Euribor inverte tendência e sobe a três meses

  • Lusa
  • 26 Março 2025

A Euribor inverteu a tendência das últimas 10 sessões e subiu hoje a três meses, e desceu a seis e a 12 meses em relação a terça-feira.

A Euribor, usada no cálculo da prestação da casa, inverteu a tendência das últimas dez sessões e subiu hoje a três meses, e desceu a seis e a 12 meses em relação a terça-feira.

Com as alterações, a taxa a três meses, que avançou para 2,369%, ficou abaixo da taxa a seis meses (2,375%) e acima da taxa a 12 meses (2,346%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, baixou hoje, ao ser fixada em 2,375%, menos 0,011 pontos.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor recuou para 2,346%, menos 0,008 pontos.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, avançou hoje, ao ser fixada em 2,369%, mais 0,004 pontos, e depois de ter descido em 10 sessões consecutivas.

A taxa Euribor a três meses entra no cálculo da taxa base dos Certificados de Aforro, que é determinada mensalmente no antepenúltimo dia útil de cada mês, para vigorar durante o mês seguinte, e não pode ser superior a 2,50% nem inferior a 0%.

A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série F, foi fixada de novo em 2,500% em março de 2025.

Em termos mensais, a média da Euribor em fevereiro voltou a descer a três e a seis meses.

A Euribor a 12 meses, que tinha subido em janeiro pela primeira vez depois de nove meses a cair, também desceu em fevereiro.

Assim, a média da Euribor a três, seis e a 12 meses em fevereiro desceu 0,177 pontos para 2,525% a três meses, 0,154 pontos para 2,460% a seis meses e 0,118 pontos para 2,407% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o BCE decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%.

A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Carga fiscal pesa mais sobre os contribuintes. Subiu para 35,7% do PIB em 2024

Trata-se de um agravamento de uma décima face há um ano e traduz um aumento das receitas fiscais e contributivas a um ritmo mais elevado do que a evolução nominal do PIB.

A carga fiscal aumentou para 35,7% do PIB em 2024, mais uma décima em comparação com o ano anterior, de acordo com a primeira notificação por Procedimento dos Défices Excessivos de 2025 do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta quinta-feira.

“O indicador de carga fiscal, correspondente ao rácio entre as receitas fiscais e o PIB, fixou-se em 35,7% (35,6% no ano anterior)”, lê-se no mesmo relatório.

Como o crescimento nominal da receita fiscal e contributiva (6,7%) foi superior ao do PIB (6,4%), a carga fiscal em percentagem do PIB aumentou 0,1 pontos percentuais, para 35,7% em 2024 (35,6% no ano anterior).

Em 2024, as receitas fiscais das Administrações Públicas fixaram-se em 101,8 mil milhões de euros, aumentando cerca de 6,4 mil milhões de euros relativamente a 2023, o que corresponde a um agravamento de 6,7%, em termos nominais. Esta evolução reflete o crescimento da atividade económica, tendo o PIB nominal aumentado 6,4%, isto é, menos três décimas face à subida da arrecadação e impostos e contribuições sociais.

No conjunto das Administrações Públicas, a receita total teve um incremento de 124 mil milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 6,3% entre 2023 e 2024 e a mais mais 7,4 mil milhões de euros que entraram nos cofres do Estado. Esta evolução foi impulsionada em grande medida pelo aumento da receita corrente: subiu 7%, correspondendo a mais 7,9 mil milhões de euros.

O incremento da receita corrente “deveu-se à subida significativa das suas três grandes componentes, especialmente as contribuições sociais”, que aumentaram 9,3%, o que representa mais 3.067 milhões de euros, e impostos sobre o rendimento e o património, que se traduziram num incremento de 3,5%, correspondente a mais 1.002 milhões de euros, de acordo com o INE.

Este “comportamento continuou a refletir o crescimento da atividade económica e do mercado de trabalho bem como o aumento dos preços, no caso dos impostos sobre a produção e a importação”, justifica o gabinete de estatísticas.

A primeira notificação por Procedimento dos Défices Excessivos de 2025 do INE reviu em alta o excedente das contas públicas de 2024, que se fixou em 0,7% do PIB, face à estimativa de 0,4% do PIB do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024).

Também o rácio da dívida pública melhorou, caindo para 94,9% do PIB. O OE2024 estimava 95,9%, mas dados do Banco de Portugal (BdP) de fevereiro já previam uma redução para 95,3%, abaixo dos 97,7% do ano anterior e o valor mais baixo desde junho de 2010 (93,6%), isto é, em 14 anos.

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Pedro Nuno propõe parte dos lucros da CGD para autarquias construírem casas

  • Lusa
  • 26 Março 2025

O secretário-geral do PS propôs que parte dos dividendos da Caixa sejam canalizados para uma conta corrente estatal que permita financiar autarquias na construção de habitação.

