Fidelidade junta-se a programa de investimentos responsáveis parceiro da ONU

  • ECO Seguros
  • 19 Dezembro 2023

A Aspen, o grupo Generali, a Liberty Mutual, a Allianz Insurance, a Hixcox Re e a AG Insurance são algumas das empresas do setor segurador que já são signatárias do acordo.

A Fidelidade aderiu ao acordo sobre os Princípios de Investimentos Responsáveis (PRI é a sigla em inglês), um programa a nível mundial de análise de investimentos em questões sociais, ambientais e de governança (ESG), que visa apoiar os seus signatários a investir nesses ativos, a melhorar os seus retornos e a otimizar a sua gestão dos riscos, dá conta a seguradora num comunicado.

O PRI é uma iniciativa de investidores realizada em parceria com a Iniciativa Financeira do Programa da ONU para o Meio Ambiente (UNEP-FI) e o Pacto Global da ONU, avança o programa numa nota.

Para Lingzhi Yu, Diretora de Investimentos da Fidelidade, “o forte compromisso da Fidelidade com as questões ESG não se limita à atividade seguradora, mas também aos ativos dos nossos tomadores de seguro. Isto reflete-se na forma como incorporamos os critérios ESG no nosso processo de decisão de investimento. Para promover as melhores práticas de investimento responsável, a Fidelidade orgulha-se de ser signatária da Iniciativa Princípios para o Investimento Responsável (PRI), apoiada pelas Nações Unidas. É a nossa convicção que o investimento responsável é o principal meio de criar valor a longo prazo em todas as classes de ativos para os nossos segurados. O nosso compromisso com o investimento responsável irá também aumentar a visibilidade e a transparência da nossa governação e o alinhamento com os interesses do ambiente e da sociedade.”

Assim, a Fidelidade junta-se à Aspen, ao grupo Generali, à Liberty Mutual, à Allianz Insurance, à Hixcox Re, à AG Insurance, ao Grupo Zurich como empresas do setor segurador signatárias do PRI.

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ERC acompanha situação da GM e vai ao parlamento. Trabalhadores a recibos verdes de O Jogo param colaboração até serem pagos

  • Lusa e + M
  • 19 Dezembro 2023

Esta terça, os trabalhadores a recibos verdes do jornal O Jogo anunciaram que vão parar a sua colaboração a partir de quarta-feira, até serem pagos os vencimentos em atraso.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) está a acompanhar a situação da Global Media e na próxima quinta-feira vai ao parlamento “para transmitir a informação que dispõe”, disse esta terça-feira à Lusa fonte oficial.

Contactada pela Lusa sobre a atual situação que a Global Media Group (GMG) atravessa, com um processo de rescisões entre 150 a 200 pessoas a decorrer até quarta-feira, fonte oficial do regulador dos media disse que a ERC “confirma que está a acompanhar a evolução do grupo Global Media e as notícias que têm vindo a público“.

Aliás, “na próxima quinta-feira, dia 21 de dezembro, pelas 09:00, em resposta a requerimento dos grupos parlamentares do PCP e do BE [Bloco de Esquerda], o Conselho Regulador estará na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, para transmitir a informação de que dispõe e responder às questões sobre este processo, no quadro do exercício das suas competências de regulação e supervisão das atividades de comunicação social“, concluiu a mesma fonte.

Entretanto, os trabalhadores a recibos verdes do jornal O Jogo anunciaram que vão parar a sua colaboração a partir desta quarta-feira, até serem pagos os vencimentos em atraso, conforme um comunicado enviado esta terça-feira.

No documento refere-se que os trabalhadores a recibos verdes dos títulos do Global Media Group – onde se inclui O Jogo – “ainda não receberam os honorários devidos e referentes ao mês de outubro, estes que costumam ser pagos, variavelmente, entre os 10 e 13″, acrescentando-se que o atraso foi justificado no dia 15 pela Comissão Executiva do GMG com o argumento de que o Banco Atlântico Europa teria suspendido o acesso à conta por causa do “impacto mediático do plano de reestruturação em curso”.

“Foi ainda garantido envidar esta semana, mas tal ainda não aconteceu”, referem os trabalhadores.

“Por não ser a primeira vez que estes trabalhadores se sentem desrespeitados pelo grupo GMC, 12 colaboradores d’O Jogo decidiram que, a partir de amanhã, não vão prestar serviços ao jornal até que sejam pagos os vencimentos que estão em atraso“, acrescentam.

Também esta terça-feira, a TSF emitiu o último programa Ministério do Futuro, por decisão de Graça Fonseca e de Miguel Poiares Maduro, com a ex-ministra a afirmar não querer sentir-se “parte do que está a acontecer” na Global Media.

Não quero sentir-me parte do que está a acontecer no grupo Global Media“, afirmou a antiga ministra da Cultura do governo de António Costa, que tutelou os media, ao justificar a razão porque esta terça-feira era emitido o último programa Ministério do Futuro.

No dia 6 de dezembro, em comunicado interno, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, anunciou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar “a mais do que previsível falência do grupo”.

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Mais rentáveis, eficientes e igualmente robustos: como comparam os bancos portugueses com europeus em 7 gráficos

Mais rentáveis, eficientes e igualmente robustos: os bancos portugueses melhoraram a sua posição nos últimos anos e estão entre os melhores da Europa em alguns indicadores financeiros.

Os bancos europeus “continuam a mostrar força”, mantendo posições de capital e liquidez “robustas” num contexto de grande incerteza marcada pela guerra na Ucrânia, inflação e taxas de juro elevadas e períodos de turbulência nos mercados na sequência das falências de bancos nos EUA e Suíça, de acordo com os resultados anuais do processo de análise e avaliação para fins de supervisão (SREP) divulgados esta terça-feira pelo Banco Central Europeu (BCE).

A subida das taxas de juro ajudou a melhorar os lucros dos bancos, mas poderá representar um problema de incumprimento mais à frente, à medida que vai pondo à prova a capacidade financeira de cada vez mais famílias e empresas, num ambiente de deterioração das condições económicas.

