Continente, Delta e Pingo Doce são as marcas mais relevantes para o consumidor

Das 20 marcas mais relevantes para o consumidor, 10 são nacionais, revela o Estudo do Consumidor 2024, iniciativa da Superbrands Portugal conduzida pela empresa de análise e estudos de mercado Amint.

Continente, Delta Cafés e Pingo Doce são as três marcas portuguesas consideradas mais relevantes pelos consumidores. Os resultados são do Estudo do Consumidor 2024, iniciativa da Superbrands Portugal conduzida pela empresa de análise e estudos de mercado Amint.

De acordo com o estudo, das 20 marcas mais referenciadas pelos consumidores, 10 são nacionais: Continente – que ocupa o primeiro lugar em termos de referenciação geral -, Delta Cafés, Pingo Doce, Meo, Mimosa, EDP, Worten, Nos, Galp e SuperBock.

Alargando a análise a marcas globais, Continente, a Adidas e a Nike são as três marcas que lideram o Top 20 em termos de referenciação geral, que é ainda composto por Delta Cafés, Samsung, Pingo Doce, Nestlé, Apple, Zara, Meo, Lidl, Coca-Cola, Vodafone, Mimosa, EDP, Mercedes, Worten, Nos, Galp e Super Bock.

É notório um crescimento significativo das marcas de origem portuguesa no top de referência espontânea. Se no ano passado tínhamos sete marcas nacionais no Top 20, este ano esse número subiu para 10. Portanto, é com imensa satisfação que assistimos ao momento em que este Top passa a ser 50% ocupado por marcas nacionais”, refere a propósito Pedro Diogo Vaz, country manager da Superbrands Portugal.

“Apesar de sermos um país que valoriza muito as marcas internacionais, esta evolução demonstra o reconhecimento e a relevância que os consumidores dão às marcas nacionais, bem como a importância que as empresas nacionais devem dar à valorização das suas marcas”, prossegue o responsável, citado em comunicado.

Para o estudo, apresentado esta quinta-feira na Universidade Católica, foi pedido aos consumidores para, de forma espontânea, indicarem as três marcas que consideram mais importantes e relevantes em termos de notoriedade, marcas únicas, confiança, identificação e satisfação das necessidades.

Das 20 marcas, o Continente é a única que está sempre mencionada no top 3 destas cinco dimensões, só não liderando no ranking de notoriedade, no qual é ultrapassado pela Adidas e pela Nike. Segue-se a Nike, com três aparições no Top 3, e a Adidas e a Delta Cafés, com duas aparições cada uma.

Retalho, alimentação, desporto, tecnologia e telecomunicações agregam em conjunto 79% das referências. Numa comparação com os dados do Estudo do Consumidor de 2020, observa-se que os setores que mais aumentaram a sua presença no Top 20 foram alimentação, desporto, telecomunicações e energia. O setor que mais desceu foi o da tecnologia, destaca a Superbrands Portugal.

Analisando por gerações — silent generation (1928-1945), baby boomers (1946-1964), geração X (1965-1980), millennials (1981-1996) e geração Z (1997-2012) –, a marca Continente surge no Top3 do ranking geral nas cinco gerações. Por sua vez, Nestlé, Vodafone, Delta e Meo aparecem em uma geração e a Delta, Samsung, Pingo Doce e Adidas estão no Top 10 das cinco gerações.

As marcas de retalho têm o maior peso entre as cinco gerações, as marcas de alimentação têm um peso significativo, especialmente entre os baby boomers, e as marcas de tecnologia entre os millenials.

Para o Estudo do Consumidor 2024 realizaram-se um total de 1.000 entrevistas com uma margem de erro absoluto no caso do cálculo de uma proporção associado a esta amostra de ± 3,2%. A empresa que realizou o trabalho de campo foi a Multidados, entre o 10 de janeiro e o 15 de fevereiro de 2024.

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Banco de Inglaterra mantém taxa de juro nos 5,25% por pressão da inflação

Pela sexta vez consecutiva, a instituição liderada por Andrew Bailey manteve a taxa de juro da libra nos 5,25% e afasta para já um corte da taxa de juro.

O Banco de Inglaterra anunciou esta quinta-feira que decidiu manter pela sexta vez consecutiva a taxa de referência em 5,25%. Na reunião que terminou na quarta-feira, o Comité de Política Monetária votou, por maioria de 7-2, a favor da manutenção da taxa bancária em 5,25%. “Dois membros preferiram reduzir a taxa bancária em 0,25 pontos percentuais, para 5%”, revela o Banco de Inglaterra em comunicado.

Esta votação sugere que há uma consideração ativa no seio do Banco de Inglaterra quando ao início de uma redução da taxa de juro, apesar de a maioria ter optado por manter a taxa atual. “É provável que tenhamos de reduzir a taxa de juro bancária nos próximos trimestres”, refere Andrew Bailey, presidente do Banco de Inglaterra, em conferência de imprensa. A discussão reflete as previsões de que a inflação retornará perto da meta de 2% no curto prazo, o que poderia justificar uma abordagem menos restritiva no futuro se as condições económicas permitirem.

No entanto, Andrew Bailey ressalva que ainda é precoce fazer qualquer corte na taxa de juro. “Ainda não chegámos a um ponto em que possamos reduzir a taxa base”, refere o líder do Banco de Inglaterra aos jornalistas, após a apresentação da decisão do Comité de Política Monetária, sublinhando ainda que “espero que a inflação aumente ainda este ano.”

