Carris Metropolitana vai permitir usar passe Navegante diretamente no telemóvel em 2025

O operador de transportes da Área Metropolitana de Lisboa acaba de lançar um novo site e está a preparar várias novidades, incluindo a dispensa de andar com o cartão Navegante.

A Carris Metropolitana, responsável pela operação que uniu vários operadores da Área Metropolitana de Lisboa, acaba de lançar um site com novas de funcionalidades e prepara novidades que tornarão a utilização dos autocarros mais facilitada para os 170 milhões de passageiros que em 2024 utilizarão este serviço público de transportes. Entre elas, a possibilidade de usar o passe mensal diretamente no telemóvel, sem a necessidade do cartão físico.

No final do primeiro semestre de 2025, os passageiros poderão adquirir o título de viagem apenas com a aproximação do seu cartão bancário de uma máquina de validação no interior dos veículos, tal como já acontece no Metropolitano de Lisboa (AML).

Adicionalmente, a empresa está a desenvolver a virtualização do cartão Navegante no telemóvel, o que dispensará os utilizadores de transportes na AML, incluindo nos comboios, barcos e metropolitano, de transportarem consigo o “passe”. Esta tecnologia entrará em utilização igualmente no primeiro semestre do próximo ano.

Também em breve os autocarros, que enviam informação à central digital a cada dez segundos, permitirão lançar alertas de de aproximação aos passageiros. Quando o veículo estiver a chegar perto da paragem, o sistema envia um aviso ao passageiro, que assim poderá preparar-se para a chegada.

O novo site passa também a ser bilingue, acompanhando a procura por um número crescente de imigrantes não familiarizados com a língua portuguesa, explica Rui Lopo, administrador da Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML), gestora da Carris Metropolitana, que nesta segunda-feira apresentou o novo site da empresa.

Depois da nova app, revelada há dois meses, o site surge com funcionalidades que, como o administrador admite na conversa com o ECO/Local Online, permitirão a cada utilizador ser um auditor da atividade da empresa.

Novidade recente, mas ainda em afinação, é a do contador de passageiros — por enquanto, com constrangimentos por incapacidade do sistema de contagem dentro do autocarro, esclarece o gestor –, fundamental para linhas como a que atravessa a Ponte Vasco da Gama, ou para o serviço de Mafra para Lisboa, que utiliza a autoestrada A8. Em ambos os casos, não pode haver passageiros de pé (como nos autocarros de longo curso), pelo que os passageiros poderão saber de antemão se têm lugar sentados.

A TML é uma empresa que eminentemente trabalha transportes públicos, mas é uma empresa de ‘big data’. O conjunto de dados que nós trabalhamos, que transformamos, que relacionamos todos os dias, mede-se na casa dos ‘teras’ [TB]. É muita informação. A conquista é a tradução desses dados para gerirmos os transportes que temos a responsabilidade de gerir.

Rui Lopo

Administrador da Transportes Metropolitanos de Lisboa

“O setor dos transportes é muito influenciado pela perceção”, aponta Rui Lopo. “Se virmos na nossa rua um autocarro que passa vazio, se calhar achamos que anda sempre vazio. Não sabemos que dois quilómetros à frente enche”. Para a empresa é importante que os passageiros acompanhem a pressão do serviço. “O mês de outubro foi aquele em que transportámos mais gente. Andámos nos 666 mil passageiros de média diária na AML, número que é fabuloso”, destaca o administrador da Carris Metropolitana. No melhor dia do ano, 10 de outubro, atingiram-se as 688 mil pessoas, adianta. “Só contando passageiros com bilhete válido, porque incluindo a ausência de bilhete válido, chega aos 710 mil”, diz. Pelo meio há ainda sete mil a dez mil passageiros cujo passe não está válido, o que sucede tipicamente no início do mês.

Os dados gerados numa operação desta dimensão atingem a dimensão de vários terabytes (1 TB equivale a 1.000 GB). “A TML é uma empresa que eminentemente trabalha transportes transportes públicos, mas é uma empresa de big data. O conjunto de dados que nós trabalhamos, que transformamos, que relacionamos todos os dias, mede-se na casa dos teras. É muita informação. A conquista é a tradução desses dados para gerirmos os transportes que temos a responsabilidade de gerir, que em concreto é o contrato de serviço público rodoviário sob a marca Carris Metropolitana”, esclarece.

O reforço da informação no site incluirá o nível de cumprimento do serviço, entre o planeado e o realizado.

No passado, as coisas não eram feitas por entidade central. Cada operador fazia o serviço de autocarro que achava que devia fazer, com os quais teoricamente se comprometia, mas que não era auditado. A realidade da TML é que os audita diariamente, várias vezes ao dia. Olhamos para os dados e relacionamo-los, monitorizamos os passageiros transportados por linha, por área, no conjunto da AML, vemos que horários de autocarros planeados estão a ser feitos, confrontamos com os que o serviço de sistema de informação diz que não são feitos, medimos, monitorizamos, pedimos explicações e apertamos com os operadores. Ainda não estamos na fase de sancionar atrasos, adiantamentos e outras situações, mas caminhamos para lá“, assegura Rui Lopo. “Isto não era feito. É um salto quântico da realidade que tínhamos antes da existência da Carris Metropolitana“, enaltece, a propósito da informação que a partir desta segunda-feira começa a ser disponibilizada no site da empresa.

