INE confirma aceleração da inflação para 2,5% em novembro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Dezembro 2024

Dados definitivos do gabinete estatístico revelam que a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor em novembro aumentou pelo terceiro mês consecutivo.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta quarta-feira que a taxa de inflação homóloga acelerou para 2,5% em novembro. O valor representa um aumento de duas décimas face ao registado no mês anterior, com a energia a impulsionar uma maior aceleração dos preços.

“A variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 2,1% (-0,2% no mês anterior), determinando em grande medida a aceleração do IPC [Índice de Preços no Consumidor] total“, assinala o gabinete estatístico.

Os dados definitivos da inflação de novembro, conhecidos esta quarta-feira, confirmam a subida de 3,9% da maioria das pensões no próximo ano. Este valor decorre de um reforço de 2,6% resultante do crescimento da economia e da inflação, a que se soma um aumento extraordinário de 1,25 pontos percentuais aprovado pelo Parlamento.

Nos produtos alimentares não transformados registou-se um ligeiro abrandamento, de 0,1 pontos percentuais, para 2%. Este valor foi revisto em alta face à estimativa rápida divulgada no final do mês passado, que apontava para um índice de 1,9%.

Já o indicador da inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, registou uma variação homóloga de 2,6% no penúltimo mês do ano, valor idêntico ao observado em outubro.

Fonte: INE

Por classes de despesa, destacam-se os aumentos homólogos dos preços dos transportes (de -1,1% em outubro para 0,4% em novembro) e do vestuário e calçado (-1,2%, que compara com -1,9% no mês anterior). Por outro lado, assinalam-se as diminuições das taxas de variação homóloga da saúde (de 3,7% para 3,2% em novembro) e das bebidas alcoólicas e tabaco (3,3%, após uma taxa de 3,3% em outubro).

O INE confirma também a variação mensal do IPC de 0,2%, o que compara com 0,1% no mês precedente. A variação média dos últimos 12 meses é de 2,3%, mais uma décima face ao observado em outubro.

O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) português, que permite fazer comparação com os restantes Estados-membros, apresentou uma variação homóloga de 2,7%, uma “taxa superior em 0,1 pontos percentuais à registada no mês anterior”.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h03)

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Skyn chega a Portugal ao som de João Só e Carolina de Deus

Com uma presença global forte, nomeadamente na Austrália e EUA, a marca Skyn chega agora a Portugal. Patrícia Nunes Coelho explica a estratégia.

Conversas +M - Marcas e Festivais de Música - 08JUL24
Patrícia Nunes Coelho, diretora de marketing LifeStyles HealthcareHugo Amaral/ECO

É ao som de João Só e Carolina de Deus que a marca Skyn oficializa a sua chegada ao território nacional. Patrícia Nunes Coelho, diretora de marketing do LifeStyles Healthcare, grupo que também detém a Control, recorre a uma analogia, para explicar o porquê da entrada da marca no mercado português: num segmento onde só existem detergentes em pó, a chegada da Skyn é o surgimento de um detergente líquido. “É um produto totalmente diferente feito num material totalmente diferente“, explica, acrescentando que se trata de uma “evolução natural” dos produtos de látex da Control.

Em comparação, é como se a Control fosse mais jovem e a Skyn mais madura, refere Patrícia Nunes Coelho, que reconhece a possibilidade de alguma canibalização entre as marcas, embora os 55% de jovens adultos (25 anos para cima) que não usam preservativo possam compensar, uma vez que a entrada da Skyn procura atingir precisamente este segmento de mercado, mostrando que com os seus produtos “não há razão para não usarem” preservativo.

A chegada da marca a Portugal começou em setembro, com a sua disponibilização no mercado. Cerca de três meses, depois já é percetível que “quando [os consumidores] experimentam já não querem mudar” e que o “fator de passa-a-palavra é bastante forte“, diz a diretora de marketing.

Agora, a marca começou uma campanha de brand awareness através da junção dos artistas João Só e Carolina de Deus, num dueto que “simboliza uma conexão entre duas pessoas, em que facilmente conseguimos perceber que é algo que se entranha mas não se estranha e que vai mudar tudo, nomeadamente como as pessoas se relacionam e têm sexo protegido, mas praticamente quase ao natural”, explica Patrícia Nunes Coelho.

“Com esta música, quisemos celebrar a essência de viver cada momento com intensidade e autenticidade, sublinhando a conexão e o toque sem barreiras que definem a marca. Tanto a letra como o videoclipe refletem a experiência única que apenas a Skyn oferece, colocando-se como mais do que um simples produto, mas sim um convite ao consumidor para elevar a sua experiência e ‘sentir tudo’ de forma íntima e sofisticada“, adianta por seu lado a agência Gomes de Almeida & Associados, que assina a campanha.

A campanha vai, por agora, marcar presença no digital e no Spotify, bem como na Wonderland Lisboa. Para esta primeira fase da sua comunicação, a marca contou então com o apoio da agência Gomes de Almeida & Associados sendo que, posteriormente, vai ser apoiada pela Samy.

Esta é assim a estratégia inicial de brand awareness da Skyn em Portugal, mas a marca vai continuar a apostar em comunicação ao longo do próximo ano, garante Patrícia Nunes Coelho.

Segundo a responsável, a Skyn é uma marca com uma presença global forte — nomeadamente em países como a Austrália e Estados Unidos –, mas que ainda não tinha chegado ao sul da Europa. Não avançando qual a quota de mercado que a marca pretende atingir, nem o investimento no lançamento, Patrícia Nunes Coelho refere que o objetivo passa primeiro pelo “desenvolvimento e crescimento do mercado”. Já a Control, “líder em mass market“, detém atualmente uma quota de mercado na ordem dos 48%.

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Reverter negócios imobiliários privados e fazer transporte público em elétricos. Alenquer apresenta estratégias para 2025

O direito de preferência sobre as vendas imobiliárias privadas está a ser seguido em Alenquer para proporcionar arrendamento. É um dos modos de responder à crise na Habitação do pós-covid.