“A política monetária terá de permanecer restritiva durante um período suficientemente longo para que a inflação regresse ao objetivo de 2% de forma sustentável a médio prazo, conforme o mandato do Comité de Política Monetária”, justifica o Banco de Inglaterra para manter a taxa de juro da libra no valor mais elevado desde 2008, mostrando com isso uma abordagem cautelosa face à evolução recente da inflação no Reino Unido.

Taxa de juro do Banco de Inglaterra“Desde o outono passado que o Comité considera que a política monetária deve ser restritiva durante um período prolongado, até que o risco de a inflação se tornar mais elevada do que o objetivo de 2% se dissipe”, lê-se no comunicado da instituição de liderada por Andrew Bailey.

O presidente do Banco de Inglaterra destacou ainda que, “desde fevereiro, a inflação dos salários e dos serviços tem sido superior às expectativas e isso deve dar-nos que pensar, mas não deve ser interpretada de forma exagerada.”

O Banco de Inglaterra refere que a inflação, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) a 12 meses desceu para 3,2% em março, contra 3,4% em fevereiro, “prevendo-se que a inflação medida pelo IPC regresse a um nível próximo do objetivo de 2% a curto prazo, mas que aumente ligeiramente no segundo semestre do corrente ano, para cerca de 2,5%, devido à dissipação dos efeitos de base relacionados com a energia.”

Também a sustentar a decisão do Banco de Inglaterra estão alguns dados relacionados com o crescimento da economia inglesa. “Após uma ligeira fraqueza no ano passado, o PIB do Reino Unido deverá ter aumentado 0,4% no primeiro trimestre de 2024 e 0,2% no segundo trimestre”, lê-se no comunicado.

Andrew Bailey sublinha que “não está excluída nem prevista uma descida da taxa de juro do banco em junho” e que o Banco de Inglaterra “não tem quaisquer preconceitos quanto ao nível e à rapidez com que irá reduzir as taxas.”

“Apesar da retoma durante o período de previsão, prevê-se que o crescimento da procura continue a ser inferior ao crescimento da oferta potencial durante a maioria desse período”, refere o Comité de Política Monetária sublinhando ainda que “prevê-se que surja uma margem de folga económica durante 2024 e 2025 e que esta se mantenha depois disso, refletindo em parte a continuação da orientação restritiva da política monetária.”

A decisão do Banco de Inglaterra não foi de todo inesperada pelos mercados, que antecipam agora uma redução da taxa em junho com uma probabilidade de 50% “e, embora um primeiro corte em agosto esteja praticamente totalmente descontado, o número de cortes esperados no total este ano é de cerca de dois contra seis no início do ano”, refere Rhys Herbert, economista sénior do Lloyds Bank numa nota enviada esta manhã aos clientes do banco inglês.

Mas para isso acontecer será necessário que a inflação se mantenha de forma sustentável nos 2%. “O Comité de Política Monetária continua a estar preparado para ajustar a política monetária, conforme justificado pelos dados económicos, para que a inflação volte a atingir o objetivo de 2% de forma sustentável”, refere o Banco de Inglaterra em comunicado.

Quanto à possibilidade de o primeiro corte da taxa de juro surgir na reunião do Comité de Política Monetária em junho, Andrew Bailey ressalva que “não está excluída nem prevista uma descida da taxa de juro do banco em junho” e que o Banco de Inglaterra “não tem quaisquer preconceitos quanto ao nível e à rapidez com que irá reduzir as taxas.”

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Número de nascimentos cai no primeiro trimestre após subir desde 2022

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

Após ter estado a subir desde 2022, o número de nascimentos em Portugal caiu no primeiro trimestre para 20.575, menos 490 do que no mesmo período do ano anterior.

O número de nascimentos em Portugal caiu no primeiro trimestre para 20.575, menos 490 do que no mesmo período do ano passado, após ter estado a subir desde 2022, revelam esta quinta-feira dados baseados no “teste do pezinho”.

Os dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) à Lusa e que reúnem a quase totalidade dos nascimentos em Portugal, demonstram que o número de bebés rastreados voltou a cair depois de ter atingido, no mesmo período de 2023, o valor mais elevado (21.065) desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020.

O ano de 2023 tinha fechado com mais 2.328 bebés estudados comparativamente ao ano de 2022, totalizando 85.764, de acordo com os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), coordenado pelo INSA.

Os dados deste ano indicam que janeiro foi o mês que registou o maior número de nascimentos (7.683), seguido de fevereiro (6.651) e de março, com 6.241 bebés.

Neste primeiro trimestre, Lisboa foi o distrito com mais exames realizados (6.316), seguido do Porto (3.597), Setúbal (1.656), Braga (1.561), Faro (1.075) e Aveiro (899). O menor número de testes foi observado no distrito de Bragança (122), seguido de Portalegre (134) e da Guarda (165).

O “teste do pezinho” permitiu identificar, em 2023, 150 casos de doenças raras entre os 85.764 bebés estudados, dos quais 54 são de doenças hereditárias do metabolismo, 50 de hipotiroidismo congénito, seis de fibrose quística, 34 de drepanocitose e seis de atrofia muscular espinal.

Coordenado pelo INSA, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana, o PNRN rastreia, desde 1979, 28 patologias, tendo até final de 2023 identificado 2.692 casos de doenças raras, na sequência do rastreio realizado a 4.224.550 recém-nascidos.

Segundo o instituto, a identificação da doença possibilitou que “todos os doentes iniciassem de imediato um tratamento específico, evitando défice intelectual e outras alterações neurológicas ou extraneurológicas irreversíveis, com a consequente morbilidade ou mortalidade”.

Apesar de não ser obrigatório, o programa tem atualmente uma taxa de cobertura de 99,5%, sendo o tempo médio de início do tratamento de cerca de dez dias. O “teste do pezinho” é efetuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança.