O secretário-geral do PS propôs esta quarta-feira que parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos sejam canalizados para uma conta corrente estatal que permita financiar autarquias na construção de habitação, que considerou ser “o principal problema nacional”.

Pedro Nuno Santos defendeu esta ideia na abertura da sessão setorial sobre habitação que marca, esta manhã, o arranque do processo para a atualização do programa eleitoral com a construção do Manifesto Legislativas 2025, com que o partido se apresentará às eleições antecipadas de 18 de maio.

“Nós achamos que é uma boa ideia que uma parte dos dividendos da Caixa Geral de Depósitos alimente uma conta corrente no Estado que permita às nossas autarquias recorrer a financiamento para avançar com projetos de habitação”, propôs.

Segundo o líder do PS, “o Estado tem essa capacidade, o país tem essa necessidade” e há autarquias em Portugal “com uma grande capacidade, dinamismo e iniciativa” para, com recursos, “poderem construir habitação para a população de rendimentos intermédios”.

Pedro Nuno Santos referiu que, na sequência dos resultados do banco público de 2024, a Caixa distribuiu ao estado 50% do seu resultado líquido, num ano em que teve um lucro de cerca de 1.600 milhões de euros, grande parte dos quais rendimento com a habitação.

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Exportações de alumínio da UE para EUA aumentaram para 2,6 mil milhões em 2024

EUA são o segundo maior mercado de exportação de alumínio do bloco europeu, que viu o défice comercial destes produtos subir para um recorde, em 2024. Desde 2019, importações dispararam quase 30%.

A União Europeia fechou 2024 com um défice da balança comercial no alumínio de 11,1 mil milhões de euros, o que representa um novo recorde. Em cinco anos, as importações de alumínio dispararam 29,9%, enquanto as exportações só cresceram 21,3%. Os EUA, que já têm em vigor as novas tarifas de 25% sobre estes produtos, são o segundo maior mercado europeu de alumínio, com vendas de 2,6 mil milhões de euros.

As importações de alumínio para a União Europeia atingiram 29,5 mil milhões de euros em 2024, enquanto as exportações se fixaram em 18,4 mil milhões de euros, o que representa um défice comercial de 11,1 mil milhões de euros, revelou o Eurostat esta quarta-feira.

Desde 2019, as importações dispararam 29,9%, ou 6,8 mil milhões de euros e as exportações subiram 21,3%, ou 3,2 mil milhões de euros. O gabinete de estatísticas europeu refere, no entanto, que “estes aumentos monetários ocorreram apesar de uma diminuição do peso físico das exportações em 1,7% e das importações em 6,2%, sugerindo que o aumento do valor foi impulsionado principalmente pelo aumento dos preços“.

No que diz respeito às importações, a Noruega e o Reino Unido foram os maiores parceiros comerciais de alumínio para a UE em 2024, representando 15% das importações da região, ou 4,4 mil milhões de euros, e 13,1%, ou 3,9 mil milhões de euros, respetivamente.

Já a Turquia vendeu 2,8 mil milhões de euros em alumínio ao bloco europeu, seguindo-se a Islândia, com 2,1 mil milhões e a Suíça, com 1,7 mil milhões.

Entre os cinco maiores vendedores de alumínio para a UE, a Islândia mais que duplicou o valor das importações face a 2019, enquanto a Turquia viu o valor das importações na região saltarem 95,4%

Tarifas ameaçam exportações de 2,6 mil milhões

No que diz respeito às exportações, o Reino Unido é o principal mercado europeu de exportação de alumínio, com exportações avaliadas em 3,7 mil milhões de euros, o que equivale a 19,9% do total, seguido pelos EUA (,26 mil milhões de euros) e pela Suíça (2,4 mil milhões).

Segundo o Eurostat, a UE exportou para os EUA 14,1% do total das vendas de alumínio para o exterior. É sobre este valor que vão incidir as novas tarifas de Donald Trump, que estão em vigor desde dia 12 de março.

As novas taxas aduaneiras sobre o aço e o alumínio incidem essencialmente sobre a matéria-prima, podendo incluir alguns produtos semiacabados ou acabados.

Para ajudar as empresas da região, a Comissão Europeia anunciou na semana passada que quer reforçar a indústria siderúrgica dos países da União Europeia (UE) garantindo que conseguem um abastecimento de energia acessível, permitindo aos Estados-membros flexibilizar e reduzir as tarifas da rede elétrica para “aliviar a volatilidade dos preços” que as empresas pagam.

A Comissão Europeia irá conceder 150 milhões de euros através do Fundo de Investigação do Carvão e do Aço em 2026-27, com um montante adicional de 600 milhões de euros através do Horizonte Europa dedicado ao Pacto Industrial Limpo.