 

Tiago Pedro, vice-presidente da Câmara Municipal de Alenquer e vereador com pelouros como as Obras e os Transportes, partilhou com o ECO/Local Online a estratégia para a mobilidade e a habitação no municípioHugo Amaral/ECO

 

Mobilidade e habitação concentram as medidas estratégicas da Câmara Municipal de Alenquer para 2025, num modelo que inclui aumentar o parque público de imóveis para arrendamento e substituir carros pelo autocarro, que começa a ser gratuito em parte do concelho, e também pela bicicleta, que terá novos caminhos para andar, em direção ao rio e à estação da linha do Norte.

Para o Carregado, emparedado entre duas estradas nacionais, a câmara já está a negociar com o Governo a passagem de parte da EN1 e também a EN3 a vias municipais. No capítulo do turismo, uma antiga fábrica, património municipal, está reservada para o primeiro hotel da vila, que poderá levar as marcas Marriott ou Intercontinental. As medidas foram apresentadas ao ECO/Local Online pelo vereador e vice-presidente da autarquia.

Na estratégia específica para responder à pressão imobiliária trazida em parte por forasteiros aquando da pandemia de Covid-19, Tiago Pedro revela que o Executivo está a comprar apartamentos e terrenos ao abrigo de uma lei que permite aos municípios exercerem direito de preferência sobre qualquer venda imobiliária. Esta área tem uma equipa dedicada, que analisa os negócios privados acabados de concretizar e sinaliza aqueles cujo valor de escritura é suficientemente atrativo para que a autarquia se atravesse no negócio e fique proprietária, pagando verba igual à da venda.

Em simultâneo com a estratégia da habitação, o Executivo municipal acaba de apresentar o seu plano de mobilidade, com várias novidades prontas a saltar para as estradas, desde logo a criação de ciclovias e percursos pedonais que permitirão proteger tanto população residente como os quase 200 mil peregrinos que anualmente atravessam o concelho pelas bermas inseguras das estradas nacionais do território.

Enunciando as novidades da estratégia de mobilidade, Tiago Pedro exemplifica o trabalho em curso e que inclui a disponibilização de automóveis elétricos para transporte a pedido nas localidades onde não chegam os autocarros, a gratuitidade dos autocarros em Alenquer e Carregado, construção de ciclovias e passeios até à estação ferroviária e ao rio, a criação de novos parques taxados a um euro por dia e a desclassificação de duas estradas nacionais para permitir aumentar a qualidade de vida e segurança de 14 mil pessoas que residem no Carregado.

No âmbito do turismo, estão em curso conversas com um investidor para viabilizar a construção e exploração do primeiro hotel da vila de Alenquer, um quatro estrelas com pelo menos 80 quartos, a construir nas ruínas de uma antiga indústria, frente ao rio. Segundo informação chegada ao Executivo pela voz de um fundo interessado no investimento, a exploração poderá acontecer sob as marcas Marriott ou Intercontinental.

Alenquer hotel projeto câmara Dez24
Projeto de hotel para antiga fábrica da Chemina, um quatro estrelas com pelo menos 80 quartos

O vice-presidente destaca a importância de cumprir o requisito de tornar o edifício num hotel de quatro estrelas e pelo menos 80 quartos, o que permitirá gerar emprego e manter ali os participantes de alguns eventos relevantes para o concelho. “Queremos concentrar esse valor e não queremos perder essa oportunidade”.

Tiago Pedro diz ao ECO/Local Online que, nos capítulos da mobilidade e da habitação, quer deixar projetos para quem vier no futuro mandato. E, com o atual presidente, o socialista Pedro Folgado, em limite de mandato, o número dois do Executivo admite mesmo vir a candidatar-se nas autárquicas de 2025.

Orçamento tem fundos para compra de imobiliário de última hora

Na habitação, a câmara está a reabilitar espaços no centro histórico para arrendamento a famílias entre 25 e 35 anos, promovendo rotação quando superem a idade limite. É o caso de casas geminadas no Bairro Angra do Heroísmo, a escassos metros da câmara municipal, na “vila alta”, e que em breve irão a concurso.

Adicionalmente, a câmara tem vindo a adquirir, com recurso a um fundo próprio previsto em orçamento e reservado para o efeito, apartamentos e terrenos adquiridos ao abrigo do direito de preferência, seja em transações comerciais normais, seja em processos de herança, desvenda o vice-presidente.

Conseguimos ter acesso a uma lista grande de imóveis e aos valores de transação. De vez em quando, soa o alarme perante valores que nos parecem, face à tipologia, localização e data de construção, apetecíveis, e exercemos direto de preferência”. O processo, prossegue Tiago Pedro, está oleado e, seja ao presidente, seja a ele próprio quando está em substituição, a reação é rápida. “Não paro tudo o que estou a fazer, mas quase, para olhar, porque o espaço de tempo para reagirmos é curto”.

A verba orçamentada para terrenos e imóveis permite “ter elasticidade para responder a estas oportunidades”, explica. “Muitas vezes, com uma pequena remodelação, aplicar uma cozinha e pôr uma casa e banho funcional e digna, a casa está pronta a habitar”.

As regras de candidatura a estas casas de arrendamento acessível e os critérios para cálculo dos valores da renda mensal serão conhecidos em breve, logo que termine a renovação do regulamento, sabendo-se já que incluirão variáveis como o rendimento e número de membros do agregado, e a eventual existência de pessoas com deficiência.

“Estamos a começar agora precisamente pelo facto de, no período pós-covid, termos tido muita procura e termos visto o nosso mercado imobiliário disparar e ficar mais inacessível para os locais. Isto fez com que esta questão se agudizasse. Não haver mercado arrendamento com muita oferta complicou o processo”, explica. “Ficámos mais alerta”.

No Bairro Angra do Heroísmo, a câmara reconstruiu várias casas para levar jovens para junto da comunidade envelhecidaHugo Amaral/ECO

À boleia dos automóveis elétricos da câmara

O Executivo pretende “universalizar a mobilidade” no território, diz o autarca ao ECO/Local Online, e para isso desenvolveu um plano de mobilidade que foi apresentado nesta terça-feira.

