Metropolitano não marcha em Lisboa. Guia para chegar aos “Santos Populares” sem levar carro

Com trabalhadores em plenário, o metropolitano de Lisboa, transporte preferido para chegar à zona "quente" da noite dos Santos Populares, fecha portas às 20 horas. Veja aqui as alternativas.

A autarquia lamenta profundamente os transtornos que esta paralisação poderá causar à população, aos comerciantes e a todos os que pretendem participar nas festividades nos bairros históricos da cidade”. A mensagem da Câmara de Lisboa, enviada à comunicação social, segue-se à marcação do plenário de trabalhadores do Metropolitano de Lisboa, responsável pelo encerramento deste transporte logo às 20 horas.

A relevância do serviço verifica-se no histórico de alargamento do horário habitualmente decidido, como aconteceu em 2024, por exemplo, quando a circulação nas linhas verde e amarela se manteve até às 3 horas na madrugada de 12 para 13 de junho, mais duas horas do que habitualmente.

Ao início da tarde desta quinta-feira, a Câmara revelou as medidas complementares criadas para a noite e madrugada das Festas dos Santos Populares.

Carris

Utilização gratuita das 18 horas de 12 de junho às 8 horas de 13 de junho. A autarquia promete informações adicionais sobre os percursos a serem reforçados para esta tarde.

CP

  • Reforço da oferta e disponibilidade toda a noite (acesso ao centro da cidade através das estações do Rossio, Cais do Sodré e Santa Apolónia)
  • Linha de Cascais – comboio 24h, um comboio por hora
  • Linha de Sintra – 24h, um comboio a cada 30 minutos
  • Linha da Azambuja – dois comboios durante a noite, à 1h30 e às 3h30 (em Santa Apolónia)

Fertagus

  • Partida de Roma/Areeiro: às 00h53 (até Setúbal) e 1h23 (até Coina)

Travessia fluvial do Tejo

  • Montijo/Seixal e Barreiro: às 2h00 e 5h00 (no Terreiro do Paço)

Táxis

  • 2 praças de tomada e largada de passageiros a partir de Martim Moniz e Praça da Alegria

TVDE

  • Zonas de Espera a partir do Marquês do Pombal (Alameda Edgar Cardoso)

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“Não estamos seguros daqui a três ou cinco anos”, diz secretário-geral da NATO

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

"Estamos seguros agora. Não estamos seguros daqui a três ou cinco anos, pelo que temos de gastar mais” em defesa, disse o secretário-geral da NATO.

O secretário-geral da NATO insistiu esta quinta-feira na urgência de um maior investimento em Defesa face à ameaça vinda da Rússia, depois de Berlim ter advertido que Moscovo poderá atacar território da Aliança em 2030.

“Precisamos de aumentar as nossas despesas com a Defesa. Ouvimos o Chefe do Estado-Maior da Defesa alemão dizer, há alguns dias, que em 2029, em 2030, a Rússia poderá estar pronta para tentar algo contra território da NATO. Portanto, estamos seguros agora. Não estamos seguros daqui a três ou cinco anos, pelo que temos de gastar mais”, declarou, em Roma.

Rutte referia-se a uma recente entrevista do inspetor-geral das forças armadas alemãs, Carsten Breuer, segundo o qual a partir de 2029 a Rússia poderá estar em condições de “lançar um ataque de grande escala contra território da NATO”, apontando que Moscovo está a produzir centenas de tanques por ano, muitos dos quais poderiam ser utilizados para um ataque aos países bálticos da Aliança.

O secretário-geral da NATO falava numa conferência de imprensa no final de uma reunião de chefes de diplomacia no formato Weimar+, o grupo de nações que lideram o apoio a Kiev, realizada na capital italiana.

Além dos países do “triângulo de Weimar” – Alemanha, França e Polónia –, este formato de reunião integra ainda Itália, Reino Unido e Espanha, além da Alta Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa, tendo sido agora alargada, pela primeira vez, à Aliança Atlântica.

A menos de duas semanas de uma cimeira de líderes da NATO, em Haia, na qual os Aliados vão tentar chegar a acordo sobre a proposta de Mark Rutte, ‘inspirada’ na exigência do Presidente norte-americano, Donald Trump, de os Estados-membros aumentarem a despesa em Defesa para os 5% do respetivo produto interno bruto (PIB), o secretário-geral argumentou que este objetivo “baseia-se realmente em factos, num estudo aprofundado feito coletivamente sobre as lacunas existentes nas capacidades [dos Estados-membros] e a forma de as colmatar”.

“Os ministros da Defesa [da NATO] chegaram a acordo sobre isso na passada quinta-feira. Cabe agora aos dirigentes chegar a acordo sobre as despesas suplementares necessárias para que isso seja possível”, disse.