Por outro lado, apesar de a rentabilidade ter disparado e melhorado a posição financeira dos bancos, não há certezas de que os atuais níveis de lucro tenham vindo para ficar. Por isso, a supervisão bancária do BCE pede prudência na gestão do risco (sobretudo em relação a exposições ao imobiliário), apela a que continuem a trabalhar, no sentido de serem mais eficientes, e que acelerem a transformação digital dos seus negócios.

Embora o BCE tenha apresentado resultados agregados relativos às instituições que supervisiona diretamente, os dados por país mostram como evoluiu (para melhor) a banca portuguesa em relação aos pares europeus.

Banca portuguesa é a quinta mais rentável

A rentabilidade dos capitais próprios (ROE, return on equity) foi um dos calcanhares de Aquiles da banca portuguesa na última década. Mas, com a subida das taxas de juro a catapultar as receitas, os bancos portugueses saltaram para o top cinco dos bancos mais rentáveis da Europa, com o ROE a atingir os 15% – acima do valor de referência de 10% que o setor tem como referência para o custo de capital.

A média dos bancos supervisionados pelo BCE é de 10%. Em pior situação estão os bancos alemães (6,59%), luxemburgueses (6,86%) e franceses (7,55%). Andrea Enria, presidente do braço de supervisão do banco central, alertou esta terça-feira para o facto de os bancos não terem demonstrado que os atuais níveis de rentabilidade vieram para ficar – aliás, até deu conta que os bancos continuam subavaliados na bolsa, num sinal de que os investidores não acreditam que os atuais resultados ainda não são sustentáveis.

Por isso o italiano – que vai ser substituído pela alemã Claudia Buch – pediu foco em medidas para melhorar a eficiência dos custos e acelerarem a digitalização do negócio.

Fonte: BCE; dados relativos ao segundo trimestre.

Juros rendem o dobro em Portugal

Na base do aumento dos lucros dos bancos está a subida das taxas de juro. Em Portugal, a margem financeira líquida (ganhos com juros em relação ao ativo médio) atingiu os 3,02% no final do segundo trimestre. É o dobro do que se verifica em média na banca europeia (1,53%).

Apesar do bom momento, os próximos tempos trarão tempos desafiantes. Por um lado, o aumento dos juros está a deixar cada vez mais famílias e negócios sob pressão para cumprir o pagamento das dívidas. Por outro, a margem financeira já terá atingido o pico e deverá contrair no próximo ano, perante a normalização dos juros dos depósitos.

Fonte: BCE; dados relativos ao segundo trimestre.

Só lituanos são mais eficientes que portugueses

Enria avisou que os bancos devem trabalhar no sentido de serem mais eficientes. Os bancos portugueses já fizeram o trabalho de casa nos últimos anos, sobretudo depois de uma profunda reestruturação com a redução de quadros e fecho de balcões. Com o aumento das receitas, o rácio cost-to-income, que mede a relação entre custos de estrutura e proveitos, caiu para 33,63% na banca nacional.

Neste capítulo, só os bancos lituanos são mais eficientes (28,85%), enquanto a média europeia está nos 57,32%. Entre os bancos mais ineficientes estão os franceses, luxemburgueses, belgas e alemães (aqueles que estão entre os menos rentáveis).

Fonte: BCE; dados relativos ao segundo trimestre.

Portugueses mais robustos que espanhóis e gregos

O rácio de fundos próprios de nível 1 (CET1) da banca portuguesa mais do que duplicou em 15 anos, passando para quase 16% no final do segundo trimestre, em linha com os bancos italianos, franceses, holandeses e alemães.

O reforço destas almofadas para responder a eventuais perdas surge como consequência do aumento dos lucros à boleia das taxas de juro, mas não só. Os bancos nacionais reduziram a exposição ao risco com a venda de malparado e outros ativos tóxicos.

A média europeia situava-se nos 15,7%, com os bancos espanhóis (12,7%) e gregos (14,3%) a ficaram menos bem na fotografia.

Fonte: BCE. Dados relativos ao segundo trimestre.

Malparado continuará a descer?

É dos indicadores onde a banca portuguesa não se posiciona tão bem face à banca europeia, mas são evidentes os resultados dos esforços de limpeza do balanço realizado pelo setor nos últimos anos. O rácio de malparado (empréstimos em situação de incumprimento em relação ao total de empréstimos) dos bancos portugueses atingiu os 3,84% no final do segundo trimestre do ano. Só os bancos gregos apresentavam um rácio maior (5,7%), enquanto a média do setor europeu era de 2,26%.

Há anos que o malparado tem vindo a decrescer, tanto na banca portuguesa como na generalidade dos bancos supervisionados pelo BCE, depois de ter atingido o pico na crise da dívida soberana na primeira metade da década passada. A pandemia fez aumentar os receios de um tsunami de incumprimentos que não se verificou. A subida abrupta das taxas de juro trouxe renovadas preocupações com o aumento dos chamados NPL (non performing loans).

Fonte: BCE; dados relativos ao segundo trimestre.

Bancos nacionais com baixa transformação

Um banco tem como negócio principal receber depósitos das famílias e emprestar esse dinheiro às pessoas (para compra de casa, por exemplo) ou às empresas (para financiarem os seus negócios). Esse indicador que avalia a liquidez dos bancos chama-se rácio de transformação de depósitos em empréstimos.

No caso da banca portuguesa, o rácio de transformação chegou a superar os 150% em 2010, expondo uma situação desequilibrada do setor que estava a caminho para uma grave crise. Entretanto, este indicador baixou para cerca de 70% em junho, o que significa que por cada 100 euros de depósitos, 70 euros foram concedidos à economia.

Este valor poderá ter diferentes leituras. Por um lado, não é um nível adequado, pois significa que 30% dos depósitos não estão a render ou não há procura por crédito face aos recursos que os bancos dispõem. Por outro, salvaguarda a posição dos bancos em termos de funding, quando é o próprio BCE a alertar para o setor se preparar para “uma maior volatilidade” nas suas fontes de financiamento. A média europeia encontrava-se nos 105%.

