Pingo Doce dá “extra Natal” de 350 euros a 23 mil trabalhadores. Sindicato fala em discriminação

Medida "Extra Natal" representou um investimento global de 7,7 milhões de euros. Sindicato acusa retalhista de discriminação na hora de atribuir o montante.

O Pingo Doce atribuiu 350 euros adicionais a 23 mil trabalhadores, tendo investido um total de 7,7 milhões de euros na medida “Extra Natal”, apurou o ECO junto da empresa. O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) acusa a cadeia de retalho do grupo Jerónimo Martins de discriminação “na hora de atribuir um prémio extra de Natal”.

“Esta medida Extra Natal, no valor de 350 euros, foi atribuída a cerca de 23.000 colaboradores e os critérios de elegibilidade são semelhantes a outras iniciativas de reconhecimento, beneficiando o mesmo universo de colaboradores“, diz fonte oficial do Pingo Doce ao ECO. O montante “já foi pago, mas não em simultâneo com o salário”, refere.

O valor de investimento nesta medida foi de 7,7 milhões de euros“, adianta fonte oficial do retalhista alimentar.

Sindicato acusa retalhista de discriminação

Para o CESP trata-se de uma medida discriminatória. “O Pingo Doce definiu como critério para a atribuição do prémio extra de Natal o ‘alinhamento com os valores Jerónimo Martins'”, acusa o Sindicato afeto à CGTP em comunicado.

“Seja por não aceitar trocar horários em cima da hora, por ter horário flexível para acompanhar os filhos, por participar em plenários, por ser sindicalizado, ou apenas ‘porque sim’ — tudo serviu de motivo para deixar de fora milhares de trabalhadores!”, lamenta o CESP.

Questionada sobre a abrangência da medida, fonte oficial da empresa refere que os 23 mil beneficiados “representam 87% da população elegível”, sem, no entanto, revelar quais os critérios de elegibilidade para a atribuição deste valor adicional nesta época natalícia.

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2025 traz mercado de trabalho estável, mas com “entorses” persistentes

O mercado de trabalho português tem dado provas de resiliência e o próximo ano deverá ser sinónimo de estabilidade. O desemprego jovem gera, contudo, preocupações.

Ainda que nem tudo vá bem no mercado de trabalho português, os sinais dos últimos anos têm sido de resiliência. Com o desemprego consistentemente próximo de mínimos históricos e a população empregada em níveis recorde, o desempenho global do mundo do trabalho nacional tem sido positivo. E, apesar dos desafios à espreita, o próximo ano deverá ser sinónimo de estabilidade, projetam os especialistas. Há, contudo, “entorses” – a palavra é da própria ministra da tutela – que importa cuidar, como os altos níveis de desemprego jovem.

Comecemos pelo retrato global. Depois de em 2023 o desemprego ter ficado em 6,5% e, portanto, abaixo das expectativas do Governo (então, liderado por António Costa), este ano está em rota para um recuo: a média dos primeiros três trimestres do ano aponta para uma taxa de 6,3%.

Desemprego trimestral está estável

Fonte: INE

Tanto a Comissão Europeia, como o Banco de Portugal e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) estão a contar com um decréscimo anual desse indicador, prevendo uma taxa de 6,4% (ou seja, 0,1 pontos percentuais abaixo de 2023).

E para 2025 as previsões apontam para novas reduções do desemprego: o executivo comunitário e a OCDE concordam com uma nova redução de 0,1 pontos percentuais, para 6,3%.

O próprio Governo de Luís Montenegro projeta uma redução dessa dimensão do desemprego no próximo ano (estima um decréscimo de 0,1 pontos percentuais para 6,5%), usando a expressão “relativa estabilização” para descrever o mercado de trabalho, no relatório do Orçamento do Estado para 2025 que entregou no Parlamento.

Governo até é dos menos otimistas quanto a 2025

Fonte: CFP

Mesmo entre as confederações empresariais, é esse o sentimento que impera. “A estabilidade do desemprego deverá continuar“, diz ao ECO o diretor-geral da Confederação Empresarial de Portugal, Rafael Alves Costa. “Globalmente, não haverá grandes alterações”, corrobora João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal.

“Estima-se que a taxa de desemprego se manterá, com tendência para uma ligeira descida“, atira, por sua vez o presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), Álvaro Mendonça e Moura.

Já Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum para a competitividade, faz uma ressalva importante: sim, a estabilidade do desemprego deverá prosseguir, mas para tal é preciso que as “potenciais perturbações não se concretizem” e que a economia cresça acima dos 2%.

Se as potenciais perturbações não se concretizarem e a economia crescer acima dos 2%, como é consensual, a estabilidade do desemprego deverá prosseguir.

Pedro Braz Teixeira

Diretor do gabinete de estudos do Fórum para a competitividade

A eleição de Donald Trump para presidente dos Estados Unidos, por exemplo, veio agravar a incerteza, observa o especialista. “Haverá uma escalada protecionista mundial, de que a União Europeia será simultaneamente vítima e ator?”, questiona Pedro Braz Teixeira.

Diferente alerta vem da professora catedrática Helena Lopes, do ISCTE: “É provável que haja uma ligeira subida do desemprego anunciada pela diminuição das ofertas de trabalho registada nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP)”.

Os dados mais recentes (que são referentes a novembro) revelam uma descida homóloga de 2,1% das ofertas de emprego em ficheiro. Em causa estão menos 280 oportunidades de trabalho do que há um ano.

O “entorse” do desemprego jovem

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho (D), intervém durante a sua audição na Comissão de Trabalho, Segurança Social e Inclusão, na Assembleia da República, em Lisboa. ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSAANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA

Portugal está próximo do pleno emprego, considerando o conjunto do mercado. Mas os dados relativos aos jovens geram preocupação: a taxa de desemprego jovem em Portugal foi de 19,7% no terceiro trimestre, mais do triplo da taxa registada para o conjunto do mercado de trabalho.

Depois de no verão ter dito que o desemprego jovem atingiu “níveis inadmissíveis“, a ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, usou mesmo a palavra “entorse” para descrever esse cenário, e sinalizou que esta será uma das prioridades do seu trabalho.

Por isso, logo em agosto o Governo reformulou os programas de estágio apoiados pelo IEFP. E no próximo ano já firmou o compromisso de lançar uma nova estratégia nacional para combater o desemprego jovem e reduzir o número de jovens que nem trabalham, nem estudam.

