Seul alerta para produtos com substâncias tóxicas vendidos na Shein e AliExpress

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

O Governo Metropolitano de Seul publicou esta quinta-feira uma nova lista de artigos vendidos na Shein e AliExpress contendo substâncias tóxicas acima dos níveis permitidos localmente.

O Governo Metropolitano de Seul publicou esta quinta-feira uma nova lista de artigos vendidos na Shein e AliExpress contendo substâncias tóxicas acima dos níveis permitidos localmente, após analisar produtos vendidos nas plataformas chinesas de comércio eletrónico.

As autoridades da capital sul-coreana querem pedir ao Ministério da Segurança Alimentar e dos Medicamentos sul-coreano que proíba a comercialização de todos estes produtos, incluindo roupa interior feminina e maquilhagem, e que as próprias plataformas deixem de os vender na Coreia do Sul.

Desde abril, o Governo Metropolitano está a analisar centenas de produtos disponíveis nestas plataformas, que se expandiram enormemente na Coreia do Sul no último ano, e já em maio tinha alertado que vários produtos infantis da Shein continham substâncias tóxicas além do permitido localmente.

A Shein assegurou que a segurança dos produtos é uma prioridade, efetua controlos de segurança regulares e retira imediatamente “por precaução” os produtos relativamente aos quais existe uma queixa, a fim de proceder a “investigações adequadas”.

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Lucros do Bankinter sobem 13% no primeiro semestre

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

Em Portugal, onde o Bankinter está presente desde 2016, o resultado antes do pagamento dos impostos foi de 102 milhões de euros entre janeiro e junho, mais 20% do que no primeiro semestre de 2023.

O grupo bancário espanhol Bankinter teve lucros de 473,5 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, mais 13,3% do que no mesmo período de 2023, anunciou o banco esta quinta-feira.

Em Portugal, onde o Bankinter está presente desde 2016, o resultado antes do pagamento dos impostos foi de 102 milhões de euros entre janeiro e junho, mais 20% do que no primeiro semestre do ano passado.

Ainda em Portugal, no mesmo período, a carteira de crédito do banco alcançou os dez mil milhões de euros e aumentou 12% em relação ao primeiro semestre de 2023, enquanto os recursos dos clientes chegaram aos 8 mil milhões (mais 13%).

O Bankinter continuou a aumentar a sua quota de mercado em todas as linhas de negócio e países em que opera, sendo que a principal atividade continua a ser em Espanha, onde o resultado antes dos impostos no primeiro semestre foi 686 milhões de euros (mais 14%), segundo um comunicado divulgado hoje.

Em Espanha, o banco tinha no final do primeiro semestre, uma carteira de crédito de 62 mil milhões de euros, um crescimento de 2,5% em relação há um ano impulsionado pelos empréstimos concedidos a empresas, segundo o Bankinter. Já os recursos dos clientes aumentaram para 70 mil milhões de euros (mais 5%).

O Bankinter está ainda presente na Irlanda, onde teve um resultado antes do pagamento dos impostos de 20 milhões de euros no primeiro semestre (mais 20% em relação ao mesmo período de 2023).

Em termos globais, de todo o grupo Bankinter, os ativos totais alcançavam em 30 de junho 118.400 milhões de euros (mais 7,5% do que há um ano), a carteira de crédito somava 78.687 milhões de euros (mais 5,5%) e os recursos dos clientes de retalho 80.755 milhões de euros (mais 3,6%).

Em relação aos empréstimos, o Bankinter destaca que no caso das empresas, a carteira de crédito total chegou aos 33,5 mil milhões de euros, um aumento de 7% em termos globais e de 5,4% no caso específico de Espanha, o que o banco considera “muito positivo num mercado em contração e que contrasta com a queda de 3,1% verificada no setor”.

Já em Portugal, o crédito a empresas no primeiro semestre cresceu 25%, “face a um setor que cresce apenas 0,9%”, destaca o Bankinter, que sublinha usar como base para estas taxas dados até abril do Banco de Espanha e do Banco de Portugal.

Quanto aos empréstimos a particulares para compra de casa (crédito para habitação), a carteira de crédito do Bankinter cresceu 4% no primeiro semestre comparando com o mesmo período do ano passado e alcançou os 35,6 mil milhões de euros.

Segundo o banco, o crédito para compra de casa aumentou em todos os países em que está presente.

No comunicado divulgado esta quinta-feira, o Bankinter diz que “o forte crescimento dos volumes da carteira de crédito e dos recursos” refletiram-se, no primeiro semestre do ano, em todas as rubricas da conta de resultados do banco.

Assim, a margem de juros foi de 1.160,3 milhões de euros (mais 8,6% do que há um ano); a margem bruta, que inclui todas as receitas, ascendeu a 1.410,5 milhões de euros (mais 10,4%); as receitas de comissões cobradas a clientes totalizaram 439,8 milhões de euros e as comissões líquidas, a diferença entre as cobradas e as pagas pelo banco, foram 342 milhões de euros (mais 12,7%).

A rentabilidade sobre capitais próprios (ROE) alcançou os 17,7%, situando-se 221 pontos-base acima do valor registado há um ano.

O grupo Bankinter teve lucros de 844,8 milhões de euros no ano passado, um aumento de 50,8% em relação a 2022 e um recorde na sua história.

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Mobilidade elétrica: «É preciso pisar o acelerador para cumprir metas ambientais»

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  • 18 Julho 2024

São cada vez mais os portugueses que optam pela compra de veículos eletrificados, mas autonomias reduzidas e preços elevados continuam a ser obstáculos. Até junho, vendas aumentaram 14%.

Só desde o início deste ano, o carregamento de veículos elétricos e híbridos plug-in na rede pública nacional permitiu poupar mais de 45 mil toneladas de CO2. O número pode parecer baixo, mas ganha outra dimensão quando se considera que seriam necessárias mais de 742 mil árvores com mais de dez anos para reter a mesma quantidade de CO2. Ainda assim, há muito a fazer para que a mobilidade elétrica permita alcançar os objetivos de redução de emissões estabelecidos pela União Europeia (UE): até 2030, um corte de 55%.

João Amaral, Chief Technology Officer & Country Manager Portugal da Voltalia

A nível nacional, a ambição passa por eletrificar o maior número possível de veículos ligeiros e chegar ao final desta década com 36% do parque automóvel verde, segundo as metas definidas pelo Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050. Portugal tem registado um aumento consistente na venda de elétricos e híbridos plug-in ao longo dos anos, tendo batido sucessivos recordes na comercialização destes automóveis.

