Lisboa vai discutir regulamento de “tuk tuk” ainda em dezembro

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2024

O novo regulamento municipal para o funcionamento dos 'tuk tuk' em Lisboa deve estar em vigor no verão do próximo ano, estima o vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia.

O novo regulamento municipal para o funcionamento dos “tuk tuk” em Lisboa irá a discussão no Executivo ainda este ano e deve estar em vigor no verão do próximo ano, antevê o vice-presidente da Câmara Municipal, Filipe Anacoreta Correia.

“O meu objetivo era que ele estivesse a funcionar para o calendário turístico do próximo ano. Gostava que estivesse antes do verão, mas o meu objetivo não era antes do verão, era, na verdade, pelo menos antes da Páscoa. Vamos tentar, ver se é possível no próximo ano. Para isso, como sabem, temos a discussão pública, vai à Assembleia Municipal, temos de percorrer todos esses passos, mas gostava muito que fosse possível e julgo que seria um passo importante”, disse o autarca, que nesta quinta-feira foi dar explicações aos deputados na Assembleia Municipal de Lisboa (AML).

Anacoreta Correia (CDS-PP), responsável pelo pelouro da Mobilidade na Câmara Municipal de Lisboa (CML), destacou que o modelo da capital “é inovador” e foi feito “em parceria e diálogo” com os empresários, estando o processo a ser “acompanhado com dinamismo” pela autarquia.

A proposta para o “Regulamento dos Veículos Afetos à Animação Turística Não Pesados no Município de Lisboa” pretende “reduzir para metade” os “tuk tuk” na cidade.

“No início até será menos de metade e, depois, com possibilidade de alargamento, caso se verifique essa necessidade”, salientou.

O vice-presidente destacou que a matéria “não é fácil”, e “vários municípios que avançaram com propostas de regulamentos ou propostas de condicionamento estão em tribunal” em litigância, “porque, tratando-se de veículos turísticos (…), os municípios não têm vida fácil no sentido da delimitação deste transporte”.

O que a Câmara pretende fazer para controlar estes veículos turísticos é criar estacionamentos próprios para os “tuk tuk”, que vão precisar de uma licença específica da Câmara para utilizar esses estacionamentos, além da que já é necessária até agora.

Além desta nova licença municipal, o vereador admitiu ainda que possa ser alargado o condicionamento de ruas ao tráfego destes veículos turísticos.

Em 31 de julho, a CML anunciou a intenção de limitar os locais de estacionamento dos “tuk tuk” e o número de licenças a atribuir a este tipo de veículos, de forma a regular a atividade na cidade.

Em 06 de novembro, a autarquia aprovou o início da elaboração do projeto de regulamento dos veículos afetos à animação turística não pesados, inclusive “tuk tuk”, com a participação de eventuais interessados, num período de 20 dias úteis.

Com a aprovação do processo de auscultação pública, a câmara prevê que o regulamento seja discutido em reunião do executivo municipal “até ao final deste ano”.

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Empresário de dispositivos médicos investe no enoturismo com quatro hotéis boutique

Dono de uma quinta em Alenquer, Paulo Amaro comprou também propriedades nos Vinhos Verdes, Douro, Dão e Alentejo. Vão ser transformadas em hotéis boutique, num investimento de quatro milhões de euros.

Dono da uma empresa na área dos dispositivos médicos (Socime Medical) e de outra de investimentos imobiliários (Numerpix), Paulo Amaro sempre foi um “aficionado” por vinhos. O empresário nascido em Moçambique, mas criado em Lisboa, decidiu que estava na altura de ter um projeto que unisse a produção de vinhos biológicos e o enoturismo.

Foi em 2016 que o empresário decidiu procurar um terreno próximo de Lisboa onde pudesse plantar castas autóctones, até que descobriu cinco hectares com uma adega antiga na localidade de Aldeia Galega, no concelho de Alenquer. Era a “propriedade perfeita” para dar início ao projeto de enoturismo que batizou como Cas’Amaro.

O projeto inicial, que representou um investimento de 800 mil euros, dá emprego a dez pessoas e fatura 450 mil euros. Os vinhos biológicos da Cas’Amaro (Madame Pió, Falatório e Três Corujas) chegam a países como Brasil, Inglaterra, Alemanha e Países Baixos, com a exportação a pesar 80% da faturação. E os principais hóspedes da quinta em Alenquer também são os turistas estrangeiros.

Entretanto, adquiriu mais quatro propriedades nas regiões dos Vinhos Verdes (Quinta Bustelo, em Marco de Canaveses), Douro (Quinta S. Joaquim e Navarro, em Armamar), Dão (Quinta Fontalta, em S. João de Areias) e Alentejo (Quinta Castelête, em Estremoz). Em conjunto, e considerando o valor da aquisição e da reabilitação, investiu quatro milhões de euros.

“O projeto foi tendo alguma visibilidade e decidi apostar numa espécie de circuito de boutique hotéis nas diversas regiões vitivinícolas, que estarão concluídos dentro de três anos”, conta ao ECO/Local Online, Paulo Amaro. O fundador da Cas’Amaro explica ainda que estes projetos surgiram alavancados pela “grande evolução do turismo em Portugal“.

Decidi apostar numa espécie de circuito de boutique hotéis nas diversas regiões vitivinícolas, que estarão concluídos dentro de três anos.