Relativamente à Ucrânia, o secretário-geral da Aliança Atlântica insistiu que é necessário garantir que Kiev está “na melhor posição possível para, por um lado, manter o conflito em curso com a Rússia, a agressão russa não provocada contra a Ucrânia, mas também para estar na melhor posição possível quando surgir um cessar-fogo a longo prazo e um acordo de paz para garantir que [o Presidente russo, Vladimir] Putin nunca, mas nunca, voltará a tentar fazer isto”.

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José Luís Carneiro quer salário médio ao nível do europeu e casa para todos até 2035

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

As metas constam na moção estratégica de José Luís Carneiro à liderança do PS, na qual apresenta o que chama de "Pacto Portugal Futuro". Eleições internas no partido realizam-se em 27 e 28 de junho.

O candidato a secretário-geral do PS José Luís Carneiro quer que o salário médio nacional atinja o nível do europeu até 2035 e que, nesse mesmo prazo, todas as famílias tenham acesso a habitação condigna.

Estas duas metas constam na moção estratégica de José Luís Carneiro à liderança do PS, a que agência Lusa teve acesso, na qual apresenta o que chama de “Pacto Portugal Futuro”, “um pacto com os mais jovens e as futuras gerações”, que tem “como horizonte a visão de país” que ambiciona ter em 2050.

Nesse pacto, José Luís Carneiro defende a necessidade de uma “política sólida de aumento dos rendimentos e de diminuição da carga fiscal, de forma a que, no prazo de 10 anos, o salário médio português alcance o salário médio europeu”.

O candidato à liderança do PS defende que “salários justos são um pressuposto necessário para a dignificação do trabalho e para a qualidade de vida dos trabalhadores, contribuindo para uma melhor justiça social, num quadro de desenvolvimento socioeconómico harmonioso do país”.

O desenvolvimento social do país exige um aumento dos salários e rendimentos, o qual pressupõe o crescimento da economia e que trabalhadores e empreendedores sejam parte do sucesso das empresas”, lê-se. Este pacto apresentado na moção de José Luís Carneiro inclui também metas para a habitação, setor em que, defende, o PS deve continuar a priorizar “novas políticas, reforçando o sentido de emergência social na atuação nesta área”.
“O nosso objetivo deve ser garantir que, no prazo de dez anos, todas as famílias tenham acesso a uma habitação condigna, fazendo conjugar a oferta de mercado com a oferta municipal de habitação e os incentivos à construção de casas a preços acessíveis”, sustenta.

Outra das metas que constam neste pacto é o de garantir que, “no máximo até 2035, Portugal seja capaz de se autoabastecer de eletricidade com recurso a fontes renováveis”, com José Luís Carneiro a defender que o PS deve “continuar a liderar as propostas políticas no campo da proteção e regeneração ambiental e da ação climática”.

Além destas metas concretas, José Luís Carneiro refere que o “Pacto Portugal Futuro” que propõe “não pode prescindir do património de equilíbrio orçamental e credibilidade financeira e orçamental em que o PS deixou o país”.

“Deve dar prioridade ao crescimento sustentável da economia e dos rendimentos com base em ‘contas certas’; recuperando a justiça fiscal nos rendimentos do trabalho e melhorando a competitividade fiscal das empresas; e melhorando as condições de vida, em especial no acesso à habitação e no combate à pobreza e às desigualdades”, lê-se.

Apelando a que se reforcem os apoios às micro, pequenas e médias empresas, “uma vez que representam uma fatia significativa do emprego nacional”, José Luís Carneiro compromete-se também a promover a justiça fiscal, “combatendo a fraude e evasão fiscais, reduzindo correspondentemente os impostos sobre os cidadãos e empresas cumpridores”.

O candidato à liderança do PS considera ainda que o partido tem de reafirmar a defesa de um Serviço Nacional de Saúde (SNS) “robusto e moderno”, de um “sistema de pensões público, que garanta equidade intergeracional” e de “uma escola pública de qualidade, que seja um fator de melhoria das qualificações e da igualdade de oportunidades”.

“O PS rejeita a privatização da saúde, a mercantilização das pensões e a desorçamentação da escola pública”, defende. Em termos de entendimentos com o Governo da AD, Carneiro volta a frisar na moção que será uma “oposição firme e responsável”, mas reitera a disponibilidade para “consensos democráticos” em áreas como a política externa e europeia, a Defesa, segurança, Justiça e organização do Estado.

As eleições internas para a liderança do PS realizam-se em 27 e 28 de junho e, até ao momento, José Luís Carneiro é o único candidato à sucessão de Pedro Nuno Santos, que se demitiu do cargo de secretário-geral do partido após os resultados das eleições legislativas de 18 de maio.

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Quem é o grupo francês BPCE, com 200 anos de uma história atribulada

Desde as origens no século XIX a um resgate estatal na sequência do escândalo Madoff, o caminho foi longo para o provável comprador do Novobanco.

