Bárbara Godinho Correia é sócia da PLMJ desde 2013, mas a sua história na firma começou em 1995, enquanto estagiária. À Advocatus contou todos os pormenores do seu percurso.
Integrou a PLMJ em 1995 e desde 2013 que é sócia na área de corporate M&A da firma. Bárbara Godinho Correia conta com mais de 20 anos de experiência, essencialmente em corporate/M&A e private equity.
Ao longo da sua carreira tem participado nas principais transações de M&A ocorridas em Portugal nos últimos anos, incluindo grandes operações de fusões, privatizações e aquisições.
A sócia da PLMJ tem vindo a ser reconhecida pelos principais diretórios jurídicos internacionais, tais como o IFLR 1000, o Leaders League e o Best Lawyers.
Que idade tinha quando chegou ao escritório? Em que ano?
Entrei para o escritório com 22 anos e iniciei o meu estágio numa segunda-feira, dia 18 de setembro de 1995, com a pontualidade britânica que a sensação de primeiro dia do resto da nossa vida nos exige.
Como conseguiu o estágio no escritório?
Estagiar na PLMJ era começar a carreira na primeira liga. Diria que era assim há 25 anos e assim continua, mas com uma grande diferença e quem é da minha geração vai entender bem o que digo. Conto uma história: quando recebi a confirmação de que tinha conseguido o estágio que queria na PLMJ, falei logo com duas amigas que também tinham conseguido estagiar onde queriam e estávamos as três muito contentes. Uma porque tinha conseguido um estágio com o Dr. José Miguel Júdice, outra com o Dr. Francisco Oliveira Martins e eu com o Dr. Luís Sáragga Leal. Quando nos encontrámos no primeiro dia, percebemos realmente o que era e é a PLMJ. A casa dos grandes advogados. Hoje a PLMJ é a casa dos seus quatro fundadores somada do talento de mais de 300 advogados que construíram e constroem uma história de 50 anos, da qual faço parte e que ajudo a construir há mais de 25 anos, com enorme orgulho. Tem sido uma viagem muito boa. Agora que preparamos os próximos 20 anos e, como membro do atual Conselho de Administração, posso dizer que o presente e o futuro da PLMJ orgulham imensamente os seus fundadores.
E qual a primeira impressão do escritório?
Aos 22 anos temos sempre muito pouca visibilidade sobre o que nos espera. Na dimensão profissional ainda mais difícil era imaginar o que seria um contexto de escritório de advogados, ainda mais o maior e mais reputado do país. Por isso, diria que não tinha ideia nenhuma do que ia encontrar. Era uma miúda com 22 anos e fiquei esmagada pelo profissionalismo e dimensão do escritório. Na altura o escritório tinha entre 40 e 50 advogados mais funcionários. Em 1995 era um número incrível de pessoas e achei que seria impossível algum dia vir a saber o nome de todos aqueles advogados e funcionários. A verdade é que quando trabalhamos mais de 12 horas por dia – e na altura era mesmo assim – 50 pessoas são uma família alargada.
Sentiu receio, natural de uma jovem licenciada?
O Grupo de estágio era grande e percebemos logo que o estágio ia ser exigente. No entanto, havia muito trabalho, estávamos sempre ocupados e não havia tempo para sentir receio. Todos nos ajudavam, desde os estagiários mais velhos aos nossos patronos. O ambiente era ótimo, rapidamente ficámos todos amigos e, de facto, não havia lugar para grandes preocupações. Trabalhávamos muito mas também nos divertíamos imenso. Foram tempos fantásticos e é uma experiência que procuro replicar com a minha equipa. É muito importante divertirmo-nos, seja o que for que fazemos na vida.
Hoje a PLMJ é a casa dos seus quatro fundadores somada do talento de mais de 300 advogados que construíram e constroem uma história de 50 anos, da qual faço parte e que ajudo a construir há mais de 25 anos, com enorme orgulho.
Como acabou por ‘ir parar’ à área em que se especializou?
Quando acabei o curso achei que queria fazer processo penal. Adorei a cadeira e as horas sem fim de séries e filmes de advogados que via nessa altura faziam-me acreditar que esta seria a minha área de realização profissional. Bastou-me uma ida ao Tribunal da Boa hora para perceber que não seria assim.
Durante o estágio trabalhávamos com qualquer advogado que nos pedisse ajuda mas a minha patrona era sócia na área de corporate e M&A, pelo que naturalmente fui trabalhando mais nestes temas. Percebi rapidamente que era nesta área que me sentia à vontade e em que queria trabalhar.
Quando integrei uma equipa já como associada por volta de 1997/1998, o escritório tinha acabado de fazer uma grande reestruturação e criado equipas especializadas e integrei logo uma equipa de corporate e M&A. Até hoje. Acho que temos de trabalhar com duas condições: gostarmos do que fazemos – muito – e saber onde somamos valor. Foi assim para mim e ainda assim o é hoje, 25 anos depois.
