Governo italiano com “luz verde” para construir maior ponte suspensa do mundo

  • Lusa
  • 6 Agosto 2025

Projeto, que liga a Sícilia ao continente, inclui a construção de uma ponte suspensa de 3,3 km, o que a tornará a maior do mundo, com duas vias férreas no centro e três faixas de rodagem de cada lado.

O projeto de construção de uma ponte sobre o estreito de Messina, entre a Sicília e o continente italiano, na maior ponte suspensa do mundo, recebeu esta quarta-feira a aprovação definitiva, anunciou o Governo.

O projeto do governo, no valor de 13,5 mil milhões de euros, recebeu a “luz verde” definitiva do comité interministerial para o planeamento económico e o desenvolvimento sustentável, tal como antecipara na segunda-feira o ministro dos Transportes e Infraestruturas, Matteo Salvini, grande impulsionador desta polémica obra.

Agora é necessário o visto do Tribunal de Contas, mas conto começar com os estaleiros, as obras e as expropriações entre setembro e outubro. Se continuarmos como começámos, o objetivo é podermos atravessar a ponte entre 2032 e 2033, como previsto pelos engenheiros”, disse Salvini, em conferência de imprensa.

O projeto inclui a construção de uma ponte suspensa de 3,3 quilómetros, o que a tornará a maior do mundo, com duas vias férreas no centro e três faixas de rodagem de cada lado, e ainda 40 quilómetros de ligações rodoviárias e ferroviárias, três novas estações ferroviárias e um centro de negócios na Calábria.

Esta ideia de uma ponte a ligar a península italiana à ilha da Sicília, contestada por muitos em Itália, até porque será realizado apenas com dinheiros públicos, é pensado deste os tempos da Roma antiga, tendo sido já aprovado e cancelado por diversas vezes por diferentes governos italianos desde 1969.

A ponte sobre o estreito da Messina era também uma ambição do antigo primeiro-ministro e magnata Sílvio Berlusconi, falecido em 2023. Nunca chegou a avançar pelo alto custo do investimento, preocupações ambientais e também receios de infiltração da máfia, particularmente ativa na Sicília e na Calábria, a região do continente com a qual a ilha ficará ligada.

Contudo, na sequência da chegada ao poder, em 2022, do atual Governo de direita e extrema-direita liderado por Giorgia Meloni (líder do partido pós-fascista Irmãos de Itália), que integra também o Força Itália (fundado por Berlusconi) e a Liga de Salvini.

Apesar de o Governo defender que a ponte será um “acelerador de desenvolvimento”, são muitas as vozes a insurgirem-se contra este projeto e a alertarem para “o esbanjamento” de dinheiro público tão necessário noutros domínios. Em maio passado, o maior sindicato da Itália, o CGIL, escreveu à Comissão Europeia a solicitar que rejeitasse a aprovação do plano, e citou “sérias questões técnicas, ambientais, regulatórias e sociais críticas”.

Muitos autarcas e especialistas temem designadamente que a ‘Ndrangheta e a Cosa Nostra, as máfias que dominam a Calábria e a Sicília, respetivamente, e que ao longo dos anos se foram infiltrando na economia legal, sejam as grandes beneficiadas com este projeto milionário.

Os especialistas advertiram que um dos setores onde a máfia tem particular poder é o das obras públicas, além de que o dinheiro público destinado à ponte corre o risco de ir parar aos bolsos de famílias ligadas à ‘Ndrangheta e a Cosa Nostra, proprietárias de dezenas de milhares de hectares nas zonas afetadas pelas obras.

“Se não construímos a ponte porque existe a máfia e a ‘Ndrangheta, então já não faremos nada”, contrapôs Salvini, garantindo que o Governo vai vigiar “toda a cadeia de abastecimento” da obra para que seja impermeável a infiltrações mafiosas.

A nível técnico, muitos especialistas também advertiram para os desafios que uma obra desta envergadura comporta, assinalando que o estreito de Messina é conhecido por ventos violentos, que podem ultrapassar os 100 quilómetros por hora, pondo em risco a estabilidade da ponte, suportada por cabos de aço.

Além do mais, lembraram que esta parte do sul de Itália se situa na fronteira entre duas placas tectónicas e já sofreu sismos devastadores.

Os partidos da oposição também não pouparam críticas ao projeto, apontando que representa “o maior desperdício de dinheiro público já visto em Itália”, suportado exclusivamente pelos cidadãos, “sem um único euro de investimento privado”, e argumentaram que as regiões envolvidas, Sicília e Calábria, “precisam de infraestruturas para o bem-estar dos cidadãos, como caminhos de ferro, água potável e transportes, e não uma ponte que liga duas áreas com infraestruturas devastadoras”.