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Economia cresceu 2,9% no último trimestre de 2024

Na comparação em cadeia, ou seja, relativamente aos três meses anteriores, o PIB registou um salto de 0,4% no terceiro trimestre de 2024 para 1,5% nos últimos três meses do ano passado.

A economia nacional cresceu 2,9% no último trimestre de 2024, em termos homólogos, revela o Instituto Nacional de Estatística, o que representa uma aceleração face aos 2% registados nos três meses anteriores e uma revisão em alta face aos 2,8% estimados inicialmente pelo gabinete de estatística. A economia nacional registou, assim, uma progressão por quatro trimestres consecutivos face a 2023.

na comparação em cadeia, ou seja, relativamente aos três meses anteriores, o PIB registou um salto de 0,4% no terceiro trimestre de 2024 para 1,5% nos últimos três meses do ano passado. Um valor que já era conhecido e que resulta do bom desempenho da procura externa líquida, que no final do ano voltou a ser positiva, depois de ter estado no vermelho nos dois trimestres anteriores, explicou o INE. Isto é, as exportações aumentaram mais do que as importações.

“Os resultados apresentados correspondem à versão preliminar das Contas Trimestrais por Setor Institucional (CTSI) para o quarto trimestre de 2024”, alerta o INE, explicando que “resultados agora apresentados incorporam nova informação com as consequentes revisões das estimativas anteriores de alguns agregados”.

No Orçamento do Estado para 2025, o Governo inscreveu uma estimativa de crescimento de 1,8% em 2024. Mas os dados preliminares do INE apontam para uma progressão de 1,9% que não é mencionada no destaque desta quarta-feira.

No “Boletim Económico de março”, divulgado a semana passada, o Banco de Portugal sublinhou que o consumo privado (líquido de conteúdo importado) contribuiu 1,1 pontos percentuais (pp.) para o crescimento de 1,9% da economia. E que o contributo das exportações desceu para 0,6 pp., devido ao menor dinamismo dos serviços, “expectável com o desvanecimento do impulso pós-pandémico do turismo internacional”. Para este ano, a instituição liderada por Mário Centeno aponta para um crescimento de 2,3% que abrandará para 2,1% no ano seguinte. No Orçamento do Estado, a previsão é que a economia cresça 2,1% este ano.

Poupança das famílias aumenta

As contas nacionais trimestrais revelam ainda que as famílias portuguesas continuam a poupar. A capacidade de financiamento das famílias fixou-se em 4,7% do PIB no quarto trimestre de 2024, o que representa um aumento de 0,8 pontos percentuais face ao trimestre anterior. Este desempenho resultou do “aumento de 13,2% da poupança das famílias”

A taxa de poupança das famílias atingiu os 12,2%, mais 1,1 pontos percentuais do que no trimestre anterior “consequência do aumento de 3,1% do Rendimento Disponível Bruto (2,2% no trimestre anterior), superior ao crescimento de 1,9% do consumo privado. A taxa de poupança está a melhorar de forma consecutiva há cinco trimestres, mas aquém do máximo de 14,2% do rendimento disponível, no primeiro trimestre de 2021.

O INE destaca a importância da “redução do IRS pago devido à aplicação de novas tabelas de retenção na fonte” para o crescimento de 0,6 p.p. do Rendimento Disponível das Famílias (RDB).

“A despesa de consumo final” das famílias “cresceu 1,9% (1,5% no trimestre precedente), determinando o aumento da taxa de poupança para 12,2%
(11,1% no trimestre anterior), o que conduziu a uma capacidade de financiamento de 4,7% do PIB (3,9% no terceiro trimestre)”. “Em termos reais, o RDB ajustado per capita das famílias aumentou 2% no quarto trimestre de 2024 (crescimento de 1,3% no terceiro trimestre)”.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Defesa nacional emprega 40 mil pessoas. Investimentos podem chegar aos mil milhões

  • ECO
  • 26 Março 2025

Os especialistas antecipam crescimento, em linha com a Europa, mas veem poucas vantagens financeiras em recorrer aos empréstimos da União Europeia.

A indústria da defesa, um segmento de atividade económica diversificado que engloba 40 setores, conta com 380 empresas em Portugal, que empregam cerca de 40 mil trabalhadores, revela esta quarta-feira o Diário de Notícias (DN). Os especialistas antecipam crescimento, em linha com a Europa, mas veem poucas vantagens financeiras em recorrer aos empréstimos da União Europeia (UE).

Em causa está o facto de abranger não só armas, veículos militares e submarinos, mas também construção, rações de combate, entre outras áreas. Em 2019, a defesa gerou vendas acumuladas de 4,75 mil milhões de euros, de acordo com os dados oficiais mais recentes.

O presidente da IdD Portugal Defence, a holding que gere as participações públicas nas empresas da Defesa, considera que os investimentos anuais podem aumentar, dos atuais 300 milhões de euros programados, para perto de mil milhões até 2029 “sem pôr em causa as contas públicas”.