O Groupe BPCE, que está em negociações avançadas para comprar o Novobanco, nasceu em 2019, mas as suas origens têm mais de 200 anos.

O BPCE resultou da fusão de duas instituições, o Banque Populaire e a Caisse d’Epargne, mas a história destas duas redes vem bem de trás. Em 1818 nasce a primeira Caisse D’Epargne, em português literalmente “Caixa de Poupança”, enquanto o primeiro Banque Populaire surge 60 anos depois, em 1878. A raiz destes bancos esteve em modelos coletivos, cooperativos ou de pequenos profissionais, algo que, apesar das mudanças ao longo dos anos, continuou a marcar o espírito destas entidades.

Depois dessas instituições fundadoras, foram nascendo outras organizações associadas, distribuídas geograficamente, debaixo do mesmo chapéu mas com autonomia de gestão (um pouco à semelhança do modelo do Crédito Agrícola, em Portugal). Hoje em dia, debaixo do Banque Populaire existem 14 instituições, enquanto a Caisse D’Epargne conta com 15, com milhares de balcões cada. Estes dois bancos estão reunidos no Groupe BPCE mas continuam a operar autonomamente, e até concorrencialmente, em França e com marcas separadas.

Também foram resgatados

A fusão debaixo do nome Groupe BPCE aconteceu em 2009 e não pelos melhores motivos. Tal como o Novobanco, também os bancos na origem do BPCE tiveram de ser resgatados com dinheiros públicos.

O problema principal veio do Natixis, braço de banca de investimento e de gestão de fortunas na altura detido em conjunto pelas duas instituições, que ainda eram formalmente autónomas. Na sequência da crise financeira, e de investimentos feitos no que se veio a descobrir ser um esquema piramidal de Bernard Madoff, os problemas do Natixis contaminaram tanto o Banque Populaire como o Caisse D’Epargne, levando o Estado francês a injetar nas instituições cerca de 7 mil milhões de euros, entre o final de 2008 e o início de 2009. A ajuda estatal estava paga no final de 2011.

Neste último ano dá-se a fusão entre as duas instituições, em julho, por forte iniciativa pública, sob a liderança do Presidente Sarkozy. Esse processo, no entanto, não foi isento de problemas. O primeiro presidente do recém-criado Groupe BPCE foi François Perol que, na qualidade de membro do staff de Nicolas Sarkozy, desenhou boa parte da política económica desse Presidente e, sobretudo, teve papel fundamental na definição da fusão dos bancos que deram originam ao BPCE. Em 2015, Perol foi levado a tribunal devido à violação da lei das incompatibilidades e conflito de interesses, uma vez que alegadamente não podia passar de um papel para o outro. Em 2017 foi absolvido, num processo em que as autoridades pediam uma pena de dois anos de pena de prisão, suspensa.

Após 2009, seguiu-se uma reestruturação e o fortalecimento do modelo cooperativo. O BPCE tem como acionistas (9,8 milhões) os membros das cooperativas do Populaire e da Caisse D’Epargne, que são normalmente os clientes, de forma que se pode equiparar, genericamente, à do Montepio, por cá. Fruto deste modelo, dois dos membros do Conselho de Administração são representantes dos trabalhadores.

Nos últimos anos, o negócio tem corrido bem para o BPCE, cujo logotipo roxo resulta da combinação das cores azul e vermelho dos bancos que lhe deram origem.

Atualmente, de acordo com os números da própria instituição, o BPCE é o segundo maior grupo bancário em França, tem 100 mil funcionários e 35 milhões de clientes em todo o mundo. Em termos de banca comercial, está apenas em França, com a presença mundial em mais de 50 países a ser assegurada através da banca de investimento para empresas e da gestão de fortunas feitas pela Natixis. É o Natixis, liás, o responsável pela relação com o Group BPCE com Portugal, uma vez que tem mais de 2 mil trabalhadores no nosso País.

No primeiro trimestre deste ano, o Groupe BPCE atingiu um resultado líquido de perto de 900 milhões de euros, uma subida de 4% face ao período homólogo.

Segundo uma apresentação do próprio banco, o grupo é líder no financiamento a PME em França, tem a segunda maior quota de mercado nos particulares e está na quarta posição na bancassurance. Tem também, habitualmente, uma exposição relevante em termos de crédito ao setor público, nomeadamente a nível local.

Nicolas Damias, CEO do grupo, apresentou recentemente a estratégia Vision 2030, que tem como primeiro pilar assumido o crescimento, inclusivamente fora de França. Se a compra do Novobanco for bem sucedida, está aí um passo assertivo nesse caminho.

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Transporte de passageiros nos aeroportos nacionais cresce 4,2% até abril

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

Aeroporto de Lisboa movimentou 10,7 milhões de passageiros até abril, mais de metade dos passageiros que passaram pelos aeroportos nacionais nos primeiros quatro meses do ano.