Fonte: BCE; dados relativos ao segundo trimestre.

Entre os mais líquidos

A queda do banco americano Silicon Valley Bank em março chamou a atenção das autoridades para os indicadores de liquidez do setor. Para evitar situações de turbulência, os bancos passaram a ser obrigados a cumprir rácios de cobertura de liquidez desde outubro de 2015. Isto obriga as instituições a terem ativos líquidos e não onerados que possam ser facilmente vendidos nos mercados com pouca ou nenhuma perda de valor e suficientes para suportar um período de stress de 30 dias.

O rácio de liquidez da banca portuguesa encontrava-se entre os mais elevados do sistema na Europa, perto dos 225%, conferindo-lhe uma maior capacidade de absorção a choques que possam levar a uma fuga de depósitos temporariamente. A média europeia era de 158%, com os bancos alemães e franceses a serem os únicos com rácios aquém do setor.

Fonte: BCE; dados relativos ao segundo trimestre.

 

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Sócrates diz que não ficou “pedra sobre pedra” da tese do MP sobre relação com Salgado

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2023

Sócrates afirmou que não deixou em tribunal "pedra sobre pedra" sobre "a mentirola que o Ministério Público arranjou" relativamente à relação do Governo que liderou com Salgado.

José Sócrates afirmou esta terça-feira que não deixou em tribunal “pedra sobre pedra” sobre “a mentirola que o Ministério Público (MP) arranjou” relativamente à relação do Governo que liderou com o ex-presidente do BES Ricardo Salgado.

O ex-primeiro-ministro foi ouvido esta terça-feira como testemunha no julgamento do caso EDP, que prossegue no Campus de Justiça, em Lisboa, numa sessão que contou ainda com testemunhos dos ex-chefes de Governo José Manuel Durão Barroso e Pedro Passos Coelho.

Eu estou muito contente comigo próprio, tenho a sensação que sobre esta mentirola que o MP arranjou sobre a relação do Governo com Ricardo Salgado não ficou pedra sobre pedra”, disse o antigo governante aos jornalistas, à saída do tribunal.

José Sócrates, que sublinhou as relações de Durão Barroso e Passos Coelho com o Grupo Espírito Santo (GES) — Durão Barroso foi contratado pelo ex-banqueiro e Passos Coelho era dirigente de uma empresa que tinha o GES como um dos acionistas — defendeu que a ideia de que “o doutor Salgado era amigo dos socialistas não tem a mínima sustentação”.

“É falso, isso é uma mentira […], é um revisionismo histórico que o MP pretendeu desenvolver ao longo destes últimos 12 anos contra mim, querendo vender aos portugueses a ideia de que o doutor Ricardo Salgado era próximo de mim. Isso é falso, absolutamente falso”, disse Sócrates.

O antigo primeiro-ministro acrescentou que nunca teve o número de telefone de Salgado, nunca esteve no seu gabinete e não o conhecia antes de ser primeiro-ministro, com exceção de uma reunião no Ministério do Ambiente três anos antes de chefiar o Governo.

Aos jornalistas reiterou o que já tinha afirmado na sessão do julgamento desta terça-feira, insistindo que não sabia de pagamentos do BES ao arguido no caso EDP e seu ex-ministro da Economia, Manuel Pinho, considerando a pergunta “insultuosa”, ainda que se tenha declarado “satisfeito por saber que esses pagamentos são decorrentes de um contrato assinado antes de Manuel Pinho ir para o Governo”.

“O mais importante aqui neste julgamento é o seguinte: o doutor Manuel Pinho recebeu algum dinheiro que não lhe era devido? A minha convicção é que não recebeu, mas talvez o jornalismo pudesse ter uma avaliação crítica e dizer se sim ou se não em função do que foi dito já aqui no tribunal. Tenho impressão que vocês iriam concordar comigo”, disse Sócrates, que deixou críticas aos jornalistas, que acusou de “reproduzir” as teses do MP.

Questionado sobre o que pensa do facto de Manuel Pinho ter admitido ocultar património enquanto era membro do Governo, Sócrates considerou a pergunta “muito provocatória” e uma tentativa de desvio face ao que está em discussão no tribunal, que é saber se houve um favorecimento ilegal do seu executivo à EDP: “Eu vim aqui testemunhar que não, isso nunca aconteceu”.

“Essa mentira do MP é propalada há 12 anos. Há 12 anos que o MP diz que houve um favorecimento ilegal à EDP e agora estão aqui num tribunal 12 anos depois com tudo menos a EDP. Este processo transformou-se em tudo menos EDP. É absolutamente escandaloso que o MP considere que ao fim de 12 anos continua a investigar. Ao fim de 12 anos não tem esse direito, porque com esse tempo o MP transforma a presunção de inocência numa presunção pública de culpabilidade”, criticou.

Manuel Pinho é acusado de corrupção passiva para ato ilícito, corrupção passiva, branqueamento e fraude fiscal.

A sua mulher, Alexandra Pinho, está a ser julgada por branqueamento e fraude fiscal – em coautoria material com o marido -, enquanto o ex-presidente do BES responde por corrupção ativa para ato ilícito, corrupção ativa e branqueamento de capitais.

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Novo bastonário dos enfermeiros defende acordo político para a saúde

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2023

"Está na hora de fazer um acordo político para a saúde!", diz o novo bastonário da Ordem os Enfermeiros, Luís Filipe Barreira.

O novo bastonário da Ordem os Enfermeiros (OE), Luís Filipe Barreira, defendeu esta terça-feira um acordo político para a saúde, salientado que é urgente definir estratégias e prioridades para o setor. “Já perdemos décadas com diagnósticos e debates intermináveis. É por isso que hoje faço daqui um apelo a todos os partidos que se vão apresentar às eleições [legislativas] do próximo dia 10 de março: Está na hora de fazer um acordo político para a saúde!”, afirmou.