“Nos vários ramos, temos solicitações e compromissos, principalmente ao nível da NATO, que temos de satisfazer”, justificou Ricardo Pinheiro Alves, em entrevista ao Jornal de Negócios, na qual alerta também que há países europeus que “ignoram” as regras do mercado único na Defesa, “compram claramente aos seus fabricantes e pagam multas se for preciso”.

Questionado sobre o possível desfecho da Cimeira da Nato em junho, na qual as metas podem avançar para 3,5% do PIB, sendo que Portugal estabeleceu chegar a 2029 com 2% do PIB em Defesa, o presidente da IdD disse que “gastar em armas é necessário”, porque “quando estamos a investir na Defesa, há um triplo retorno”.

“Havia a intenção deste Governo de, em 2029, se atingir 2%. Eventualmente esse objetivo vai ser revisto agora em Haia. Ainda não se sabe muito bem. Fala-se nos 3%, 3,5%. O que aconteceu em Portugal, desde o início da democracia, é que se desinvestiu em Defesa ou não se investiu”, defende, em declarações ao matutino económico.

O problema é que, como escreve o jornal Público, as taxas de juros a que Portugal se financia atualmente nos mercados, próximas daquelas a que a Comissão Europeia está a conseguir emprestar dinheiro aos Estados-membros, os empréstimos da UE para a defesa tornam-se menos atrativos.

O país fica com poucas benesses para recorrer ao fundo proposto por Bruxelas para financiar o reforço da despesa europeia. O programa SAFE – Security Action for Europe é uma linha de crédito que pode chegar até 150 mil milhões de euros com maturidades longas de 45 anos.

Do ponto de vista puramente financeiro, não vejo grande vantagem [em Portugal recorrer aos empréstimos do SAFE], porque a diferença de taxas de juro neste momento é muito reduzida e o país até perde flexibilidade na gestão da sua dívida pública”, diz João Moreira Rato, ex-presidente da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, à mesma publicação.

A opinião foi partilhada por Filipe Garcia, presidente da IMF – Informação de Mercados Financeiros, que considera que “a decisão não deve ser só financeira”, embora diga que “Portugal está neste momento com um spread muito parecido ao da UE”.

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Miranda Sarmento apresenta brilharete nas contas públicas. Excedente atinge 0,7%

O INE reviu em alta o saldo das contas públicas do ano passado. É três décimas mais elevado do que as estimativas do Ministério das Finanças. A dívida pública recuou mais e caiu para 94,9% do PIB.

O excedente das contas públicas de 2024 fixou-se em 0,7% do PIB, uma revisão em alta face ao 0,4% do PIB estimado no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), de acordo com a primeira notificação por Procedimento dos Défices Excessivos de 2025 do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgada esta quinta-feira.

O ministro das Finanças, que reage daqui a umas horas aos resultados das contas nacionais, já tinha projetado um superávite melhor do que o estimado no OE2025, em torno dos 0,5%. Mas as conclusões do INE apontam agora para um saldo, em contabilidade nacional, aquele que conta para Bruxelas, bem mais favorável para Portugal.

Também o rácio da dívida pública melhorou, caindo para 94,9% do PIB. O OE2025 estimava 95,9%, mas dados do Banco de Portugal (BdP) de fevereiro já previam uma redução para 95,3%, abaixo dos 97,7% do ano anterior e o valor mais baixo desde junho de 2010 (93,6%), isto é, em 14 anos.

“De acordo com os resultados provisórios obtidos neste exercício, as Administrações Públicas (AP) tiveram um saldo positivo de 1.994,2 milhões de euros em 2024, o que correspondeu a 0,7% do PIB (1,2% em 2023). A dívida bruta das AP terá diminuído para 94,9% do PIB (97,7% no ano anterior)”, segundo a mesma nota estatística. O INE lembra que, “nos termos dos Regulamentos da União Europeia”, o instituto “envia ao Eurostat, até ao final do mês corrente, a primeira notificação de 2025 relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos (PDE)”.

Esta evolução decorre do aumento da receita total das Administrações Públicas, que ascendeu a 124 mil milhões de euros, um incremento de 6,3% entre 2023 e 2024, o que significa mais 7,4 mil milhões de euros, impulsionada em grande medida pelo aumento da receita corrente, que subiu 7%, correspondendo a mais 7,9 mil milhões de euros.

O incremento da receita corrente “deveu-se à subida significativa das suas três grandes componentes, especialmente as contribuições sociais”, que aumentaram 9,3%, o que representa mais 3.067 milhões de euros, e impostos sobre o rendimento e o património, que se traduziram num incremento de 3,5%, correspondente a mais 1.002 milhões de euros, de acordo com o INE.

Este “comportamento continuou a refletir o crescimento da atividade económica e do mercado de trabalho bem como o aumento dos preços, no caso dos impostos sobre a produção e a importação”, justifica o gabinete de estatísticas.

