Tribunais Judiciais abstêm-se de participar em atividades extrajudiciais que possam ser considerados, por uma pessoa razoável, bem informada, objetiva e de boa-fé, como suscetíveis de afetar a confiança dos cidadãos na imparcialidade das suas análises e decisões”, lê-se no código.

De acordo com o documento, os juízes não se podem aproveitar do seu estatuto ou prestígio profissional nem invocar essa qualidade em atos da sua vida privada no intuito de obter vantagens ou precedências indevidas, para si ou para terceiro. Também não podem utilizar nenhuma informação confidencial a que tenham acesso por via das suas funções em benefício privado, próprio ou de terceiro.

Relativamente a ofertas, convites e hospitalidade, os juízes ficam impedidos de receber quaisquer vantagens, patrimoniais ou não, diretas ou indiretas, para si ou para terceiros, em razão do cargo ou funções que desempenham, que não sejam socialmente adequadas. Ficam também impedidos usar a condição de magistrado judicial para levar a cabo ação ou omissão que, objetivamente, “possa ser interpretada como solicitação de benefício indevido para si ou para terceiro, interveniente processual ou não”.

“Os juízes dos Tribunais Judiciais abstêm-se de aceitar, a qualquer título, de pessoas singulares e coletivas, vantagens ou ofertas de bens ou serviços, de qualquer valor, ou convites para espetáculos ou outros eventos sociais, culturais ou desportivos, que possam condicionar a objetividade, a imparcialidade ou a integridade do exercício das suas funções”, lê-se no documento.

Ainda assim, há exceções. Podem aceitar convites ou benefícios similares relacionados com a participação em cerimónias oficiais, conferências, congressos, seminários ou outros eventos análogos, “quando subsista interesse público relevante na participação, nomeadamente, em razão de representação oficial que importe assegurar”. Também excetuam-se os casos que ocorram em contexto de relações pessoais e familiares.

O Código de Conduta entra em vigor no dia seguinte à datada publicação no Diário da República da deliberação do plenário do CSM.

Conselho de Ética vai supervisionar

Foi criado um Conselho de Ética, de natureza “exclusivamente consultiva”, para acompanhar o cumprimento do Código de Conduta. Este Conselho não intervém em qualquer procedimento de caráter disciplinar.

Entre as suas funções está emitir pareceres sobre a compatibilidade de determinados comportamentos com o Código de Conduta e formular opiniões ou recomendações sobre questões relacionadas com a aplicação do Código ou com a sua atualização.

O Conselho de Ética será constituído por um juiz conselheiro, um juiz desembargador, um juiz de Direito e duas personalidades de reconhecido mérito, indicadas pelo plenário do CSM. O mandato dos membros é de quatro anos, não renováveis.

“O exercício das funções dos membros Conselho de Ética não implica qualquer compensação económica, para além do reembolso das despesas incorridas para participação nas reuniões, mediante a apresentação ao Conselho Superior da Magistratura de documento comprovativo das mesmas”, lê-se no documento.

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AICEP não prevê mais baixas nos projetos de hidrogénio em Sines

Os projetos de hidrogénio verde em Sines, sob gestão da AICEP Global Parques, representam de momento cerca de 9.000 milhões de euros investimento.

Soube-se recentemente que um projeto de hidrogénio verde que pretendia exportar este gás renovável a partir de Sines, o H2Sines.Rdam, foi cancelado, por decisão das empresas responsáveis, entre as quais a Engie e a Shell. A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) indica que não se registam outras desistências. Ao ECO/Capital Verde, a EDP e Iberdrola, que têm planos para produzir hidrogénio verde em Sines, confirmam manter-se firmes na intenção de avançar com os respetivos projetos, embora também deixem avisos quanto à regulação, um dos motivos por detrás da desistência do H2Sines.Rdam.

