Portugal realiza leilão de dívida a um ano na quarta-feira

  • Lusa
  • 14 Março 2025

O leilão da linha de BT terá maturidade em 20 de março de 2026, com um "montante indicativo entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros”.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai realizar, na quarta-feira, um leilão de Bilhetes do Tesouro (BT), com maturidade a um ano e montante até 1.250 milhões de euros.

Na nota, divulgada pelo IGCP, a entidade indicou que “vai realizar no próximo dia 19 de março pelas 10:30 horas um leilão da linha de BT com maturidade em 20 de março de 2026, com um montante indicativo entre 1.000 milhões de euros e 1.250 milhões de euros”.

No último leilão comparável, em BT com vencimento em 16 de janeiro de 2026 (um ano) foram colocados 1.000 milhões de euros à taxa média de 2,416% e a procura atingiu 2.673 milhões de euros, 2,67 vezes o montante colocado.

Numa nota divulgada pelo IGCP, em 13 de dezembro, a instituição disse que o “montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado no ano de 2025 deverá situar-se em cerca de 18.000 milhões de euros”.

Em 2025, a entidade espera que “o financiamento líquido resultante da emissão” de Bilhetes do Tesouro produza “um impacto positivo de 4.600 milhões de euros”, destacou.

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Já pode consultar as despesas apuradas pelo Fisco para abater no IRS

As faturas validadas pela Autoridade Tributária já estão disponíveis no portal das Finanças. A partir de domingo e até 31 de março, os contribuintes podem corrigir os montantes caso encontrem erros.

Os contribuintes já podem consultar no portal das Finanças o valor das despesas gerais e familiares, de saúde ou educação apuradas pelo Fisco para dedução à coleta do IRS. A partir de domingo, dia 16, e até 31 de março, podem corrigir, caso encontrem erros ou omissões, de acordo com o calendário da Autoridade Tributária (AT).

Para consultar as despesas, deve entrar no portal das Finanças, procurar por “IRS despesas” na barra de pesquisas e aceder à opção “Consultar Despesas para Deduções à Coleta” (ou clique aqui e faça o login). Se os valores que encontrar estiverem corretos, não precisa de fazer correção alguma e os montantes serão automaticamente considerados no momento em que avançar com a entrega do IRS automático ou da declaração Modelo 3 previamente preenchida.

No entanto, se os valores das faturas, validados pela AT, tiverem inexatidões ou omissões, os contribuintes devem reclamar, entre 16 e 31 de março. Só é aconselhável fazê-lo se estiver em causa a ausência de despesas gerais familiares ou de encargos dedutíveis pela exigência de fatura, isto é, em que parte do valor do IVA é devolvido, segundo a Deco Proteste.

Nos restantes casos, relativos a despesas de saúde, educação, lares e habitação, basta fazer o ajuste no momento da entrega da declaração anual de IRS, isto é, entre 1 de abril e 30 de junho. Em vez de aceitar a informação proposta pelo Fisco, terá de rejeitar a importação automática dos dados e preencher manualmente esses campos.

O prazo para validar as faturas terminou a 28 de fevereiro, depois de o Governo ter alargado por mais três dias o período para registo das despesas que iria terminar a 25 de fevereiro. A decisão foi tomada devido a constrangimentos no acesso ao portal e-Fatura.

A partir de 2026 e anos seguintes, a data limite para os contribuintes validarem as faturas para o IRS será fixada de forma definitiva no último dia de fevereiro, 28 ou 29 (se o ano for bissexto). Este também passa a ser o novo prazo para comunicar alterações ao agregado familiar ou para entregar o Modelo 10 relativo por exemplo a salários pagos a trabalhadores domésticos, segundo um decreto-lei do Governo com 21 medidas de simplificação fiscal, aprovado na segunda-feira passada, no último Conselho de Ministros antes de o Executivo de Luís Montenegro entrar em gestão.

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PCP questiona Governo sobre despedimentos na fábrica de Ovar da Yazaki Saltano

  • Lusa
  • 14 Março 2025

Os comunistas indicam que os despedimentos na fábrica da Yazaki Saltano, em Ovar, terão um “impacto social e económico devastador”.

O PCP questionou esta sexta-feira os ministros da Economia e do Trabalho sobre os despedimentos de 364 trabalhadores na fábrica de Ovar da empresa japonesa Yazaki, advertindo que, caso se concretizem, terão um “impacto social e económico devastador”.

Em duas perguntas dirigidas a Pedro Reis e a Maria do Rosário Palma Ramalho através da Assembleia da República, o deputado do PCP Alfredo Maia refere que o grupo multinacional Yazaki está “espalhado por todo o mundo” e “dedica-se à produção de material elétrico, designadamente fios, cabos elétricos e cablagens elétricas para automóveis, de que é maior fabricante internacional”.