Paulo Amaro

Fundador da Cas'Amaro

Os projetos de reabilitação ainda estão a ser desenvolvidos e contam todos com área de vinha. A Quinta Fontalta foi adquirida há quatro anos, enquanto a alentejana Quinta Castelête e a duriense Quinta S. Joaquim e Navarro foram compradas por Paulo Amaro há três anos. A aquisição mais recente foi a Quinta Bustelo, no início deste ano. Todas as propriedades vão ser transformadas em alojamentos com, aproximadamente, 20 quartos cada.

Pretendo fazer uma espécie de uma cadeia hoteleira, numa primeira fase muito vocacionada para o enoturismo”, afirma Paulo Amaro.

Os projetos nas regiões dos Vinhos Verdes, Dão e Alentejo vão ficar concluídos no próximo ano, enquanto a Quinta S. Joaquim e Navarro, no Douro, só deverá estar pronta em 2027. Paulo Amaro contabiliza que vai dar emprego a 15 pessoas em cada uma das propriedades.

As cinco propriedades perfazem 76 hectares de vinhas, sendo que os Vinhos Verdes estão a ser comercializados com a marca Bustelo e os vinhos do Dão com as insígnias Porto Espinho, Mitologia e Caminho. Os vinhos do Alentejo e do Douro apenas vão começar a ser comercializados no próximo ano.

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PSD vai viabilizar comissão de inquérito à Efacec proposta pela IL

Líder parlamentar do PSD anunciou que o partido votará a favor da comissão parlamentar de inquérito proposta pela Iniciativa Liberal à tutela política da gestão da Efacec, que assim será aprovada.

O líder parlamentar do PSD afirmou esta quinta-feira que o partido votará a favor da comissão parlamentar de inquérito proposta pela Iniciativa Liberal à tutela política da gestão da Efacec, que assim será aprovada.

Hugo Soares transmitiu o sentido de voto aos jornalistas no final da reunião parlamentar dos sociais-democratas, sem mais declarações, avançou a Lusa. O Observador já tinha avançado na quarta-feira que o PSD iria viabilizar mais esta comissão de inquérito.

No debate de quarta-feira, o Chega, o CDS e o PAN já tinham anunciado que iriam votar a favor e o PS contra, o que deixava a viabilização nas mãos do PSD.

A proposta da Iniciativa Liberal pretende avaliar o exercício e as responsabilidades das tutelas políticas envolvidas na gestão Efacec e subsidiárias, quer seja no processo que levou à nacionalização da empresa em 2020, quer no processo depois de privatização.

Mas os liberais também querem escrutinar as decisões de gestão tomadas desde a nacionalização e de que forma essas decisões conduziram à queda de receitas, perda de fornecedores e quadros qualificados que ocorreram nesse período. Ou ainda esclarecer o envolvimento dos decisores públicos, como a Parpública e o Banco Português de Fomento, nas tomadas de decisão na Efacec.

O PCP, na quarta-feira, deu a entender ser a favor da criação desta comissão de inquérito, mas quer ver introduzidas outras matérias a serem investigadas pela comissão. O partido propõe “que ao objeto de inquérito parlamentar sejam aditados pontos como a real situação financeira do grupo aquando da intervenção do Estado, a responsabilidade dos acionistas privados, o papel da banca e de outros credores, acordos feitos com o comprador e consequências dessas decisões”.

“Ou se esclarece isso ou corremos o risco de deitar poeira para os olhos e não esclarece nada”, elencou o deputado comunista António Filipe.

A votação da proposta de aditamento do PCP será votada imediatamente antes da proposta da IL. Caso seja chumbada, irá condicionar o sentido de voto dos comunistas.

Por apurar estão ainda a forma como Bloco de Esquerda e Livre vão votar. O PS já anunciou no Parlamento, na quarta-feira, que votará contra, porque os “objetivos foram total ou parcialmente cumpridos”. “Nem tudo correu bem”, admitiu. “Mas estamos melhor do que à época, e porque a atuação da tutela dos antigos governantes é facilmente escrutinável”, disse o deputado André Pinotes Batista, recordando que este processo de privatização “decorreu durante a maior pandemia do século”.

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OPEP+ prolonga cortes na produção até março de 2025

  • Lusa e Capital Verde
  • 5 Dezembro 2024

Face à situação sombria, os principais produtores decidiram prolongar os seus ajustamentos voluntários adicionais de 2,2 milhões de barris por dia "até março de 2025".

A aliança OPEP+, liderada pela Arábia Saudita e pela Rússia, decidiu esta quinta-feira prolongar por três meses os cortes de produção acordados por oito países membros para apoiar os preços do petróleo, e reintroduzi-los mais lentamente a partir de abril.

Face à situação sombria, o cartel decidiu prolongar os seus ajustamentos voluntários adicionais de 2,2 milhões de barris por dia “até março de 2025”, anunciou a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) num comunicado.

Os cortes — adotados no ano passado — serão depois “progressivamente eliminados até ao final de setembro de 2026”, acrescentou a organização.

No rescaldo da decisão, o Brent está a valorizar 0,61%, para 72,75 dólares. Do outro lado do Atlântico, o West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, sobe 0,51%, para 68,89 dólares por barril.

A decisão foi adotada numa teleconferência pelos ministros do setor dos oito “petro-Estados” que em 2023 se comprometeram a aplicar reduções voluntárias e adicionais das suas produções às já acordadas com os restantes membros da aliança, informou a OPEP no comunicado.