Luís Filipe Barreira discursava esta tarde na cerimónia da sai posse na Altice Arena, em Lisboa. Aos presentes, o novo bastonário da OE lembrou que os portugueses “precisam saber (…) que podem contar com um sistema de saúde mais robusto e capaz de responder com eficácia às suas necessidades”.

“No período de pré-campanha eleitoral que se aproxima, a Ordem dos Enfermeiros vai contactar todos os partidos, convidando-os a divulgarem as suas propostas e propondo-lhes que subscrevam um acordo político para a saúde. É uma solução em que todos saímos a ganhar. Os políticos, os profissionais de saúde e os portugueses”, realçou. Também assinalou que as “reformas não podem estar sempre a ser adiadas”, indicando que “as pessoas exigem soluções”.

“Não podemos perder mais tempo. O modelo assistencial centrado nos hospitais está ultrapassado. Todos os relatórios internacionais apontam para a necessidade de um reforço efetivo dos cuidados de proximidade na comunidade”, afirmou. Para o novo bastonário da OE, não é aceitável que “um cidadão seja obrigado a estar de madrugada à porta do centro de saúde para garantir uma consulta”.

“Não podemos aceitar quando se espera um dia à porta de uma urgência por desespero, porque não há outra porta que se abra. O país não suporta que 33 serviços de urgência funcionem com constrangimentos, como anunciado esta semana. Não nos podemos conformar com a espera de meses intermináveis por uma cirurgia ou consulta. Nem, tão pouco, se compreende que as pessoas dependentes no domicílio continuem sem acesso a cuidados profissionais adequados”, observou.

Na cerimónia da posse, Luís Filipe Barreira recordou ainda que Portugal “não aguenta perder milhares de enfermeiros para o estrangeiro todos anos” e defendeu que a prescrição por enfermeiros “é um caminho incontornável” e que os centros de parto normal “são uma solução”, alertando para a urgência em apostar num modelo assistencial de cuidados de proximidade à população mais envelhecida. Sobre o mandato do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, o novo bastonário destacou que o governante “prometeu e cumpriu”.

“Prometeu a criação do Internato de Especialidade para os enfermeiros. E já foi criado o grupo de trabalho técnico que vai criar o respetivo modelo. Há muito que a Ordem se tinha preparado para dar este passo. Já tínhamos muito trabalho feito e, por isso, estamos certos de que esta fase, embora necessária, não vai demorar muito tempo”, considerou, mostrando-se confiante de que “o próximo Governo lhe dará a sequência devida”.

Eleito em 16 de novembro, Luís Filipe Barreira, até aqui vice-presidente da OE, sucede a Ana Rita Cavaco para o mandato 2024/2027 que tem início a 1 de janeiro de 2024. A antiga bastonária estava impedida de concorrer por limitação de mandatos, somando sete anos de liderança. Os titulares e membros dos órgãos da ordem são eleitos para mandatos com a duração de quatro anos e não podem assumir mais de dois mandatos consecutivos, segundo os Estatutos da OE, criados em 1998.

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60% dos contratos de prestação de serviços no Estado são à tarefa

No primeiro semestre do ano, mais de metade das contratações celebradas foram para execução de trabalhos excecionais. Idade média dos funcionários públicos aumentou e já está nos 48,3.

Nos contratos de prestações de serviços, o Estado preferiu a modalidade de tarefa, isto é, para execução de trabalhos excecionais, em 60,1% dos casos em detrimento da modalidade de avença, segundo o boletim estatístico do emprego público relativo ao primeiro semestre de 2023, publicado esta terça-feira no site da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP).

“Os contratos de prestações de serviços, no primeiro semestre de 2023, foram celebrados maioritariamente (60,1%) na modalidade de tarefa. Esta modalidade predominou nas entidades da administração central, enquanto nas entidades da administração regional da Madeira e da administração local foi maior o número de prestadores de serviços com contratos de avença 55,0% e 58,9% do total, respetivamente”, de acordo com o mesmo relatório.

Ainda assim, verifica-se uma redução dos contratos à tarefa em comparação com o semestre homólogo de 2022, quando 61,1% do total dos vínculos foram celebrados nesta modalidade, de acordo com o boletim respetivo.

Os contratos de tarefa dizem respeito à “execução de trabalhos específicos, de natureza excecional”, sendo que “o contrato não pode exceder o termo do prazo contratual inicialmente estabelecido”, segundo a definição da DGAEP.

Já o contrato de avença, mais longo no tempo, é celebrado quando “o objeto do contrato for a execução de prestações sucessivas no exercício de profissão liberal, com retribuição certa mensal”, de acordo com DGAEP. “O contrato pode ser feito cessar, a todo o tempo, por qualquer das partes, com aviso prévio de 60 dias e sem obrigação de indemnizar”, indica ainda a mesma entidade.

Idade média dos funcionários públicos sobe para 48,3 anos

Os trabalhadores da Administração Central estão mais envelhecidos. “Entre dezembro de 2011 e junho de 2023 a idade média aumentou 4,6 anos, de 43,6 anos para 48,3 anos”, de acordo com o mesmo relatório. Já no final do ano passado, a idade tinha avançado para 48,1 anos.

O boletim da DGAEP indica que a o envelhecimento é transversal em todas as carreiras, sobretudo nas de oficial dos registos e notariado e administração tributária e aduaneira que apresentavam as idades médias mais elevadas, de 57 e 55,1 anos, respetivamente.

Em sentido inverno, “as carreiras das forças armadas (34,5 anos), de bombeiro (40,5 anos) e médica (41,3 anos) detinham as idades médias mais baixas”.

O boletim mostra ainda que a maioria (65,7%) dos postos de trabalho eram preenchidos por trabalhadores com idade igual ou superior a 45 anos.

“A análise da estrutura etária por subsetor revela o emprego menos envelhecido na administração regional dos Açores (38,7% dos trabalhadores tinham menos de 45 anos), enquanto na administração local e nos fundos da segurança social tinham maior importância os escalões etários com 45 e mais anos”, de acordo com o mesmo relatório.