“Em Portugal, já possuiu unidades em Vila Nova de Gaia, encerrada em 2008, e em Ovar, chegando a empregar mais de 7.000 trabalhadores em 1996”, indica o deputado.

No entanto, a partir de 1998, prossegue Alfredo Maia, a Yazaki Saltano “iniciou o processo de deslocalização e desvio de linhas produtivas para Marrocos, tendo reduzido para cerca de metade o número de trabalhadores” e promovido “vários despedimentos coletivos”, nomeadamente em 2006 e 2008.

Os despedimentos da fábrica de Ovar “são uma operação que, a concretizar-se, poderá ter um impacto social e económico devastador, uma vez que coloca em causa o direito ao trabalho, ao salário e ao rendimento de muitas famílias”, adverte o PCP. O partido pergunta ao ministro da Economia se a Yazaki Saltano tem beneficiado de apoios públicos, nacionais ou comunitários, para os seus investimentos. Se for o caso, “em que montantes e com que garantias”.

“Entre as eventuais garantias está a exigência de manutenção dos postos de trabalho?”, pergunta o partido.

À ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, o PCP pergunta que conhecimento é que o Governo tomou sobre esta situação e que medidas vai tomar “para salvaguardar todos os direitos dos trabalhadores, bem como todos os postos de trabalho”. A fábrica de Ovar, no distrito de Aveiro, da japonesa Yazaki Saltano vai despedir 364 trabalhadores, o que a empresa justifica com a “atual situação crítica da indústria automóvel europeia”.

“A Yazaki Saltano de Ovar é forçada a iniciar um processo de redução de efetivos contemplando 364 colaboradores e, nesse sentido, teve já início a consulta com os representantes dos trabalhadores e sindicatos”, confirmou à agência Lusa.

A Yazaki Saltano, um dos principais fornecedores de sistemas elétricos e eletrónicos para a indústria automóvel, escreve que “está a ser fortemente afetada pela atual situação crítica da indústria automóvel europeia”, crise essa que fez com que as vendas estejam “significativamente aquém das expectativas”.

Segundo a empresa, a fábrica de Ovar está a ser “especialmente afetada pelos desenvolvimentos no setor, não existindo qualquer previsão de uma mudança positiva a longo prazo”.

Após esta notícia, a Câmara de Ovar mostrou-se disponível para apoiar os trabalhadores da fábrica de componentes automóveis Yazaki Saltano, empresa japonesa que anunciou o despedimento de 364 funcionários, nomeadamente através de medidas de apoio social.

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Lucro do Novobanco dos Açores sobe 3,5% em 2024

  • Lusa
  • 14 Março 2025

O Novobanco dos Açores registou um produto bancário comercial de 22,8 milhões de euros, mais 2,2% que em 2023.

O Novobanco dos Açores (BESA) registou um resultado líquido de 10,9 milhões de euros em 2024 face ao período homólogo, um acréscimo de 3,5%, revelou esta sexta-feira a instituição. De acordo com o BESA, o resultado “reflete a execução da estratégia do banco com foco no crescimento sustentado do negócio e na sólida geração de receita e de capital”.

“Ao nível do desempenho comercial, o Novobanco dos Açores regista um produto bancário comercial de 22,8 milhões de euros (+2,2% do que em 2023), decorrente do desempenho da atividade”, segundo uma nota de imprensa. Do desempenho comercial resulta ainda “um ambiente de taxa de juro favorável, em que a margem financeira atingiu os 2,7%, com um aumento de 1,1% do resultado financeiro do banco”.

Segundo o BESA, o resultado do serviço a clientes ascendeu a 4,8 milhões de euros, um aumento de 6,5% face a 2023, tendo sido impulsionado “pela dinâmica na execução de iniciativas para aumentar as receitas de comissões, principalmente na gestão de contas e meios de pagamentos”.

O BESA, no que concerne ao aprovisionamento de crédito, “apresenta um perfil de risco estável, com o montante afeto a imparidades e provisões a totalizar 1,6 milhões de euros”.

“O banco apresenta, assim, no ano de 2024, um robusto ‘Return on Tangible Equity’ (mede a taxa de retorno sobre o património líquido tangível) de 20,6%, evidenciando a rentabilidade do modelo de negócio e a sua capacidade de geração de capital”, de acordo com o BESA.

O crédito líquido a clientes foi de 368 milhões de euros, mais 3,1 milhões do que em 2023. O crédito vencido contabilizou 3,9 milhões de euros, o que se “traduz numa taxa de crédito vencido de apenas 1,0%”, sendo que os créditos não produtivos “apresentam uma redução de 14,5%, face ao valor contabilizado no ano de 2023, situando-se em 15 milhões de euros”.