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Custos de construção desaceleram em março. Preços dos materiais caem há 12 meses consecutivos

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Maio 2024

Os custos de construção de habitação nova aumentaram 2,1% em março, mas menos do que no mês anterior. Os preços dos materiais estão há 12 meses em terreno negativo.

Os custos de construção de habitação nova aumentaram 2,1% em março, face ao mesmo mês de 2023, revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas a subida é menor do que a registada no mês passado, com o indicador a ser pressionado pela queda do preço dos materiais, em terreno negativo pelo 12.º mês consecutivo.

A subida de 2,1% do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova do INE representa uma desaceleração de 0,4 pontos percentuais em relação à subida registada em fevereiro. O indicador é influenciado pelo preço dos materiais, que tem estado em queda, e pelo custo da mão-de-obra.

De acordo com os dados do gabinete estatístico, em março, o preço dos materiais caiu 1,3% (-0,4% no mês anterior), uma trajetória de queda iniciada em abril do ano passado. Já o custo da mão-de-obra teve uma subida homóloga de 6,7%, mais 0,3 pontos percentuais do que em fevereiro.

Variação Homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova:

Fonte: INE

O custo da mão-de-obra contribuiu com 2,9 pontos percentuais (2,7 pontos percentuais no mês anterior) para a formação da taxa de variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova e os materiais com -0,8 pontos percentuais (-0,2 pontos percentuais em fevereiro), explica o INE.

O aço para betão e perfilados pesados e ligeiros, a chapa de aço macio e galvanizada e os materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização são os materiais que mais contribuíram negativamente para a variação agregada do preço, ao registarem descidas de cerca de 15% no mês em análise, seguidos dos tubos de PVC e os produtos para instalações elétricas, com reduções de cerca de 10%.

Em sentido inverso, o INE destaca o cimento, o betão pronto e as obras de carpintaria com crescimentos homólogos de cerca de 5%.

No que diz respeito à variação em cadeia, a taxa de variação mensal do índice foi de -0,3% em março, 0,8 pontos percentuais inferior à de fevereiro, tendo o custo dos materiais descido 0,9% e o da mão-de-obra subido 0,4%.

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Abreu Advogados promove oito advogados a sócios e sócios contratados

Gonçalo Malheiro, Maria Inês Assis, Nuno Luís Sapateiro, Diogo Belard Correia, Joana Maldonado Reis, Madalena Bernardes Coelho, Sara Soares e Susana A. Duarte foram os advogados promovidos.

A Abreu Advogados promoveu três advogados a sócios – Gonçalo Malheiro, Maria Inês Assis e Nuno Luís Sapateiro – e cinco a sócios contratados – Diogo Belard Correia, Joana Maldonado Reis, Madalena Bernardes Coelho, Sara Soares e Susana A. Duarte.

“A decisão da Abreu Advogados está em linha com o crescimento sustentado da sua atividade e com a política de promoção do mérito, assim como com o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos seus advogados ao longo do ano“, referem em comunicado.

Segundo a firma, estas promoções reconhecem a “qualidade” e a “excelência” do trabalho desenvolvido por cada um dos advogados.

“Ao longo dos nossos 30 anos, a Abreu tem feito uma forte aposta no seu crescimento sustentado, na renovação geracional e na dinâmica do seu colégio de sócios. Este espírito, que cultivamos quotidianamente, promove a abertura, potencia ideias e respostas novas e faz sobressair pessoas que são essenciais ao desenvolvimento do nosso trabalho da forma mais completa e diferenciadora”, explicou a managing partner Inês Sequeira Mendes.

Para a líder, os novos sócios e sócios contratados são exemplos do “espírito dinâmico”. “Cada um deles demonstrou o maior empenho, rigor e dedicação para com os nossos clientes e com a afirmação e crescimento da sociedade. Os resultados excecionais que acabámos de alcançar mostram que seguimos na direção certa”, acrescentou.

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Universidade de Aveiro desenvolve fato de proteção contra fogo em parceria com a GNR

Acordo com GNR vai testar e validar no terreno os protótipos do fato ignífugo, em contexto de treino e simulação por parte dos sapadores florestais. Universidade de Aveiro já fez o pedido de patente.

A Universidade de Aveiro (UA) está a desenvolver, em parceria com a GNR, um novo fato de proteção contra o fogo que tem a particularidade de conter uma camada adicional de proteção térmica – essencial para mitigar os riscos de queimaduras e promover ativamente a circulação do ar, reduzindo a transpiração e expulsando o ar quente.

“Estas características inovadoras permitem baixar a temperatura corporal e evitar problemas de stress térmico, exaustão prematura e mobilidade reduzida”, explica a academia aveirense através de um comunicado enviado às redações.

O fato ignífugo foi desenvolvido na Universidade de Aveiro por Filipe Bento (investigador) e por Francisco Providência (designer e docente), ambos membros do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA).

Cabo Vanessa Melro (GNR), Joana Dias Coimbra (UACOOPERA), Francisco Providencia (professor do DeCA-UA), Brigadeiro General José Ricardo Gomes Rodrigues (Comandante da UEPS-GNR), João Veloso (Vice-reitor da UA), Filipe Bento (investigador do DeCA), Tenente Coronel David Pinheiro Martins (GNR)Universidade de Aveiro

A UA garantiu os direitos de propriedade industrial ao proteger estes desenvolvimentos tecnológicos através de um pedido de patente e de desenho ou modelo. Realça ainda que o pedido de patente “permite proteger o seu design inovador, bem como a invenção que promove a circulação eficaz do ar quente entre o equipamento e o corpo humano. Com saídas estrategicamente posicionadas, o sistema dissipa o calor para o exterior, promovendo maior conforto e eficiência”.