Nunca foi sondada para mudar de escritório? Se sim, o que a fez ficar na PLMJ?
Houve dois momentos em que podia ter acontecido mas optei por ficar na PLMJ. Sinto-me bem na PLMJ. Não é fácil substituir este sentimento que, ainda por cima, não para de crescer.
O que acha que a PLMJ tem de melhor ou quais as suas mais valias face a outros escritórios?
Temos a solidez e força de um escritório com mais de 50 anos mas somos inquietos como a juventude. Somos exigentes mas vivemos aqui de forma verdadeiramente livre. Não menos importante, gostamos de trabalhar juntos e acreditamos que a confiança e a amizade são os alicerces fundamentais que nos garantem os próximos 50 anos.
E a nomeação para sócia, aconteceu naturalmente? Desde quando é sócia?
Sou sócia da PLMJ desde 2013. Aconteceu quando tinha de acontecer, nem mais cedo, nem mais tarde.
Acho que temos de trabalhar com duas condições: gostarmos do que fazemos – muito – e saber onde somamos valor. Foi assim para mim e ainda assim o é hoje, 25 anos depois.
Momento mais difícil que passou na PLMJ?
Estou no escritório há mais de 25 anos por isso claro que houve momentos difíceis e mais haverá, certamente. Faz parte da vida das instituições e de liderá-las. Diria que os advogados, desde a faculdade, ainda alunos de Direito, desenvolvem uma característica essencial: resiliência. Depois vem a idade, que nos ensina que se aprende muitíssimo com os momentos difíceis e com a forma como os ultrapassamos. São as tais pedras no caminho que se guardam.
Momento mais gratificante?
São vários e mais do que os difíceis. As vitórias dos nossos clientes, em primeiro lugar. É uma coisa muito visceral, quando acontece. A verdade é que as relações que se estabelecem com os clientes – e acredito que seja assim nas grandes sociedades como a PLMJ – são de longo prazo e acabamos por desenvolver uma relação de verdadeira parceria. As suas vitórias, festejamo-las como nossas.
Numa perspetiva de realização pessoal, todos os momentos de progressão na carreira são muito gratificantes.
Por outo lado, os sucessos da nossa equipa e dos nossos colegas, também são momentos de grande realização profissional.
No que toca ao reconhecimento externo, destacaria dois momentos recentes. Nos Portugal Awards 2019 da Chambers Europe a nossa equipa recebeu o prémio “Corporate | M&A Law Firm of the Year”. Eu fui receber o prémio e, na mesma cerimónia, o Dr. José Miguel Júdice recebeu o prémio “Chambers Lifetime Achievement Award“. Foi uma muita feliz coincidência e um momento que me encheu de orgulho!
O segundo momento foi em julho de 2020, quando fui reconhecida pela Iberian Lawyer-Inspira Law como uma das 60 Advogadas (in-house e law firms) em Portugal e Espanha.
Se voltasse atrás no tempo, mudaria alguma coisa no seu percurso profissional?
Sim, mudava. Ou melhor, somava. Gostava de ter estudado ou tido uma experiência profissional fora de Portugal. Não aconteceu e agora, com a atual estrutura familiar, dificilmente se realizará.
Tem algum mentor ou mentora/role model no escritório? Ou fora do escritório?
Claro! Desde logo, os quatro fundadores da PLMJ: António Maria Pereira, Luís Sáragga Leal, José Miguel Júdice e o Francisco Oliveira Martins. Quatro personalidades muito diferentes, todas igualmente talentosas e focadas que, cada um à sua imagem, ajudaram a construir a personalidade PLMJ. Livre, vocal, ambiciosa, audaz.
São características que encontro também nos meus sócios coordenadores, o Diogo Perestrelo e o Duarte Schmidt Lino, ambos profissionais de excelência que nos inspiram e fazem progredir todos os dias.
Quanto à minha experiência mais recente no Conselho de Administração, gostava de referir também o Bruno Ferreira. No outro dia ouvi que a PLMJ é como devia ser a sociedade Portuguesa: diversa, meritocrática e muito livre. E é seguramente por sermos assim que hoje podemos ser liderados pelo Bruno Ferreira, que chegou há pouco tempo à PLMJ mas rapidamente se tornou num líder verdadeiramente inspirador e que atualmente está a marcar a personalidade da PLMJ como me recordo de terem feito os seus fundadores. O seu impacto na organização e a coesão que gera no Conselho de Administração têm sido tremendos e muito bem-vindos.
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Como é fazer carreira na PLMJ? “Estagiar na PLMJ era começar na primeira liga”, diz Bárbara Godinho Correia
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