Espanha prepara redução da semana de trabalho. E Portugal?

Espanha está a preparar a redução da semana de trabalho para 37,5 horas. Em Portugal, 40 horas são a norma, mas há exceções: em alguns casos, negociação coletiva fixou as 35 horas.

Os espanhóis preparam-se para trabalhar menos horas por semana. O Governo de Pedro Sánchez deu “luz verde” à redução da semana de trabalho para 37,5 horas, faltando ainda o “sim” do Parlamento. Em Portugal, a semana de trabalho está fixada em 40 horas no setor privado e as confederações empresariais avisam que, neste momento, não há condições para encolher. Ainda assim, em algumas empresas e em certos setores, a negociação coletiva já vai conseguindo fazer emagrecer a carga horária semanal de trabalho.

Yolanda Díaz, ministra do Trabalho no Executivo de EspanhaEPA/SERGIO PEREZ

Comecemos pelo que está a acontecer no outro lado da Península Ibérica. Depois de ter assinado em dezembro um acordo com os representantes dos trabalhadores, o Governo espanhol aprovou em Conselho de Ministros na última semana um diploma que prevê a redução da semana de trabalho das atuais 40 horas para 37,5 horas, medida que impactará cerca de 13 milhões de trabalhadores.

A ministra do Trabalho espanhola, Yolanda Díaz, considerou num “dia histórico” e lembrou que há mais de quatro décadas que a semana de trabalho não era alterada. Esta redução, explicou a governante, não é somente uma mudança económica ou laboral. É uma medida para modernizar o país, argumentou.

A diminuição da semana de trabalho está, portanto, preparada e seguirá agora para o Parlamento, sendo que, neste momento, ainda não estão garantidos os apoios necessários para que saia efetivamente do papel. Mesmo que o Governo consiga garantir o apoio, segundo a Bloomberg, as 37,5 horas só deverão chegar ao terreno no arranque do próximo ano.

Já em Portugal, o Código do Trabalho dita, no seu artigo 203.º, que o período normal de trabalho não pode exceder as oito horas por dia e quarenta horas por semana no setor privado. Em contraste, na Administração Pública, pratica-se a semana de trabalho de 35 horas.

Esta diferença já levou os partidos da esquerda a apresentarem várias vezes no Parlamento propostas de redução da semana de trabalho para 35 horas no setor privado, mas todas foram reprovadas.

Apesar dos chumbos, do lado dos sindicatos, a reivindicação mantém-se: é hora de encolher a carga horária semanal de trabalho. “A fixação das 35 horas como limite máximo da duração da semana de trabalho para todos os trabalhadores é uma reivindicação da CGTP. Com os desenvolvimentos da técnica e da tecnologia, nada justifica que se adie a redução do tempo de trabalho sem quaisquer perdas de retribuição“, sublinha Tiago Oliveira, secretário-geral da CGTP, em declarações ao ECO.

Com os desenvolvimentos da técnica e da tecnologia, nada justifica que se adie a redução do tempo de trabalho sem quaisquer perdas de retribuição.

Tiago Oliveira

Secretário-geral da CGTP

No mesmo sentido, Sérgio Monte, secretário-geral adjunto da UGT, frisa, em conversa com o ECO, que é preciso reduzir o horário de trabalho para se conseguir a tão defendida conciliação da vida pessoal e profissional. O sindicalista afirma que essa diminuição poderia ser feita pela negociação coletiva, mas, não se conseguindo, terá de ser ditada pela lei.

Por outro lado, ouvidas pelo ECO, todas as confederações patronais com assento na comissão permanente da Concertação Social rejeitam qualquer alteração global (isto é, por lei) à semana de trabalho do setor privado.

“Consideramos que o impacto da redução do horário semanal seria muito negativo“, salienta João Vieira Lopes. O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) realça que redução dos horários “obrigaria à necessidade de contratar novos trabalhadores“, agravando os custos das empresas. Pior, neste momento, escasseia a mão-de-obra, o que tornaria esse recrutamento difícil, salienta o responsável.

Na agricultura, fonte oficial da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) defende que este setor “não pode nem deve avançar com uma redução da semana de trabalho ao nível do Código do Trabalho“, identificando também a “falta crónica de mão-de-obra” e o aumento dos custos como travões a essa eventual medida.

As razões determinantes para não se avançar relacionam-se com a falta crónica de mão-de-obra no setor e aumento de custos.

Fonte oficial da CAP

Na mesma linha, o diretor-geral da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), Rafael Rocha, alerta para o aumento dos custos unitários das empresas e para a redução potencial produtividade economia.

E no setor turístico fonte oficial da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), salienta que, “de forma administrativa ou por imperativo legal”, Portugal não deve seguir o exemplo espanhol. “Nos últimos anos, o capítulo da gestão e organização dos tempos de trabalho tem sido sucessivamente limitado e restringido pelo legislador no que diz respeito à capacidade de gestão desta matéria entre os atores sociais e entre as empresas e os seus trabalhadores”, frisa ainda a mesma fonte.

Questionado pelo ECO sobre este tema da redução da semana de trabalho, o Ministério do Trabalho disse não ter comentários a fazer.

Negociação coletiva já faz emagrecer horários semanais

Ainda que a regra dite uma semana de trabalho máxima de 40 horas no setor privado português, há exceções por via da negociação coletiva.

Aliás, todos os anos, o Centro de Relações Laborais elabora um relatório relativo à contratação coletiva e o tempo de trabalho é, regra geral, um dos temas analisados, uma vez que essa é uma das matérias que mais atenção gera nesse âmbito (a par dos salários).

O relatório publicado no último ano, que é relativo a 2023, indica que a definição da duração máxima do período normal de trabalho diário ou semanal consta “habitualmente do clausulado das primeiras convenções (95% em 2023) e das revisões globais publicadas (98% nesse mesmo ano)”.

A maioria das convenções (65%) fica-se pelo que está previsto na lei, isto é, as 40 horas semanais. Mas há uma fatia (28%) que determina uma duração semanal inferior.

Por exemplo, em empresas públicas, como a NAV Portugal, a carga horária semanal máxima é de 35 horas. E no setor dos seguros, em instituições privadas de solidariedade social e na imprensa essa é também a semana de trabalho que foi acordada entre as partes. Além disso, há convenções que preveem uma duração máxima de 37,5 horas, nomeadamente a da empresa de infraestruturas Infraquinta.

Cerca de 28% das convenções determinam uma duração semanal inferior a 40 horas para todos os trabalhadores. Neste contexto, a duração máxima mais frequentemente definida para o período normal de trabalho semanal corresponde a 35 horas.

