Avaliação bancária das casas atinge novo recorde de 1.866 euros por metro quadrado em abril

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11:15

Tal como em março, a subida mais expressiva registou-se na Região Autónoma da Madeira (2,7%). No entanto, verificou-se uma descida, de 0,7%, no Alentejo.

O valor mediano a que os bancos avaliam as casas antes de concederem crédito à habitação foi de 1.866 euros por metro quadrado em abril, um novo recorde. Trata-se de uma subida de 16,9% face ao mesmo mês do ano passado, e mais 19 euros do que em março.

A avaliação bancária mediana no país não para de subir desde dezembro de 2023, período ao longo do qual tem batido sucessivos recordes.

Valor mediano de avaliação bancária de habitação (valores em euros/m²)

Fonte: INE

Os dados, divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelam também que a subida mais expressiva em relação ao mês anterior registou-se na Região Autónoma da Madeira (2,7%), tendo-se observado apenas uma descida, de 0,7%, no Alentejo.

Quando comparado com abril do ano passado, a variação mais significativa do valor mediano das avaliações bancárias também ocorreu no arquipélago madeirense (+22%), não tendo ocorrido qualquer descida nas outras regiões.

Em abril, foram efetuadas cerca de 35.800 avaliações bancárias, o que representa uma quebra de 2,3% face ao mês anterior e um aumento de 12,2% em termos homólogos.

Os apartamentos mantêm-se como a tipologia mais valorizada do mercado, com o valor mediano da avaliação bancária a fixar-se em 2.105 euros/m², traduzindo um aumento homólogo de 19%. Já as moradias, com um valor mediano de 1.385 euros/m², registaram uma subida anual de 11%.

(Notícia atualizada às 11h43)

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Euribor volta a cair a três e seis meses para novos mínimos desde finais de 2022

  • Lusa
  • 10:53

Esta terça-feira, as taxas Euribor caíram para 2,021% a três meses, para 2,056% a seis meses e para 2,056% a 12 meses.

A Euribor desceu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a segunda-feira, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde dezembro e outubro de 2022, respetivamente. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,021%, ficou abaixo das taxas a seis e a 12 meses, que se fixaram ambas nos 2,056%.

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou, ao ser fixada em 2,056%, menos 0,033 pontos e um novo mínimo desde 28 de outubro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também caiu, ao ser fixada em 2,056%, menos 0,026 pontos do que na segunda-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, recuou para 2,021%, menos 0,018 pontos e um novo mínimo desde 9 de dezembro de 2022.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março indicam que a Euribor a seis meses representava 37,65% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,39% e 25,67%, respetivamente.

Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses): desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%. A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 5 e 6 de junho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Confiança dos consumidores e clima económico melhoram em maio

  • Lusa
  • 10:52

Os consumidores portugueses mostram-se mais confiantes e as empresas veem um clima económico mais favorável, segundo os últimos inquéritos de conjuntura conduzidos pelo INE.

O indicador de confiança dos consumidores aumentou em maio, após ter diminuído nos dois meses anteriores, e o indicador de clima económico subiu pela segunda vez consecutiva, após três meses de quebras, divulgou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo os resultados dos “Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores”, o indicador de confiança dos consumidores aumentou em maio, depois de ter recuado nos dois meses anteriores e de ter atingido em abril o valor mais baixo desde março de 2024.

A evolução observada em maio deveu-se, sobretudo, ao contributo positivo das perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país, tendo as opiniões sobre a evolução passada e as expectativas sobre a evolução futura da situação financeira do agregado familiar também contribuído positivamente.

De acordo com o INE, o saldo das opiniões dos consumidores sobre a evolução passada dos preços “diminuiu em maio, após o aumento significativo registado em abril”, enquanto o saldo das perspetivas relativas à evolução futura dos preços “diminuiu de forma expressiva no último mês, depois de ter aumentado de forma pronunciada nos três meses precedentes”.

Já o indicador de clima económico, baseado em inquéritos às empresas, aumentou em abril e maio, interrompendo o movimento descendente dos três meses anteriores.

Os indicadores de confiança aumentaram nos serviços, na indústria transformadora e na construção e obras públicas, tendo diminuído no comércio.

