BE quer ERC a avaliar idoneidade dos proprietários de media

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

O BE quer que a ERC avalie a idoneidade dos proprietários na autorização para início de atividade, antes da compra ou aumento de uma participação qualificada e durante todo o tempo de titularidade.

O BE apresentou esta quarta-feira um projeto de lei para que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) faça uma avaliação vinculativa à idoneidade de quem pretende adquirir participações em órgãos de comunicação social.

A iniciativa dos bloquistas foi apresentada ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, que ouviu esta manhã, na Assembleia da República, todos os partidos da oposição sobre o novo código para a comunicação social que o Governo tenciona entregar no parlamento antes do verão.

O BE pretende que a ERC avalie a idoneidade dos proprietários no âmbito da autorização para início de atividade, num momento prévio à aquisição ou aumento de uma participação qualificada e continuamente durante todo o tempo de titularidade de participação qualificada.

Nesta avaliação, segundo o BE, deve ser considerado o modo como quem pretende adquirir uma participação “gere habitualmente os negócios, profissionais ou pessoas” e exerce a profissão em “especial nos aspetos que revelem a sua capacidade para decidir de forma ponderada e criteriosa, assim como o cumprimento de todas as obrigações éticas e legais associadas ao exercício da atividade”.

A apreciação da idoneidade deve considerar se o proprietário ou potencial adquirente já foi condenado pela prática de um crime punível com pena de prisão superior a seis meses, em casos de branqueamento, administração danosa ou corrupção ativa, falsificação, tráfico de influência, insolvência por decisão judicial ou proibição, por autoridade judicial, de agir na qualidade de administrador.

O BE pretende que um parecer negativo da ERC impeça a aquisição de uma participação em empresas de comunicação social e estabelece que essa decisão deve ser comunicada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), ao adquirente potencial e ao Banco de Portugal.

Em declarações aos jornalistas, a deputada do BE Joana Mortágua afirmou que, se tivesse havido esta fiscalização prévia na propriedade de empresas de media como a Global Media, Alpac Capital ou Trust In News, ter-se-ia evitado “situações de falência, falta de transparência e de enorme obscurantismo” dos interesses de quem detém os grupos de comunicação social.

Também em declarações após a reunião com o Governo, a dirigente do Chega Patrícia Carvalho defendeu que a legislação em causa está “bastante desatualizada” e que é urgente revê-la. A deputada disse ter transmitido ao Governo a preocupação do Chega sobre o facto de muitas vezes a “opinião confundir-se com informação, nomeadamente em canais de televisão”, considerando que a legislação deve deixar claro a diferença entre as duas.

Pela Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva também concordou que a legislação que existe “está obsoleta”. O deputado defendeu ainda que “não faz sentido continuar a cobrar aos jornalistas” o valor da carteira profissional uma vez que é um documento obrigatório para exercer a profissão.

Pelo Livre, o deputado Rui Tavares considerou que o código para a comunicação social que o Governo está a apresentar aos partidos deveria incluir mais apoios aos media, nomeadamente ao jornalismo de investigação e sem fins lucrativos, e maior proteção dos arquivos.

A porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, defendeu regras que impeçam “fenómenos como a concentração excessiva da titularidade de órgãos de comunicação social”, mais meios para a Entidade Reguladora para a Comunicação (ERC) e guias de boas práticas para lidar com fenómenos como as notícias falsas.

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Bruxelas quer orçamento de longo prazo mais flexível. Contributos abertos até maio

Comissão Europeia procura solução para responder ao desafio dos reembolsos dos empréstimos do NextGeneration ao mesmo tempo e procura novos recursos próprios.

A Comissão Europeia vai mesmo avançar com uma reforma do orçamento comunitário de longo prazo, de modo a ter mais flexibilidade na gestão, reforçar o investimento em defesa, mas também responder ao desafio colocado pelo reembolso dos empréstimos do NextGeneration. No entanto, antes de avançar com a proposta formal em julho, abriu uma consulta pública até ao dia 7 de maio.

O executivo comunitário quer adaptar o próximo Quadro Financeiro Plurianul (QFP) da União Europeia (UE), que começará em 2028, às “necessidades e prioridades em evolução“. O objetivo passa nomeadamente por garantir o equilíbrio entre o reembolso dos empréstimos do NextGenerationEU e, ao mesmo tempo, garantir contribuições financeiras nacionais estáveis ​​dos Estados-membros. Neste sentido, considera que é preciso introduzir novos recursos próprios. Até porque o próprio executivo emitiu dívida para financiar o apoio pandémico que terá de reembolsar.

“O status quo não é uma opção. É preciso fazer escolhas. A UE deve maximizar o impacto de cada euro que gasta, concentrando-se nas prioridades e objetivos da UE onde a ação da UE é mais necessária”, pode ler-se o comunicado divulgado esta quarta-feira por Bruxelas.