O administrador da TML realça a capacidade da empresa de “pegar nesses dados e dar-lhes uma tradução pública. Vamos passar a comunicar nas nossas ferramentas, com destaque para o site, o número de passageiros que estão a ser transportados diariamente, no global da operação e linha a linha. Não há nenhuma operação no país, e na Europa não conheço, que consiga comunicar online e em tempo real” como a da Carris Metropolitana, assegura o gestor.

A análise dos dados permite observações como a constatada na última semana. Com o dia mais frio na zona de Lisboa e a chegada da chuva, o número de passageiros caiu abruptamente. Na segunda-feira andaram na Carris Metropolitana 684 mil pessoas, e ao longo da semana passaram a 670 mil, 640 mil, 620 mil e, na sexta-feira a operação rondou os 600 mil passageiros. Assim que o número de dias com baixas temperaturas se intensificar, há uma tendência para regresso à normalidade, o que o gestor explica com a habituação dos cidadãos aos dias mais frios. A operação retomará assim os quase 700 mil passageiros diários ao longo dos 18 municípios da AML cobertos pelos autocarros da Carris Metropolitana — dos 18, Barreiro, Cascais e Lisboa têm também operações próprias.

Esta é a maior e mais complexa operação de transportes do país. São 3000 km2 de serviço, 12.500 paragens de autocarros, 22.000 serviços (viagens) por dia, quase 24 horas por dia de operação. Numa das zonas são mesmo 24 horas, nas outras, mais dia menos dia, também vão funcionar”, anuncia.

“Os números estão sempre nesta ordem, entre o entusiástico e assustador. Por um lado, é ótimo, há mais gente a andar de transportes. Mas com a taxa de crescimento, a resposta é muito complexa de se dar. Não há forma de comprar um autocarro ou formar mais motoristas de uma semana para a outra”, salienta Rui Lopo. O tempo de espera por um novo veículo ronda os seis meses, mas há pouco tempo chegava a um ano, esclarece. Do lado do investimento, cada autocarro elétrico ronda os 400 mil euros. “Temos conseguido responder, mas é uma tendência complexa.”

“Estamos em crer que o facto de mostrarmos às pessoas esta transparência no número de pessoas transportadas, por linha, por dia, por área, muda a perceção da criticidade deste serviço e, a prazo, as pessoas vão perceber que esta é uma operação complexa e com densidade complexa“.

À frota inicial de 1.700 autocarros, dos quais 1.400 novos, a operação gerida pela Carris Metropolitana adicionou uma centena. A média de idade acompanha o tempo de serviço e é agora de três anos. Por contrato, nenhum veículo poderá ultrapassar os 16 anos durante os primeiros quatro anos de contrato.

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Como descarbonizar o setor agroalimentar sem perder competitividade?

  • Capital Verde
  • 18 Novembro 2024

No próximo dia 20 de novembro, acontece o terceiro think tank dedicado à inovação energética e competitividade setorial. A agroindústria é o setor em análise. ECO é Media Partner.

Fruto de uma iniciativa conjunta da Helexia Portugal com a Deloitte, a PLMJ e o ECO como media partner, os Think Tanks têm por objetivo discutir como a inovação energética pode contribuir para a competitividade nos setores do Retalho, Turismo, Agroindústria e Indústria Cerâmica.

O terceiro Think Tank realiza-se já no dia 20 de novembro, no estúdio ECO, em Lisboa, e é dedicado ao setor agroalimentar.

Nos últimos anos, a indústria alimentar tornou-se central no combate a desafios globais críticos, como a sustentabilidade, mudanças climáticas e segurança alimentar. Com o crescimento populacional, a procura de alimentos aumenta, pressionando os recursos naturais. A indústria está na vanguarda de métodos inovadores para produzir alimentos de forma eficiente, minimizando o impacto ambiental. Reduzir o desperdício, utilizar menos recursos e adotar práticas sustentáveis é vital para o futuro da segurança alimentar e da saúde ambiental.

Segundo dados da AICEP, o setor alimentar e de bebidas desempenha um papel significativo na economia portuguesa, contribuindo com cerca de 14% do valor acrescentado gerado pela indústria transformadora. Este setor abrange toda a cadeia de valor, desde a produção agrícola até à distribuição final dos produtos, criando ligações e sinergias valiosas entre os vários intervenientes.

Este think tank terá por base um case study, elaborado em conjunto pela Helexia Portugal, Deloitte e PLMJ, a que pode ter acesso neste link.