O número de passageiros movimentados nos aeroportos nacionais aumentou 4,2% nos primeiros quatro meses do ano, para 20,5 milhões, metade dos quais no aeroporto de Lisboa, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), hoje divulgados.

De acordo com as estatísticas rápidas do transporte aéreo, o aeroporto de Lisboa movimentou 10,7 milhões de passageiros até abril, o que corresponde a 52,4% do total e a um crescimento de 2,3% face ao mesmo período do ano passado.

Já o aeroporto do Porto concentrou 23,0% do total de passageiros movimentados (cerca de 4,7 milhões; +4,5%), enquanto o de Faro registou um crescimento de 8,1% no movimento de passageiros, totalizando 2,3 milhões.

O Reino Unido foi o principal país de origem e de destino dos voos, tendo registado crescimentos no número de passageiros desembarcados (+2,5%) e embarcados (+1,8%) face ao mesmo período de 2024.

França, que não registou alterações significativas face ao período homólogo, desceu para a segunda posição, seguindo-se Espanha, Alemanha e Itália.

Naquele período, registou-se um crescimento de 0,7% no movimento de carga e correio nos aeroportos nacionais (13,8% em 2024), sendo que o movimento de mercadorias no aeroporto de Lisboa representou 78,4% do total, atingindo 63.930 toneladas (+2,3% face ao mesmo período de 2024).

No conjunto dos restantes aeroportos, o movimento de carga e correio recuou 4,6%.

Numa análise apenas ao mês de abril, nos aeroportos nacionais movimentaram-se 6,5 milhões de passageiros e 21.400 toneladas de carga e correio, correspondendo a crescimentos de 8,1% e 1,7%, respetivamente, face ao período homólogo de 2024.

No mês em análise, registou-se o desembarque médio diário de 109.900 passageiros, valor superior em 8,3% ao registado em abril de 2024 (101.500).

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Comissão Europeia coloca Angola na lista negra de crimes financeiros

Angola é agora considerado pela Comissão Europeia como um país de alto risco para branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo. Cada operação com empresas europeias passa a ser escrutinada.

A Comissão Europeia apertou o cerco à criminalidade financeira internacional e colocou Angola na sua lista de países de alto risco para o branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo. A decisão, anunciada esta terça-feira, representa um revés significativo para Luanda, que vê agora as suas relações financeiras com a União Europeia sujeitas a um escrutínio reforçado.

A medida surge num momento particularmente sensível para as relações luso-angolanas, após o primeiro-ministro Luís Montenegro ter visitado Angola em julho passado, onde reforçou a linha de crédito portuguesa em 500 milhões de euros. Agora, todas as transações financeiras envolvendo instituições angolanas ficam sujeitas a “vigilância reforçada” por parte das entidades europeias, numa decisão que pode complicar os fluxos de investimento entre os dois países.

Esta decisão vem no seguimento da atualização da lista europeia de jurisdições de alto risco que, além de Angola, engloba ainda Argélia, Costa do Marfim, Quénia, Laos, Líbano, Mónaco, Namíbia, Nepal e Venezuela. Em sentido contrário, a Comissão Europeia retirou os Barbados, Gibraltar, Jamaica, Panamá, Filipinas, Senegal, Uganda e os Emirados Árabes Unidos.

As pessoas e entidades que executam fundos da União Europeia ou garantias orçamentais [ficam impedidas de] efetuarem operações novas ou renovadas com entidades constituídas ou estabelecidas em países incluídos no presente regulamento.

Comissão Europeia

Regulamento Delegado (UE) 2016/167

“A identificação e a inclusão na lista das jurisdições de alto risco continuam a ser um instrumento crucial para salvaguardar a integridade do sistema financeiro da União Europeia”, refere Maria Luís Albuquerque, comissária europeia responsável pelos Serviços Financeiros e pela União da Poupança e dos Investimentos, em comunicado

A ex-ministra das Finanças de Portugal sublinha ainda que “na sequência de uma avaliação técnica exaustiva e depois de ter ouvido atentamente as preocupações expressas em relação à sua última proposta, a Comissão apresentou agora uma atualização da lista da União Europeia que reitera o forte empenhamento em alinhar-se pelas normas internacionais”.

O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro (C), acompanhado pelo ministro da Indústria e Comércio. Rui Miguêns de Oliveira (D) e pelo ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António (E), durante a sessão de encerramento do Fórum de Negócios Angola-Portugal, no segundo dia da visita oficial de três dias a Angola, em Luanda, Angola, 24 de julho de 2024. A visita teve como objetivo de fortalecer as relações políticas, económicas e culturais e tornar mais regulares e intensos os contactos entre os Executivos dos dois países. Ampe Rogério/Lusa

As deficiências identificadas em Angola

A inclusão de Angola na lista europeia de países de alto risco tem consequências imediatas e concretas. As entidades da União Europeia ficam obrigadas a aplicar medidas de diligência reforçada sempre que estabeleçam relações de negócio ou realizem operações que envolvam estes países.

