Smart Capital 2017: o urgente match entre empreendedores e investidores
Há muito potencial de negócio que se perde nos primeiros dez anos de atividade das empresas. Por isso, o grande desafio hoje é criar condições para que as startups evoluam para scaleups.
Há em Portugal uma profusão de ideias e oportunidades de negócio que, sem o correto match entre empreendedores e investidores, correm o risco de se perder, não gerando valor para os primeiros nem retorno para os segundos. Importa, pois, estabelecer pontes entre empreendedores e investidores para que projetos com potencial não se esfumem no cada vez mais fervilhante ecossistema português. Com este propósito, entidades de referência do ecossistema têm vindo a organizar sessões de pitch, programas de mentoria, aceleração e escalabilidade e encontros de networking.
Ainda muito recentemente, a ANJE recebeu na sua sede e copromoveu o Smart Capital 2017. No evento organizado pela Tech Tour International Venture Club – Smart Capital, estiveram presentes mais de 70 investidores seniores do segmento corporate, gestores de fundos de capital de risco independentes e investidores estratégicos, bem como cerca de 60 empreendedores. Num ambiente informal mas sinérgico, esta massa crítica teve a oportunidade de refletir sobre os processos de escalabilidade, ao mesmo tempo que se gerou networking entre empreendedores e investidores.
De resto, a ANJE organiza regularmente as We’Biz Talks, encontros que visam promover a partilha de conhecimento entre empreendedores, gestores, mentores e investidores de diferentes ecossistemas internacionais. Com objetivos semelhantes, a ANJE lançou, em parceria com a autarquia portuense, o ScaleUp Porto – The Growth Champions. Este programa de mentoria e aceleração contou com um dos maiores especialistas mundiais em crescimento acelerado de negócios, o professor do MIT Verne Harnish, e teve a participação de 20 empresas de elevado potencial.
Tudo isto para dizer que, no atual estado de desenvolvimento do nosso ecossistema, é fundamental promover o contacto entre empreendedores e investidores, de forma a captar financiamento para processos de escalabilidade. Há muito potencial de negócio que se perde nos primeiros dez anos de atividade das empresas. Por isso, o grande desafio hoje é criar condições para que as startups evoluam para scaleups.
O ecossistema português está ainda muito focado no apoio a ideias de negócio e a empresas nas fases iniciais, faltando soluções para desenvolver scaleups. Este é, aliás, o cavalo de batalha do manifesto ScaleUp Porto, com base no qual a cidade tem promovido o desenvolvimento do seu ecossistema. A ANJE é parceira do município no ScaleUp Porto, estando assim a contribuir para os resultados bastante encorajadores desta estratégia.
Recordo que, entre 2007 e 2014, foi no Grande Porto que se concentrou a maior fatia de startups do país: 36% do total. A área metropolitana portuense tornou-se assim a mais empreendedora de Portugal, ultrapassando a de Lisboa, que regista 32% do conjunto de startups. Só em 2015 foram constituídas no Porto 1.722 empresas, número que representa um crescimento de 30% relativamente a 2012.
Depois do recente boom de empreendedorismo tecnológico no nosso país, é importante que as startups ganhem escala, competitividade internacional e sustentabilidade económico-financeira. Por conseguinte, há que ajudar as startups a desenvolverem processos de escalabilidade, o que passa, em grande medida, pela captação de financiamento em eventos que promovam o match entre empreendedores e investidores.
Com esta premissa, Portugal deve valorizar as qualidades do seu ecossistema junto de investidores internacionais. A realização da Web Summit no nosso país foi um passo decisivo nesse sentido, mas não podemos adormecer à sombra de um evento que se realiza uma vez por ano. É necessário um trabalho sistemático de internacionalização do ecossistema, fazendo realçar o imenso talento que este incorpora. O ecossistema português apresenta hoje massa crítica (empreendedores, inventores, mentores e investidores), startups, tecnologia, institutos de I&D e centros de incubação/aceleração ao nível do melhor que há no mundo.
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