O montante global dos depósitos de clientes era de 491 milhões de euros, um acréscimo de 6,7% em relação a 2023. O rácio de solvabilidade “reforçou-se para 17,5%”, sendo “resultado do significativo o crescimento do capital próprio, e o rácio de liquidez confortável nos 268,0%”.

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Parlamento Europeu suspende acesso de representantes da Huawei como precaução

  • Lusa
  • 14 Março 2025

O governo chinês pediu que não se politize questões comerciais nem se recorra a medidas “infundadas” para reprimir empresas chinesas além-fronteiras.

O Parlamento Europeu decidiu suspender esta sexta-feira, como medida de precaução, o acesso à instituição europeia de representantes ligados à fabricante chinesa Huawei pela alegada corrupção envolvendo profissionais do lóbi e que terá ramificações em Portugal.

“A 14 de março, o Parlamento Europeu decidiu, como medida de precaução, suspender o acesso ao Parlamento dos representantes ligados à empresa Huawei, com efeitos imediatos”, indicou à agência Lusa fonte oficial da assembleia europeia.

A informação surge um dia depois de as autoridades belgas ter realizado uma vintena de buscas no âmbito de uma investigação de corrupção no Parlamento Europeu envolvendo lobistas da chinesa Huawei e que terá ramificações em Portugal, segundo noticiou o jornal belga Le Soir.

Já esta sexta, o governo chinês pediu que não se politize questões comerciais nem se recorra a medidas “infundadas” para reprimir empresas chinesas além-fronteiras, aludindo à recente investigação sobre a alegada corrupção ligada à Huawei no Parlamento Europeu.

Na quinta-feira, a polícia realizou cerca de 20 buscas na Bélgica, no âmbito de uma investigação sobre corrupção na assembleia europeia “sob a capa de lóbis comerciais”, tendo sido detidas várias pessoas, anunciou o Ministério Público Federal belga, que referiu ainda a realização de uma busca em Portugal.

Contactada pela Lusa, a Polícia Judiciária confirmou estar a colaborar com as autoridades belgas, mas não acrescentou mais pormenores. De acordo com o jornal belga Le Soir, a investigação visa as práticas em Bruxelas, desde 2021, de lobistas ligados ao grupo chinês de telecomunicações Huawei.

A investigação suspeita que tenha havido transferências feitas “para um ou mais deputados europeus através de uma empresa portuguesa” que terá sido também alvo de buscas esta sexta, acrescenta o jornal, sem adiantar pormenores. Fonte do Parlamento Europeu adiantou à Lusa que este tem, sempre que solicitado, colaborado totalmente com as autoridades.

“As vantagens financeiras ligadas à alegada corrupção foram possivelmente misturadas com fluxos financeiros ligados ao pagamento de despesas de conferências e pagas a vários intermediários, com o objetivo de ocultar a sua natureza ilícita ou de permitir que os autores escapassem às consequências dos seus atos”, diz o procurador federal, citado pelo diário belga francófono.

Segundo o procurador, a investigação procura igualmente identificar eventuais elementos de branqueamento de capitais. Nenhum eurodeputado foi ainda identificado nesta operação, de acordo com o Le Soir e os seus parceiros da investigação jornalística – o semanário Knack, a plataforma de investigação neerlandesa Follow The Money e os jornalistas de investigação gregos Reporters United.

A alegada corrupção neste caso envolveu presentes de valor (incluindo smartphones Huawei), bilhetes para jogos de futebol (a Huawei tem um camarote privado no Lotto Park, o estádio do RSC Anderlecht) ou transferências de alguns milhares de euros. De acordo com o código de conduta dos eurodeputados, qualquer objeto oferecido por um terceiro de valor superior a 150 euros deve ser declarado e inscrito publicamente no registo de ofertas.

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Megaprojeto da Altri obtém primeira aprovação ambiental na Galiza

A papeleira portuguesa conseguiu uma declaração ambiental positiva, uma condição indispensável para poder avançar com o polémico megaprojeto de mil milhões de euros projetado para Palas de Rei.

O megaprojeto industrial projetado pela Altri para a Galiza, num investimento próximo de mil milhões de euros, acaba de receber a declaração de impacto ambiental positiva por parte das autoridades galegas, garantindo assim que o projeto pode avançar. Vencida esta primeira batalha, a papeleira portuguesa aguarda agora a autorização ambiental integrada, que deverá sair em junho, e, por fim, a luz verde do governo central para ligar a central à rede elétrica.

“A Declaração de Impacto Ambiental permite-nos olhar para o futuro, realçar o caráter estratégico do projeto e a sua capacidade de se tornar um agente dinamizador da economia galega, espanhola e europeia”, enalteceu José Pina, CEO da Altri, num primeiro comentário ao relatório que veio confirmar que a megafábrica da empresa portuguesa cumpre todos os requisitos exigidos pela União Europeia.