Oradores:

Nelson Sousa, Carregado Plant Manager da PepsiCo Portugal
Pedro Alves, Diretor Comercial da Helexia Portugal
Rita Ferreira Santos, Partner Deloitte Legal
Tomás Ribeiro, Partner na PLMJ

Moderador: André Veríssimo, Subdiretor do ECO

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Universidade do Porto duplica investimento no desporto com mais 7 milhões de euros

Montenegro inaugura na sexta-feira a segunda fase das obras de requalificação do Estádio Universitário da Universidade do Porto, num investimento de 3,4 milhões.

A Universidade do Porto vai investir mais de sete milhões de euros na construção e recuperação de complexos desportivos. Até à data já investiu outro tanto de fundos próprios para que “pelo menos 40% da sua comunidade académica – estudantes, docentes e funcionários – pratique regularmente desporto até 2030”, assinala Maria Joana de Carvalho, vice-reitora com o pelouro do Desporto.

O vice-reitor Pedro Alves Costa refere que, com estes investimentos, orçados em 14 milhões de euros, a universidade pretende “sensibilizar o Governo para a necessidade de criar mecanismos e instrumentos de apoio financeiro que permitam às universidades manter e reequipar as suas infraestruturas no futuro”. O apelo pode ganhar força precisamente na próxima sexta-feira, durante a inauguração da segunda fase das obras de reabilitação do Estádio Universitário do Porto, na qual estarão presentes o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.

Num investimento de 3,4 milhões de euros, a intervenção contempla a recuperação da bancada com mais de 500 lugares, os balneários e vestiários, além da construção de dois edifícios — um deles será a sede do Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP) e o outro servirá de apoio a todo o complexo. Acresce ainda, “a recuperação dos espaços e equipamentos que permitiu reabrir ao público os dois pavilhões existentes no complexo” num valor de 400 mil euros, avança a universidade num comunicado.

[A universidade pretende] sensibilizar o Governo para a necessidade de criar mecanismos e instrumentos de apoio financeiro que permitam às universidades manter e reequipar as suas infraestruturas no futuro.

Pedro Alves Costa

Vice-reitor da Universidade do Porto

Entretanto, a universidade pretende investir mais sete milhões de euros na construção e recuperação de complexos desportivos. “As prioridades que estão estabelecidas para o futuro do edificado desportivo são três e implicarão um novo investimento de cerca de sete milhões de euros”, detalha o vice-reitor Pedro Alves Costa, responsável pela gestão das instalações de toda a universidade.

Os trabalhos passam pela “recuperação do complexo desportivo da Boa Hora com a construção de um pavilhão desportivo com área para atividades de fitness, construção de um ginásio no polo da Asprela também com capacidade para as diversas áreas do fitness e para desportos de combate, e a ampliação dos pavilhões do Estádio Universitário para tornar este complexo numa área de bem estar e saúde, com espaços para desportos de academia e áreas de apoio aos estudantes/atletas de alto rendimento”, descreve o vice-reitor Pedro Alves Costa.

Até à data, a instituição de ensino superior, liderada por António de Sousa Pereira, já investiu sete milhões de euros, totalmente assegurados por fundos próprios. “Recorde-se que existem três Estádios Universitários em Portugal: Porto, Coimbra e Lisboa, sendo que apenas o do Porto não teve apoio do Estado nas suas obras de requalificação“, aponta a instituição de ensino superior.

A primeira fase da reabilitação do estádio — que incluiu a recuperação de toda a infraestrutura, o reordenamento dos espaços exteriores e construção dos campos de futebol e rugby, “certificados pela FIFA e World Rugby” — ficou concluída em 2020, envolvendo um investimento de 2,7 milhões de euros.

As prioridades que estão estabelecidas para o futuro do edificado desportivo são três e implicarão um novo investimento de cerca de sete milhões de euros.

Pedro Alves Costa

Vice-reitor da Universidade do Porto

Considerado um dos mais antigos espaços desportivos da cidade, o Estádio Universitário da Universidade do Porto foi inaugurado a 28 de abril de 1953.

“Em competições já somos a grande referência do desporto universitário em Portugal, embora não mais do que 18% dos estudantes frequentem as nossas instalações desportivas”, refere Joana de Carvalho. “A nossa grande prioridade para os próximos anos é duplicar essa percentagem e promover estilos de vida ativos e saudáveis na população académica, alargando este desafio a todos os portuenses e habitantes dos concelhos vizinhos”, frisa a vice-reitora com o pelouro do Desporto.

No ano letivo 2023-2024, o número de entradas nas instalações do Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP) — constituídas pelo Estádio Universitário e pelos complexos da Boa Hora e da Asprela — ascendeu a 232.072, o que representou um aumento de mais de 450% face a 2010.

“No ano letivo de 2023-2024, o CDUP tem 10.812 utilizadores inscritos, dos quais 63,1% praticantes são membros da Universidade do Porto”, contabiliza a universidade.

