Sindicato dos Jornalistas debate com Marcelo situação no Global Media Group e na Bola

  • Lusa
  • 29 Novembro 2023

Entre outras questões a abordar, o SJ pretende sensibilizar Marcelo para a "necessidade de um maior escrutínio das pessoas e sociedades que assumem a liderança de empresas de media".

O Sindicato dos Jornalistas (SJ) debate esta quarta-feira com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a situação no Global Media Group e no jornal A Bola, adiantou, num comunicado.

Na nota, divulgada esta quarta-feira, a estrutura sindical disse que a sua direção “lamenta o regresso ao passado no Global Media Group (GMG) com a atual administração, nomeada em setembro, a fazer o habitual no Global Media Group durante anos – ignorar ou desrespeitar as estruturas sindicais, enquanto tenta aterrorizar os trabalhadores“.

De acordo com a mesma informação, no dia 20 de novembro, “o sindicato, preocupado com a situação no GMG e inquieto com a estagnação salarial na empresa, escreveu à administração a sugerir uma reunião para que fossem retomadas as negociações iniciadas a 26 de outubro”, sendo que “dada a urgência, foi proposto o dia 29 de novembro”.

No entanto, destacou, “esse dia chegou sem qualquer resposta”, garantindo que o SJ “entrou de boa-fé nesta negociação, privilegiando o diálogo quando seria mais fácil recorrer aos mecanismos legais, nomeadamente para fazer cumprir de imediato o novo CCT [contrato coletivo de trabalho]”.

Segundo o SJ, este “regresso ao passado” não fica apenas no plano da “discussão sindical” e “estende-se à estratégia da empresa, que anunciou de viva voz a vários representantes o despedimento de cerca de 150 pessoas – 40 no Jornal de Notícias, 30 na TSF e 56 nos serviços partilhados do grupo – e depois negou à imprensa ter comunicado esse plano como o único possível”.

A intenção manifestada de forma clara de proceder a um despedimento coletivo consubstancia um regresso ao antanho mais profundo, com o recurso a uma metodologia que já provou ser incapaz de resolver o problema nas empresas jornalísticas“, disse o SJ.

Para o sindicato, “cortar com quem faz as notícias, despedir jornalistas, não contribuiu para valorizar o trabalho” e se, prosseguiu, “a qualidade decresce, o interesse dos leitores e anunciantes também, arrastando a empresa para uma espiral negativa que certos empresários pensam que se resolve despedindo em massa”.

O SJ assegurou ainda que “isto acontece numa altura em que a empresa está a contratar assessores, consultores e diretores para o grupo, certamente com custos superiores ao salário mínimo de um jornalista, 903 euros, que a empresa se recusa a pagar“.

Segundo o sindicato, “o GMG planeia despedir jornalistas e outros quadros da empresa” e alienar “duas revistas, que constituíam mais-valias para o grupo, a “Evasões” e a “Volta ao Mundo”, sem prestar qualquer informação”.

Estas são algumas das questões que o sindicato vai levar hoje “ao Presidente da República, numa audiência em Belém, a quem pretende sensibilizar para a necessidade de um maior escrutínio das pessoas e sociedades que assumem a liderança de empresas de media“.

“O despedimento coletivo do jornal “A Bola”, que os tribunais começaram já a recusar, também estará em cima da mesa neste encontro, em que esperamos chamar a atenção para o investimento de fundos estrangeiros na comunicação social em Portugal, como o World Opportunity, no GMG, e o Grupo Ringier, naquele jornal desportivo”, rematou.

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CIP lamenta orçamento “adaptado a clientelas eleitorais”

  • Lusa
  • 29 Novembro 2023

"Um Orçamento do Estado deveria servir uma comunidade, um país, a economia, e não ser um instrumento para preparar uma disputa eleitoral", disse Armando Monteiro.

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, Armindo Monteiro, considerou esta quarta-feira que o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), ficou aquém do necessário e lamentou que, na reta final, o documento tenha sido adaptado a “clientelas eleitorais”.

Armindo Monteiro falava em declarações à Lusa, à entrada para uma reunião da Concertação Social, em Lisboa, pouco depois de a proposta de OE2024 ter sido aprovada em votação final global, numa altura em que o país atravessa uma crise política, com eleições legislativas antecipadas marcadas para 10 de março.

Nós não criticámos o Orçamento do Estado por aquilo que está lá, mas sobretudo pelo que lá falta. O orçamento está aquém”, começou por afirmar o presidente da CIP, considerando que não existe no documento uma “política distributiva” nem estímulos à economia, mas sim uma “máquina de cobrar impostos”.

Armindo Monteiro lamentou que muitas das medidas propostas pela CIP não tenham sido acolhidas no OE2024, considerando que, na reta final do processo orçamental, “o orçamento foi adaptado, não à bondade das medidas, mas à fixação de clientelas eleitorais e isso é de todo errado”.