Em sentido inverso, “a receita de capital teve uma redução face a 2023 (variação de -20,9% e 1.529 milhões de euros), associada a uma diminuição das receitas de Fundos da União Europeia, exceto a receita do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que aumentou 26%”. O INE explica “que esta receita é registada em Contabilidade Nacional no mesmo momento em que ocorre a despesa de capital, garantindo a neutralidade dos fundos europeus no saldo das AP”.

A despesa total das Administrações Púbicas também registou um aumento de 7,6% em 2024 para 122 mil milhões de euros, o que se traduz numa subida dos encargos em 8,6 mil milhões de euros. A contribuir para este resultado, destaque para a despesa corrente que aumentou 9,3 mil milhões de euros (9,1%) em consequência do crescimento das remunerações dos empregados (variação de 8,5%) e da despesa com juros (variação de 6,3%)”, segundo o INE.

Em detalhe, o aumento dos encargos com salários reflete “a atualização generalizada das remunerações dos trabalhadores com vínculo de emprego público e, com menor impacto, do regime especial de aceleração do desenvolvimento das carreiras na Administração Pública (saúde e educação)”.

“No caso das prestações sociais, exceto transferências sociais em espécie, o aumento foi de 4.341 milhões de euros, correspondendo a uma taxa de crescimento de 10,3%, refletindo as atualizações das pensões enquadradas no regime geral da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações, bem como o aumento no número de pensionistas. Relevam ainda os acréscimos nas outras prestações sociais suportadas pela Segurança Social, em particular o abono de família e os apoios às instituições sem fins lucrativos”, salienta o INE.

Também a despesa com juros aumentou. Registou-se uma variação de 6,3% ou 349 milhões de euros, “evidenciando o acréscimo dos juros de Certificados de Aforro e do Tesouro, associados à subida das taxas de juro de referência, bem como ao impacto do pagamento de prémios de permanência das séries de Certificados de Aforro”, indica o o gabinete de estatística.

Na despesa de capital destaca-se um aumento do investimento de 11% impulsionado pela aplicação dos fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). No entanto, a redução global deste tipo de encargos em 7,2%, o que representa menos 742 milhões de euros de despesa, está fortemente associada a uma diminuição da rubrica transferências de capital que, em 2023, incluiu um conjunto significativo de operações extraordinárias que totalizaram 1.427 milhões de euros: reprivatização da EFACEC, perdas adicionais de créditos não passíveis de recuperação detidos pela Parvalorem S.A., conversão de ativos por impostos diferidos (DTA) do Novo Banco em crédito tributário reembolsável e ainda o registo de uma sentença do Supremo Tribunal Administrativo, que determinou a devolução do montante pago em 2009 pelos direitos de exploração da concessão da barragem
do Fridão, cuja construção não ocorreu.

(Notícia atualizada às 11h34)

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Tribunal da União Europeia confirma multa de 371 milhões de euros a cartel bancário

O Tribunal de Justiça da União Europeia confirmou uma multa de 371 milhões de euros a sete bancos por práticas anticoncorrenciais no mercado de dívida pública.

O Tribunal de Justiça da União Europeia confirmou esta quarta-feira a decisão da Comissão Europeia de multar sete bancos de investimento por formação de cartel no mercado das obrigações de dívida pública europeias (ODPE). Contudo, as coimas aplicadas ao UniCredit e ao Nomura foram ligeiramente reduzidas, numa decisão que reforça o combate às práticas anticoncorrenciais no setor financeiro.

Entre 2007 e 2011, traders de sete bancos — UBS, Natixis, Unicredit, Nomura, Bank of America, Portigon (antiga WestLB) e NatWest (anteriormente Royal Bank of Scotland) — trocaram informações sensíveis e coordenaram estratégias para obter vantagens concorrenciais nas emissões e negociações de ODPE. Segundo o Tribunal da União Europeia, estas práticas incluíram partilha de dados comerciais confidenciais e manipulação de preços, prejudicando a concorrência em todo o Espaço Económico Europeu (EEE).

“Estas trocas de informações comercialmente sensíveis e as práticas de fixação de preços têm um grau particularmente elevado de nocividade para a concorrência”, sublinhou o Tribunal no acórdão divulgado esta quarta-feira.

O Tribunal de Justiça da União Europeia confirmou que as infrações constituíram uma prática única e continuada, e não foi necessário demonstrar os efeitos concretos destas ações no mercado para justificar as sanções aplicadas.

A Comissão Europeia tinha imposto multas no valor total de 371 milhões de euros a três dos bancos envolvidos: Nomura, UBS e Unicredit. No entanto, o Tribunal decidiu ajustar os valores aplicados ao Nomura e ao UniCredit devido a erros na avaliação inicial da Comissão.