Estamos a tentar garantir o livre acesso a todo o concelho”, diz Tiago Pedro. Uma das formas encontradas é a discussão, em curso, com o regulador dos transportes e com o operador de transportes da região para aumentar a mancha territorial dos autocarros. Adicionalmente, está a ser ultimado um regulamento que incluirá o transporte a pedido, para “zonas sombra”, avança o vice-presidente.

Há sítios no nosso concelho onde o autocarro não passa. Ou porque é um beco sem saída, uma aldeia enfiada numa zona sem acesso, ou porque as vias não permitem que o autocarro chegue lá. Ao preço do que seria a tarifa em autocarro, as pessoas poderão fazer o pedido de um transporte da Câmara Municipal, elétrico, sem pegada carbónica”, descreve.

Já temos as viaturas, vários automóveis elétricos de cinco lugares, e temos mais recentemente uma carrinha adquirida a pensar nisto”. No mesmo regulamento constará o uso de táxis para transporte individual de pessoas com mobilidade reduzida. A ideia é levar cidadãos com mobilidade reduzida até aos serviços.

“A pessoa tem de fazer pedido aos bombeiros. Vêm duas pessoas fardadas num carro caracterizado, que com grande aparato, tiram uma cadeira de rodas”, descreve. Agora será feito por táxis equipados com rampa de acesso. “É um processo relativamente discreto e ordenado, sem distinção”, explica, admitindo que os autocarros de transporte público não estão preparados para este tipo de debilidades. “É universalizar a mobilidade”, insiste.

Para o primeiro trimestre de 2025 está reservada mais uma novidade, a gratuitidade do passe, que numa primeira fase abrangerá Alenquer e Carregado, permitindo interligar as duas vilas de maior densidade populacional e também a estação ferroviária da linha do Norte e o outlet Campera, por exemplo. “O transporte rodoviário de passageiros é uma solução que a médio prazo será tendencialmente gratuita, ou pelo menos universalizada”, descreve.

Apesar da pretensão de direcionar os munícipes para fora do carro particular, a autarquia não dispensará medidas direcionadas a este modo de locomoção, desde logo a construção de novos parques de estacionamento gratuitos afastados do centro e outros, mais próximos, com uma taxa de um euro para qualquer período diário de utilização. Para estes, os comerciantes terão um dispositivo que torna gratuita a utilização, promovendo o comércio local.

A circulação no interior de Alenquer entre a parte alta – em cuja colina se volta a ver, por estes dias, o presépio de figuras imponentes que marcam a paisagem da vila há décadas – e a zona ribeirinha poderá vir a ser assegurada por um elevador, cuja instalação está dependente da obtenção de financiamento por parte da câmara.

A uns quilómetros, sobranceira às auto-estradas A1 e A10, a localidade do Carregado, aglomerado marcado por torres de apartamentos e durante mais de duas décadas estigmatizado por problemas sociais, tem um papel especial nos planos de renovação municipal revelados ao ECO/Local Online por Tiago Pedro, ele próprio antigo residente nesta zona onde vivem 14 mil pessoas, num mosaico de 70 nacionalidades, lado a lado, com o trânsito rodoviário intenso de duas estradas nacionais.

A câmara já pediu à Infraestruturas de Portugal (IP), gestora das vias, que os troços da EN1 e EN3 no atravessamento do Carregado sejam desclassificados, passando a vias municipais. “O senhor ministro anuiu e, à partida, vamos conseguir”. Numa reunião no Ministério das Infraestruturas, o governante “mandou avançar com o pedido formal de congestão”, assegura Tiago Pedro. “Em vários sítios onde têm problemas do género estão a promover este tipo de soluções”.

“Em espaço urbano temos que manter os espaços, vias, passeios, tudo mais, mas passamos a ter legitimidade para fazer alguma coisa. Neste momento, não posso levantar uma pedra da calçada sem pedir autorização à IP. Isto vai trazer um atraso à boa fluidez automóvel, e ainda bem”, diz, reforçando o caráter citadino destas passagens.

A EN1 e EN3 “funcionam quase como duas paredes, porque o trânsito é ininterrupto. Fizemos um estudo de tráfego que mostrou valores alarmantes para a pressão automóvel no Carregado, que só desacelera entre as duas e as quatro da manhã. O Carregado teve muito desinvestimento público durante muitas décadas. Serei provavelmente o primeiro político desta geração recente a olhar para o Carregado com alguma preocupação”, explica o número dois do Executivo.

A mobilidade suave está igualmente presente no plano delineado pelo Executivo, e, caso se ultrapasse a condicionante de financiamento – que a câmara assume poder passar por verbas do Fundo Ambiental –, incluirá ciclovia e ecopista até à estação ferroviária da Linha do Norte e ao Tejo, ligando a Vila Franca de Xira e, daqui, a toda a linha ribeirinha até entrar pelos concelhos de Loures, Lisboa, Oeiras e Cascais, já ligados praticamente sem interrupções.

O arranjo da ligação à estação permitirá retirar os residentes das atuais bermas inseguras nas suas ligações pendulares diárias de casa para o trabalho e abrir caminho para o rio e parque, que será desenvolvido futuramente por Alenquer e Vila Franca de Xira, com zonas verdes e espaços desportivos. A reabilitação das vias “permite tirar da estrada nacional entre 150 mil e 200 mil peregrinos por ano, que passarão a fazer o mesmo percurso, mas desviados 50 metros em direção ao rio, paralelo à estrada nacional, e em completa segurança”, destaca o autarca.

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Refundação do INEM passará por aumentar Conselho Diretivo e ter parceiros na comissão técnica

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2024

Refundação do INEM passará por torná-lo num instituto público, reforçar o conselho diretivo e ter representantes dos bombeiros e Cruz Vermelha na comissão técnica e científica, anunciou ministra.

A ministra da Saúde afirmou esta quarta-feira que a refundação do INEM passará por torná-lo um instituto público de regime especial, reforçar o conselho diretivo com mais elementos e ter representantes dos bombeiros e Cruz Vermelha na comissão técnica e científica.