Na prática, isto significa que bancos, seguradoras, empresas de investimento e outras instituições financeiras europeias terão de submeter todas as transações com Angola a um escrutínio mais apertado, verificando com maior rigor a origem dos fundos e a identidade dos beneficiários efetivos.

O regulamento delegado, que entra em vigor após um mês de escrutínio do Parlamento Europeu e do Conselho, estabelece também restrições para o financiamento de fundos europeus. “As pessoas e entidades que executam fundos da União Europeia ou garantias orçamentais” ficam impedidas de “efetuarem operações novas ou renovadas com entidades constituídas ou estabelecidas em países incluídos no presente regulamento”, lê-se no diploma.

Bruxelas considera que “Angola ainda não deu uma resposta cabal às preocupações que conduziram ao seu aditamento à lista do GAFI de “jurisdições sob controlo reforçado”, sublinhando que “Angola deve, por conseguinte, ser considerada um país terceiro de risco elevado.”

O documento oficial da Comissão Europeia reconhece os esforços de Luanda na tomada de medidas no combate ao branqueamento de capitais, sublinhando que “Angola assumiu um compromisso político de alto nível no sentido de colaborar com o GAFI” — Grupo de Ação Financeira Internacional — “para melhorar a eficácia do seu regime de CBC/FT”.

Porém, Bruxelas considera que “Angola ainda não deu uma resposta cabal às preocupações que conduziram ao seu aditamento à lista do GAFI de “jurisdições sob controlo reforçado”, sublinhando que “Angola deve, por conseguinte, ser considerada um país terceiro de risco elevado.”

Entre as principais deficiências apontadas estão a necessidade de Angola “melhorar a sua compreensão dos riscos de BC/FT” [Branqueamento de Capitais / Financiamento do Terrorismo] e “melhorar a supervisão baseada no risco das entidades bancárias não financeiras e das empresas e profissões não financeiras designadas”. Segundo a Comissão Europeia, Angola precisa ainda de assegurar que “as autoridades competentes tenham acesso adequado, exato e atempado às informações sobre os beneficiários efetivos”.

O relatório critica também a falta de eficácia na perseguição criminal, exigindo que Angola demonstre “um aumento das investigações e ações penais em matéria de branqueamento de capitais” e “a capacidade de identificar, investigar e instaurar ações penais contra atividades de financiamento de terrorismo”.

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Lone Star próximo de fechar venda do Novobanco aos franceses do BPCE

O fundo norte-americano escolheu o grupo francês que detém o Natixis para vender participação de 75% no Novobanco, sabe o ECO. Negociações já começaram e avaliação poderá ficar perto de 7 mil milhões.

A decisão está tomada. A Lone Star está a ultimar a venda do Novobanco aos franceses do Groupe BPCE. O fundo norte-americano que controla 75% do banco português já arrancou negociações com o grupo francês que detém o Natixis entre outras instituições, apurou o ECO. A decisão deverá ser comunicada ao mercado nas próximas horas.

Para trás ficou a ideia de vender até 30% do Novobanco na bolsa, opção que esteve em cima da mesa até ao último momento.

As negociações terão como base uma avaliação do Novobanco em torno de 7,2 mil milhões de euros, valor que inclui dividendos de 1,3 mil milhões, de acordo com as fontes consultadas pelo ECO. O valor vai ao encontro da estimativa da JB Capital, que em março avaliou o Novobanco entre 5,5 mil milhões de euros e 7,2 mil milhões.

A Lone Star adquiriu uma participação de 75% no Novobanco em outubro de 2017, a troco de uma injeção de mil milhões de euros. Os restantes 25% estão na esfera pública, designadamente do Fundo de Resolução (13,54%) e da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (11,46%).

Tanto o Fundo de Resolução como a DGTF são obrigados a vender a sua participação se a Lone Star acordar a venda de mais de 75% da sua posição, segundo um acordo que as três partes assinaram em dezembro passado, que permite ao fundo americano acionar a “drag option” em caso de venda direta. Nessa situação, o Fundo de Resolução e o Estado beneficiarão das mesmas condições de venda da Lone Star, incluindo o preço que os franceses pagarem.

Com mais de 4.200 trabalhadores e quase 300 balcões, o Novobanco registou lucros de 177,2 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, menos 1,9% em comparação com o mesmo período do ano passado, com o resultado a ser penalizado pela contração da margem financeira. É o quarto maior banco a operar em Portugal, com uma quota de mercado ligeiramente acima de 9%.

O BPCE já está presente em Portugal através de um centro tecnológico do Natixis, localizado no Porto. Assim, a aquisição do Novobanco permitiria alargar a atividade à banca comercial no mercado português.