  • Nomura: A coima foi reduzida em 3,1% de 129,6 milhões para 125,6 milhões de euros. O Tribunal considerou que a Comissão não utilizou corretamente os dados fornecidos pelo banco na determinação do montante.
  • Unicredit: A multa foi reduzida em 6,3%, passando de 69,4 milhões para 65 milhões de euros, após o Tribunal concluir que o comportamento anticoncorrencial começou 17 dias depois da data indicada pela Comissão.

Por outro lado, as multas aplicadas ao UBS (172,4 milhões de euros) foram mantidas na íntegra. Os restantes bancos — Bank of America, Natixis e NatWest — não foram multados por razões como prescrição ou colaboração com as autoridades.

O acórdão do Tribunal reforça que as empresas são responsáveis pelas ações dos seus trabalhadores. “Qualquer comportamento anticoncorrencial por parte de um trabalhador é imputável à empresa a que pertence”, lê-se no documento. Esta decisão envia um sinal claro às instituições financeiras sobre a importância do cumprimento das regras da concorrência.

Além disso, o Tribunal confirmou que as infrações constituíram uma prática única e continuada, e não foi necessário demonstrar os efeitos concretos destas ações no mercado para justificar as sanções aplicadas.

Apesar das reduções pontuais nas multas, esta decisão representa uma vitória significativa para a Comissão Europeia no seu esforço contínuo para combater cartéis no setor financeiro. Os bancos têm agora um prazo limitado para recorrer da decisão junto do Tribunal de Justiça da União Europeia, mas apenas em questões de direito.

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F.C. Porto chegou a situação de “desespero absoluto” em novembro com salários em atraso

  • ECO
  • 26 Março 2025

Presidente dos Dragões disse, em entrevista ao JN, que o clube usou o financiamento de 115 milhões levantado em novembro para ajudar a abater o passivo, que, em 11 meses, já baixou 179 milhões.

O F.C. Porto chegou ao passado mês de novembro numa situação que o presidente do clube, André Villas-Boas, descreve como de “desespero absoluto”, com salários em atraso nas modalidades, no futebol, nos funcionários. O líder dos Dragões, que está a implementar um processo de reestruturação financeira, diz que o financiamento de 115 milhões de euros, através da recém-criada sociedade Dragon Notes, que foi constituída em setembro para gerir a participação na StadCo, ajudou o clube a reduzir o passivo, que já baixou 179 milhões em 11 meses.

Chegámos a uma situação, em novembro, de desespero absoluto, com salários em atraso nas modalidades, no futebol, nos funcionários e por isso é preciso ter o respeito por parte dos associados relativamente à situação em que nos encontrávamos”, adiantou Villas-Boas, em entrevista ao Jornal de Notícias. O líder do clube destaca que, “após novembro, se não fosse a credibilidade desta direção e desta administração, jamais o F. C. Porto anterior conseguiria concluir a operação Dragon Notes, que é única no futebol português” e que permitiu ao clube levantar um financiamento de 115 milhões de euros, junto de grandes investidores americanos.

Villas-Boas explicou ainda que este financiamento ajudou a abater o passivo que, no período de 11 meses, se reduziu em 179 milhões de euros. “Isto era totalmente impossível num cenário passado. O F. C. Porto, neste momento, tem os salários todos em dia, não deve nada a clubes, recomprou parte dos seus direitos televisivos que estavam antecipados até 2028 e tem ideia de recomprar ainda mais dívida associada aos direitos televisivos“, acrescentou.

O presidente dos Dragões, que está a realizar um empréstimo obrigacionista de 50 milhões de euros, informou ainda que o clube tem vindo a trocar os empréstimos com custos elevados por outros com melhores condições, de modo a reduzir os custos com a dívida.

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As campanhas mais eficazes de 2024, segundo a WARC

  • + M
  • 26 Março 2025

O WARC Effective 100 consiste num ranking das campanhas, agências, marcas e países mais premiadas do mundo em termos de eficácia. Descubra as campanhas mais eficazes do último ano.

Já são conhecidas as campanhas mais eficazes a nível mundial. De acordo com o ranking WARC Effective 100, a campanha que ganhou mais prémios no último ano ao nível de eficácia é a “ADLaM: An Alphabet To Preserve a Culture”, assinada pela McCann New York para a Microsoft.

Segue-se “A Piece of Me”, da Dentsu Creative Amsterdam para a KPN, e “The cost of beauty”, da Ogilvy London para a Dove. O top cinco fica completo com as campanhas “The cost of beauty”, da Ogilvy London para a Dove, e “It has to be Heinz”, da Rethink Toronto para a Heinz.

Quanto aos anunciantes que se destacaram pela sua eficácia na publicidade no ano passado, de acordo com a WARC (World Advertising Research Center), o McDonald’s conquistou pela primeira vez o lugar cimeiro. Nos primeiros cinco lugares do ranking de marcas surgem depois a Unilever, Anheuser-Busch emBev, PepsiCo e Mondelez Internacional.