A instituição tem provas dadas nesta vertente desportiva: “Com 131 medalhas conquistadas na época desportiva anterior, a Universidade do Porto foi a instituição portuguesa com melhor participação nos Jogos Europeus Universitários, tendo alcançado o 13º lugar entre as duas centenas de universidades participantes”.

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+M

Direção-Geral do Consumidor alerta para consumo consciente durante a Black Friday

  • + M
  • 18 Novembro 2024

As campanhas de novembro podem induzir em erro o consumidor. Para prevenir compras desinformadas, a DGC lançou a campanha com o mote “Antes de clicar ou comprar, pense duas vezes. A decisão é sua!”.

O mês de novembro conta com várias campanhas e promoções, nomeadamente a Black Friday, celebrada na quarta sexta-feira do mês. Para sensibilizar os consumidores sobre os riscos associados às compras impulsivas e desinformadas, a Direção-Geral do Consumidor (DGC) desenvolveu internamente e lançou a campanha “Compare preços e pondere a sua compra – A decisão é sua!”.

“A nossa prioridade é garantir que os consumidores estão informados e protegidos, especialmente num período em que aumentam os casos de publicidade enganosa e práticas comerciais desleais”, refere Teresa Nogueira, porta-voz da DGC, citada em comunicado divulgado esta segunda-feira.

A campanha está presente tanto no site da DGC como nas redes sociais e inclui dicas e orientações para um consumo mais responsável, como comparar preços, verificar as políticas de troca e devolução e analisar as condições de segurança nos pagamentos online. Além disso, alerta para situações de falsos descontos, práticas abusivas e alterações súbitas de preços, incentivando denúncias junto à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e à própria DGC.

Durante este mês, a DGC também reforça a fiscalização. No ano passado, numa ação de monitorização, a direção analisou 100 produtos de 20 operadores e em três dos casos havia infrações. “Embora a maioria dos operadores respeite as normas, os desvios detetados mostram a importância de mantermos um acompanhamento rigoroso”, acrescenta Nogueira, em comunicado.

Os principais alertas da DGC para os consumidores são planear as compras e adotar uma atitude crítica. O mote da campanha destaca que “antes de clicar ou comprar, pense duas vezes. A decisão é sua!”.

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Subida das tarifas com Trump é “ponto de viragem” no comércio internacional e pressiona inflação

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

Presidente do Bundesbank alerta para o impacto no sistema de comércio internacional e teme novo episódio de “fragmentação geoeconómica” que poderá traduzir-se em pressões inflacionistas mais elevadas.

O presidente do Bundesbank considerou esta segunda-feira que se a nova administração norte-americana, liderada por Donald Trump, cumprir as promessas de aumentos significativos das tarifas, isso poderá representar “um ponto de viragem” para o sistema de comércio internacional.

Numa conferência em Tóquio, o presidente do banco central alemão, Joachim Nagel, defendeu que a referida política pode representar “um ponto de viragem” para o sistema de comércio internacional como parte de um processo mais amplo de “fragmentação geoeconómica” que poderá traduzir-se em pressões inflacionistas mais elevadas.

“Os primeiros sinais de fragmentação geoeconómica estão a tornar-se cada vez mais evidentes e, infelizmente, podemos estar à beira de uma escalada significativa”, disse o presidente do banco central alemão.

Neste contexto, Nagel advertiu que, se a nova administração dos EUA cumprir as promessas de Donald Trump de aumentar significativamente os direitos aduaneiros sobre uma vasta gama de mercadorias, “isso poderá marcar um ponto de viragem significativo para o sistema de comércio internacional”.

Em todo o caso, salientou que se trataria de um novo episódio de “fragmentação geoeconómica” após várias décadas de crescente integração global, com medidas protecionistas a aumentar em todos os países do G20, embora os aumentos mais significativos tenham sido observados nos Estados Unidos e na China, que representam 23% e 17%, respetivamente, do total de medidas protecionistas implementadas pelos países do G20.

A este respeito, o presidente do Bundesbank sublinhou que muitas das medidas protecionistas entre os Estados Unidos e a China “são recíprocas”, salientando o risco de cada aumento inicial do protecionismo poder conduzir a um círculo vicioso que se retroalimenta.

Quanto ao impacto desta fragmentação geoeconómica no combate à inflação, Nagel salientou o seu potencial impacto ascendente sobre as pressões inflacionistas, caso a integração mundial se inverta, e alertou que, embora os bancos centrais disponham de todos os instrumentos necessários para lidar com essa situação, em última análise, para o Eurosistema, uma redução significativa da integração mundial significaria que “teria de fixar taxas de juro mais elevadas para manter a inflação sob controlo”.

Além disso, no que diz respeito à utilidade dos limites máximos dos preços e dos subsídios para fazer face à volatilidade da inflação, como no caso recente da eletricidade, o presidente do Bundesbank considera que essas medidas podem ser justificadas “em circunstâncias específicas”.

“Em última análise, são apenas um penso temporário numa ferida grande e profunda”, e não devem ser uma solução a longo prazo, uma vez que obscurecem os sinais de preços que indicam os níveis relativos de oferta e procura e, consequentemente, a escassez de bens e serviços.