Enquanto em 2010 existiam apenas 986 veículos ligeiros eletrificados no país, em 2020 eram já mais de 64 mil. No final de 2023, o parque nacional contava com 228.140 automóveis, sendo que perto de 69 mil foram vendidos entre janeiro e dezembro. Este ano, e de acordo com números da UVE – Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos, o primeiro semestre dá sinais animadores: 33.432 veículos, um aumento de 14% face ao período homólogo de 2023.

Vantagens na carteira e no ambiente

Mas afinal é ou não vantajoso trocar um carro movido a gasolina ou gasóleo por um eletrificado? Se optar por um veículo totalmente elétrico, vai perceber que a forma como é feito o carregamento é decisiva para o apuramento dos custos. Carregar num dos 8.810 pontos de carregamento da rede pública tem um custo consideravelmente superior quando comparado a utilização doméstica.

Vamos a casos práticos, partindo dos cálculos da UVE atualizados com valores do mercado de eletricidade no final de junho e partindo de um consumo de 15,7 kWh/100 quilómetros. Se considerarmos um preço de 0,49€ por kWh no carregamento da rede pública, o custo para percorrer 100 quilómetros seria de 7,68€.

"Uma das maiores barreiras na aquisição de veículos elétricos é o investimento inicial, que na maioria dos casos continua a ser muito superior ao da compra de um veículo a combustão. O nível de autonomia destes automóveis continua a ser também uma das principais desvantagens apontadas pelos consumidores”

João Amaral

Chief Technology Officer & Country Manager Portugal da Voltalia

Já se o ‘abastecimento’ for feito em casa, em regime de tarifa simples e com um preço de 0,20€ por KWh, a fatura é de 3,14€ para os mesmos 100 quilómetros. Caso o carregamento ocorra em ambiente doméstico, em regime de tarifa bi-horária com um preço de 0,13€ por KWh, são precisos apenas 2,07€ para percorrer uma centena de quilómetros.

Mas há outras vantagens, nomeadamente fiscais. Os veículos elétricos não pagam Imposto Único de Circulação (IUC) e estão ainda isentos do Imposto Sobre Automóveis (ISV) – no caso dos híbridos plug-in, o ISV tem um desconto de 75%. Vale a pena lembrar que caso a aquisição seja feita por uma empresa, é possível deduzir o IVA na compra de carros 100% elétricos até 62.500€, assim como o IVA sobre a eletricidade para o carregamento. Além dos benefícios ambientais com a redução de emissões com a utilização dos carros elétricos, os custos de manutenção são também consideravelmente mais baixos.

Autonomia continua a ser obstáculo

Uma das maiores barreiras na aquisição de veículos elétricos é o investimento inicial, que na maioria dos casos continua a ser muito superior ao da compra de um veículo a combustão. No entanto, o nível de autonomia destes automóveis continua a ser também uma das principais desvantagens apontadas pelos consumidores, ainda que o número de quilómetros percorridos tenha vindo a aumentar à medida que a tecnologia evolui. Muitos carros elétricos de gama média já oferecem autonomias a rondar os 350 quilómetros, enquanto apenas os veículos de gama alta apresentam valores entre os 600 e 800 quilómetros.

Por outro lado, ainda que Portugal conte com 8.810 pontos de carregamento, o país precisa de continuar a investir na expansão da rede, em especial fora dos grandes centros urbanos de Lisboa, Porto e Algarve. Até 2050, o território nacional terá de contar com um total de 82 mil pontos de carregamento, mas ainda antes, até 2025 e de acordo com o previsto no Plano de Recuperação e Resiliência, deverá ter pelo menos 15 mil. A instalação de carregadores em condomínios já é obrigatória para a nova construção, mas um grande desafio para os edifícios mais antigos.

Carros chineses mais taxados

De acordo com o Mobility Consumer Index 2023 da consultora EY, 55% dos consumidores diz que o seu próximo carro será um elétrico. A tendência da mobilidade elétrica está para continuar, com a consultora EV Volumes a prever para este ano mais de 17,8 milhões de veículos eletrificados em todo o mundo, 25% acima dos números registados em 2023.

Para este crescimento têm contribuído as marcas chinesas que chegaram em peso aos mercados ocidentais, com a BYD a conquistar um crescimento exponencial – só em 2023, a empresa vendeu mais de 1,5 milhões de automóveis, pouco abaixo dos 1,8 da Tesla, que é líder mundial.

As taxas aduaneiras extraordinárias agora aplicadas aos veículos elétricos chineses podem afetar a transição para a mobilidade elétrica e prejudicar os consumidores europeus

João Amaral

Chief Technology Officer & Country Manager Portugal da Voltalia

Em consequência de uma investigação da Comissão Europeia sobre subsídios estatais concedidos pelo governo chinês às marcas daquele país, desde 5 de julho deste ano que a UE aplica penalizações fiscais aos automóveis produzidos na China. São direitos compensatórios, um tipo de tributação sobre bens importados para compensar a subsidiação pública. Para já, os fabricantes afetados são a BYD Auto (17,4%), Gelly (19,9%) e SAIC Motor (37,6%).

Segundo dados avançados pela Comissão Europeia, os veículos chineses, que hoje têm uma penetração de 8% no mercado comunitário, custam menos 20% do que os automóveis europeus. O risco, porém, é que as taxas aduaneiras extraordinárias agora aplicadas aos veículos elétricos chineses possam afetar a transição para a mobilidade elétrica e prejudicar os consumidores europeus.

João Amaral, Chief Technology Officer & Country Manager Portugal da Voltalia

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Escola 42 estima investir dois milhões por ano em Lisboa e Porto

A escola de programação sem professores e horários, muda-se esta quinta-feira para o agora Beato Innovation District, o antigo Hub Criativo do Beato, em Lisboa. Tem capacidade para 800 alunos.

Depois de vários anos a funcionar na Penha de França, em Lisboa, a escola 42 abre esta quinta-feira portas no Beato Innovation District. Com 1.200 metros quadrados de área na Factory, a escola de programação tem capacidade para 800 alunos. O projeto, que tem uma segunda escola no Porto, em quatro anos já recebeu sete milhões de euros de empresas e mecenas.Estimamos que nos próximos anos, o investimento seja apenas operacional e ande à volta de dois milhões de euros por ano para a 42 Porto e 42 Lisboa“, adianta Vanessa Zdanowski, Diretora Executiva da 42 em Portugal, ao ECO.

“A mudança da 42 Lisboa para o novo espaço foi motivada pela nossa visão em contribuir e amplificar o ecossistema de inovação tecnológica que acreditamos ter encontrado no Beato Innovation District”, começa por referir a diretora executiva. “A chegada de uma escola de software development vem fechar o círculo do hub tecnológico, contribuindo com a vertente de educação a um local já repleto de empresas e startups. Esta integração fortalecerá ainda mais o ecossistema, proporcionando um ambiente onde educação, inovação e empreendedorismo caminham lado a lado, beneficiando tanto os alunos como a comunidade empresarial envolvente”, argumenta.