Ana Paula Martins, que falava na Comissão Parlamentar de Saúde, onde esta manhã foi ouvida sobre a refundação do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a pedido do Bloco de Esquerda, explicou que a alteração da lei orgânica que fará servirá para que o instituto passe a ser visto como autoridade nacional de emergência médica, reforçando o seu papel regulador e gestor do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM)

Disse que a composição Conselho Diretivo do INEM passará a ter três elementos (presidente e dois vogais) e, respondendo ao deputado do PS João Paulo Correia, garantiu que “o Governo não vai privatizar o CODU [Centro de Orientação de Doentes Urgentes]”.

Sobre o concurso para o serviço de transporte aéreo de doentes, disse que o concurso internacional lançado já mereceu o interesse de cinco empresas, que as propostas serão abertas e será feita a seleção até final do ano.

Estamos a dar mais tempo e já há pelo menos cinco empresas que manifestaram interesse no concurso. É uma diferença muito grande porque os valores em causa não são significativamente maiores e não correspondem ao que tinha sido pedido pelas empresas que se tinham candidatado”, afirmou.

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Instituições de diálogo social “devem ser mais inclusivas”, apela OIT

OIT alerta que mulheres, jovens e informais estão sub-representados nas instituições de diálogo social dos vários países analisados, o que tem efeitos nas preocupações abordadas.

As instituições nacionais de diálogo social têm conseguido ser eficazes, mas há ainda margem para melhorias. Num novo relatório publicado esta quarta-feira, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) salienta que é preciso que esses órgãos sejam mais inclusivos, nomeadamente no que diz respeito à participação de mulheres, jovens e de grupos considerados marginalizados, como os trabalhadores informais.

“Um dos motivos de preocupação é a inclusão nas instituições nacionais de diálogo social e os fossos que existem no que diz respeito a grupos sub-representados, como mulheres, jovens e trabalhadores informais”, lê-se no comunicado que acompanha o relatório “Social dialogue report 2024”, que foi conhecido esta manhã.

No que diz respeito à participação feminina, três em cada cinco membros de sindicatos ouvidos pela OIT e metade dos membros de associações empresariais indicaram que as mulheres têm uma participação limitada ou inexistente nos cargos de decisão destes órgãos. Já quanto aos trabalhadores informais, a OIT realça que a seria importante reforçar a participação destas pessoas.

"Os jovens também estão sub-representados nas instituições nacionais de diálogo social, com as suas preocupações a serem amplamente ignoradas.”

OIT

Por outro lado, o relatório mostra que os jovens estão sub-representados nestas instituições, o que significa que as suas preocupações podem não estar a merecer a atenção devida. “Um inquérito da OIT mostrou que os jovens estão sub-representados nas instituições nacionais de diálogo social, com as suas preocupações a serem largamente ignoradas”, lê-se.

Quanto aos temas em que estes órgãos estão a conseguir ter resultados, a OIT nota que os parceiros sociais têm uma opinião “muito positiva” quanto à sua relevância relativamente aos direitos do trabalho e da proteção social, mas nem tanto no que diz respeito ao combate à discriminação e desigualdade.

“Um indicador chave da eficácia das instituições nacionais de diálogo social é o seu papel na gestão de crises”, acrescenta a OIT. E, enquanto a maioria dos parceiros sociais concordam que há resultados positivos no que diz respeito ao apoio ao emprego e desemprego, ao custo de vida e a problemas de saúde, nas alterações climáticas, na habitação e na energia a influência dos órgãos em causa tem sido menos significativa.

OIT destaca acordos em Portugal

No relatório publicado esta manhã, a OIT sublinha que o diálogo social é fundamental para moldar e implementar “normas que promovam o trabalho com direitos”, sendo que várias revisões das leis do trabalho dos países analisados tiveram por base consultas à Concertação Social.

“Por exemplo, um acordo na comissão permanente da Concertação Social de Portugal levou a uma emenda ao Código do Trabalho, com vista a reduzir o trabalho precário e promover a negociação coletiva”, identifica a OIT, referindo-se ao entendimento que serviu de base à revisão legislativa de 2019.

A OIT escolhe, portanto, não mencionar a chamada Agenda do Trabalho Digno, que entrou em vigor mais recentemente, em 2023, e gerou polémica na Concertação Social, tendo mesmo levado as confederações patronais a suspenderem temporariamente a sua participação nesse órgão.

Ainda assim, a OIT destaca o acordo de rendimentos assinado pelo Governo de António Costa com as quatro confederações e a UGT, sinalizando que é um exemplo de como pactos deste tipo podem responder à crise do custo de vida. Não tece, porém, elogios específicos a este entendimento, que, entretanto, foi sucedido por um acordo de salários e crescimento económico assinado pelo Governo de Luís Montenegro com as confederações empresariais e a UGT, em outubro deste ano.

Notícia atualizada às 17h12

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O investimento em IA é mais do que uma realidade

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  • 11 Dezembro 2024

Paulo Padilha, Chief Information Officer da seguradora PRÉVOIR, fala sobre a transformação digital no setor dos seguros e as áreas onde tem existido um maior investimento em inovação a nível mundial.

Estamos neste momento numa fase apaixonante no que ao desenvolvimento tecnológico diz respeito. Somos uma geração privilegiada por estarmos a assistir a uma revolução tecnológica nos últimos anos. Se nos cingirmos apenas ao setor de seguros, a transformação digital tem sido fabulosa, verificando-se em toda a cadeia de valor.

É inevitável falarmos da IA, ela hoje está presente desde a distribuição dos seguros, passando pela gestão dos mesmos até à regularização dos sinistros ou dos termos. Neste artigo, irei destacar algumas áreas onde tem existido um maior investimento em inovação a nível mundial.

