AMA arrisca violar lei laboral do Estado por contratos sucessivos com professor do Técnico

A agência pública assinou cerca de uma dezenas de contratos desde 2008 com um professor do Técnico em regime de prestação de serviços. AMA e André Vasconcelos rejeitam prestar esclarecimentos.

André Vasconcelos é professor auxiliar no departamento de computação do Instituto Superior Técnico (IST) e é, pelo menos desde 2008, um consultor externo da Agência para a Modernização Administrativa (AMA), o instituto público responsável pela gestão da administração eletrónica do Estado, simplificação administrativa e distribuição de serviços públicos. Mas a prestação de serviços foi feita com base em mais de uma dezena de sucessivos contratos de prestação de serviços, o que poderá violar a Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas.

Qual é a missão da AMA, presidida há pouco mais de um ano por João Dias? Segundo as informações que constam do site oficial, a sua missão, entre outros pontos, é “contribuir para a definição das linhas estratégicas e das políticas gerais relacionadas com a administração eletrónica, a simplificação administrativa e a distribuição de serviços públicos” e “gerir e desenvolver redes de lojas para os cidadãos e para as empresas, em sistema de balcões multisserviços, integrados e especializados“. Resultou, aliás, da extinção de outro instituto e da assunção de de competências de entidades como o IAPMEI, operações realizadas em 2007.

Logo no ano seguinte à sua criação, a AMA passou a contratar este professor do Técnico, sob pretexto de ausência de recursos próprios para executar as funções que lhe foram atribuídas, mas a prestação de serviço foi sucessivamente renovada, o que causou surpresa e até estranheza, confidenciou uma fonte conhecedora do processo. O ECO confrontou a direção da agência e o próprio André Vasconcelos com diversas perguntas sobre a natureza dos contratos de prestação de serviço, os valores dos contratos desde 2008, as funções exatas e trabalhos desenvolvidos, a relação com a consultora de serviços tecnológicos Glintt, entre outras, mas nenhuma das partes respondeu a qualquer das questões.

Refira-se, de qualquer forma, que João Dias “herdou” o consultor dos seus antecessores à frente da AMA, e não foi possível apurar se está em cima da mesa numa nova renovação da prestação de serviço de André Vasconcelos. Outra fonte do ECO adiantou que o valor dos contratos terá ascendido a 800 mil euros desde 2008, valor que a AMA não confirmou nem desmentiu.

O que diz a Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas, a Lei n.º 35/2014 de 20 de junho? “O contrato de prestação de serviço para o exercício de funções públicas é celebrado para a prestação de trabalho em órgão ou serviço sem sujeição à respetiva disciplina e direção, nem horário de trabalho”. E, no número dois, determina o tipo de contrato:

  • a) Contrato de tarefa, cujo objeto é a execução de trabalhos específicos, de natureza excecional, não podendo exceder o termo do prazo contratual inicialmente estabelecido;
  • b) Contrato de avença, cujo objeto é a execução de prestações sucessivas no exercício de profissão liberal, com retribuição certa mensal, podendo ser feito cessar, a todo o tempo, por qualquer das partes, mesmo quando celebrado com cláusula de prorrogação tácita, com aviso prévio de 60 dias e sem obrigação de indemnizar.

Qualquer das modalidades contratuais, ao fim de 15 anos de contratos sucessivos, em acumulação com a função de professor do Técnico, arrisca violar a lei do trabalho rem funções públicas “aplicável à administração direta e indireta do Estado”, como é a AMA. E será uma das razões para o mal-estar na agência que depende, atualmente, do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo.

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Proprietários de Alojamento Local denunciam falha no sistema para entrega de documentos

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

Turismo de Portugal não tinha até ao momento qualquer “reporte de problemas” sobre “dificuldade de acesso ao sistema”.

Os empresários de Alojamento Local denunciaram esta segunda-feira “problemas técnicos” no sistema para a entrega do comprovativo de atividade, enquanto o Turismo de Portugal referiu que até ao momento não recebeu nenhuma indicação de falhas.

Em comunicado, a Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) explicou que o programa Mais Habitação lançou “um aviso decisivo aos proprietários de licenças de Alojamento Local (AL)” e que o “prazo para entrega do comprovativo de atividade expira nesta quinta-feira”.