A nota faz alusão ao total de 2,2 milhões de barris por dia que a Arábia Saudita, Rússia, Iraque, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Cazaquistão, Argélia e Omã retiraram do mercado há um ano e que pretendiam retomar gradualmente a partir de 1 de janeiro.

“Estes países irão prolongar os seus ajustamentos voluntários adicionais de 2,2 milhões de barris por dia, anunciados em novembro de 2023, até ao final de março de 2025 e, em seguida, (…) eliminá-los gradualmente numa base mensal até ao final de setembro de 2026”, explica a OPEP+.

Já em junho passado o cartel tinha acordado um plano para abrir as torneiras mês a mês, inicialmente a partir de outubro de 2024.

No entanto, perante a pressão descendente sobre os preços do petróleo devido ao enfraquecimento da procura na China e ao aumento da oferta nos EUA, o grupo adiou por duas vezes a entrada em vigor do pacto.

Agora, voltam a adiá-lo, até 1 de abril, e prolongam também de 12 para 18 meses o período em que esperam devolver totalmente o volume de barris retirados, de modo a que os aumentos mensais – inicialmente de 180.000 barris por dia por mês – sejam mais modestos.

De qualquer forma, esta decisão pode ser revertida ou adiada novamente se os ministros considerarem que o mercado não está preparado para absorver mais barris.

A reunião desta quinta-feira teve lugar no âmbito da conferência ministerial da OPEP+, onde foi acordado prolongar por mais um ano, até ao final de 2026, o resto dos cortes acordados por 19 dos 22 países membros da aliança, num total de 3,66 milhões de barris por dia.

Com isso, a quota total da produção combinada dos 19 países permanecerá em 39,725 milhões de barris por dia — cerca de 39% da oferta mundial de petróleo — até 31 de dezembro de 2026.

Alguns parceiros da OPEP, como a Venezuela, o Irão e a Líbia, estão isentos do compromisso de reduzir as suas retiradas devido a restrições involuntárias da sua atividade petrolífera devido a várias causas, como sanções ou conflitos armados.

“A reunião foi realizada para reforçar os esforços de precaução dos países da OPEP+, com o objetivo de apoiar a estabilidade e o equilíbrio dos mercados petrolíferos”, afirmam os ministros no comunicado.

Os ministros sublinham que, com a decisão desta quinta-feira, mantêm a sua “abordagem cautelosa, pró-ativa e preventiva” na definição das suas políticas petrolíferas. A próxima conferência ministerial da OPEP+ foi convocada para 28 de maio de 2025.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h47)

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Ricardo Valente demite-se de vereador da Câmara do Porto e recusa ser candidato em 2025

Responsável da Economia e Finanças sai em janeiro. Vereador dispensa gestão corrente e recusa fazer parte da luta política do movimento de Moreira. Ao ECO, garante que não será candidato a presidente.

O vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara Municipal do Porto apresentou a renúncia ao cargo, colocando o lugar à disposição do presidente da autarquia, com efeito imediato. Contudo, confirma Ricardo Valente ao ECO/Local Online, durante a reunião que teve com Rui Moreira no gabinete do presidente, às 17h00 de terça-feira, aceitou o pedido do líder do município para se manter no cargo até janeiro.

Ricardo Valente, que tutela ainda o pelouro das Finanças na autarquia, ao qual também renuncia, diz ao ECO ter sido “sensível aos argumentos para adiar a saída até ao mês de janteiro. Fui sensível perante o meu compromisso com ele [Rui Moreira] e com a cidade. Se é preciso tempo para preparar e fazer a transição, de acordo. Entendi os argumentos, é demonstração de que não estamos em rota de colisão”.

“A saída agora tem a ver com sentimento de trabalho concluído”, diz, enunciando como últimos passos a aprovação do orçamento municipal — “o maior de sempre”, destaca –, o sucesso na linha de financiamento de 220 milhões de euros junto do BEI — “algo que procurávamos há bastante tempo” — e a aprovação do regulamento do alojamento local na passada segunda-feira. “É um final de ciclo”, afirma.

Não sou uma pessoa com lógica de gestão corrente. Sempre me habituei e estar nas coisas quando faziam sentido”, justifica, defendendo que 2025 será um ano em gestão corrente e com uma “alteração de foco”, que incluirá o “combate político”.

Nesta frente política, o vereador assume desconforto com a manifestação de interesse de membros do movimento criado por Rui Moreira em fazerem parte da corrida eleitoral às autárquicas de 2025.

Não quero estar refém dentro de um executivo com este tipo de questões. Não tenho nada contra, mas não quero estar. Chegamos ao momento em que entramos na luta política, na qual não tenho interesse.

Ricardo Valente

Vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara Municipal do Porto

“Não quero estar refém dentro de um executivo com este tipo de questões. Não tenho nada contra, mas não quero estar. Em primeiro porque já não faço parte. Em segundo lugar, o momento é outro, já não sou nem quero ser ator deste tempo. Chegamos ao momento em que entramos na luta política, na qual não tenho interesse”.

Recorde-se que, na sexta-feira, o “Porto o nosso movimento”, grupo independente de cidadãos criado por Rui Moreira, deu o primeiro passo para ir a votos no ato de setembro ou outubro, apesar de já não ter o ainda presidente como líder, já que, por lei, não é possível fazer mais que três mandatos consecutivos à frente de uma autarquia.