Não sentimos uma diminuição das intenções de investimento no hidrogénio verde“, indica Filipe Costa, presidente e CEO da AICEP. A CEO da AICEP Global Parques, Isabel Caldeira Cardoso, responsável pela gestão de parques industriais, indica que a agência foi informada dentro dos prazos contratuais de que o H2Sines.Rdam ficaria pelo caminho, e não se seguiu nenhuma comunicação semelhante da parte de outras entidades, nem esperaria outra coisa.

Ambos os dirigentes da AICEP realçam que o consórcio MadoquaPower2X (MP2X) reforçou, na mesma semana da desistência, a área contratada para a produção de hidrogénio e amoníaco verdes em Sines. Contrataram 60 hectares, em vez dos 25 hectares inicialmente previstos.

No caso da Iberdrola, a empresa lançou, no final do ano passado, o “Green Ammonia Express Sines”, um projeto para produzir hidrogénio verde (e, a partir dele, amoníaco verde) para exportação, através do Porto de Sines. “Neste momento os projetos estão numa fase inicial de licenciamento e planeamento de engenharia, com o objetivo de podermos avaliar custos, prazos, tecnologia disponível e possíveis offtakers“, indica a elétrica espanhola ao ECO/Capital Verde. Está também a aguardar a atribuição do título de reserva de capacidade de consumo por parte da REN.

Já na ex-central termoelétrica de Sines da EDP Produção, a EDP, Galp, Engie, Bondalti, Martifer, Vestas, McPhy e Efacec são algumas das entidades que sustentam o GreenH2Atlantic, um dos maiores projetos em Sines. Terá uma capacidade de 100 megawatts (MW), um investimento superior a 150 milhões de euros e a previsão é de que entre em operação no final de 2025. Este projeto, indica a EDP, mantém-se “em desenvolvimento”, tal como um projeto-piloto de 1,25 megawatts na central do Carregado. “Em termos geográficos, os projetos mais avançados [da EDP] encontram-se na Península Ibérica, seguindo-se os EUA [Estados Unidos da América] e o Brasil”, indica a elétrica.

Contactada, a Galp preferiu não se pronunciar. Além de integrar o consórcio GreenH2Atlantic, tem um projeto-piloto, com um eletrolisador de 2 MW, que deverá iniciar a produção no início de 2024, de acordo com o previsto pela empresa no ano passado.

Os projetos de hidrogénio verde em Sines, sob gestão da AICEP Global Parques, representam cerca de 9.000 milhões de euros investimento, numa área a ocupar de 270 hectares, prevendo-se a criação de cerca de 1000 postos de trabalho. Além dos projetos já mencionados, contam-se os das empresas Fusion Fuel, Smartenergy, Neogreen Portugal, Keme Energy, Winpower, REN, H2Greensteel e Repsol.

Exportação com menos interesse

O CEO da AICEP considera ainda que o projeto que caiu era “um dos mais incipientes” e que menos acrescentaria valor, por estar focado na exportação. O líder da agência de investimento considera que a maior oportunidade no que toca à produção de hidrogénio em Sines está em alimentar a indústria local, da refinação à petroquímica, ao mesmo tempo que pode atrair indústria que queira descarbonizar.

"A Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2) abrange a opção para exportação. No entanto, entendo que as vantagens competitivas do caso português deverão sobretudo expressar-se, no curto e médio prazo, para as vertentes da produção e substituição de consumos.”

Filipe de Vasconcelos Fernandes

“A Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2) abrange a opção para exportação. No entanto, entendo que as vantagens competitivas do caso português deverão sobretudo expressar-se, no curto e médio prazo, para as vertentes da produção e substituição de consumos“, indica Filipe de Vasconcelos Fernandes, especialista em Economia do Hidrogénio e membro da direção da Ap2H2 — Associação Portuguesa para a Promoção do Hidrogénio. A exportação, entende, é uma vertente a explorar mais a longo prazo, até porque depende de estruturas de conexão como gasodutos (estando, para já, politicamente bloqueada a ligação prevista entre a Península Ibérica e França), fora a via marítima.