“Nem mesmo Berlusconi se atreveu a fazer algo assim”, deplorou Angelo Bonelli, deputado da Aliança Verdes-Esquerda, que criticou também “a arrogância” do Governo de Meloni por ter ignorado todos os pareceres ambientais contrários à construção desta ponte.

Roma pretende reclassificar este projeto como militar, para se aproximar do compromisso recentemente assumido pelos Estados-membros da NATO de consagrarem 5% dos respetivos PIB (produto interno bruto) a gastos em Defesa, até 2035, argumentando que aumentaria a mobilidade militar da Aliança, ao permitir a rápida transferência de tropas e equipamento entre o Norte da Europa e a região do Mediterrâneo.

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Tecnológica Timestamp integra espanhola para consolidar expansão internacional

Integração reforça o posicionamento do grupo liderado por Sérgio Pena Dias no mercado ibérico. Multinacional portuguesa emprega mil pessoas.

A Timestamp, multinacional portuguesa especializada em soluções tecnológicas, chegou a um acordo para integrar no Grupo a arin, consultora espanhola especialista na implementação de soluções Oracle, e a Fin4Retail, plataforma tecnológica orientada para a gestão do crédito ao consumo no setor retalhista. O objetivo da portuguesa passa por ampliar a presença como multinacional de referência no mercado tecnológico ibérico.

“A integração da arin e da Fin4Retail representa mais um passo na estratégia de expansão internacional do Grupo Timestamp“, refere o chairman do grupo português, em comunicado. “Esta consolidação permite-nos, não só, tornar mais robusta a nossa presença geográfica e amplitude de serviços em Espanha, como fortalece a oferta e capacidade de resposta da área de negócio das solutions & applications do Grupo”, diz Sérgio Pena Dias.

Esta consolidação permite-nos, não só, tornar mais robusta a nossa presença geográfica e amplitude de serviços em Espanha, como fortalece a oferta e capacidade de resposta da área de negócio das solutions & applications do Grupo.

Sérgio Pena Dias

Chairman do Grupo Timestamp

Por sua vez, o CEO da arin, Hugo Amann, avança que “estão muito satisfeitos com a integração no Grupo Timestamp”, destacando que “será um grande passo em frente, tanto para a equipa, como para o negócio e os clientes”.

Com esta integração, o Grupo Timestamp passa a ter presença física também em Bilbau. Este movimento surge após a entrada oficial da Timestamp no mercado do Reino Unido e da Irlanda, um passo estratégico que incluiu o lançamento de canais digitais dedicados à região.

Sérgio Pena Dias, chairman do grupo TimestampTimestamp

Com esta expansão, a Timestamp reforça a sua presença internacional, que inclui também Lisboa, Porto, Londres, Amesterdão, Lausanne e América Latina.

A Timestamp é uma multinacional portuguesa com mais de mil colaboradores e escritórios em Lisboa, Porto, Barcelona, Madrid, Bilbau, Málaga, Londres, Amesterdão, Lausanne, Santiago do Chile, Bogotá e Cali. É partner estratégica de fabricantes como Oracle, AWS, Google, IBM, IFS, Microsoft, Red Hat, Salesforce, SAP ou SAS.

Fundada em 2008, a arin é uma consultora tecnológica especializada na implementação de soluções Oracle, com presença consolidada em Espanha e América Latina. Em 2017 é lançada no mercado a Fin4Retail, solução desenvolvida pela arin, concebida para responder aos desafios específicos da gestão de financiamento ao consumo em contexto de retalho.

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Portugal vai comprar dois kits de combate a fogos para aviões C-130

  • Lusa
  • 6 Agosto 2025

Conselho de Ministros vai aprovar aquisição por cerca de 16 milhões de euros de dois dos “mais moderno 'kits de combates a fogos florestais” para equipar as aeronaves C-130 da Força Aérea.

O ministro da Defesa Nacional anunciou esta quarta-feira que o Estado vai adquirir dois kits de combate aos incêndios florestais para equipar duas aeronaves C-130, num investimento de cerca de 16 milhões de euros.

Em declarações aos jornalistas no Ministério da Defesa Nacional, em Lisboa, à margem de uma cerimónia de designação de dirigentes de direções-gerais do seu ministério, Nuno Melo anunciou que o Conselho de Ministros aprovará a aquisição de dois dos “mais modernos kits de combates a fogos florestais” para equipar as aeronaves C-130 da Força Aérea.