Rui Moreira é presidente desde 2013. “Este grupo de cidadãos tem a experiência e a competência necessárias para garantir que este caminho de melhoria e de progresso tem continuidade no tempo”, indicou o “Porto o nosso movimento” na recomendação de candidatura datada de 29 de novembro.

Perante este avanço público, o demissionário vereador da Economia e responsável também pelas Finanças, reconhece que a sua demissão “pode ser associada”, mas assegura: “Tinha na minha cabeça fazê-lo após a aprovação do regulamento do alojamento local, numa reunião que foi adiada de 25 novembro para 2 de dezembro. Pelo meio, acontece a reunião do movimento, do qual não faço parte há dois anos. Não vou negar que tudo o que aconteceu me deixou ainda mais certo, do ponto de vista da minha decisão. Nos próximos tempos, o enfoque muda, e não quero estar parte desse momento”.

“Não serei candidato à Câmara do Porto”

Eleito vereador na candidatura de Luís Filipe Menezes em 2013 e chamado a funções executivas por Rui Moreira em 2016, Ricardo Valente assegura agora ao ECO/Local Online que não será candidato em 2025, apesar da sua ligação à Iniciativa Liberal, mas garante que, depois de analisar as candidaturas que se venham a apresentar, assumirá o apoio a um dos candidatos. Certo, é que não apoiará a IL numa candidatura independente. Se o fará numa coligação, fica por saber.

Não serei candidato à câmara do Porto. Não estou com essa predisposição neste momento. Sou militante da Iniciativa Liberal, mas de base, não faço parte de nenhum órgão. É certo que a IL ainda nem discutiu, ou se discutiu, não falou comigo, mas não estou disponível para candidaturas independentes da IL, com muito respeito. Não estarei disponível, do mesmo modo que não estarei sem saber quem será o líder. Não passo cheques em branco”.

O endosse de uma candidatura fica, contudo, assumido: “Se me perguntar se, como cidadão do Porto, chegada a altura das eleições, o Ricardo Valente estará do lado de um dos candidatos, obviamente que estarei. Sou cidadão, resido na cidade do Porto, tenho ideias do caminho que a cidade deve seguir. Irei fazer escolhas. A minha participação política não acaba em ser candidato. Não estou minimamente desvinculado do que é o meu pensamento”.

Nada contra o doutor Rui Moreira, bem pelo contrário. Tive sempre toda a liberdade. Divergimos até publicamente. Eu era o único vereador que votava contra, o que ele sempre me permitiu. Em nenhum momento senti constrangimento na atuação nas minhas áreas, e se tivesse sentido que não havia confiança, teria saído.

Ricardo Valente

Vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo da Câmara Municipal do Porto

Esta “não é uma saída em colisão” com Moreira, assegura. “Nada contra o doutor Rui Moreira, bem pelo contrário. Tive sempre toda a liberdade. Divergimos até publicamente. Eu era o único vereador que votava contra, o que ele sempre me permitiu. Em nenhum momento senti constrangimento na atuação nas minhas áreas, e se tivesse sentido que não havia confiança, teria saído. É uma questão de fechar o ciclo. Acho que chegou o momento”.

Ricardo Valente assegura que na reunião de terça-feira, Moreira “foi muito cortês, como sempre”, e acredita que o presidente da Invicta ficou surpreendido, apesar de o vereador “várias vezes ter dado nota do desconforto em relação ao aproximar ao final de ciclo. Foi surpresa. As pessoas conversam, mas chega o momento em da hora da verdade.Foi público desde que viemos de férias. Dei nota da necessidade de aprovar o orçamento municipal, porque já antecipava” estas questão políticas. “Conseguimos um recorde, temos o orçamento aprovado durante o mês de novembro”, destaca.

“Vim gerir áreas estruturantes para a cidade e o trabalho está concluído. A minha saída não prejudica cidade. A política precisa de ser regenerada. Acho que já fiz a minha parte. Abandonei funções privadas, não estou na política porque precisava de emprego. Estou cansado. Neste momento preciso de parar para pensar. Sempre tive vida para além da política”.

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Bruxelas comenta crise política em França. “Consequências económico-financeiras são, até ao momento, contidas”

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2024

Executivo comunitário está a “acompanhar de perto" o que está a acontecer em França. “A situação macroeconómica [de França] continua estável”, refere porta-voz da Comissão Europeia, Balazs Ujvari.

A Comissão Europeia está a “acompanhar de perto” a queda do Governo em França e considerou que as consequências económico-financeiras são, “até ao momento, contidas”, rejeitando que esteja em causa a estabilidade macroeconómica do país.

O executivo comunitário está a “acompanhar de perto o que está a acontecer em França”, disse o porta-voz da Comissão Europeia Balazs Ujvari, em conferência de imprensa, em Bruxelas, na Bélgica.

Recordando que o Orçamento do Estado é “uma competência das autoridades nacionais francesas”, o porta-voz comunitário acrescentou que “as consequências económico-financeiras” da queda do executivo de França “são, até ao momento, contidas”.

“A situação macroeconómica [de França] continua estável”, acrescentou Balazs Ujvari.

“França submeteu o seu orçamento em outubro, recebeu ‘luz verde’ da nossa parte e é importante que quaisquer orçamentos que venham a ser adotados sejam compatíveis” com as previsões feitas pelo Governo liberal que caiu, completou o porta-voz.