Trabalhadores com deficiência quase duplicaram

O número de postos de trabalho no Estado ocupados por funcionários com uma incapacidade permanente igual ou superior a 60% aumentou 91,7%, passando de 11 918 para 22 841, entre dezembro de 2011 e junho de 2023.

“Neste período, o aumento do número de postos de trabalho ocupados por trabalhadores com deficiência verificou-se em todos os subsetores, destacando-se a administração central, em termos absolutos e percentuais”.

(Notícia atualizada às 19h04)

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Zona de guerra sobe 330 kms para Norte no Mar Vermelho. Seguros disparam

  • ECO Seguros
  • 19 Dezembro 2023

Os navios estão a ser desviados para a rota do Cabo da Boa Esperança para evitar o mar vermelho, os seguros duplicam e triplicam numa zona de guerra aumentada pelos seguradores de Londres.

Novas zonas de perigo para a navegação foram identificadas esta terça-feira pela The Joint War Committee (JWC), Organização que junta subscritores de risco da seguradora Lloyd’s e da IUA (International Underwriting Association of London) que atualiza e divulga a JWC Listed Areas, um mapa que define zonas de risco em que ao entrar nelas, os armadores devem avisar os seus seguradores desse facto, porque um sobre-prémio passa a ser devido.

O MSC Palatium III foi atingido por um missíl no passado dia 16 de dezembro. Não houve vítimas, mas o navio ficou inoperacional.

A reunião da JWC estendeu a zona de aviso de 15 graus para 18 graus Norte no Mar Vermelho (aumento de cerca de 330 kms na latitude), mas ainda juntou a Guiana em consequência do conflito territorial que opõe este país à Venezuela. Em África, a zona de risco da Eritreia subiu 3 graus para norte e os limites já estabelecidos para Cabo Delgado e as costas de Moçambique e Tanzânia foram ajustados.

Os recentes ataques a navios, conduzidos pelo movimento Houti, apoiado pelo Irão, e dirigidos a alvos com alguma ligação a Israel, já haviam desviado tráfego marítimo pela rota do Cabo (da Boa Esperança, na África do Sul), o que aumenta de 19 para 31 dias uma viagem da Ásia para a Europa.

Zona de guerra aumentada no mar vermelho e golfo de Aden

Ainda na sequência dos ataques, os prémios de seguros subiram do normal risco de guerra de 0,03% do valor do navio para 0,05 ou mesmo 0,1% pelo tempo habitual de contrato de uma semana. Em números, pode significar que apenas pelo casco, sem carga, o prémio passou de cerca de 20 mil euros para um valor de até 70 mil euros.

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Empresas temem instabilidade governativa e quebra do consumo interno em 2024

Manutenção de uma elevada carga fiscal, falta de trabalhadores qualificados, redução das exportações e aumento dos custos com taxas de juro e energia são outros dos constrangimentos apontados.

Com o espetro de um futuro Governo, liderado por PS ou PSD, sem maioria absoluta, forçado a negociar à esquerda, com PCP e BE, ou à direita, com o Chega, as empresas temem uma instabilidade política, no próximo ano, que será prejudicial para a evolução dos negócios, de acordo com os resultados do inquérito realizado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP) junto de 953 entidades, e que foi divulgado esta terça-feira.

Recorde-se que o País vai para eleições legislativas antecipadas a 10 de março, depois da demissão do primeiro-ministro António Costa e de o Presidente da República ter decidido dissolver o Parlamento.

No plano económico, a quebra do consumo interno, motivado pelo aumento do custo de vida, a manutenção de uma elevada carga fiscal sobre o trabalho e os lucros, a redução das exportações, a falta de mão-de-obra qualificada e de matérias-primas e o aumento dos custos de financiamento, devido às altas taxas de juro, e a pesada fatura da energia são outros dos constrangimentos apontados pelas empresas que responderam ao questionário.

A nível internacional, uma “conjuntura incerta e instável, com impacto na procura externa, sobretudo do mercado europeu, ou seja, no principal mercado de destino das exportações e de origem das importações” nacionais, também terá efeitos nocivos, segundo o mesmo estudo.

Um dos principais constrangimentos continua a ser a dinâmica do mercado desfavorável, antevendo-se uma redução da procura externa e interna. De igual modo, a dificuldade em assegurar mão-de-obra qualificada é outro dos riscos apontados, sendo que cerca de 70% das empresas inquiridas consideram este fator “significativo ou muito significativo”, destaca o inquérito.

Apesar de, globalmente, as empresas perspetivarem um aumento dos impactos negativos para a quase totalidade dos fatores elencados no estudo, a maioria (59%) acredita que, no próximo ano, o volume de negócios estará ao mesmo nível de 2023, sendo que apenas 11% preveem uma redução da faturação. De salientar que, para este ano, a proporção de entidades que estimavam quebras face a 2022 era de 38%, ou seja, bem superior.

Por outro lado, há uma menor proporção de empresas a perspetivar um aumento do seu volume de negócios: a percentagem desce de 41% para 30%.

Tendo em conta a resiliência do tecido empresarial face aos riscos apontados para 2024, os patrões estão mais otimistas. Daí que a esmagadora maioria das empresas inquiridas não preveja aderir ao lay off, no próximo ano.

Apenas 5% das entidades equacionam reduzir o horário de trabalho e 8% admitem recorrer à suspensão temporária. Neste pequeno universo, estão sobretudo empresas exportadoras, nos setores da indústria e dos transportes, segundo o mesmo inquérito.

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Hub de Gaming já recebe empresas que geram até 30 milhões de receita

Captar uma maior fatia da indústria de jogos para Portugal faz parte dos objetivos. Depois deste primeiro hub temático da Unicorn Factory, nos planos está abrir dois novos hubs especializados em 2024.