Esta compra terá um custo a rondar os 16 milhões de euros, disse o ministro, acrescentando que o objetivo do Governo é que estas duas aeronaves estejam disponíveis com a “maior rapidez” possível, embora não este ano, porque é preciso tempo aplicar os kits e formar novas equipas para este tipo de missões.

“Os kits de incêndio colocados nos C-130 transportam muito maior quantidade de água, suponho que até 12 toneladas, com descargas muito maiores de uma só vez ou parcelares, comparativamente com helicópteros e serão, em complemento, um equipamento importante”, explicou.

No total, acrescentou o ministro, o país terá disponíveis para combate aos fogos nove helicópteros Black Hawk, cujo início de operação está previsto para 2026, bem como dois bombardeios Canadair entregues a Portugal em 2030.

Questionado sobre a notícia do Público, que dá conta de que a Força Aérea Portuguesa tem 10 aeronaves (três aviões KC-390 sete helicópteros Koala) que podiam ser usadas para combater incêndios rurais, mas não os utiliza porque o Estado não comprou os kits que permitem adaptar os aparelhos para esta missão, Melo explicou que esses equipamentos estão pensados para outro tipo de funções.

“KPC-390 não tem nada a ver com kits de incêndios, muito embora, por exemplo, no Brasil, alguns recebem kits de incêndios para cenários completamente diferentes (…) que não tem nada a ver com a realidade portuguesa. Portugal tem uma dimensão e uma natureza, o Brasil tem outra e para Portugal os C-130 são aviões muito melhor preparados”, detalhou.

Sobre os Koala, Nuno Melo afirmou que estão a ser utilizados nos incêndios para o “transporte de operacionais, entre outras coisas” e que “nem sequer é correto dizer-se que não estão a ser utilizados”.

Cerca de 3.000 hectares arderam em Vila Real e Mondim de Basto

O incêndio que começou no sábado em Vila Real, se estendeu a Mondim de Basto e está esta quarta-feira em resolução queimou cerca de 3.000 hectares de área na serra do Alvão, disseram à Lusa os presidentes dos municípios.

O presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, referiu ser esta a primeira avaliação do incêndio rural que deflagrou no sábado à noite, em Sirarelhos, no concelho, e que entrou em fase de resolução às 07:45 de hoje.

“Estamos a falar de um prejuízo para aquilo que é a nossa biodiversidade e o Parque Natural do Alvão [PNA], que vai demorar anos a ser recuperado. Estamos a falar de mais de 3.000 hectares de área ardida”, afirmou o autarca.

Alexandre Favaios apontou ainda algum impacto na agricultura, mas ressalvou que a avaliação dos prejuízos vai ser a “missão para os próximos dias”. “Como é óbvio, o balanço, nesse aspeto, é extremamente negativo. Apesar de tudo, o aspeto positivo é não termos nenhuma habitação que foi consumida, que foi sequer danificada”, referiu, lembrando a intensidade e a grande dimensão do fogo, que atingiu que percorreu várias aldeias.

O presidente da Câmara de Mondim de Basto, Bruno Ferreira, disse que no seu concelho — onde a área afetada representa um terço da área ardida total deste fogo – o principal dano foi na floresta e na paisagem.

“Já tivemos mais de 1.000 hectares de área ardida no nosso concelho, o PNA também tem sido fustigado por este incêndio, o que nos traz também bastante preocupação do ponto de vista até da sustentabilidade, mas também do ponto de vista económico”, afirmou o autarca à Lusa.

Mas o estrago não foi só na floresta, foi também no pasto, que “foi substancialmente destruído”. “Tendo em conta que ainda temos um pastoreio extensivo, ou seja, a alimentação dos animais na montanha, este é também um sinal já de alerta para aquilo que possam ser as consequências futuras”, referiu Bruno Ferreira. O autarca elencou várias atividades afetadas: o turismo, a apicultura, a pastorícia e a floresta e a resinagem.

Em consequência deste incêndio arderam também, na área de Mondim de Basto, uma casa de segunda habitação, uma antiga casa florestal requalificada, alguns apiários, muros de suporte e a infraestrutura de abastecimento de água em Ermelo. “No fundo há aqui um impacto ambiental e económico e terá que ser feita uma avaliação em conjunto com todas as entidades, quer municipais, quer nacionais, para encontrarmos soluções”, frisou.