Portugal sai mal na fotografia europeia do desemprego jovem

Fonte: Eurostat

O objetivo, lê-se no Orçamento do Estado, é atrair e reter o talento jovem em Portugal, “em particular dos que possuem qualificações profissionais de nível superior“, bem como incrementar “a participação na procura ativa de emprego ou em atividades de educação e formação por parte dos jovens que pertençam a grupos que estão mais afastados do mercado de trabalho”.

O desemprego jovem atingiu taxas que não são admissíveis.

Maria do Rosário Palma Ramalho

Ministra do Trabalho

O sentimento entre especialistas e parceiros sociais é, porém, de ceticismo quanto à resolução deste problema, nos próximos tempos.

“Esta não é uma situação que se resolva de um momento para o outro“, sublinha João Vieira Lopes, que apela a “políticas orientadas para um adequado planeamento e antecipação das necessidades de competências“.

“Precisamos de reforçar o nosso ensino profissional, e possivelmente teremos que refletir sobre a racionalidade de ofertas ao nível do ensino superior que não têm procura no mercado de trabalho”, afirma o presidente da CCP.

Da parte da Confederação do Turismo, Francisco Calheiros até deixa elogios às mudanças que o Governo tem feito e anunciado, mas realça que “até à data” não se vislumbra “nada de muito assinalável”, em termos de medidas que possam pôr um ponto final robusto neste problema.

“Muito preocupado”, Álvaro Mendonça e Moura, da CAP, sugere políticas públicas de estímulo à contratação de jovens, como programas de reconversão de licenciados com licenciaturas sem empregabilidade, bolsas e empréstimos para mestrados com garantia de empregabilidade.

Precisamos de desenvolver os setores da economia que tenham capacidade empresarial elevada, empresários qualificados, processos organizacionais e produtivos criadores de valor, que puxem a média da produtividade para cima.

José Reis

Professor universitário

Propostas à parte, o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade deixa claro: o desemprego jovem parece ser um fenómeno “de caráter mais estrutural, relacionado com uma evolução mais rápida da formação do que da qualidade do emprego”.

“Se continuarmos a privilegiar setores de baixa qualificação, como o turismo, não são de esperar grandes melhorias“, atira Pedro Braz Teixeira.

Em linha, em declaração ao ECO no verão, o professor universitário José Reis dizia, a propósito da “receita” contra o desemprego jovem, que é preciso “desenvolver os setores da economia que tenham capacidade empresarial elevada, empresários qualificados, processos organizacionais e produtivos criadores de valor, que puxem a média da produtividade para cima“.

Despedimentos coletivos a aumentar

Um outro ponto que tem merecido atenção no mercado de trabalho português são os despedimentos coletivos. Até ao fim de outubro, foram entregues 409 processos deste tipo, mais 21% do que no mesmo período do último ano.

A ministra do Trabalho já disse que está atento a esta evolução, sublinhando que os despedimentos coletivos “são sempre preocupantes”. Maria do Rosário Palma Ramalho não deu, no entanto, sinais de maior alerta e Pedro Braz Teixeira acompanha-a na atitude, uma vez que, apesar destes processos, o desemprego continua baixo.

“Em princípio, estão-se a destruir empregos sem grande futuro e estão-se a criar novos empregos em número equivalente. O desemprego de longa duração baixou de 130,2 milhares no segundo trimestre para 127,2 milhares no terceiro trimestre, o que sugere que os trabalhadores despedidos estão a encontrar novas colocações“, destaca o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a competitividade.

Os economistas ouvidos pelo ECO ao longo de 2024 argumentaram que o aumento dos despedimentos coletivos está ligado ao abrandamento das economias e ao impacto das exportações e no consumo. O desempenho no próximo ano deverá, portanto, continuar ligado à evolução de economias como a alemã, que influenciam as vendas portuguesas e os resultados dos empregadores nacionais.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 24 Dezembro 2024

Como é hábito, a véspera de Natal será a meio gás. Além de várias greves a nível nacional, seja nos aeroportos ou nas superfícies comerciais, a sessão das bolsas será mais curta esta terça-feira.

O dia da véspera de Natal será a meio gás. Além de várias greves a nível nacional, seja nos aeroportos, com os trabalhadores da Portway ou ex-Groundforce, ou nas superfícies comerciais. Esta terça-feira, a sessão das bolsas em Portugal e lá fora será mais curta.

Bolsas negoceiam em sessão mais curta

É véspera de Natal até nos mercados bolsistas. Tanto aqui como nas congéneres internacionais, a sessão desta terça-feira será mais curta antecipando o encerramento das bolsas no dia 25 de dezembro, dia de Natal. A bolsa de Lisboa fecha cerca das 13h e Wall Street às 18h.

Força Aérea sobrevoa país para assinar o Natal

Os aviões caça F-16M da Força Aérea vai sobrevoar algumas regiões de Portugal continental esta terça-feira, num voo de treino que servirá para desejar um Feliz Natal à população. A rota divulgada pode sofrer alterações em função das condições meteorológicas, mas os voos previstos irão decorrer em várias regiões do país a começar pela Figueira da Foz, às 12h, e a terminar às 14h15 em Leiria.

Greves…

A contestação setorial vai continuar a fazer-se sentir até na véspera de Natal. Esta terça-feira, começa a greve do período do Natal e ano novo dos trabalhadores da Portway, que se traduz numa paralisação de todo o trabalho suplementar, com início às 00:00 do dia 24 de dezembro de 2024 e até às 23:59 de dia 01 de janeiro de 2025 e ainda numa paralisação de 24 horas nos dias 24 e 31 de dezembro, entre 00:00 e as 23:59.

… greves…

Além dos trabalhadores da Portway, também os trabalhadores da distribuição das grandes superfícies, comércio, armazéns e serviços estarão em greve durante o dia de hoje, uma paralisação convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores das Grandes Superfícies, Armazéns e Serviços de Portugal e que inclui os trabalhadores de contact centers.

…e mais greves

Além destes, prossegue a paralisação dos trabalhadores da SPdH/Menzies (antiga Groundforce), que se iniciou a 22 e decorre até 26 de dezembro, e ainda dos trabalhadores nas empresas de trabalho temporário convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTTAV).