“No entanto, os proprietários, que têm três dias para o fazer, estão a deparar-se com um problema técnico no sistema, que os está a impedir de submeterem a documentação necessária no balcão do empreendedor”, alertou esta associação.

De acordo com a ALEP, quando os proprietários tentam submeter a documentação estão a deparar-se com uma mensagem de erro: “Ocorreu um erro na comunicação com a entidade externa. Queira, por favor, iniciar um novo processo”.

“Este contratempo está a colocar em risco o cumprimento do prazo e pode resultar no cancelamento automático das licenças, prejudicando diretamente a comunidade de proprietários de Alojamento Local”, frisou a associação que representa o setor.

A ALEP apontou ainda a “forma descuidada como esta obrigação foi concebida”, considerando que “prova que as medidas do Mais Habitação para o AL foram feitas sem conhecimento da realidade do setor e sem diálogo, criando situações em que a continuidade de muitos operadores é colocada em risco de forma desnecessária”.

A agência Lusa questionou o Ministério da Habitação, que remeteu o assunto para o Turismo, sob tutela do Ministério da Economia. Questionado pela Lusa, fonte do Ministério da Economia referiu que o Turismo de Portugal não tinha até ao momento qualquer “reporte de problemas” sobre “dificuldade de acesso ao sistema”. A mesma fonte garantiu ainda que o Turismo de Portugal está, “de qualquer forma”, a realizar uma averiguação.

O Mais Habitação prevê, entre outras, medidas como o arrendamento forçado de casas devolutas há mais de dois anos, isenção da tributação de mais-valias aos proprietários que vendam casas ao Estado, o fim de novos vistos ‘gold’, isenções de impostos para proprietários que retirem as casas do alojamento local até ao fim de 2024, uma contribuição extraordinária no AL e a suspensão do registo de novos alojamentos locais fora dos territórios de baixa densidade (localizados sobretudo no interior).

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FC Porto antecipa “resultados francamente positivos” em 2023 e avança com parceria

  • ECO
  • 4 Dezembro 2023

A SAD portista encontra-se em negociações com uma "reputada empresa internacional", cuja parceria envolverá um investimento inicial que visa a modernização do Estádio do Dragão.

A SAD do FC Porto antecipa obter resultados “francamente positivos” no fecho do ano e, com isso e outras operações em curso, “vir a melhorar substancialmente os capitais próprios da Sociedade“. No entanto, a SAD azul e branca diz que não pode assegurar que os capitais sejam já positivos por essa altura, refere-se em comunicado divulgado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No mesmo documento é ainda explicado que “a sociedade se encontra em negociações com uma reputada empresa internacional, com reconhecida experiência na otimização das receitas comerciais relacionadas com grandes equipamentos desportivos, com vista à assinatura de um contrato de parceria com este objeto”.

Embora os contornos específicos da parceria estejam ainda a ser alvo de negociação, esta será “consubstanciada na participação minoritária numa das empresas com os direitos comerciais do Grupo FC Porto e num investimento inicial com vista a modernizar o Estádio do Dragão e assim potenciar as receitas com ele relacionadas”, acrescenta-se.

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Marcelo veta lei de acesso a metadados

  • ECO e Lusa
  • 4 Dezembro 2023

Diploma será devolvido ao Parlamento, com o Presidente a pedir aos deputados que apreciem "se possível ainda na presente sessão legislativa, uma melhor solução para a inconstitucionalidade decretada".

O presidente da República vetou a alteração à lei que regula o acesso a metadados após o diploma ter sido, em parte, considerado inconstitucional pelos juízes do Palácio Ratton. O diploma volta agora para o Parlamento onde Marcelo Rebelo de Sousa espera, “atendendo à urgência e sensibilidade” do assunto, que os deputados ainda apreciem, “se possível ainda na presente sessão legislativa, uma melhor solução”, lê-se numa nota no site da presidência.

O Tribunal Constitucional tinha chumbado, horas antes, a norma do diploma que previa a conservação de dados de tráfego e localização até um período de seis meses. Nove dos juízes – contra três – decidiram que a norma em questão ultrapassa “os limites da proporcionalidade na restrição aos direitos fundamentais à autodeterminação informativa e à reserva da intimidade da vida privada”.