Balazs Ujvari disse também que a Constituição da República Francesa contempla a possibilidade de um Orçamento do Estado não vigorar e acrescentou que a Comissão Europeia vai continuar a acompanhar a situação.

Na quarta-feira, o Governo francês foi censurado por uma moção, a primeira vez que tal acontece em França desde 1962, o que agravará a incerteza política e económica num dos países com mais peso da União Europeia.

A aprovação da moção de não confiança resultou na queda do executivo francês, liderado por Michel Barnier (centro-direita), com 331 votos dos blocos da esquerda e da extrema-direita União Nacional (RN).

Em 15 de novembro, uma estimativa da Comissão Europeia apontava que a economia francesa se mantinha “resiliente” em 2024, com o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 1,1%, abrandando, no ano seguinte, para 0,8%.

Para 2026, Bruxelas prevê que a atividade recupere 1,4%, impulsionada por custos de financiamento mais baixos e por uma maior procura privada.

A inflação deverá diminuir em 2024, para 2,4%, em 2025 (1,9%) e 2026 (1,8%) estabilizando globalmente abaixo de 2%, favorecida pelos preços mais baixos da energia, das matérias-primas e dos géneros alimentícios.

O défice orçamental, por seu lado, deverá aumentar ainda mais, para 6,2% do PIB em 2024 (um agravamento face aos 5,3% inicialmente previstos), antes de diminuir para 5,3% em 2025 e acelerara ligeiramente para 5,4% no ano seguinte.

No final de novembro, o executivo comunitário avaliou que oito dos 17 projetos de planos orçamentais para 2025 recebidos, entre os 20 países da zona euro, estão alinhados com as recomendações orçamentais.

Em comunicado, a Comissão destacou que nos países da área do euro, a proposta de orçamento de Estado para 2025 inclui os primeiros passos “para executar os planos de médio prazo”, com a respetiva trajetória orçamental.

França é um dos países avaliado, no pacote de outono do Semestre Europeu, como estando em conformidade com as recomendações de Bruxelas, grupo que integra também Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Grécia, Itália e Letónia.

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Há quatro portuguesas entre as 250 startups europeias de crescimento mais rápido

Coverflex, Equalfood, Bridge in e Knokcare já tinham sido eleitas entre as 50 startups de crescimento mais rápido do Sul da Europa, pelo Financial Times.

Há quatro startups portuguesas entre as 250 europeias de crescimento mais rápido, segundo o ranking “The Sifted 250”, do jornal Financial Times. Coverflex, Equalfood, Bridge in e Knokcare são as startups nacionais que marcam presença no ranking e já tinham sido eleitas entre as 50 startups de crescimento mais rápido do Sul da Europa.

As 250 startups europeias listadas no ranking geraram nos últimos três anos receitas de 6,86 mil milhões de euros nos últimos três anos fiscais, empregam mais de 25 mil trabalhadores e, em média, levantaram 70,67 milhões de euros de capital. As empresas listadas marcaram presença em rankings anteriores realizados pelo jornal económico britânico.

O banco digital Allica Bank, sedeado em Londres, lidera o ranking das 250 startups de maior crescimento, com uma taxa de 1438.91%, mas entre as portuguesas é a Coverflex que assinala a melhor posição.

Quem são as startups nacionais

A startup de benefícios flexíveis, fundada em Braga por Nuno Pinto, Miguel Santo Amaro (CEO), Rui Carvalho, Luís Rocha e Tiago Fernandes, ocupa a 37.ª posição, destacando o jornal a expansão da empresa para o mercado italiano, bem como a última ronda de 15 milhões de série A.

Ainda no Top 100 surge a Equalfood. A startup, fundada em Lisboa em 2019 por Lukas Friedemann e Alberto Mojtar, que aposta na criação de cabazes de fruta e legumes ‘feios’, contribuindo para evitar o desperdício desse tipo de alimentos, ocupa a 64.ª posição. A empresa fechou 2023 com receitas de 1,8 milhões de euros, uma subida face aos 165 mil euros do ano anterior, segundo os dados submetidos pela empresa.

Na 104.ª posição surge a Bridge In. Fundada há quatro anos, por Pedro Henriques em Lisboa, a startup ajuda empresas a lançar operação em Portugal e, mais recentemente, em Espanha. Fechou 2023 com receitas de 4,9 milhões, uma subida face aos 648 mil euros dois anos antes.

 

A Knokcare surge na 208.ª posição. Sedeada em Matosinhos, a startup de telemedicina fundada em 2015 por José Bastos (CEO) e João Magalhães registou receitas de 4,95 milhões euros nem 2023, valor acima dos 1,2 milhões dois anos antes, uma subida de 99,53%.

As startups nacionais já tinham feito parte do ranking “Sifted 50: Southern Europe – The fastest-growing startups in 2024” que analisou as 50 startups de maior crescimento no Sul da Europa (Andorra, Chipre, Grécia, Itália, Malta, San Marino, Espanha e Portugal).

Portugal tinha 12% das startups que constavam neste ranking com três das startups nacionais — Coverflex, Equalfood e Bridge In — a ocupar o top 15 do ranking. Entre as 50 mais, estava ainda a Knokcare, a Casafari e a HiJiffy.

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DreamMedia “repudia” acusação de roubo de energia em painel publicitário. Aguarda há um ano “aumento da capacidade”

  • + M
  • 5 Dezembro 2024

Dreammedia diz que iniciou, há um ano, um processo junto da E-Redes para proceder ao aumento da capacidade disponível e que o processo está em curso.