Centro de Relações Laborais

Perante estes dados, Sérgio Monte, da UGT, salienta que os sindicatos têm reivindicado e conseguido nalguns setores a redução da semana de trabalho, havendo até empresas onde há diferentes horários para diferentes funções, conta. “Mas há resistências várias por parte do patronato”, confessa.

Na visão deste sindicalista, o argumento de que não é possível reduzir a carga horária por causa dos níveis de produtividade não colhe, uma vez que há todo um outro conjunto de fatores a considerar, como “as tecnologias, os modelos de gestão e a cultura empresarial“.

Já na visão de Tiago Oliveira, da CGTP, o facto de se ir conseguindo diminuir a semana de trabalho em negociação coletiva “releva que é possível uma redução do tempo de trabalho e que desta resultam ganhos para os trabalhadores, mas também significam avanços civilizacionais e novas oportunidades de dinamização da atividade económica”.

Os exemplos de empresas que praticam semanas de trabalho abaixo das 40 horas (por negociação coletiva) mostram apenas que existem empresas e setores específicos em que esta opção é possível e viável. Não é o caso de muitas outras empresas ou setores.

Rafael Rocha

Diretor-geral da CIP

Em resposta, as confederações empresariais sublinham que, se há setores onde essa redução é possível (como mostra a negociação coletiva), esse não é o caso noutros, daí a recusa a uma diminuição global da semana de trabalho.

Os exemplos de empresas que praticam semanas de trabalho abaixo das 40 horas (por negociação coletiva) mostram apenas que existem empresas e setores específicos em que esta opção é possível e viável, sendo a situação avaliada e acordada pelas associações e empresas e as organizações sindicais na contratação coletiva, a sede natural para realizar ajustamentos específicos à realidade dos setores e das empresas. Não é o caso de muitas outras empresas ou setores“, assinala Rafael Rocha, da CIP.

Em concordância, João Vieira Lopes, da CCP, frisa que o que a contratação coletiva demonstra “é que nos setores ou nas áreas onde é possível reduzir o horário de trabalho semanal as empresas fizeram esse ajustamento há muitos anos“. Mesmo no comércio há exemplos de horários reduzidos, aponta. Neste caso, para profissionais de escritório e profissionais de tecnologias de informação, design e comunicação e outras funções análogas.

Da agricultura — setor coberto na íntegra pela negociação coletiva, segundo a CAP –, chega a mesma mensagem: a redução da carga horária é possível nuns casos, noutros não. E a CTP atira, em declarações ao ECO, que, “quando um determinado setor ou uma determinada empresa pratica um número menor de horas de trabalho semanal é porque entendeu, de acordo com a sua realidade empresarial e laboral, assim o fazer“. “Não deve ser o Estado, o Governo, a imiscuir-se nesta matéria“, assevera a confederação presidida por Francisco Calheiros.

Menos horas de trabalho, mais produtividade?

De acordo com os dados do Eurostat, os trabalhadores europeus trabalharam, em média, 36,1 horas semanais em 2023, havendo variações importantes entre os Estados-membros. Por exemplo, na Grécia, a média ficou pouco abaixo das 40 horas por semana, em Portugal rondou as 38 horas, mas nos Países Baixos ultrapassou em pouco as 32 horas semanais.

Além dos Países Baixos, os demais países que se destacam por terem as cargas horárias semanais de trabalho mais baixas são a Áustria (33,6 horas) e a Alemanha (34,0 horas). Ora, esses são os países onde os trabalhadores cumprem, em média, menos horas por semana, mas estão (também segundo o Eurostat) entre os mais produtivos do Velho Continente.

“De facto, os países com menos horas de trabalho por semana são precisamente os mais produtivos, mas isso mostra apenas que só ganhos relativos de produtividade permitem a redução do tempo de trabalho sem perda de competitividade. Não é este, ainda, o caso de Portugal”, reage Rafael Rocha, da CIP.

A solução para alcançar ganhos de produtividade não será, obviamente, a redução do tempo de trabalho, mas a melhoria da qualificação da população portuguesa e a criação de um ambiente regulatório favorável ao desenvolvimento das empresas e da produtividade, o que passa, também, pela redução da carga fiscal e parafiscal que recai sobe o tecido produtivo, bem como pela redução dos custos de contexto, que consomem tempo e recursos que poderiam ser aplicados em atividades mais produtivas”, continua o responsável.

Parece-me difícil Portugal seguir esse caminho [espanhol]. Em termos políticos, o Governo já expressou sua perspetiva negativa, por exemplo, quanto à semana de quatro dias.

Pedro Martins

Professor da Nova SBE

Também questionado sobre o aparente “paradoxo” entre a produtividade e a semana de trabalho, o economista Pedro Martins, professor na Universidade Nova de Lisboa, esclarece: “mais produtividade significa melhores condições de trabalho”. Ou seja, em economias mais produtivas, os trabalhadores conseguem refletir esses ganhos em aumentos salariais e na redução das horas de trabalho, observa,

De resto, na visão deste especialista, “é difícil” Portugal seguir o exemplo espanhol da redução da semana de trabalho. Por um lado, diz, a expressão de empresas que, em negociação coletiva, acordaram cargas inferiores a 40 horas ainda é baixa deste lado da fronteira, o que não suporta uma generalização das 37,5 horas.

Por outro, “em termos políticos”, o Governo já deixou clara a sua “perspetiva negativa”, por exemplo, em relação à semana de trabalho de quatro dias, sublinha Pedro Martins.

Uma oportunidade para Portugal?

Espanha vai cortar a semana de trabalho, sem diminuir os salários, encarecendo o custo do trabalho. Será esta uma oportunidade para Portugal ganhar competitividade no cenário europeu? As respostas recolhidas pelo ECO vão no sentido negativo.

“Para abrirmos essa porta, teríamos de nos equiparar a Espanha em relação a muitos outros fatores“, salienta a Confederação do Turismo de Portugal. “Antecipamos que a redução da semana de trabalho em Espanha irá prejudicar a sua competitividade, mas não será certamente a eventual deterioração da situação económica de Espanha que irá beneficiar Portugal, bem pelo contrário”, enfatiza Rafael Rocha, da Confederação Empresarial de Portugal.

João Vieira Lopes, da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, deixa um recado na mesma veia: “a capacidade de um país para atrair investimento e o reforço da competitividade das empresas que trabalham em Portugal faz-se por múltiplos fatores, como o sistema fiscal, o funcionamento da justiça, a burocracia existente, entre outros aspetos“. Ou seja, mesmo com esta mudança, sem outras mudanças, Portugal não conseguirá melhorar a sua competitividade, remata.