Indústria do hidrogénio pede regulação

Dada a falta de regulamentação clara e considerando a atual maturidade do mercado-alvo, bem como a falta de infraestrutura adequada, os vários parceiros do projeto tomaram a decisão de o abandonar em outubro de 2023”, justificou a Engie, relativamente à decisão de desistir do H2Sines.Rdam. A Shell, que também fazia parte do consórcio, indica ter concluído que o projeto “não era economicamente viável”.

"O hidrogénio renovável encontra-se ainda numa fase inicial, sendo necessário um enquadramento regulatório e um conjunto de políticas públicas adequados.”

EDP

Fonte oficial

Apesar de manterem os projetos em Sines, as empresas contactadas pelo ECO/Capital Verde concordam com a avaliação de que existe falta de regulamentação. “Como acontece com todas as tecnologias emergentes (nomeadamente como a eólica e solar há 25 anos), o hidrogénio renovável encontra-se ainda numa fase inicial, sendo necessário um enquadramento regulatório e um conjunto de políticas públicas adequados para promover a sua adoção e permitir o desenvolvimento tecnológico e de mercado necessários para melhorar a sua competitividade”, considera a EDP.

Por seu lado, a Iberdrola sublinha que “uma regulamentação clara e estável é fundamental para o desenvolvimento de qualquer projeto”, assim como clarificar a definição de hidrogénio verde e derivados. “É ainda determinante que estes projetos possam ser apoiados por incentivos europeus ou nacionais, bem como incentivos à descarbonização melhorando assim a atratividade do hidrogénio verde”, afirma.

Na ótica de Filipe Vasconcelos, “algum atraso na regulamentação (agravado pela queda do anterior Governo e congelamento de alguns dossiers) não é favorável à estabilização do investimento, parecendo-me absolutamente prioritário o fecho da regulamentação em falta, até ao término do presente ano“.

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Encontrámos três ministros no TikTok. Adivinha quais são?

Há cada vez mais política - e políticos - no TikTok, incluindo membros do novo Governo, apesar dos receios em torno da recolha de dados pela ByteDance, a empresa chinesa que detém a aplicação.

Alguns membros do novo Governo estão no TikTok. A plataforma permite aos políticos estarem mais próximos do eleitorado, sobretudo do público mais jovem

Mais de quatro milhões de seguidores no TikTok. O suficiente para alcançar o estatuto de influencer, não fosse ele o Presidente de França, Emmanuel Macron. Um pouco por toda a Europa, são cada vez mais os políticos presentes nesta plataforma, muitos deles com funções executivas ao mais alto nível. Como o caso de Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, que se estreou no TikTok no dia 8 de abril com uma única condição: não ter de dançar.

Em Portugal, a última campanha eleitoral também passou pela app de eleição para vídeos curtos e coreografias, com os partidos a partilharem material de campanha no feed, muito dele feito especificamente para esta plataforma. Concluídas as eleições, e com um novo primeiro-ministro instalado em São Bento, não é difícil de encontrar no TikTok alguns membros do novo Governo. O ECO foi capaz de identificar três dos novos ministros na aplicação e apenas um secretário de Estado. Mas, sobre isso, já lá iremos.

A prevalência desta rede social na classe política tem vindo a aumentar. Há cada vez mais política — e políticos — na plataforma, apesar dos receios relacionados com o facto de o TikTok ser detido pela ByteDance, uma empresa sedeada em Pequim, que também está no centro das tensões geopolíticas entre o ocidente e a China.

Teme-se que a app possa ser usada para espionagem pelo regime comunista de Xi Jinping, ou que funcione como um veículo de propaganda para, por exemplo, influenciar eleições — acusações que a empresa tem negado. Exemplo disso foi a decisão da Comissão Europeia de proibir os funcionários de usarem o TikTok nos equipamentos do trabalho ou em equipamentos pessoais que usem o serviço móvel da Comissão em fevereiro de 2023, citando, em termos gerais, o “aumento das ameaças e incidentes cibernéticos”.