A Declaração de Impacto Ambiental permite-nos olhar para o futuro, realçar o caráter estratégico do projeto e a sua capacidade de se tornar um agente dinamizador da economia galega, espanhola e europeia.

José Pina

CEO da Altri

O gestor realçou que a empresa respondeu “a todos os relatórios setoriais de forma detalhada e escrupulosa, prestando todas as informações solicitadas e realizando todas e cada uma das melhorias solicitadas pelos técnicos da administração”. E o resultado, prossegue, é uma Declaração de Impacto Ambiental positiva para um projeto com o qual [pretende] transformar a indústria têxtil nacional e promover a independência europeia das importações de fibras com maior impacto ambiental”.

O projeto da Altri para Palas de Rei prevê a construção de raiz de uma unidade com capacidade máxima de produção de 400 mil toneladas de fibras solúveis por ano, das quais 200 mil toneladas serão utilizadas para fibras têxteis sustentáveis (lyocell). Segundo um relatório divulgado pela consultora Valora, o Projeto Gama vai ter um impacto médio anual de 342 milhões de euros no Produto Interno Bruto (PIB) galego ao longo de 22 anos, após a sua construção. E gerar 3.608 postos de trabalho, dos quais 500 diretos, mostra o documento encomendado pela empresa portuguesa.

Apesar dos impactos socioeconómicos previstos com a construção desta unidade, que espera contar com a atribuição de um apoio, por parte do Governo central, de cerca de 250 milhões de euros, através dos fundos europeus da bazuca espanhola, o investimento tem sido alvo de grande contestação na região precisamente devido aos impactos ambientais.

Face às desconfianças geradas em torno do projeto, a papeleira portuguesa tem-se desdobrado em esforços para mostrar os benefícios desta nova unidade para a região e rebatido as acusações de ser uma “bomba ambiental” para a região.

Depois desta vitória — indispensável para que a empresa pudesse avançar com o projeto –, a Altri vai agora concentrar todos os seus esforços para receber a autorização ambiental integrada, algo que deverá ocorrer em junho, segundo avança o jornal espanhol Cínco Días.

Esta autorização tem como finalidade mostrar que o projeto não traz riscos para a saúde pública, paisagem natural, património cultural ou para o domínio público marítimo-terrestre. O relatório que acompanha a declaração de impacto ambiental, elaborado pelo Departamento de Ambiente e Alterações Climáticas, afirma que não foi estabelecido um programa de monitorização ambiental no que diz respeito às emissões para a atmosfera, qualidade do ar, odores, ruído, produção de resíduos, descargas ou águas subterrâneas.

“Isso ficará estabelecido na autorização ambiental integrada, que deverá incorporar também tudo o que for acordado com outros organismos competentes como a Direção Geral do Património Natural, Águas da Galiza ou a Direção Geral de Saúde Pública”, salienta o mesmo documento.

A autorização ambiental integrada é agora a prioridade, na medida em que será necessária para desbloquear os fundos públicos necessários à realização do projeto. Além dos 250 milhões que deverão vir de ajudas públicas diretas do Governo espanhol, provavelmente através do Ministério da Indústria e Turismo, o projeto deverá ter outra ajuda num montante máximo de 30 milhões através do Plano Estratégico de Recuperação e Transformação Económica (Perte) ligado à descarbonização.

Uma vez obtida a autorização ambiental integrada, ficará a faltar uma última aprovação por parte do governo central, a quem caberá dar luz verde à ligação da central à rede elétrica. Algo essencial para poder funcionar, tanto na hora de solicitar mais energia nos picos de produção, como para devolver os excedentes ao sistema quando a procura contrai.

O Projeto Gama, promovido pela Greenfiber, uma empresa participada pela Altri e pela holding da empresa galega Greenalia, pressupõe que a central estaria ligada à subestação localizada na localidade de Melide, Lugo.

O investimento da Altri na Galiza chegou a estar previsto para o primeiro semestre de 2023, mas tem vindo a ser atrasado. A expectativa agora é que o projeto se desenvolva em duas fases: uma primeira fase de construção, que decorrerá de 2025 a 2027, e uma segunda fase de operação, com início previsto para 2028.

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Euro M entra nos 30 com novo posicionamento que coloca a emoção humana no centro da criatividade

  • + M
  • 14 Março 2025

A redefinição da identidade da agência portuguesa passa por "responder aos desafios do futuro", numa transformação que "reafirma" o seu compromisso em "mover marcas e mexer com emoções".

A celebrar 30 anos de existência, a agência Euro M assume como novo posicionamento “From Thinkology to Humanology”, desafiando-se “a si própria, e às marcas, a colocarem no centro da sua ação criativa o comportamento do ser humano”.