Um Orçamento do Estado deveria servir uma comunidade, um país, a economia, e não ser um instrumento para preparar uma disputa eleitoral, que é efetivamente o que aconteceu na fase final”, afirmou. Ainda assim, para o presidente da CIP, “é preferível ter um orçamento, ainda que aquém do necessário” do que viver em regime de duodécimos no atual cenário de inflação.

CCP congratula-se com aprovação de documento melhor que proposta inicial

A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) congratulou-se com a aprovação do Orçamento do Estado 2024, considerando o documento melhor que a proposta inicial, deixando o país mais bem preparado para o próximo ano. “Foi positivo constatar que, mesmo num cenário político complexo, houve a capacidade de construção de um instrumento melhor do que a Proposta de Lei entrada no parlamento”, referiu a CCP, em comunicado.

Na mesma nota, a confederação considerou que com a aprovação do Orçamento “o país estará mais bem preparado para enfrentar o próximo ano”. O presidente da CCP, João Vieira Lopes, salientou que “2024 será um ano muito desafiante para as empresas e as famílias” e que a aprovação deste Orçamento, “mesmo ficando aquém das necessidades das empresas introduz, nomeadamente, melhorias na capitalização das empresas e no rendimento das famílias”.

Entre as medidas introduzidas no documento em sede de discussão no parlamento, a CCP destacou a que permite a existência de prestações fixas de crédito para as micro, pequenas e médias empresas e o reforço do incentivo à capitalização das empresas através do aumento da dedução em IRC.

“Estas e outras medidas aprovadas, a par da possibilidade agora garantida de retomar o cumprimento do calendário em curso associado ao Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) e de dinamizar as várias ações previstas no âmbito do Portugal 2030, vêm dar um fôlego adicional à nossa Economia”, apontou João Vieira Lopes.

No entanto, o presidente da CCP alertou que o contexto de campanha eleitoral e o Governo em gestão até à sua substituição “não pode ser desculpa para atrasos na implementação das medidas agora aprovadas ou da derrapagem nos referidos calendários, sob pena de virem a existir severos custos para as empresas e os portugueses em geral”.

A Assembleia da República aprovou esta quarta, em votação final global, a proposta de lei do Governo para o Orçamento do Estado para 2024 (OE2024) com os votos favoráveis do PS e as abstenções dos deputados únicos do Livre e do PAN. O documento teve votos contra de PSD, Chega, Iniciativa Liberal, PCP e BE.

A votação ocorreu numa altura em que estão anunciadas eleições legislativas antecipadas para 10 de março, na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa, em 7 de novembro.

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2023 já é ano recorde para produção de energia hídrica a partir de bombagem

A REN prevê que nos próximos anos, com a crescente incorporação de renováveis no Sistema Elétrico Nacional, a utilização das bombas das centrais hídricas continuará a aumentar de forma relevante.

A produção de energia hídrica a partir de bombagem (o sistema que serve como “bateria” nas barragens) atingiu em novembro o valor anual mais elevado de sempre, fazendo de 2023 o ano com maior produção de que há registo, embora o ano ainda não esteja terminado.

Foi a 15 de novembro que se atingiu o recorde: 2,5 terawatts-hora (TWh). O anterior recorde, 2,3TWh, refere-se ao ano de 2022. Entre as barragens mais produtivas destacam-se a de Gouvães com 35% do total, e as de Alqueva e Venda Nova/Frades, com 20% cada.

A produção de energia a partir de bombagem é possível em barragens equipadas com bombas hidroelétricas, que bombeiam a água de um reservatório inferior para um reservatório superior, possibilitando a sua “reutilização” para a produção de energia elétrica em momentos em que a energia elétrica tem maior procura.

Nos próximos anos, com a crescente incorporação de renováveis no Sistema Elétrico Nacional, a utilização das bombas das centrais hídricas continuará a aumentar de forma relevante“, prevê a REN, no comunicado enviado à imprensa.

Atualmente, o Sistema Elétrico Nacional tem uma potência instalada nas bombas hidroelétricas de 3585 MW, para uma potência hídrica total de 8216 MW. A potência máxima histórica absorvida pelas centrais com bombagem foi de 2492 MW em janeiro de 2021. Este ano, o máximo atingido até ao momento foi de 2474 MW, no mês de setembro.

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Comissão da Eurocâmara dá ‘luz verde’ à nomeação de João Leão para Tribunal de Contas Europeu

  • Lusa
  • 29 Novembro 2023

A decisão foi adotada numa reunião da comissão de Controlo Orçamental do Parlamento Europeu, após 14 votos a favor, cinco abstenções e dois votos contra, num total de 21 votos.

A comissão de Controlo Orçamental do Parlamento Europeu deu esta quarta-feira ‘luz verde’ à nomeação do ex-ministro das Finanças João Leão para membro português do Tribunal de Contas Europeu (TCE), um posto que estava vago há dois anos.

