Alemã DE-CIX atenta aos data centers em Portugal: “Assim que abrirem mais, estaremos lá”, diz CEO

Empresa de ligação de redes considera que o mercado português pode crescer de emergente para secundário na indústria da conectividade. Para 2030, prepara chegada ao negócio dos satélites.

A empresa alemã DE-CIX, especializada em pontos de troca de tráfego (internet exchanges), garante que vai trabalhar com os próximos centros de dados que abrirem em Portugal, como o da norte-americana Equinix em Lisboa ou o da Atlas Edge em Oeiras. Por ser independente neste mercado da conectividade, a empresa precisa de apenas um trimestre para iniciar uma parceria.

“Não somos operadores de data centers, mas precisamos deles. Sem eles não conseguimos operar. Num novo, conseguimos começar a operar em três meses, dependendo do desenvolvimento dos equipamentos. Assim que abrirem [novos em Portugal], estaremos lá”, disse o presidente do conselho de administração e CEO da DE-CIX, Ivo Ivanov, num almoço com a imprensa, em Lisboa.

A multinacional com sede em Colónia considera que Portugal é um mercado emergente e tem “potencial” para chegar ao próximo nível – mercado secundário – à medida que mais hyperscalers (grandes tecnológicas) entram no país devido à proximidade de pontos de amarração de cabos submarinos. Neste momento, existem 16 ativos e outros quatro vão entrar em funcionamento em 2025 e 2026.

“Acredito no papel de Lisboa e de Portugal como porta de entrada para África, Europa e América. Vemos muito tráfego de sul para sul ou de sul para norte através de Lisboa. Tráfego do Brasil ou de outros países da América Latina, que tradicionalmente passava para a Europa através de Miami ou Nova Iorque”, revelou o gestor.

Questionado sobre o impacto da volatilidade política e dos mercados financeiros nesta expansão, o CEO da DE-CIX respondeu que “a digitalização está acima da política e tem de transcender as discussões políticas”. “Na Europa, a soberania digital é muito importante, não só pela questão da latência, mas pela segurança e privacidade dos dados”, alertou.

No setor automóvel, se a BMW ou a Mercedes não tiverem controlo sobre a sua jornada de dados, a Microsoft ou a Google terão todo o gosto ter esse controlo. Isto é aplicável a todas as indústrias”, exemplificou o CEO da DE-CIX.

Em declarações aos jornalistas portugueses, Ivo Ivanov alertou ainda para a necessidade de mais descentralização no mapa de conexões mundiais, até para tornar mais rápido o processamento da informação dentro das empresas ou os downloads em casa. “As redes sul-americanas, africanas e europeias – não as norte-americanas – trocam tráfego mais localmente a partir de Lisboa. Nos últimos seis anos, quando viemos para cá, assistimos a um crescimento das redes locais de 1200%. Acreditamos que, com os novos mercados do Brasil, vai-se criar um novo regime na troca de tráfego pan-atlântico”, antevê, fazendo referência à entrada da DE-CIX no Rio de Janeiro e em São Paulo, em março.

Rumo ao espaço em 2030

A um mês de completar 30 anos, a DE-CIX considera que atingiu a maioridade e está pronta para dar um salto maior até outra órbita. O plano mais ambicioso da história da empresa está em marcha, chama-se Space-IX e consiste numa infraestrutura de interconexão terrestre para operadores de satélites que orbitam a Terra a altitudes abaixo ou até 2.000 km. Falamos da Starlink de Elon Musk, do Project Kuiper da Amazon ou da Rivada.

É a este género de clientes que a DE-CIX pretende dar resposta, porque percebeu que este trio de operadores abriu novas fronteiras na distribuição de internet em regiões mais remotas, mas continua a precisar da ‘suspeita do costume’: menor latência i.e. menos tempo de processamento dos dados. “É a nova tendência da conectividade. Podem pensar que sou louco, mas não sou. A minha ideia é implementar o primeiro ponto de contacto no espaço dentro de cinco anos. Já estamos a conversar com a Starlink”, afirmou Ivo Ivanov.

Fervoroso adepto da “economia da latência zero”, Ivo Ivanov disse ainda que qualquer pessoa que queira falar a sério sobre Inteligência Artificial (IA) e tecnologia imersiva também tem de levar a sério a latência, porque a IA em tempo real requer infraestruturas que trabalhem no momento. Segundo o CEO, a DE-CIX analisa o tema em três dimensões, que devem trabalhar em simultâneo: agentes de IA, dispositivos, (robôs e outro hardware) e transmissão (fibra ótica, 5G, satélite…).

DE-CIX, um “aeroporto da internet”

Fundada em 1995, na cidade de Frankfurt, a DE-CIX emprega cerca de 250 pessoas e tem receitas globais de 68,6 milhões de euros. Internamente, a empresa costuma comparar-se a um aeroporto da Internet e dos dados. Ou seja, enquanto uma infraestrutura aeroportuária gere serviços de transporte de passageiros e bagagens com companhias aéreas, a DE-CIX faz a gestão do tráfego de informações entre diferentes redes de Internet com empresas da área.

O que é a Internet Exchange na qual a companhia germânica trabalha? É um ponto de troca de tráfego no qual empresas como operadoras de telecomunicações, tecnológicas de streaming ou plataformas de cloud – Azure (Microsoft), Google Cloud ou Amazon Web Services, por exemplo – se interligam diretamente para trocar dados sem congestionar a rede. Como se a informação apanhasse um voo direto para chegar de A a B em vez de uma passagem com várias escalas.