A nova abordagem prevê uma alteração na estrutura do plano que estabelece as despesas da UE, em particular para projetos e políticas plurianuais. Em vez dos habituais programas passará a contar “com um plano para cada país com reformas e investimentos importantes, projetados e implementados em parceria com autoridades nacionais, regionais e locais”.

Ademais, passará a existir um Fundo Europeu de Competitividade, que deve estabelecer uma capacidade de investimento para apoiar setores estratégicos e tecnologias críticas. Bruxelas prevê também um financiamento da defesa renovado, de modo a ser mais “direcionado e alinhado com interesses estratégicos” e contribuindo para uma nova política externa.

Paralelamente, estabelece que “deve incorporar salvaguardas adicionais que protejam o Estado de Direito“. Além disso, deve poder contar com “receitas modernizadas para garantir financiamento suficiente e sustentável” para as prioridades comuns.

Neste âmbito, Bruxelas abriu esta quarta-feira uma consulta pública convidando as partes interessadas e os cidadãos a darem sua opinião sobre o futuro orçamento da UE e as políticas que este deve apoiar.

Parlamento Europeu enfatiza importância da responsabilização

O presidente da Comissão dos Orçamento do Parlamento Europeu, Johan Van Overtveldt (ECR, Bélgica), e os correlatores do orçamento de longo prazo da UE, os eurodeputados Siegfried Mureşan (EPP, Roménia) e Carla Tavares (S&D, Portugal) congratularam a Comissão Europeia pela comunicação desta quarta-feira.

“Precisamos de um orçamento capaz de abordar os desafios que a União enfrenta – temos de financiar adequadamente as políticas tradicionais da União, ao mesmo tempo que asseguramos um financiamento adequado para as nossas novas prioridades. Também precisamos de estar equipados para pagar a nossa dívida conjunta de forma sustentável. A União não pode fazer mais com menos“, pode ler-se na comunicação conjunta.

Para os eurodeputados, o próximo orçamento de longo prazo deve reduzir a burocracia para os beneficiários, tornar-se mais flexível e responsivo a crises e choques e estar firmemente ancorado no Estado de Direito e nos valores da União. “O orçamento também deve ser suficientemente dotado de recursos com receitas mais fortes e modernas“, acrescentam.

No entanto, alertaram que estarão empenhados para garantir que o Parlamento tem um papel fundamental nas decisões-chave na estrutura e implementação do próximo orçamento, defendendo a importância da responsabilização.

Como funciona atualmente o orçamento de longo prazo?

  • O QFP abrange um período de pelo menos cinco anos.
  • Objetivo é garantir que as despesas da União Europeia se desenvolvam de forma ordenada e dentro dos limites dos próprios recursos.
  • Valores máximos que UE pode alocar aos principais setores de atividade são definidos por categoria de despesa, correspondendo às principais políticas da União.
  • Com base em uma proposta da Comissão, é adotado por unanimidade pelos 27 Estados-Membros da UE no Conselho, após aprovação pelo Parlamento Europeu.
  • O atual quadro financeiro vai de 1º de janeiro de 2021 a 31 de dezembro de 2027, com um valor total de despesa de 1.211 mil milhões de euros.
  • É acompanhado pelo NextGenerationEU, implementado para apoiar a economia durante a pandemia, de até 807 mil milhões de euros.

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Código da Comunicação Social já tem “arquitetura”

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

Para Pedro Duarte, ministro com a tutela da comunicação social, o Código é um "pilar fundamental" do Plano de Ação para a Comunicação Social e tem de ser aceite por uma "ampla maioria".

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, disse esta quarta-feira na Assembleia da República ter já a “conceção geral, a arquitetura e a sistematização do que pode vir a ser o código da comunicação social“.

O ministro ouviu todos os partidos da oposição sobre o novo código para a comunicação social que o Governo tenciona entregar ao parlamento antes do verão e enalteceu a forma “muito produtiva e muito proveitosa das reuniões” que decorreram durante a manhã, acrescentando que houve “um consenso muito generalizado sobre as propostas” apresentadas pelo Governo.

Em relação ao código da comunicação social, o ministro disse que este “está dividido já por partes”, passando primeiro por uma ronda em que escutam os partidos, seguindo-se uma parte em que o Governo vai “escutar peritos na matéria, quer algumas entidades especializadas, quer académicos e personalidades que se possam pronunciar”, e por fim a “fase de elaboração do articulado e da proposta de lei”.

Pedro Duarte disse ainda acreditar que “um código da comunicação social tem que ser muito abrangente” não podendo estar diretamente ligado a um “determinado Governo ou a um determinado grupo parlamentar”, havendo a necessidade de ser algo “que vai resistir ao longo do tempo a diferentes conjunturas políticas e que portanto tem de ser aceite por uma ampla maioria” no parlamento.