No entanto, Bruno Ferreira disse que o incêndio ainda não terminou e, portanto, o foco é o combate, mas ao mesmo tempo perceber também de que forma se conseguem ir resolvendo os pequenos problemas que vão aparecendo.

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Nelson Silva sai da tecnologia para ‘conduzir’ Rede Expressos

A rede nacional de autocarros tem um novo diretor-geral. No ano passado, a empresa transportou mais de 11 milhões de passageiros e percorreu cerca de 81 milhões de quilómetros.

Nelson Silva, diretor-geral da Rede Expressos

Depois de mais de cinco anos como diretor de tecnologias de informação, Nelson Silva vai assumir a direção geral da Rede Expressos, que no ano passado transportou mais de 11 milhões de passageiros e percorreu cerca de 81 milhões de quilómetros.

A anterior liderança de projetos de digitalização e modernização de serviços confere ao novo diretor-geral “uma visão estratégica e transversal essencial para liderar a Rede Expressos numa nova fase de consolidação do crescimento sustentável e transformação digital”, destaca a empresa, que recentemente investiu 15 milhões de euros na renovação da frota.

“A Rede Expressos tem um papel essencial na mobilidade nacional e na coesão territorial. É com grande sentido de responsabilidade que assumo esta nova função, com o objetivo de acelerar a inovação, reforçar a confiança dos nossos clientes e continuar a construir soluções de transporte cada vez mais sustentáveis e acessíveis”, aponta Nelson Silva.

A Rede Expressos tem um papel essencial na mobilidade nacional e na coesão territorial. É com grande sentido de responsabilidade que assumo esta nova função.

Nelson Silva

Diretor-geral da Rede Expressos

Fundada em 1995, a rede nacional de autocarros expresso viaja atualmente para mais de 350 destinos em Portugal e no estrangeiro. No ano passado, segundo dados oficiais, registou um crescimento de 9,2% no número de passageiros transportados e aumentou em 34% as vendas digitais, “o que demonstra a crescente adesão dos clientes às plataformas online e o sucesso das iniciativas de transformação digital em curso”.

No mesmo comunicado, a empresa refere que pretende continuar a reforçar a cobertura nacional e internacional, apostar em tecnologias inovadoras e “consolidar a sua liderança no setor da mobilidade em Portugal, mantendo o seu compromisso de ligar pessoas e territórios com qualidade, segurança e responsabilidade ambiental”.

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Entrada da Mota-Engil no acordo entre Visabeira e irmãos Martins força OPA na Martifer

Construtora vai manter-se como a maior acionista, com 37,5%. Caso seja possível avançar com uma oferta potestativa sobre a totalidade do capital, Visabeira vai igualar a posição da Mota-Engil.

A inclusão da Mota-Engil no acordo entre a Visabeira Indústria e a I’M, dos irmãos Martins, para a entrada no capital da Martifer forçou o lançamento de uma oferta pública de aquisição por parte do grupo industrial de Viseu sobre a totalidade do capital que não é controlado pelos três acionistas.

Caso a oferta seja bem-sucedida e a empresa consiga ficar com mais de 90% do capital na operação, o limiar que permite o lançamento de uma OPA potestativa para comprar as restantes ações no mercado, o acordo parassocial tripartido prevê que a Mota-Engil e a Visabeira se tornem os maiores acionistas, com 37,5% do capital cada, enquanto os irmãos Martins reduzem a sua participação para 25%.

A Visabeira Indústria anunciou o lançamento de uma OPA obrigatória da totalidade das ações da Martifer que não são já controladas pelo grupo industrial de Viseu, pela I’M (irmãos Carlos e Jorge Martins) e pela Mota-Engil que, somados, representam 87,4% do capital, num comunicado enviado na madrugada desta quarta-feira à CMVM. A contrapartida é de 2,057 euros por ação.

A oferta surpreendeu o mercado, uma vez que, há pouco mais de um mês, o regulador tinha afastado a necessidade de uma oferta, dado que o acordo inicialmente assinado pela Visabeira para entrar no capital da Martifer apenas incluía a sociedade detida pelos irmãos Martins. Em outubro do ano passado, a Visabeira e a I’M informaram ter celebrado um “contrato-promessa de compra e venda de ações representativas de 24% do capital social da Martifer – SGPS, SA, bem como um acordo parassocial que regerá as respetivas relações enquanto acionistas”.

Face aos termos deste acordo estabelecido entre as partes, a CMVM concluiu então que foi apresentada “prova suficiente de que os termos desses acordos não conferem à Visabeira o poder de exercer influência dominante sobre a Martifer, não se verificando, por isso, os pressupostos legais que determinariam a obrigação de lançamento de uma OPA”. Contudo, entretanto os termos do acordo alteraram-se, com a Mota-Engil a entrar no contrato, o que tornou o lançamento de uma OPA obrigatória.