A operar em Portugal desde 2021, com a abertura da primeira escola 42 em Lisboa, o projeto, desde 2022 com um segundo espaço no Porto, já recebeu mais de 50 mil candidaturas e 1.500 alunos das mais diversas nacionalidades e backgrounds que procuram um modelo de ensino que assenta num método de aprendizagem gamificado e que promove a aprendizagem sem salas de aula, sem horários e sem professores. Destes, 60 já terminaram o curso.

“Desde que abriu portas em Portugal, a Escola 42 tem vindo a desenvolver uma ligação próxima com o ecossistema empresarial. São frequentes os encontros dos alunos com profissionais de variadíssimas empresas. Não só na 42 através de tech talks e workshops, mas também nas empresas, quando os alunos são convidados a visitar os escritórios e a participarem em diversas atividades no âmbito do negócio. Em ambos os casos, são ótimas oportunidades para darem a conhecer as suas skills, o expertise desenvolvido ao longo do curso e enriquecerem a sua rede de contactos”, diz.

Sinergias que a responsável acredita que se vão intensificar no agora designado Beato Innovation District, o antigo Hub Criativo do Beato, que acolhe na Factory startups e scaleups como a Sixt; MicroHarvest; o Interactive Technologies Institute (ITI), a Midwich Portugal, a Inetum ou a Unicorn Factory Lisboa, projeto promovido por Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa.

“Acreditamos que no Beato Innovation District haverá ainda mais sinergias neste sentido, e estamos entusiasmados para vermos os alunos integrarem este ecossistema de inovação tecnológica com o seu característico sentido de constante aprendizagem”, considera a responsável. “Estamos a antecipar uma série de iniciativas com os nossos vizinhos. Teremos seguramente a participação dos nossos alunos em eventos culturais, hackathons, workshops e meetups, proporcionando-lhes oportunidades únicas de networking e inspiração para concretizarem as suas ideias.”

Impacto económico estimado de 460 milhões

O projeto tem como ambição ter 300 alunos graduados por ano. Para aceder ao curso, que demora em média 18 meses a concluir, é necessário passar dois testes online e completar a “piscine”, um bootcamp de 26 dias intensivos nas instalações da 42, em que os candidatos aprendem as bases de programação. Não é necessário formação específica em programação para candidatar-se. Aliás, mais de metade dos alunos da 42 não frequentaram o ensino superior, mais de 20% tem 30 anos de idade e mais de 30% são estudantes internacionais, aponta um estudo realizado pela Boston Consulting Group (BCG) para a 42.

Com base na evolução salarial dos alunos que acabaram a formação – de uma média de 13,2 mil euros de salário médio bruto anual de entrada na 42 para 50 mil euros (salário médio bruto dos engenheiros de software) –, do aumento de produtividade, do consumo privado e dos impostos cobrados (devido ao aumento dos salários), a escola estima que, em dez anos, tenha um impacto económico de mais e 460 milhões na economia nacional, com uma média de 8 milhões no PIB por cada turma de formados.

“O impacto económico em mais de 460 milhões de euros foi calculado por uma consultora independente que produziu o nosso relatório de impacto relativo aos primeiros três anos de atividade. E este cálculo dá-nos apenas a perspetiva do impacto direto que advém do incremento salarial estimado. Ou seja, são valores retributivos efetivamente pagos em Portugal para funções que os nossos alunos graduados passam a ter acesso quando terminarem o curso. Estes níveis salariais são já um reflexo da qualidade percebida e da relevância do nosso programa”, aponta Vanessa Zdanowski que, destaca ainda, a taxa de empregabilidade dos alunos. “Até à data praticamente todos os nossos alunos já se encontram a trabalhar.”

“Temos consciência de que a saída de talentos para o exterior também é uma realidade e o papel da nossa escola é o de capacitar e apoiar os alunos para que realizem os seus objetivos. Estamos comprometidos em formar profissionais competentes e preparados para enfrentar os desafios globais, contribuindo para um futuro melhor tanto em Portugal quanto além-fronteiras”, refere quando questionada sobre o impacto efetivo na economia portuguesa face à conhecida saída de talento jovem qualificado para o exterior.

Com a Inteligência Artificial com um impacto estimado de 30% dos empregos em Portugal, segundo a OCDE, a responsável da 42 não receia o impacto desta tecnologia nos alunos. Pelo contrário.

“O impacto da Inteligência Artificial nos nossos alunos é positivo, proporciona-lhes uma vantagem competitiva até. Não nos podemos esquecer que o curriculum da 42 desenvolve em profundidade competências técnicas que os alunos utilizarão no desenvolvimento de código aplicado à IA. Após o common core, oferecemos, entre outras, uma especialização em IA e algoritmos, com projetos práticos focados em IA, machine learning e data science, munindo-os das competências específicas para estarem na vanguarda da inovação tecnológica, contribuindo para o progresso e a transformação digital em Portugal e no mundo”, acrescenta.

Foco é Lisboa e Porto

Para já não há planos para mais escolas 42 a nascer no país. “Não temos mãos a medir, mas não há planos para abrir novas unidades da 42 em outras localidades além de Lisboa e Porto. É certo que temos uma elevada procura, substancialmente acima da nossa capacidade instalada. Para ter uma ideia, passarão pelas nossas ‘piscines‘ de verão (fase final do processo seletivo de novos alunos) cerca de 600 candidatos, estando pelo menos mais 300 em lista de espera”, adianta.

“Estamos focados em consolidar e fortalecer os campi, garantindo que a qualidade da formação e os recursos disponíveis atendam às expectativas e necessidades dos nossos alunos”, diz. “Temos planos para avançar ainda este ano com um novo programa de especialização que irá complementar o curso core da 42 e pretende revolucionar o desenvolvimento de software para um setor crítico da nossa economia portuguesa, mas ainda não podemos contar mais”, afirma, sem adiantar mais detalhes.

Manter o projeto, com os atuais dois espaços, exige investimento das empresas e mecenas, já que a oferta de formação é gratuita. “Os parceiros da 42, entre empresas do setor privado e social e filantropos individuais, tornaram esta viagem possível através da contribuição de mais de sete milhões de fundos desde 2020, quando abrimos portas em Portugal. Estimamos que nos próximos anos, o investimento seja apenas operacional e ande à volta de dois milhões de euros por ano para a 42 Porto e 42 Lisboa”, remata.