No acórdão que fundamenta a decisão, o TC sublinha que os legisladores se “limitaram a restringir, para estas categorias de dados, o prazo de conservação” que estava previsto na lei dos metadados, e que já tinha sido declarada inconstitucional pelo TC em abril de 2022.

O decreto tinha sido aprovado na Assembleia da República, em votação final global, em 13 de outubro, com votos a favor de PS, PSD e Chega e votos contra de IL, PCP, BE e Livre e foi posteriormente enviado pelo Presidente da República para o TC para fiscalização da sua conformidade com a lei fundamental.

Os juízes do Palácio Ratton consideraram que as duas outras normas cuja apreciação tinha sido solicitada pelo Presidente da República não são inconstitucionais. Em concreto, estão conformes à Constituição os artigos que estipulavam que os dados devem ser conservados “em Portugal ou no território de outro Estado-membro da União Europeia” e que os titulares devem em regra ser notificados “no prazo máximo de 10 dias” quando os respetivos dados forem acedidos.

Este decreto, elaborado em conjunto por PS e PSD, tinha sido uma forma de os deputados procurarem ultrapassar a declaração de inconstitucionalidade que já tinha sido pronunciada pelo TC em relação à chamada lei dos metadados, em 12 de abril de 2022.

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Putin lamenta deterioração das relações da Rússia com Ocidente

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

O Presidente russo saudou a relação de "cooperação pragmática" desenvolvida com Berlim, lamentando que a explosão dos gasodutos Nord Stream em 2022 tenha prejudicado o fornecimento de gás russo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, lamentou esta segunda-feira a deterioração das relações diplomáticas entre Moscovo e o Ocidente que se seguiu à invasão da Ucrânia, durante a receção a vários novos embaixadores europeus no Kremlin.

Durante a cerimónia de entrega de credenciais pelos embaixadores estrangeiros recentemente nomeados, Putin deu as boas-vindas, entre outros, aos novos representantes da Alemanha, Suécia, Reino Unido, Grécia e Eslovénia. Dirigindo-se ao representante sueco, Vladimir Putin lamentou a “completa ausência de contactos políticos” e uma restrição da “cooperação económica” e dos “laços culturais e humanitários” entre a Rússia e a Suécia.

O líder russo também se mostrou preocupado com o abandono por parte de Estocolmo da sua “política de não participação em blocos militares seguida há 200 anos”, no momento em que a Suécia está em processo de adesão à NATO. Em declarações ao embaixador alemão, Putin saudou a relação de “cooperação pragmática” desenvolvida com Berlim, lamentando que a explosão dos gasodutos Nord Stream em 2022 tenha prejudicado o fornecimento de gás russo à Alemanha.

“Durante décadas, o nosso país forneceu à Alemanha gás, petróleo e outros produtos energéticos ambientalmente limpos, de forma estável e perfeita, a preços acessíveis. E esta cooperação foi literalmente minada, inclusivamente por um ato de sabotagem dos gasodutos Nord Stream”, comentou o Presidente russo.

Dirigindo-se ao novo embaixador britânico, Putin limitou-se a dizer que o estado do diálogo entre a Rússia e o Reino Unido era “conhecido de todos”. “Esperamos que a situação, no interesse dos nossos dois países e do nosso povo, evolua para melhor”, comentou o líder russo.

Dirigindo-se ao novo embaixador esloveno, Putin lamentou que o diálogo bilateral entre Moscovo e Ljubljana esteja parado, garantindo que a Rússia está pronta para relançá-lo se a parte eslovena assim o desejar. Ao novo embaixador grego, Putin disse que era necessário dar atenção ao estado das relações bilaterais, acrescentando esperar que “os laços tradicionais” entre Atenas e Moscovo ajudem a reabilitar a parceria entre os dois países.

 

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Itaú torna-se o primeiro grande banco no Brasil a negociar criptomoedas

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

Os utilizadores registados na plataforma de investimentos da instituição brasileira vão poder comprar as duas principais criptomoedas do mercado, a bitcoin e o ether.

O Itaú, principal banco do Brasil, permite, a partir desta segunda-feira, que os seus clientes comprem e vendam criptomoedas, tornando-se a primeira grande instituição financeira a permitir esse tipo de transação no país.