Para trás na corrida pelo Novobanco estava o grupo espanhol Caixabank, que detém o BPI. O governo português manifestou a oposição a um negócio envolvendo um banco de Espanha, pois resultaria num reforço da presença espanhola no sistema bancário nacional dos 30% para os 50%, de acordo com o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

(Notícia atualizada às 14h43)

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Há quatro startups portuguesas no top 100 do crescimento rápido em França e no Sul Europa

A sheerMe é a melhor posicionada, com o sexto lugar do ranking "France & Southern Europe The fastest-growing startups in 2025", da Sifted.

Há quatro startups nacionais entre as 100 com mais rápido crescimento em França e no Sul da Europa, de acordo com a Sifted. A sheerMe é a melhor posicionada, com o sexto lugar do ranking “France & Southern Europe The fastest-growing startups in 2025”.

SheerMe (6.º), Bloq.it (14.º), Coverflex (46.º) e EqualFood (68.º) lugar são as startups nacionais a figurar no ranking da publicação que, este ano, agrega as startups e mais rápido crescimento da França e Sul da Europa, ranking liderado pela francesa Electra (com um crescimento de 681,46%).

Das nacionais, a sheerMe ocupa a melhor posição, figurando no top 10, com uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 330,95% nos últimos dois anos. “Este destaque é uma validação clara da visão da sheerME e do trabalho excecional desenvolvido pelas nossas equipas em Portugal e no Brasil, que têm vindo a revolucionar a forma como se consomem serviços de beleza e bem-estar”, reage Miguel Alves Ribeiro, cofundador da sheerMe, ao ECO. “Mais do que uma app de marcações, a sheerME está a construir a super app do setor — unindo consumidores e parceiros com benefícios reais, tecnologia integrada e um ecossistema de parcerias com marcas globais como L’Oréal, Google, Meta, Uber, Glovo, entre outras”, refere o CEO.

“Nos próximos seis a oito meses, o plano passa por massificar a presença nos mercados atuais (Portugal, Brasil e Espanha), expandir para novas cidades e preparar o lançamento de novos países com uma estratégia focada em automação, IA e eficiência operacional. O objetivo? Tornar a sheerME na super app mais evoluída do mercado para os consumidores — e na plataforma de gestão mais inteligente e completa para os negócios do setor”, diz ainda quando questionado sobre os planos de negócio futuros. “Este reconhecimento europeu é apenas o início de um caminho ambicioso e global”, conclui.

“France & Southern Europe The fastest-growing startups in 2025”, da Sifted.

Com uma taxa de crescimento de 240,4%, a Bloq.it garantiu a 14.ª posição no ranking e um lugar no Top 20 global, sendo a segunda startup nacional melhor posicionada. Também no ranking, na 46.ª posição, surge a Coverflex, com uma taxa de crescimento de 128.28%, que repete a presença, embora tenha registado uma descida de 38 lugares. Das nacionais, a Equal Food marca ainda lugar na tabela, garantindo a 69.ª posição com 90.22% de taxa de crescimento.

França lidera

O ranking é liderado pela francesa Electra, que atua na área do carregamento de veículos elétricos, com uma taxa de crescimento de 681.46%; seguida da startup catalã Rever (674.60%), plataforma que gere as devoluções de e-commerce, e da francesa folk (532.46%) que desenvolve um CMR para as equipas de vendas.

França lidera, mas “Itália e Espanha estão a ganhar terreno no ranking, indiciando um ecossistema mais distribuído”, aponta o documento. As startups estão ainda a registar crescimentos mais acelerados, com a média da taxa de crescimento anual composta (CAGR) a subir de 142% para 156%.

“Esse crescimento está a ser atingido com equipas mais pequenas: o número de quadros reduziu ligeiramente, mesmo com as receitas a subir. A IA pode fazer parte da história, permitindo equipas iniciais a fazer mais com menos”, pode ler-se no estudo. Em 2024, as startups tinham uma média de 100 colaboradores, no ranking deste ano tinham 100.

“France & Southern Europe The fastest-growing startups in 2025”, da Sifted.
“France & Southern Europe The fastest-growing startups in 2025”, da Sifted.

 

O número de startups que apresentam lucros também aumentou — de 17% para 31% —, com 76% em fase de pré-series B ao nível de financiamento. A média de financiamento também subiu, de 30,38 milhões em 2024, para 34,6 milhões em 2025. Para 35 das startups, uma série A foi a ronda mais recente, com 26 a assinalar uma ronda seed.

“Apenas 16 das empresas listadas têm pelo menos uma mulher fundadora ou cofundadora”, refere o ranking.

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⛽ Combustíveis voltam a ficar mais caros na segunda-feira

Se precisar de atestar o depósito do carro é melhor aproveitar o dia de Santo António e o fim de semana. O preço do gasóleo deve subir 1,5 cêntimos por litro e o da gasolina 1 cêntimo.

Se precisar de atestar o depósito do carro é melhor aproveitar o dia de Santo António e o fim de semana para o fazer. Na próxima semana, os combustíveis voltam a ficar mais caros.