Atrair investimento e desenvolver a indústria de videojogos em Portugal é o objetivo do hub de gaming que abre oficialmente portas esta terça-feira, em Lisboa. O novo hub já recebe empresas que geram entre 20 a 30 milhões de euros de receita. Em Portugal, estima-se que a indústria valha 365 milhões de euros. Depois deste primeiro hub temático da Unicorn Factory, o objetivo para 2024 é abrir dois novos hubs especializados.

“O hub vai ter um espaço de agregação de todos os players, entidades e organizações e estúdios e startups que trabalham nesta área de videojogos. Tem um conjunto de espaços de trabalho para quem necessitar estar fisicamente no hub, mas, acima de tudo, o grande objetivo é criar aqui um espaço em que se possa criar uma comunidade forte, onde possam existir oportunidades de sinergias, de networking, para que os investidores possam vir ver o que é que se faz em Portugal nesta área”, adianta Gil Azevedo, diretor executivo da Startup Lisboa e Unicorn Factory, ao ECO.

Dividido em dois pisos, o espaço na Avenida da República tem 13 salas privadas e 12 espaços de coworking. Tendo a norte-americana Fortis como âncora (ocupa um dos pisos por completo), o espaço já recebe presencialmente oito empresas, – entre os quais o estúdio de videojogos ONTOP Studios e o GameDev Técnico, grupo de estudantes universitários composto por 50 alunos de diversas faculdades –, contando ainda com mais de 18 membros em formato virtual, como a Volt Games, a Infinity Games ou a Didimo, uma das scaleups que integraram o Scaling Up Program da fábrica de unicórnios.

O hub conta já também com a associação a três empresas de capital de risco – a Transcend, a Nobai e a Akilia Ventures – tendo como parceiros a Fortis, a Maleo, “onde o hub está instalado e que temos condições muito especiais para este hub possa estar lá instalado”, e a Associação de Produtores de Videojogos Portugueses (APVP).

“Neste momento, já estamos com uma ocupação de 50% do espaço. Sem contar com Fortis, se a incluíssemos já estávamos em cerca de 2/3 ocupação ainda antes do lançamento oficial”, adianta Gil Azevedo. “No hub temos espaço para cerca de 60 pessoas fisicamente e depois a nível de membership não físico, não há qualquer limite”, refere.

Sob o mesmo espaço, o hub já agrega empresas que geram receitas de vários milhões de euros. “Estes estúdios diretamente já tem um nível de receitas de 20 a 30 milhões de euros, pelo que o valor (de 2021) que apurámos a nível de métricas. O nosso grande objetivo é capturar e potenciar este número e conseguir capturar uma fatia muito maior a nível do valor da indústria global. Esta indústria, como um todo, vale 18 mil milhões euros”, refere o diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa.

Em 2021, estima-se, que só na Europa, havia mais 5.500 empresas, representando 85 mil postos de trabalho. Em Portugal, haverá cerca de 500 pessoas a trabalhar de forma direta no setor, gerando 365 milhões de euros de receita, de acordo com uma previsão do Statista Market Insights. A nível global a indústria deverá duplicar de valor para mais de 450 mil milhões de euros até 2030, de acordo com dados da GlobalData.

Portugal acaba por ter uma fatia bastante pequena, mas que tem toda a capacidade de conseguir crescer”, acredita Gil Azevedo.

O hub quer ser um centro para a dinamização da indústria, estando “um calendário de atividades que, por um lado, dinamize esta comunidade, através de eventos e ações que permitam estas ligações entre os diferentes players e, por outro lado, a criação de mais ideias, apoiando essas ideias a crescer e que (as empresas) consigam lançar jogos”.

“A própria indústria acaba por atrair a si os principais players e possíveis entidades relacionadas com o hub. Nestes últimos dois meses duas, três pessoas consideradas muito relevantes a nível global, como estavam em Portugal a própria indústria, que já conhece hub, levou-os lá e com isso atraímos mais players e mais pessoas interessadas nesta área irem também visitar o espaço”, diz Gil Azevedo quando questionado sobre que iniciativas estavam previstas para atrair mais empresas a se instalar no hub e na cidade.

Ao ser um espaço que agrega a comunidade já de si tem esta grande atratividade a todas as entidades que acreditam nesta área.”

Novos hubs para 2024

O hub de gaming é o primeiro especializado a abrir na cidade sob a égide da Unicorn Factory Lisboa. Dentro desse eixo está já em curso o apoio ao desenvolvimento de comunidades nas áreas de AI, Web3 e XR, que podem evoluir para hubs, integrados em “distritos” de inovação na cidade. Gil Azevedo não adianta quais serão os próximos a abrir, nem confirma se um deles será o WellTech que, segundo a autarquia, deverá abrir no Técnico Innovation Center, no Arco do Cego, no primeiro semestre de 2024.

“O que posso dizer é que nestas áreas já está de facto um trabalho bastante avançado a nível de parcerias e de apoios das comunidades. O salto para os hubs – alguns destes vão com certeza darem o salto – será quando sentirmos que já existe aqui uma massa crítica que faz sentido criar um espaço físico. Certo é que em 2024 teremos mais dois a serem inaugurados.”

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Reconhecer isoladamente Estado da Palestina “seria inconsequente” para Portugal, diz PS

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2023

Edite Estrela defende que “o reconhecimento isolado por parte de Portugal seria inconsequente” e, para que esta ação tenha impacto, é preciso “evoluir para um reconhecimento conjunto”.

O PS defendeu esta terça-feira que o reconhecimento isolado por parte de Portugal do Estado da Palestina “seria inconsequente”, sublinhando que vários países europeus “estão a trabalhar num roteiro para o reconhecimento conjunto”.

Esta ideia foi defendida pela deputada socialista Edite Estrela durante o debate no parlamento agendado pelo Livre sobre a “solução de dois estados e o reconhecimento da independência da Palestina”, para o qual também apresentaram iniciativas PS, PCP, BE e PAN.

Há hoje uma convicção muito profunda e partilhada de que a única solução é mesmo esta: reconhecer o Estado da Palestina, mas não devemos repetir erros do passado. O passado diz-nos que gestos simbólicos, até românticos, de reconhecimento isolado não serviram para nada”, defendeu.