O objetivo da agência portuguesa com a redefinição da sua identidade passa por “responder aos desafios do futuro”. Esta transformação “não é apenas estética, mas sim uma reafirmação do compromisso da agência em ‘mover marcas e mexer com emoções’, colocando as pessoas e as marcas no centro da sua estratégia”, refere-se em nota de imprensa.

Isto uma vez que para a Euro M “é importante que a comunicação das marcas tenha um propósito claro e relevante, que seja autêntico e que faça com que as pessoas riam, chorem (de comoção) ou apenas parem para admirar/contemplar com prazer o que lhes está a ser proposto”.

Sabemos que as marcas só são verdadeiramente memoráveis quando conquistam emoções genuínas. A razão e a estratégia são ferramentas fundamentais, de suporte às escolhas e processo criativo, mas são as histórias e a conexão humana que fazem a diferença”, diz Pedro Santos Serra, CEO da Euro M, citado em comunicado.

Estamos numa fase de transformação em que já não basta comunicar. É preciso sentir, criar histórias e fazer com que as marcas convivam com os seus públicos. Esse é o nosso caminho e a razão pela qual existimos”, acrescenta.

Com o novo posicionamento, a Euro M “coloca a emoção como pilar essencial da comunicação“, com a agência a acreditar que, “num mundo saturado de mensagens, só as marcas que tocam as pessoas de forma autêntica conseguirão permanecer na sua memória“, refere-se em nota de imprensa.

“Neste sentido, a criatividade deve ser um reflexo daquilo que sentimos, vemos e vivemos. É por isso que o conceito de Humanology surge como uma evolução natural da Thinkology — porque pensar estrategicamente deve ser uma ferramenta da criatividade, que vive ao serviço do que é relevante, autêntico e emocionalmente impactante“, lê-se na mesma nota.

O portefólio de clientes da EuroM, que conta com mais de 50 profissionais, integra marcas como Milka, Oreo, Royal, Trident, Repsol, Oliveira da Serra, Cheetos, Doritos e Lay’s.

“A nossa história é muito mais do que 30 anos na indústria criativa. É um reflexo de consistência, maturidade e a capacidade de evoluir com os nossos clientes e com o mercado. Chegámos até aqui porque observámos, estudámos, aprendemos, experimentámos e voltamos a aprender, porque sentimos o mercado a cada campanha que fazemos, cada projeto que implementamos e porque repetimos tudo outra vez, vezes e vezes sem fim”, refere ainda o CEO da Euro M.

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Pedro Nuno Santos diz que investimentos privados anunciados por este Governo foram “obra do anterior”

Carro elétrico da Volkswagen na Autoeuropa e fábrica de baterias da CALB resultam de trabalho "iniciado" pelo Governo do PS, garantiu Pedro Nuno Santos esta sexta-feira.

O principal líder da oposição disse esta sexta-feira que a escolha de Portugal pela Volkswagen para a produção de um novo carro elétrico resultou do trabalho levado a cabo pelo anterior Governo, tal como o investimento numa nova fábrica de baterias no país por parte da empresa chinesa CALB.

“No que diz respeito ao novo modelo elétrico da Volkswagen e à fábrica de baterias elétricas, não é obra deste Governo nem deste primeiro-ministro, é do anterior”, afirmou Pedro Nuno Santos, durante uma visita à feira de turismo BTL, em Lisboa. “Por isso é que digo que aquilo que este Governo tem para apresentar de bom hoje é aquilo que já estava bem há um ano”, afirmou.

O secretário-geral do PS referiu-se em concreto à decisão do grupo Volkswagen, conhecida no início desta semana, de produzir na fábrica da Autoeuropa, em Palmela, um novo carro elétrico, chamado ID. EVERY1. Uma conquista que assegurará a continuidade desta unidade, que representa mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, e que foi dada a conhecer por um comunicado do Ministério da Economia.

Três dias depois, com o país encaminhado para eleições antecipadas, o líder socialista responde que este investimento resultou do trabalho do anterior ministro da Economia. “Primeiro, é desde logo uma decisão de um grupo privado. Mas [resulta] de todo um trabalho de apoio e toda uma estratégia que foi iniciada não por este Governo. Isto não é obra deste Governo mas sim do Governo anterior. Em particular, do ministro [António] Costa Silva”, disse Pedro Nuno Santos.

Sobre a fábrica de baterias, foi confirmado em fevereiro que a chinesa CALB irá investir cerca de dois mil milhões de euros na construção de uma unidade de produção de baterias de lítio em Sines. Este investimento tem potencial para criar 1.800 empregos diretos e valer mais de 4% do PIB.