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Parla acolhe a exposição de arte urbana Mexicráneos, promovida pelo Grupo Albia

  • Servimedia
  • 10 Fevereiro 2025

Parla acolhe até 20 de fevereiro uma das maiores exposições de arte urbana do mundo: Mexicráneos.

Promovida pelo Grupo Albia, empresa líder no setor funerário nacional, a exposição itinerante chega à Plaza de la Guardia Civil do município de Madrid com 8 das suas emblemáticas caveiras gigantes, depois de ter percorrido com êxito outros espaços da Comunidade de Madrid, como o Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas, o Parque El Retiro, Villaviciosa de Odón, Fuenlabrada e Torrejón de Ardoz.

A exposição também viajou para outras partes de Espanha, como Salamanca, Saragoça, Cádis e Leão, chegando, no total, a mais de 18 milhões de pessoas ao longo de vários anos de itinerância. Trata-se de um projeto artístico que procura despertar na sociedade a necessária conversa sobre o luto e eliminar os tabus que giram em torno da despedida dos entes queridos, bem como dar visibilidade à cultura do México e à festa do Dia dos Mortos.

Em suma, a exposição revela o lado artístico da cultura funerária e procura romper com ideias preconcebidas sobre a perda e o processo de luto, através de uma proposta marcante cujas cores e composições são um reflexo das figuras cadavéricas tradicionais e da cultura do México, um país com uma rica tradição funerária.

“Graças ao apoio da Câmara Municipal de Parla, conseguimos trazer para o município esta exposição emblemática, que já percorreu grande parte de Espanha e despertou grande interesse junto do público. Com Mexicráneos, os habitantes de Parla terão a oportunidade de refletir sobre o papel essencial que o setor funerário desempenha na sociedade e de colocar em cima da mesa a conversa necessária em torno da despedida dos entes queridos”, explicou Julia Pérez, diretora da zona central do Grupo Albia.

Por seu lado, Ramón Jurado Rodríguez, presidente da Câmara Municipal de Parla, manifestou o seu entusiasmo pela chegada da exposição à cidade: “Pela segunda vez em Parla, em colaboração com a empresa de serviços funerários Grupo Albia, temos a oportunidade de aproximar a cultura mexicana dos nossos vizinhos. É também um convite para refletir sobre o luto e a morte de um ponto de vista artístico. Esperamos e desejamos que o público aprecie esta exposição artística”.

 

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EUA são a grande aposta da promoção externa da Aicep este ano

O plano de promoção externa da Aicep tem previstas 151 ações de apoio à internacionalização das empresas portuguesas em 41 países. Maior aposta são EUA, França, Alemanha e China.

Portugal vai concentrar este ano a maior parte das ações de promoção externa nos Estados Unidos. De acordo com o plano da Aicep estão previstas 15 ações em terras do Tio Sam, que rivalizam com as 12 previstas em França e dez na Alemanha.

O plano da Aicep tem previstos 15 roadshows, sete missões empresariais, sete campanhas de promoções entre participações em feiras, fóruns, organização de eventos e feiras, etc.

A grande aposta são os Estados Unidos. Com 8,9 mil milhões de euros exportados, em 2023, este ano as missões vão concentrar-se em setores como a Saúde e as ciências da vida, automóvel, engenharia e construção, tecnologias de informação e agroalimentar.

As exportações nacionais para os Estados Unidos têm vindo a aumentar e o país é já o quarto principal cliente, mas com a ameaça de imposição de tarifas aduaneiras reiteradas pelo Presidente Donald Trump, estas ações de promoção podem assumir particular relevância. Caso se venham a concretizar, a diversificação de mercados pode ser a solução para evitar reduzir o contributo das exportações para o PIB. As exportações atingiram um peso no PIB de 47,4% em 2023 e a meta é chegar aos 50%. Mas com a incerteza na economia mundial, o Orçamento do Estado para 2025 prevê que as exportações tenham um contributo nulo para o crescimento económico.

A economia cresceu 2,7%, em termos homólogos, nos últimos três meses de 2024, acima das previsões, mas graças à aceleração do consumo privado, porque o “contributo da procura externa líquida para a variação homóloga do PIB manteve-se negativo, refletindo o crescimento mais intenso das importações de bens e serviços em comparação com o das exportações”.

O segundo mercado com maior número de ações previstas é França (12), seguido da Alemanha (10) e da China (7). Nestes mercados acrescem apostas na aeronáutica, mobilidade elétrica, baterias, energia e semicondutores.

Mas o ponto alto do calendário é a visita do primeiro-ministro a Osaka no Japão, onde decorre a Expo2025, de 13 de abril a 13 de outubro. A visita oficial ainda não tem data marcada, surge apenas assinalada para o primeiro semestre do ano, para coincidir com a realização do Fórum Económico. O pavilhão português da autoria do arquiteto japonês Kengo Kuma, é feito com vários milhares de cabos marítimos e redes de pesca reciclados. O investimento global da participação portuguesa é de 21 milhões de euros.

O plano nacional de ações de promoção externa para este ano ainda não foi divulgado – “será disponibilizado em breve”, de acordo com o site da Aicep. É nesse documento que são conhecidas as verbas alocadas a estas 151 ações de apoio à internacionalização das empresas portuguesas em 41 países. Recorde-se que, o ano passado, sob a direção de Filipe Santos Costa, em causa estavam quatro milhões de euros para ações próprias da Aicep, sem contar com associações empresariais, regionais e setoriais, Câmaras de Comércio e outras entidades. O plano previa o mesmo número de ações e de países.

A Aicep tem previsto abrir dois novos escritórios em dois países que “apresentem potencial de crescimento e taxas já robustas de crescimento e nas quais já não estejamos presentes”, revelou o presidente da Aicep, em entrevista ao ECO, em novembro do ano passado. “Há uma perspetiva de reforçar na Ásia e, provavelmente também na confluência da Ásia e da África, mas não queria adiantar o destino em particular”, disse Ricardo Arroja. O plano de promoção externa da Aicep também não dá qualquer pista.

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Crise no setor automóvel vai chegar a Portugal (e os despedimentos também)

Portugal tem escapado às ondas de despedimentos das grandes fabricantes automóveis no país, como a Stellantis, mas a câmara do comércio francesa diz que a crise também vai chegar a Portugal.

O setor automóvel europeu enfrenta uma crise que tem forçado as grandes construtoras a avançar com programas de reestruturação e despedimentos de milhares. Portugal tem sido poupado, para já, a estes movimentos e 2024 foi o segundo melhor ano de sempre para a produção automóvel nacional. Ainda assim, “a crise vai chegar a Portugal” e, com ela, os despedimentos, admite a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa (CCILF).