Aconselhamento. No âmbito do aconselhamento ao cliente, existem soluções muito interessantes no mercado. Recordo-me de uma em particular apresentada há quatro anos por uma start-up que tive oportunidade de conhecer, e que consistia na recolha de um conjunto de informações, como por exemplo a idade de cada um dos cônjuges, os rendimentos, o número e idade dos filhos, se estudavam ou não, se tinham hipoteca imobiliária e o seu valor, se viviam com ascendentes etc., e no final elaboravam um plano de seguros que garantia além da hipoteca, o estudo dos filhos, até à reforma (consistente com o nível de vida existente).

Ainda nesta área, de salientar o Onboarding Digital com sistemas de IA de reconhecimento facial e de documentos. Ainda existem alguns entraves na sua aplicação, não por questões tecnológicas, mas muito devido às regras de compliance (é necessário garantir a verdadeira identidade do subscritor, que este processo seja seguro e aceite pelo regulador).

Paulo Padilha, CIO- Chief Information Officer da PRÉVOIR

Subscrição. Neste campo já existem muitas soluções para os seguros Não Vida, nomeadamente a nível do reconhecimento do objeto seguro, que permite, por vezes, a associação a valores pelo reconhecimento, em vídeo, da marca e modelo do objeto. No ramo Vida, embora mais recentemente, também existem modelos com IA (mais comum com machine learning) que permitem uma avaliação do estado de saúde online, facilitando desta forma a subscrição online. Estes sistemas estão baseados em grandes volumes de dados históricos e, por isso, os mais populares são os que as resseguradoras disponibilizam. Não me refiro apenas à Automação de Processos Robóticos (RPA), mas a sistemas com IA que “dirigem” as perguntas da declaração de saúde e no final propõem condições de aceitação “online”, com transparência absoluta para com os clientes. Também os sistemas antifraude e de branqueamento de capitais, com IA, têm dado passos importantes.

Gestão da carteira. É neste capítulo onde se verifica o maior investimento por parte das seguradoras. Porquê? Porque é onde comprovadamente se asseguram ganhos de eficiência importantes e de redução do tempo de resposta ao cliente. Neste ponto, podemos incluir o tratamento de emails, com reconhecimento automático do conteúdo e elaboração de resposta ou execução da tarefa, e os Chatbots que permitem um atendimento automático à rede comercial ou ao cliente, libertando assim os colaboradores para tarefas e decisões de valor acrescentado. Também nesta área se tem verificado um forte investimento em sistemas antifraude, principalmente na área dos seguros de saúde.

Sinistros. Este conjunto de processos tem um grande impacto na imagem das seguradoras e é também uma das principais áreas de investimento em IA. Não estou a falar uma vez mais de RPA, mas aqui de GenAI. O investimento tem-se focado muito em sistemas antifraude, mas também em automatismos de processos que abrangem, por exemplo, a peritagem digital de um automóvel acidentado, uma quebra de vidro, ou uma app que avalia a mobilidade de um indivíduo após uma intervenção cirúrgica.

A título de conclusão, salienta-se que as seguradoras têm investido em sistemas IA em toda a cadeia de valor e que não podem deixar de acompanhar na primeira fila o que se está a desenvolver no mundo das Start-ups/InsurTechs e HealthTechs. A PRÉVOIR tem vindo a investir em IA desde 2022 e planeia acentuar esse investimento em 2025, nas áreas antifraude e atendimento, e fará questão de estar presente no fórum e associações de InsurTechs.

A IA é incontornável e está ao alcance de todos. É necessário, no entanto, ter em atenção que esta ainda está na sua infância, é necessário educá-la com valores e princípios. Estamos seguramente no início de uma revolução, não industrial (UK 1760-1870), mas digital.

O fundamental é perceber que estas tecnologias bem utilizadas, essencialmente com ética, ajudam as empresas a otimizar as suas operações, sem nunca esquecerem a sua primordial missão: fazer os colaboradores e os clientes mais satisfeitos.

Paulo Padilha, CIO- Chief Information Officer da PRÉVOIR

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Maior procura por alimentação saudável travada por limitações no orçamento

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  • 11 Dezembro 2024

O estudo Barómetro FOOD revela que 88% dos portugueses estão mais preocupados com a escolha de alimentos saudáveis e 98% revelam dar importância ao tema do desperdício alimentar.

Os portugueses estão cada vez mais preocupados em fazer uma alimentação saudável e sustentável, com 88% a revelarem que prestam cada vez mais atenção ao que colocam no prato. Esta é a principal conclusão do estudo Barómetro FOOD, lançado anualmente no âmbito do Programa FOOD (Fighting Obesity through Offer and Demand), coordenado pelo Grupo Edenred, em conjunto com 19 parceiros públicos e Universidades, entre as quais a Direção-Geral de Saúde e a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto.

Dedicado à promoção de uma alimentação equilibrada através de diversas ações junto dos colaboradores, empresas e dos restaurantes, o programa avalia anualmente, através do seu barómetro, expectativas, procura e hábitos alimentares. Este ano, o inquérito conta com respostas de 49.990 trabalhadores e 1.491 operadores de restaurantes em 22 países de todo o mundo. Em Portugal, o barómetro contou com mais de 1700 respostas.

No Barómetro de 2024, a saúde aparece como a principal motivação para querer comer melhor, numa altura em que cerca de metade dos portugueses indica que faz pelo menos uma refeição principal saudável por dia. O estudo destaca ainda que os restaurantes estão a adaptar-se para corresponder à procura dos clientes por refeições mais saudáveis e por uma redução do desperdício alimentar.

No entanto, num cenário de aumento dos preços dos bens alimentares, o crescimento da procura por uma nutrição mais saudável e sustentável é limitado pela necessidade de gerir o orçamento familiar, e 51% indicam estar preparados para cortar despesas na alimentação. Neste ponto, os dados sublinham o papel fundamental dos vales de refeição na salvaguarda dos orçamentos alimentares e no aumento da quantidade e qualidade das refeições, o que valida e reforça as tendências que surgiram no ano passado.