O candidato recebeu a confiança da nossa comissão parlamentar”, disse a presidente desta estrutura, a eurodeputada alemã do Partido Popular Europeu Monika Hohlmeier, após a votação, realizada depois de uma audição a João Leão esta tarde, em Bruxelas.

A decisão foi adotada numa reunião da comissão de Controlo Orçamental do Parlamento Europeu, após 14 votos a favor, cinco abstenções e dois votos contra, num total de 21 votos. Falta agora o aval final da assembleia europeia, na sessão plenária, que decorre em meados de dezembro.

Depois, a última palavra é do Conselho (estrutura na qual estão representados os Estados-membros). Os membros do TCE são propostos por cada Estado-membro e nomeados pelo Conselho da União Europeia após consulta ao Parlamento Europeu. O ex-ministro das Finanças João Leão foi o candidato escolhido pelo Governo para o TCE, o auditor externo da União Europeia (UE).

O ex-ministro das Finanças João Leão foi o candidato escolhido pelo Governo para o TCE, o auditor externo da União Europeia (UE). Durante a audição, João Leão garantiu que, caso a sua nomeação fosse aprovada, iria trabalhar “de forma completamente independente e ao serviço da UE, como não poderia deixar de ser”.

Já questionado na ocasião pelo eurodeputado do PSD, Carlos Coelho, se este cargo era uma “segunda escolha”, após a sua candidatura não ter sido bem-sucedida à liderança do Mecanismo Europeu de Estabilidade, João Leão sublinhou que esse “era um lugar no qual estava extremamente interessado”, tal como está nesta posição, por ambos serem “ligados ao [seu] percurso e carreira” enquanto governante e académico, na área da Economia e Finanças.

Na audição, João Leão garantiu ainda que faria “um esforço muito grande para haver transparência”, nomeadamente no que toca à monitorização de fundos europeus, defendendo a este respeito “melhorias” para tornar o regulamento do Mecanismo de Recuperação e Resiliência “mais claro” quanto às metas e marcos.

João Leão é professor de Economia e Finanças Públicas e vice-reitor no Instituto Universitário de Lisboa desde 2022. Antes, entre 2020 a 2022, foi ministro das Finanças e, entre 2015 e 2020, secretário de Estado do Orçamento. Doutorou-se em Economia pelo Massachusetts Institute of Technology.

Numa audição em setembro na Comissão Assuntos Europeus do parlamento português, João Leão negou existir um potencial conflito de interesses entre as anteriores funções e o cargo no Tribunal de Contas Europeu, garantindo total independência. O antigo membro português do Tribunal de Contas Europeu, João Figueiredo, morreu em 29 de junho de 2021 e, desde então, este lugar está vago.

(notícia atualizada pela última vez às 16h38)

 

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Castelo chega às três lojas com vendas de 6,5 milhões em materiais de construção

Com três lojas em Gondomar e no Porto, a marca portuguesa de materiais de construção e decoração, fundada em 1975, emprega 35 pessoas e fatura 6,5 milhões de euros.

Manuel Marques Castelo estava emigrado em Moçambique e quando acabou a Guerra de Independência de Angola regressou a Portugal. Em 1975 fundou a Coelho da Silva & Castelo, marca portuguesa de materiais de construção e decoração, que começou a atividade na Rua de São Brás, no Porto. Passados 48 anos é uma das 100 maiores empresas de materiais de construção e decoração com capitais exclusivamente portugueses, segundo o ranking de 2021 da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção. A Castelo conta com duas lojas em Gondomar e uma no Porto, emprega 35 pessoas e faturou 6,5 milhões de euros no ano passado.

“Nessa altura, quando houve a independência de Angola, a maior parte dos portugueses retornou ao país e o meu pai criou a empresa. Numa primeira fase, o meu pai criou a empresa sozinho com a minha mãe e, passado um ano ou dois anos, entraram mais três sócios que também estavam emigrados em Moçambique”, lembra Jorge Castelo, 56 anos, filho do fundador e um dos sócios-gerentes, em declarações ao ECO/Local Online.

Com a entrada de novos sócios e com a loja na Invicta a ficar “muito pequena”, passado cerca de um ano a loja da Castelo foi relocalizada para Rio Tinto, no Concelho de Gondomar.

Há oito anos, a empresa portuense foi adquirida por um grupo de empresários de Campia, Viseu. “A empresa na altura tinha cinco sócios, a velha guarda saiu devido à idade avançada, e entrou sangue, capital novo e novas ideias“, conta Jorge Castelo. Atualmente, a comitiva é composta por oito sócios e liderada por Jorge Castelo, Roberto Di Vincenzo e António Duarte.

Roberto Di Vincenzo e Jorge Castelo, sócios da Castelo

Empresários investem 3 milhões para reconverter Lidl na Boavista numa loja Castelo

Vocacionada para o comércio de materiais de construção, decoração, pavimentos e revestimentos, bricolage, ferramentas, a empresa investiu três milhões de euros na transformação do antigo Lidl da Boavista, Porto, numa loja Castelo. O novo espaço abriu portas no dia 17 de novembro e criou dez postos de trabalho.