 

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“Um festival é sobretudo uma experiência. Temos que melhorar muito a experiência”

O arranque do SBSR é o ponto de partida para a entrevista a Luis Montez, dono da Música no Coração. Os festivais, a venda das rádios e a entrada da Live Nations são alguns dos temas abordados.

Luís Montez, fundador da Música no Coração, em entrevista ao +M/ECOHugo Amaral/ECO

Verão é sinónimo de festivais de música. Depois do Primavera Sound Porto, do Rock in Rio, do Sumol Summer Fest e do Nos Alive, que decorreu no último fim de semana, chega agora a 28.ª edição do Super Bock Super Rock. Luís Montez, dono da Música no Coração, espera receber 20 a 25 mil pessoas por dia na Herdade do Cabeço da Flauta, no Meco, que volta a ser a casa do evento.

Este ano, pela primeira vez, quem tem bilhete diário pode, por mais 14 euros, acampar. “Se calhar bebeu um bocadinho, não convém pegar no carro, fica lá”, explica o promotor do festival. A tenda eletrónica foi também orientada de modo a não interferir no som do palco principal, uma das críticas do ano passado. “Um festival é sobretudo uma experiência. Temos que melhorar muito a experiência, sempre”, acrescenta.

Em agosto segue-se o Sudoeste, este ano sem naming sponsor, após a Meo ter deixado de patrocinar o festival. “O impacto é grande”, reconhece Luís Montez, “não só em termos financeiros, como é óbvio, mas também em termos de comunicação”. “A Meo era uma máquina de promoção. Portanto, são custos que tivemos que suportar”. A continuidade do festival chegou a ser equacionada. “Tivemos que ponderar, mas achámos que era pior se não fizéssemos. Todos os dias nascem festivais e alguém ia ocupar o espaço, era um risco. Penso que esta edição vai correr muito bem e certamente vão aparecer marcas interessadas em estar connosco, quem sabe o próprio Meo”, acrescenta.

Este ano é então encarado como um investimento, a apontar para próximas edições. “Às vezes temos que andar um passo atrás para ir dois à frente. Acho que temos um belo cartaz, o recinto vai ficar bonito e temos já clientes há quase 28 anos”, refere.

Sem os patrocinadores, tínhamos que pôr bilhetes muito mais caros, mas depois o público não conseguia ir”, recorda Luís Montez, que também em agosto, em Fátima, vai fazer em parceria com a Medialivre o Festival da Saudade.

Nesta primeira edição, são esperadas cerca de 15 mil pessoas. “Faltava-nos um bom festival de música portuguesa, mais popular, sem ser ‘pimba’, justifica. Este surge assim alavancado “com a força do grupo Medialivre” e num cenário no qual são esperados, no Dia do Emigrante, 1,5 milhões de pessoas. “Estão lá com a família e com os amigos. Porque não ouvir música, beber uns copos e confraternizar e provar uma gastronomia local?”, sugere.

Sobre o crescente número de festivais, para os quais é necessário tanto público como marcas associadas, Luís Montez defende que “o mercado vai acabar por selecionar”.

No entanto, os promotores debatem-se com uma questão acrescida. “Neste momento estamos a sentir uma febre de as autarquias fazerem festivais gratuitos. Ao menos podiam pôr bilhetes a 1 ou 2 euros, para uma instituição de solidariedade do concelho, mas não. E isto também desgasta um bocado os artistas. Quando não se paga para ver, também não se valoriza muito”, aponta.

A venda da Rádio Festival e da SBSR à Medialivre, “essencialmente para diminuir dívida à banca”, é outro dos temas abordados na entrevista. Luís Montez tem ainda as rádios Marginal, Amália e Rádio Nova Era, “que se equilibram”.

No portefólio também a rádio Sudoeste, agora sem a Meo, que “está a precisar de mais força”. “Vamos fazer o festival e depois vamos pensar como é que damos a volta ao tema”, diz, reconhecendo que, “se aparecer uma boa proposta”, a venda é uma possibilidade.

A entrada da Live Nations no mercado, através da compra de uma posição de controlo na Ritmos & Blues e na Arena Atlântico, há 17 meses a ser avaliada pela AdC e desde o final do ano em investigação aprofundada, é outro dos temas abordados na entrevista a Luís Montez, que, a concretizar-se o negócio, ficará com uma posição de 30% na dona do Meo Arena.

Assista à entrevista completa:

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Hoje nas notícias: Escutas, contratação coletiva e viagens

  • ECO
  • 18 Julho 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O antigo Procurador-Geral da República José Cunha Rodrigues critica o uso excessivo e invasivo de escutas na investigação criminal. As convenções de trabalho publicadas nos primeiros três meses do ano representam aumentos nominais dos salários de 8,5%, que se traduziram em ganhos reais de 1,6%. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Ex-Procurador-Geral da República alerta para uso excessivo de escutas

O antigo Procurador-Geral da República José Cunha Rodrigues considera que o país tem um “problema” com escutas telefónicas, alertando para o uso excessivo e invasivo destas na investigação criminal. Contrariando a tese da atual PGR de uma “campanha orquestrada” contra o Ministério Público, Cunha Rodrigues fala antes “de uma espiral do silêncio” em que, “até um certo momento, ninguém fala de ninguém e a partir daí todos replicam as mesmas coisas”.

Leia a entrevista completa no Público (acesso pago) e na Renascença (acesso livre).

Contratação coletiva arranca o ano com ganhos reais de 1,6%

Há 275 mil trabalhadores potencialmente abrangidos por aumentos salariais no âmbito de contratação coletiva no primeiro trimestre deste ano, mais 11% do que no mesmo período de 2023. Em termos nominais, a subida dos salários foi, em média, de 8,5%, mas, descontando a inflação e o tempo que as tabelas ficaram por atualizar, traduziu-se em ganhos reais de 1,6%, segundo os cálculos da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT).

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Procura de viagens por portugueses em máximos

Depois de 2023 ter batido o recorde de portugueses a viajarem para o estrangeiro, este ano arrancou com uma procura por viagens acima dos últimos anos para os operadores turísticos. Várias agências concordam que todo o ano, e não só o período do verão, será positivo para o setor.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Fim “abrupto” da manifestação de interesses vai “desregular” entrada de imigrantes

O coordenador científico do Observatório da Emigração considera que o fim da manifestação de interesses, prevista no plano do Governo para as migrações, irá criar “desregulação” no fluxo de entradas de imigrantes. “Vão continuar a entrar como entravam até agora, ou seja, irregularmente”, antevê Rui Pena Pires, em entrevista, lembrando que, enquanto houver emprego, os imigrantes continuarão a chegar. O responsável apela a uma “revolução” da rede consular, pois se esta não for capaz de garantir a emissão de vistos, os imigrantes terão menos hipóteses de se regularizarem.