O maior painel publicitário do país, como é apresentado pela DreamMedia, terá estado mais de seis meses a ser alimentado com energia desviada da rede pública. A notícia foi avançada na manhã desta quinta-feira pela CNN Portugal.

O Lisbon Gate, painel com 25 metros de comprimento e oito de altura, num total de 200 metros quadrados de área de LED, terá sido “alimentado através de um ramal de rede aérea, sendo que no local já estavam também instalados todos os equipamentos necessários para uma futura ligação elétrica de baixa tensão necessários para um fornecimento elétrico legal, incluindo um contador”, descreve o título da Media Capital.

A E-Redes terá interrompido o serviço por duas vezes, o que poderá configurar “reincidência da apropriação indevida de energia”. A fiscalização terá acontecido a pedido da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), que disse ao canal de televisão que tomou conhecimento do caso através de denúncia.

A versão da empresa, que não desmente a notícia, apresenta, no entanto, algumas nuances. “A DreamMedia adquiriu, naquela localização, um painel publicitário licenciado, com mais de 30 anos de operação. Na altura da instalação aquele era o maior painel rotativo do país, que funcionava com potência elétrica. O painel atual encontra-se legalizado e com contrato ativo. Entretanto, foi identificada instabilidade na potência elétrica, pelo que a DreamMedia iniciou um processo junto da E-Redes para se proceder ao aumento da capacidade disponível. Este processo está em curso há cerca de um ano”, começa por enquadrar, num comentário enviado por escrito ao +M.

De acordo com a DreamMedia, “por recomendação do fornecedor do painel, [instalou] um gerador para evitar danos na infraestrutura enquanto [aguarda] o desfecho do processo”. “Atualmente, o painel encontra-se em pleno funcionamento”, conclui a empresa liderada por Ricardo Bastos.

Entretanto, já ao final da tarde, em comunicado enviado aos media, a empresa de Ricardo Bastos afirma que no dia 29 de novembro, antes da publicação da notícia, recebeu da E-Redes um aviso de cobrança no valor de 65 mil euros, referente ao consumo de energia do painel Lisbon Gate. “O valor foi prontamente liquidado pela empresa, demonstrando o seu compromisso com a regularização total da situação“, escreve.

Ou seja, tendo pago o valor no final de novembro, a empresa afirma que “repudia categoricamente as alegações associadas ao painel publicitário digital Lisbon Gate, o maior de Portugal, rejeitando a utilização do termo “roubo” que é falso e profundamente lesivo para a reputação da empresa“.

A empresa diz também que desde janeiro de 2024 “enfrentou sucessivos atrasos na ligação do ramal elétrico, apesar deste cumprir rigorosamente todas as normas e exigências” e que “a E-Redes insistiu em alterações que violavam o seu próprio regulamento técnico. Após diversas reclamações formais, incluindo uma apresentada no livro de reclamações em 03/09/2024, a E-Redes finalmente reconheceu que a DreamMedia tinha razão e autorizou o avanço das adaptações necessárias”.

 

(notícia atualizada às 17h30 com informação do comunicado)

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CP já vendeu 50 mil passes ferroviários a 20 euros. Dois em cada três utilizadores são novos clientes

Adesão ao passe ferroviário verde repercute-se também no aumento da compra do título a 60 e a 90 dias, diz Ministério das Infraestruturas, que vê CP "pronta a responder ao desafio da Alta Velocidade".

Desde que entrou em vigor a 21 de outubro, com um custo mensal de 20 euros, já foram vendidos mais de 50 mil passes ferroviários verdes. Quase dois em cada três utilizadores são novos clientes, o que para o Governo “prova o êxito deste título de transporte, promotor da sustentabilidade e da coesão territorial.

Em comunicado, o Ministério das Infraestruturas sublinha que a adesão dos utilizadores deste passe ferroviário “repercute-se também no aumento da compra do título a 60 e a 90 dias”, com um custo de 40 e 60 euros mensais, respetivamente. E fala num “sucesso possível graças ao profissionalismo, dedicação e empenho dos trabalhadores da CP”.

“A CP tem um papel fundamental no objetivo de alcançarmos um país mais coeso e sustentável e está pronta para responder aos novos desafios do futuro, nomeadamente ao da Alta Velocidade. Este Governo aposta na ferrovia e acredita na CP e nos seus profissionais para cumprir esse desígnio”, refere o ministro, Miguel Pinto Luz.

O passe ferroviário verde permite viajar nos serviços regionais e inter-regionais, bem como nos comboios urbanos de Coimbra, Lisboa e Porto e em viagens em segunda classe nos Intercidades. Neste último caso, a reserva do lugar deve ser feita nas 24 horas anteriores à partida, sendo que só é permitido reservar um lugar por viagem, até um máximo de duas viagens diferentes por dia.

No entanto, nos urbanos de Lisboa e Porto, o passe apenas é válido nas linhas não abrangidas pelos passes intermodais metropolitanos — Navegante e Andante, ambos com um preço de até 40 euros. Assim, só abrange a linha Carregado — Azambuja em Lisboa e os percursos Vila das Aves — Guimarães, Paredes — Marco de Canaveses, Paramos — Aveiro e Lousado — Braga no Porto.

Além dos urbanos de Lisboa e Porto dentro das áreas metropolitanas, de fora do âmbito deste novo título de transporte ferroviário ficam os serviços do Alfa Pendular, Internacional Celta, primeira classe nos comboios Intercidades e inter-regionais.