“Para já, o nosso objetivo é consolidar, até porque estamos a caminhar para um patamar diferente e estamos a ganhar algum terreno no segmento médio-alto. É essa a nossa perspetiva”, conclui Jorge Castelo que entrou na empresa, em 1994, com o objetivo de ser o “braço direto” do pai e fundador da empresa.

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PSD defende que negócio da Lusa e Global Media passe para o novo Governo

A compra da posição da Global Media na Lusa pode ser votada hoje em Conselho de Ministros. PSD defende que a decisão deve passar para o próximo governo.

O PSD defende que a compra das posições da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa, que representam 45,7% do capital da agência de notícias, seja decidida pelo próximo Governo.

O PSD confirma que tem sido informado das negociações em curso, mas não deu qualquer concordância ao negócio. De resto, entende que face à sensibilidade da matéria deveria ser decida pelo próximo Governo“, avançou ao ECO fonte autorizada do PSD. Mais, “o Governo sabe desta posição do PSD”, acrescentou a mesma fonte.

A venda das participações da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa pode ir esta quarta-feira a Conselho de Ministro, sabe o ECO. O Governo não confirma esta possibilidade e, questionado pelo ECO, também não responde a questões sobre a compra da participação do Global Media Group (GMG) e da Páginas Civilizadas na agência.

Em conjunto, as duas empresas detém 45,7% do capital da Lusa. A GMG conta com uma participação de 23,35% da Lusa e a Páginas Civilizadas detém 22,35%.

Esta quarta-feira, em entrevista à Lusa, Marco Galinha, chairman da Global Media, afirmou que a venda da participação do grupo na Lusa “está muito bem encaminhada”. “Os negócios normalmente têm a sua confidencialidade e não nos permite alongar muito”, começou por dizer o gestor, quando questionado sobre o ponto de situação das negociações.

Sobre se existe um prazo para negociar a venda da Lusa, tendo em conta que a Assembleia da República será dissolvida dentro de pouco tempo, o empresário rematou: “Eu diria que não vai haver qualquer razão para preocupação, as coisas estão muito bem encaminhadas.

Recorde-se que no início de novembro, no debate na especialidade do Orçamento do Estado para 2024, Pedro Adão e Silva afirmou que era “do interesse estratégico para o país que a operação se possa concretizar, com duas ou três condicionantes“.

Entre as condições estaria a necessidade de apurar o valor dos capitais próprios da Lusa. Em segundo lugar, essa operação não podia ocorrer sem uma alteração do modelo de governação da agência, garantindo desde logo a participação dos principais clientes da agência, que é o setor [da comunicação social]“, acrescentou Adão e Silva, ministro da Cultura.

Já na última semana, os comunistas perguntaram ao Executivo quais os “apoios concretos, diretos ou indiretos, do Estado” de que a Global Media tem beneficiado.

Em requerimentos enviados aos ministros do Trabalho, da Cultura, da Economia e das Finanças, através do parlamento, o Grupo Parlamentar do PCP pretendeu esclarecer “que acompanhamento está [o Governo] a fazer, ou tenciona fazer, do anunciado despedimento coletivo” na Global Media e “que diligências pretende tomar para salvaguardar os postos de trabalho e os direitos dos trabalhadores?”.

Questionam também se “decorrem ou perspetivam-se negociações entre o Governo e a GMG e/ou a Páginas Civilizadas, ou seus representantes, com vista à aquisição, pelo Estado, das respetivas participações na Agência Lusa?” e, “em caso afirmativo, em que termos e com que limites designadamente quanto ao valor da operação em causa?”

Os comunistas consideram “a situação na GMG e a evolução acionista da Agência Lusa, ademais interligadas” e que “carecem de cabal esclarecimento”.

Marco Galinha anunciou o desinteresse do grupo na Lusa no início de agosto, quando confirmou a entrada de um novo acionista, que entretanto assumiu uma posição maioritária, no grupo. Um ano e meio antes, em 31 de dezembro de 2021, a Páginas Civilizadas tinha concluído a compra, por 1,25 milhões de euros, da participação de 22,35% que a Impresa tinha na Lusa.

O Estado, através da DGTF – Direção-Geral do Tesouro e Finanças, detém 50,15% da Lusa, com a Global Media a ser detentora de 23,36% e a Páginas Civilizadas 22,35%. O fundo suíço Union Capital Group (UCAP Group) controla a maioria (51%) do capital da Páginas Civilizadas, a qual detém 41,5% da GMG.

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“Desapontada”, Câmara de Comércio Americana pede prolongamento das parcerias com universidades por um ano

  • Joana Abrantes Gomes
  • 29 Novembro 2023

Associação empresarial pede que próximo Governo redefina "o modelo mais adequado", com base "numa avaliação objetiva e transparente da execução e dos resultados alcançados por estas parcerias".