Nesta fase inicial, os utilizadores registados na plataforma de investimentos da instituição financeira vão poder comprar as duas principais criptomoedas do mercado, a bitcoin e o ether.

Esta opção será disponibilizada gradualmente aos restantes clientes, de acordo com um comunicado enviado pelo banco. Segundo o banco, a decisão é influenciada pela “evolução da regulamentação dos ativos digitais”, além do aumento da procura por parte dos clientes.

No final do ano passado, o parlamento brasileiro aprovou a lei que estabelece o quadro para a negociação de criptomoedas no país e, em junho, o Governo nomeou o banco central como o órgão responsável pela regulação do mercado.

Em abril deste ano, o banco de investimento brasileiro BTG Pactual lançou a sua própria criptomoeda, chamada BTG Dol, cujo valor de troca está indexado ao dólar.

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Marca de chocolates Toblerone emite aviso a pessoas alérgicas ou intolerantes

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

Os chocolates "como não estão rotulados em português, não é fácil reconhecer os alergénios nas línguas que neles estão incluídos", explica a empresa.

A produtora dos chocolates Toblerone emitiu esta segunda-feira um aviso para pessoas alérgicas ou intolerantes a um dos ingredientes do chocolate de leite com mel e amêndoas para a ausência de rotulagem em português em alguns dos seus lotes.

Em causa estão unidades de Toblerone Leite 100g com ‘nougat’ de mel e amêndoas de lotes que contêm o código de barras 7614500010013 e cujo prazo de validade termina em 8 e 25 de dezembro de 2024 ou em 03 de fevereiro de 2025, refere em comunicado a Mondelēz International, lamentando “este incidente”.

Segundo a empresa, “as embalagens das unidades destes lotes não incluem rotulagem no idioma português”, mas “a fórmula e o perfil alergénico são exatamente iguais aos que habitualmente são comercializados pela marca em Portugal”.

Os chocolates cumprem rigorosamente as normas e os padrões de qualidade e segurança, mas, como não estão rotulados em português, não é fácil reconhecer os alergénios nas línguas que neles estão incluídos”, salienta o comunicado, reforçando que o chocolate de leite com mel e amêndoas é contraindicado para pessoas com alergia ou intolerância a leite, amêndoas, soja e ovo.

A Mondelēz International disponibiliza um serviço de atendimento ao consumidor (número 800 100 951) nos dias úteis, das 09:00 às 18:00, para quem pretenda devolver os chocolates adquiridos dos lotes afetados ou solicitar esclarecimentos adicionais.

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Montenegro quer mais dados para avaliar se decisão sobre TGV “tem mesmo de ser tomada” em janeiro

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

“Se esse risco não existir é de bom-tom que a decisão seja remetida para o próximo Governo que estará na plenitude de toda a sua margem de decisão”, afirmou Luís Montenegro.

O presidente do PSD afirmou esta segunda-feira que ainda precisa de mais dados para avaliar se a decisão sobre a alta velocidade entre Lisboa e Porto “tem mesmo de ser tomada em janeiro”, sob pena de se perder financiamento comunitário.

Se esse risco não existir é de bom-tom que a decisão seja remetida para o próximo Governo que estará na plenitude de toda a sua margem de decisão”, afirmou Luís Montenegro, questionado pelos jornalistas à entrada da missa pelo 43.º aniversário da morte do fundador do PSD, Francisco Sá Carneiro, na Basílica da Estrela, em Lisboa.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou a intenção de lançar o primeiro concurso para a construção da linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto em janeiro se houver acordo do líder do PSD. “Em janeiro, tudo estará pronto para poder lançar o concurso, mas tendo em conta a atual situação política, o concurso só será lançado se o futuro líder do PS e o atual líder do PSD derem luz verde”, disse António Costa.

Questionado sobre a sua disponibilidade para este entendimento, Montenegro assegurou que “o PSD está disponível para avaliar todas as circunstâncias que rodeiam a tomada de decisões numa altura em que o Governo se prepara para ficar em gestão”.

“Mas para isso é preciso que haja todos os dados disponíveis e neste momento ainda não tenho na minha posse a informação necessária para poder concluir que a decisão tem mesmo de ser tomada em janeiro sob pena de perdermos financiamento comunitário associada a essa obra”, disse.