Por outro lado, para o banqueiro central alemão, a resposta estrutural da zona euro à fragmentação geoeconómica deve centrar-se na transição para um sistema de produção de energia neutro em termos de carbono, bem como no reforço da União dos Mercados de Capitais na Europa e na introdução de um euro digital.

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“A criatividade é o princípio de qualquer processo de inovação”, diz André Coelho, curador do Nexxt Leiria

Qualquer negócio "vive de criatividade ou não sobrevive", mas para André Coelho as regiões "afirmadas" nas suas riquezas culturais podem também atrair "valor, negócios cooperativos e reconhecimento".

A criatividade não é só o principal driver, mas sim o princípio de qualquer processo de inovação. Como que uma necessidade básica da pirâmide de Maslow no que concerne às razões de sobrevivência. É a partir da criatividade que nasce qualquer processo que acrescente valor, que se cultivam e produzem ideias inovadoras que fazem os negócios viver ‘com saúde’ anos a fio“, entende André Coelho, fundador da CO+K e curador do Nexxt Leiria, evento que arrancou esta segunda-feira.

Estendendo-se até domingo, a segunda edição do Nexxt Leiria visa juntar empreendedores e especialistas de diversas áreas para contribuir para um universo empresarial mais dinâmico e criativo. O evento quer ser “uma chamada geral à ação, celebração da imaginação e do engenho, da criatividade e do talento, uma plataforma aberta, pronta para criar um futuro mais inovador para Leiria”.

“O que tentamos fazer aqui é desafiar a comunidade – as marcas, empresas e as pessoas (principalmente as pessoas) – para que pensem além do presente. Que projetem essa inovação para o futuro. Não é um exercício fácil, mas é um exercício criativo“, diz André Coelho ao +M.

No entendimento de André Coelho, atualmente, qualquer negócio “vive de criatividade ou não sobrevive”, sendo que o ecossistema de Leiria não é alheio a essa realidade. Esta região, enquanto “polo económico importantíssimo e onde todos os dias nascem novos projetos”, detém aos dias de hoje “uma relevância preponderante no tecido empresarial português”, sendo que dois dos principais dinamizadores desta “cultura de inovação” na região são o município e a Startup Leiria “que agregam toda a comunidade com iniciativas permanentes desta natura”.

Mas a cultura, a música e a arte têm um importante papel a desempenhar não só em Leiria mas em qualquer região. Desde logo porque “pessoas enriquecidas culturalmente conseguem evoluir a sua base criativa e crescer na forma como olham para os seus negócios e para as suas oportunidades“, mas também porque “afirmadas as riquezas culturais de cada região, as mesmas podem atrair valor, negócios cooperativos e reconhecimento“.

Com o conceito “Creativity for Tomorrow“, o Nexxt Leiria 2024 é “um evento nacional que encarna essa filosofia, reunindo mentes brilhantes, visionários e líderes de pensamento para explorar ideias e ajudar a moldar o futuro”, refere ainda o fundador da CO+K, acrescentando que se pretende “inspirar os participantes a pensar de forma criativa, a abraçar a mudança e a procurar soluções inovadoras para os desafios atuais”.

O propósito do evento é “apenas desbloquear esta conversa entre os vários tecidos empresariais dando palco a projetos únicos, promovendo conhecimento e partilha que se traduzem em novas abordagens de negócios e novas formas de ver o futuro mas também de criar em conjunto”, acrescenta.

Já os vários touch points – conversas, networking e entretenimento – espalhados pela cidade de Leiria durante uma semana, têm como objetivo “potenciar um contacto mais próximo entre os participantes do NEXXT, mas também entre todo o ecossistema e a própria cidade“, acrescenta.

Com expectativas “muito boas”, André Coelho destaca a novidade de o evento contar com masterclasses e workshops — que não existiam na primeira edição — e que “promovem o dito ‘mão na massa’, para que se passe da conversa à ação”.

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“Há uma concentração excessiva em Lisboa” da imprensa e audiovisual, diz Pedro Duarte

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

O ministro dos Assuntos Parlamentares diz que o executivo está "a apostar muito na imprensa regional e local" no âmbito do Plano de Ação para a Comunicação Social apresentado no início de outubro.

O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, considerou esta segunda-feira que “há, de facto, uma concentração excessiva em Lisboa” da imprensa e indústria audiovisual, após uma visita ao Centro de Produção do Norte da RTP, em Gaia.

Há, de facto, uma concentração excessiva em Lisboa, na capital, naquilo que são a produção de conteúdos e, em geral, daquilo que é o trabalho feito, jornalístico e não só, em termos de comunicação social“, disse Pedro Duarte, após uma visita ao Centro de Produção do Norte da RTP, em Vila Nova de Gaia (distrito do Porto).

O governante afirmou que o executivo está “a apostar muito na imprensa regional e local” no âmbito do Plano de Ação para a Comunicação Social apresentado no início de outubro.