O governante com a tutela da comunicação social afirmou também que o Código é um “pilar fundamental” do Plano de Ação para a Comunicação Social.

Durante as declarações, destacou ainda as características do código da comunicação social, sendo uma delas a agregação de “legislação que está dispersa”, com intuito de facilitar a consulta aos “praticamente dois mil órgãos de comunicação social”, nomeadamente os de “natureza local e regional espalhados pelo país e que têm dificuldade por vezes em perceber as normas”.

O ministro fez também referência à “nova realidade”, considerando que hoje é possível aceder “a informação por muitos dispositivos e através de muitas plataformas, que não apenas os tradicionais”, e acrescentou que “é importante que haja normas que garantam […] o combate à desinformação e o combate àquilo que são formas de, no fundo, manipular as mentalidades“.

Relativamente ao livro branco da inteligência artificial, o governante disse que este se encontra “numa fase bastante adiantada”, e acrescentou que o Governo já tem “um acordo preestabelecido” com uma entidade para elaborar o documento.

Eu acredito que nós ainda durante o mês de fevereiro vamos conseguir concluir essa parceria, e o compromisso que temos com essa fundação é que até ao final do ano de 2025 o livro estará publicado e concluído“, disse o ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte.

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Symington revoluciona gestão com entrada da 5.ª geração. Conheça os novos líderes do grupo de vinhos

Dona da Graham’s aproveita reforma de Johnny Symington para passar testemunho aos primos e à próxima geração da família. Rupert passa a chairman e a liderança executiva é dividida por Charles e Rob.

Johnny Symington

É uma verdadeira revolução na gestão de topo da Symington Family Estates, histórica empresa que detém as marcas de vinho do Porto Graham’s, Cockburn’s, Dow’s e Warre’s, e as referências de DOC Douro Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde, Altano e Chryseia, além de outros projetos mais recentes no Alentejo e na região dos Verdes.

A saída de Johnny Symington da presidência do conselho de administração, que se reforma no final de fevereiro após 40 anos na empresa e seis anos nesta função, é aproveitada pelo grupo para a passagem de testemunho aos primos e à próxima geração da família. A última grande mudança tinha sido concretizada em janeiro de 2019, quando Rupert sucedeu ao primo Paul na presidência executiva.

O lugar de Johnny Symington, nascido no Porto em 1960, vai ser ocupado por Rupert Symington, igualmente pertencente da 4.ª geração da família e que nos últimos seis anos ocupou o cargo de CEO.

Por outro lado, a maior proprietária de vinhas no Douro – detém 25 quintas que totalizam mais de 2.500 hectares, dos quais 1.050 são de vinha – passa a ter uma liderança executiva bicéfala, com a ascensão do primo Charles e com a entrada para co-CEO de Rob, representante da 5ª geração da família.

Charles, Rupert e Rob Symington

Em termos de distribuição de áreas, Charles continuará responsável pela produção de vinhos da família, enquanto Rob terá a cargo a orientação das áreas comercial, enoturismo, people & culture e sustentabilidade.

Outros seis elementos da nova geração – Charlotte, Harry, Anthony, Vicky, Teresa e Hugh – assumem também responsabilidades nas áreas de marketing, vendas e enoturismo, de acordo com a informação divulgada esta quarta-feira pela família Symington. De ascendência escocesa, inglesa e portuguesa, produz vinhos no Norte de Portugal desde 1882 e foi uma das fundadoras da Primum Familiae Vini, uma associação de 12 famílias europeias produtoras de vinho.

Tenho enorme confiança naqueles que me vão suceder, bem como no futuro da empresa. Estou convicto que o nosso duradouro legado e reputação de qualidade e confiabilidade irão perdurar.

Johnny Symington

Ex-presidente do conselho de administração da Symington

Foi em 1985 que Johnny Symington entrou no negócio da família, voltando nessa altura de Londres, onde trabalhou numa empresa tecnológica ligada ao ramo farmacêutico depois de concluir os estudos em Portugal e Inglaterra. Foi cônsul-honorário do Reino Unido no Porto entre 2005 e 2013 e, pelos serviços em prol da comunidade britânica no Norte de Portugal, foi condecorado com a ‘Magnífica Ordem do Império Britânico’ (MBE na sigla original) pela Rainha Isabel II.

“A nossa empresa atravessou grandes e sucessivas transformações nestas décadas, o que lhe permitiu tornar-se mais relevante e bem-sucedida num mercado em acelerada mudança e altamente competitivo. (…) Tenho enorme confiança naqueles que me vão suceder, bem como no futuro da empresa. Estou convicto que o nosso duradouro legado e reputação de qualidade e confiabilidade irão perdurar. Manteremos a nossa capacidade de adaptação a um mundo que muito provavelmente mudará nos próximos 40 anos tanto ou mais que nos últimos 40″, refere Johnny Symington.