A Câmara de Comércio Americana em Portugal (AmCham Portugal) está preocupada com um eventual fim das parcerias da Fundação Ciência e Tecnologia (FCT) com três universidades dos EUA, após a cessação dos respetivos contratos no final de dezembro. Por isso, pede que as parcerias ainda em vigor sejam prolongadas por um ano, para que o próximo Governo decida o “modelo mais adequado”.

Foi, de facto, com alguma surpresa e grande desapontamento que a AmCham Portugal e os seus associados tomaram conhecimento das recentes notícias que apontam para a cessação, sem renovação perspetivada, das parcerias internacionais com algumas das mais prestigiadas universidades norte-americanas”, lê-se num comunicado divulgado esta quarta-feira.

A “surpresa” da associação empresarial decorre do alegado cancelamento dos contratos de Parcerias Internacionais da FCT com três universidades norte-americanas: Carnegie Mellon University, MIT e University of Texas at Austin. A decisão da ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, revelada pelo semanário Expresso na passada sexta-feira, foi tomada depois de o Presidente da República aceitar a demissão do Governo e marcar eleições antecipadas.

No domingo, o ECO noticiou que a decisão de Elvira Fortunato contrariava um parecer encomendado pelo Conselho Nacional da Ciência, Tecnologia e Inovação (CNTI) a um grupo de personalidades independentes, como Maria Manuel Mota, Isabel Furtado e João Barros. Horas depois, o ministério tutelado por Elvira Fortunato recuou e negou que fosse intenção do Governo acabar com as parcerias internacionais, garantindo que o Ministério não cancelou nenhuma parceria — os contratos que existiam é que terminam no fim do ano, pelo que o Governo evitou a renovação automática até 2030, iniciando “um processo de renegociação para um novo contrato”.

Para a AmCham Portugal, a “forte contribuição” destas parcerias “não pode ser esquecida” e, nesse sentido, pede ao Executivo liderado por António Costa que proponha às instituições americanas em causa “uma dilação das parcerias ainda em vigor, pelo período de um ano”. Chegando ao fim de 2024, continua, o próximo Governo “poderá redefinir o modelo mais adequado, com base numa avaliação (análise custo-benefício) objetiva e transparente da execução e dos resultados alcançados por estas parcerias”.

A associação empresarial destaca a contribuição destas parcerias para as “profundas evoluções” que os ecossistemas académico, científico e empresarial de base industrial e tecnológica experienciaram durante as últimas décadas. “Em particular, desenvolveram significativamente as suas capacidades de interação e cooperação em prol do desenvolvimento de Portugal, de uma maior competitividade económica e de uma maior capacidade de afirmação nos mercados globais com produtos e serviços de grande valor acrescentado”, realça.

Mesmo reconhecendo a necessidade de “melhorar” as parcerias, a AmCham sublinha que “importa fundamentalmente não descontinuar um processo considerado como uma pedra basilar para a inovação e empreendedorismo de base tecnológica e para uma academia ao serviço a sociedade, por todos aqueles que ao longo do tempo nele se quiseram envolver”.

As parcerias com universidades norte-americanas como o MIT, a Carnegie Mellon University ou a University of Texas at Austin decorrem desde 2006, por iniciativa do então ministro da Ciência, Mariano Gago, tendo como objetivo promover a internacionalização da ciência e tecnologia nacionais. Desde então, têm sido renovadas de cinco em cinco anos.

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Câmara de Sintra reabilita 292 casas de habitação social

Empreitada de reabilitação energética deverá reduzir em 10% as necessidades de aquecimento e/ou arrefecimento dos habitantes do concelho.

A Câmara Municipal de Sintra vai investir 4,4 milhões de euros na reabilitação energética de 292 fogos de habitação municipal, em Queluz, Belas e Casal de Cambra. A adjudicação desta empreitada foi aprovada na reunião do executivo.

A reabilitação dos 292 fogos de habitação municipal decorrem no âmbito da Estratégia Local de Habitação. Os trabalhos contemplam a substituição das caixilharias, o isolamento térmico das paredes assim como a instalação de equipamentos de produção de aquecimento das águas quentes sanitárias que permitirão uma redução de 10% das necessidades de aquecimento e/ou arrefecimento, pinturas e revestimentos.

Ainda recentemente, o município anunciou a reabilitação energética de 246 habitações, nas freguesias de Queluz e Belas, Massamá e Monte Abrão, Agualva-Mira Sintra e Algueirão-Mem Martins e Rio de Mouro, num investimento superior a três milhões de euros.

“Temos vindo a investir na reabilitação energética, pois é necessário criar melhores condições de habitabilidade nos fogos existentes, garantindo depois a sua disponibilidade para albergar mais munícipes que necessitem do apoio da autarquia em matéria de habitação”, refere o presidente da câmara de Sintra, Basílio Horta.

Esta estratégia beneficiará mais de 3.000 famílias, numa operação que envolve um investimento de cerca 179 milhões de euros até 2026 com a reabilitação de mais de 1.600 fogos municipais existentes e um aumento de cerca de 1.450 novos fogos pela via da aquisição ou construção.