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Desunião política em torno da criação das novas freguesias vai desaguar a Belém

Aplausos de um lado, apupos do outro e um relatório de desagregação de freguesias que será votado dia 17. Mas o "pai" da Lei de 2013, que seguiu indicações da troika, confia num veto em Belém.

Prazos cumpridos, compromisso do grupo de trabalho honrado, processo da desagregação das freguesias a caminho do plenário a tempo de ser votado a 17 de janeiro. Este é o lado positivo da avaliação da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE) ao trabalho feito ao longo dos últimos meses pelos deputados que analisaram os pedidos provenientes de uniões de freguesias, de freguesias a título individual que se queriam tornar independentes e até de grupos de eleitores.

Mas nem tudo parece ter corrido bem. Tanto na ótica da associação, que esperava ter-se reunido com a comissão parlamentar, como de outros intervenientes.

“Lamentamos muito a ausência da informação que devia ter sido feita à ANAFRE”. A representante das freguesias, prossegue o seu presidente, “foi parceira da Comissão Nacional de Eleições na elaboração da lei, com a Associação Nacional de Municípios Portugueses. Merecíamos outro tipo de tratamento”.

Jorge Veloso é particularmente duro com a ausência de comunicação dos resultados da comissão de poder local e coesão territorial por parte de quem a dirige.

Apontando ao deputado Bruno Alves, do Chega, recorda que “no mandato anterior [Governo de António Costa], teceu críticas, mas agora não faz a transmissão de informação à ANAFRE. Para ele, na altura estava tudo mal, ninguém trabalhava como deve ser. Afinal de contas, o trabalho que está a fazer há largos meses resume-se a zero, piorou as coisas. O presidente da comissão no mandato anterior falava connosco, atendia telefones. Este não faz nada”, critica Jorge Veloso, finalizando: “Não sei o que move o presidente”.

Quase três semanas passadas da reunião inicialmente agendada para dia 4 de dezembro, mas que acabaria cancelada, a representante das freguesias continua sem ser ouvida pela comissão que, entretanto, finalizou os seus trabalhos com a votação que deu aval à desagregação de 124 uniões de freguesias. Nem reunião, nem comunicação oficial dos resultados do relatório que validou 124 desagregações.

Uma destas é a da União de Freguesias de Alcácer do Sal (Santa Maria do Castelo e Santiago) e Santa Susana, cujo presidente, Arlindo Passos, considera a Lei 11/A 2013 que veio dar cumprimento à obrigação de reorganização administrativa do território das freguesias, “a maior aberração que criaram”. Agora, desta união, “maior que a Madeira”, como realça o autarca do PCP em final de mandato, sairão três freguesias, o que, por lei, permitirá uma reeleição de Arlindo Passos a uma delas. Algo que não está nos seus planos, confessa.

A forma como será feita a repartição dos 916 km2 é um exemplo de uma das críticas que o processo merece da parte dos autarcas. “As freguesias deviam ter a opção de escolher a melhor solução”, considera Arlindo Passos, que considera mais racional uma separação com Santa Susana de um lado (coincidindo com a distância elevada que tem à sede da união, dentro da localidade de Alcácer do Sal) e, do outro, unidas, Santa Maria e Santiago.

Contudo, explica, “ou desagregava as três, ou ficava tudo da mesma maneira. A nossa situação era muito mais rentável e poupava-se muito mais dinheiro. Mas a lei não facilitava” lamenta. Assim, perspetiva-se o surgimento, no concelho de Alcácer do Sal, de Santa Susana, com área superior a 100 km2, Santiago, em torno dos 300 km2, e Santa Maria, com uma área superior a 400 km2.

Lamentando que só agora o processo esteja a caminho do plenário, onde será votado pelos 230 deputados, sendo depois, em caso de aprovação, direcionado a Belém – “só é pena ter-se esperado tanto tempo. O PS, quando esteve no Governo, podia ter feito mais rápido e de outra maneira”, afirma – Arlindo Passos assegura que não tem ainda informações sobre como será o dia após a eventual aprovação pelo Presidente da República.

Certo é que não alterará as suas rotinas até final do mandato. “Eu vou fazer exatamente o que fazia até aqui. Tenho os três polos abertos e ando diariamente por eles. Se tivéssemos feito o que os governos queriam, teríamos fechado os três polos e ficávamos só com a sede” da freguesia. Assim, por ter mantido abertas as instalações das três freguesias agregadas em 2013, “a população nem se apercebeu”, diz o autarca da maior freguesia portuguesa.

Este lado da experiência do autarca, declaradamente defensor do fim das uniões, encontra, contudo, um ponto de ligação com a posição de Mariana Leitão, opositora desta ação. “Não temos evidência que tenha havido prejuízo para a população” com a lei de 2013. “Isto está a ser feito para haver ganhos políticos”, acusa a deputada da Iniciativa Liberal (IL), único partido marcadamente contrário à possibilidade de desagregação.

O processo é uma contra-reforma. Tinha havido a reforma de 2013 para agregar freguesias, agora quer-se reverter. A realidade das freguesias já nem é igual à que era há 10 anos”, considera. Para a liberal, a medida vai invalidar efeitos positivos dos ganhos de escala, criar novas estrutura com mais custos ligados aos cargos políticos, quando o que o seu partido defende é “um Estado mais enxuto e ágil”.

Devíamos estar a caminhar para uma reforma do Estado que permitisse a descentralização. Em vez disso, o que estes partidos fazem, por motivo de ganho político, pela multiplicidade de cargos políticos que serão criados, é uma contrarreforma. Digitalização e informatização, resposta de cariz socialm mobilidade, ninguém está a discutir nada disso”, aponta.

Quem fica com os ativos, quem assume passivos e outras dúvidas por esclarecer

Entre as dúvidas que a comissão de poder local não esclareceu está aquela que diz respeito às regras da comissão instaladora que será alocada a cada uma das mais de 270 freguesias derivadas da reversão das uniões feitas pela “Lei Relvas” em 2013.

Uma reversão que o promotor, o ex-ministro Miguel Relvas, considera “violação grosseira da lei. Juridicamente, politicamente e eticamente é inaceitável”, afirmou, em declarações à CNN. Mesmo que passe na votação em plenário, a reversão não passará no crivo presidencial, antevê Miguel Relvas. “Com um Presidente da República que é um constitucionalista, espera-se um chumbo“.