Afirmando que o Centro de Produção do Norte assegura 40% de toda a programação informativa televisiva da RTP, o ministro frisou que a estação pública de rádio e televisão dá “corpo a todo o território nacional” e “voz a todos os portugueses, independentemente do local onde estejam”.

Questionado acerca das questões levantadas pela Subcomissão de Trabalhadores do Norte da RTP quanto ao fim da publicidade na estação pública, Pedro Duarte disse ter tomado nota “com muito cuidado”.

“Temos de ouvir todas as pessoas e perceber as suas angústias, incertezas e dúvidas. Estamos disponíveis para esclarecer”, frisou, dizendo que se iria reunir esta segunda-feira com a Subcomissão.

Segundo o ministro, a proposta de “cortar publicidade na RTP1 tem um objetivo construtivo de dar mais força e mais relevância à RTP, e não o contrário”.

“Bem sei que houve algumas interpretações, umas de forma natural e legítima, e outras talvez com uma intenção um bocadinho mais política, que também faz parte da nossa democracia, tentaram deturpar um pouco do que é a realidade”, considerou.

Segundo o governante, o que está em causa não é “cortar nenhum investimento na RTP”, mas sim “aumentar de forma muito significativa” a aposta na estação pública de rádio e televisão.

“Queremos que a RTP dê um salto do ponto de vista tecnológico e do ponto de vista de ir ao encontro do que é a realidade, hoje em dia, do público que quer atingir”, vincou, frisando que a questão não está na RTP, hoje em dia, “estar a fazer as coisas erradas”, mas porque “tudo à volta mudou”.

Segundo Pedro Duarte, em causa está um aumento de capital da RTP em mais de 14 milhões do Governo e um empréstimo bancário de 40 milhões de euros “que vai ajudar a um conjunto de investimentos”, como os em curso no Centro de Produção do Norte e também em Lisboa.

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Xiaomi ultrapassa as 100 mil entregas do carro elétrico SU7 e aumenta meta anual

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

Tecnológica chinesa Xiaomi atingiu antes do previsto o objetivo fixado para o final de 2024 e estabeleceu como nova meta para este ano a venda de 130.000 unidades.

A tecnológica chinesa Xiaomi entregou mais de 100.000 veículos do seu modelo elétrico SU7, atingindo assim antes do previsto o objetivo fixado para o final de 2024, informou esta segunda-feira o presidente executivo da empresa, Lei Jun.

Lei Jun, que disponibilizou os dados na sua conta na rede social Weibo, semelhante à X (que está bloqueada na China), estabeleceu como nova meta para este ano a venda de 130.000 unidades.

O SU7, que marcou a entrada da Xiaomi no setor automóvel, foi apresentado em março passado com um preço inicial de 215.900 yuan (27.400 euros) e registou 50.000 reservas nos primeiros 27 minutos.

O veículo da Xiaomi, uma multinacional chinesa conhecida até agora pelos seus telemóveis, é alimentado pelos chamados motores elétricos “super power”, um V6 ou V8, dependendo do modelo.

O presidente executivo da Xiaomi afirmou, após a apresentação do SU7, que a Xiaomi se iria concentrar a “100%” no mercado nacional nos próximos três anos, embora representantes da empresa tenham dito, em agosto último, que a empresa está a ponderar o momento certo para exportar os seus veículos elétricos para o mercado europeu.

Em julho passado, Lei Jun disse que o plano da Xiaomi é entrar no mercado automóvel europeu até 2030 e tornar-se uma das cinco maiores marcas de veículos do mundo dentro de 15 a 20 anos.

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Ministra da Saúde avança que Sérgio Janeiro será um dos candidatos à presidência do INEM

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

Ana Paula Martins já respondeu às críticas de Luís Marques Mendes de que a ministra da Saúde poderá estar "a prazo" e que Sérgio Janeiro "está completamente na corda bamba" no INEM.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, anunciou esta segunda-feira que Sérgio Janeiro, presidente interino do INEM, será um dos candidatos ao concurso que está a decorrer para presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica.

“O INEM tem neste momento, finalmente”, o concurso aberto, depois de “a CReSAP [Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública] ter aberto o concurso como lhe competia”, disse Ana Paula Martins aos jornalistas, em resposta a críticas do social-democrata Luís Marques Mendes, no jornal da SIC deste domingo, de que a ministra poderá estar “a prazo” e que Sérgio Janeiro “está completamente na corda bamba”.

A ministra salientou que “há de haver candidatos para o concurso e, com certeza” que Sérgio Janeiro, que está em regime de substituição desde julho, será um desses candidatos ao concurso para presidente do conselho diretivo do Instituto INEM, publicado na passada quinta-feira.

A ministra reiterou ainda que está a “fazer tudo” para, num “curtíssimo prazo”, dar as respostas necessárias para “devolver ao INEM a capacidade de resposta, capacidade assistencial”.