Em Portugal, além da cidade de Lisboa, a DE-CIX já está integrada com o data center da Start Campus no litoral alentejano. Ainda disso, fez uma parceria com a Altice Portugal – através da Altice Wholesale Solutions, referente ao centro de interligação de redes que a dona da Meo tem em Linda-a-Velha, que abriu em 2023 após um investimento de três milhões de euros.

Atualmente, a DE-CIX opera mais cinco Internet Exchanges no sul da Europa: Madrid, Barcelona, Marselha, Palermo e Atenas, onde se ligaram mais de 500 redes só no ano passado.

A maior taxa de transferência de dados deste ano ocorreu a 9 de abril de 2025 com um novo pico de 25 terabits por segundo. É expectável que continue a crescer, até porque em 2024 o tráfego global de dados atingiu um recorde de 68 exabytes, o que representou uma subida homóloga de 15% e mais do dobro desde a pandemia.

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Hoje nas notícias: 1.º Direito, Angola e canábis

  • ECO
  • 21 Maio 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Concursos de empreitada que ficam desertos e atrasos na consignação e execução de obras estão a adiar a entrega de milhares de casas do programa 1.º Direito. O Estado angolano vai manter as posições acionistas que detém no BCP e na Galp, segundo garante o ministro de Estado e da Coordenação Económica do país. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Concursos desertos deixam milhares de casas do 1.º Direito por construir

A mais recente Conta Geral do Estado, relativa a 2024, mostra que pouco mais de um quarto das casas do 1.º Direito previstas para esse ano foi entregue às famílias em situação de carência habitacional. O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), entidade que gere este programa, deveria ter entregado sete mil casas até ao final do ano passado, mas, desde o início do programa e até ao fim de 2024, tinham sido entregues apenas 1.850 casas (o valor acumulado do programa) — o equivalente a pouco mais de 26% da meta intercalar estabelecida para o último ano. Concursos de empreitada desertos, atrasos na consignação de obras e execução das mesmas estão entre os principais fatores que, segundo o Governo, contribuíram para este cenário.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

BCP e Galp são “importantes ativos externos” para Angola

O ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola garante que a Sonangol vai manter as posições que tem na Galp e no BCP. “Trata-se de investimentos que fazem parte de uma importante carteira de ativos externos, sendo igualmente sinalizadores da importância que conferimos às relações económicas e financeiras entre os nossos países”, justifica José de Lima Massano, em entrevista ao Jornal de Negócios. O país tem, por outro lado, “a expectativa de mais investimento português, particularmente nos setores da alimentação, habitação, turismo e novas tecnologias”.

Leia a entrevista completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Empresária luso-francesa na mira da PJ em negócios com canábis medicinal

A Polícia Judiciária (PJ) levou a cabo, na terça-feira, 64 operações de buscas que visaram empresas de produção de canábis para fins medicinais em vários pontos do território continental e na Madeira. Entre as sociedades visadas nesta operação, intitulada Erva Daninha, está a Canna Forest. Com sede no Fundão e constituída em outubro de 2019, esta empresa está a ser investigada por suspeitas de envolvimento no desvio de canábis medicinal para o mercado ilegal e pela prática de branqueamento de capitais. Uma das titulares é Maria Teresa Faísca Gelsumini, que foi emigrante em França durante cerca de 50 anos antes de regressar ao Fundão, sua terra natal, em 2019.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Investimento da IP dispara com PRR e Ferrovia 2020

A Infraestruturas de Portugal (IP) prevê para este ano “um forte incremento da atividade de investimento”, antecipando no relatório e contas de 2024 que “o valor total do plano de intervenções na rede em 2025 deverá ascender a 1.380,8 milhões de euros”. Um valor que será o mais elevado de sempre, depois de, no ano passado, a empresa ter investido 776 milhões, excluindo encargos com PPP, o montante “mais alto realizado desde 2010”. A empresa estima um aumento de mais de 200% na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), para 295 milhões, a que se somam 227 milhões da reta final do Ferrovia 2020.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (ligação indisponível).

Enfermeiros querem passar receitas mas médicos estão contra

Em Portugal, a prescrição de fármacos por enfermeiros continua a ser um tema “tabu” e a ter a oposição dos médicos. Antes de enveredar pelas receitas de medicamentos, a Ordem dos Enfermeiros (OE) tenta avançar com a prescrição de ajudas técnicas (cadeiras de rodas, andarilhos, oxigénio, entre outros), tendo apresentado uma proposta à tutela, mas o processo ficou suspenso com a queda do Governo. Reino Unido, Suécia, Dinamarca, Noruega, França, Holanda e Espanha são alguns dos países onde os enfermeiros estão autorizados a prescrever fármacos. Alguns estão limitados a um conjunto de medicamentos, outros fazem-no com algum tipo de supervisão médica.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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Marques Mendes considera eleição de Gouveia e Melo um “perigo para a democracia”

  • Lusa
  • 21 Maio 2025

Uma eventual eleição do ex-chefe da Armada "pode ser um risco enorme" e "um perigo para a democracia", alertou esta quarta-feira o seu adversário, Luís Marques Mendes.