“Vou aguardar que nos sejam transmitidos todos esses elementos”, disse, assegurando não ter, para já, qualquer conversa agendada com o primeiro-ministro. O presidente do PSD disse que o partido tem disponibilidade “para não atrasar aquilo que não é bom para o país ser atrasado, mas também para não precipitar aquilo pelo que o país possa esperar para tomar decisões boas e conscientes”.

O país exige de todos nós sentido de responsabilidade para que um investimento com um financiamento desta magnitude não se perca por razões de conjuntura política”, afirmou, considerando que, se não existir risco de o perder, “é de bom-tom” que a decisão seja tomada pelo executivo que sair das legislativas antecipadas de 10 de março.

O projeto de alta velocidade Lisboa-Porto, com um custo estimado de cerca de 4,5 mil milhões de euros, prevê uma ligação entre as duas cidades numa hora e 15 minutos, com paragem possível em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia. Paralelamente, está também a desenvolver-se a ligação Porto-Vigo, dependente da articulação com Espanha, com nova ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro e troço Braga-Valença (distrito de Viana do Castelo).

“É um projeto, creio que, consensual”, considerou António Costa, defendendo que a ligação entre as três cidades “é um primeiro passo para a inserção de Portugal na rede ibérica de alta velocidade” e reforça a aposta e transição para a ferrovia.

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Grupo os Mosqueteiros junta insígnias Intermarché, Bricomarché e Roady e assume Compromisso

  • + M
  • 4 Dezembro 2023

Com criatividade da WYcreative e planeamento de meios da UM (Universal McCann), a campanha marca presença em televisão, rádio e redes sociais até 17 de dezembro.

O Grupo Mosqueteiros juntou pela primeira vez as marcas Intermarché, Bricomarché e Roady numa única campanha. “As insígnias unem-se para baixar o preço a mais de 5.000 artigos, o que demonstra a solidariedade e a força coletiva do grupo“, avança. A iniciativa materializa o Compromisso Os Mosqueteiros, que abrangerá diversas categorias de produtos, reforça o grupo.

“O Compromisso Os Mosqueteiros é a expressão mais autêntica da nossa dedicação às comunidades que servimos. Unindo as forças das insígnias Intermarché, Bricomarché e Roady, estamos empenhados em proporcionar um Natal mais acessível e solidário. Esta campanha não é apenas uma iniciativa, é um testemunho do nosso compromisso duradouro em fortalecer laços e fazer a diferença na vida das famílias portuguesas”, diz citado em comunicado Pedro Subtil, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Os Mosqueteiros em Portugal.

Com criatividade da WYcreative e planeamento de meios da UM (Universal McCann), a campanha marca presença em televisão, rádio e redes sociais até 17 de dezembro.

O filme “interrompe literalmente os habituais anúncios natalícios para revelar este compromisso”, diz a WYcreative. “Como podemos comunicar esta medida e reforçar o desígnio do Grupo Mosqueteiros, numa altura em que os blocos publicitários são inundados por campanhas de Natal? Encontrando um conceito que extravasa uma normal campanha de publicidade”, acrescenta Tiago Varino, diretor criativo da agência.

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Militar ferido com gravidade em explosão no Polígono Militar de Tancos

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

O militar, que não corre perigo de vida, foi transportado "de helicóptero para a unidade de queimados do Hospital de Santa Maria", em Lisboa.

Um militar sofreu ferimentos graves na sequência de uma explosão ocorrida esta tarde no interior do Polígono Militar de Tancos, concelho de Vila Nova da Barquinha (Santarém), e, segundo o Exército, está estável e fora de perigo. “O alerta para a ocorrência de uma explosão dentro da área militar de Tancos, no Regimento de Engenharia Nº1, foi dado às 15:09, tendo resultado um ferido grave”, disse à Lusa fonte do Comando Sub-Regional do Médio Tejo.

Segundo a mesma fonte, a vítima foi assistida no local pelos elementos da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Médio Tejo e pelos Bombeiros Voluntários de Vila Nova da Barquinha, que fizeram deslocar duas viaturas para o local, tendo sido acionado um helicóptero do Algarve, estacionado em Faro.