“Eu penso que o mais importante neste momento é que as pessoas lá em casa sintam que o INEM, de facto, não lhes vai falhar como tem falhado nos últimos anos e isso é o mais importante”, disse a governante, antes da cerimónia de assinatura de Protocolo de Cooperação entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a ULS de Santa Maria, para alargamento de Cuidados de Saúde (médico de família) e inauguração da nova ala do hospital.

Ana Paula Martins notou que se está “à beira do inverno” e começa a “aumentar muito o número de pessoas que se dirigem à urgência, mesmo sem precisar: sabemos que essa é uma realidade e nós precisamos muito de um INEM que dê resposta”.

“Durante estes últimos anos, além de muitas coisas que foram acontecendo ao INEM e que também lhes foram retirando capacidade de resposta, a própria dificuldade que nós temos na gestão das urgências tem sobrecarregado muito o INEM”, sustentou.

Por isso, o Ministério da Saúde está a trabalhar há uns meses na “organização da própria urgência, porque o INEM está a fazer muita coisa que não é a sua função”, declarou Ana Paula Martins.

Pressionada pelos jornalistas sobre as críticas que tem tido dos partidos da oposição que pedem a sua demissão, a governante disse que as perguntas manifestam “um interesse importante”, porque as pessoas em casa “estão preocupadas e querem ter a certeza que quando ligam para o 112, efetivamente, lhes respondem do outro lado e que lhes acodem”. “Essa é a minha missão e a minha função enquanto o senhor primeiro-ministro assim entender”, frisou.

O Ministério Público (MP) abriu sete inquéritos às mortes possivelmente relacionadas com falhas no socorro do INEM. Além dos inquéritos abertos pelo MP, as falhas no socorro por parte INEM, designadamente atrasos no atendimento de chamadas, motivaram igualmente a abertura de um inquérito pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), que no dia 04 de novembro coincidiu com a greve da função pública. A greve dos TEPH acabou por ser suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.

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Governo muda presidente do instituto de gestão da dívida pública

Governo não vai reconduzir Miguel Martín para um novo mandato no IGCP. A agência de gestão da dívida pública vai ser liderada por Pedro Cabeços, gestor com experiência internacional de mercados.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, decidiu mudar a liderança do IGCP, a agência de gestão da dívida pública, apurou o ECO junto de duas fontes que conhecem o processo. Assim, Miguel Martin termina o seu mandato no final deste ano e vai ser substituído por Pedro Cabeços, um gestor de mercados que trabalhou em bancos internacionais como o Morgan Stanley e, nos últimos sete anos e até ao final de 2023, no Royal Bank of Scotland.

Pedro Cabeços, licenciado em Economia no ISEG e com MSc em Risk Management no ICMA Centre da Universidade de Reading (Reino Unido), vai assim regressar a uma casa que conhece bem. Entre 2000 e 2004 foi trader da sala de mercados do IGCP. E tem experiência internacional de gestão de mercados. Depois de ter trabalhado na Société Generale, passou para o Morgan Stanley, responsável pela área de negócio de ‘flow’ de taxa de juro com responsabilidade pela Península Ibérica. Posteriormente, de 2016 até ao final do ano passado, Pedro Cabeços trabalho no Royal Bank of Scotland, com responsabilidade pelo negócio de ‘fixed income’, também no mercado ibérico.

Pedro Cabeços vai substituir assim Miguel Martín, que foi uma escolha surpreendente do anterior ministro Fernando Medina. Miguel Martin estava, à data, na concessionária de autoestradas Ascendi, e tinha sido administrador financeiro da Águas de Portugal entre 2016 e 2019, período em que coincidiu com o secretário de Estado socialista João Nuno Mendes quando era presidente daquela empresa pública.

Quando o ECO revelou em primeira mão a escolha do gestor, uma fonte do Governo de António Costa afirmou que Fernando Medina valorizou, na escolha do novo líder do IGCP, a experiência como administrador financeiro e em setores regulados, como a energia, a banca e água. Depois, como o ECO noticiou, a agência de gestão da dívida pública foi ativa na estratégia do Governo para levar a dívida pública para um valor inferior a 100% do PIB, nomeadamente com 17 leilões de obrigações ao longo de 2023.

Talvez antecipando a não recondução de Miguel Martín, Fernando Medina foi particularmente elogioso do trabalho do gestor quando anunciou os números da dívida pública. “Agradecer muito reconhecidamente ao presidente IGCP e nele a toda a equipa do IGCP pelo extraordinário trabalho que tem realizado em prol do nosso país na gestão da dívida pública que nos tem permitido a todos, ao longo dos anos, pagar menos juros, reduzir os encargos e ter maior capacidade de aplicar os recursos a servir os portugueses”, disse o ministro das Finanças.