O candidato presidencial Luís Marques Mendes considera que uma eventual eleição do ex-chefe da Armada, e agora rival na corrida a Belém, almirante Henrique Gouveia e Melo, “pode ser um risco enorme” e “um perigo para a democracia”.

“À primeira vista, é sedutor dizer que se quer um Presidente da República que vem de fora da política”, começou por conceder o antigo presidente do PSD, “mas eu chamo a atenção que, a seguir, pode ser um risco enorme e pode ser um perigo para a democracia”, afirmou Marques Mendes, em entrevista ao podcast da Antena 1 “Política com Assinatura”, emitido esta quarta-feira.

Questionado em seguida sobre se a candidatura de Gouveia Melo representa um risco de radicalização do cargo de Presidente da República, Marques Mendes escusou-se a responder diretamente, argumentando que “é difícil uma pessoa responder a isso”. “Porque a gente quase não conhece a posição de Gouveia Melo sobre assunto nenhum. E nos poucos temas que conhece, ele já teve pelo menos duas opiniões da mesma matéria”, justificou.

“Portanto, eu até diria, já que ele agora vai ser finalmente – já não era sem tempo – candidato, acho que pode e deve começar a dar explicações sobre os assuntos”, nomeadamente a recente “derrota” em tribunal relacionada com o caso do navio da Armada portuguesa Mondego, em 2023.

“Até dou uma sugestão: pode já começar a dar explicações, por exemplo, sobre a derrota que teve em tribunal por causa dos marinheiros do navio Mondego, porque o tribunal disse que Gouveia Melo, como Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), não agiu bem”, afirmou Marques Mendes.

A gente quase não conhece a posição de Gouveia Melo sobre assunto nenhum. E nos poucos temas que conhece, ele já teve pelo menos duas opiniões da mesma matéria.

Luís Marques Mendes

Candidato presidencial

O Supremo Tribunal Administrativo (STA) divulgou no início do mês um acórdão datado de 30 de abril, em que declarou a ilicitude das sanções aplicadas pela Marinha aos militares do NRP Mondego na sequência de uma missão falhada de 2023, negando provimento ao recurso daquele ramo militar, que contestava uma decisão anterior, do Tribunal Central Administrativo (TCA) Sul, que já tinha considerado nulas as sanções aplicadas pela Armada por alegada insubordinação a 11 militares visados nesse processo, de entre 13 acusados — quatro sargentos e nove praças.

O STA considerou que o processo de sanções disciplinares aplicadas pela Armada, quando Gouveia e Melo era o seu Chefe do Estado-Maior, contém diversos vícios e falhas, que resultaram na “nulidade da decisão sancionatória disciplinar por vícios do procedimento”.

Na altura dos factos, ocorridos em 11 de março de 2023, o então CEMA deslocou-se à ilha da Madeira, onde o navio-patrulha Mondego estava em missão, para publicamente repreender os militares que se tinham recusado a cumprir a missão atribuída – vigilância a um navio russo ao largo do Porto Santo -, alegando falta de segurança.

O Mondego viria a ser protagonista de uma nova missão falhada duas semanas depois, ao largar do Funchal rumo às Selvagens, para render elementos da Polícia Marítima e do Instituto das Florestas, acabando por regressar ao porto de largada por problemas técnicos.

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Seguros de crédito e caução: a rede que protege empresas do incumprimento

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  • 21 Maio 2025

Em tempos de incerteza, estas ferramentas ganham protagonismo ao reduzir riscos e garantir a saúde financeira das organizações. Este foi o tema do último episódio do podcast Empresas Protegidas.

Num mercado marcado pela incerteza e pelo crescente risco de incumprimento, os seguros de crédito e de caução afirmam-se como ferramentas indispensáveis para a gestão das empresas. No quarto episódio do podcast Empresas Protegidas, uma iniciativa do ECO com o apoio da SABSEG Seguros, Sérgio Martins, Coordenador Crédito e Cauções na SABSEG, explicou de forma clara o papel fundamental que estes instrumentos desempenham no dia a dia empresarial.

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“Mais do que um seguro, é uma ferramenta de gestão do dia-a-dia”, sublinha, referindo-se ao seguro de crédito. Este tipo de seguro cobre vendas feitas a crédito, protegendo as empresas do risco de não pagamento por parte dos seus clientes. A sua relevância cresce em momentos de maior instabilidade económica, em que o incumprimento e o alargamento dos prazos de pagamento se tornam mais frequentes.

Sérgio Martins, Coordenador Crédito e Cauções na SABSEG, é o quarto convidado do podcast Empresas Protegidas

Segundo o especialista, mais de 25% das falências na Europa resultam precisamente de incumprimento por parte de clientes. Perante este cenário, o seguro de crédito oferece uma rede de proteção essencial, que permite às empresas avaliar o risco de quem compra e alavancar relações comerciais com maior confiança.

“O cliente vai saber quem são os bons e os maus clientes”, explica. Os clientes segurados são monitorizados e avaliados pelas companhias de seguros, sendo inseridos em bases de dados que acompanham em tempo real a sua fiabilidade. “Se acontecer um problema, no minuto seguinte o cliente vai ficar a saber”, reforça Sérgio Martins.