Com posição contrária à do ex-ministro está o presidente da ANAFRE, que no mesmo canal devolveu a Relvas as acusações. “Inconstitucional foi o que Miguel Relvas fez: uma lei a régua e esquadro. Dentro dos gabinetes em Lisboa”.

Ao ECO/Local Online, Jorge Veloso nota o número bastante exíguo de aprovações – 124, das quais 14 foram decididas in extremis, na reunião da comissão parlamentar, depois de o grupo de trabalho presidido pelo social-democrata Jorge Paulo Oliveira ter aprovado 110 –e espera para ver o que ocorrerá nos próximos meses, após ser conhecida a pretensão de parte da comissão parlamentar de se fazer nova avaliação às freguesias que foram reprovadas na avaliação deste ano e àquelas que nem sequer chegaram a esta fase. “O que é dito é que o grupo de trabalho vai apreciar outros projetos. Não sei se vai ser preciso nova entrada de processos”.

Outra das incertezas é a relativa aos responsáveis pela transição aquando da criação das novas freguesias. Ditando a lei que o surgimento de novos territórios tem de acontecer num mínimo seis meses antes das eleições, significa que haverá pelo menos meio ano de hiato entre a criação da freguesia e a eleição dos seus órgãos.

As regras da comissão instaladora ainda não estão bem definidas. No mínimo, o presidente da junta terá de fazer parte de todas as comissões instaladoras” das freguesias que compõem a união que hoje lidera, considera o responsável da ANAFRE. Jorge Veloso dá um exemplo: “Os equipamentos comprados desde 2013 [pela união de freguesias] têm de ser alvo de uma divisão”.

Para lá da divisão do património, há que ver como se distribuem as responsabilidades dos contratos em vigor, nota Mariana Leitão, que, logo à partida, nem dá por adquirido que a desagregação avance até ao estágio final.

“Isto vai ser tudo votado no plenário, e no plenário os partidos têm possibilidade de votar como bem quiserem. Já manifestaram o seu entendimento, mas não se pode assumir que no plenário vão votar todos da mesma maneira. No grupo de trabalho houve várias votações distintas”, nota a deputada da IL. “Só a partir de dia 17 saberemos qual o número de freguesias em que o processo vai ocorrer, se passar”.

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Telecom e ‘utilities’ lideram preferência na bolsa portuguesa em 2025

A bolsa lisboeta prepara-se para fechar o ano com um desempenho negativo, arrastada pelas fortes quedas do Grupo EDP. Após este desaire, os analistas antecipam uma recuperação em 2025.

Enquanto as bolsas europeias e norte-americanas celebraram novos recordes em 2024, o índice de referência português prepara-se para fechar o ano com um pé nas perdas, arrastado pela forte correção das ações do grupo EDP. A poucos dias de entrar em 2025, os analistas traçam um cenário moderadamente otimista para a bolsa lisboeta, mostrando-se confiantes numa recuperação do mercado de ações nacional. Telecomunicações e utilities recolhem a preferência.

Depois de ter fechado o ano de 2023 com um ganho de 11,78%, a subir pelo terceiro ano, o índice PSI prepara-se para encerrar 2024 a cair. Ao contrário das principais bolsas europeias que registam um comportamento positivo — o alemão DAX é o campeão dos ganhos com uma subida de quase 20% — e até chegaram a tocar novos máximos, a bolsa lisboeta recua mais de 1% desde o início do ano. Um desempenho determinado pelo comportamento da família EDP: a elétrica cai 30% e a EDP Renováveis tomba cerca de 47%.

Índice português desce 1,5% em 2024

Evolução do índice PSI em 2024

“Depois de um ano em que o PSI ficou aquém do desempenho das restantes praças europeias, espera-se que o mercado de ações nacional em 2025 seja influenciado por vários fatores macroeconómicos e setoriais, havendo potencial para uma boa performance relativa“, antecipa Pedro Maruny, gestor de ações ibéricas do BPI Gestão de Ativos. O responsável lembra que a bolsa portuguesa está concentrada em cinco grandes setores: utilities, bancos, retalho alimentar, petróleo e telecomunicações.

“Na nossa perspetiva, as empresas desses setores estão a cotar a valorizações que podem oferecer algum potencial de valorização“, acrescenta. Quanto às ações que poderão oferecer maior potencial de subida na praça lisboeta, Pedro Maruny refere que, no contexto de entrada da Digi no mercado nacional, “a cotação da NOS, pode ainda estar a descontar uma significativa destruição de valor, subvalorizando a capacidade da empresa de ajustar custos e investimentos, fazer face à diferença na qualidade das redes e dos serviços que oferece bem como à pronta reação dos três operadores instalados, que deixa pouco espaço para o crescimento do novo operador”, aponta.

A cotação da NOS pode ainda estar a descontar uma significativa destruição de valor, subvalorizando a capacidade da empresa de ajustar custos e investimentos, fazer face à diferença na qualidade das redes e dos serviços que oferece bem como à pronta reação dos três operadores instalados, que deixa pouco espaço para o crescimento do novo operador.

Pedro Maruny

Gestor de ações ibéricas do BPI GA

O mesmo especialista identifica oportunidades na EDP Renováveis, destacando que a empresa de energias renováveis, que acumula uma desvalorização de cerca de 47% em 2024, “pode estar a refletir o capital investido sem criação de valor adicional”. “As ações nacionais que tiveram pior desempenho em 2024 poderão estar a preços atrativos, e as que tiveram melhor performance ainda poderão ter potencial de valorização”, justifica Maruny.

Também Pedro Barata, gestor de ações nacionais da GNB, argumenta que, num contexto de instabilidade geopolítica internacional, Portugal “apresenta uma situação política estabilizada, com uma taxa de desemprego relativamente baixa e com um crescimento económico esperado superior à média europeia”.

A juntar a isto, diz o gestor, “o país continua a beneficiar da entrada de dinheiro no âmbito do PRR e de um rácio de dívida que neste momento se encontra controlado. Deste modo, as nossas expectativas vão no sentido de que as empresas cotadas no nosso mercado possam beneficiar destas condições de forma a terem um desempenho positivo em 2025“, sintetiza Pedro Barata.

Dito isto, o responsável destaca que Portugal é um mercado periférico e “muito concentrado em poucas empresas”, o que leva a que “uma má performance, como a que teve o Grupo EDP em 2024, possa impactar fortemente a performance do mercado como um todo e camuflar o bom desempenho das outras empresas do índice.”