A crise [que se vive no setor automóvel] na França e na Alemanha vai chegar a Portugal“, reconhece Laurent Marionnet, diretor-geral da câmara de comércio francesa, em declarações ao ECO. O responsável mostra-se “preocupado” com a situação do setor, adiantando que “não sabemos o que vai acontecer” em Portugal.

Apesar de, até agora, não haver notícias de despedimentos por parte das grandes construtoras automóveis no país, onde se incluem duas grandes francesas – Stellantis e Renault –, e os investimentos continuarem a fluir para o país, com a atividade a abrandar lá fora, o impacto no mercado nacional é praticamente inevitável.

O mercado automóvel na Alemanha e França está a cair e a produção em Portugal vai cair também.

Laurent Marionnet

Diretor-geral da CCILF

O mercado automóvel na Alemanha e França está a cair e a produção em Portugal vai cair também“, atira Laurent Marionnet. Questionado sobre se os despedimentos também vão chegar a Portugal, o responsável atira um: “sim, sim”. O diretor-geral da câmara do comércio francesa destaca a rápida mudança que está a acontecer no automóvel. “O mercado automóvel está a mudar completamente, com os chineses a entrar, e a produção europeia não sabemos como vai evoluir“, refere.

Perante esta nova dinâmica, marcada por uma maior competitividade e pela transição para os carros elétricos, Laurent Marionnet realça que “a indústria portuguesa de automóvel já está a mudar e a fazer a transformação para os motores elétricos“, como acontece com as duas empresas gaulesas no mercado nacional.

No caso da Stellantis, que tem uma fábrica em Mangualde, a dona de marcas de carros como a Peugeut e a Citröen arrancou no ano passado a produção de elétricos em Portugal após um investimento de 119 milhões de euros, obtido através de uma das agendas mobilizadoras para a inovação empresarial. A empresa, que até ao passado mês de dezembro foi liderada pelo português Carlos Tavares, começou a produzir, no início de outubro, modelos 100% elétricos de passageiros e comerciais ligeiros Citroën ë-Berlingo e ë-Berlingo Van, Fiat e-Doblò, Opel Combo-e e Peugeot E-Partner e E-Rifter.

Fábrica da Renault em Cacia

A Renault, com uma unidade de produção em Cacia, também “já está a trabalhar numa nova solução de motores elétricos“, adianta o responsável da câmara francesa.

2024 foi um ano “negro” para as grandes fabricantes automóveis, com as empresas do setor a anunciarem encerramentos de fábricas, despedimentos e planos de reestruturação para fazer face ao abrandamento das encomendas. A francesa Stellantis, assim como a Volkswagen, que tem em Portugal a Autoeuropa e é o maior exportador do país, admitiram o fecho de fábricas e outras medidas para cortar custos, deixando Portugal de fora dos despedimentos.

Apesar da crise no automóvel ainda não estar a refletir-se diretamente nestes grandes grupos internacionais, empresas que produzem para estas multinacionais e fabricantes de componentes já sentem a crise.

Só no final do ano passado, soube-se que a Coindu vai fechar a fábrica em Arcos de Valdevez e despedir 350 pessoas; a espanhola Cablerías, outra fornecedora instalada no Alto Minho, avançou com um pedido em insolvência em Portugal, ameaçando 250 postos de trabalho em Valença; e a catalã Ficosa decidiu colocar os 900 trabalhadores da sua fábrica na Maia em lay-off devido à quebra nas encomendas. Estes são os casos conhecidos, mas há mais empresas de menor dimensão em dificuldades.

O Volkswagen T-Roc fabricado na Autoeuropa em Palmela Volkswagen Autoeuropa

Em risco estão ainda mais de 500 postos de trabalho de fornecedoras da Autoeuropa. A Vanpro e a Tenneco não vão fornecer componentes para o novo modelo que vai começar a ser produzido na fábrica da Volkswagen em Palmela no final do ano, com a construtora automóvel detida a transferir esta produção para uma empresa alemã, na qual controla 50% do capital. Uma decisão que ameaça mais de 500 postos de trabalho, estimou ao ECO o sindicato Site-Sul.

A crise no setor automóvel europeu e o desafiante ambiente económico na Europa, sobretudo nas duas maiores economias europeias — França e Alemanha — também já estão a ter impacto nas exportações portuguesas. Toda a indústria transformadora, com destaque para setores como o têxtil e de vestuário, calçado, cerâmica e vidro, madeira e mobiliário, metalomecânica e os moldes já sentem um travão nas vendas ao exterior.

Mesmo perante este ambiente desafiador, Laurent Marionnet diz que “os franceses ainda querem investir em Portugal” e o setor automóvel continua a ser um dos mais relevantes para aquele que é o segundo maior investidor estrangeiro em Portugal e um dos maiores empregadores. O responsável realça que no setor automóvel os franceses “que já estão em Portugal ainda estão a investir muito, a transformar as suas produções e procurar parceiros franceses“.

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APS e Instituto do Direito do Consumo da FDUL lançam curso de direito da responsabilidade civil

  • ECO Seguros
  • 9 Fevereiro 2025

O curso aprofunda os principais regimes de responsabilidade civil de direito privado e público, com foco na sua aplicação no setor segurador, é online e decorre entre 27 de fevereiro e 20 de maio.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) e o Instituto do Direito do Consumo da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL) lançam um curso de pós-graduação em direito da responsabilidade civil aplicado à prática seguradora.

O curso aprofunda os principais regimes de responsabilidade civil de direito privado e direito público, com foco na sua aplicação no setor segurador.

“Num contexto de crescente exposição a riscos, a responsabilidade civil desempenha um papel essencial na proteção de empresas e profissionais contra impactos financeiros”, indica a APS. “Além dos seguros obrigatórios, os seguros facultativos de responsabilidade civil são fundamentais para mitigar riscos patrimoniais decorrentes de eventuais obrigações indemnizatórias.”, conclui a associação.

O curso está dividido em três módulos: O sistema português de responsabilidade civil (de 27 de fevereiro a 20 de março), áreas de incidência da responsabilidade civil na prática seguradora (de 25 de março a 6 de maio) e responsabilidade civil de direito público e responsabilidade privada de entes públicos (de 13 a 20 de maio).

Entre o corpo docente, encontram-se professores universitários, magistrados e advogados com experiência especializada de trabalho nesta área do contencioso. A coordenação é assegurada pelo professor catedrático José Alberto Vieira e pelo professor Rui de Mascarenhas Ataíde, professor auxiliar da Faculdade de Direito de Lisboa (FDUL) e presidente do Instituto de Direito de Consumo da FDUL.

A formação é online, no entanto, a primeira tem possibilidade de participar presencialmente. Interessados podem ter o curso completo ou módulos/sessões avulsas.