Tendência n.º 1: Trabalhadores e restaurantes focados na alimentação saudável num contexto de desafios económicos

No Barómetro FOOD 2024, 88% das pessoas revelaram que prestam mais atenção à comida saudável. 51% dizem que mudaram os hábitos alimentares no último ano, para comer melhor e de forma mais saudável. 54% dos portugueses revelam mesmo que têm em consideração o índice nutricional das escolhas que fazem e 48% afirmam fazer entre 7 e 14 refeições principais saudáveis por semana, ou seja, o equivalente a pelo menos a uma refeição saudável por dia. No entanto, apenas 21% das pessoas afirmam fazer entre 11 e 14 refeições saudáveis por semana.

Na lista das motivações para querer comer melhor, as preocupações com a saúde surgem em primeiro lugar, apontadas por 81% das pessoas. O gosto por este tipo de refeições e a procura de maior diversidade aparece em segundo lugar, destacada por 61% das pessoas, seguida pelas preocupações com o ambiente e os animais, identificada por 56%. 83% dos portugueses esperam também que os restaurantes disponibilizem uma oferta mais saudável, contemplando produto mais frescos, mais vegetais, opções vegetarianas e/ou veganas e incluindo informação nutricional clara.

Do lado dos estabelecimentos, 74% consideram que já promovem uma alimentação mais saudável. 32% apontam um aumento da procura por refeições mais equilibradas e 35% assinalam também uma maior procura por refeições veganas. Face a esta tendência, mais de metade revela que, nos últimos anos, alterou os seus hábitos e fornecedores no sentido de ter produtos locais e mais saudáveis. Nesta linha, 59% referem que utilizam produtos orgânicos na preparação dos seus menus, e 68% tem pratos vegetais nas suas ementas. Contudo, 44% indicam que preparar refeições equilibradas/saudáveis é mais exigente e 55% avançam que é mais caro. É de destacar que 38% dos responsáveis de restaurantes acreditam que propor opções saudáveis traz fontes de receitas sustentáveis.

Tendência n.º 2: Restaurantes aderem ao movimento contra o desperdício alimentar

O desperdício alimentar apresenta-se como uma preocupação transversal. 98% dos portugueses indicaram que esta é uma questão importante, ou muito importante, para si. 80% gostariam inclusivamente de saber que restaurantes têm medidas concretas contra o desperdício alimentar.

Por seu lado, 79% dos responsáveis de restaurantes revelaram já ter implementado medidas para limitar o desperdício alimentar. Entre elas destacam-se as caixas de sobras, as parcerias com plataformas contra o desperdício e a reutilização de ingredientes para preparar receitas especiais.

Tendência n.º 3: A importância do cartão refeição na salvaguarda dos orçamentos para alimentação e no aumento da qualidade alimentar

Com 90% dos portugueses a indicarem ser expectável um aumento de preços dos bens alimentares e refeições nos próximos meses, e perante o facto de, no final do mês, 71,3% já terem utilizado o valor do seu cartão refeição e terem de pagar as suas refeições com o orçamento global, 51% admitiram estar preparados para fazer cortes nesta área.

É de destacar que 65% dos trabalhadores inquiridos consideram que o cartão refeição representa um aumento do seu poder de compra. 17% destacam mesmo que, se perdessem o seu cartão de alimentação, teriam piores hábitos alimentares e 34% que iriam menos a restaurantes. Se o valor do seu cartão duplicasse, 78% assumem que iriam melhorar a qualidade das suas refeições.

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Empresas admitem dificuldade em contratar para o Natal e oferecem incentivos

  • Lusa
  • 11 Dezembro 2024

Hotelaria, restauração, retalho, logística, distribuição ou indústria são alguns dos setores que recorrem à contratação temporária para fazer face ao pico do Natal.

As empresas enfrentam dificuldades para reforçar equipas durante a época natalícia estando, por isso, a avançar com “incentivos” para atrair trabalhadores, como prémios de desempenho ou a possibilidade de integração permanente, segundo as recrutadoras ouvidas pela Lusa.

Hotelaria, restauração, retalho, logística, distribuição ou indústria são alguns dos setores que recorrem à contratação temporária para fazer face ao pico do Natal.

“Estes setores enfrentam um aumento significativo da procura devido ao pico de atividades relacionadas com o atendimento ao cliente, embalamento, reposição de stock e operações logísticas”, explica Vanda Santos, diretora de serviço e qualidade da Adecco Portugal, notando que este padrão “reflete-se não apenas nas grandes cidades, mas em todo o território nacional”.

Contudo, o “elevado dinamismo” do mercado laboral tem colocado “desafios significativos” às empresas na contratação de trabalhadores para funções sazonais, admitem as empresas de recrutamento ouvidas pela agência Lusa.

De recordar que Portugal está perto do pleno emprego, com a taxa de desemprego a situar-se nos 6,6% em outubro, uma estabilização face ao mês anterior.

“Sentimos dificuldades de recrutamento, principalmente em funções que requerem algum tipo de especialização ou certificação, nomeadamente na área dos transportes”, adianta Lucília Queirós, national corporate sales & foundation leader da Eurofirms Portugal.

E também “já se faz notar em funções menos especializadas”, completa Pedro Empis, diretor operacional de soluções de talento, da Randstad, em resposta à Lusa.

Também Sabrina Barreto identifica esta dificuldade, apontando que “os candidatos que estão empregados apenas procuram oportunidades que consigam conciliar com atual função (part-time) ou algo que ofereça melhores condições/estabilidade”.

Não obstante, “os candidatos estrangeiros têm contribuído para colmatar muitas das necessidades”, acrescenta.

Ainda assim, há casos em que, apesar de terem um “perfil perfeitamente adequado”, ficam excluídos por “terem pendências documentais”, acrescenta a central sourcing manager da Gi Group, grupo que no início deste ano comprou o negócio europeu da empresa de recursos humanos Kelly.

Para colmatar estas dificuldades, os processos de recrutamento começam em setembro ou, o mais tardar, no final de outubro, início de novembro.

O planeamento antecipado “é essencial para garantir que conseguimos responder às necessidades sazonais dos nossos clientes, assegurando que as equipas estão completas e preparadas antes do início do período de maior atividade”, afirma Vanda Santos.