Acreditamos que pelo facto da grande maioria das empresas serem bastante bem geridas e financeiramente bastante sólidas, elas poderão atrair novos investidores que procuram ativos bem geridos, sólidos financeiramente, mas ainda pouco conhecidos e valorizados.

Pedro Barata

Gestor de ações nacionais da GNB

Pedro Barata acredita que, “pelo facto da grande maioria das empresas serem bastante bem geridas e financeiramente bastante sólidas, elas poderão atrair novos investidores que procuram ativos bem geridos, sólidos financeiramente, mas ainda pouco conhecidos e valorizados” e, “a confirmar-se esta ideia, será sem dúvida uma boa notícia para o mercado português e para a valorização das empresas que o compõem e isso leva-nos a estar moderadamente otimistas para o mercado português em 2025″.

David Afonso, do departamento de ações da IMGA, concorda que “a recuperação das empresas do setor de utilities, que representam mais de 25% do índice, desempenhará um papel decisivo na valorização do PSI“.

O gestor da IMGA refere ainda que “o setor bancário parece encontrar-se num contexto favorável, em que a resiliência económica dará suporte a uma tendência de redução das taxas de juro, concretamente em Portugal, onde a expectativa é de crescimento superior ao do agregado da Área Euro.”

Os títulos do setor de Utilities foram fortemente fustigados ao longo do ano de 2024. A tendência de redução de taxas de juro é historicamente benigna para o setor, pelo que uma revalorização dos títulos do setor poderia ditar ganhos interessantes para os componentes da bolsa nacional que aí se incluem.

David Afonso

Analista de ações da IMGA

Já os títulos do setor de utilities, que foram fortemente fustigados ao longo do ano de 2024, costumam beneficiar com a redução de taxas de juro, diz, “pelo que uma revalorização dos títulos do setor poderia ditar ganhos interessantes para os componentes da bolsa nacional que aí se incluem”, explica David Afonso.

A EDP e a EDPR lideraram as descidas em 2024, com as quedas a serem intensificadas com a vitória de Donald Trump nas últimas presidenciais nos EUA. Este desempenho afastou as cotações das avaliações dos analistas, aumentando o potencial de subida destas empresas.

No caso da elétrica, o preço-alvo médio dos 16 bancos de investimento que seguem a companhia, de 5,6 euros, apresenta uma margem de progressão de cerca de 80% face à cotação atual, segundo os targets partilhados pela EDP. Já a EDP Renováveis tem um target médio de 15,32%, segundo a informação partilhada no seu site, uma avaliação que representa um potencial de subida de cerca de 59%, com avaliações a começarem em 10 euros e a terminarem em 22 euros.

Nas telecomunicações, o novo entrante [a Digi estreou-se no mercado nacional no passado mês de novembro] ameaça e as valorizações mantêm-se deprimidas e dividend yields elevados, ainda assim, o desempenho operacional dos incumbentes é notável.

António Seladas

Analista de ações da AS Independent Research

António Seladas, analista da AS Independent Research, numa análise setorial, refere que “o retalho alimentar mantém uma execução positiva, apesar de pressão nos custos com pessoal e concorrência”.

“Nas telecomunicações, o novo entrante [a Digi estreou-se no mercado nacional no passado mês de novembro] ameaça e as valorizações mantêm-se deprimidas e dividend yields elevados, ainda assim, o desempenho operacional dos incumbentes é notável”, considera o analista.

A NOS é atualmente a única representante do setor das telecomunicações na bolsa nacional. A operadora liderada por Miguel Almeida, que fechou os primeiros nove meses do ano com um crescimento dos lucros de 59,2% para 201,1 milhões de euros, regista uma subida tímida em 2024 e apresenta um potencial de subida de cerca de 45% face ao preço-alvo médio de 4,775 euros fixado pelos analistas que acompanham a empresa, segundo a informação partilhada no site da empresa.

Dos 17 bancos de investimento que seguem a operadora apenas o JPMorgan Chase e o Citi, com targets de 3,3 e 3,40 euros, avaliam a empresa com um valor próximo da cotação atual, sendo que a Bestinver é o único banco que atribui um preço-alvo acima de cinco euros (5,25 euros).

Quanto à banca, António Seladas tem uma abordagem mais cautelosa, referindo que “o ajustamento nas taxas de juro, que ocorre e se espera em 2025 na Área Euro, comprime as margens e não é linear que esta compressão seja compensada pelo aumento dos volumes de crédito”.

Na pasta e papel, a previsão do analista aponta para um início de ano deprimido, com o preço da pasta pressionado, excesso de oferta e procura fraca. O segundo semestre poderá inverter esta tendência, “principalmente porque em 2026 não deverá haver nova capacidade de pasta no mercado, ao contrário dos anos de 2027, 2028 e 2029”.

Trump, economia e geopolítica lideram riscos

Guilherme Pavão, especialista da área de Research do Bankinter, antecipa um 2025 “marcado por incertezas, onde ‘cautela’ será a palavra de ordem”. “A principal fonte de incerteza centra-se naquilo que serão as ações do novo presidente americano, Donald Trump, ao assumir o cargo na Casa Branca já que a maioria republicana em ambas as Câmaras do Congresso aumenta a sua capacidade de materializar as suas medidas”, diz Guilherme Pavão.

Por outro lado, o mesmo especialista aponta “a instabilidade política das duas maiores economias [Alemanha e França] continua a travar o crescimento da União Europeia” e a questão geopolítica: “com duas guerras em aberto, existe o risco de um aumento súbito nas tensões globais que desencadearia um derrubar generalizado nas bolsas mundiais”.

A principal fonte de incerteza centra-se naquilo que serão as ações do novo presidente americano, Donald Trump, ao assumir o cargo na Casa Branca já que a maioria republicana em ambas as Câmaras do Congresso aumenta a sua capacidade de materializar as suas medidas.

Guilherme Pavão

Especialista da área de Research do Bankinter

“Apesar disso, acreditamos que os investidores têm demonstrado maior resiliência em navegar por este ambiente de incertezas, embora oscilações mais acentuadas possam sempre surgir de forma inesperada”, argumenta Guilherme Pavão.