Para mais informações e inscrição, aqui.

 

(Nota: O título foi alterado às 10h59 para esclarecer que o parceiro da APS é o Instituto do Direito do Consumo da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa (FDUL), e não a universidade como um todo)

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Executar. A palavra de ordem dos fundos<span class='tag--premium'>premium</span>

Após um ano de recuperação do investimento, os fundos estão otimistas. Há dinheiro em caixa e vontade de executar. IA continuará a atrair, bem como deeptech, cibersegurança e sustentabilidade.

Com mais de 260 milhões de euros em mãos, fundos nacionais criados ou com dotações reforçadas no ano passado, quando olham para o ecossistema de empreendedorismo, têm apenas um objetivo em mente: Executar. E em passo acelerado. Este artigo integra a 12.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.“Para 2025, a nossa expectativa passa por continuar a investir ativamente, com o objetivo de realizarmos, em média, um novo investimento por mês, de modo a alcançarmos um portefólio robusto com cerca de 30 a 40 participadas no final do período de investimento do Fundo III”, adianta Lurdes Gramaxo, partnerda Bynd VC, que em maio lançou um fundo de 40 milhões de euros para investir em startups em fase seede pré- seed, em Portugal e Espanha. Na Shilling a palavra de ordem é a mesma. Será um “ano

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Proposta de estatutos do BE prevê que militantes protejam “bom nome” do partido

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2025

Proposta de alteração aos estatutos do BE elaborada pela direção um "catálogo de deveres" dos militantes, que devem proteger o "bom nome" do partido. Oposição interna considera-a "perigosa".

Uma proposta de alteração aos estatutos do BE elaborada pela direção estabelece um “catálogo de deveres” dos militantes, que devem proteger o “bom nome” do partido, norma contestada pela oposição interna que a considera “perigosa”. A norma consta de uma proposta elaborada pelo Secretariado do BE, avançada pelo Público, e que foi aprovada pela Mesa Nacional no passado dia 01, com oito votos contra, uma abstenção, e 57 a favor.

Esta proposta, que vai ser debatida e votada na Convenção Nacional de 31 de maio e 01 de junho, altera os deveres dos militantes do partido, depois de o Tribunal Constitucional (TC) ter alertado que os bloquistas previam sanções mas não estabeleciam um “catálogo de deveres com a densidade necessária para que os aderentes possam deduzir os tipos de conduta suscetíveis de consubstanciar infrações disciplinares”.

Entre os deveres que os bloquistas devem respeitar, surge o de “abster-se de conduta que acarrete sério prejuízo ao bom nome do Partido”. Em declarações à Lusa, o dirigente do Secretariado Luís Fazenda defendeu que esta alteração visa proteger o partido de pessoas que “eventualmente pratiquem crimes graves” e sublinhou que o PS tem a mesma formulação nos seus estatutos.

Fazenda, um dos fundadores do partido, recusou qualquer intenção de limitar opiniões, afirmando que essa garantia está estabelecida no primeiro dever que estabelece que cabe aos bloquistas “respeitar os presentes Estatutos, bem como as decisões e deliberações dos órgãos do Partido, sem prejuízo da expressão de diferenças de opinião política”.

Interrogado sobre se seria possível especificar que tipo de condutas podem ser consideradas como prejudiciais do “bom nome” do partido, algo que esta proposta não prevê, Fazenda respondeu que “a alternativa é não ter nenhum dispositivo caso alguém cometa algum crime grave” e defendeu que outros partidos utilizam esta expressão “e não consta que haja lá caça às bruxas”.

Contudo, esta proposta não é pacífica. Carlos Matias, ex-deputado do BE que votou contra este texto na Mesa Nacional considera esta alteração “perigosa” face ao “padrão das práticas que têm vindo a ser prosseguidas dentro do partido”. “Acho que isto é dramático para o BE, porque é prosseguir um caminho de degradação política e organizativa que tem levado ao estado em que o Bloco está“, lamentou, acusando a direção de não querer proteger o partido de “condutas condenáveis” mas sim de críticas internas.

No caso de infração dos deveres, os militantes do BE poderão ser sujeitos a sanções que seguem uma ordem de gravidade: a leve é uma “advertência”, a grave é “suspensão de direitos até um ano” e a “muito grave” corresponde à exclusão.

A proposta prevê ainda outros deveres que os militantes do BE devem respeitar, como “agir com respeito e urbanidade”, “desempenhar com zelo os cargos para que tenha sido eleito ou eleita em listas partidárias” ou ainda “abster-se de participar em listas eleitorais concorrentes com o Partido”.

Sobre este último dever, os bloquistas voltam a enquadrar no artigo das sanções uma norma que estabelece que os direitos destes militantes são suspensos durante o inquérito, retirando-a do artigo relativo aos “direitos”, depois de o TC ter alertado que tal alteração significaria que os militantes deixariam de “beneficiar das garantias próprias do regime sancionatório”.

O BE clarifica ainda esta norma, prevendo que a suspensão de direitos seja “temporária, iniciando-se o respetivo inquérito”. Se não forem verificadas “garantias de defesa”, a aplicação de sanção é anulada.

Outro dos alertas do TC era relativo aos prazos para uma decisão em inquéritos internos. Esta proposta estabelece que o inquérito deve estar concluído em trinta dias úteis, a apreciação e decisão pela Mesa não pode exceder sessenta dias úteis, e a Comissão de Direitos tem de responder a eventuais recursos no prazo de trinta dias úteis.

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Novo governo alemão virado para a política doméstica

  • Lusa
  • 9 Fevereiro 2025

Numa situação económica de estagnação, e com eleições antecipadas a 23 de fevereiro, o novo governo alemão vai dar prioridade à política interna e secundarizar a política europeia.

A estagnação da Alemanha e os vários desafios internos vão impedir uma atenção maior do próximo governo à União Europeia (UE), antecipa o economista Alexander Kritikos. “Temo que a Alemanha nos próximos anos continue num período de estagnação. É possível que haja uma ligeira melhoria quando o novo governo entrar em funções porque é uma espécie de novo fôlego. Mas não teria muita esperança nesta ideia de que a Alemanha vai liderar e empurrar o resto da Europa para a frente”, defendeu o economista, membro da Comissão Executiva do Instituto Alemão de Investigação Económica (DIW).

A Alemanha vai a eleições daqui a cerca de duas semanas e tudo aponta para uma vitória do partido de centro-direita União Democrata Cristão (CDU), liderado por Friedrich Merz.

Acho que este governo terá de resolver e focar-se em tantos assuntos domésticos que, a União Europeia, apesar de ser algo positivo, e manter boas relações ser sempre algo importante, não vai estar no centro das atenções. Ou seja, não haverá um esforço adicional de desenvolver as relações e as capacidades da União Europeia. O novo governo não terá tempo nem capacidade para isso”, lamentou Kritikos.