Leia a entrevista completa no Público (acesso pago).

Venda de seguros de viagem dispara na época de férias

Entre janeiro e maio deste ano, foram contratualizados mais de 37 mil seguros de viagem, um aumento de 30% face ao mesmo período de 2023, ano em que os portugueses contratualizaram 56.800 produtos deste tipo. Os dados são da IATI Seguros, empresa online de seguros de viagem, que revela também que 60% dos seguros contratualizados se destinam a estadias longas e fora da Europa, nomeadamente para o Brasil, entre sete e 14 dias, e Cabo Verde e Estados Unidos, para uma estadia de sete a nove dias.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Son Net, Son Vell, Palacio Arriluce, A Quinta Da Auga e Casa Palacio Don Ramón, na lista Forbes dos 20 pequenos hotéis de charme do mundo

  • Servimedia
  • 18 Julho 2024

Son Net, Son Vell, Palacio Arriluce, A Quinta Da Auga e Casa Palacio Don Ramón, integram a lista Forbes dos 20 pequenos hotéis de charme do mundo.

A Espanha é um dos principais destinos turísticos internacionais, tendo sido escolhida no ano passado por mais de 85 milhões de turistas de todo o mundo. As atrações do país são muitas e variadas, incluindo uma vasta gama de hotéis, tanto em termos de quantidade como de variedade de estabelecimentos.
O setor do turismo de luxo está a ganhar força, não só por parte das grandes cadeias que apostam em Espanha, mas também por iniciativas mais pequenas que investem em alojamentos de alto nível para satisfazer as necessidades dos turistas mais requintados. É o que demonstra a lista Forbes dos 20 pequenos hotéis de charme do mundo. Uma seleção de “alojamentos pequenos e acolhedores, onde se pode experimentar o luxo dos maiores e – ao mesmo tempo – respirar um ar caseiro que nos faz sentir em casa”.

Entre as 20 propostas com destinos tão exóticos e diferentes como Sri Lanka, Nova Zelândia, Grécia ou México, esta lista da Forbes inclui cinco alojamentos exclusivos no nosso país que farão as delícias de quem procura um novo conceito de luxo longe dos circuitos tradicionais.

HOTÉIS

Grand Hotel Son Net, Maiorca (Espanha), 31 quartos. Depois de uma trajetória consolidada com o seu hotel na Andaluzia, Finca Cortesín abriu o Grand Hotel Son Net em Maiorca. Situado no coração da serra de Tramuntana, dispõe de 31 quartos, sete dos quais suites, e de instalações com três piscinas, dois restaurantes, bares, spa e extensos jardins de 57.000 metros quadrados. O famoso designer de interiores Lorenzo Castillo foi o responsável pelo restauro dos quartos e dos espaços interiores.

Son Vell, Menorca (Espanha), 33 quartos. Apenas a 10 minutos a pé de Cala Son Vell e a 20 minutos de Ciudadela, encontra-se o primeiro hotel da Vestige Collection, Son Vell, que combina luxo, conforto e história num alojamento de beleza intemporal e elegância descontraída. Situado numa propriedade de 180 hectares com jardins bem cuidados e acesso ao Camí de Cavalls, possui uma piscina e uma casa senhorial original do século XVIII e uma série de edifícios agrícolas tradicionais, que foram meticulosamente restaurados para albergar 33 quartos e suites. Dispõe de dois restaurantes, Sa Clarisa e Vermell, que oferecem aos hóspedes e clientes externos uma proposta gastronómica local inspirada na cozinha tradicional de Menorca.

Casa Palacio Don Ramón, Sevilha (Espanha), 26 quartos. Um serviço requintado numa antiga casa palaciana no coração de Sevilha, 26 quartos temáticos (árabe, moçárabe e Novo Mundo) e uma proposta gastronómica que faz ode à cozinha tradicional com produtos locais, fazem da Casa Palacio Don Ramón o grande hotel de luxo de referência na capital andaluza. Decorados por Alejandra Pombo, os quartos do hotel são elegantes, de estilo rústico, mas com uma decoração requintada e contemporânea, em perfeita sintonia com a personalidade do hotel e a essência da cidade.

Palacio de Arriluce, Getxo, Bilbao (Espanha), 49 quartos. O que foi no século XX a primeira mansão familiar no bairro de Neguri em Gexto, alberga agora um hotel da coleção Leading Hotels of the World. Esta casa-palácio, rodeada por belos jardins inclinados, tem agora 49 quartos e suites e está decorada com várias obras de arte, incluindo pinturas e gravuras de Sonia Delaunay, que estão expostas em cada um dos quartos. O palácio oferece uma experiência gastronómica basca conduzida pelo prestigiado chefe Beñat Ormaetxea, que faz de cada prato uma homenagem à identidade e aos produtos locais.

A quinta da Auga, Santiago de Compostela (Espanha), 51 quartos. Situado na cidade histórica de Santiago de Compostela, este alojamento ocupa o edifício de uma antiga fábrica de papel do século XVIII, que foi restaurado com sensibilidade e elegância para o transformar no único Hotel Spa Relais & Châteaux da Galiza. Rodeada por uma propriedade de 10.000 m2 nas margens do rio Sar, A Quinta da Auga oferece uma experiência de conto de fadas em que o clássico e o contemporâneo se unem em 51 quartos únicos, decorados com obras de arte e peças antigas que se entrelaçam com designs mais contemporâneos.

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PwC despede funcionários na China após fuga de clientes

  • Lusa
  • 18 Julho 2024

Gigante da auditoria está a despedir funcionários no mercado chinês depois de Pequim ter aberto inquéritos contra a empresa no caso Evergrande.

A gigante da auditoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) está a despedir parte dos funcionários na China, face à fuga de clientes, depois de Pequim ter aberto inquéritos contra a empresa no caso Evergrande, informou a imprensa local.

O grupo está a considerar despedir metade do departamento de serviços de auditoria financeira na China e cerca de 20% do pessoal noutras áreas da divisão chinesa, noticiou o jornal The Paper, com sede em Xangai.

“Devido às mudanças nas condições externas, otimizámos a estrutura organizacional com base na procura do mercado (…) Este ajustamento é uma decisão difícil”, declarou um porta-voz da empresa, citado pelo jornal.

“Estamos em plena comunicação com os trabalhadores e estamos a garantir que o plano de ajustamento está em conformidade com a legislação laboral da China”, acrescentou.