Perante este cenário, o Bankinter, na Europa, prefere empresas com um historial sólido e atrativo de distribuição de dividendos. “Empresas menos expostas à ciclicidade económica devem beneficiar dos esperados cortes nas taxas de juro por parte do Banco Central Europeu”, justifica o especialista, destacando os setores das Infraestruturas e Redes de Energia.

“A entrada de um novo governo na maior economia mundial será temática recorrente, em virtude da elevada expectativa em torno da política fiscal e comercial que será adotada”, acrescenta David Afonso. No que diz respeito a Portugal, o responsável da IMGA nota que “a resiliência económica do país e dos seus principais parceiros comerciais será fulcral”. “Os resultados empresariais deverão ditar a performance bolsista, numa altura em que se perspetiva que Portugal continue a registar crescimentos acima do agregado da Área Euro“, remata.

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Pedro Nuno Santos promete combater quem usa medo para “uma agenda extremista”

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

"Sabemos que na política há sempre quem, de forma oportunista, se queira aproveitar das preocupações do povo. Há sempre quem queira usar o medo para fomentar o ódio e a insegurança", diz líder do PS.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, prometeu esta segunda-feira combater quem se aproveita das preocupações das pessoas ou usa o medo para “implementar uma agenda extremista”, defendendo diálogo e união em vez de intimidação e divisão. Na mensagem de Natal e Ano Novo difundida nas redes sociais, Pedro Nuno Santos afirmou, quando se assinalam os 50 anos do 25 de Abril, que “o país sofreu transformações profundas” mas que o processo democrático é “por definição inacabado”.

“2025 é o primeiro dos próximos 50 anos que devemos aproveitar para corrigir o que fizemos menos bem e para responder às aspirações dos portugueses”, defendeu.

Afirmando que “muito mudou” no país, o líder do PS ressalvou que “Portugal continua a ser uma comunidade nacional conhecida pelos valores da tolerância, da empatia, do humanismo”, considerando importante que, perante “os desafios sociais e económicos”, estes traços continuem a fazer parte do modo de vida do país.

Sabemos que na política há sempre quem, de forma oportunista, se queira aproveitar das preocupações do povo. Há sempre quem queira usar o medo para fomentar o ódio e a insegurança para implementar uma agenda extremista”, condenou. A promessa de Pedro Nuno Santos é combater “sempre esta forma de estar na política”.

“Onde outros apostam na intimidação, nós defenderemos o diálogo. Onde outros espalham a divisão, nós estaremos do lado da união. Onde outros semeiam o medo, nós lutaremos para dar confiança”, prometeu. A confiança, segundo o líder do PS, é para que em Portugal seja “possível viver em segurança, em liberdade e com esperança”.

“A segurança não é apenas a segurança do nosso corpo ou da nossa propriedade, mas a segurança no emprego, na saúde, na educação, na habitação, na reforma. São estas diferentes faces da segurança que nos dão liberdade”, apontou. A liberdade para defender ideias, um projeto de vida e perseguir sonhos “são as diferentes faces da liberdade” que permitem ter esperança, de acordo com Pedro Nuno Santos, deixando votos de bom Natal e um feliz Ano Novo.

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Erdogan diz que integridade síria é “linha intocável” e exige retirada de Israel

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

O Presidente turco criticou ainda Israel na semana passada pelos seus planos de duplicar a população que vive na parte ocupada e anexada dos Montes Golã.

O Presidente turco defendeu esta segunda-feira que “a proteção da unidade e da integridade territorial da Síria em todas as circunstâncias é uma linha intocável” para o seu país e exigiu que Israel se retire das posições que já ocupou.

Recep Tayyip Erdogan criticou Israel na semana passada pelos seus planos de duplicar a população que vive na parte ocupada e anexada dos Montes Golã, que considerou uma tentativa de “expandir as suas fronteiras” após a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria. Israel capturou parte dos Montes Golã, no sudoeste da Síria, durante a guerra israelo-árabe de 1967, antes de anexar o território em 1981.

Poucas horas depois da queda do Presidente sírio, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ordenou ao Exército que ocupasse a zona tampão, controlada pela ONU, que separa os dois países no planalto dos Golã. Israel justificou que a sua presença na região era um “passo limitado e temporário” por razões de segurança e que iria acabar por se retirar “mais tarde ou mais cedo”.

Erdogan indicou ainda que a Turquia continuará a levar a cabo a sua ofensiva contra as “organizações terroristas” no norte da Síria, em operações realizadas com “precisão cirúrgica, sem causar danos aos civis”. Poucos dias antes, um observador tinha dado conta da morte de cinco civis no nordeste da Síria, mortos por um ‘drone’ turco.

Dois jornalistas curdos foram mortos em circunstâncias semelhantes, enquanto cobriam confrontos entre combatentes apoiados por Ancara e militares curdos. Desde a queda de Bashar al-Assad, em 8 de dezembro, Ancara apoia uma ofensiva de grupos armados contra as forças curdas que controlam a parte do norte da Síria.

A Turquia vê nas Forças Democráticas Sírias (FDS), grupo liderado pelos curdos e apoiado pelos Estados Unidos, como uma extensão do seu inimigo na região, o PKK. Os combatentes pró-turcos turcos insistem que nunca têm civis como alvo, apenas grupos que consideram terroristas.

“O PKK e as suas extensões serão dissolvidos ou destruídos. O tempo está a esgotar-se para eles, o fim está próximo. Eles não podem escapar dele”, ameaçou o Presidente turco. Os novos confrontos na Síria surgem na sequencia do colapso há duas semanas do regime de Bashar al-Assad, após uma operação relâmpago de uma aliança de rebeldes liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS).

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Alemanha confirma entrega de um dos maiores pacotes de armamento à Ucrânia

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

A entrega das armas fez deste um dos maiores pacotes de assistência militar da Alemanha desde o início da invasão russa.

A Alemanha confirmou o fornecimento à Ucrânia de uma série de armas e equipamentos militares, incluindo 15 tanques Leopard 1 A5, 30 veículos blindados resistentes a minas e 52 mil projéteis de artilharia de 155 mm.

A entrega das armas fez deste um dos maiores pacotes de assistência militar da Alemanha desde o início da invasão russa, informou a agência noticiosa ucraniana Ukrinform, citando a lista online de armas e equipamento militar que o governo alemão atualizou esta segunda-feira.