Além das quatro casas de vinho do Porto (Graham’s, Cockburn’s, Dow’s e Warre’s) e dos vinhos tranquilos do Douro, que se estreou a produzir em 1999 (Quinta do Vesúvio, Quinta do Ataíde, Altano e Chryseia, em parceria com a Prats), tem projetos mais recentes no Alto Alentejo (Quinta da Fonte Souto) e nos Vinhos Verdes (Casa de Rodas, em Monção e Melgaço).

Está também presente nos espumantes com as marcas Vértice (Caves Transmontanas), comprada em 2022, e Hambledon, adquirida um ano depois no Reino Unido, detendo 50% de cada um destes produtores. No enoturismo destacam-se os centros de visitas em Gaia e no Alentejo ou os dois restaurantes na duriense Quinta do Bomfim, prometendo ainda “um novo e aliciante projeto na baixa do Porto, a estrear brevemente”.

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Mais de um terço dos telemóveis vendidos em 2025 terão IA generativa, prevê Deloitte

Consultora concluiu que a melhoria dos equipamentos levará a uma subida de 7% nas vendas mundiais de smartphones este ano.

Mais telemóveis vendidos e mais inteligentes. É esta uma das principais previsões tecnológicas da Deloitte, que antevê um aumento de 7% nas vendas mundiais de smartphones em 2025 devido à melhoria dos equipamentos. A consultora estima que mais de um terço (30%) tenha funcionalidades de Inteligência Artificial (IA) generativa, o que capta a atenção dos consumidores.

A subida acontecerá um ritmo superior ao do ano passado (+5%). Ainda assim, nos computadores portáveis, a introdução desta tecnologia será até mais acelerada, com cerca de metade (50%) dos modelos vendidos a terem estas capacidades de processamento modernas, de acordo com o estudo “Technology, Media & Telecommunications (TMT) Predictions” realizado pela Deloitte.

Os autores do relatório consideram que a integração de IA generativa nos telemóveis poderá também ser uma alavanca para a venda de dispositivos premium (gama mais alta dos smartphones, que abrange os dobráveis, entre outros), até porque, segundo um outro estudo anterior da Deloitte, 50% dos consumidores, entre os 24 e os 45 anos de idade, indicaram que considerariam atualizar os seus smartphones antecipadamente para ter acesso a funcionalidades de IA generativa.

“A concretização do impacto das tecnologias emergentes dependerá em larga medida da capacidade do setor para construir pontes, colmatando as lacunas ainda existentes na adoção e utilização destas inovações”, começa por referir Pedro Tavares, partner (sócio) e líder de TMT da Deloitte. “Será necessário ter em conta o equilíbrio dos investimentos já realizados, as capacidades dos agentes de AI, que deverão ganhar maior peso, e a gestão das preocupações em torno da gestão do consumo de energia dos centros de dados”, exemplifica.

Em causa está o facto de a Big Four antecipar que todo este avanço tecnológico vá duplicar o consumo de eletricidade pelos centros de dados globais, para 4%, até 2030.

É que, além da IA, esperam-se outros desenvolvimentos na computação (cloud computing) e no setor das telecomunicações em particular, “que deverão trazer níveis de eficiência sem precedentes, novos modelos de negócio e experiências melhoradas para os consumidores”, de acordo com o especialista no digital.

“Estou convicto de que a forma como coletivamente abordarmos estes desafios irá definir o futuro não só da sociedade atual, mas de todas as gerações que se seguem”, afirma Pedro Tavares.

Dependerá também da capacidade de controlo dos conteúdos gerados por IA para fins maliciosos, como os deepfakes (quando a tecnologia se apodera da imagem ou voz de alguém para transmitir ou recolher informações), que também aumentarão, concluíram os estudiosos.

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Bruxelas propõe que liquidação de venda de ações ou obrigações demore só um dia na UE

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

Maria Luís Albuquerque explica que com esta medida "um novo participante no mercado que venda uma ação ou uma obrigação numa segunda-feira receberá o seu dinheiro na terça-feira".

A Comissão Europeia propôs esta quarta-feira reduzir de dois para um dia o período de liquidação das transações de valores mobiliários na União Europeia (UE), prevendo que o dinheiro chegue nas 24 horas após a conclusão da transação.

“Estamos a propor uma alteração que pode parecer técnica, mas que terá um impacto importante no sentido de tornar os nossos mercados de capitais mais eficientes. Propomos passar de um ciclo de liquidação T+2 para um ciclo de liquidação T+1 para as transações de valores mobiliários na União, até 11 de outubro de 2027”, anunciou a comissária europeia para os Serviços Financeiros, Maria Luís Albuquerque.