Christian Dustmann, diretor do Instituto de Berlim da Fundação Rockwool para a Economia e o Futuro do Trabalho, acredita que a Alemanha, a maior economia da Europa e a terceira no mundo, vai continuar a desempenhar um papel importante em vários campos. “Acredito que possa ser uma economia forte e liderar a Europa. Precisamos de inovação especialmente em setores onde perdemos a nossa vantagem, produção de equipamentos digitais, tecnologias verdes, setores em que fomos ultrapassados pela China ou pelos Estados Unidos. Espero que a Alemanha tenha uma voz importante na condução da Europa na direção correta, do crescimento”, salientou à Lusa.

Dustmann recorda os episódios negros dos últimos meses em relação ao setor automóvel, com a Volkswagen, por exemplo, a anunciar cortes. “Ao mesmo tempo vemos uma subida dramática da produção de carros elétricos na China. Os chineses são muito competitivos e isso é um grande problema para a Alemanha”, destacou, sublinhando a importância ainda maior de uma União Europeia forte.

Sebastian Dullien, diretor do Instituto de Política Macroeconómica (IMK) da Fundação Hans-Böckler-Stiftung, explica que o mundo está atualmente caracterizado por uma escalada da luta pelo poder económico entre a China e os Estados Unidos da América. “A isto juntam-se as consequências do choque dos preços da energia causado pela perda do gás natural russo como fonte de energia fiável. As medidas de política económica do novo governo alemão devem ter em conta estes aspetos, se quiserem conduzir a uma viragem bem-sucedida da economia alemã”, sustentou.

“A política comercial da UE deve reagir de forma aberta, mas defensiva, se a China e os EUA, em particular, ignorarem cada vez mais as regras da Organização Mundial do Comércio. A política económica, em particular na Alemanha, deve ser orientada para ajudar a indústria transformadora a defender ou a recuperar a liderança tecnológica, a diversificar os mercados de vendas, a abrir novos mercados em crescimento e a criar as condições para uma autonomia estratégica na Europa, para além da necessária promoção do setor dos serviços”, explicou Dullien à Lusa.

O diretor do IMK realça que a “coordenação europeia da nova política industrial é crucial” e constitui uma “oportunidade para reforçar o projeto europeu comum”.

A Alemanha realiza em 23 de fevereiro eleições legislativas antecipadas – estavam previstas para 28 de setembro -, na sequência da queda da coligação governamental liderada por Olaf Scholz e composta por SPD, liberais do FDP e Verdes.

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Receitas da ANA superaram os 1.200 milhões em 2024. Vinci diz que proposta para Alcochete foi “bem recebida”

Volume de negócios da concessionária cresceu 15,7% para um novo recorde de 1.267 milhões de euros. Vinci considera que proposta para novo aeroporto de Alcochete foi bem recebida pelo Governo.

O negócio da ANA – Aeroportos de Portugal vai de vento em popa, com as receitas a subirem para um recorde de 1.267 milhões de euros em 2024, indicam os resultados do grupo Vinci, proprietário da concessionária. Projeto para o novo aeroporto de Lisboa foi bem recebido pelo Governo português, afirma responsável do conglomerado francês.

O ano que passou ficou marcado por um novo aumento do tráfego nos aeroportos portugueses. O número ficou muito perto dos 70 milhões de passageiros – mais 4,3% do que em 2023 –, dos quais metade no Humberto Delgado, em Lisboa. Portugal é o país que registou o valor mais elevado de passageiros entre os 14 onde a Vinci Airports está presente.

Esta evolução ajudou a puxar pelas receitas da concessionária, que aumentaram perto de 16% para 1.267 milhões de euros. O negócio da ANA deu um salto significativo desde o período pré-pandemia, com o volume de negócios a crescer 41% desde 2019. Recuando mais atrás, desde que a Vinci adquiriu a concessionária, em 2013, as receitas quase triplicaram (+188%).

Os meios libertos de exploração (EBITDA — resultados antes de encargos com juros, impostos, depreciações e amortizações) da concessionária subiram 17% no ano passado, para 865 milhões de euros. Face a 2019, o resultado aumentou 48%.

Estes resultados têm implícita uma ligeira melhoria da rentabilidade, com a margem EBITDA a situar-se nos 68,2%, ligeiramente acima dos 67,5% do ano anterior e muita acima dos 38,3% verificados em 2013.

Os resultados da ANA ajudaram a impulsionar as contas da Vinci Airports, cujas receitas cresceram 14,7% no ano passado, para 4.526 milhões de euros.

Vinci diz que Governo recebeu bem proposta para novo aeroporto

O futuro aeroporto Luís de Camões não passou ao lado da conferência telefónica de resultados do grupo francês, realizada na passada sexta-feira.

A proposta foi bem recebida pelo Governo e contêm o que é habitual neste tipo de projeto, como a extensão da duração do contrato, a evolução da regulação e a ordem de grandeza do investimento”, afirmou Nicolas Notebaert, CEO da Vinci Concessions, a empresa do grupo onde está inserida a Vinci Airports.

"A nossa proposta protege as modalidades de concretização deste tipo de projeto e o facto de ter sido bem recebido dá-nos confiança de que em três anos será possível chegar a um caminho comum quando tivermos as autorizações ambientais.”

Nicolas Notebaert

CEO da Vinci Concessions

“Estamos no início de um processo que levará três anos e que inclui o fecho da propostas e as autorizações ambientais. A boa notícia para a nossa concessão é o bom acolhimento do Governo a esta proposta“, reiterou o gestor.

“A nossa proposta protege as modalidades de concretização deste tipo de projeto e o facto de ter sido bem recebido dá-nos confiança de que em três anos será possível chegar a um caminho comum quando tivermos as autorizações ambientais”, acrescentou Nicolas Notebaert.

A ANA entregou a 17 de dezembro o Relatório Inicial do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, onde prevê que a obra esteja terminada em 2037 e tenha um custo de 8,5 mil milhões de euros.

O Governo mostrou concordância com vários pontos da proposta, como o layout proposto para a infraestrutura, a necessidade de encurtar prazos ou a ausência de contribuição direta do Orçamento do Estado. Manifestou, no entanto, reservas quanto ao valor total do investimento, a forma de financiamento que envolve um aumento significativo das taxas aeroportuárias a partir de 2026 ou a extensão da concessão por 30 anos.

Apesar das divergências, o Governo confirmou à ANA a intenção de que esta desenvolva o projeto do novo aeroporto de Lisboa. O acordo final só deverá ficar fechado dentro de três anos.

