Queda do consumo obriga setor do vestuário a antecipar saldos
Marcas já estão a implementar descontos para escoar produtos depois de se assistir a uma retração no consumo. Associações do setor apelam a “saldos mais inteligentes” para equilibrar margens de lucro.
Depois de uma retração no consumo devido à inflação e face às temperaturas amenas para a época, as grandes marcas já estão a implementar descontos para escoar produtos, quando ainda passam poucos dias desde o início do verão. O setor do vestuário e do calçado, sobretudo os pequenos lojistas, criticam a desregulação do comércio e apontam que os períodos de saldos estão desfasados da realidade, levando à perda de rentabilidade e ao encerramento de lojas, denunciam ao Jornal de Notícias.
“O retalho está a emagrecer, a indústria está pressionada e a perder postos de trabalho“, um cenário que é convidativo para “importações de menores custos” provenientes de países terceiros, em particular asiáticos, realça o porta-voz da Associação Portuguesa dos industriais de Calçado, Componentes, Artigos de pele e seus Sucedâneos, Paulo Gonçalves, citado pelo JN. Para César Araújo, presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção, os saldos deveriam ser “a partir de 20 de agosto e até final de setembro”, pois assim permitiria equilibrar as margens de lucro da fábrica e do próprio retalhista.
Outro problema identificado pelo setor é o facto de as marcas comprarem produtos com muita antecedência, necessitando depois de vender os artigos que se acumulam nos armazéns a preço de saldo. É um “duplo prejuízo”, ao vender um produto abaixo do preço e depois as peças que não são vendidas têm de ser destruídas, refere ainda o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). Enquanto isso, a Deco alerta os consumidores para a política de trocas e devoluções de cada loja e sugere o alargamento do período de 30 dias para o desconto ser feito.
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