Por outro lado, há também quem ofereça incentivos para atrair trabalhadores. “Existem diversas realidades que complementam o salário, como prémios de performance, subsídio de refeição ou mesmo incentivos relacionados com os produtos e serviços dos clientes finais, que funcionam como fatores de atração da oferta aos candidatos”, explica Pedro Empis.

Outro dos incentivos “é uma maior adaptabilidade de horários para responder à disponibilidade dos candidatos”, acrescenta Lucília Queirós.

Além disso, “para tornar as posições temporárias mais atrativas, as empresas muitas vezes oferecem a possibilidade de integração permanente, o que pode ser um fator decisivo para a aceitação da vaga”, remata Sabrina Barreto.

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Fisco perde recurso em tribunal sobre contribuição rodoviária

  • ECO
  • 11 Dezembro 2024

A Contribuição do Serviço Rodoviário (CSR) foi considerada ilegal pela justiça da UE em 2022, mas continua a ser contestada em tribunal. Decisão do Tribunal Central Administrativo valida arbitragem.

Num acórdão publicado recentemente, os juízes do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) entendem que os tribunais arbitrais são competentes para decidir sobre os “pedidos de anulação de liquidações” da Contribuição do Serviço Rodoviário (CSR), “bem como dos pedidos restitutórios e indemnizatórios que lhes são acessórios”, avança o Jornal de Negócios (acesso pago). Esta orientação, embora não seja vinculativa para as demais instâncias judiciais, contraria um dos argumentos utilizados pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) para se defender das centenas de impugnações desta taxa que têm dado entrada no Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD).

Segundo os dados do CAAD, chegaram à arbitragem até ao momento 329 processos relativos a esta contribuição, que foi declarada ilegal pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) em 2022, mas que, atualmente, está incorporada no Imposto Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), mantendo o propósito de financiar as estradas. De entre os processos já decididos, 43 resultaram a favor dos contribuintes e 163 foram ganhos pelo Fisco.

Desses 163 processos vencidos pela AT, foram 63 aqueles em que o tribunal se declarou incompetente para decidir, por considerar que a CSR, sendo uma contribuição financeira e não um imposto, não integra o leque de situações relativamente às quais a AT se encontra vinculada à jurisdição da arbitragem. Mas, agora, o acórdão do TCAS veio estabelecer que “dificilmente se poderia concluir que a CSR constitui uma contribuição financeira”, visto que não existe “qualquer nexo específico” entre “o benefício emanado da atividade” da entidade para a qual revertia “e o grupo de sujeitos passivos” — ou seja, está em causa um imposto e o tribunal arbitral pode resolver litígios sobre o mesmo.

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Corticeira Amorim vende negócios na Dinamarca e Suécia ao conglomerado sueco Volati

A Corticeira Amorim vendeu duas distribuidoras de revestimentos de solos na Dinamarca e na Suécia ao grupo Salix, parte do conglomerado industrial sueco Volati. Negócio gera mais-valia de 14 milhões.

A Corticeira Amorim anunciou esta quarta-feira ao mercado a venda da totalidade da posição de controlo de 80% que detinha na dinamarquesa Timberman Denmark, por sua vez dona da sociedade sueca Timberman Golv. O comprador é o grupo Salix, que pertence ao conglomerado industrial sueco Volati.

O negócio, assessorado pela boutique Clearwater Portugal e Dinamarca, assume um enterprise value (EV) de 310 milhões de coroas suecas (26,84 milhões de euros ao câmbio atual), correspondendo a um rácio EV/EBTDA ajustado de 5x, avançou o novo dono num comunicado. depois da publicação desta notícia, a Corticeira Amorim informou que a venda ocorreu “por um valor de 23,7 milhões de euros”, concretizando, numa nova nota à CMVM, que a transação “origina uma mais-valia estimada de cerca de 14 milhões de euros nas contas consolidadas” do grupo.

Ambas as empresas são distribuidoras de revestimentos de solos em vinil, cortiça e madeira. O grupo português, através da Amorim CorkFlooring, tinha entrado no capital da empresa dinamarquesa em 2011 e no da empresa sueca em 2017, esta última anteriormente conhecida por Amorim Cork Sweden.

Noutro comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Corticeira Amorim informa que a Timberman Denmark e a Timberman Golv geraram um volume de negócios consolidado de 36 milhões de euros este ano.

“Estamos satisfeitos por adquirir a Timberman, uma empresa conceituada com uma forte posição na indústria. A Timberman complementa as nossas operações de forma excelente, criando uma forte posição geográfica no mercado dinamarquês e no nosso mercado de origem na Suécia”, reagiu Martin Hansson, CEO do grupo Salix.

Depois do anúncio da venda, as ações da Corticeira Amorim estavam a descer 0,36% na bolsa de Lisboa, para 8,24 euros cada título, na manhã desta quarta-feira. Já os títulos do grupo Volati estavam a subir 1,22%, para 99,60 coroas suecas.

À CMVM, a Corticeira Amorim refere que as duas empresas na Dinamarca e na Suécia “manter-se-ão como distribuidoras dos produtos de revestimento” da Amorim CorkFlooring em ambos os mercados, “de acordo com a sua nova estratégia de, em alguns mercados, passar de um modelo de distribuição próprio assente em filiais para um modelo assente em distribuidores”.

“Esta mudança corre em paralelo com o lançamento, em 2025, da nova unidade designada Amorim Cork Solutions, que partirá da atividade da Amorim Cork Composites e onde serão incorporadas as atividades dos pavimentos e dos isolamentos”, acrescenta o grupo nacional.