O protocolo assinado com a GNR, assinado a 15 de março, permitirá o teste e validação no terreno de protótipos do fato ignífugo, em contexto de exercício de treino e simulação, pelos sapadores florestais da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro. A validação desta tecnologia junto dos elementos da guarda, alega a instituição de ensino superior, irá permitir a sua maturação tecnológica e fomentar a implementação no setor dos EPI (equipamentos de proteção individual), através da cooperação com entidades públicas ou privadas.

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Indústria e automóvel dão “melhor ano de sempre” ao software do grupo Sendys

Grupo liderado por Fernando Amaral obteve “o maior volume de negócios de sempre", atingindo os 9,8 milhões de euros, impulsionado pela produção industrial e grandes projetos na área automóvel.

O Sendys Group, que integra as software houses portuguesas Alidata e Sendys, registou no ano passado um volume de negócios de 9,8 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8% face a 2022. O grupo liderado por Fernando Amaral emprega 160 pessoas.

O “melhor ano de sempre” é justificado com a implementação de projetos de transformação digital e digitalização de processos em Portugal e nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). A faturação foi distribuída por Portugal (5,5 milhões), Angola (2,1 milhões), Moçambique (0,9 milhões) e por um conjunto de outros mercados (0,6 milhões).

Entre os fatores que mais contribuíram para o crescimento sustentado do grupo, frisa, estiveram o alargamento da quota de mercado nos setores da manutenção e produção industriais e em grandes projetos na área automóvel — onde, além de Portugal, surge em destaque o mercado moçambicano, no qual diz ter múltiplos projetos em pipeline.

O grupo realça, em comunicado, além do desempenho das marcas Sendys (vocacionada para serviços e financeiro) e Alidata (setor industrial e automóvel), osoftware de gestão na cloud (Masterway) com “grande crescimento em todos os mercados, particularmente nos PALOP”. Acrescenta ainda a marca mais internacional do grupo, a Sendys Explorer, solução de printing e gestão documental já implementada em mais de cem países dos cinco continentes.

Fernando Amaral, CEO do Sendys Group Sendys Group

Fernando Amaral, chairman do Sendys Group, afirma que “esta performance reflete a confiança dos clientes, a segurança das soluções, o empenho dos colaboradores e a visão da equipa de gestão”. “É muito motivador para continuarmos o nosso trabalho, no ano em que as duas software houses nacionais mais antigas ainda em atividade, a Alidata e Sendys, que integram o nosso grupo, comemoram 40 anos“, completa o gestor.

Para 2024, o Sendys Group quer “continuar a crescer em linha com os anos anteriores, particularmente nas áreas de mobilidade, manutenção, produção industrial, oficinal, e ainda de serviços, nas soluções de gestão documental, arquivo digital, customer relationship management, business process management, manutenção e printing“.

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Tribunal de Contas Europeu critica Portugal por fazer auditorias aos fundos só com base nas autodeclarações dos beneficiários

Tribunal constatou que autoridades de auditoria se basearam exclusivamente nas autodeclarações dos beneficiários para verificar critérios de elegibilidade sem corroborar a fiabilidade das informações.

O Tribunal de Contas Europeu chamou a atenção de Portugal por fazer as auditorias aos fundos europeus, baseadas apenas nas autodeclarações dos beneficiários. No relatório anual de 2022, do Tribunal de Contas Europeu, divulgado esta terça-feira, o órgão fiscalizador critica o facto de as autoridades de auditoria nacionais de alguns países não contrastarem as autodeclarações dos beneficiários com fontes fiáveis e comprovadas.

Em vários Estados-membros (Dinamarca, Grécia, Espanha, Croácia, Malta, Portugal e Eslovénia), o Tribunal constatou que as autoridades de auditoria se basearam exclusivamente nas autodeclarações dos beneficiários para verificarem os critérios de elegibilidade e outros requisitos, tais como: a capacidade técnica dos proponentes, o seu estatuto de pequena e média empresa (PME), as condições para a atribuição do estatuto de “jovem NEET”, a composição dos agregados familiares, o cumprimento do limiar de minimis, a inexistência de duplo financiamento e a ausência de conflitos de interesses”, lê-se no relatório.

O Tribunal constatou ainda, no âmbito da sua auditoria às autodeclarações incluídas numa subamostra, que “as autoridades de auditoria em causa não solicitaram nem verificaram outros elementos comprovativos para corroborar a fiabilidade das informações declaradas”. “Essas verificações teriam ajudado a garantir a proteção dos interesses financeiros, mantendo simultaneamente o trabalho de auditoria dentro de limites razoáveis, o que permitiria às autoridades de auditoria detetarem autodeclarações incorretas ou incompletas”, acrescenta.

Em Portugal, a auditoria aos fundos europeus é feita, em última instância, pela Inspeção Geral de Finanças. Mas é à Agência para o Desenvolvimento e Coesão que compete a o grosso das auditorias. Ao nível dos vários programas é suposto também ser feita alguma auditoria interna. O ECO pediu uma reação à Agência, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Questionada pelo ECO sobre os reparos feitos pelo Tribunal de Contas Europeu, o Ministério das Finanças, que tutela a IGF, explicou que estes estavam relacionados com a “composição dos agregados familiares na atribuição de bolsas a estudantes universitários”. “As autoridades nacionais apresentaram à Comissão Europeia o trabalho desenvolvido para confirmação da regularidade da composição dos agregados familiares, abordagem desenvolvida em linha com normas de auditoria internacionalmente aceites”, explicou fonte oficial do Ministério das Finanças.