Segundo o INE, o indicador de confiança dos serviços aumentou em maio, após ter diminuído nos três meses anteriores, beneficiando de “contributos positivos expressivos” de todas as componentes: opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas, perspetivas relativas à evolução da procura e apreciações sobre a atividade da empresa.

Já na indústria transformadora, o indicador “aumentou moderadamente” desde fevereiro, tendo apenas as apreciações relativas aos ‘stocks’ de produtos acabados contribuído positivamente para a evolução do indicador no último mês.

Em maio, também o indicador de confiança da construção e obras públicas aumentou, após ter diminuído nos dois meses precedentes, refletindo o contributo positivo das duas componentes: apreciações sobre a carteira de encomendas e perspetivas de emprego.

Por sua vez, o indicador do comércio diminuiu entre março e maio, refletindo no último mês o contributo negativo das opiniões sobre o volume de vendas e das apreciações sobre o volume de stocks atual.

Segundo detalha o INE, o saldo de respostas das expectativas dos empresários sobre a evolução futura dos preços de venda aumentou “de forma significativa” nos setores do comércio e dos serviços, tendo diminuído na construção e obras públicas e, “de forma expressiva”, na indústria transformadora, interrompendo o movimento ascendente registado entre dezembro e abril.

(Notícia atualizada às 11h com mais informação)

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Acionistas da Impresa reúnem para aprovar contas com ações a disparar

Ana Filipa Mendes de Magalhães Saraiva Mendes é apontada para presidente da Comissão de Auditoria. As ações do grupo registaram uma valorização de 23% nas últimas quatro sessões.

As ações da Impresa perderam esta segunda-feira 0,69%, para 0,1435 euros. Ainda assim, continuam muito perto dos máximos atingidos no último ano, graças a uma valorização de 23% nas últimas quatro sessões. Com os rumores de uma possível alteração acionista do grupo dono da SIC e do Expresso a avolumar-se, é de salientar ainda uma forte subida do volume transacionado face ao habitual nos últimos meses.

É também este o contexto em que se dá esta terça-feira a Assembleia Geral anual do grupo. Sem surpresas na ordem de trabalhos, da assembleia geral deve sair a nomeação de Ana Filipa Mendes de Magalhães Saraiva Mendes, atual vogal do Conselho de Administração e da Comissão de Auditoria para presidente deste órgão, substituindo assim Manuel Guilherme Oliveira da Costa, que renunciou ao cargo em abril.

Catarina do Amaral Dias Duff Burnay, atual vogal do Conselho de Administração, passa também a integrar a Comissão de Auditoria como vogal, juntando-se a Maria Luísa Anacoreta Correia, e a proposta é que não seja seja eleito novo administrador para integrar o Conselho de Administração, que fica com sete elementos.

Ratificar a cooptação de Pedro Simões de Almeida Bissaia Barreto como vice-presidente do conselho de administração do grupo até ao final do mandato, que termina em 2026, deliberar sobre o relatório de gestão do último ano e sobre a proposta de aplicação de resultados do exercício – transferência do prejuízo para a conta de resultados transitados – e proceder à apreciação geral da administração e da fiscalização da sociedade são os outros pontos que constam da convocatória.

A assembleia geral anual do grupo decorre num momento em que os rumores de eventuais alterações acionistas se tornam mais insistentes. Na última semana, recorde-se, os títulos da Impresa dispararam 19%, para um fecho nos 14 cêntimos. Este é o valor de encerramento mais alto em perto de um ano. Porém, mais significativo que o preço de fecho é o volume, que está fora do padrão habitual para as ações da dona da SIC e do Expresso.

A dona da SIC e do Expresso terminou o ano de 2024 com prejuízos de 66,2 milhões de euros. O número reflete uma perda, a título de imparidade, do goodwillda SIC.

“Em 2024, considerou-se que o ativo SIC, pelos resultados obtidos no último triénio, e tendo em conta as tendências do mercado onde se insere, perdeu valor e deixou de valer tanto como está registado contabilisticamente. Tendo sido revistos os pressupostos-chave utilizados nos testes de imparidade destes negócios, determinou-se uma perda por imparidade de goodwill no montante de 60,7 milhões de euros. Note-se que este valor também inclui uma imparidade que resulta da avaliação da Infoportugal, num valor naturalmente inferior ao da SIC”, explicava ao +M Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo.