O ECO sabe que a construtora, que detém 37,5% do capital da Martifer, terá forçado a sua inclusão no acordo do qual tinha sido deixada de fora, com os três acionistas a elaborarem novos acordos.

No anúncio de OPA divulgado, a Visabeira informa que a oferta é geral e obrigatória, na sequência de “um acordo de acionistas com a I’M – SGPS, S.A. (“IM”) e a Mota-Engil, SGPS, S.A. (“Mota Engil”) em relação aos termos e condições que deverão regular as respetivas relações enquanto acionistas da Sociedade Visada (“Acordo Parassocial Tripartido”), cuja produção de efeitos se encontra sujeita à obtenção das aprovações e/ou não oposição, sem compromissos, da(s) autoridade(s) da concorrência exigíveis nos termos da regulamentação aplicável”.

Segundo o mesmo documento, foi feito “um contrato de compra e venda em relação a ações representativas de 5% do capital social da Martifer, com liquidação física e financeira a 6 de agosto de 2025” e “um aditamento ao contrato promessa de compra e venda celebrado pela oferente, em 2 de outubro de 2024, conforme oportunamente divulgado ao mercado, prevendo-se neste aditamento que a oferente adquirirá, até 30 de abril de 2026, ações representativas de 18% do capital social da Martifer”.

O mesmo comunicado refere que há ainda 2,2% do capital em ações próprias, sendo imputáveis à Visabeira, à IM e à Mota Engil “na presente data e nos termos do número 1 do artigo 20.º do CVM, 87,4% dos direitos de voto”.

Contas feitas, concluídas estas transações, a Visabeira Indústria “passará ser titular de 23.000.000 ações representativas de 23% do capital social da Martifer“, enquanto a I’M passará a ser titular de 25.087.802 ações, representativas de 25%, e a Mota-Engil continuará a ser titular de 37.500.000 ações representativas de 37,5% do capital social da Martifer.

A Visabeira, que encabeça o lançamento da OPA, poderá aumentar a sua participação na Martifer até 37,5%, dependendo do sucesso da operação. Ou seja, o objetivo é passar a controlar os 100% do capital. Isso apenas poderá acontecer se for ultrapassada a barreira dos 90% na oferta, permitindo uma oferta potestativa sobre as restantes ações dispersas; ou se, sendo aprovada uma exclusão voluntária de bolsa, os investidores que fiquem com ações aceitarem vender à base acionista de controlo. De uma maneira ou de outra, o futuro da Martifer deverá passar a ser fora da bolsa.

“Se a Oferente, em resultado da Oferta, diretamente ou nos termos do artigo 20.º, número 1 do CVM, em particular em conjunto com as partes no Acordo Parassocial Tripartido, vier a deter 90% (noventa por cento) ou uma percentagem superior dos direitos de voto correspondentes ao capital social da Sociedade Visada, a Oferente exercerá o direito de aquisição potestativa”, explica o comunicado.

Já se o limiar dos 90% não for alcançado, “a Oferente requererá a convocação de uma assembleia geral de acionistas da Sociedade Visada para aprovar a exclusão voluntária de negociação das Ações da Sociedade Visada, estando as partes no Acordo Parassocial Tripartido obrigadas a viabilizar essa deliberação.

As ações da Martifer estão suspensas desde antes da abertura do mercado para “assegurar que o mercado absorve a informação divulgada pela emitente”, aguardando-se que seja levantada esta suspensão pelo regulador.

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Acionistas do Sabadell aprovam venda de banco britânico e dividendo em plena OPA

Em plena OPA do BBVA, os acionistas do Sabadell aprovaram a venda do TSB por 3,1 mil milhões ao Santander e ainda um dividendo histórico de 2,5 mil milhões.

Os acionistas do Sabadell aprovaram esta quarta-feira a venda da sua filial britânica e ainda a distribuição de um dividendo histórico de 2,5 mil milhões de euros em plena oferta pública de aquisição (OPA) do rival BBVA.

Em assembleia geral extraordinária, a maioria dos acionistas presentes (99,6%) deu “luz verde” à alienação do TSB ao Santander por cerca de 3,1 mil milhões de euros.

Momentos mais tarde, e com um quórum de quase 70% do capital representado na reunião magna, aprovaram o pagamento do maior dividendo da história do Sabadell por conta do excesso de capital gerado pela venda no Reino Unido, com o presidente Josep Oliu a defender que a proposta “está em linha com a política do banco, antes mesmo da formulação da OPA do BBVA”.