“A Comissão acolheu e concordou integralmente com a informação transmitida pelas autoridades nacionais, tendo partilhado inequivocamente essa mesma posição, que assumiu como sua no processo de contraditório final que exerceu com o Tribunal de Contas Europeu, facto que levou o próprio Tribunal de Contas Europeu a decidir modificar a sua posição, não quantificando a constatação inicial“, acrescentou a mesma fonte. À semelhança do que acontece com o Tribunal de Contas nacional os visados têm sempre o direito ao contrário antes da publicação dos relatórios. Ainda assim, o Tribunal de Contas Europeu optou por manter o alerta a Portugal.

O tribunal avança que “em quatro operações examinadas faltavam informações ou documentos comprovativos, mas nenhuma delas foi quantificada“. “Em Portugal, a autoridade de auditoria apresentou ao Tribunal uma confirmação das universidades participantes relativa aos registos e créditos obtidos cuja data era posterior aos trabalhos de auditoria no terreno. Com base nestes elementos, o Tribunal decidiu não quantificar o erro”, lê-se no relatório, que dá nota de que a Comissão ia “fazer o seguimento” do caso.

Fonte oficial do Ministério de Joaquim Miranda Sarmento revelou que “a própria Comissão Europeia efetuou posteriormente uma auditoria para confirmação da informação transmitida pelas autoridades nacionais, tendo concluído pela segurança do sistema”.

Num relatório onde constata que a “Comissão Europeia regista as verbas mal gastas com rigor e rapidez”, mas “muitas vezes demora demasiado tempo a recuperar o dinheiro”, sobretudo na área da agricultura, onde a percentagem de despesas recuperadas é especialmente baixa, o Tribunal de Contas Europeu admite que os “erros adicionais detetados” representam “insuficiências no trabalho das autoridades de auditoria que a Comissão nem sempre conseguiu corrigir antes de aceitar as contas”.

Para o tribunal existem vários tipos de insuficiências, por exemplo, no que diz respeito ao trabalho das autoridades de auditoria para verificarem a elegibilidade dos projetos, o respeito pelas regras do mercado interno, o risco de fraude e de conflito de interesses e a elegibilidade das despesas (como custos de pessoal, OCS, grandes projetos e se o beneficiário realmente efetuou e pagou os custos declarados), incluindo os casos em que o Tribunal constatou que a autoridade de auditoria não realizou controlos suficientes das informações fornecidas pelos beneficiários ou em que faltavam aspetos fundamentais dos sistemas de gestão e de controlo para funcionarem bem. Um ponto no qual apontou o dedo a Portugal.

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Montenegro quer tornar Portugal num “contribuinte líquido” da UE

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

“Precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição”, defende também o primeiro-ministro, fazendo a autocrítica de que país não os aproveitou “suficientemente”.

O primeiro-ministro assumiu esta quinta-feira como “objetivo nacional” que Portugal deixe de ser país da coesão e passe a contribuinte líquido da União Europeia (UE), defendendo que só com autocrítica e um investimento criterioso dos fundos pode chegar ao “pelotão da frente”.

Luís Montenegro abriu esta quinta-feira a conferência “Europa, que futuro?”, que integra o ciclo de “Conferências da RTP/Sociedade Civil”, que decorre no Centro Cultural de Belém, e assinala o Dia da Europa.

Na sua intervenção, Montenegro recordou que quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia o seu PIB per capita era de 58% da média europeia e hoje é de 75%, salientando, contudo, que a maior aproximação foi feita até ao ano 2000, quando chegou aos 71%.

“O que quer dizer que o ritmo nos primeiros 15 anos foi de brutal aproximação e o ritmo dos 20/25 [anos] seguintes foi praticamente de estagnação”, referiu.

O primeiro-ministro defendeu que o país “não pode eternizar esta trajetória” e tem de “mesmo de estar na linha da frente”. “Temos mesmo de fixar como objetivo nacional deixarmos de ser um país da coesão, temos de ter como ambição para Portugal sermos um contribuinte líquido da União Europeia e estarmos solidários com aqueles que chegam de novo“, defendeu.

Caso contrário, alertou, Portugal vai eternizar “uma situação de dependência”, e estar “sempre à espera de uma ajuda”. “Para isso precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição. Temos de fazer essa autocrítica: não aproveitámos suficientemente, devíamos ter hoje melhores resultados face aos apoios que tivemos nos últimos anos“, disse.

Montenegro defendeu que o país tem de olhar com esse “espírito de autocrítica” para a execução dos fundos comunitários do PRR e do PT2030. “Um país que invista de forma estratégica e não a pensar no efeito imediato como por vezes acontece, em que temos de gastar o dinheiro se não vamos perdê-lo: esta não é mentalidade de quem quer estar no pelotão da frente“, referiu, retomando uma expressão muito usado pelo antigo primeiro-ministro e Presidente da República Cavaco Silva.

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Debates das europeias arrancam na segunda-feira. Veja o calendário

  • + M
  • 9 Maio 2024

Além dos seis debates com quatro cabeças de lista de cada vez, a RTP organiza mais dois, um com todos os partidos que estão representados na AR e outro entre aqueles sem assento parlamentar.

Depois de avanços e recuos e da apresentação de várias propostas, os partidos chegaram a consenso e aceitaram o modelo proposto pelas televisões para a realização de seis debates com quatro partidos para as eleições europeias. O primeiro está marcado para esta segunda-feira.

Os primeiros quatro partidos em debate, na segunda-feira (13 de maio), são o PS, a AD, a IL e o Livre, na SIC. Segue-se o BE, PAN, Chega e Livre (15 de maio, RTP), CDU, BE, IL e Livre (17 de maio, TVI), CDU, PAN, Chega e IL (20 de maio, SIC), PS, AD, Chega e CDU (21 de maio, RTP) e PS, AD, BE e PAN (24 de maio, TVI). O PS e a AD, como mostram o calendário, surge junto em todos os debates.