(Notícia atualizada pela última vez às 9h50)

Cotação das ações da Corticeira Amorim em Lisboa:

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Hoje nas notícias: Contribuição rodoviária, INEM e mina de Neves-Corvo

  • ECO
  • 11 Dezembro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Tribunal Central Administrativo do Sul entendeu que os tribunais arbitrais têm competência para decidir sobre os pedidos de anulação de liquidações da Contribuição do Serviço Rodoviário, contrariando, assim, a contestação do Fisco. No pior dia da greve do INEM, que coincidiu com uma greve na Função Pública, ficaram por atender mais de 2.300 chamadas, o número mais baixo em dez anos. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Fisco perde recurso sobre contribuição rodoviária

Num acórdão publicado recentemente, os juízes do Tribunal Central Administrativo do Sul (TCAS) entendem que os tribunais arbitrais são competentes para decidir sobre os “pedidos de anulação de liquidações” de Contribuição do Serviço Rodoviário (CSR), “bem como dos pedidos restitutórios e indemnizatórios que lhes são acessórios”. Esta orientação, embora não seja vinculativa para as demais instâncias judiciais, vem contrariar um dos argumentos utilizados pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) para se defender perante as centenas de impugnações da CSR que têm dado entrada no Centro de Arbitragem Administrativa (CAAD). A Contribuição de Serviço Rodoviário foi declarada ilegal pelo Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) em 2022.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Mais de 2.300 chamadas por atender no INEM no pior dia das greves

No dia 4 de novembro, marcado pela greve às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que coincidiu com a paralisação da Função Pública, sem cumprimento de serviços mínimos, o 112 reencaminhou 4.815 chamadas para as centrais telefónicas do INEM. Destas, atenderam-se apenas 2.510 telefonemas, sendo preciso recuar até 27 de fevereiro de 2014 para encontrar um dia com menos contactos atendidos (2.480). Mas as 2.305 chamadas que ficaram sem resposta do INEM são um número que peca por defeito, pois não inclui os telefonemas transferidos pela central SNS24 e alguns pedidos recebidos diretamente nos bombeiros e na Cruz Vermelha Portuguesa.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Mina de Neves-Corvo vai “gerar dinheiro desde o primeiro dia”, dizem novos donos

A mina de Neves-Corvo, localizada em Castro Verde, distrito de Beja, foi vendida esta semana aos suecos da Boliden por um valor de 1.370 milhões de dólares (negócio que inclui a mina sueca de Zinkgruva), e 150 milhões de dólares extra, dependendo do cumprimento de determinadas condições. Os novos donos da mina portuguesa, onde se explora cobre e zinco, consideram que vai “gerar dinheiro desde o primeiro dia” em que for consolidada nas suas contas. O CEO Mikael Staffas vê “uma lógica industrial e estratégica muito forte”, apontando que “existem claramente, tanto do ponto de vista de engenharia como comercial, mais-valias”.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Declínio das competências dos adultos começa logo aos 25 anos

Enquanto na média dos países da OCDE as competências dos adultos na literacia, numeracia e resolução de problemas tendem a desenvolver-se até aos 34 anos, o retrato da realidade portuguesa mostra que estas começam a baixar a partir dos 25 anos, de acordo com o “Inquérito às Competências dos Adultos de 2023”. Portugal está, assim, na cauda dos 31 países analisados, já que cerca de 40% dos adultos só conseguem compreender textos muito simples e resolver aritmética básica no seu dia-a-dia — só no Chile apresentam mais dificuldades.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Setor alerta para “ilegalidade” no referendo ao Alojamento Local em Lisboa

A Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP) considera que a proposta do Movimento Referendo pela Habitação (MRH) para a realização de um referendo sobre o Alojamento Local em Lisboa “é irresponsável, desnecessária e ilegal”. Ainda que respeite a iniciativa, Eduardo Miranda, que preside a ALEP, defende que a mesma “não resolve nada da habitação” e “colocaria em causa mais de 40 mil postos de trabalho”, uma vez que, “só em Lisboa, os gastos do turismo geram 100 mil empregos diretos e indiretos”. “Sem as dormidas em alojamento local, a Câmara Municipal de Lisboa perde não só 38 milhões de euros de receitas só na taxa turística, mas também a capacidade para receber eventos como a Web Summit”, acrescenta.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

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“Sustentabilidade e inovação” com António Miguel, CEO Maze Impact

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  • 11 Dezembro 2024

António Miguel, CEO Maze Impact, é o quarto convidado do videocast Leadership Bites by KW.

António Miguel é o convidado do quarto episódio de “Leadership Bites” – videocast sobre liderança, pessoas, empresas, empreendedorismo e inovação. Produzido pela Keller Williams para assinalar a primeira década no nosso país, “Leadership Bites” aborda os mais variados temas com o objetivo de descobrir e partilhar, através de testemunhos de alguns thought leaders nacionais, fórmulas e caminhos para o sucesso, em diferentes áreas da vida. No ar às quartas-feiras, conta com a condução do CEO da Keller Williams Portugal, Marco Tairum.

Com licenciatura e mestrado em Gestão, o CEO da Maze Impact (organização portuguesa dedicada a impulsionar projetos de impacto social e ambiental) dedica-se, desde cedo, à inovação social. Positivamente ingénuo, António Miguel orgulha-se de “não acreditar no impossível”.

Em conversa com Marco Tairum, aborda temas como a importância de uma liderança ética, transparente e inspiradora que incentive práticas empresariais responsáveis, e mostra como a resolução de problemas sociais e ambientais pode ser uma excelente oportunidade de negócio.

António Miguel, CEO Maze Impact, e Marco Tairum, CEO da Keller Williams Portugal

Para o CEO da Maze Impact, quanto maior for o envolvimento dos consumidores com empresas com propósito social e ambiental, maior será a probabilidade de atração e retenção de talentos, especialmente entre as gerações mais jovens.

Neste quarto episódio, destaca-se ainda a importância da autoanálise em processos de implementação de práticas de sustentabilidade e de impacto, e tendências futuras em áreas como transição energética, saúde preventiva e inovação.

Para António Miguel, cada pessoa tem o seu estilo e a sua definição de liderança. A sua passa por tentar ser o que as pessoas dizem sobre si quando não está na sala. Considera que o melhor condutor para que essa definição seja positiva é liderar pelo exemplo, a única forma, para o CEO da Maze Impact, de se ter legitimidade.

Assista ao episódio completo aqui:

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