Esta monitorização contínua é acompanhada por um serviço de cobrança internacional, que representa uma mais-valia significativa para empresas que exportam. “Imaginemos que uma empresa vende para a China. Em caso de não pagamento, a companhia vai à China tentar recuperar”, explica. Caso a recuperação não seja possível, o seguro entra na sua vertente mais clássica: a indemnização. A seguradora indemniza a empresa segurada pelos valores não recebidos, garantindo que o impacto do incumprimento não se traduz em prejuízo irreversível.

Já os seguros de caução funcionam de forma diferente. “Basicamente, protegem as obrigações contratuais que uma empresa adquire perante um cliente ou fornecedor”, resume Sérgio Martins. Este tipo de seguro é particularmente comum em contratos públicos, como obras adjudicadas por autarquias. “Todas as empresas que façam obras públicas terão que ter obrigatoriamente um seguro de caução ou uma garantia bancária”, adianta.

A grande vantagem em relação à garantia bancária reside na agilidade e no menor impacto financeiro. “O seguro de caução permite mais liquidez, porque os recursos basicamente não são alocados para esse fim”, afirma. Além disso, essas mesmas responsabilidades “não aparecem no Banco de Portugal”, o que favorece a posição financeira da empresa. O processo de cancelamento do seguro, acrescenta, é também bastante mais simples do que o de uma garantia bancária.

O mercado dos seguros de caução tem registado um crescimento acentuado nos últimos anos, confirma o especialista. “Notamos que, nos últimos dois anos, tem crescido de uma forma substancial”, afirma o coordenador da SABSEG, destacando a diversificação da oferta e a adaptação a novos tipos de contratos, como os trabalhos temporários ou cauções exigidas por empresas privadas.

No fundo, ambos os seguros — de crédito e de caução — representam mecanismos de proteção que permitem às empresas operar com maior segurança e previsibilidade. “Todas as empresas, no meu entender, deviam ter este tipo de ferramenta”, defende Sérgio Martins, apontando para a importância de integrar estas soluções na estratégia de gestão de risco empresarial.

Assista ao quarto episódio completo do podcast Empresas Protegidas.

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Organizações de consumidores exigem a Bruxelas fim das taxas sobre bagagem de mão

  • Lusa
  • 21 Maio 2025

A Deco, em conjunto com a Organização Europeia de Consumidores (BEUC), apresentou denúncia a Bruxelas exigindo investigação ao setor da aviação pela cobrança de taxas adicionais pela bagagem de mão.

A Deco, em conjunto com a Organização Europeia de Consumidores (BEUC) e associações de 12 países, apresentou uma denúncia a Bruxelas, exigindo uma investigação ao setor da aviação pela cobrança de taxas adicionais pela bagagem de mão.

Além da Comissão Europeia, a associação de defesa do consumidor e as congéneres apresentaram um alerta à Rede de Cooperação no domínio da Defesa do Consumidor (rede CPC), denunciando a política de bagagem de sete transportadoras aéreas, anunciou a Deco esta quarta-feira, num comunicado.

No centro da denúncia estão a EasyJet, Norwegian Airlines, Ryanair, Volotea, Vueling, Transavia e Wizzair, acusadas pelas associações de cobrar valores adicionais para permitir aos passageiros viajarem com bagagem de mão.

Estas práticas, segundo as organizações, violam o entendimento do Tribunal de Justiça da União Europeia, que já considerou que a bagagem de mão não pode ser alvo de tarifas extra desde que cumpra critérios razoáveis de peso, dimensões e segurança.

A Deco lembra ainda que a prática de cobrança de bagagem começou a ser implementada pela Ryanair, mas tem vindo a ser replicada por outras transportadoras.

“São cada vez mais as transportadoras aéreas que exigem aos passageiros, que pretendam viajar com bagagem de mão, o pagamento de um suplemento, contrariamente ao que foi, durante largos anos, prática no setor da aviação”, destaca a Deco.

As taxas cobradas variam consoante a rota, a procura, a data da viagem e o momento em que são adicionadas ao bilhete. Nos casos em que são aplicadas no aeroporto, o valor pode atingir os 75 euros por trajeto.

As associações alertam ainda para a forma como estas taxas são comunicadas durante o processo de reserva, referindo o uso de “padrões obscuros” que podem induzir em erro os consumidores.

Em 2024, a Deco já tinha solicitado a intervenção da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) sobre esta matéria. Agora, pede uma investigação ao nível da União Europeia a todo o setor.

Já em Espanha, o Ministério dos Direitos Sociais e Consumo aplicou em novembro de 2024 coimas no valor total de 179 milhões de euros a cinco companhias aéreas — Ryanair, EasyJet, Vueling, Norwegian e Volotea —, por práticas consideradas abusivas, incluindo a cobrança da bagagem de mão.

“Com este passo importante na defesa dos direitos dos passageiros na vizinha Espanha, e na ausência de alterações pelas companhias que continuam a cobrar taxas adicionais, impõe-se a atuação das autoridades europeias”, destacam.

Além disso, defendem que “a revisão em curso do regulamento relativo aos direitos dos passageiros deve servir para clarificar quais os serviços que devem ser incluídos no preço base do bilhete e também para definir o tamanho e peso razoáveis da bagagem de mão, evitando-se surpresas no aeroporto que custam tempo e dinheiro aos consumidores”.