No que diz respeito ao novo modelo elétrico da Volkswagen e à fábrica de baterias elétricas, não é obra deste Governo nem deste primeiro-ministro, é do anterior.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do Partido Socialista (PS)

O líder socialista aproveitou ainda a ocasião para falar mais diretamente da atual crise política, culpando Luís Montenegro pela instabilidade que se vive no país: “Toda a gente sabe porque é que nós vamos para eleições. Foi ele, pessoalmente, que nos trouxe a todos a esta situação. Traz todos os portugueses, mas arrastou também o seu próprio partido, arrastou a sua coligação e o seu Governo. E depois decidiu, com a moção de confiança, atirar o país para debaixo do comboio que ele pôs em andamento.”

Apesar do ‘passa culpas’, o antigo ministro das Infraestruturas de António Costa disse ser preciso “olhar para a frente”, porque “não há nenhuma transformação em curso” e o atual líder do Executivo “não tem uma visão e uma estratégia para o país”. As eleições são “uma oportunidade” para mudar as políticas e iniciar “uma nova fase” da vida política em Portugal, afirmou.

Pedro Nuno Santos considerou também que, enquanto antigo governante, já foi alvo de mais escrutínio do que o atual primeiro-ministro, algo que vê como uma vantagem: “Eu não temo nada. O PSD e o CDS podem fazer o que bem entenderem. Desejo-lhes até boa sorte. No que diz respeito ao meu passado, eu tive a felicidade – e digo que é felicidade hoje – de ter sido escrutinado como o atual primeiro-ministro não foi na campanha”, disse.

E dito isso, aventou: “Tivesse ele sido escrutinado como eu fui, se calhar nós não estávamos nesta situação.” “Precisamos de uma liderança que não tenha um manto de suspeição como a atual liderança do país tem”, rematou, em referência à polémica empresa familiar do primeiro-ministro, a Spinumviva, à qual vários grupos privados pagaram avenças mensais já com Montenegro no poder, incluindo, mas não só, o grupo Solverde.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h55)

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Países do G7 apoiam cessar-fogo na Ucrânia e ameaçam Rússia com novas sanções

  • Lusa
  • 14 Março 2025

A declaração final da reunião dos chefes de diplomacias do G7 inclui ainda uma ameaça de novas sanções se a Rússia não apoiar a proposta norte-americana de uma trégua de 30 dias.

Os países do G7 anunciaram esta sexta-feira o apoio à proposta de cessar-fogo para o conflito na Ucrânia e à integridade territorial deste país, ao mesmo tempo que exigiram medidas de segurança para Kiev e ameaçaram Moscovo com novas sanções.

A declaração final da reunião dos chefes de diplomacias do G7, em Charlevoix no Canadá, afirma o seu “apoio inabalável” à integridade territorial da Ucrânia e ameaçou a Rússia com novas sanções se não apoiar a proposta norte-americana de uma trégua de 30 dias, já aceite por Kiev mas que encontrou resistências do Kremlin.

O grupo das democracias mais industrializadas do mundo apela também para a implementação de “acordos de segurança robustos” para evitar uma nova agressão na Ucrânia.

O G7 demonstrou “forte unidade” nas discussões sobre a Ucrânia, disse Mélanie Joly, ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, anfitriã da reunião, que já indicara estar em redação uma forte declaração final.

“Apoiamos a proposta americana de cessar-fogo, aceite pelos ucranianos, e continuamos a aguardar a reação russa”, acrescentou, no último dia de discussões.

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PGR vai pedir documentos da empresa familiar de Montenegro

  • ADVOCATUS
  • 14 Março 2025

O Ministério Público vai pedir à empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, os documentos de atividade, faturação e contratos com os clientes.

O Ministério Público vai pedir à empresa familiar de Luís Montenegro, Spinumviva, os documentos de atividade, faturação e contratos com os clientes, avança o Observador. Entre esses clientes da Spinumviva que vão ser alvo de análise estão o grupo Solverde, a Rádio Popular, o Colégio Luso-Intenacional do Porto (Clip), a Ferpinta e o Grupo Sofarma.

Ao Observador, a Procuradoria-Geral da República não adiantou mais informações sobre quais são os crimes sob suspeita que estão a ser analisados e sublinhou que o Ministério Público determinou a abertura de uma averiguação preventiva com “vista a aprofundar nesse âmbito a recolha de elementos e a análise que já vinha a ser feita das denúncias recebidas”.

Em declarações à RTP, a antiga eurodeputada Ana Gomes explicou que uma das três queixas apresentadas à PGR foi feita por si e é relacionada com a avença do grupo Solverde à empresa Spinumviva e com a alegada falta de regulamentação nos casinos. Ana Gomes sublinhou também que não apresentou a queixa por causa de Montenegro, mas antes devido à “situação de combate ao branqueamento de capitais” em Portugal.