Falando em conferência na sede do executivo comunitário, em Bruxelas, a responsável eleita por Portugal exemplificou: “Isso significa que um novo participante no mercado que venda uma ação ou uma obrigação numa segunda-feira receberá o seu dinheiro na terça-feira, no fecho das operações, e o comprador receberá a ação ou a obrigação ao mesmo tempo”.

De acordo com Maria Luís Albuquerque, “o encurtamento do ciclo de liquidação na UE para um dia reduzirá os riscos e os custos e tornará os mercados de capitais mais eficientes, mais líquidos e mais harmonizados, o que constitui mais um passo importante no sentido da União da Poupança e do Investimento”.

A responsável detém também a pasta de uma União de Poupança e Investimento, prevendo-se para meados de março uma comunicação da Comissão Europeia sobre a estratégia a seguir para o concretizar.

De momento, a proposta traduz-se numa alteração legislativa para baixar o ciclo de liquidação dos valores mobiliários – tais como ações ou obrigações executadas em plataformas de negociação da UE – de dois dias úteis para um dia após a realização da negociação. A liquidação é o processo através do qual o comprador recebe o título e o vendedor recebe o dinheiro.

A proposta estabelece o dia 11 de outubro de 2027 como a data adequada para a transição, com Bruxelas a argumentar que estes mais de dois anos darão aos participantes no mercado o tempo necessário para se adaptarem. Entre os benefícios sublinhados pela Comissão Europeia está a melhoria da eficiência devido à redução dos riscos enfrentados pelos compradores e vendedores e a redução da fragmentação dos mercados face a outras jurisdições.

A proposta será agora apresentada ao Parlamento Europeu (eurodeputados) e ao Conselho (países) para apreciação e adoção, com as alterações a entrarem em vigor após acordo dos colegisladores e a publicação no Jornal Oficial da UE. O mercado de valores mobiliários da UE é um sistema regulado onde investidores compram e vendem ativos financeiros.

É supervisionado por entidades nacionais – como a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em Portugal – ou europeias – como o Banco Central Europeu (BCE) e a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) – para garantir proteção aos investidores. A negociação ocorre em bolsas de valores e plataformas digitais.

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Lisboa entre as cidades mais valorizadas no mercado de luxo mundial

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 12 Fevereiro 2025

A capital portuguesa ocupa o 10º lugar entre as cidades onde os preços das casas mais cresceram no último ano, com um aumento de 5,3%, ultrapassando Paris, Londres ou Nova Iorque.

O mercado imobiliário de luxo em Lisboa continua a dar provas de resiliência e atratividade. Lisboa ocupa o 10º lugar entre as cidades onde os preços das casas de alto padrão mais cresceram no ano que passou, com um aumento de 5,3%, superando metrópoles como Paris, Londres, Nova Iorque e até o principado do Mónaco. Os dados são do mais recente Prime Global Cities Index, da consultora internacional Knight Frank, que registou uma valorização média global de 3,2% no segmento prime.

Para Francisco Quintela, sócio fundador da Quintela e Penalva, parceira da Knight Frank em Portugal desde 2021, “estes dados mostram que o mercado nacional tem sido muito resiliente e atrativo, e continua a estar na mira dos investidores internacionais, o que é muito positivo para o setor e para a dinâmica da economia nacional.”

As cidades onde o luxo mais se valoriza
No topo do ranking das 44 cidades analisadas pelo relatório da Knight Frank, Seul destaca-se como a cidade com maior crescimento, registando uma impressionante valorização anual de 18,4%. Manila (17,9%) e Dubai (16,9%) ocupam o segundo e terceiro lugar, respetivamente. Tóquio (12,7%) e Nairobi (8,3%) fecham o top 5.

Em termos gerais, 34 das 44 cidades registaram crescimento nos preços das propriedades de luxo, enquanto apenas nove apresentaram ligeiras descidas. O estudo destaca que, após anos de volatilidade, os mercados da América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico estão a estabilizar, com taxas de crescimento mais equilibradas em torno da média global de 3,2%.

Perspetivas para 2025: um mercado ainda em alta?
Apesar dos desafios impostos pela inflação nas economias desenvolvidas, o setor imobiliário de luxo mantém-se otimista. Liam Bailey, global head of research da Knight Frank, acredita que “o caminho para taxas mais baixas tornou-se mais complexo nos últimos meses, mas com a expectativa de novos cortes em 2025, este será um fator determinante para desbloquear um maior crescimento nos preços das casas de luxo este ano.”

Lisboa continua, assim, a afirmar-se como um dos mercados imobiliários de luxo mais procurados, consolidando o seu estatuto de destino privilegiado para investidores de alto perfil. Num cenário global em constante transformação, a capital portuguesa segue a tendência de valorização e mantém-se no radar dos grandes compradores internacionais.