Na opinião de Edite Estrela, “o reconhecimento isolado por parte de Portugal seria inconsequente” e, para que esta ação tenha impacto, é preciso “evoluir para um reconhecimento conjunto”. “Sei que Portugal e vários países europeus estão a trabalhar num roteiro para o reconhecimento conjunto do Estado da Palestina”, disse.

Na abertura do debate, o deputado único do Livre, Rui Tavares, recordou que, em 2014, o parlamento já tinha aprovado uma recomendação pelo reconhecimento do Estado da Palestina. “Se Portugal já tem essa posição chegou a altura de a assumir com mais urgência”, defendeu, considerando que é preciso deixar de “estar à espera dos outros para avançar” e que um país como Portugal “não pode deixar de fazer o máximo que pode para salvar vidas”.

Esta posição de Portugal, de acordo com Rui Tavares, deixaria a mensagem muito clara “a quem queira que exista apenas um estado que tenha que vir ou da limpeza étnica, do genocídio, do apartheid, da discriminação constante, ou do fanatismo religioso, de que não vão conseguir os seus intentos”.

Pelo BE, Joana Mortágua referiu que “há mais de dois milhões de pessoas condenadas à morte pela passividade internacional” e fazer o que for possível “para travar o massacre indiscriminado” é “um imperativo de quem não abandona posições pela paz e pelo bem”.

“Portugal não pode ficar sentado, apenas a assistir. Não pode ficar do lado da carnificina”, apelou, defendendo o reconhecimento do Estado da Palestina e a aplicação de sanções a Israel “para travar um genocídio” como “gestos de derradeira humanidade” propostos pelo BE.

Na mesma linha, o deputado do PCP Bruno Dias considerou um “absurdo e uma vergonha” que, num país como Portugal em que se defende a solução dos dois estados, o “Governo não reconheça um dos desses dois estados, mas apenas o estado ocupante”. “Não nos venham falar de reconhecimento isolado. Isolados estão aqueles que se recusam a reconhecer o Estado da Palestina”, criticou.

Já a deputada única do PAN Inês Sousa Real defendeu a solidariedade “para com todos os que sofrem” e um cessar-fogo imediato porque é preciso falar de paz, apelando que Portugal se “demonstre do lado certo da história”. PSD, Chega e IL não apresentaram qualquer iniciativa, tendo o deputado social-democrata Tiago Moreira de Sá considerado que o projeto do PS, não sendo perfeito, “acautela vários pontos sensíveis, é moderado e recomenda ao Governo para agir de forma concertada” com os aliados.

“Estamos muito empenhados em manter o consenso nacional em torno da política externa portuguesa e em deixá-la de fora da luta político partidária”, enfatizou, considerando que o “consenso é desejável e possível desde que o PS não ceda aos partidos à sua esquerda”. A IL, através do líder parlamentar Rodrigo Saraiva, sublinhou que a sua posição “é a mesma defendida há muitos anos por vários partidos e pelo Estado português”.

Quem defende o direito à autodeterminação dos povos expresso livremente, só poderá concordar que o reconhecimento da existência, bem como da independência de um Estado, é um passo formal que deve ser dado na altura certa para que tenha implicações concretas para as populações”, enfatizou.

Pelo Chega, André Ventura considerou que o plenário deveria estar a discutir a crise em Portugal, criticando os partidos à esquerda por estarem a assumir estas posições sobre a Palestina quando “defendem os regimes mais autocráticos”.

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Hotéis sobem 3% no preço por noite durante o fim do ano e 14% no Natal

  • Ana Petronilho
  • 19 Dezembro 2023

No fim de ano, o preço por noite em Lisboa ultrapassa os 200 euros. Mas é no Algarve onde os preços mais vão subir passando de 133 euros para 161 euros. Na Madeira há surpresa: os preços descem 7%.

Este ano o turismo deve bater recordes tanto em número de estadias como em receitas. E a época de Natal e fim do ano vai acompanhar esta tendência. Os hoteleiros apontam para uma subida de reservas e um aumento de preços por noite durante a época festiva.

O preço médio por noite, durante o fim de ano (de 30 de dezembro a 2 de janeiro) vai atingir os 169 euros, mais 5 euros (subida de 3%) do que a média registada de 164 euros no ano passado. E o nível de ocupação que a 10 de dezembro já atingia os 58% a nível nacional, deverá ainda subir para os 75%, prevê os hoteleiros, ultrapassando os 61% de reservas de 2022 durante este período.

Para o Natal, de 22 a 26 de dezembro, o preço médio por noite sobe 14%, de 118 euros para os 135 euros este ano. As reservas que a dia 10 deste mês estavam em 44% deverão subir para uma ocupação de 56%, acima dos 50% registados no ano passado.

Estes são alguns dos resultados do inquérito realizado entre os dias 27 de novembro e 10 de dezembro pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), divulgados esta terça-feira, tendo sido inquiridos 293 estabelecimentos.

Lisboa ultrapassa os 200 euros para o fim de ano e preços descem 7% na Madeira

Na área metropolitana de Lisboa, onde as reservas vão situar-se entre os 62% e os 83%, vão ser cobrados 202 euros por noite para o réveillon. Mais 18 euros (10%) que os 184 euros cobrados no ano passado. Mas é no Algarve onde vai acontecer o “aumento mais expressivo“, subindo de 133 euros para 161 euros por noite em 2023. Nesta zona do país as reservas vão ficar entre os 60% e os 74%, acima da ocupação de 61% conseguida no ano passado.

E na Madeira – onde é cobrado o valor mais elevado do país e onde o fim do ano tem muito peso para os hoteleiros sendo um dos destinos mais procurados – há uma surpresa: os preços vão descer. Este ano, aponta a AHP, os preços médios nesta região vão fixar-se em 250 euros por noite. Menos 18 euros (cerca de 7%) face ao valor cobrado no ano passado, fixado em 268 euros por noite.