Nos debates, com duração de 50 a 55 minutos, vão participar os cabeças de lista Sebastião Bugalho (AD), Marta Temido (PS), António Tanger Corrêa (Chega), João Cotrim de Figueiredo (IL), Catarina Martins (BE), João Oliveira (CDU), Francisco Paupério (Livre) e Pedro Fidalgo Marques (PAN).

Além dos seis debates que colocam em “confronto” quatro cabeças de lista de cada vez, a RTP organiza mais dois, um com todos os partidos que têm atualmente assento na Assembleia da República (28 de maio) e outro com cabeças de lista de forças partidárias sem representação parlamentar (30 de maio).

Calendário completo:

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BuyBack: O Mundo dos Produtos Recondicionados

  • Conteúdo Patrocinado
  • 9 Maio 2024

Desde iPhones Recondicionados a Portáteis. A Buyback destaca a sua ambição de conquistar os Portugueses com uma abordagem sustentável.

A Buyback, marca registada Portuguesa, criada em 2022 por uma empresa dedicada à distribuição informática no mercado de Recondicionados há mais de 10 anos e pioneiros neste segmento, apresenta-se neste ano de 2024 ao público com a sua loja online, e uma ambição exponencial de transparecer o seu compromisso com a sustentabilidade e a poupança que os Recondicionados podem trazer aos bolsos dos Portugueses. “Crescemos muito no mercado empresarial, e este ano apostamos em trazer o que de melhor no segmento de Recondicionados fazemos, mas agora para todos os Portugueses” acrescenta o CEO e Líder da Empresa, Tiago Moreira.

A marca que se apresenta com foco exclusivo em produtos recondicionados, como computadores, portáteis e iPhones recondicionados consolida a sua liderança, garantindo benefícios significativos tanto para os consumidores quanto para o meio ambiente, permitindo poupar cerca de 50% face a um produto dos mesmos segmentos, mas novo.

De iPhones Recondicionados a Portáteis, mas qual é o Processo de Recondicionamento?

Inicialmente, um produto recondicionado, é basicamente um produto usado, mas que através de vários processos internos de recondicionamento técnico e estético é possível dar uma “segunda vida” ao equipamento, podendo assim o apelidar de recondicionado, a tal “famosa” palavra. Por outro lado, o usado simplesmente passa do primeiro para o segundo utilizador, sem intervenções intermédias. Mas então, que processo é esse?

“Na BuyBack, não nos cingimos a olhar para o produto e etiquetá-lo pela aparência nem funcionalidade como muitos marketplaces o fazem, nas nossas instalações fazemos mesmo todo o processo de recondicionamento assente na melhoria contínua, integrado esse em sistemas de gestão de qualidade internos. Fazemos avaliações aos estados físicos dos equipamentos, testamos mais de 20 pontos de verificação dependendo do produto, e avançamos para o tratamento estético, que envolve pintura dos equipamentos entre outros tratamentos internos” explica ao ECO, Tiago Moreira.

Desta forma, a BuyBack assegura que os seus clientes recebem produtos que não só funcionam perfeitamente, mas também têm um excelente aspeto.

Sustentabilidade e Economia de mãos dadas

Por outro lado, escolher produtos recondicionados em 2024 não só é uma decisão inteligente, mas como também sustentável. Cada compra de um produto recondicionado, o consumidor contribui diretamente para a redução do lixo eletrónico, um dos tipos de resíduos que mais cresce no mundo.

Adicionalmente, do ponto de vista económico, os benefícios são igualmente notáveis. Os recondicionados da BuyBack oferecem uma excelente relação custo-benefício, especialmente porque como relatado acima são vendidos com garantias de 3 anos e um controlo total sobre o produto final, assegurando aos consumidores tanto segurança na compra, como também durabilidade.

Movidos pela Satisfação do Cliente

“Colocamos o cliente no centro de tudo o que fazemos. Oferecemos um suporte exemplar, garantindo que qualquer questão ou problema seja resolvido de forma rápida e eficaz, e estes detalhes são os que fazem a diferença em 2024 neste segmento”. O compromisso com a excelência no atendimento faz da Buyback a escolha preferida por muitos consumidores que procuram soluções tecnológicas recondicionadas. Além dos processos de recondicionamento a BuyBack aposta no embalamento personalizado, garantindo que a sensação de abrir os seus produtos seja equiparada a abrir os mesmos, mas pela primeira vez.

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“Quem for contra a imigração é contra o desenvolvimento do país”, diz presidente da CAP

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

Em entrevista à Lusa, Álvaro Mendonça e Moura defende importância dos trabalhadores estrangeiros no setor agrícola, critica falta de apoios no PRR e vê “sinais positivos” no novo Executivo.

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) afirmou que “quem for contra a imigração é contra o desenvolvimento do país”, sublinhando que qualquer governo deve passar pela Concertação Social para “ouvir os outros”. “É muito importante percebermos todos que quem for contra a imigração é contra o desenvolvimento do país. Isto precisa de ser interiorizado”, defendeu Álvaro Mendonça e Moura, em entrevista à Lusa.

O antigo embaixador, que assumiu a presidência da CAP no ano passado, destacou a importância dos trabalhadores estrangeiros para setores como a agricultura, turismo ou construção, que dependem desta mão-de-obra “para a sua sobrevivência”.