O preço do gasóleo, o tipo de combustível mais utilizado em Portugal, deve subir 1,5 cêntimos por litro, enquanto o da gasolina terá uma subida de um cêntimo por litro a partir de segunda-feira, avançou fonte do mercado ao ECO.

Quando se dirigir aos postos de abastecimento, deverá passar a pagar 1,533 euros por litro de gasóleo simples e 1,689 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na terça-feira, de acordo com os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Esta semana já se tinha registado uma subida no preço dos combustíveis. O gasóleo e a gasolina aumentaram ambos meio cêntimo por litro.

A cotação do petróleo está a cair esta quinta-feira mais de 1%. O barril de Brent, que serve de referência para a Europa, desvaloriza 1,88% para os 68,46 dólares, enquanto o valor do WTI, produzido no Texas, desce 1,95% para os 66,82 dólares por barril.

Os mercados financeiros e as matérias-primas têm estado a reagir em baixa às tensões comerciais entre as maiores economias do mundo. As negociações entre os Estados Unidos e a China não chegaram para animar os investidores, tanto que continuam a procurar ativos de refúgio, como o ouro, que tem estado a valorizar mais de 1% para perto dos 3.400 dólares a onça.

A China e os Estados Unidos terminaram ontem dois dias de reuniões em Londres com um acordo preliminar para estabelecer um quadro de trabalho benéfico para ambas as partes, após uma conversa entre o presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, na semana passada.

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Paz e segurança na Europa? “É tempo de sermos todos, todos, todos europeus”, diz Marcelo

  • Joana Abrantes Gomes
  • 12 Junho 2025

Na cerimónia que assinala os 40 anos da adesão de Portugal à então CEE, o Presidente da República defendeu ainda que "a Europa não é um parceiro lateral à construção da paz".

“Se verdadeiramente queremos paz e segurança na Europa, é tempo de sermos todos, todos, todos europeus, antes que seja tarde demais, antes que haja vítimas demais”. Marcelo Rebelo de Sousa utilizou a expressão celebrizada pelo Papa Francisco, aquando da sua visita a Portugal na Jornada Mundial da Juventude em 2023, para defender que “a Europa não é um parceiro lateral à construção da paz”.

Intervindo na cerimónia que assinala os 40 anos da adesão de Portugal à então Comunidade Económica Europeia (CEE), a decorrer esta quinta-feira no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, o Presidente da República lembrou que a “principal conquista” do projeto europeu foi a paz. E que esta “continua a ser a [sua] principal razão de ser”.

“Já demonstrámos que o método comunitário permite resolver os problemas sem guerras, com armas que não matam, mas curam, promovem e pacificam“, defendeu o chefe de Estado, apelando a uma “reforçada capacidade e coesão na defesa comum” da Europa.

Marcelo realçou, por isso, ser tempo de os EUA “recordarem as vantagens políticas e económicas de estarem sempre ao lado [da Europa]” e “de a Federação Russa reconhecer o clamoroso erro estratégico dos últimos já longos anos, culminando na intolerável invasão da Ucrânia, e voltar ao concerto das nações, à sua cultura e à sua ancoragem europeias”.

Sobre a adesão de Portugal à então CEE, o Presidente da República recordou “os nove longos anos de negociações” com Bruxelas e os nove Estados-membros que faziam parte da comunidade naquela altura — alargados a dez com a adesão da Grécia em 1983 –, durante os quais existiu uma “unidade de objetivos nacionais” entre os vários partidos, políticos e governos.

“Desde 1977 e particularmente desde 1986, três gerações de políticos negociaram, aplicaram, traduziram a adesão em melhoria das condições de vida dos portugueses“, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado sublinhou ainda que “Portugal é o único atual Estado-membro não fundador que, com Durão Barroso e António Costa, viu os seus nacionais serem presidentes de duas instituições europeias”, respetivamente da Comissão Europeia e do Conselho Europeu.

“O desafio de hoje é manter esse caminho, adaptando-o às novas realidades, dando novas respostas aos novos problemas, sabendo que, na construção da União Europeia, o mais premente amiúde é o processo, é o diálogo democrático e plural, na salvaguarda do primado das pessoas e da sua dignidade”, frisou.

Embora considere que a adesão “valeu a pena” decorridas quatro décadas, Marcelo não deixou, porém, de apontar que nem tudo foi perfeito: “Erros foram cometidos; por vezes, passos foram dados sem o devido apoio e explicação; muitas vezes a tecnocracia impôs-se à política, criando distâncias entre Bruxelas e os europeus. Uma Europa dos cidadãos, ou, mais do que isso, das pessoas, tem de continuar a ser uma prioridade e não apenas um chavão ou um álibi.