“Importa salientar que, pela sua natureza, estas imparidades têm cariz meramente contabilístico e não têm impacto na atividade operacional do Grupo, nem comprometem a sua tesouraria”, assegurava.

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Taxa sobre os bancos mais perto de ser declarada inconstitucional

MP pediu ao TC para apreciar Adicional de Solidariedade sobre a banca, num processo que deverá culminar na inconstitucionalidade da medida com força obrigatória geral.

O Ministério Público solicitou ao Tribunal Constitucional a apreciação, “em sede de fiscalização abstrata sucessiva”, de duas das normas que regulam o Adicional de Solidariedade sobre o Setor Bancário (ASSB), avança o Jornal de Negócios. O pedido surge numa altura em que se contabilizam já 32 decisões, entre acórdãos e decisões sumárias, que concluíram pela inconstitucionalidade das normas em causa.

Segundo os especialistas, isto significa que será praticamente certo que os juízes do Palácio Ratton decidam pela inconstitucionalidade com força obrigatória geral do ASSB, uma medida criada em 2020 no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) e que representa, até 2025, uma receita na ordem dos 220 milhões de euros.

Uma das primeiras objeções ao adicional, e que será agora avaliada, tem a ver com o facto de, apesar de ter entrado em vigor em julho de 2020, ter sido aplicado com retroativos. A outra norma tem a ver com o que pode ser considerado uma “discriminação fiscal” da banca, na medida em que estará em causa um imposto que apenas incide sobre um setor — o bancário, no caso –, o que significará uma violação dos princípios da igualdade e da capacidade contributiva.

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Hoje nas notícias: banca, IRS e professores

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Ministério Público requereu a inconstitucionalidade com força obrigatória geral do Adicional de Solidariedade sobre o Setor Bancário. A Federação Nacional de Professores (Fenprof) estima que ainda há cerca de 24 mil alunos sem professor a, pelo menos, uma disciplina. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Adicional sobre a banca já tem fim à vista

O Ministério Público solicitou ao Tribunal Constitucional a apreciação, “em sede de fiscalização abstrata sucessiva”, de duas das normas que regulam o Adicional de Solidariedade sobre o Setor Bancário (ASSB). O pedido surge numa altura em que se contabilizam já 32 decisões, entre acórdãos e decisões sumárias, que concluíram pela inconstitucionalidade das normas em causa. Segundo os especialistas, isto significa que será praticamente certo que os juízes do Palácio Ratton decidam pela inconstitucionalidade com força obrigatória geral do ASSB, uma medida criada em 2020 e que representa, até 2025, uma receita na ordem dos 220 milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Contribuintes têm de pagar IRS até 1 de setembro, depois só a prestações e com juros

Para os contribuintes que na entrega da declaração anual de rendimentos terão de entregar à Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) mais alguma quantia, têm até ao dia 1 de setembro para saldar as contas, porque esse é o prazo legal para pagar o IRS para todos os que declararem os rendimentos até 30 de junho. No entanto, quem não consegue pagar tudo de uma vez até essa data, pode pedir ao Fisco para ir liquidando o imposto a prestações, o que implica, porém, pagar juros de mora ao Estado. Quem decidir pagar a prestações tem de fazer um pedido no Portal das Finanças ou numa repartição nos 15 dias seguintes à data-limite do pagamento.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Ainda há 24 mil alunos sem professor a pelo menos uma disciplina

Perto de terminar o ano letivo, a Federação Nacional de Professores (Fenprof) estima que na última semana cerca de 24 mil alunos não tinham aulas a, pelo menos, uma disciplina. Entre 19 e 23 de maio, João Pereira, o dirigente que fez os cálculos, contabilizou 296 horários por preencher em oferta de escola. “Se compararmos o número de horários e de horas a concurso, conseguimos estar ligeiramente pior do que há um ano”, refere, apontando que se não fossem as muitas horas extraordinárias e a contratação de não profissionalizados ou de técnicos especializados, para horários de Educação Especial ou de 1.º ciclo, a situação ainda seria “bem pior”.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Megaprojeto fotovoltaico prevê mais de um milhão de painéis solares nas traseiras da Comporta