No final da sua intervenção, Oliu apelou aos acionistas que aproveitem o verão para “refletirem bem” em relação ao “dia em que decidirem se querem que o projeto solitário de Sabadell como banco de referência do país continue”.

O BBVA lançou uma OPA hostil sobre o Sabadell há mais de um ano e já teve luz verde do Banco Central Europeu (BCE) e da Autoridade da Concorrência espanhola.

Em junho passado, o BBVA decidiu manter a oferta de 11 mil milhões de euros depois de o Governo espanhol ter endurecido as condições do negócio, incluindo a proibição de fusão durante três anos.

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Seguradora AXA ganha à Allianz o controlo da insurtech Prima

A agência de subscrição digital italiana especializada em seguro automóvel passa a ser detida a 51% pela gigante francesa. A reação do mercado bolsista foi negativa.

Após o anúncio em 1 de agosto da aquisição da insurtech italiana Prima Insurance pela AXA, as cotações da seguradora francesa ainda não recuperam da queda de 6,5% provocada pela notícia. A alemã Allianz também esteve na corrida por este negócio com 4,2 milhões de clientes em Itália, Reino Unido e Espanha, mais de 1.200 colaboradores, cerca de 1,3 mil milhões de euros de prémios em 2024 e 10% de quota no mercado digital de seguros automóvel em Itália, que geraram um EBITDA de 104 milhões de euros.

A aquisição da AXA totalizou 500 milhões de euros por 51% do capital adquirido aos investidores Blackstone, Goldman Sachs e Carlyle, que assim saem totalmente do capital da empresa. Mantém-se a Neurone, ligada ao fundador Teodoro D’Ambrosio, como acionista de referência. Estão previstas opções de compra sobre os restantes 49% que a AXA ou os minoritários poderão exercer em 2029 e 2030, de acordo com o desempenho da empresa.

A reação dos mercados não foi a esperada e a cotação das ações da AXA na Bolsa de Paris caiu 6,5%, do patamar de 43 euros para 40 euros onde ainda se mantém esta quarta-feira, cinco dias após o anúncio da operação.

Como causas apontam-se e a exposição financeira exigida à AXA pela transação quando os resultados do 1º semestre do ano revelaram uma queda de 2% nos lucros líquidos em relação a igual período de 2024, mesmo com receitas a subir 7%. Por outro lado, é estimado que o rácio de solvência de 220% apresentado no semestre (para exemplo, a média das seguradoras portuguesas é forte e está em 204%) possa cair 6 pontos percentuais com esta operação.

Para a AXA e perspetiva é boa. “Com a Prima, estamos a adquirir um mediador direto líder, com uma plataforma de ponta e capacidades diferenciadas no atendimento a clientes”, afirmou Patrick Cohen, CEO da AXA European Markets & Health. “Esta aquisição confirma que a Itália é um mercado estratégico para a AXA, no qual continuaremos a investir”, concluiu.

Para a seguradora francesa, a insurtech, dedicada sobretudo à venda direta de seguros de automóvel, moto, furgões, casa, família e acidentes pessoais é um bom exemplo por ter digitalizado toda a cadeia de valor com tecnologia e plataforma próprias, pricing e subscrição baseados em gestão de dados avançada.

A Prima é uma MGA (Managing General Agent), ou seja, uma super mediadora de seguros com autorização de seguradoras para subscrever riscos em seu nome. Tem operado com as seguradoras Great Lakes Insurance, suportada pela resseguradora Munich Re, a eslovena Zavarovalnica Triglav e a iptiQ, da Swiss Re, para a subscrição de apólices.

No Reino Unido, o seu parceiro segurador local é a Alwyn, do grupo Arch. No que diz respeito a resseguro, o negócio automóvel da Prima (subscrito através da Triglav) é maioritariamente suportado pela Ageas Re.

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Catástrofes naturais causaram perdas de 116 mil milhões em 6 meses

  • Lusa
  • 6 Agosto 2025

Mais de metade dos prejuízos causados por catástrofes naturais nos primeiros seis meses deste ano foram incêndios em Los Angeles e fortes tempestades nos Estados Unidos.

As catástrofes naturais causaram 135.000 milhões de dólares (116.600 milhões de euros) em perdas económicas a nível mundial no primeiro semestre, contra 123.000 milhões de dólares no período homólogo, segundo uma primeira estimativa hoje publicada, pela resseguradora Swiss Re, em comunicado.