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Edifícios licenciados sobem 20,3% no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 12 Junho 2025

O licenciamento de edifícios para construções novas subiu 21,3% no primeiro trimestre, depois de ter crescido 27,5% no quarto trimestre de 2024, enquanto para reabilitação aumentou 23,7%.

O número de edifícios licenciados no primeiro trimestre subiu 20,3% para 7,1 mil edifícios, em relação ao período homólogo, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Numa nota sobre obras licenciadas e concluídas, o INE referiu que, nos primeiros três meses do ano, “foram licenciados 7,1 mil edifícios, um aumento de 20,3% face ao mesmo período do ano anterior, embora abaixo da variação de 24,1% registada no 4.º trimestre de 2024”.

O INE revelou que o licenciamento de edifícios para construções novas, por sua vez, subiu 21,3% (+27,5% no 4.º trimestre de 2024), enquanto para reabilitação aumentou 23,7%, “acelerando face aos 15,7% observados no trimestre precedente”.

Já o número de edifícios concluídos foi de 3,9 mil, um aumento homólogo de 1,1% e “uma inversão da redução de 3,6% verificada no trimestre anterior”.

De acordo com a mesma informação, no segmento de habitação familiar, “o número de fogos licenciados em construções novas cresceu 36,0%“, valor que reforça “o aumento de 23,5% observado no último trimestre”, sendo que o número de fogos concluídos aumentou 18,4%, após mais 11,8% no quarto trimestre de 2024.

Assim, em comparação com o trimestre anterior, “o número de edifícios licenciados aumentou 3,8%, enquanto os edifícios concluídos diminuíram 3,9%”.

De acordo com o INE, “quase todas as regiões do país registaram aumentos no número de edifícios licenciados, com exceção da Região Autónoma da Madeira (-12,4%) e da Península de Setúbal (-0,3%)”, tendo as subidas mais expressivas, todas acima dos 20%, ocorrido nos Açores (+45,4%), Oeste e Vale do Tejo (+29,0%), Alentejo (+27,0%), Grande Lisboa (+25,7%) e Centro (+23,1%).

Já no que diz respeito aos edifícios concluídos, apesar do aumento homólogo para o país, “apenas quatro regiões registaram crescimentos no número de edifícios concluídos: Algarve (+33,1%), Centro (+12,1%), Norte (+3,5%) e Região Autónoma dos Açores (+3,1%)”, tendo as restantes regiões observado decréscimos, sendo as maiores reduções na Península de Setúbal (-18,8%) e na Região Autónoma da Madeira (-16,7%).

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CTT e Associação de Imprensa renovam protocolo para o serviço de correio editorial

  • + M
  • 12 Junho 2025

O acordo visa apoiar as campanhas de angariação e renovação de assinaturas das publicações. Já os CTT beneficiam de desconto nos preços da tabela de publicidade nos meios que adiram ao programa.

Os CTT e a Associação Portuguesa de Imprensa (API) renovaram o protocolo de cooperação que estabelece as condições do serviço de correio editorial até 2027.

O acordo tem por objetivo “apoiar as campanhas de angariação e/ou de renovação de assinatura através da medida pack editorial para os jornais e publicações periódicas nos âmbitos nacional e internacional, num setor que continua a atravessar dificuldades”, refere-se em nota de imprensa, onde se acrescenta que a iniciativa é “particularmente significativa” para a imprensa regional e local, que “depende fortemente do serviço postal para alcançar os seus leitores”.

Por outro lado, os CTT beneficiam de desconto nos preços da tabela de publicidade para as inserções publicitárias nas publicações que adiram ao programa.

“A renovação deste protocolo representa um passo fundamental na defesa da imprensa livre, plural e acessível em todo o território nacional. Para a API, este apoio contínuo aos editores — em especial os regionais e locais — é essencial para garantir a sustentabilidade de um setor que está em crise há vários anos e que ainda tem nas subscrições e na publicidade em papel uma das suas maiores fontes de receita, diz Cláudia Maia, presidente da direção da API, citada em comunicado.

“Trata-se de uma medida concreta de apoio à viabilidade da comunicação social, com impacto direto na coesão territorial e no acesso à informação”, acrescenta.

Já João Sousa, administrador executivo dos CTT, refere que a renovação do protocolo “reitera o esforço conjunto para garantir que a imprensa regional continua a chegar às suas comunidades, salvaguardando a pluralidade da imprensa em Portugal, num desígnio de proximidade que é comum às duas entidades“.

O presente acordo tem efeitos retroativos a 1 de abril e estará em vigor até 31 de março de 2027. O último protocolo terminou a 31 de março e “proporcionou condições especiais para cerca 2,3 milhões de envios realizados por quase duas centenas de editores”, refere-se em nota de imprensa.

Na semana passada a API também anunciou ter concluído o processo de renegociação do contrato de distribuição de publicações periódicas com a Vasp, considerando que as condições do acordo são equilibradas e salvaguardam os interesses dos associados.

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