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Penas de prisão, multa e desqualificação para os autores de insultos racistas contra Vinicius no jogo entre o Valladolid e o Real Madrid

  • Servimedia
  • 21 Maio 2025

Os factos ocorreram em 30 de dezembro de 2022, durante o jogo entre o Real Valladolid e o Real Madrid.

O Tribunal Provincial de Valladolid proferiu a primeira sentença em Espanha que condena como crime de ódio, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 510.º do Código Penal, os cinco arguidos por proferirem insultos racistas em frente de Vinicius Jr. num estádio de futebol.

Segundo a LALIGA, graças à sua decisão de apresentar uma queixa e atuar inicialmente como única acusação, tendo Vinicius e o Real Madrid C.F. aderido posteriormente à acusação, bem como o próprio Ministério Público, foi possível obter esta sentença, que descreveu como “exemplar”.

As penas impostas aos arguidos são de um ano de prisão, inibição especial do direito de sufrágio passivo durante um ano, multa entre 1.080 euros e 1.620 euros e inibição especial do exercício de profissões ou ofícios na área do ensino, desporto e lazer durante quatro anos.

Para a suspensão da pena de prisão, os condenados aceitaram expressamente duas condições: não cometer um crime durante um período de três anos e não frequentar estádios de futebol onde se realizem competições nacionais oficiais durante o mesmo período.

“Esta resolução judicial representa um marco sem precedentes na luta contra o racismo no desporto em Espanha, que até agora conhecia penas por conduta contra a integridade moral, com a circunstância agravante do racismo. O facto de a sentença mencionar expressamente o crime de ódio associado a insultos racistas reforça a mensagem de que a intolerância não tem lugar no futebol”, afirmou a LALIGA.

Acrescentou ainda que “este desenvolvimento é o resultado do empenho contínuo da LALIGA na defesa dos valores do desporto e da tolerância. Através do seu projeto LALIGA VS, a instituição desenvolve ações legais, campanhas de sensibilização e ferramentas tecnológicas para identificar e denunciar comportamentos discriminatórios. A LALIGA continuará a trabalhar firmemente com as autoridades e os clubes para garantir que o futebol seja um espaço seguro, respeitoso e inclusivo para todos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 21 de maio

  • ECO
  • 21 Maio 2025

Ao longo desta quarta-feira, 21 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Formação e incentivos fiscais. A “receita” para acabar com preconceito contra talento mais velho

Especialista em recrutamento defende que benefício fiscal poderia deixar empresas mais abertas a talento mais velho, mitigando atual preconceito. Apela também a requalificação desses profissionais.

Ainda que tenha qualidades valorizadas no mercado de trabalho (como a resiliência), o talento mais velho continua a ser alvo de preconceito. Como o resolver, numa altura em que as populações europeias envelhecem a olhos vistos? Em conversa com o ECO, Gerrit Bouckaert, líder do negócio de recrutamento da consultora de recursos humanos Robert Walters, explica que atribuir benefícios fiscais poderia ser um primeiro passo para melhorar a integração destes profissionais, a par da aposta na formação.

“Em muitas empresas, ainda existe esta visão desatualizada do que as pessoas com muita experiência podem ou não acrescentar valor. Alguns países já estão a tomar medidas contra essa visão. Acredito que as pessoas com experiência têm valor a adicionar“, sublinha o especialista, que esteve em Lisboa.

Por exemplo, na Bélgica, identifica Gerrit Bouckaert, já é possível “trabalhar para lá da idade da reforma quase sem pagar imposto“, o que permite às pessoas somarem algum rendimento à pensão. “E dá às pessoas a oportunidade de continuarem a trabalhar e estar ligadas ao tecido social”, assinala o responsável.

Na visão deste especialista, dar benefícios fiscais às próprias empresas que integrem talento sénior é mesmo um bom primeiro passo para eliminar o preconceito atual, na medida que só quando os empregadores começarem a sentir no bolso a vantagem de acolher estes profissionais estarão, então, mais abertos a abraçá-los.

Gerrit Bouckaert é CEO do braço de recrutamento da Robert Walters

Por outro lado, há que apostar na formação, indica Gerrit Bouckaert. “A requalificação tornou-se mais democrática. Hoje, podemos fazer praticamente qualquer ação formativa online e a um preço muito reduzido em comparação com os valores anteriormente praticados“, argumenta o especialista.

O mesmo entende que a integração deste talento tem de ser, portanto, uma estrada de dois sentidos: as empresas têm de estar mais abertas (atitude que cabe também às políticas públicas incentivar), mas também os profissionais têm de atualizar as suas competências.

Interesse na mobilidade internacional arrefece

Gerrit Bouckaert confessa-se um inquieto, que, a cada dois anos, gosta de experimentar novos desafios profissionais. Por isso, já passou várias temporadas fora do seu país. Mas revela ao ECO que, entre a globalidade dos profissionais, há hoje menos interesse em ingressar em programas de mobilidade internacional (que permitem a migração entre países, mas dentro de uma mesma empresa).

A explicar este arrefecimento está, desde logo, a globalização, identifica o especialista em recrutamento. Isto uma vez que hoje “tudo parece estar mais próximo de nós”. Mas também o emagrecimento das compensações dadas a quem adere a estes programas, destaca o mesmo.