Desde meados de março, a PwC perdeu mais de três dezenas de clientes no mercado chinês – alguns deles gigantes estatais como o Banco da China ou a PetroChina – a maioria dos quais optou pelas outras três componentes das chamadas “Quatro Grandes” do mundo da auditoria: EY, KPMG ou Deloitte.

Em maio passado, a Bloomberg noticiou que as autoridades chinesas estavam a considerar uma multa recorde de pelo menos mil milhões de yuans (126 milhões de euros) contra a PwC e a suspensão de algumas das operações da empresa no país, devido ao desempenho como auditor do gigante imobiliário endividado Evergrande durante 14 anos, até 2023.

Os inquéritos oficiais mostraram que a Evergrande inflacionou o volume de negócios e os lucros nos exercícios de 2019 e 2020, o que resultou numa emissão fraudulenta de obrigações e na inclusão de informações falsas nos relatórios anuais. Pequim multou a principal filial em cerca de 577 milhões de dólares (527 milhões de euros) e baniu o fundador, Xu Jiayin, de operar nos mercados bolsistas.

As autoridades chinesas estão a investigar a PwC há meses, depois de a Evergrande ter inflacionado o volume de negócios em 78 mil milhões de dólares (71 mil milhões de euros) e os lucros em mais de 12 mil milhões de dólares (11 mil milhões de euros), um valor 20 vezes superior ao do escândalo norte-americano de fraude nos lucros da Enron, em 2001, que resultou na quase extinção na empresa de auditoria Arthur Andersen.

“O risco para a reputação da PwC, não só na China mas a uma escala mais alargada, é muito real“, afirmou Richard Murphy, professor de práticas contabilísticas na Universidade britânica de Sheffield, citado pela agência.

No início de 2023, a PwC anunciou que estava a abandonar a auditoria da Evergrande devido a discrepâncias na quantidade de informação recebida para avaliar as contas da empresa para o exercício de 2021.

A PwC, uma das empresas de auditoria mais utilizadas pelos promotores chineses, abandonou também a auditoria de pelo menos uma dúzia de empresas do setor nos últimos dois anos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 18 de julho

  • ECO
  • 18 Julho 2024

Ao longo desta quinta-feira, 18 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Mudança de rotinas nos centros DomusVi para fazer face às altas temperaturas

  • Servimedia
  • 18 Julho 2024

Perante a possível chegada de ondas de calor, DomusVi, empresa do setor sócio-sanitário, partilha o protocolo para proteger os idosos dos efeitos negativos que estas podem ter na saúde dos residentes.

As pessoas com mais de 65 anos são um dos grupos populacionais mais vulneráveis às altas temperaturas e, por isso, o Departamento de Assistência Técnica da DomusVi implementou uma série de medidas com o objetivo de as proteger e cuidar durante este período.

“Definimos e aplicámos um protocolo de ação contra as altas temperaturas que minimiza o risco de os idosos desenvolverem desidratação ou outros problemas de saúde causados pelas altas temperaturas. O seu cuidado e bem-estar são a nossa prioridade e, com este foco, trabalhamos para construir um bom dia a dia para eles durante todo o ano, especialmente no verão”, sublinha Olga Sánchez, profissional da equipa do Departamento de Assistência Técnica da DomusVi.

Entre as medidas de prevenção descritas no protocolo DomusVi contra as ondas de calor está a manutenção de persianas e janelas fechadas durante as horas centrais do dia, para favorecer o arrefecimento natural das divisões durante as horas de menor calor. Os horários de abertura e fecho serão incluídos nos itinerários de trabalho.

Também controlará e supervisionará a temperatura do centro nas áreas comuns durante as horas de permanência dos utilizadores e nos quartos durante as horas de repouso noturno. O objetivo é detetar os quartos com temperaturas particularmente elevadas para poder deslocar os residentes, oferecer-lhes toalhas molhadas ou duches e aumentar a hidratação. Instalar a utilização de ventoinhas e de ar condicionado durante as horas necessárias e à temperatura adequada. Limitar a capacidade dos quartos mais quentes.

Além disso, verifique semanalmente as previsões de temperatura para a zona e, com base nelas, reveja a eficácia das medidas que estão a ser aplicadas e, se necessário, faça as modificações e melhorias necessárias.

Do mesmo modo, as informações sobre os alertas de calor e as medidas de proteção à disposição dos residentes são afixadas nos quadros de avisos do centro. Workshop para os residentes autónomos sem deficiência cognitiva, informando-os sobre as ondas de calor e as medidas de prevenção.

Outra medida consiste em reforçar a hidratação noturna, dando prioridade à ingestão de líquidos em detrimento da alimentação. Nos residentes que trabalham por conta própria, verificar se têm ao seu alcance uma garrafa de água ou similar. Além de reforçar a hidratação em todas as actividades e terapias.

Ofereça também muitos líquidos, reforce a hidratação com bebidas frescas. Ofereça aos familiares e aos residentes jarros de água fresca com rodelas de limão ou laranja. Evitar refeições muito quentes que sejam difíceis de digerir.

Outras iniciativas incluem evitar a exposição ao sol a meio do dia. Caminhe à sombra com a cabeça coberta e use protetor solar. Aconselhar os residentes a não saírem nas horas centrais do dia. Programar atividades refrescantes ao ar livre nas horas mais frescas, como jogos aquáticos.

Usar roupa leve e de cor clara, com especial atenção para os residentes que se vestem de forma autónoma, de modo a que seja adequada à época estival, e vigiar os sintomas (boca pegajosa, pele pálida ou acinzentada, mucosas secas, olhos encovados) nos utentes identificados como de risco, especialmente os que possam estar desidratados, bem como processos que envolvam febre, diarreia ou anorexia, são outras acções a tomar.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 18 Julho 2024

No dia em que o BCE decide sobre as taxas de juro, a Nos apresenta resultados trimestrais, inaugurando a época de prestação de contas pelas empresas cotadas.

Esta quinta-feira vai ficar marcada pelo anúncio da decisão sobre o rumo da política monetária por parte do Banco Central Europeu (BCE), bem como pela inauguração da temporada de apresentações de resultados das empresas do PSI pela Nos.

BCE anuncia decisão sobre juros

Realiza-se esta quinta-feira mais uma reunião de política monetária do BCE. A maioria dos economistas (80%) consultados pela Reuters antecipa a manutenção das taxas de juro nesta reunião e duas descidas ainda este ano, uma em setembro e outra em dezembro. A conferência de imprensa em que participará a presidente Christine Lagarde poderá deixar pistas sobre o próximo encontro do banco central.