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Volvo EX30: A dieta nórdica aplicada aos automóveis

A nova coqueluche da marca sueca (mas detida por chineses) é um fenómeno de vendas em Portugal e na Europa, graças a um design altamente minimalista e sem perder o brilho na estrada.

O mercado automóvel europeu tem assistido a uma verdadeira revolução elétrica, e a Volvo não ficou para trás. O EX30, o mais recente SUV compacto da marca sueca (que desde 2010 faz parte do gigante chinês Geely), tem conquistado o coração dos consumidores, posicionando-se como um dos cinco carros elétricos mais vendidos na Europa em 2024, com cerca de 10 mil unidades comercializadas. Este sucesso não é por acaso.

O EX30 representa um marco importante para a Volvo, sendo o primeiro modelo da marca construído de raiz como um veículo elétrico. Na versão single motor Extended Range testada pelo ECO com pack de equipamento Plus, o EX30 apresenta uma potência de 200 kW e uma autonomia entre 462 e 476 quilómetros, números que o colocam numa posição competitiva no segmento dos SUV elétricos compactos. O preço de entrada na gama de 37.894 euros também ajuda a conquistar algumas carteiras — se bem que o preço da verão testada ascendia a mais de 49 mil euros.

Durante várias viagens pelas estradas sinuosas pelo centro da cidade de Lisboa, o EX30 demonstrou ser uma solução bem conseguida como utilitário diário. A sua agilidade e dimensões compactas revelaram-se uma mais-valia na navegação pelas ruas estreitas e movimentadas da capital. O desempenho do motor elétrico é sólido, oferecendo uma aceleração rápida e silenciosa, ideal para o ambiente urbano.

Um dos aspetos mais marcantes do EX30 é o seu design interior minimalista. A Volvo optou por uma abordagem radical, eliminando praticamente todos os botões físicos do habitáculo. Esta decisão divide opiniões: por um lado, confere ao interior um aspeto limpo e futurista; por outro, pode ser fonte de frustração para alguns utilizadores. O controlo de praticamente todas as funções do veículo é centralizado num tablet de 12,3 polegadas, incluindo a abertura do porta-luvas, que está posicionado ao centro do habitáculo.

Esta simplificação extrema estende-se aos comandos das janelas, que ao contrário da generalidade dos automóveis, não estão colocados na porta. Esse controlo, tanto dos vidros da frente como os de trás, é feito por dois pequenos botões colocados no encosto de braço ao centro do habitáculo. Embora esta solução possa parecer elegante, na prática, pode revelar-se pouco intuitiva e potencialmente distrativa durante a condução.

Apesar das suas dimensões exteriores compactas, o EX30 surpreende pelo aproveitamento do espaço interior. A Volvo conseguiu criar um habitáculo que transmite uma sensação de amplitude, com bom espaço para os ocupantes — se bem que a área para os passageiros de trás pudessem ser um pouco maior. No entanto, este aproveitamento tem um custo: com apenas 318 litros, a bagageira revela-se bastante reduzida, o que pode ser um ponto negativo para famílias ou para quem necessita de transportar objetos volumosos com frequência – apesar de ter um extra de 61 litros sob o piso da bagageira.

Em termos de condução, o EX30 não dececiona. A sua direção é precisa e a suspensão oferece um bom equilíbrio entre conforto e estabilidade. O sistema de travagem regenerativa é eficiente, permitindo uma condução maioritariamente com um só pedal em ambiente urbano, o que contribui para uma experiência de condução mais relaxada e eficiente.

A autonomia anunciada entre 462 e 476 quilómetros é competitiva, embora, como é habitual nos veículos elétricos, estes valores possam variar significativamente dependendo do estilo de condução e das condições climatéricas. No entanto, mesmo com uma utilização mais exigente, o EX30 deve ser capaz de satisfazer as necessidades diárias da maioria dos utilizadores sem causar ansiedade de autonomia. E precisando de energia com urência, a bateria de 69 kWh permite carregar até 80% em menos de 27 minutos.

Um aspeto que também merece destaque é o compromisso da Volvo com a sustentabilidade. O EX30 incorpora uma quantidade significativa de materiais reciclados na sua construção, incluindo plásticos provenientes de garrafas descartáveis e até mesmo de molduras de janelas em PVC. Esta abordagem não só reduz o impacto ambiental do veículo, como também contribui para reduzir os custos de produção. No entanto, nem tudo são elogios.

O sucesso de vendas na Europa e em Portugal demonstra que a Volvo acertou em muitos aspetos com este modelo. O EX30 não é apenas mais um carro elétrico; é um statement da marca sobre o futuro da mobilidade urbana.

O sistema de infoentretenimento, embora visualmente apelativo, pode ser complicado de usar em movimento. A necessidade de navegar por vários menus para aceder a funções básicas pode ser distrativa e potencialmente perigosa durante a condução. O mesmo sucede com os vários elementos de condução, como o velocímetro. O fato dessa informação estar disponibilizada somente no tablet, não havendo, por exemplo, um head-up display capaz de passar essa informação ao condutor, pode não ser do agrado de todos os condutores

O Volvo EX30 representa uma proposta interessante no segmento dos SUV elétricos compactos. Combina um design atraente, bom desempenho elétrico e uma abordagem minimalista no interior. Embora algumas das suas características possam dividir opiniões, é inegável que o EX30 oferece uma experiência de condução moderna e eficiente, especialmente adequada ao ambiente urbano.

O sucesso de vendas na Europa e em Portugal demonstra que a Volvo acertou em muitos aspetos com este modelo. O EX30 não é apenas mais um carro elétrico; é um statement da marca sobre o futuro da mobilidade urbana. Com o seu tamanho compacto, autonomia competitiva e abordagem minimalista, o EX30 posiciona-se como uma opção atrativa para quem procura um veículo elétrico prático e com estilo para o dia a dia na cidade.

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AIMA. Tribunal com 46.824 processos de imigração e asilo pendentes

  • Lusa
  • 8 Fevereiro 2025

O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa terminou 2024 com 46.824 processos de imigração e asilo pendentes, 80 vezes mais do que em 2023. O aumento deve-se à extinção do SEF e à criação da AIMA.

O Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa encerrou 2024 com 46.824 processos de imigração e asilo pendentes, um número 80 vezes superior ao de 2023 e que contraria a tendência geral de diminuição de pendências na área territorial que integra.

Segundo o Relatório de 2024 dos Tribunais Administrativos e Fiscais de Lisboa e Ilhas, a que a Lusa teve acesso, no ano passado deram entrada no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa 54.222 dos chamados processos de 6.ª Espécie, relacionados com a Agência para Integração, Migrações e Asilo (AIMA), quando, a 31 de dezembro de 2023, havia apenas 575 pendentes.