“Muitos benefícios foram eliminados. Antigamente, estes profissionais tinham a casa paga, os filhos em escolas internacionais, entre outros benefícios. Hoje, recebem algum apoio, mas não todo o pacote que antes era oferecido”, detalha Gerrit Bouckaert, que atribui ao florescimento do talento local o encolhimento dos incentivos à mobilidade internacional.

Antigamente, estes profissionais tinham a casa paga, os filhos em escolas internacionais, entre outros benefícios. Hoje, recebem algum apoio, mas não todo o pacote que antes era oferecido.

Por outro lado, o líder de recrutamento da Robert Walters avança que os profissionais estão hoje mais interessados no crescimento horizontal, do que vertical, saltando entre departamentos e funções, e, à boleia, colecionando competências.

“Tal aumenta o período de permanência das pessoas numa organização”, afirma o responsável, que acrescenta que estes profissionais são também líderes mais capazes de ter uma visão mais global da organização.

Regresso ao escritório? É preciso criar atmosfera que convide

Da Amazon ao JPMorgan, várias empresas do outro lado do oceano estão a forçar os seus empregados a regressar a um modelo de trabalho 100% presencial. Mas Gerrit Bouckaert tem um recado: a escolha cabe aos gestores, mas é preciso que percebam que podem perder talento ou até ter menos acesso aos profissionais.

“Acho que, uma vez experimentada a flexibilidade, é difícil voltar atrás. Fazê-lo resulta algum ressentimento“, atira o especialista da Robert Walters, que defende que, em alternativa, as empresas têm o dever de criar uma atmosfera que convide as pessoas a regressar, em vez de forçar esse retorno.

Para decidirem o modelo de trabalho, o especialista recomenda que as empresas coloquem a si mesmas três questões: qual é o meu ADN? As minhas operações podem ou não ser realizadas à distância? E, por fim, que modelo de trabalho produz os melhores resultados?

Por outro lado, atira que atribuir dias de trabalho remoto como uma compensação para os trabalhadores com melhor desempenhocomo já acontece nos Estados Unidos — é um gatilho para conflitos, não sendo recomendado às empresas europeias.

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Empresa sueca lança a primeira viagem de barco elétrico para atravessar o Estreito de Gibraltar em uma hora

  • Servimedia
  • 21 Maio 2025

O evento contou com a presença do embaixador sueco em Espanha, Per-Arne Hjelmborn.

A primeira viagem de barco elétrico pelo Estreito de Gibraltar, de Sotogrande a Ceuta, teve lugar com o objetivo de avançar para um transporte marítimo sustentável e de complementar e expandir as opções de transporte entre a Europa e África.
Desenvolvido pela empresa sueca Candela, foi concluído em menos de uma hora, demonstrando que a viagem pode ser efetuada de forma mais rápida, mais barata e mais ecológica. Mais concretamente, o barco consumiu menos 90% de energia.

Uma iniciativa que visa promover um planeta mais sustentável e que exemplifica a ambição da Suécia em matéria de mobilidade, que já se reflete em dados como os fornecidos pelo Eurostat: 32% dos transportes na Suécia são alimentados por energias renováveis, em comparação com a média europeia de 9,1%.

Nos últimos dias, várias iniciativas sustentáveis com ADN sueco foram promovidas em diferentes pontos de Espanha. No sábado, 18, o Parque Oeste de Madrid acolheu uma nova paragem do Plogging Tour 2025, uma iniciativa sueca que combina atividade física e recolha de resíduos, e a Feira do Livro de Madrid anunciou o seu compromisso com a sustentabilidade. Mais concretamente, o pavilhão infantil, concebido pela IKEA, inspira-se nas florestas suecas e nos valores sustentáveis.

A sustentabilidade continua a ser um tema de interesse para a sociedade espanhola, como demonstra o estudo da Ipsos “As pessoas e as alterações climáticas”, que analisa as perceções dos riscos da crise climática e conclui que 75% da população espanhola está preocupada com o impacto das alterações climáticas. E os jovens, em particular, apesar de se preocuparem com o ambiente, sublinham a dificuldade de adotar um estilo de vida mais sustentável. Assim, 86,8% dos jovens espanhóis estão muito preocupados com o ambiente, mas 95% consideram complicado mudar o seu modo de vida para se tornarem mais ecológicos, segundo o estudo “Atitudes dos jovens face aos cuidados de saúde e à sustentabilidade ambiental”, elaborado pela Fundação Pfizer e pelo Centro Rainha Sofia da Juventude Fad.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 21 Maio 2025

Sonae e BCP apresentam resultados no dia em que a IGCP volta ao mercado obrigacionista e o BdP dados da estabilidade financeira. Serão divulgados os resultados da OPS das obrigações da Mota-Engil.

No dia em que a Sonae e o BCP apresentam resultados do primeiro trimestre, a IGCP volta ao mercado obrigacionista. O Banco de Portugal (BdP) vai lançar o relatório de estabilidade financeira e serão conhecidos os resultados da OPS das obrigações da Mota-Engil após o fecho da bolsa.

Sonae apresenta resultados

A Sonae vai apresentar nesta quarta-feira os resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre deste ano. No mesmo período no ano passado, a dona do Continente e da Worten registou um resultado líquido de 25 milhões de euros no primeiro trimestre de 2024, o que representa um crescimento de 0,4% face ao mesmo período do ano anterior.