Nos inaugura época de resultados

A Nos vai apresentar os resultados do segundo trimestre nesta quinta-feira. No primeiro trimestre de 2024, a operadora de telecomunicações registou lucros de 67,8 milhões de euros, com o resultado quase a duplicar em comparação com o mesmo período do ano passado. A Nos recebeu 22,2 milhões de euros relativos a uma decisão judicial favorável relativa a um pedido de liquidação de taxas de atividade, o que ajudou a impulsionar o resultado no arranque do ano.

Como fecharam as contas das autarquias em 2023?

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) vai publicar o relatório relativo à evolução orçamental da Administração local em 2023. O relatório do ano anterior mostrou que a Administração Local apresentou um crescimento orçamental de 361 milhões de euros em 2022, uma melhoria face ao défice registado em 2021. Nota que esse relatório apenas teve em conta valores de contabilidade orçamental pública de 300 dos 308 municípios portugueses.

Quantos carros novos foram vendidos na União Europeia?

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) vai divulgar os números de vendas de automóveis em junho de 2024 na União Europeia (UE). Segundo esta entidade, as vendas de automóveis novos no espaço comunitário registaram uma queda de 3% em maio face ao mesmo mês no ano anterior. Já a venda de carros elétricos registou uma queda homóloga de 12%.

Quem trabalha nas plataformas digitais?

O Eurostat divulgará dados relativos ao emprego nas plataformas digitais referentes a 2022, bem como a produção na construção em maio deste ano. Além disso, o Banco de Portugal vai lançar a Revista de Estudos Económicos, revista com periodicidade trimestral que reúne artigos de economistas do BdP ou em coautoria com investigadores externos.

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Von der Leyen de olho numa reeleição difícil na Comissão Europeia

Principais parceiros políticos da família de Von der Leyen já admitiram votar contra a reeleição, e nem as negociações de diplomas e de comissários parecem convencer os restantes grupos políticos.

É um sonho que arrisca a ficar pelo caminho. Ursula von der Leyen está em busca de mais cinco anos à frente da Comissão Europeia, mas as garantias são poucas e os obstáculos são muitos — sobretudo numa altura em que o Parlamento Europeu está mais fragmentado do que nunca e os pilares que suportaram a eleição da presidente, em 2019, estão mais fracos. A candidata alemã está ciente disso. Durante a campanha eleitoral para as eleições europeias, Leyen visitou vários Estados-membros — incluindo Portugal — onde a presença do Partido Popular Europeu (PPE) é maior, mas não se ficou por aqui. Até esta quinta-feira, a governante alemã de 68 anos sentou-se com todas as bancadas parlamentares “pró-europeias” e encetou negociações, numa verdadeira tour de force.

Von der Leyen deixou de ter condições para depender só dos três partidos que a apoiam formalmente“, considera, em declarações ao ECO, Paulo Sande, especialista em assuntos europeus e ex-conselheiro do Presidente da República. “Está a fazer pressão porta a porta com o maior número de deputados, e certamente a fazer promessas, porque sabe que o voto é secreto [e individual] e isso, por si só, levanta algumas questões”, acrescenta.

Ursula von der LeyenLusa

Entre o PPE, os socialistas (S&D) e os liberais do Renovar Europa somam-se 401 votos, mas a recandidata não deverá poder contar com todos, tal como aconteceu há cinco anos.

Em 2019, os três maiores grupos políticos tinham 444 assentos no Parlamento, mas Von der Leyen foi aprovada por apenas 383 votos. Significa que, em comparação com a maioria no papel, faltaram 13,5% dos eurodeputados populares, socialistas e liberais. Traduzidos para 2024, esta mesma percentagem significaria menos 54 votos do que os 401 preenchidos pelos três maiores grupos, ou seja, 347 votos a favor, menos 14 do que o necessário para garantir a eleição.

Anticorpos à esquerda…

A aproximação de Von der Leyen a Giorgia Meloni durante a campanha eleitoral criou um mal-estar entre os principais parceiros políticos.

Para os socialistas, esta relação com a direita radical, embora estratégica — Von der Leyen precisava de ser um nome consensual entre os líderes dos 27 Estados-membros antes de ser votada no Parlamento –, foi uma linha vermelha atravessada sem volta a dar. Até ao momento, a família política ainda não formalizou o seu apoio à candidata alemã, o que põe em causa os 136 votos que poderia receber desta bancada.

“Os socialistas estão a saborear vitória que foi a nomeação de António Costa [para o Conselho Europeu], mas sabem que, implicitamente, têm de preparar o apoio à candidata“, recorda José Filipe Pinto politólogo e professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade Lusófona ao ECO.

Isto porque o nome proposto pela presidência para o Conselho Europeu foi discutido como um “pacote” apresentado pelos três maiores grupos políticos no último encontro de líderes em Bruxelas, estando incluído nesse conjunto o nome de Von der Leyen para a presidência da Comissão Europeia e de Kaja Kallas para alta representante da diplomacia da UE. Afinal de contas, o PPE foi o grande vencedor das eleições, ficando desta forma com o direito à presidência do executivo, enquanto os socialistas ficam com a liderança dos 27 e os liberais com a chefia da diplomacia europeia. Depois de uma falsa partida, todos os candidatos foram aprovados com a ajuda das três principais famílias.

“Neste momento, já entrou em funcionamento o sistema negocial. Sendo o presidente do Conselho Europeu do grupo dos socialistas, é evidente que a presidência da Comissão terá de pertencer ao grupo maioritário, o PPE. Não vejo grandes dificuldades em que Ursula volte a ser escolhida, mas pode haver vozes discordantes“, prevê o politólogo da Lusófona.

Da esquerda para a direita: a primeira-ministra da Estónia e candidata a Alta Representante da UE, Kaja Kallas a presidente e recandidata a Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e o antigo primeiro-ministro português e próximo presidente do Conselho Europeu, António Costa.EPA/OLIVIER HOSLET

A relação entre Meloni e Von der Leyen também não agradou ao Renovar Europa. Aos 77 eurodeputados liberais — que passaram de terceira a quinta força política no Parlamento Europa — Von der Leyen garantiu, após um encontro de três horas este mês, que a relação entre as duas líderes não iria perturbar a política europeia durante a próxima legislatura. À Lusa, o eurodeputado da Iniciativa Liberal João Cotrim de Figueiredo afirmou que, a seu ver, o acordo entre o PPE, S&D e Liberais sobre os cargos de topo europeus “está suficientemente equilibrado para poder merecer uma votação favorável”, mas não deixou garantias de que todas as delegações desta família política votarão “sim”.

Ora, não sendo certo que terá o apoio total dos principais parceiros políticos, Von der Leyen virou-se mais para a esquerda.

O Parlamento Europeu tem um peso muito maior neste momento porque deixou de aprovar o candidato à presidência da Comissão para passar a elegê-lo, e isso põe pode por em em causa a eleição de Ursula.