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2024 foi o ano mais mortífero para os jornalistas em trinta anos

  • Lusa
  • 12 Fevereiro 2025

O aumento global das mortes dos trabalhadores dos media em 2024, que registou uma subida de 22% em relação ao ano anterior, foi impulsionado principalmente pela guerra na Faixa de Gaza.

O ano de 2024 foi o mais mortífero das últimas três décadas para os jornalistas, com pelo menos 124 profissionais mortos em 18 países, segundo um relatório publicado pelo Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Estes números são os mais elevados desde que o CPJ mantém registos há mais de três décadas, refletindo o aumento dos conflitos internacionais, da agitação política e da criminalidade em todo o mundo.

Hoje, é o momento mais perigoso para se ser jornalista na história do CPJ“, salientou a diretora executiva da organização, Jodie Ginsberg, num comunicado.

Segundo o relatório, o aumento global das mortes dos trabalhadores dos media em 2024, que registou uma subida de 22% em relação ao ano anterior, foi impulsionado principalmente pela guerra na Faixa de Gaza, travada entre Israel e o grupo extremista palestiniano Hamas, na qual morreram 85 jornalistas, 82 dos quais palestinianos, representando 70% das mortes de todos os jornalistas no mundo.

A guerra em Gaza não tem precedentes no seu impacto sobre os jornalistas e demonstra uma grande deterioração das normas globais de proteção dos jornalistas em zonas de conflito, mas está longe de ser o único lugar onde os jornalistas estão em perigo. Os nossos números mostram que os jornalistas estão a ser atacados em todo o mundo“, salientou a representante.

No Sudão, devastado por uma guerra civil que já causou milhares de mortos e milhões de deslocados, foram mortos seis jornalistas em 2024.

De igual modo, no Paquistão, onde não se registavam mortes de trabalhadores dos meios de comunicação social desde 2021, foram mortos seis profissionais, em parte devido à agitação política no país.

O aumento dos assassinatos de jornalistas faz parte de uma tendência mais ampla do silenciamento dos meios de comunicação social a nível mundial. Esta é uma questão que nos deve preocupar a todos, porque a censura impede-nos de combater a corrupção e a criminalidade e de responsabilizar os mais poderosos”, frisou Jodie Ginsberg no mesmo comunicado.

O Médio Oriente e o Norte de África continuaram a ser as zonas onde o maior número de profissionais da comunicação social foi assassinado, representando mais de 78% (97) do total.

Na Síria, que se encontra atualmente num período de transição após a queda do regime do Presidente Bashar al-Assad em 8 de dezembro, foram mortos quatro jornalistas.

O Iraque, que foi palco de uma vaga de assassinatos de jornalistas entre 2003 e 2020, registava uma tendência inversa até 2023, um ano sem mortes. No entanto, em 2024, três jornalistas foram mortos na sequência da escalada da violência resultante da cooperação entre o Iraque e a Turquia em operações contra militantes curdos.

Segundo o CPJ, pelo menos 24 jornalistas em todo o mundo foram deliberadamente mortos por causa de seu trabalho em 2024. Os jornalistas independentes representam mais de 35% (43) de todos os assassinatos.

Em 2024, 31 dos freelancers mortos eram jornalistas palestinianos que faziam reportagens a partir de Gaza, onde os meios de comunicação social internacionais continuam a ser impedidos de trabalhar, exceto em raras viagens, organizadas pelo exército israelita.

Na América Latina e nas Caraíbas, o México registou cinco assassinatos em 2024, mantendo a sua posição como um dos países mais perigosos do mundo para os jornalistas.

No Haiti, onde o poder foi tomado por grupos criminosos e onde milhões de haitianos vivem atualmente em condições de guerra, os gangues reivindicaram a morte de dois jornalistas.

Ainda no âmbito do relatório divulgado, o CPJ fez várias recomendações no sentido de melhorar a segurança dos jornalistas e o processo de responsabilização por estas mortes, incluindo o estabelecimento de um grupo de trabalho internacional de investigação centrado nos crimes contra jornalistas.

Em 2025, os assassinatos dos profissionais da comunicação social continuam a um ritmo acelerado, com pelo menos seis jornalistas e trabalhadores dos media a serem mortos nas primeiras semanas do ano, alertou ainda o CPJ.

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Bright Pixel lidera ronda de 4,8 milhões da americana Keychain

Startup norte-americana prepara entrada na Europa com solução que, através da IA, liga retalhista e produtores para encontrar ingredientes e embalagens de forma mais rápida.

A Bright Pixel, braço de capital de risco da Sonae, liderou uma ronda de cinco milhões de dólares (cerca de 4,8 milhões de euros) da norte-americana Keychain, plataforma que liga retalhistas e produtores através da inteligência artificial (IA). Acelerar o desenvolvimento da plataforma e expandir o negócio para novas geografias na Europa estão entre os objetivos deste novo financiamento.