IGCP volta ao mercado obrigacionista

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realiza, pelas 10h30, dois leilões de Bilhetes do Tesouro, a seis meses e a 12 meses, com maturidades a 21 de novembro de 2025 e 22 de maio de 2026, num montante indicativo global entre 1.250 milhões de euros e 1.500 milhões de euros.

Quais os principais riscos económicos que Portugal enfrenta?

O Banco de Portugal (BdP) vai lançar o relatório de estabilidade financeira com dados sobre garantia pública do primeiro trimestre do ano. O estudo será anunciado numa apresentação de imprensa às 12h00. Antes, o governador, Mário Centeno, também vai apresentar as contas da instituição.

BCP apresenta resultados

O BCP apresenta os resultados do primeiro trimestre deste ano numa conferência de imprensa pelas 17 horas, logo, após o fecho da bolsa, nesta quarta-feira. No mesmo período no ano passado, o banco registou lucros de 234,3 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior.

Resultados da OPS das obrigações da Mota-Engil

Após o fecho do mercado, a Euronext Lisboa vai realizar uma sessão especial para apresentar os resultados da operação pública de subscrição (OPS) e da oferta de troca das novas obrigações da Mota-Engil “Obrigações Mota-Engil 2030”. A taxa de juro fixa bruta desta emissão é de 4,5%. O novo empréstimo vai até 50 milhões de euros. A oferta destinou-se a particulares, mais precisamente pequenos investidores, sendo que o mínimo de investimento era de 2.500 euros.

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Recuperação de porto nos Açores vai custar 22,75 milhões. Fatura mais do que duplica

Obras no molhe comercial de Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, são financiadas por fundos europeus. O PT2020 suportou 7,06 milhões e o PT2030 vai financiar mais 11,4 milhões.

As obras para reparar o molhe comercial de Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, nos Açores, após o furacão Lorenzo, vão custar mais 11,4 milhões de euros. O prazo para a apresentação de candidaturas a esta obra termina esta quarta-feira.

O porto começou a ser reparado com verbas do Compete 2020 ainda em 2022. O objetivo era “aumentar as condições de operacionalidade e segurança do porto, minimizando as limitações existentes com impactos diretos e indiretos na eficiência e nas operações diárias, devido, sobretudo, às intempéries incorridas no passado, em especial o Furacão Lorenzo, mas também da configuração atual da supraestrutura que se mostra já limitadora e desadequada”, explica a ficha do projeto, atualizada em agosto do ano passado.

A atualização decorre do facto de o projeto ter sido dividido em duas fases. A primeira financiada pelo Compete no âmbito do Portugal 2020 e a segunda pelo Sustentável 2030 no âmbito do Portugal 2030. A primeira teve um apoio de 7,06 milhões de euros do fundo de Coesão, a que se somam 2,28 milhões de apoio financeiro público regional.

A descrição da obra era uma intervenção “na zona da cabeça do cais comercial”: remoção de blocos de betão partidos, regularização da zona e recarga de novos blocos, na zona do tronco do manto do molhe, remoção de tetrápodes que não estavam em condições. Estava também incluída a intervenção de remodelação do armazém existente, e melhorar os acessos para aumentar a eficiência e operacionalidade das atividades diárias.

Mas, no final de março deste ano, a Comissão Interministerial de Coordenação do Portugal 2030, liderada pelo ministro Castro Almeida, decidiu dar luz verde ao lançamento de um novo concurso para uma segunda fase das obras.

O concurso foi lançado um dia depois, a 25 de março e termina esta quarta-feira o prazo para a apresentação de candidaturas. Em causa estão 11,4 milhões de euros do Sustentável 2030.

Com uma taxa de comparticipação de 85%, vão ser financiadas as “intervenções de melhoria das condições de acessibilidades marítimas e portuárias, de reforço das condições de operação em portos incluindo equipamentos, contribuindo para o reforço da coesão territorial, para o alargamento da base económica regional, para a resistência às alterações climáticas”.

Fonte oficial do Compete garante que não há sobreposições, apenas um caso de “faseamento” do projeto entre dois quadros comunitários de apoio, tal como previsto nas regras. “O projeto referido não se encontra concluído e, assim, no encerramento do Compete 2020 (Fase 1), foi decidido que corresponde a uma operação faseada para o Sustentável 2030 (Fase 2). Decisão que tem por base o facto de este reunir as condições estabelecidas no artigo 118.º “Condições aplicáveis às operações sujeitas a execução faseada”, do Regulamento (UE) 2021/1060, de 24 de junho (Regulamento de Disposições Comuns)”, explicou fonte oficial. “Trata-se assim de uma única operação que será executada de forma faseada no Compete 2020 e no Sustentável 2030”, concluiu.

Com estas duas fases, a intervenção neste porto dos Açores vai custar 18,4 milhões de euros só em fundos comunitários. O investimento total ascende a 22,75 milhões.

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“Boas decisões” e previsibilidade põem Europa no top das preferências da JPMorgan

Crise criada pela política comercial norte-americana forçou os líderes europeus a tomar "boas decisões", que incluem grandes pacotes de investimento em infraestruturas, defesa e reindustrialização.