José Filipe Pinto

A candidata alemã reuniu-se com a bancada dos Verdes, este mês, para garantir que tinha do seu lado 53 votos a favor. Ainda que não lhe tenha sido dada essa garantia, os eurodeputados demonstraram abertura para negociar e chegar a um compromisso no sentido de fazer “parte de uma maioria” para evitar a formação de uma aliança parlamentar de direita.

Após o encontro, o líder da bancada, Bas Eickhout explicou que os eurodeputados irão votar “como um grupo” e que vão aguardar até ao último momento para tomar uma decisão, por estarem conscientes de que, neste momento, estão a decorrer negociações “com todos os diferentes grupos e que Von der Leyen pode ajustar a sua mensagem” conforme a família com quem está a negociar.

… e à direita

Embora saiba que à esquerda do PPE no hemiciclo se sentam os partidos “pró-europeus”, Von der Leyen sabe que, se for eleita, presidirá um executivo comunitário que conta com eurocéticos presentes no Parlamento Europeu. São eles o Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), liderado por Giorgia Meloni, os Patriotas da Europa (PdE), de Viktor Orbán e Marine Le Pen, e o Europa das Nações Soberanas (ESN), que tenderão a ser os “que complicam as coisas” por não acreditarem “numa Europa funcional”, aponta Paulo Sande. Estes três partidos juntos somam 187 eurodeputados, menos um que a família europeia de Von der Leyen.

“A questão do próximo Parlamento é se o tradicional peso do centro, entre socialistas e PPE, vai continuar a ser preponderante ou se vamos a assistir a uma direita versus esquerda de forma clara”, analisa Paulo Sande, admitindo que a nova composição vai “condicionar certamente”os trabalhos parlamentares.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver a infografia.

Apesar de se sentarem no mesmo lado do espetro político, divergências políticas de fundo — sobretudo relacionadas com a guerra na Ucrânia e a relação com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin — impedem que se forme um super bloco no Parlamento Europeu. E, em sentido contrário, as posições mais radicais do PdE e do ESN fazem com que o extremismo do ECR seja de menor risco, o que justifica a abertura de Von der Leyen.

Não é de desconsiderar que a própria presidente queira tentar ir buscar votos aos conservadores, mas isso vai-lhe ser cobrado“, aponta Henrique Burnay, especialista em assuntos europeus.

Contudo, dentro do ECR não é certo que haverá apoio de todas as delegações. Nicola Procaccini, vice-presidente dos Conservadores, afirmou na semana passada que, face ao estado atual das coisas, os 24 eurodeputados dos Irmãos de Itália não se comprometem a votar a favor de Von der Leyen para um segundo mandato, a menos que esta prometa “algo que de valor” para a Itália.

E depois de Von der Leyen ter recuado nas intenções de manter uma relação próxima com a primeira-ministra italiana, Meloni não terá dado ordens para que as suas tropas apoiassem a candidata alemã para um segundo mandato. O mais certo será que cada delegação tome a sua própria decisão esta quinta-feira.

À esquerda, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia e Giorgia Meloni, primeira-ministra de ItáliaEPA/FILIPPO ATTILI

Negociações entre diplomas e comissários

Para os Conservadores, o pacto para as migrações, que foi aprovado antes de terminar a legislatura anterior, é um tema que merece mais discussão.

Adam Bielan, chefe da delegação polaca do ECR, revelou à agência noticiosa polaca PAP que o grupo está desiludido com os últimos cinco anos de liderança de Von der Leyen, sobretudo com “a atual política de migração da UE, incluindo o pacto de migração e o Pacto Ecológico Europeu“.

Já os Verdes exigem que a agenda sustentável não fique para trás, depois de ter sido fortemente contestada pelos agricultores entre fevereiro e março.

Estes não são os únicos grupos a definir as prioridades e exigências que farão ao executivo comunitário na próxima legislatura. Por exemplo, os sociais-democratas, socialistas e liberais também esboçaram uma lista de pedidos para os próximos cinco anos que variam entre dar uma maior atenção aos agricultores, reforçar a indústria da defesa do bloco, reconsiderar o fim dos carros a combustão a partir de 2035 e ainda uma redução do uso de pesticidas.

Mas também incluem apelos para um aumento do investimento público a nível europeu, de impostos sobre os mais ricos, uma redução da burocracia, maior harmonização das regras em toda a UE e ainda novos “recursos próprios” para financiar as despesas a nível europeu.

Além dos diplomas, certo é que os eurodeputados estarão também de olho nos comissários e vice-presidentes que serão escolhidos para a próxima legislatura.

A presidente da Comissão Europeia e os respetivos 26 Comissários (2019-2014)

“Há partidos que se manifestaram contra [a eleição] também por causa das escolhas para os comissários. Nem todas as pastas são iguais e há pastas que têm uma visibilidade e importância muito grande, portanto, é normal que alguns destes partidos manifestem alguma resistência como forma de aumentar a sua capacidade negocial no que diz respeito à pasta desse país”, explica José Filipe Pinto.

Assim, se Von der Leyen conseguir ocupar por mais cinco anos o seu escritório em Berlaymont, as negociações estarão longe de terminadas. A próxima ronda vai exigir a montagem de um complexo puzzle da sua nova equipa de comissários, tendo em conta não só o equilíbrio entre os géneros mas também o equilíbrio partidário e geográfico. E numa altura em que as tensões geopolíticas vão subindo de tom, há tutelas que têm mais brilho do que outras, nomeadamente, aquelas ligadas à competitividade, defesa e mercado interno.

Depois de ter conseguido a eleição para o Conselho Europeu, os especialistas ouvidos pelo ECO afastam a ambição de Portugal voltar a conseguir uma pasta de relevo como a da Coesão, detida por Elisa Ferreira, ou da Investigação, Ciência e Inovação, gerida por Carlos Moedas. “É a desvantagem de ter um presidente no Conselho Europeu, limita as ambições em relação a outros cargos e pelouros”, diz Paulo Sande.

No entanto, todo esse esforço poderá ser em vão e a candidata alemã pode mesmo não conseguir os 361 votos, esta quinta-feira, algo que aos olhos do ex-conselheiro do Presidente da República provocaria uma “crise muito grande” a nível interno.

“O pior pesadelo dos líderes europeus, neste momento, seria ficar mais um mês à procura de alternativas”, diz Sande, uma vez que Von der Leyen só pode ser proposta uma vez à votação. “Fala-se no grego [Kyriákos Mitsotákis] ou no croata [Andrej Plenković], mas seriam escolhas muito difíceis de vender aos deputados”, assume.

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