A CP vai ser compensada em 18,9 milhões de euros anuais, via contrato de serviço público com o Estado, pela perda de receita com a entrada em vigor deste passe ferroviário verde.

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Pequenas e micro empresas dão emprego a metade dos trabalhadores na UE

Apenas 0,2% dos 33 milhões de empresas na União Europeia são consideradas grandes empresas. Ainda assim, são estas empresas que geram maior riqueza, com metade das receitas geradas na região.

O número de grandes empresas na União Europeia continua a representar uma percentagem ínfima do tecido empresarial português, ficando-se pelos 0,2%, ou 53 mil, entre os 33 milhões de empresas que existem na região em 2023, onde cerca de 99% do total eram pequenas e micro empresas. Apesar de gerarem menos de um terço das receitas, as companhias de menor dimensão empregam cerca de metade dos trabalhadores na União Europeia.

A União Europeia contava, no final de 2023, 33 milhões de empresas, que empregavam 163 milhões de pessoas e que apresentaram volumes de negócio superiores a 38 biliões de euros, segundo os dados divulgados pelo gabinete de estatísticas europeu Eurostat esta quinta-feira.

Apesar de as grandes empresas, com mais de 249 funcionários, serem uma curta minoria (0,2%), geraram mais de metade das receitas na região, com volumes de negócios de 19,6 biliões de euros, empregando 58,4 milhões de pessoas, ou 36% do total.

As médias empresas, que empregam entre 50 e 249 pessoas, ficavam-se pelas 246 mil empresas, ou 0,8% do total, e contavam com 15% dos trabalhadores (24,5 milhões), gerando cerca de um quinto do volume de negócios: 6,5 biliões de euros.

Por fim, as micro e pequenas empresas, que dominam o tecido empresarial europeu, com um peso de 99%, empregavam cerca de metade das pessoas (80,1 milhões) e geraram 12,2 biliões de euros em vendas, o que equivale a 32% do total.

Serviços e indústria geram dois terços das receitas

Em termos setoriais, o setor dos serviços representava cerca de um terço das receitas na região (12 biliões de euros), 63% das empresas (20,6 milhões) e era responsável por mais de metade do emprego (85,4 milhões).

Já a indústria gerou, em 2023, receitas de 12,5 biliões de euros, ou 33% do total, apesar de apenas contabilizar 7% do número de empresas que existem na União Europeia. O setor emprega cerca de um quinto da força laboral na região: 33,5 milhões de pessoas, ou 21% do total.

Com um peso grande na geração de volume de negócios surge também o comércio, que é responsável por 30% do total, ou 11,5 biliões de euros. Em termos de peso na geração de postos de trabalho, o comércio contava com 30 milhões de colaboradores, ou 18% do total, e representava 18% das empresas na região.

Com 14,1 milhões de funcionários, o setor da construção pesa apenas 12% no número total de empresas e 6% (2,3 biliões de euros) no volume de negócios.

A reduzida dimensão das empresas europeias, e nacionais, é um dos principais desafios da economia europeia e um fator que se reflete negativamente na competitividade da Europa a nível global. Ao contrário do que acontece no Velho Continente, nos EUA, há um maior número de grandes empresas e Wall Street conta com várias capitalizações bolsistas de biliões.

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Governo avalia prémio a empresas com práticas ESG nos concursos públicos

"É preciso colocar isto [do ESG] no terreno. Vamos lutar para alcançar as metas, mantendo a competitividade", sublinhou João Rui Ferreira, secretário de Estado da Economia.

O secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, acredita que existe um alargado consenso em matérias de ESG — ou seja, de sustentabilidade ambiental, social e de governança. As maiores dúvidas surgem no momento de implementar medidas, e o Governo está a trabalhar no sentido de estimular este caminho. Em particular, para que a adoção de práticas ESG tenha uma majoração positiva nos concursos públicos.

“Estamos a trabalhar também do ponto de vista dos nossos avisos e plano de incentivos, a estudar formas para que a adoção destas matérias [ESG] possa ter uma majoração positiva. Um estímulo a quem faz melhor, não uma penalização”, avançou João Rui Ferreira, secretário de Estado da Economia, na conferência ESG Forum 2024, organizada pelo ECO, no auditório da PLMJ.

“É preciso colocar isto [do ESG] no terreno. Vamos lutar para alcançar as metas mantendo competitividade”, sublinhou João Rui Ferreira, secretário de Estado da Economia, acreditando que “é fundamental fazer esta transição encontrando valor, usando fórmulas que continuem a acrescentar valor ao negócio”.

Na ótica do governante, “há consenso alargado nestes temas”, mas as dúvidas surgem no momento de decidir a que ritmo se vai processar a mudança e como se irão adaptar os princípios de sustentabilidade em cada negócio. Recorrendo à sua experiência profissional no setor privado, sobretudo na indústria da cortiça, garante que as matérias ESG “nunca foram uma questão nem dificuldade, mas uma forma de diferenciação do negócio”.

No sentido de agilizar a mudança, o Governo está também a transpor as diretivas sem “criar mais barreiras a um processo complexo”. E a trazer a visão das empresas “para que seja exequível”. João Rui Ferreira fala da importância de existir um referencial normativo do ESG em Portugal, “um quadro comum para todas as empresas que permita harmonizar as regras do jogo”.