Os danos, agravados pelos incêndios em Los Angeles e pelas fortes tempestades nos Estados Unidos, elevaram a fatura das seguradoras por catástrofes naturais para 80.000 milhões de dólares (69.100 milhões de euros), contra 62.000 milhões de dólares (53.600 milhões de euros) no primeiro semestre de 2024, informou o mesmo comunicado.

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Imobiliário e construção ‘aguentam’ criação de empresas em Portugal

  • Joana Abrantes Gomes
  • 6 Agosto 2025

Entre janeiro e julho foram criadas 32.422 empresas, o que representa uma subida ligeira de 0,8% face ao período homólogo. Insolvências descem pela primeira vez em dois anos.

A constituição de empresas em Portugal aumentou 0,8% desde o início do ano até julho, tendo sido criados 32.422 novos negócios nesse período, mais 263 do que nos primeiros sete meses do ano passado.

Os dados divulgados esta quarta-feira pela Informa D&B revelam que o imobiliário (+22%) e a construção (+11%) foram os setores que lideraram a criação de empresas, num total de 697 e 410 novos negócios, respetivamente.

Com aumentos igualmente expressivos na constituição de empresas, destacam-se ainda as atividades de agricultura e pecuária (+26%; +209 constituições) e dos serviços de apoio às empresas (+3,4%; +147 constituições).

O setor dos transportes, por sua vez, registou a maior descida na criação de empresas (-24%), com menos 731 novos negócios do que os registados entre janeiro e julho de 2024. O retalho (-10%; -305 constituições) e os serviços gerais (-4,2%; -200 constituições) também tiveram decréscimos relevantes.

Fonte: Informa D&B

Por regiões, Norte (+2,9%; +286 constituições), Oeste e Vale do Tejo (+9,3%; +175 constituições) e Centro (+3,9%; +146 constituições) tiveram os maiores crescimentos face ao período homólogo, enquanto na Grande Lisboa (-2,8%; -272 constituições), no Algarve (-6,9%; -138 constituições) e na Península de Setúbal (-0,9%; -22 constituições) verificaram-se as maiores descidas, sobretudo em consequência da queda de novas empresas de transportes.

Já o número de encerramentos mantém a tendência de descida, com 5.963 empresas encerradas entre janeiro e julho. No acumulado dos últimos 12 meses, isto é, desde agosto de 2024 até ao final de julho deste ano, encerraram 13.478 empresas em Portugal, 14% abaixo dos 12 meses anteriores (-2.139 encerramentos).

A consultora assinala no mesmo estudo que a quebra neste indicador ao longo deste período é “transversal” a todos os setores de atividade, realçando, porém, o decréscimo de 20% observado no setor do alojamento e restauração (-355 encerramentos).

No que toca às insolvências, registou-se uma descida homóloga de 8,3% nos primeiros sete meses do ano, para um total de 1.156 empresas. Segundo a Informa D&B, “esta descida verifica-se após dois anos de aumentos consecutivos neste indicador”, concentrada especialmente na indústria (-30%; -108 insolvências), em particular do têxtil e da moda (-45%; -100 insolvências).

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OpenAI lança dois novos modelos de IA personalizáveis e gratuitos

  • Lusa
  • 6 Agosto 2025

Modelo de maior dimensão foi concebido para ser executado em centros de dados e em computadores de secretária ou portáteis de gama alta, existindo uma versão de menor dimensão para telemóveis.

A OpenAI lançou dois modelos de Inteligência Artificial (IA) generativa em código aberto personalizáveis e gratuitos, com um desempenho comparável aos modelos anteriores e que podem ser descarregados em computadores pessoais e dispositivos móveis.

O presidente executivo (CEO) da empresa, Sam Altman, afirmou que os novos modelos são resultado de “milhões de dólares” investidos em investigação, com o objetivo de levar a IA “ao maior número de pessoas possível”.

Em causa está um modelo de maior dimensão, concebido para ser executado em centros de dados e em computadores de secretária ou portáteis de gama alta, estando disponível uma versão de menor dimensão compatível com a maioria dos computadores e portáteis, bem como telemóveis.

A OpenAI submeteu estes modelos a testes comparativos padrão para medir as capacidades de programação, matemática competitiva, saúde e uso de ferramentas autónomas, concluindo que estes obtiveram a mesma ou melhor avaliação que modelos anteriores.