Fonte do Exército Português confirmou à Lusa a ocorrência e disse estar a acompanhar o estado de saúde da vítima e a investigar as causas do sinistro. Uma nota do Exército entretanto divulgada indica que o militar, que não corre perigo de vida, foi transportado “de helicóptero para a unidade de queimados do Hospital de Santa Maria”, em Lisboa.

“Pelas 14:55, um militar sofreu ferimentos no braço direito e no pescoço, decorrente de trabalhos de soldagem no âmbito de preparação de viatura para treino de Inativação de Engenhos Explosivos, envolvendo munição inerte (sem explosivo)”, no Regimento de Engenharia N.º 1″, em Tancos, indicou o Exército

Segundo a mesma nota informativa, o militar “encontra-se estável, não correndo perigo de vida”, tendo sido acionados os meios de emergência médica do INEM para o local. Conforme “procedimento obrigatório, foi imediatamente iniciado um processo de averiguações” sobre esta ocorrência, conclui.

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Novo choque entre políticos e líderes de bancos centrais. Estatutos do BCE protegem governador polaco, diz Lagarde

  • Joana Abrantes Gomes
  • 4 Dezembro 2023

Christine Lagarde afirma que os estatutos do BCE protegem o governador do banco central da Polónia, que corre o risco de ser processado e suspenso na sequência de acusações dos partidos da oposição.

O banco central da Polónia pediu recentemente o apoio do Banco Central Europeu (BCE) para que este o defenda da coligação de partidos liderada por Donald Tusk, que tem apelado ao afastamento do governador Adam Glapiński por considerar que tem agido segundo o interesse do partido Lei e Justiça (PiS), ainda no poder.

Entre as acusações do antigo presidente do Conselho Europeu contra Glapiński consta a decisão de baixar as taxas de juro pouco antes das eleições legislativas, que se realizaram em outubro e cujos resultados ditaram uma maioria parlamentar da aliança de centro-esquerda, embora o PiS tenha obtido o maior número de votos.

O objetivo de Donald Tusk é que o governador do Banco Nacional da Polónia (NBP, na sigla em polaco) seja investigado pelo tribunal por tomar decisões que dificultam a luta contra a inflação – que em outubro era de 6,34% – e ainda devido a alegadas violações da Constituição polaca, suspendendo-o do cargo enquanto o caso é analisado.

O NBP, por seu lado, argumenta que a destituição de Glapiński prejudicaria a independência dos responsáveis pela política monetária em toda a Europa. Isto porque, apesar de a Polónia não fazer parte da Zona Euro, o BCE é responsável pela supervisão do Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC), que estabelece os princípios de funcionamento de todos os bancos centrais da União Europeia (UE).

Ora, numa carta tornada pública esta segunda-feira, a presidente do BCE, Christine Lagarde, respondeu que os estatutos do SEBC e do próprio BCE, a fim de garantir a independência dos governadores dos bancos centrais nacionais, “oferecem proteção no caso de o Sejm [Parlamento polaco] vir a adotar uma resolução” para processar Glapiński.

Essa resolução, segundo Lagarde, poderia implicar a suspensão automática de Glapiński enquanto presidente do banco central polaco e como membro do Conselho Geral do BCE. Nesse sentido, avança com a possibilidade de a instituição que tutela os bancos da Zona Euro remeter a resolução para o Tribunal de Justiça da União Europeia para “solicitar a avaliação da sua legalidade”.

Neste cenário, o conselho de administração do NBP e alguns membros do seu conselho de política monetária alertaram que qualquer medida contra o governador Glapiński poderia ter um impacto negativo na economia e nos ativos polacos, ao mesmo tempo que Donald Tusk afirmou que o seu futuro governo não fará nada que possa desestabilizar o banco central.

Porém, o pedido de ajuda do NBP ao Banco Central Europeu contrasta com anos de comentários depreciativos por parte dos dirigentes do PiS sobre o BCE e outras instituições europeias, que o partido (ainda) no poder acusou de interferir na soberania polaca. O próprio Glapiński é um grande crítico do euro, tendo recentemente afirmado que Donald Tusk iria agora empurrar a Polónia para a moeda comum.