Na questão da capacitação, destaca o trabalho de instituições tuteladas pelo Governo, como a AICEP, e indica que têm de ser encontrados novos modelos para chegar aos cidadãos e aos empresários.

Gestores em “lugar perigoso” se ignorarem impactos do negócio

Na abertura da mesma conferência, o managing partner da PLMJ, Bruno Ferreira, indicou que “frequentemente” é abordado por gestores que afirmam: ‘temos de fazer alguma coisa no ESG’. Uma abordagem que considera “preocupante”, pois indica que não sabem ainda o que estas matérias implicam para o seu modelo de negócio. Mas ao mesmo tempo vantajosa, na medida em que mostra uma crescente preocupação com o tema.

Os gestores estão num lugar bastante perigoso se não tiverem consciência do que as suas decisões implicam“, alerta. Na sua ótica, o exercício de due dilligence era algo relativamente pontual mas que tem de começar a ser permanente, traduzindo-se num conhecimento ” de todo o impacto que o negócio está a ter a todo o momento”.

“Há esta maior consciência das empresas, faz parte da nossa missão continuar esta conversa. Tendo consciência das vantagens que isso tem no tecido empresarial”, rematou.

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Governo dá prenda de Natal aos polícias com salto extra na carreira

Tal como a GNR, a PSP beneficia do acelerador de progressões que permite uma valorização salarial adicional de cerca de 53 euros com apenas seis pontos na avaliação. Pagamento é feito este mês.

Tal como os guardas da GNR, os agentes da PSP também têm direito ao acelerador de progressões que permite dar um salto extraordinário e pontual na posição remuneratória de cerca de 53 euros com apenas seis pontos, em vez dos oito atualmente exigidos no sistema de avaliação integrado da Administração Pública (SIADAP), sem perda da pontuação remanescente para futuras progressões. A clarificação foi feita esta quinta-feira pelo Ministério da Administração Interna (MAI). O pagamento relativo a esta valorização salarial será feito ainda este mês, garante a tutela.

“Por despacho da ministra da Administração Interna, atento o quadro legal aplicável, foi reconhecido que não há qualquer impedimento legal, quanto à possibilidade de sucessiva alteração de posicionamento remuneratório dos polícias e demais trabalhadores da Polícia de Segurança Pública, que viram a sua posição remuneratória alterada por aplicação do ‘diploma acelerador’ e que ainda detêm, por via da ‘avaliação de desempenho’, os pontos necessários à sua progressão”, segundo uma nota da tutela liderada por Margarida Blasco. “A situação fica regularizada com o pagamento a realizar já no mês de dezembro”, assegura o Ministério.

O acelerador de progressões foi implementado pelo anterior Governo de maioria absoluta socialista, liderado por António Costa, e dá uma espécie de jackpot aos funcionários públicos das carreiras gerais sujeitos ao Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública (SIADAP) desde que cumpram os seguintes requisitos: ter 18 ou mais anos de antiguidade e ter sofrido os dois períodos de congelamento das progressões, entre 30 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007 e entre 1 de janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2017. O entendimento do atual Executivo é que este acelerador também deve ser aplicado às carreiras especiais das forças de segurança.

“Às forças de segurança aplica-se, nos termos da Lei, quer o ‘diploma acelerador de carreiras’, quer o ‘diploma de progressão de carreiras’, por força da pontuação obtida resultante da avaliação anual. Esta situação já se encontrava em aplicação e execução na Guarda Nacional Republicana, que tem um modelo de avaliação distinto da Polícia de Segurança Pública. No entanto, no âmbito da Polícia de Segurança Pública, foram suscitadas dúvidas quanto à abrangência da aplicação sucessiva do ‘diploma acelerador de carreiras’, em conjugação com a ‘progressão de carreiras, por força da pontuação resultante da avaliação anual'”, sinaliza o MAI.

Assim, “esta matéria foi apreciada e decidida pela ministra da Administração Interna, no sentido de ser reconhecido o direito da sucessiva progressão dos polícias, tendo em vista o cumprimento da lei aplicável e a progressão do seu estatuto remuneratório. Os demais trabalhadores da Polícia de Segurança Pública também veem, nestes termos, cumprida a lei que lhes é aplicável”, de acordo com a mesma nota.

Deste modo, indica a tutela, “a situação fica regularizada com o pagamento a realizar já no mês de dezembro”. “Esta decisão vem repor a justiça a um significativo número de membros da Polícia de Segurança Pública, que assim veem reconhecidos os seus direitos”, lê-se no mesmo documento. Isto significa que um agente que esteja na terceira posição remuneratória e que reúna as condições para beneficiar do acelerador de progressões vai ser aumentado, este mês, em 52,62 euros, passando de um salário de 1.122,84 euros mensais brutos para um vencimento de 1.175,46 euros.

Em agosto, o Governo aprovou o aumento do suplemento de risco para os agentes da PSP e os guardas da GNR de 100 para 400 euros brutos mensais, até 2026. Este ano, o subsídio subiu 200 euros para 300 euros e foi pago com efeitos retroativos a 1 de julho.

Depois da subida de 200 euros deste ano, esta componente do recibo de vencimento irá saltar 50 euros, atingindo os 350 euros, a 1 de janeiro de 2025 e, no ano seguinte, sobe mais 50 euros, perfazendo os 400 euros. O impacto anual deverá rondar cerca de 83,3 milhões de euros e terá um custo global de 250,6 milhões de euros.

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