Após a queda do Governo, o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, anunciou ao país que tinha recebido não uma mas três denúncias anónimas contra a empresa familiar de Montenegro. Por isso deu início a uma “averiguação preventiva”, delegando no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) essa tarefa.

A criação da empresa familiar de Luís Montenegro – a Spinumviva – ganhou contornos políticos nas últimas semanas, levantando questões sobre o papel que o primeiro-ministro ainda terá nesta sociedade e levando o líder do Executivo a marcar uma moção de confiança que acabou chumbada e ditou a queda do Governo.

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Notable confirma desvio de fundos a dois agenciados

  • + M
  • 14 Março 2025

Além de confirmar o sucedido, a Notable assumiu a intenção de entregar aos agenciados "quantia igual à que havia sido desviada" pelo seu ex-colaborador" que entretanto já "cessou funções na empresa".

A Notable, agência liderada por Inês Mendes da Silva, confirmou esta sexta-feira que houve, efetivamente, desvio de fundos destinados a dois agenciados da empresa por parte de um “ex-colaborador”.

Embora sem concretizar que se trata de Manuel Santana Lopes — conforme foi noticiado por diversos meios após uma primeira denúncia feita no programa “V+ Fama” — a agência de relações públicas diz que foram desviadas “quantias destinadas a dois agenciados da empresa“.

Tiago Teotónio Pereira e Carolina Patrocínio são os dois agenciados que, durante três anos, terão sido lesados num montante superior a 250 mil euros por Manuel Santana Lopes, sobrinho de Pedro Santana Lopes e chefe de operações da Notable, agência onde trabalhava desde 2017.

Na sequência de notícias veiculadas nas últimas horas, a Notable confirma que constatou que um ex-colaborador desviou para si quantias destinadas a dois agenciados da empresa“, começa por referir a agência em comunicado, acrescentando que “os factos foram apurados no âmbito de uma auditoria interna, realizada de urgência por iniciativa da Notable, após verificação de alguns indícios que apontavam no sentido daquele desvio”.

A Notable avança ainda que “assumiu prontamente a intenção de entregar aos agenciados quantia igual à que havia sido desviada pelo seu ex-colaborador“, que entretanto “reconheceu o sucedido e cessou imediatamente funções na empresa”.

A agência liderada por Inês Mendes da Silva mandatou ainda os seus advogados para, “através dos meios jurídicos adequados, assegurarem o ressarcimento da empresa e o exercício dos seus demais direitos“.

Além de lamentar o sucedido “que surpreendeu toda a equipa”, a empresa, que representa outras personalidades como Cristina Ferreira, Rita Pereira ou Pedro Teixeira, deixa ainda um agradecimento pelas “palavras de apoio, solidariedade e confiança” entretanto recebidas.

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“É indiscutível que todo o sistema da CPAS tem de ser repensado”, diz líder da Regional do Porto da Ordem dos Advogados

Jorge Barros Mendes é candidato único ao Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados, nas eleições antecipadas de 18 e 19 de março.

Licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (Porto), Jorge Barros Mendes é candidato único ao Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados, nas eleições antecipadas de 18 e 19 de março. Mestre em Direito, na área de Direito Público, atualmente desenvolve advocacia na Delgado e Associados. Atualmente é Presidente e Presidente do Centro de Estágio do Conselho Regional do Porto da Ordem dos Advogados. Leia a entrevista.

Qual a sua principal preocupação nesta candidatura?

Esta candidatura pretende dignificar e unir a advocacia. Pretendo garantir uma representação efetiva e próxima dos advogados. A lista é composta por advogados de vários pontos geográficos da área geográfica do CRP e de várias realidades em termos de exercício da profissão, o que nos permite ter uma visão dos problemas da advocacia. Quero que o CRP seja um Conselho próximo, acessível e disponível para os Advogados e para os cidadãos. Continuarei a trabalhar para uma Ordem unida, evitando conflitos internos prejudiciais à classe, promovendo sempre o diálogo e a cooperação entre órgãos.

Que primeira medida pretende tomar, caso vença as eleições?

Esta é uma questão difícil, para um mandato de continuidade. Mas das primeiras medidas que irei tomar é no âmbito do desenvolvimento informático para apoiar os Advogados.

É uma candidatura de continuidade?

Esta é uma candidatura de continuidade, até porque o mandato foi interrompido. Apesar disso, temos elementos novos na equipa. Não obstante sermos uma candidatura de continuidade posso garantir que vamos trabalhar mais e melhor em prol da advocacia.

Porque é que acha que não há mais candidaturas ao CR do Porto?

Quero acreditar que é porque os Colegas entenderam que estamos a fazer um bom trabalho e que somos uma candidatura agregadora.

Houve pouco tempo para juntar assinaturas?