“Com este investimento, queremos capacitar a Keychain para transformar a indústria e a forma como retalhistas e fornecedores trabalham”, afirma Manuel Queiroz. “Acreditamos fortemente na capacidade da Keychain para modernizar a cadeia de abastecimento de bens de consumo embalados e no seu crescente impacto no mercado europeu. Estamos entusiasmados por apoiar a equipa neste momento crítico, enquanto expandem as suas ofertas e entram em novas geografias”, em concreta na Europa, diz o diretor da Bright Pixel Capital, citado em comunicado.

A plataforma — que já conta com uma rede de mais de 30.000 fabricantes e 20.000 marcas e retalhistas, facilitando mais de mil milhões de dólares em projetos todos os meses, segundo dados partilhados em comunicado — usa IA para ligar marcas, retalhistas e fabricantes a parceiros de fabrico, permitindo-lhes encontrar ingredientes e embalagens de forma mais rápida, “agilizando um processo tradicionalmente fragmentado e moroso de investigação e desenvolvimento”.

“Desde o lançamento da Keychain no ano passado, temo-nos focado em trazer transparência para o ecossistema de produção de bens de consumo nos Estados Unidos”, diz Oisin Hanrahan. “Ao mesmo tempo, temos explorado como podemos expandir as nossas capacidades para outras regiões, e o apoio do braço de investimento da Sonae é um grande passo nesse sentido. Estamos também entusiasmados por continuar a desenvolver novas ferramentas que vão simplificar a forma como as marcas obtêm embalagens e ingredientes”, diz o cofundador e CEO da Keychain, citado em comunicado.

Desde novembro de 2023, a Keychain angariou um total de 38 milhões de dólares, contando com o apoio de sociedades de capital de risco como BoxGroup, Lightspeed Venture Partners e SV Angel, bem como de players da indústria como General Mills, The Hershey Company e Schreiber Foods.

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Dona da Limiano e Terra Nostra alia-se à UTAD em programa de apoio a produtores de leite

Empresa de queijos Bel Portugal e UTAD lançam programa de apoio a produtores de leite do país. Objetivos são otimizar a produção e incentivar práticas sustentáveis sem aumentar custos.

Reportagem Fábrica de queijos Bel, onde são produzidos os queijos Limiano e Terra Nostra - 07FEV24
Fábrica de queijos Bel, onde são produzidos os queijos Limiano e Terra NostraRicardo Castelo/ECO

Reforçar a sustentabilidade e competitividade da produção leiteira nacional, valorizar ainda mais o trabalho dos produtores e garantir os elevados padrões de qualidade deste produto. São estes os grandes objetivos do programa produtores de leite Limiano que a Bel Portugal, empresa especialista em queijo, está a lançar, em parceria com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).

“O programa produtores de leite Limiano é um passo essencial para assegurarmos um futuro mais sustentável e rentável para os nossos produtores, promovendo práticas inovadoras que vão beneficiar toda a cadeia de valor do leite em Portugal”, assinala Eduardo Vasconcelos, diretor de compras da Bel Portugal, empresa detentora das marcas Limiano e Terra Nostra, no segmento de queijo flamengo.

José Carlos Almeida, professor da UTAD, explana, por seu turno, que “o programa otimiza a eficiência produtiva, promove práticas sustentáveis sem aumentar custos, motiva os recursos humanos e aumenta a rentabilidade das vacarias”.

O programa otimiza a eficiência produtiva, promove práticas sustentáveis sem aumentar custos, motiva os recursos humanos e aumenta a rentabilidade das vacarias.

José Carlos Almeida

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD)

Este programa está assente em três pilares fundamentais: produtores, animais e planeta. “A iniciativa incentiva a melhoria contínua baseada na eficiência, promovendo a adoção de processos inovadores que aumentem a produtividade sem comprometer os recursos naturais”, detalha a Bel, num comunicado.

Acresce a necessidade de garantir os elevados padrões de qualidade do leite, consolidando a confiança dos consumidores na marca, e o reconhecimento económico e social do trabalho dos produtores de leite.

“A produção leiteira holística, assente na agricultura regenerativa, também está no centro desta iniciativa, contribuindo para um modelo produtivo mais integrado e equilibrado”, informa a empresa cuja marca Limiano trabalha com 34 produtores de leite da zona Norte do país.

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Governo tem “visão muito próxima” do PSD e IL sobre revisão da lei dos TVDE

Propostas do PSD e IL para revisão da lei dos TVDE baixaram à especialidade. Ministro diz que estão "muito próximas" do visão do Governo para o setor.