Os EUA mantêm o seu domínio no ranking de eficácia, tendo 24 das 100 campanhas do ranking sido feitas no país norte-americano. Aos EUA segue-se a Índia, Brasil, Reino Unido e Colômbia.

Veja as campanhas mais eficazes de 2024:

1. “ADLaM: An Alphabet To Preserve a Culture”, da McCann New York para a Microsoft

Para preservar a língua africana Pular e ajudar a combater o analfabetismo na comunidade guineense, a Microsoft criou o ADLaM, um alfabeto, com o objetivo de o transformar num modo de comunicação reconhecido globalmente e usado digitalmente. A campanha levou o Ministro da Educação a tomar medidas para garantir que o ADLaM seja reconhecido como o alfabeto oficial da língua Pular.

2. “A Piece of Me”, da Dentsu Creative Amsterdam para a KPN

A marca de telecomunicações KPN fez uma parceria com o músico holandês Meau e criou um talk show no TikTok sobre a vergonha de alguns jovens pela divulgação online de vídeos íntimos. O projeto no TikTok envolveu os jovens em conversas moderadas por especialistas, que identificou a vergonha online como um dos problemas mais urgentes enfrentados pelos adolescentes e revelou como as vítimas se costumam sentir deprimidas e até suicidas. A música criada por Meau também atingiu mais de 10 milhões de reproduções, resultando num aumento de 183% nas conversas sobre vergonha online e num aumento de 9% na consideração da marca.

3. “The cost of beauty”, da Ogilvy London para a Dove

A Dove lançou o estudo “Real Cost of Beauty Ideals” para elucidar a sociedade americana de que a insatisfação corporal e a discriminação com base na aparência são uma epidemia silenciosa de saúde pública. A marca trabalhou com cinco jovens que partilharam a sua experiência, veiculou um anúncio de duas páginas no The New York Times, criou ativos de paid social media onde destacou o impacto económico e emocional do ódio à aparência e direcionou o público para uma experiência digital personalizada. A campanha resultou num alcance estimado de 1,9 mil milhões de pessoas, numa cobertura em 104 veículos de comunicação e num aumento de 19 pontos no poder da marca.

4. “Oreo codes”, de VML Commerce New York para a Oreo

A Oreo conseguiu converter compradores de leite em compradores das suas bolachas nos EUA. A marca mantinha 99% de reconhecimento no país mas, apesar da relação simbiótica entre leite e as suas bolachas, ainda havia milhares americanos que compravam leite, mas não bolachas Oreo, com as vendas da marca a entrarem em queda. A marca optou então por fazer uma parceria com três grandes retalhistas norte-americanos, colocando “Oreocodes” nos corredores do leite, o que permitiu aos compradores obter ofertas e promoções de Oreo diretamente das embalagens de leite. A campanha Oreocodes atingiu um ROI (retorno sobre investimento) quatro vezes superior e aumentou os compradores recorrentes em mais de 25%.

5. “It has to be Heinz”, da Rethink Toronto para a Heinz

Com a relevância da Heinz em declínio no Canadá perante um aumento forçado de preços, muitos restaurantes encheram garrafas de Heinz com outro ketchup, o que foi notado pelos consumidores. Para combater esta tendência a Heinz avançou com diversas iniciativas: girou o rótulo das suas embalagens 31 graus para mostrar aos consumidores o ângulo perfeito para tirar o ketchup, criou um quebra-cabeça de 570 peças para entreter os consumidores durante a pandemia, fez parcerias com plataformas de vendas online em segunda mão para vender artigos de moda de alta qualidade manchados com ketchup Heinz. A campanha resultou em mais de 12,5 mil milhões de impressões, um crescimento de 12% nas vendas globais, um aumento de três pontos na perceção de valor e um salto de três pontos na consideração.

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Jovens portugueses consideram notícias “tendenciosas” e “aborrecidas”

  • Lusa
  • 26 Março 2025

A escola, os temas de conversa e a família desempenham um papel importante na procura dos jovens por notícias. Muitos recorrem às redes sociais para "saber o que se passa no mundo".

Os jovens em Portugal consideram as notícias “tendenciosas” e “aborrecidas”, sobretudo sobre política, conclui um inquérito desenvolvido pelo projeto YOUNDigital.

O projeto de cidadania digital YouNDgital inquiriu 1.362 jovens a viver em Portugal, com idades entre os 15 e os 24 anos, e identificou quatro grupos diferentes tendo em conta a forma como encaram as notícias.

O primeiro grupo, designado “Exploradores Digitais Centrados no Lazer”, conta com 50,27% de repostas do sexo masculino que têm interesse em notícias sobre desporto, tecnologia, saúde e entretenimento, sendo que os jovens deste grupo procuram os media para conversar e passar tempo, porque as notícias são “tendenciosas” e “aborrecidas”, sobretudo matéria política.