Mesmo assim, apesar do potencial risco de segurança, muitos políticos fazem questão de estar no TikTok, mais próximos de uma franja do eleitorado, num serviço que tinha mais de 3,2 milhões de utilizadores mensais ativos em Portugal no início de 2023, e que é um dos preferidos do público mais jovem. Em Portugal, é possível encontrar três ministros com conta pública no TikTok, identificáveis pelo nome, fotografia e teor das publicações:

  • Nuno Melo, ministro da Defesa (@nunomelo.cds, ~650 seguidores)
  • Maria da Graça Carvalho, ministra do Ambiente e Energia (@margracarvalho, ~300 seguidores)
  • Margarida Balseiro Lopes, ministra da Juventude e Modernização (@margaridablopes, ~1.200 seguidores)

As três contas foram criadas antes de estas pessoas chegarem ao Governo. Por exemplo, a de Nuno Melo fez a primeira publicação em setembro de 2022, poucos meses depois de se ter tornado o líder do CDS. A conta de Maria da Graça Carvalho foca-se na sua atividade como eurodeputada, com o primeiro post a datar de agosto de 2022. Margarida Balseiro Lopes, que vai tutelar a pasta da Juventude, tem publicações no TikTok desde 2020, pouco depois de ter deixado a presidência da JSD.

O ECO encontrou ainda aquela que será a conta de Hernâni Dias, secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território (@hernani.dias7, ~700 seguidores), com um único post sobre o “estado da Saúde no distrito de Bragança”. Não foi possível detetar outros governantes, entre ministros e secretários de Estado, com conta no TikTok, o que não significa que não tenham uma conta anónima na plataforma, ou que não os tenha sido possível identificar.

Quanto a Luís Montenegro, o novo primeiro-ministro tem presença em muitas redes sociais, como o X (ex-Twitter) e o Instagram, mas o TikTok não é a sua rede social de eleição. No entanto, o presidente do PSD é presença assídua na conta da Aliança Democrática (@aliancademocratica2024), que esteve bastante ativa durante a campanha eleitoral para as legislativas. Pelo contrário, Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS e líder da oposição, tem conta própria no TikTok (@pedronunosantosoficial), onde agrega cerca de 1.700 seguidores.

Números que não chegam perto dos de André Ventura, presidente do Chega, o partido de extrema-direita que surpreendeu nas legislativas ao obter mais de um milhão de votos. No TikTok (@andre_ventura_oficial) conta com 279 mil seguidores. E, ao contrário de Olaf Scholz, Ventura não se coíbe de dançar para conquistar eleitorado.

Notória é ainda a conta de Carlos Moedas (@carlosmoedas), presidente da Câmara Municipal de Lisboa, onde soma 13,5 mil seguidores. Na plataforma, o autarca publica excertos de intervenções públicas e até algumas brincadeiras. Num dos vídeos, encara a provocação de um seguidor, que lhe pergunta se prefere pastéis de nata ou Pastéis de Belém, respondendo: “Gosto de todos. Quentinhos, é do melhor.” E com canela.

Voltando à Europa, Macron e Scholz não são os únicos líderes europeus rendidos à chinesa TikTok. A primeira-ministra italiana Giorgia Meloni soma 1,5 milhões de seguidores. Outro exemplo é Simon Harris, que no mês passado venceu as eleições na Irlanda e é o novo primeiro-ministro. Do outro lado do Atlântico, o Presidente do Brasil, Lula da Silva, também é tiktoker, partilhando diversos conteúdos com os seus 4,4 milhões de seguidores, incluindo do seu treino matinal antes de chegar ao Palácio da Alvorada.

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