O pacote incluía também um sistema IRIS-T SLM e um IRIS-T SLS com mísseis (foram entregues seis sistemas no total), cuja entrega foi confirmada anteriormente pelos líderes dos países, bem como dois lançadores de sistemas de defesa aérea “Patriot”, dois radares aerotransportados e dois canhões antiaéreos autopropulsados Gepard, com 65.000 cartuchos.

Foram também entregues um obus de propulsão própria PzH 2000, cinco sistemas de desminagem controlados remotamente e uma quantidade não especificada de munições para os tanques Leopard 2 e Leopard 1, bem como vários drones, metralhadoras, espingardas de precisão e outros tipos de armas, equipamentos e munições.

No total, a República Federal da Alemanha concedeu ou comprometeu-se a conceder até à data 28 mil milhões de euros de ajuda militar à Ucrânia, segundo o governo.

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Belenenses e ex-SAD chegam a acordo sobre direitos de titularidade

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

A ex-SAD deixa de ter "qualquer direito de titularidade, de uso ou qualquer outro sobre o nome, as marcas, os símbolos, o hino, o lema, a história e qualquer outro elemento figurativo".

O Belenenses e a antiga SAD chegaram a um acordo total quanto a direitos de titularidade, anunciou esta segunda-feira o clube lisboeta, encerrando um diferendo de vários anos com a BSAD e podendo constituir nova sociedade desportiva.

“O Clube de Futebol ‘Os Belenenses’ informa os seus associados, adeptos, simpatizantes e toda a comunidade desportiva que alcançou um acordo global com a antiga BSAD – Sociedade Desportiva de Futebol, que também já foi Piedade Desportivo SAD e é atualmente a Portalegrense, SAD (BSAD)”, pode ler-se em comunicado.

Neste acordo, “a BSAD declara que não tem qualquer direito de titularidade, de uso ou qualquer outro sobre o nome, as marcas, os símbolos, o hino, o lema, a história e qualquer outro elemento figurativo (Cruz de Cristo) ou nominativo (Belenenses, CFB ou Belém) do património material ou imaterial”, bem com o “elementos confundíveis com os mesmos”.

Da mesma forma, o palmarés das equipas que atuavam sob a BSAD entre 12/12/2002 e 30/06/2018 pertencem ao Belenenses, por terem jogado no Estádio do Restelo, em Lisboa, apresentando-se como sendo o clube e com a Cruz de Cristo ao peito. Em síntese, o clube que atualmente milita na Liga 3 conseguiu, afirma, “recuperar o futebol profissional”, separar-se da BSAD e “constituir uma nova sociedade desportiva, limpa de passivo”.

“Com a criação da nossa nova sociedade desportiva criámos um ativo desportivo, económico e financeiro muito relevante que transita para as gerações vindouras de Belenenses”, acrescentam. Assim, o emblema de Belém dá conta da “demonstração de força e capacidade de resistência do movimento associativo”, numa “luta única na história do desporto mundial”, fechando vários processos judiciais que “ameaçavam arrastar-se nas salas dos tribunais”.

Em 2014, foi rescindido o acordo parassocial entre clube e SAD, gerando um ‘divórcio’ que se arrastou durante uma década, com a BSAD a partir para o Estádio Nacional, no Jamor, em 2018, e o Belenenses a formar uma equipa para competir na distrital de Lisboa.

A separação jurídica sucedeu em 2019, com uma venda de 10% de participação social na sociedade anónima que o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou em 2022, fechando agora um capítulo no histórico emblema português.

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Honda e Nissan ‘trocam alianças’ mas Renault tem uma palavra a dizer

A fabricante francesa, principal acionista da Nissan, não se comprometeu com um voto favorável à fusão e diz que "irá considerar todas as opções".

A Renault ainda não decidiu o que vai fazer em relação ao negócio que deverá criar o terceiro maior fabricante automóvel do mundo. Enquanto principal acionista da Nissan, a multinacional francesa tem voto na matéria e, por enquanto, parece querer distanciar-se de uma tomada de posição sobre a fusão com a Honda, na qual a Mitsubishi estará também envolvida.

O grupo automóvel de Boulogne-Billancourt, horas após o anúncio da assinatura que dá início às negociações entre as empresas japonesas, disse apenas que “reconhece os anúncios feitos hoje pela Nissan e pela Honda” e lembrou que “ainda estão numa fase inicial”.

Como principal acionista da Nissan, o grupo Renault irá considerar todas as opções com base no melhor interesse do grupo e dos seus stakeholders” e “continua a executar a sua estratégia e a implementar projetos que criem valor para o grupo, incluindo projetos já lançados no âmbito da aliança” com a Nissan.

A Nissan e a Honda planeiam estabelecer, através de uma transferência conjunta de ações, uma holding que funcionará como casa-mãe de ambas. No entanto, a transação está sujeita a aprovação em assembleia geral de acionistas de cada empresa – portanto, ao voto da Renault – bem como às aprovações regulatórias necessárias (e comuns numa operação desta natureza).

Certo é que só daqui a meio ano as empresas preveem que se proceda à assinatura do acordo definitivo para a integração (incluindo o plano de transferência de ações), seguindo-se uma assembleia geral extraordinária apenas em abril de 2026.

Lights out na véspera da Consoada

Esta manhã foi rubricado o memorando de entendimento que dá a lights out [“início da corrida”] ao processo. Este negócio no setor automóvel, se for bem-sucedido, poderá ser o maior depois da fusão entre o grupo francês PSA e Fiat-Chrysler, que criou a Stellantis, em 2021. Isto porque, no ano passado, a Honda fez quatro milhões de carros e a Nissan produziu 3,4 milhões, enquanto a Mitsubishi Motors fabricou cerca de um milhão e, assim, iriam aglomerar todos estes números na nova holding.

Na terça-feira veio a público que a Honda e a Nissan estariam a preparar-se para iniciar negociações para uma eventual fusão. A junção de forças na indústria dos motores criaria um gigante avaliado em mais de 50 mil milhões de dólares (cerca de 480 mil milhões de euros) e permitiria que as duas empresas enfrentassem a gigante Toyota – que tem parcerias com as nipónicas Subaru, Suzuki e Mazda, a alemã Volkswagen e só em 2023 lançou 11,5 milhões de veículos no mercado – além das principais concorrentes internacionais, Tesla e BYD.