“É uma surpresa. Não estávamos à espera desta quebra que revela um sério abrandamento no preço praticado, sobretudo quando há uma taxa de ocupação interessante”, entre os 87% e os 92%, confessa Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP, sem apontar qualquer razão específica para esta tendência.

Mas a Madeira não é a única região do país onde os preços vão descer durante o fim de ano. No Norte, onde as reservas vão ficar entre os 53% e os 68%, o preço médio vai descer 18 euros (8,6%), passando de 150 euros para 138 euros por noite.

Entre os principais mercados apontados pelos hoteleiros para o réveillon, 50% dos inquiridos apontam os espanhóis, 34% os ingleses, em terceiro lugar estão os americanos com 32%. Seguem-se os brasileiros com 22% dos hoteleiros a apontarem este como o seu principal mercado e o top cinco fica completo com os alemães, com 20%. Mas a grande maioria dos hotéis vão ser ocupados por portugueses, com 81% dos inquiridos a apontarem Portugal como o principal mercado.

Apenas Açores e Centro com menos reservas para o Natal

No que toca ao Natal, tanto em Lisboa como no Algarve os preços das estadias vão subir 26%. Na capital, as reservas podem atingir os 63% e o preço por noite vai passar de 134 euros para 169 euros este ano. No Algarve o preço aumenta de 100 euros para 126 euros com uma taxa de ocupação que pode atingir os 61%.

As únicas regiões do país com reservas que podem ficar abaixo do ano passado são os Açores e o Centro, com os hoteleiros a prever taxas de ocupação máximas de 34% e 45%, respetivamente. No caso dos Açores a descida de reservas é acompanhada por uma queda de cinco euros dos preços das estadias, passando de 91 euros para 86 euros por noite. Para Cristina Siza Vieira este cenário resulta do tráfego aéreo. “A Ryanair tinha 14 voos por semana para os Açores e passou a ter dois voos semanais. Isto tem um impacto muito grande na operação de inverno”, diz a vice-presidente executiva da AHP.

no Centro a queda do número de reservas não se reflete nos preços, com o valor das estadias a subir de 95 euros para 107 euros por noite.

Em termos gerais, os hoteleiros estão com “boas expectativas” para esta época e se a taxa de ocupação chegar aos 75% “é sem dúvida” um “bom resultado”, em linha com um ano de recordes e que gera “ânimo” para 2024.

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Passos Coelho desautorizou Montenegro, diz Mortágua

  • Lusa
  • 19 Dezembro 2023

A coordenadora do BE disse ainda que as declarações de Passos Coelho são um "assumir que o projeto do PSD é mesmo um acordo com o Chega".

A coordenadora do BE, Mariana Mortágua, considerou esta terça-feira que o ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho desautorizou o atual líder do PSD, Luís Montenegro, e assumiu que o projeto dos sociais-democratas “é mesmo um acordo com o Chega”.

Em declarações aos jornalistas à frente do Hospital Amadora-Sintra, em Lisboa, Mariana Mortágua reagiu às palavras de Pedro Passos Coelho que, esta manhã, questionado sobre um eventual acordo entre o PSD e o Chega após as eleições de março, respondeu que não lhe compete abordar esse tema, mas que isso vai depender das estratégias que vierem a ser definidas pelos partidos “e das condições que os portugueses” lhes oferecerem.

A coordenadora do BE considerou que, com estas declarações, Passos Coelho veio “desautorizar Luís Montenegro” e “assumir que o projeto do PSD é mesmo um acordo com o Chega”. “Não é de estranhar: Portugal conhece Pedro Passos Coelho. Sabe que André Ventura era o seu acólito, o seu protegido, na mesma altura em que Luís Montenegro era líder parlamentar do PSD. Trata-se, portanto, de uma grande família”, sustentou.

Mariana Mortágua acrescentou que “essa grande família saiu e foi desalojada do poder em 2015, perdeu as eleições desde então, e vai voltar a perder, porque o país não esquece, não perdoa o que a direita fez aos salários, às pensões, à qualidade de vida, à dignidade de quem trabalhava em Portugal”.

Já interrogada sobre as declarações de Passos Coelho relativamente a António Costa – que considerou ter apresentado a sua demissão por “indecente e má figura” –, Mariana Mortágua voltou a referir-se às palavras do ex-primeiro-ministro relativamente ao Chega. “Passos Coelho aparece mais uma vez em cena para desautorizar Luís Montenegro e para admitir que o projeto do PSD é governar com o Chega”, reforçou.

Reiterando que a “direita vai ser derrotada em 2024”, nas legislativas, Mariana Mortágua vincou que “o BE vai ser a força que vai contribuir para essa derrota”. O BE “vai ser essencial e determinante para encontrar as soluções que interessam, e as soluções que interessam são como é que abrimos no Hospital Amadora-Sintra as urgências pediátricas e de obstetrícia todos os dias, a todas as horas, porque é assim que tem de ser”, referiu.

Esta manhã, à chegada ao Campus da Justiça, em Lisboa, Pedro Passos Coelho admitiu também que este não é o seu tempo para intervir no espaço político, e manifestou a expectativa de que o PSD possa estar preparado e seja “liderante nesta fase nova”.

Sublinhando que será necessário um Governo “que possa inspirar confiança às pessoas”, Passos Coelho disse acreditar numa vitória social-democrata nas eleições de 10 de março: “Espero evidentemente que o PSD possa ser o partido liderante nessa fase nova que se vai abrir, não porque é o meu partido – acho que todos compreenderiam que eu desejasse que o meu partido pudesse ganhar as eleições – e confio que sim, que isso acontecerá”.

Por outro lado, Passos Coelho manifestou também a esperança de que o “país saiba identificar no atual Governo que está a cessar funções responsabilidades graves na situação a que o país chegou”. “Suficientemente graves para que o primeiro-ministro tenha sido o único de que eu tenho memória que se tenha sentido na necessidade de apresentar a demissão por indecente e má figura”, salientou.

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