Ainda assim, Miguel Martín teve um período difícil à frente do IGCP. Foi quando o Governo decidiu mudar as regras de remuneração dos Certificados de Aforro, um produto de poupança vendido no retalho, para investidores particulares. Além da instabilidade e incerteza geradas num produto de poupança de longo prazo, o IGCP foi particularmente criticado pela UTAO. A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) concluiu que seria mais caro para o Estado financiar-se no mercado obrigacionista do que pedir emprestado aos aforradores individuais através dos Certificados de Aforro da série E, onde a taxa de juro era de 3,5%, sem prémios de permanência. Qual foi a resposta de Fernando Medina? “Não é dos momentos mais felizes dessa instituição [UTAO]”, disse o então ministro das Finanças.

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Cuatrecasas assessora Logicor em arrendamento de armazém de logística à multinacional Kaleido

A equipa Cuatrecasas envolvida na operação foi composta pelos advogados da área de Imobiliário e Urbanismo Sofia Gomes da Costa e Fernando Costal Carinhas.

A Cuatrecasas assessorou a Logicor na negociação do arrendamento pela multinacional de origem espanhola Kaleido, Ideas & Logistics de um armazém de logística. O imóvel possui cerca de 7.700 metros quadrados e está localizado no Ermida Logistic Park, em Santo Tirso, um dos parques de logística com maior projeção na área do Grande Porto.

“Como se tornou prática instituída na negociação dos arrendamentos de ativos geridos pela Logicor, estas negociações tiveram especial preocupação com as matérias relacionadas com ESG e condições contratuais que estimulem e assegurem uma utilização e gestão criteriosas, rigorosas e eficientes com vista ao cumprimento de metas e políticas internas nas matérias de ambiente e sustentabilidade”, refere o escritório em comunicado.

A equipa Cuatrecasas foi composta pelos advogados da área de Imobiliário e Urbanismo Sofia Gomes da Costa e Fernando Costal Carinhas, ambos com vasta experiência na assessoria jurídica de transações relativas a ativos de logística.

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Líder da Iniciativa Liberal pede demissão do presidente do INEM e de secretária de Estado

  • Lusa
  • 18 Novembro 2024

Rui Rocha diz que não sabe o que Sérgio Dias Janeiro e Cristina Vaz Tomé "ainda estão a fazer" nos cargos -- respetivamente, presidente do INEM e secretária de Estado da Gestão da Saúde.

O líder da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha, afirmou esta segunda-feira não saber o que é que o presidente do INEM e a secretária de Estado da Gestão da Saúde “ainda estão a fazer” nos cargos.

Em Braga, à margem de um debate na Escola de Medicina da Universidade do Minho, Rui Rocha acrescentou que a ministra da Saúde é neste momento “um ponto de interrogação”, porque estão em curso investigações, auditorias e inquéritos que “ditarão a sorte” de Ana Paula Martins.

“Não percebemos o que é que ainda está a fazer o diretor de INEM em funções e o que é que está a fazer a secretária de Estado da Gestão da Saúde”, afirmou.

Rui Rocha disse que a secretária de Estado “foi desautorizada pela ministra”, quando lhe retirou a tutela do INEM, e que o presidente do INEM deve também sair porque “houve negligência, pelo menos, grave” na gestão dos acontecimentos dos últimos dias.

“Os dados são suficientes para percebermos que não podem continuar em funções. É, aliás, incompreensível como é que estamos nesta situação já praticamente há duas semanas e tudo aquilo que acontece da parte do primeiro-ministro é fugir à resposta e às explicações. Parece-nos que a cada dia que passa piora a situação, creio que era preciso dar um sinal de reorganização das equipas, começando pela secretária de Estado e pelo diretor do INEM”, referiu.

Em relação à ministra, defendeu que é preciso esperar. “É um ponto de interrogação. Queremos mais dados, queremos conhecer os resultados dos inquéritos”, adiantou.

Quanto à alegada intenção de privatização do INEM, Rui Rocha disse que “é um fantasma que a esquerda está a criar, mas que não faz nenhum sentido”. “Não há nenhuma necessidade”, defendeu.

Para o líder da IL, a “primeira coisa a fazer” é acabar com a “má prática de sugar recursos” do INEM para outras áreas e que o instituto tenha “os recursos a que tem direito e possa sobre isso construir a sua estrutura”.

“Depois, é preciso, de facto, termos pessoas competentes. É preciso termos pessoas que estão nas funções não por cartão partidário, não por proximidade ideológica, mas porque são pessoas profissionalmente competentes. Isso é verdade para o INEM e é verdade para a administração pública no seu conjunto”, rematou.

O Ministério Público (MP) abriu sete inquéritos às mortes possivelmente relacionadas com falhas no socorro do INEM. Além disso, as falhas no socorro por parte INEM, designadamente atrasos no atendimento de chamadas, motivaram igualmente a abertura de um inquérito pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

A demora na resposta às chamadas de emergência agravou-se durante a greve de uma semana às horas extraordinárias dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH), que no dia 4 de novembro coincidiu com a greve da função pública.

A greve dos TEPH acabou por ser suspensa após a assinatura de um protocolo negocial entre o Governo e o sindicato do setor.

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