Inicialmente, a Bloomberg avançou que a fusão entre as fabricantes automóveis japonesas Honda e Nissan podia contar com mais uma empresa interessada, além da Mitsubishi: a principal parceira de produção da Apple, a Foxconn. Segundo publicações locais, a empresa taiwanesa, formalmente designada Hon Hai Precision Industry, estaria disponível para investir mais no mercado dos carros elétricos, depois dos investimentos realizados em fábricas destes veículos.

Carlos Ghosn lança críticas: Nissan está em “modo pânico”

Carlos Ghosn, ex-chairman da Nissan, foi uma das vozes críticas ao potencial negócio que tem estado a marcar a última semana no setor automóvel. O antigo presidente da Nissan, que foi acusado de crimes financeiros na empresa e acabou por fugir para o Líbano, considera que a fusão entre a Honda e a Nissan para competir no mercado de elétricos significa que a Nissan está em “modo pânico”.

“É um movimento de desespero (…). Não é um acordo pragmático porque, francamente, as sinergias entre as duas empresas são difíceis de encontrar”, afirmou Carlos Ghosn à Bloomberg Television. No entanto, tanto a Nissan como a Honda têm interesses em comum: crescer no mercado dos veículos elétricos, fazer frente à Toyota e às concorrentes internacionais, como Tesla e BYD.

Prestes a completar cinco anos desde que fugiu do Japão, a 29 de dezembro de 2019, o antigo presidente do conselho de administração da Nissan Carlos Ghosn deu esta segunda-feira uma conferência de imprensa e intensificou os alertas. “A primeira coisa para onde se olha quando se quer imaginar uma aliança ou parceria é a complementaridade entre os dois parceiros”, referiu o empresário franco-brasileiro de origem libanesa, mostrando dúvidas sobre essas complementaridades, quando questionado por videoconferência organizado pelo The Foreign Correspondents Club of Japan.

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Governo assegura que “não dirige, não encomenda operações” policiais

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

O secretário de Estado Telmo Correia considerou que as forças de segurança "são exemplares no trabalho em toda e qualquer circunstância" e afastou qualquer intromissão do Governo.

O secretário de Estado da Administração Interna assegurou esta segunda-feira que o Governo não determina nem se intromete na atuação das forças de segurança e disse que operações policiais preventivas, como a de quinta-feira no Martim Moniz, “sempre existiram”.

“O Governo não dirige operações, não encomenda operações e, muito menos, diz à polícia como é que atua em cada cenário”, disse, em declarações aos jornalistas, Telmo Correia, que esteve a acompanhar uma ação de fiscalização da Polícia de Segurança Pública (PSP), no âmbito da campanha “Festas Mais Seguras”, na Ponte 25 de Abril, em Almada.

Questionado sobre a operação policial, na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, o secretário de Estado considerou que as forças de segurança “são exemplares no trabalho em toda e qualquer circunstância” e afastou qualquer intromissão do Governo. Em resposta a algumas críticas, Telmo Correia disse ainda que operações preventivas como aquela “sempre existiram” e este ano o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP realizou mais de 90.

“O que é errado, do meu ponto de vista, é tentarmos transformar isto num caso. Sobretudo, num caso político”, afirmou, considerando que “insinuar que os diretores ou os comandos dos polícias são instrumentalizados politicamente é surreal”. Da parte do Governo, Telmo Correia reforçou que não são determinadas operações, mas apenas uma orientação política “e a orientação política deste Governo é clara: a segurança é uma prioridade e queremos mais polícia, com mais visibilidade”.

Na quinta-feira, durante a tarde, um forte dispositivo policial cercou a rua do Benformoso onde há uma grande comunidade de cidadãos do subcontinente indiano, e revistou centenas de pessoas, tendo detido duas pessoas. A ação da PSP tem sido criticada por associações de imigrantes, grupos antirracistas e várias forças políticas, que acusam a força policial de estar ao serviço da propaganda do governo contra os cidadãos estrangeiros irregulares.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também considerou que as ações da polícia devem ser feitas com recato.

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Conflito já vitimou mais de 3 mil soldados norte-coreanos, diz Zelensky

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2024

Números excedem em muito as estimativas do Estado-Maior do Exército sul-coreano, que adiantou que mais de 1.100 soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos enquanto lutavam ao lado da Rússia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou esta segunda-feira que mais de três mil soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos em combates com as forças ucranianas na região fronteiriça russa de Kursk. “De acordo com as informações iniciais, o número de soldados norte-coreanos mortos ou feridos na região de Kursk já ultrapassou os 3.000”, disse Zelensky, numa mensagem na rede social X.

Estes números excedem em muito as estimativas do Estado-Maior do Exército sul-coreano, que adiantou que mais de 1.100 soldados norte-coreanos foram mortos ou feridos enquanto lutavam contra a Ucrânia ao lado da Rússia. Confrontada com a invasão russa durante quase três anos, a Ucrânia lançou um ataque surpresa na região de Kursk no início de agosto, a primeira ofensiva terrestre em território russo desde a Segunda Guerra Mundial.

Vários milhares de soldados norte-coreanos foram enviados para a Rússia nas últimas semanas para apoiar as forças russas, segundo os ocidentais. Esta segunda, Zelensky corroborou as declarações de Seul sobre o provável fornecimento de novas tropas e armas norte-coreanas à Rússia.

“Há riscos de a Coreia do Norte enviar tropas e equipamento militar adicionais para o Exército russo”, avisou Zelensky, prometendo “respostas tangíveis” por parte de Kiev. O Estado-Maior do Exército sul-coreano disse ainda ter observado preparativos que fazem acreditar que a Coreia do Norte se prepara para enviar novas tropas para a Rússia, como reforços ou para socorrer os que já combatiam.

Os serviços de informações sul-coreanos acreditam que a Coreia do Norte “está a produzir e a entregar ‘drones'” à Rússia. Segundo a Ucrânia, o Exército russo lançou “operações ofensivas intensas na região de Kursk em meados de dezembro, utilizando ativamente unidades do Exército norte-coreano”, que já “sofreram pesadas perdas”.

O Presidente russo, Vladimir Putin, durante a sua conferência de imprensa anual, em 19 de dezembro, admitiu que não podia especificar quando é que o seu Exército conseguiria repelir as forças ucranianas da região de Kursk, mas mostrou-se confiante na vitória das forças controladas por Moscovo.

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