O ministro das Infraestruturas explicou esta quarta-feira no Parlamento que o Governo parou a revisão à lei dos veículos TVDE que estava a preparar, uma vez que há várias propostas a fazer caminho no Parlamento. Numa audição parlamentar — que o governante considerou extemporânea –, Miguel Pinto Luz adiantou, ainda assim, que a visão do Executivo sobre esta matéria está “muito próxima” das propostas do PSD e do Iniciativa Liberal, que baixaram à especialidade.

“O Governo travou o ímpeto legislativo, por uma razão muito simples. É que o ímpeto legislativo agora está nesta casa. Desceram a esta comissão a proposta da IL e a proposta do PSD. Depois é que o Governo irá pronunciar-se“, sublinhou o ministro numa curta audição especificamente sobre esta matéria.

“A discussão estava ser feita aqui. Estávamos a monitorizar o que estava a acontecer aqui. Agora, querem saber o que é que o Governo pensa sobre isso? Manifestamente, parece-nos o inverter de toda a lógica“, atirou o mesmo, defendendo que “não fazia sentido um braço de ferro” entre o Governo e o Parlamento sobre a revisão desta lei.

Ainda assim, questionado pelos deputados, Miguel Pinto Luz assinalou que o Governo tem, sim, uma visão para o setor em questão, que está “muito próxima daquela que é a apresentada pelo PSD e do IL”.

No diploma do PSD que baixou à comissão de economia, os deputados defendem que “é necessário adequar a lei atual ao novo contexto e acolher algumas reivindicações, quer da parte de operadores e motoristas de TVDE, quer dos seus utilizadores, que se alinhem com objetivos de bem-estar geral”. E, para isso, apontam dez mudanças à lei.

São elas permitir que veículos registados como táxis estejam habilitados a registo simultâneo em TVDE, entregar a certificação e avaliação dos motoristas ao Instituto da Mobilidade dos Transportes (IMT), dispensar de cursos de formação e certificados de motorista de TVDE os detentores de certificados de motorista de táxi, subir o limite de idade da viatura afeta a TVDE de sete para dez anos (ou 12 anos, no caso dos veículos elétricos) e permitir a publicidade no exterior e interior das viaturas (conforme já é permitido em transportes públicos e táxis).

O PSD quer também eliminar os limites à tarifa dinâmica (hoje o limite é o correspondente a 100% do valor médio cobrado pelos serviços prestados nas 72 horas imediatamente anteriores), considerando que essas restrições “economicamente não são justificáveis”.

Outra das proposta da bancada social-democrata é a obrigatoriedade de todas as plataformas de TVDE adotarem partilha de dados em tempo real na plataforma anunciada pelo IMT, bem como a obrigatoriedade de as plataformas implementarem a possibilidade dos utilizadores selecionarem o português como língua do motorista. O PSD defende também a instalação de botões de pânico quer para utentes, quer para os motoristas. E o fim da proibição de os motoristas avaliarem os utilizadores, já que Portugal é o único país onde existe esse travão.

Algumas destas propostas ecoam no projeto de lei que baixou à especialidade, o do Iniciativa Liberal. Por exemplo, também esta bancada quer permitir a publicidade nos TVDE e que os motoristas avaliem os utilizadores. Também no que diz respeito aos preços, os liberais convergem, de modo geral, com o grupo social-democrata, considerando que os preços devem ser “verdadeiramente livres”.

Por outro lado, o Iniciativa Liberal propõe a possibilidade de os motoristas se inscreverem diretamente na plataforma sem qualquer intermediação.

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Proença de Carvalho na assessoria da venda de central de biomassa à Bianna

A Proença de Carvalho assessorou a acionista maioritária na alienação da maioria do capital da Termogreen – empresa dedicada ao tratamento de resíduos - ao Grupo Bianna.

A Proença de Carvalho assessorou a acionista maioritária na alienação da maioria do capital da Termogreen – empresa dedicada ao tratamento de resíduos com vista à produção de energia elétrica – ao Grupo Bianna, multinacional espanhola na área da engenharia, conceção, fabrico de equipamentos e soluções inovadoras para o tratamento de diversos tipos de resíduos.

A equipa da Proença de Carvalho foi liderada pelo sócio André Matias de Almeida. A coordenação da operação foi do associado da área de M&A, Igor Amarii, com a colaboração dos advogados Mariana Castro Pereira e Bruno Matias. “A operação revelou-se especialmente desafiante pelo seu cariz transnacional, envolvendo duas jurisdições diferentes com complexidades próprias a nível jurídico, mas também do ponto de vista comercial”, segundo comunicado do escritório.

Nas palavras do sócio André Matias de Almeida: “Qualquer operação cross border acrescenta níveis de complexidade, a que depois se somam o que uma venda de apenas parte do capital social diz respeito, sobretudo quando o adquirente é uma multinacional muito preparada para processos de aquisição.”

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