Se obtiver as aprovações necessárias, a empresa Tecneira vai construir o Complexo Solar Fotovoltaico do Sado na Comporta. O projeto terá uma potência de 600 megawatts (MW) e prevê 1,1 milhões de painéis, instalados em estruturas com seguidores, que fazem os módulos irem mudando de posição ao longo do dia, seguindo o sol e maximizando a produção de eletricidade. Neste momento, o empreendimento aguarda resposta da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), uma etapa que antecede a fase de elaboração do estudo de impacte ambiental (EIA). Para já, a proposta foi submetida a uma consulta pública que irá durar até 11 de junho.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

“Há cada vez mais americanos a investir em imobiliário em Portugal no pós-Trump”, diz CEO da Keller Williams

O CEO da Keller Williams, Marco Tairum, assinala que o pós-pandemia e a instabilidade política criada com o regresso de Donald Trump à Casa Branca estão a levar a classe média norte-americana a emigrar para Portugal ou a transferir os seus investimentos imobiliários para o país, devido à instabilidade e à menor rentabilidade que estimam ter nos próximos anos nos Estados Unidos. A tendência “começou com o cliente tradicional, de gama alta”, mas o cliente norte-americano de classe média também está a entrar no mercado português “para habitação permanente e também a contribuírem para o aumento do negócio da intermediação de crédito, porque muitos deles também recorrem a financiamento em Portugal”, disse o responsável da mediadora imobiliária norte-americana em Portugal, em entrevista ao Jornal Económico.

Leia a entrevista completa no Jornal Económico (acesso pago)

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Empresas nacionais estimam prejuízos superiores a dois mil milhões com apagão

Maioria das empresas (67%) considera que deve ser compensada, com as formas de indemnização mais defendidas a serem "a compensação direta (43%) e a redução de tarifas ou impostos sobre energia (32%).

O apagão elétrico de 28 de abril poderá ter custado 2.000 milhões de euros às empresas nacionais, com 99% das sociedades que participaram num inquérito da Associação Industrial Portuguesa (AIP) a dizerem ter sido afetadas.

Num comunicado, a AIP disse que 71% das empresas “reportaram falhas em compromissos com clientes, como entregas e serviços”, sendo que os resultados evidenciam “fragilidades no plano energético”, mostrando que 57% das empresas não têm sistemas de energia de emergência, como geradores ou baterias de ‘backup’.

Por outro lado, “no plano financeiro, 99% das empresas afetadas indicaram prejuízos, tendo sido mais elevados no setor industrial. Estima-se que o prejuízo das empresas nacionais tenha sido superior a dois mil milhões de euros”, refere o comunicado.

Segundo os resultados do inquérito, a maioria das empresas (67%) considera que deve ser compensada, com as formas de indemnização mais defendidas a serem “a compensação direta (43%) e a redução de tarifas ou impostos sobre energia (32%)”.

O inquérito revela ainda “um forte consenso quanto à responsabilização, com 93% das empresas a defenderem que os governos de Portugal e de Espanha devem apurar responsabilidades e assumir compensações”.

Também a REE — Rede Elétrica de Espanha e a REN — Redes Energéticas Nacionais são consideradas pelas empresas “as principais responsáveis pelos prejuízos causados pelo apagão”.

O inquérito mostrou ainda que “49% das empresas ponderam apresentar queixa formal, enquanto 42% não tencionam fazê-lo”.

O inquérito aos impactos do apagão que afetou a Península Ibérica em 28 de abril auscultou 1.710 sociedades comerciais, entre 02 e 06 maio de 2025 em todo o território nacional.

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Lucros da Mota-Engil crescem 37% para 27 milhões no primeiro trimestre

  • Lusa e ECO
  • 7:41

Na Europa, cujo volume de negócios caiu 10% em termos homólogos, "o desempenho teve um decréscimo motivado exclusivamente pela alienação da Polónia no terceiro trimestre de 2024.

Os lucros atribuíveis ao grupo Mota-Engil atingiram, no primeiro trimestre, 27 milhões de euros, um aumento homólogo de 37%, adiantou a empresa, em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A empresa avançou ainda que vai pagar dividendos brutos por ação de 0,1497, a 12 de junho.