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Portugueses rompem com marcas que praticam greenwashing. Volkswagen, EDP e Galp são as mais citadas em estudo

  • Lusa
  • 6 Agosto 2025

Ao perceberem que uma empresa pratica greenwashing, mentindo sobre as suas práticas sustentáveis, os portugueses deixam de comprar os produtos dessa marca e procuram alternativas mais éticas.

A maioria dos consumidores portugueses, ao constatar que uma marca está a mentir sobre as suas práticas sustentáveis, deixa de adquirir produtos da mesma, revelou um estudo do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), em Coimbra.

Ao perceberem que a empresa pratica greenwashing – campanhas, selos ou alegações de comportamentos ambientais que não correspondem à realidade -, os portugueses deixam de comprar os produtos dessa marca e procuram alternativas mais éticas, afirmou o ISMT, em comunicado.

As marcas mais identificados pelos inquiridos, que se enquadram no modelo de greenwashing, incluem a Volkswagen, citada por cerca de 40% da amostra, seguida pela EDP e pela Galp. As conclusões demonstram ainda um padrão de quebra de confiança, rejeição da marca e, muitas vezes, abandono definitivo.

As pessoas não estão apenas desiludidas – estão a reagir com firmeza a um tipo de engano que consideram particularmente grave: o uso abusivo de causas ambientais para fins comerciais”, afirmou a professora e investigadora no ISMT, Célia Santos, que coordenou o estudo em coautoria com Arnaldo Coelho, da Universidade de Coimbra, e Alzira Marques, do Instituto Politécnico de Leiria.

Para a docente, “trata-se de uma rutura racional, em que os consumidores sentem que foram instrumentalizados e respondem afastando-se”. Este afastamento é “intencional, informado e persistente”, muitas vezes marcando o fim da relação entre consumidor e marca.

A perceção de incoerência entre o discurso e a prática ambiental não é perdoada”, sublinhou Célia Santos.

A investigação, que efetuou um inquérito a nível nacional, identificou dois mecanismos principais que explicam o afastamento: a “confusão verde” (dificuldade em distinguir se um produto é verdadeiramente sustentável ou apenas promovido como tal) e o surgimento de emoções negativas extremas, designadas como “ódio à marca”.

Quando o consumidor percebe que não pode confiar na informação que lhe é dada, entra num estado de alerta. Fica mais desconfiado, sente-se frustrado e perde o sentido de controlo sobre as suas decisões de compra”, explicou.

Neste contexto, a reação é dar seguimento a um consumo ético, onde o cliente “tenta recuperar esse controlo escolhendo marcas que considera mais transparentes, mesmo que isso implique mudar de hábitos ou pagar mais”.

“As emoções negativas que se geram, como a indignação ou o desprezo, não desaparecem com uma nova campanha ou o reposicionamento da marca. Pelo contrário, muitas vezes consolidam-se como formas de rejeição duradoura”, notou a investigadora.

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Perdido no Regime Especial de Isenção do IVA? Veja este guia

Há um conjunto de alterações no Regime Especial de Isenção do IVA que impactam a vida dos pequenos negócios. A OCC preparou um guia para ajudar a navegar por todas estas mudanças.

O Regime Especial de Isenção do IVA sofreu alterações significativas com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 35/2025, de 24 de março, a 1 de julho. O objetivo é simplificar as obrigações fiscais e reduzir os encargos administrativos para as empresas mais pequenas, mas há uma série de novidades que impactam o dia-a-dia destes negócios.

Este novo regime especial de isenção de IVA, conforme previsto no artigo 53.º do Código do IVA, continua a ser aplicável aos pequenos sujeitos passivos, ou seja, tanto profissionais independentes como pequenas empresas, com um volume de negócios até 15 mil euros, valor este correspondente a operações localizadas em território nacional.

Contudo, agora determina que se o limiar (ou seja, 18.750 euros) for ultrapassado em 25%, são obrigados a alterar o enquadramento para o regime normal de IVA, sendo que a fatura que ultrapassa esse valor já deverá incluir IVA.

Esta é a alteração que pode ter maior impacto junto dos profissionais liberais, mas também nos pequenos negócios, sendo que as mudanças são de âmbito bastante mais alargado.

No que respeita ao âmbito de aplicação do Regime Especial de Isenção no território nacional, são eliminadas algumas das restrições atualmente existentes para aceder a este regime. Por outro lado, passam a existir duas vertentes: a vertente interna e a vertente transfronteiriça.

Para ajudar as empresas a navegar por estas alterações, a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) preparou um guia, relativo ao mês de julho, que explica detalhadamente o que muda no Regime Especial de Isenção.

Veja aqui o guia completo

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