“Garantir uma resposta adequada e condições de acesso a uma habitação condigna a pessoas que não dispõem de capacidade financeira para aceder a uma solução habitacional adequada” é o principal objetivo da Estratégia Local de Habitação, detalha a autarquia.

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Spin-off da Universidade do Minho alerta empresários para “novos desafios da gestão”

O encontro, realizado pelo Grupo Edit Value, tem como objetivo despertar os empresários para a importância da gestão e informação nas tomadas de decisão de topo.

O Grupo Edit Value, spin-off da Universidade do Minho vai realizar, esta quinta-feira, o encontro “PME 5.0 – Pessoas, Inovação e Sustentabilidade”, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães. O evento pretende despertar os empresários para a importância da gestão e informação nas tomadas de decisão de topo, assim como de projetar o futuro das pequenas e médias empresas à escala internacional.

Após tanto falarmos na Indústria 4.0, perspetiva-se a chamada Sociedade 5.0, tendo no seu cerne as pessoas e a criação de valor baseada na inovação para responder aos desafios societais”, refere Nuno Pinto Bastos, Co-CEO Edit Value. “Trazer a dimensão do ser humano para uma discussão tão profunda e alargada impacta no futuro das empresas e nas decisões dos gestores, especialmente nas micro e pequenas empresas que, em Portugal, são 1,37 milhões, representando 99% do total”, acrescenta em comunicado.

A abertura vai contar com as intervenções de Nuno Pinto Bastos (Co-CEO Edit Value), Cristiano Guimarães (Co-CEO financial management) e Sandra Araújo (Co-CEO human capital management). O evento vai contar ainda com uma palestra de José Soares, autor dos livros “Start & Stop” e “Reload”, sobre o “Impacto do stress e da fadiga na performance”.

Fundada em 2005 por quatro sócios licenciados pela Universidade do Minho, o Grupo Edit Value presta serviços de gestão financeira, estratégica e de capital humano às PME, tendo escritórios em Braga, Porto e Guimarães. A spin-off da Universidade do Minho tem vindo a promover encontros dedicados a temas como a “Liderança Positiva” e a “Felicidade no Trabalho”.

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Smartenergy planeia três projetos de combustíveis sustentáveis para aviação em Portugal

Lisboa, Aveiro e Porto são as localizações apontadas para avançar com estes três projetos. Em Leça, a Smartenergy já está alinhada com dois parceiros.

A Smartenergy, empresa com sede na Suíça que quer apostar na transição energética a partir de Portugal, tem três projetos dedicados a combustível sustentável para aviação (SAF, na sigla em inglês) planeados para Portugal.

Lisboa, Aveiro e Porto são as localizações apontadas para avançar com estes três projetos, avançou Pedro Guedes de Campos, diretor de Desenvolvimento de Negócios de Hidrogénio e SAF da Smartenergy, numa conferência organizada pela Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), esta quarta-feira, em Lisboa.

Concretizando estes planos, a empresa poderá responder a 21% do consumo de combustíveis para aviação em Portugal e, olhando à atual limitação de só ser possível misturar em 50% os SAF com os combustíveis tradicionais, a quota de mercado pode ascender a 42%, indicou.

Na sequência, o diretor da Smartenergy elaborou num projeto em particular: o Leça H2 Green Valley (Vale do Hidrogénio Verde de Leça). O objetivo é produzir hidrogénio verde que alimente a produção do combustível sustentável para aviação, tudo na zona de Leça. E, para isso, existem outros parceiros já envolvidos.

A ideia é que a Smartenergy se encarregue de produzir hidrogénio verde que será transportado, através de gasoduto, para a fábrica de SAF, também a cargo da Smartenergy. É neste caminho que entra o primeiro parceiro, a REN, com a qual a Smartenergy já tem um memorando de entendimento.

Há um gasoduto, cuja concessão está nas mãos da REN, que liga Quereledo (a localidade onde a Smartenergy quer produzir hidrogénio verde) a Perafita, onde existe uma antiga refinaria e onde outro potencial parceiro, a Lipor, tem instalações. Este gasoduto tem característica que permite ser usado para transportar hidrogénio a 100%, que serviria o projeto.

Ora, chegado a Perafita, o hidrogénio verde serviria a fábrica de combustíveis sustentáveis sintéticos, mas esta precisa de outro “ingrediente”, o dióxido de carbono (CO2), e é aqui que entra a Lipor. A Smartenergy quer aproveitar o CO2 gerado na atividade da Lipor para produzir os seus combustíveis. Está a ser finalizado com a Lipor um acordo que junte as três partes – Smartenergy, REN e Lipor.

A localização é privilegiada não só tendo em conta o gasoduto, como também a proximidade do Porto de Leixões e do aeroporto Francisco de Sá Carneiro, que representam potenciais clientes.