A falta de maioria parlamentar do PiS, na sequência das eleições de outubro, abre caminho para um governo liderado pela Plataforma Cívica, em coligação com a Terceira Via e a Nova Esquerda. Estes três partidos planeiam levar Glapiński ao tribunal estatal polaco, o que forçaria a sua suspensão enquanto o seu caso estivesse a ser analisado. Tal é possível mediante aprovação no Sejm, o órgão responsável por desencadear a intervenção do tribunal e onde detêm maioria.

Glapiński foi reeleito para um segundo mandato de seis anos em 2022. As regras do BCE estabelecem que um governador de um banco central de um Estado-membro da UE só pode ser demitido “se deixar de preencher as condições necessárias para o desempenho das suas funções ou se tiver cometido uma falta grave”.

Este caso surge numa altura em que o governador do Banco de Portugal tem visto a sua independência colocada em causa depois de ter sido sondado pelo primeiro-ministro demissionário, António Costa, para o substituir na liderança do Governo. Mário Centeno já vira a sua idoneidade questionada quando saiu das Finanças e, passados poucos meses, foi liderar o banco central. Atualmente, o comité de ética do BCE está a avaliar a conduta de Centeno, enquanto membro do Conselho de Governadores do banco.

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Borrell compara “matança” em Gaza aos ataques do Hamas contra Israel

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2023

Apesar de Israel ter direito a defender-se, "não se pode aceitar este elevado número de vítimas civis" porque "um horror não pode justificar outro horror", disse Borrell.

O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, advertiu esta segunda-feira que o que se vê em Gaza é “uma matança” igual aos ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro e que “um horror não pode justificar outro”.

No decurso de um fórum sobre direitos humanos entre a União Europeia (UE) e diversas organizações não-governamentais (ONG) hoje em Bruxelas, o alto representante para a política externa da UE assinalou que, tal como criticou o regime de Franco sem ser anti-espanhol, hoje deve poder criticar-se o Governo israelita sem que isso signifique ser rotulado de antissemita.

Começou com um ataque terrorista (…), certamente um ato de terror contra civis indefesos. Foi uma matança, mas o que estamos a ver em Gaza é outra matança. Quantas vítimas? Nada se sabe”, assinalou o chefe da diplomacia comunitária, ao considerar que as atuais estimativas de vítimas podem ser inferiores à realidade “atendendo ao que resta das casas destruídas”.

Borrell assinalou que, apesar de Israel ter direito a defender-se, “não se pode aceitar este elevado número de vítimas civis” porque “um horror não pode justificar outro horror e a comunidade internacional está a erguer cada vez mais a sua voz a pedir que termine este horror”.

“Pode ter-se o direito de criticar o Governo do Estado de Israel sem ser qualificado de antissemita (…). Pude criticar o Governo de Franco no meu país quando era uma ditadura e sem ser anti-espanhol. Tenho o direito de defender uma solução de dois Estados sem estar contra a existência do Estado de Israel”, acrescentou. Nesse sentido, exortou no prosseguimento dos esforços para uma solução política que evite que Gaza “se converta num local de todo o tipo de violência, movimentos terroristas e migração ilegal”.

“Pedimos a libertação de todos os reféns, o fim desta catástrofe humanitária, a busca de uma solução para o dia seguinte e o fim dos colonatos ilegais e das agressões contra palestinianos na Cisjordânia”, concluiu Borrell.

A guerra em curso no Médio Oriente começou em 7 de outubro, após um ataque do braço armado do Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de rockets para Israel e a infiltração de cerca de 3.000 combatentes que mataram mais de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestraram outras 240 em aldeias israelitas próximas da Faixa de Gaza.

Em retaliação, as Forças de Defesa de Israel dirigiram uma implacável ofensiva por ar, terra e mar àquele enclave palestiniano, que enfrenta uma grave crise humanitária perante o colapso de hospitais e a ausência de abrigos, água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

As autoridades da Faixa de Gaza, controladas pelo movimento islamita palestiniano Hamas desde 2007, aumentaram hoje o número de mortos na ofensiva israelita para quase 15.900, enquanto mais de 250 palestinianos morreram às mãos das forças de Telavive ou em ataques levados a cabo por colonos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental desde 07 de outubro.

As partes cessaram as hostilidades durante uma semana no âmbito de uma trégua mediada por Qatar, Egito e Estados Unidos, mas os confrontos regressaram na sexta-feira após falta de entendimento para prorrogar o acordo.

 

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