Na prática, em 2024 foram concluídos 7.973 procedimentos, com o contributo de uma equipa especial composta por seis juízes (inicialmente cinco) e quatro oficiais de justiça daquele tribunal, alargada durante o verão a 135 juízes de todo o país, em articulação com o Conselho Superior dos Tribunais Administrativos e Fiscais.

Se os processos de imigração e asilo não existissem, os Tribunais Administrativos e Fiscais de Lisboa e Ilhas teriam terminado o ano passado com 14.118 procedimentos pendentes, menos 1.929 do que em 2023. “Não fosse a entrada exponencial de processos de 6.ª Espécie — Intimação para defesa de direitos, liberdades e garantias –, o número de juízes de direito colocados na Zona Geográfica de Lisboa e Ilhas seria, na minha modesta opinião, suficiente para que a resposta às solicitações fosse dada em tempo razoável, tendo-se verificado uma diminuição das pendências nos processos mais antigos“, defende, no documento, o juiz conselheiro presidente dos Tribunais Administrativos e Fiscais de Lisboa.

No Relatório, Antero Pires Salvador atribui o atual cenário à extinção, em 29 de outubro de 2023, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e subsequente criação da AIMA, cuja única sede em Lisboa torna o Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa “o único territorialmente competente” para conhecer dos pedidos de intimação à Agência e decidir os requerimentos de asilo.

“Não fossem os processos ‘AIMA’, que consomem muitos recursos humanos, que poderiam ser utilizados noutras áreas para a melhoria do estado dos respetivos serviços, o futuro mostrar-se-ia mais risonho”, insiste o magistrado.

De acordo com o documento, aprovado na quinta-feira, a 31 de dezembro de 2024, estavam em funções nos quatro tribunais da área geográfica de Lisboa e Ilhas, incluindo os dois maiores do país na jurisdição administrativa e fiscal, 91 juízes (mais 26 do que o estabelecido no quadro legal) e 16 procuradores (-9). Na mesma data, havia 23 funcionários judiciais em falta.

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Conheça as tendências tecnológicas que vão transformar o setor da construção em 2025

Construção sustentável, modular e pré-fabricada, materiais inovadores e inteligência artificial são algumas das tendências para este ano, segundo a Stratesys.

O setor da construção está a passar por uma profunda transformação. Com desafios como a sustentabilidade, a digitalização e a escassez de mão-de-obra qualificada, o setor enfrenta uma pressão sem precedentes para modernizar-se.

De acordo com dados recentes do World Green Building Council, a construção e os edifícios são responsáveis por 39% das emissões globais de CO₂ relacionadas com a energia, sublinhando a urgência de adotar práticas mais sustentáveis e tecnologias avançadas.

“A transformação da indústria da construção não consiste apenas na implementação de novas tecnologias, mas na sua integração de forma a otimizar os processos, impulsionar a sustentabilidade e reforçar a segurança em todas as fases do ciclo de vida de um projeto”, afirma Pablo Meijide, managing partner, infrastructure, construction and real estate da Stratesys.

Veja as sete tendências identificadas pela tecnológica Stratesys:

1. Construção sustentável e materiais inovadores

Nos tempos modernos, a sustentabilidade já não é uma opção, mas sim um fator crucial. A multinacional tecnológica Stratesys assinala que a “utilização de materiais reciclados e amigos do ambiente, como o betão com baixo teor de carbono ou a madeira certificada, está a aumentar”. Entre as inovações destacam-se o “tijolo solar” espanhol, que integra células fotovoltaicas para gerar energia renovável.

A tecnológica assegura que “esta transição não só reduz o impacto ambiental, como também responde à crescente procura de práticas responsáveis por parte dos consumidores”.

2. Construção modular e pré-fabricada

A Stratesys antecipa que a “abordagem modular está a transformar a forma como construímos”, enumerando que ao fabricar componentes em ambientes controlados, “é possível reduzir os prazos de entrega e atenuar problemas como a falta de mão-de-obra qualificada”. Este método também minimiza o impacto ambiental e melhora a precisão, tornando o pré-fabrico uma opção viável e sustentável para projetos de grande escala.

3. Economia circular e eficiência energética:

A tecnológica assegura que a “economia circular está a transformar a forma como os edifícios são concebidos e construídos”. Facilitar a desmontagem e a reciclagem no final do ciclo de vida dos materiais incentiva a sua reutilização. Em simultâneo, é dada prioridade à eficiência energética, com conceções e tecnologias inovadoras que reduzem o consumo, em conformidade com os objetivos globais de sustentabilidade.

4. Segurança no trabalho e bem-estar dos trabalhadores:

Garantir a segurança no setor da construção continua a ser uma “prioridade máxima”. O estudo da multinacional refere que as “tecnologias como sensores vestíveis, capacetes inteligentes e exoesqueletos estão a transformar as condições de trabalho, reduzindo significativamente os riscos associados ao trabalho no local e aumentando a produtividade das equipas”. Esta evolução reflete um setor que não só está a adaptar-se aos desafios atuais, como também reafirma o seu compromisso com a inovação, a sustentabilidade e, acima de tudo, o bem-estar geral das pessoas.

5. Digitalização e BIM (Building Information Modelling)

A tecnológica Stratesys antecipa que a adoção de metodologias como o BIM permite a integração precisa de dados técnicos, favorecendo a colaboração e melhorando o planeamento dos projetos. “A sua implementação progressiva está a tornar-se um padrão, otimizando a eficiência e reduzindo os erros, além disso, o BIM possibilita a aplicação da inteligência artificial, transformando os dados recolhidos em informações úteis para o setor“, enumera.

6. Inteligência artificial e automação de processos

A inteligência artificial está a revolucionar a construção, ao otimizar o planeamento e reduzir os custos. Casos de utilização como o reconhecimento de imagens para segurança, drones para inspeções e robôs para tarefas repetitivas já são uma realidade. No entanto, a multinacional refere que a “indústria ainda precisa de superar desafios como a qualidade dos dados para aproveitar todo o potencial da IA”.

7. Cibersegurança na construção

O aumento da digitalização e da conectividade expõe o setor a riscos cibernéticos, como o roubo de dados ou a sabotagem operacional. A Stratesys nota que “tornou-se uma prioridade proteger os dados críticos, por meio de soluções como a encriptação, os sistemas de deteção de intrusão e a autenticação multifator“. Além disso, a regulamentação das infraestruturas críticas está a conduzir a normas mais rigorosas, tornando a cibersegurança um aspeto essencial da confiança operacional e da sustentabilidade.

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