O projeto implica 390 megawatts-pico (MWp) de instalação fotovoltaica e 75 MW de geração eólica, para alimentar a produção de hidrogénio verde; esta produção pressupõe uma “máquina” que permite fazer hidrogénio, o eletrolisador, de 230 MW. No final, o objetivo é obter entre 13.300 a 34.200 toneladas de hidrogénio e 20.000 a 50.000 toneladas de combustível para aviação, anualmente.

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Holandesa dona do Freeport investe 30 milhões para expandir Vila do Conde Outlet

Obras arrancam em março de 2024 e terminam no final do primeiro semestre de 2025. Outlet cresce 26% com ampliação e relocalização de lojas e criação de novas.

A holandesa Via Outlets vai investir 30 milhões de euros na expansão do Vila do Conde Porto Fashion Outlet, em Modivas, que abrirá em julho de 2025 e vai criar 300 empregos. Terá 31 novas marcas, principalmente premium, que se somam às cerca de 120 existentes e que, ao todo, irão ocupar uma área de 31 mil metros quadrados, avançou Nuno Oliveira, regional business director da Via Outlets Ibéria, numa apresentação à imprensa esta quarta-feira.

Depois de uma intervenção em 2021, na ordem dos 13 milhões de euros, o Vila do Conde Porto Fashion Outlet prepara-se para uma nova empreitada a partir de março de 2024. Ano em que comemora uma década desde que a Via Outlets Ibéria — gestora de ativos do fundo de pensões holandês APG, e que também é dona do Freeport Lisboa Fashion Outlet em Alcochete — adquiriu este centro.

A expansão do outlet, a cargo do atelier de arquitetura L35, vai decorrer num terreno contíguo, com 10.000 metros quadrados, e quando abrir ao público, em julho de 2025, terá mais 31 novas lojas, quatro novos espaços de restauração envolvidos por um jardim de inverno, num total de 6.500 metros quadrados.

O programa da empreitada, que resultará numa área total de 31.000 metros quadrados, contempla o encerramento de uma das duas portas de entrada, que será substituída por outra nas imediações da estação do metro. Precisamente aqui haverá um outro acesso direto ao Outlet para ir ao encontro dos “10% dos clientes que chegam via metro“, revela Jorge Pinto Fernandes, Portugal, business director da Via Outlets Portugal.

Expansão Vila do Conde Porto Fashion Outlet

Entre os motivos desta expansão estão, detalha Jorge Pinto Fernandes, a empresa holandesa querer “atrair mais marcas premium desejadas pelo mercado nacional e de turismo, que permitirão continuar a manter a ambição de ser um destino incontornável de compras na região Norte e Galiza”. Só os turistas – provenientes de Espanha, França, Alemanha, Brasil e EUA – geram 20% das vendas do Vila do Conde Porto Fashion Outlet.

Este outlet também é apetecível para as marcas se instalarem: “Temos tido muitas marcas interessadas em entrar no centro, assim como as já existentes a quererem aumentar a sua área de loja. São excelentes indicadores que nos dão confiança para avançar com este projeto, cumprindo a nossa ambição de sermos um destino de referência, permitindo-nos trabalhar o espaço de uma forma diferente e trazer uma vivência nova que consideramos necessária para criar o destino de compra a que nos propomos”, frisa este responsável.

Portugal é um mercado muito importante e reconhecido pelos nossos investidores, não só pelos resultados e caminho já feito, como pelo potencial do país, que é revelado pelo crescimento de marcas premium a instalarem-se quer em Lisboa quer no Porto.

Jorge Pinto Fernandes

Portugal business director da Via Outlets Portugal

Já com a remodelação em 2021, instalaram-se mais de 25 novas marcas no centro de Vila do Conde, como a BOSS, Under Armour, Karl Lagerfeld, Longchamp, e algumas delas trouxeram para o centro a sua maior loja outlet do país, como é o caso da Michael Kohrs, Guess, Levi’s ou Boss.

“Portugal é um mercado muito importante e reconhecido pelos nossos investidores, não só pelos resultados e caminho já feito como pelo potencial do país, que é revelado pelo crescimento de marcas premium a instalarem-se quer em Lisboa quer no Porto”, considera Jorge Pinto Fernandes.

Por isso mesmo, mantendo “firme” na estratégia dos 3 R’s – Remodelação, Remerchandising e Remarketing – a empresa vai “continuar a investir no mercado nacional, onde desde 2017 já investiu mais de 37 milhões, aos quais se juntam agora 30 milhões nesta expansão”, assinala este responsável. “Concluímos há menos de um mês a remodelação de Sevilha Fashion Outlet, também com o mesmo atelier de arquitetura, L35, e a transformação é um grande motivo de orgulho”, acrescenta, por sua vez, Nuno Oliveira.

Sem, contudo, avançar valor de faturação deste ano, o regional business director da VIA Outlets Ibéria garante que o negócio tem corrido bem apesar da crise económica que assola o país. Os dois centros em Portugal registaram “um crescimento de 23% no primeiro semestre deste ano face a período homólogo de 2019“, ano pré-pandemia, contabiliza.