Este grupo identificou os youtubers como forma de saber “o que se passa no mundo”, sendo que as suas principais fontes de informação são as redes sociais, revelando menos procura por jornais, rádio ou professores.

O grupo “Exploradores Digitais de Temas Variados” integra 59% de repostas dadas pelo sexo feminino e revelou ter interesse em temas como saúde, entretenimento, tecnologia, sociedade, educação e economia, embora procurem os instagrammers para saber “o que se passa no mundo”.

Os jovens deste grupo consideram as notícias “tendenciosas” e com “um impacto negativo” na sua “vida e no estado de espírito”, pois acedem aos meios de comunicação social para conversar e fazer trabalhos escolares, tendo como principal fonte de informação os membros da família.

O terceiro grupo “As Notícias Não São a Minha Praia” tem uma maior percentagem de respostas do sexo masculino, cerca de 61% e o desporto e o entretenimento destacam-se entre os baixos níveis de interesse nos media.

De forma a saber o que se passa no mundo acedem aos youtubers, embora em menor escala do que o primeiro grupo, sendo que partilham a mesma perspetiva sobre as notícias que o grupo anterior, acrescentando que as notícias são aborrecidas, especialmente sobre política.

Este grupo revelou também aceder os meios de comunicação social para conversar e fazer trabalhos escolares, mas com valores globais mais baixos do que o segundo grupo, sendo que têm como fonte de informação os meios de comunicação social, mas em menor escala do que os dois grupos já definidos.

O último grupo identificado pelo estudo é categorizado como “Vislumbre dos Media à Antiga” e demonstrou interesse pelo desporto, entretenimento e alguma atenção à tecnologia.

Trata-se de um grupo mais diversificado do que os grupos um e dois, mas mais alargado em ternos de notícias do que o grupo três, sendo constituído por 50,69% de repostas do sexo feminino e as restantes do sexo masculino.

Este grupo considera que “os jornalistas são mais proeminentes (em comparação com os influenciadores digitais, que aparecem mais nos grupos um e dois)”, sendo que também partilham da opinião de que as notícias “têm um impacto negativo” na sua vida e no seu estado de espírito”, descrevendo os media como “tendenciosos“, tal como nos outros grupos.

Este grupo acede sobretudo os meios de comunicação para conversas e para fazer os trabalhos da escola, tendo como fontes de informação as redes sociais e os familiares.

Assim, o inquérito concluiu que “o destaque dado às notícias não foi evidente nos agrupamentos, com foco nos interesses do indivíduo e não no coletivo“, realçando o importante papel desempenhado pela escola e pela família.

O YouNDigital é um projeto desenvolvido pelo centro de investigação da Universidade Lusófona (CICANT) e conta com o financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

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Pedro Esteves volta a dirigir campanha da AD e já foi exonerado do gabinete do PM

  • Lusa e ECO
  • 26 Março 2025

Coligação que deverá voltar a juntar PSD, CDS-PP e PPM para as legislativas antecipadas de 18 de maio terá como mandatário financeiro e jurídico Ricardo Carvalho.

O diretor de campanha da Aliança Democrática vai voltar a ser o até agora diretor de comunicação do Governo, Pedro Esteves, exonerado destas funções na terça-feira, e como diretor-adjunto o secretário-geral do CDS-PP, Pedro Morais Soares.

De acordo com fonte da direção de campanha da AD, a coligação que deverá voltar a juntar PSD, CDS-PP e PPM para as legislativas antecipadas de 18 de maio terá como mandatário financeiro e jurídico Ricardo Carvalho, deputado e secretário-geral adjunto do PSD, enquanto o mandatário financeiro adjunto será João Viegas, do CDS-PP.

Pedro Esteves tinha sido nomeado para o gabinete do primeiro-ministro a 19 de abril de 2024 — depois de já ter assumido funções de assessor ao lado de Luís Montenegro no PSD — tendo sido exonerado com efeitos a partir de terça-feira, num despacho em que o chefe do Governo expressa o seu público louvor pela “competência, lealdade e elevado empenho” nas funções de diretor de comunicação do executivo PSD/CDS-PP que depois assumiu.

Tiago Varzim, assessor do ministro da Presidência, continuará a ajudar na coordenação da comunicação do governo neste período.

O Presidente da República anunciou em 13 de março que iria dissolver o Parlamento e marcar eleições antecipadas para 18 de maio na sequência da demissão do Governo PSD/CDS-PP. A demissão resultou da rejeição pelo parlamento da moção de confiança ao executivo a 11 de março, anunciada depois de semanas de dúvidas sobre a vida patrimonial e profissional do primeiro-ministro relacionadas com a empresa Spinumviva.

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