No caso particular da agricultura, o presidente da confederação lembrou que algumas empresas chegam a ter 300 trabalhadores imigrantes, uma vez que em Portugal seria impossível recrutar este número. Porém, ressalvou que deve haver controlo para que as pessoas sejam contratadas “em boa e devida forma”, com contratos de trabalho.

Álvaro Mendonça e Moura destacou que foi a CAP a propor medidas para facilitar a concessão de habitação a trabalhadores migrantes nas empresas agrícolas. “Foi uma proposta da CAP, não foi dos sindicatos […]. Nós queremos trabalhadores estrangeiros, mas trabalhadores estrangeiros devidamente integrados, com condições de vida dignas e com respeito pelos seus direitos”, vincou.

O líder da confederação dos agricultores pediu que se evitem populismos, nomeadamente a ideia de que Portugal poderia prescindir destes trabalhadores, o que disse ser “um disparate com gravíssimas implicações económicas”.

Mendonça e Moura notou também que qualquer governo “deve ser obrigado a passar pela Concertação Social” e a discutir com os seus parceiros, lembrando o acordo de reforço dos rendimentos, assinado em outubro de 2023. Através deste acordo foi decidido “um reforço muito significativo” do primeiro pilar (pagamentos diretos) da Política Agrícola Comum (PAC), de modo a que o setor esteja mais próximo dos “parâmetros organizacionais” de Espanha ou França.

“Isso nunca tinha sido feito e é muito importante para nós. Está ainda por implementar e por isso eu digo que, seja qual for o governo […], é essencial respeitar o que foi acordado em sede de Concertação Social”, acrescentou.

Neste sentido, Álvaro Mendonça e Moura considerou que a Concertação Social deve sempre ser um fórum importante para que as confederações patronais, os sindicatos e o Governo possam ouvir-se, perceber as prioridades e preocupações dos outros.

Apoio à agricultura “pouco acima de zero” e agora nada pode ser feito

O presidente da CAP lamentou, por outro lado, que não tenha sido dada importância à agricultura no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com apoios “pouco acima de zero”, lembrando que, nesta matéria, já nada pode ser feito.

“A resposta é simples: não foi dada importância à agricultura. O apoio do PRR à agricultura não é zero, mas é pouco acima. Portanto, obviamente, que podia e devia ser mais e o Governo tinha essa possibilidade“, apontou, na entrevista à Lusa, Álvaro Mendonça e Moura, quando celebra um ano desde que assumiu a presidência da confederação.

No dia 22 de setembro de 2023, a Comissão Europeia aprovou a revisão do PRR de Portugal, que ascende agora a 22.200 milhões de euros. Contudo, esta verba poderia ter sido de, aproximadamente, 30.500 milhões de euros, se o governo tivesse optado por esgotar a totalidade dos empréstimos, à semelhança do que fez o Executivo espanhol.

Para a CAP, essa deveria ter sido a opção do Governo português, dando assim mais destaque ao setor agrícola no PRR. O Executivo teria sempre de pagar essa dívida, mas “a 30 anos e com juros irrisórios”, o que possibilitaria o investimento, por exemplo, na retenção da água.

A confederação dos agricultores já defendeu a criação de uma Rede Nacional de Água, esperando que esta avance nos próximos quatro anos. Caso contrário, “ano sim, ano não”, vamos dizer que estamos outra vez numa situação de seca e que são precisas ajudas, referiu.

Álvaro Mendonça e Moura apontou ainda que, ao contrário do que acontece, por exemplo, no norte de África, Portugal não tem falta de água, mas o recurso mal distribuído, não tendo capacidade para o armazenar. É assim necessário começar a reter água, o que pode ser feito através do alteamento de barragens, com a reafetação da sua utilização.

Por outro lado, conforme defendeu, a solução pode ainda estar na renegociação das concessões de barragens, passando algumas a ter fins múltiplos. Contudo, não será com as verbas do PRR que o país poderá apostar neste recurso, alertou, sublinhando que o prazo para recorrer a esse empréstimo já está fechado.

Entre os problemas apontados pela confederação, estão também as verbas por executar no Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, o que tem de ser feito até ao final do próximo ano. “Nós não temos falta de dinheiro, temos falta de execução de projetos e é isso que temos que mudar“, apontou.

Já sobre o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), o presidente da CAP explicou que tem de ser “remodelado profundamente” e não apenas desburocratizado, como já foi anunciado pelo Governo de Luís Montenegro. “É uma alteração substantiva. Não é uma questão só de remodelar, tornar mais simples e menos burocrático. É efetivamente ser alterado”, precisou.

A CAP entregou uma proposta de alteração do PEPAC, esperando que esta faça parte daquilo que o Governo terá que apresentar a Bruxelas até ao final de junho, de modo a que o novo plano possa entrar em vigor a 1 de janeiro de 2025. A proposta dos agricultores prevê, entre outros pontos, um maior apoio à agricultura de precisão, “mais avançada e amiga do ambiente” e à pecuária, além de um reforço do primeiro pilar desta política, que diz respeito aos pagamentos diretos.

Novo Governo deu “sinais positivos” depois de a CAP ter passado 2023 a “corrigir erros” do ministério

Quanto ao Executivo liderado por Luís Montenegro, o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal defende que já deu “sinais muito positivos”. “Isso importa reconhecê-lo”, assinalou Álvaro Mendonça e Moura, destacando o regresso das florestas ao Ministério da Agricultura, compromisso assumido pela Aliança Democrática (AD) durante a campanha eleitoral.

Por outro lado, sublinhou que o novo primeiro-ministro tem vindo a referir-se à agricultura como “um setor estratégico”, algo que, segundo a CAP, já não era ouvido há muito tempo. Assim, os agricultores acreditam haver vontade e orientação política, que esperam agora ver no terreno com medidas concretas.