“O conceito Outlet tem evoluído muito e hoje é considerado parte integrante da estratégia de distribuição das marcas. É o segmento de shopping que mais tem crescido e onde, cada vez mais, as marcas apostam com qualidade“. Por isso, sublinha, a grande aposta passa agora por “redefinir o conceito de compra ou shopping de alta“, com foco nas marcas premium.

Um estudo da Cushman & Wakefield revelou recentemente, destaca Nuno Oliveira, “que o canal outlet foi o que teve melhor recuperação e melhor performance, nomeadamente na Ibéria, onde a VIA Outlets tem quatro centros muito importantes do seu portfolio.

Em 2022 tivemos cerca de 32 milhões de visitas e volume de negócios de 1,2 mil milhões de euros nos 11 centros dos nove países” onde a VIA Outlets está presente com mais de 100 lojas.

Nuno Oliveira

Regional business director da Via Outlets Ibéria

A Via Outlets, gestora de ativos do fundo de pensões holandês APG, foi criada em 2014 com vista à aquisição e gestão de centros outlet já existentes por toda a Europa.

A empresa mantém um posicionamento forte no mercado europeu onde existem 200 outlets. “Fomos o operador com maior crescimento e expansão”, realça Nuno Oliveira, avançando que o grupo continua a crescer em volume de negócios. “Em 2022 tivemos cerca de 32 milhões de visitas e um volume de negócios de 1,2 mil milhões de euros nos 11 centros dos nove países” onde a VIA Outlets está presente com mais de 100 lojas, calcula. Entre os países onde a holandesa opera estão Portugal, Espanha, Suécia, Noruega, República Checa, Polónia, Alemanha, Holanda e Suíça.

“O que nos distingue é a nossa visão: tentar criar destinos de compra premium e numa lógica de proporcionar as melhores experiências de compra. Queremos que os nossos centros tenham uma identidade local forte”, conclui.

Expansão Vila do Conde Porto Fashion Outlet

Expansão em números:

  • 30 milhões de euros de investimento na expansão do Vila do Conde Porto Fashion Outlet
  • 300 novos postos de trabalho
  • 10.000 metros quadrados de ocupação da nova área
  • 4 novos espaços de restauração, num total de 6.500 metros quadrados
  • 31 novas lojas
  • Mais de cinco milhões de visitas

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CMVM multa TAP em 50 mil euros por informação “não verdadeira” na saída de Alexandra Reis

A CMVM já concluiu o processo instaurado à TAP devido à forma como foi comunicada ao mercado a saída da ex-gestora Alexandra Reis, concluindo que existiu a prática de contraordenação muito grave.

A CMVM aplicou uma coima de 50 mil euros à TAP por violação do dever de divulgação de informação com qualidade ao mercado, pela forma como foi comunicada a saída da antiga administradora executiva Alexandra Reis. A companhia aérea requereu a impugnação da decisão.

Em causa está o comunicado divulgado pela companhia aérea a 4 de fevereiro do ano passado, quando informou o mercado que Alexandra Reis tinha apresentado a “renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e abraçando agora novos desafios”. Em dezembro, veio a saber-se que a antiga administradora tinha saído por vontade da então CEO, Christine Ourmières-Widener, e negociado uma indemnização bruta de 500 mil euros, que desencadeou o caso que levaria à criação da comissão parlamentar de inquérito e à saída de Pedro Nuno Santos do Ministério das Infraestruturas.

A entidade liderada por Luís Laginha de Sousa obrigou a companhia aérea a corrigir o comunicado, para dizer que a saída “ocorreu na sequência de um processo negocial de iniciativa da TAP, no sentido de ser consensualizada por acordo a cessação de todos os vínculos contratuais existentes entre Alexandra Reis e a TAP” e admitiu outras consequências legais, nomeadamente a abertura de um processo de contraordenação.

Processo esse que chegou agora ao fim, com o supervisor a considerar que “a informação divulgada pela TAP no comunicado de 4 de fevereiro de 2022 não era verdadeira, porquanto era desconforme à realidade, uma vez que não referiu o acordo celebrado entre a TAP e Alexandra Reis e a vontade de ambas em terminar as relações contratuais existentes, na sequência de um processo negocial iniciado pela TAP”.

A CMVM sustenta ainda que a informação “não era clara, porquanto o uso da expressão ‘renúncia’ corresponde a um termo equívoco, que não permitiu aos destinatários da informação conhecer a realidade de forma imediata, designadamente a existência de um acordo celebrado entre a TAP e Alexandra Reis”.

O regulador considera que a companhia área “violou, por 1 (uma) vez, a título doloso, o dever de divulgar informação com qualidade”, o que constitui a prática de uma contraordenação muito grave, que é punível com uma coima entre 25 mil e cinco milhões de euros. A TAP requereu a impugnação judicial da decisão do regulador.

(notícia atualizada às 15h28)

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