O mundo está a acordar. O dinheiro está a entrar na Europa“. Depois de investimentos de 20,5 mil milhões de dólares em grandes capitalizações europeias este ano, Jon Ingram, gestor de ações europeias da JPMorgan Asset Management (AM), garante que esta é uma “mudança fundamental” que vai trazer mais investidores para o Velho Continente. A previsibilidade de políticas, associada a “boas decisões” em termos de medidas para suportar a economia e taxas de juro mais baixas estão a formar um “cocktail” perfeito que favorece o investimento na região, acredita a gestora do banco norte-americano.

A chegada de Donald Trump à Casa Branca marcou uma viragem na política comercial mundial, com o republicano a ameaçar todos os países com as tarifas mais elevadas dos últimos 100 anos. Uma mudança que abalou a confiança dos investidores mundiais e deixou as empresas em “stand by“, com decisões de investimento congeladas, à espera de terem maior visibilidade sobre a implementação destas medidas.

Apesar destes anúncios terem sido seguidos por recuos e prazos para negociar, a incerteza e a volatilidade criadas pela nova administração norte-americana vão continuar a pressionar a negociação, reconhecem os gestores da JPMorgan, que apresentaram esta semana as suas perspetivas para os mercados, num encontro com jornalistas, em Londres. Embora se afastem de um “sell america” — ainda veem muito valor no maior mercado do mundo — , os responsáveis formam um coro para defender que a Europa é a região que apresenta as melhores condições para brilhar e é a que melhor está a armar-se contra os ataques de Trump.

Quase precisamos de uma crise de vez em quando porque unimo-nos e tomamos boas decisões

Karen Ward.

Chief market strategist, EMEA, JPMorgan Asset Management

Quase precisamos de uma crise de vez em quando porque unimo-nos e tomamos boas decisões”, realça Karen Ward. Para a chief market strategist para a EMEA, “a Europa está a tomar boas decisões e não devemos subestimar como as políticas estão a mudar“.

Confrontados com uma crise iminente, os líderes europeus tomaram a dianteira, anunciando medidas concretas para estimular a economia, com o anúncio de pacotes de investimento de milhares de milhões mantendo uma mensagem clara sobre a estratégia europeia. Isto ao mesmo tempo que o Banco Central Europeu (BCE) continua a ter margem para (mais) descidas de juros e os consumidores europeus têm dinheiro para gastar.

A política orçamental é muito mais forte que a política económica“, defende Karen Ward, argumentando que “subestimamos o impacto que os estímulos orçamentais têm na economia” e, depois de anos focados em reduzir a dívida, os países europeus têm capacidade para investir na economia, destacando o poderio do novo pacote de investimento da Alemanha, que prevê investir até 500 mil milhões de euros para investimentos urgentes em defesa e infraestruturas.

Quanto à política monetária, “as taxas estão a baixar e vão continuar [a baixar] porque o BCE está menos preocupado com a inflação e isso vai ajudar”, acrescenta. Já no que diz respeito aos EUA, a narrativa é outra, uma vez que há maior pressão no lado dos preços devido ao impacto das tarifas.

Mesmo assim, Karen Ward destaca que “há uma resiliência na economia dos EUA que não devemos ignorar“. “Podemos ver a economia abrandar mas não para uma contração significativa”, garante.

Progressos na guerra comercial

John Bilton, head of global Multi-Asset Strategy da gestora, também rejeita a ideia de “vender a América”. “Os EUA são excecionais em inovação, tecnologia. E isso não vai mudar tão cedo”, garante. “Não precisamos vender os nossos vencedores, mas sim diversificar“, atira.

O responsável nota que “começa a haver progressos” na guerra comercial — tarifas vão estabilizar em torno de 15%, acima dos anteriores 2,6% — e este tema vai começar a ter menor impacto, antecipando que, no resto do mundo, os “estímulos orçamentais vão compensar o impacto das tarifas”.

Alexander Whyte, gestor de ações europeias, refere que os estímulos orçamentais na Europa são o principal motivo que justifica o otimismo para a Europa. “Nos últimos anos os governos estiveram focados em reduzir défices, enquanto os EUA continuaram a gastar”, aponta, acrescentando que “vamos ver dinheiro a começar a entrar na defesa, reindustrialização e maior investimento em infraestruturas na Europa, o que vai ser um grande catalisador“.

“Além dos governos estarem a gastar mais, o BCE não está constrangido para não cortar mais juros, porque a inflação está a cair”, reconhece ainda.

Um terceiro ponto é, para o gestor, as poupanças, que continuam a aumentar na região e que poderão sustentar o aumento do consumo.

Bancos foram “incrível oportunidade”

Em termos de oportunidades, Jon Ingram considera que os bancos têm tido um bom desempenho, com o setor a vir de valores muito deprimidos, que se revelaram uma “incrível oportunidade”. “Os bancos tiveram que modernizar-se e tornar-se muito eficientes. Fecharam balcões, digitalizaram-se. A rentabilidade aumentou”, sintetiza.

O setor das tecnologias na Europa é outra área que, para os especialistas, está atrativa, assim como as pequenas e médias capitalizações europeias.

Temos uma visão muito positiva para a Europa, por causa da estabilidade das instituições. O BCE tem uma política monetária muito previsível, os líderes com uma comunicação muito clara”, reforça Patrick Thomson, Chief Executive Officer da JPMorgan AM. O responsável destaca que ter previsibilidade “torna a Europa interessante a longo prazo“, remata.

*A jornalista viajou a Londres a convite da JPMorgan AM

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