Não tivemos qualquer dificuldade em conseguir as assinaturas necessárias para apresentar a nossa candidatura. Aliás, conseguimos recolher praticamente o dobro das assinaturas necessárias para instruir a mesma.

O CRL da OA e o CG têm estado em guerra aberta. Essa postura é a mais correta na defesa dos advogados?

A divergência de ideias nos órgãos, é salutar e a Ordem e os advogados até podiam beneficiar das mesmas, se estas fossem geridas de forma construtiva e internamente. Conflitos internos que ganham dimensão externa afetam negativamente a capacidade e a imagem da OA e desviam-nos de questões essenciais. Sempre defendi e continuo a defender que a colaboração entre os órgãos da OA são fundamentais para uma representação sólida e eficaz da classe.​

Que balanço faz – de forma resumida – do seu mandato no CR Porto?

Neste mandato tive de resolver um problema muito complicado que foi a mudança de instalações do CRP. É um assunto que está provisoriamente resolvido, mas o tema continua em cima da mesa para resolver e tínhamos como objetivo, antes de terem sido convocadas eleições, resolvê-lo durante o ano de 2025. Vamos ver se conseguimos, uma vez que até à tomada de posse estamos em gestão. A formação foi uma aposta forte, quer na vertente online, de forma síncrona, com webinars e de forma assíncrona, com cursos de especialização de curta duração, quer na vertente presencial, no formato de jornadas e/ou congressos onde foram debatidos grandes alterações legislativas.

Apostamos ainda numa vertente cultural com a apresentação de livros na Biblioteca do CRP e no apoio às iniciativas das delegações. No trabalho menos visível, mas extremamente importante, consegui desmaterializar todo o CRP e disponibilizar os meios ao Conselho de Deontologia do Porto para iniciar o processo de desmaterialização e tramitação online dos processos.

De que forma é que o CR Porto pode ajudar a jovem advocacia?

Temos de resolver desde logo o problema dos estágios, nomeadamente o da remuneração dos estágios, que tal como está previsto irá condicionar a existência de muitos jovens advogados. O CRP pode apoiar significativamente a jovem advocacia através de iniciativas concretas, como a formação contínua e especializada, ajudando os jovens advogados a adquirirem competências essenciais para o início de carreira; dinamização de workshops e aconselhamento sobre gestão de escritório; promoção do acesso à tecnologia e inovação, por forma a apoiar a digitalização e modernização das práticas jurídicas, ajudando dessa forma os jovens advogados a adaptarem-se às exigências atuais e futuras da profissão.

Ora, o argumento da estabilidade institucional é um argumento forte para a convocação de eleições. Naturalmente, que não estávamos à espera de eleições antecipadas e o mandato em curso foi muito encurtado, o que foi prejudicial para a execução dos objetivos definidos para o primeiro trimestre do ano”

Que desafios enfrentam os advogados mais jovens no mercado de trabalho?

Os jovens advogados enfrentam a dificuldade de iniciar uma profissão liberal: custos elevados para abertura e manutenção de escritórios próprios e os encargos obrigatórios, nomeadamente para a CPAS e a dificuldade inicial de captação e fidelização de clientela.

Como avalia a questão das defesas oficiosas e as negociações que estão a ser feitas pela OA e Governo?

As defesas oficiosas desempenham um papel fundamental no sistema judicial português, assegurando que todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, tenham acesso à justiça. Contudo, este sistema tem enfrentado desafios significativos nos últimos anos, especialmente relacionados com a remuneração que não era revista há mais de duas décadas.
Para mim é fundamental a existência de negociações e de diálogo entre a OA e o Governo, por forma a que seja possível assegurar desde já a correção dos problemas da atualização da tabela que foi agora revista e atualizações dos valores de forma regular.

E a questão da CPAS? Concorda com o CG que defende que a CPAS não dá direitos sociais aos advogados?

Temos de ter em atenção que a CPAS foi criada em 1947 como sistema obrigatório de previdência. Tem tentado colmatar, nomeadamente através de seguros ou subsídios alguns direitos sociais, mas não é suficiente, até porque não foi criada com esse fim. É indiscutível que todo o sistema da CPAS tem de ser repensado, desde as contribuições, ao pagamento das pensões, aos direitos sociais dos advogados e dos solicitadores.

Concorda com a forma ou motivos apresentados pela senhora bastonária para convocar eleições antecipadas?

A Senhora Bastonária utilizou como argumento para convocar as eleições a alteração estatutária e a controvérsia que a designação direta de novos órgãos criou na Classe. Ora, o argumento da estabilidade institucional é um argumento forte para a convocação de eleições. Naturalmente, que não estávamos à espera de eleições antecipadas e o mandato em curso foi muito encurtado, o que foi prejudicial para a execução dos objetivos definidos para o primeiro trimestre do ano.

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