Mendonça e Moura lembrou que o próprio ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, já disse publicamente ser preciso acelerar os pagamentos aos agricultores, introduzir previsibilidade e utilizar todas as verbas disponíveis, nomeadamente os apoios da União Europeia (UE).

“Nós já tínhamos alertado o governo anterior para o enorme risco de perdermos verbas, que vão ter que ser executadas até ao final do próximo ano. Falo de executadas, não de decididas. Há aqui uma aceleração no funcionamento do Ministério da Agricultura que é necessária”, sublinhou.

A CAP já esteve reunida com o novo ministro da Agricultura, que tem demonstrado abertura e vontade de saber as prioridades do setor, apontou, referindo que o governante pediu à confederação que não apresente apenas os problemas, mas também projetos de resolução dos mesmos.

Nestes encontros esteve também em cima da mesa o PEPAC, que notou ter sido feito sem a auscultação do setor, precisando assim de ser totalmente reformulado e ajustado à realidade portuguesa, um dos pontos que levou os agricultores a sair à rua no início do ano.

Para a confederação, a escolha de José Manuel Fernandes para a pasta da Agricultura abriu uma nova porta ao diálogo institucional entre o Governo e o setor agrícola, sublinhando que o novo ministro tem vantagens face aos seus homólogos europeus, nomeadamente “um conhecimento aprofundado de Bruxelas” e das matérias financeiras europeias.

“Nunca achei que o ministro da Saúde tinha que ser um médico ou um enfermeiro […]. O ministro da Agricultura também não tem de ser um especialista em vinho, cereais ou azeite. Não é esse o ponto. É preciso que perceba a importância e a dimensão do setor também em termos de coesão territorial”, disse, recordando que a agricultura, engloba também as florestas e o agroambiental.

Álvaro Mendonça e Moura, que foi eleito presidente da CAP em maio de 2023, numa altura em que os seus planos passavam por se dedicar, em exclusivo, aos seus projetos no setor agrícola, depois de estar ligado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, classificou o seu primeiro ano à frente da confederação como “muito difícil”, uma vez que, neste período, o setor teve de lidar com uma seca “muito severa”, com poucos apoios, e com o “disfuncionamento” do Ministério da Agricultura.

“Nunca tínhamos tido uma campanha de ajudas tão má como 2023, que depois se repercutiu em atrasos nos pagamentos. Nós passámos, de facto, os dias a tentar corrigir aquilo que o Ministério [da Agricultura] tinha ou não feito. Foi muito complicado”, lamentou.

Por outro lado, notou que o Ministério da Agricultura foi “amputado” de um dos seus braços executivos, referindo-se às direções regionais de agricultura, cujas competências transitaram para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), o que insistiu ter que ser revertido urgentemente, à semelhança do que aconteceu com as florestas (que estavam no Ministério do Ambiente).

“Ninguém de bom senso” nega hoje as alterações climáticas

Para o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, “ninguém de bom senso” nega hoje a existência de alterações climáticas, criticando os “extremistas ambientais” que compram arroz da Tailândia e manga do Brasil.

“As alterações climáticas estão aí, não é uma questão. Ninguém de bom senso disputa a existência de alterações climáticas, que os agricultores verificam todos os dias”, afirmou ainda Álvaro Mendonça e Moura, na entrevista à Lusa.

O impacto no setor agrícola é visível, por exemplo, nas vindimas, que hoje se realizam um mês mais cedo do que há algumas décadas. Perante este problema, o setor agrícola tem feito um “esforço enorme” para ser mais eficiente, nomeadamente no que diz respeito à utilização da água, condição que disse ser necessária para uma empresa ser competitiva.

O agricultor não só percebe as alterações climáticas, como tem todo o interesse em adaptar-se no sentido de ser mais eficiente e é esse caminho que tem feito. Provavelmente, mais do que qualquer outro setor”, sublinhou.

No entanto, Álvaro Mendonça e Moura notou que “muita gente da cidade” ainda não se deu conta deste investimento que o setor agrícola tem vindo a fazer ao longo dos anos. Esta adaptação às alterações climáticas passa também pela introdução de novas culturas porque “não se pode continuar a produzir em 2024 como em 1960”.

O líder da CAP considerou ainda que a modernização é também “uma oportunidade” para a agricultura se adaptar àquilo que o mercado hoje quer. Contudo, criticou aquilo que disse ser um “extremismo ambiental” que não aceita a agricultura e que gostaria que toda a paisagem fosse “um sítio de lazer para o citadino ir uma vez por ano”, vincando que não se pode fazer uma dissociação entre sustentabilidade ambiental, social e económica.

“Esses são os que depois vão ao supermercado comprar arroz da Tailândia e manga do Brasil, ignorando a pegada carbónica e os produtos utilizados” nestes alimentos, acrescentou.

Assim, o antigo embaixador lamentou o “dogmatismo ambiental”, sublinhando que o foco deve ser colocado na produção de alimentos saudáveis, com o menor impacto possível.

Os agricultores querem trazer a população, sobretudo as crianças, ao terreno para demonstrarem as boas práticas que o setor já põe hoje em prática, um esforço que vai continuar a ser desenvolvido nos próximos anos. Porém, Álvaro Mendonça e Moura notou que a Europa não deve assumir sozinha a responsabilidade ambiental mundial, uma vez que contribui com cerca de 7% das emissões de gases com efeitos de estufa.

“[…] Se os Estados Unidos, a China, a Índia e o Brasil não derem passos no sentido da proteção do ambiente, nós podemos fazer ‘haraquiri’ [ritual de suicídio dos samurais] em relação à nossa produção europeia, que o ambiente individual global não melhorará”, concluiu.

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