De acordo com um trading update, a Mota-Engil alcançou um volume de negócios de 1.365 milhões de euros, crescendo 1% em termos homólogos e um EBITDA (resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) de 215 milhões de euros, mais 10% do que no primeiro trimestre de 2024.

Segundo o grupo, este foi “o melhor desempenho de sempre num primeiro trimestre”. Mas, apesar do desempenho as ações arrancaram o dia a negociar em terreno negativo, uma um aqueda que chegou a ser superior a 2%.

No comunicado, a Mota-Engil deu conta de que “ao nível do desempenho das diversas áreas de negócio, merece destaque o crescimento de 60% da faturação em África para 506 milhões de euros“, com um EBITDA de 119 milhões de euros, tendo sido “impulsionado pela duplicação da atividade no segmento de Engenharia Industrial e que colocam atualmente a Mota-Engil como o maior operador de Contract Mining em todo o continente africano”.

Na Europa, cujo volume de negócios caiu 10% em termos homólogos, “o desempenho teve um decréscimo motivado exclusivamente pela alienação da Polónia no terceiro trimestre de 2024 (mercado que contribuiu com 33 milhões de euros de faturação no primeiro trimestre de 2024)”, referiu.

A América Latina, por sua vez, continuou “a ser o maior contribuinte para o volume de negócios do negócio de Engenharia e Construção” com 557 milhões de euros, tendo-se verificado “um decréscimo de 22% pela conclusão do maior projeto ferroviário executado na América Latina nos últimos anos, o Tren Maya no México, e a alteração no método de consolidação de algumas concessões mexicanas”.

O grupo destacou a manutenção da carteira de encomendas nos 15 mil milhões de euros, “refletindo os contratos celebrados no primeiro trimestre e que totalizaram 515 milhões de euros, com a maior relevância da carteira a manter-se nos ‘core markets’ de Angola (23%), México (17%) e Nigéria (13%)”.

A empresa realçou ainda que o “volume de negócios resiliente reflete a forte contribuição de África, a qual representa 60% da carteira” de Engenharia e Construção.

Artigo atualizado com o comportamento em bolsa

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“Os nossos clientes são os espectadores e os anunciantes e não os partidos ou deputados”, diz Ricardo Costa

“Qualidade da cobertura foi assimétrica a favor do PS e PSD em relação ao Chega”, admite Ricardo Costa, que recusa críticas aos comentadores. A reflexão é urgente, dizem especialistas ouvidos pelo +M.

A SIC está confortável com os seus comentadores, como, aliás, as audiências o demonstram. Os nossos clientes são os espectadores e os anunciantes e não partidos, dirigentes ou deputados, que gostavam que as televisões fossem seus espelhos”. É assim que Ricardo Costa, desde janeiro chief content officer do grupo Impresa, reage à polémica que teve início na noite das eleições, quando Sebastião Bugalho, que regressou como comentador à CNN Portugal em abril, defendeu no rescaldo do resultado das eleições, que a comunicação social e as televisões devem fazer uma reflexão, sob o risco de “as pessoas que as ouvem ou veem acharem que estão numa realidade alternativa“.

“Temos que nos perguntar como tivemos estes dois meses e meio em que as televisões, praticamente todos os dias, diziam o mesmo que o Partido Socialista, que o primeiro-ministro era desonesto, que o primeiro-ministro era desonesto, que o primeiro-ministro era desonesto e agora, no fim do dia, a expressão popular sobre essa situação é antagónica e oposta àquilo que estava nas televisões”, atirou o eurodeputado no estúdio da CNN, quando confrontado com a maioria de direita que resulta das eleições.

Três dias depois, André Ventura, em entrevista à TVI, voltava a falar sobre o desfasamento entre o comentário e o resultado eleitoral. “Isso é outro ajuste de contas que temos que fazer… [os comentadores diziam] ‘perdeu todos os debates, todos. Não há hipótese, o homem é uma nódoa. O homem é uma nódoa, isto vai ser um desastre’. Pois o povo português saiu de casa para dizer ‘oh senhores, ou vocês mudam, ou nós um dia mudamos por vocês’”, exclamava Ventura na entrevista em que se assumia como líder da oposição.

A SIC revê regularmente o seu quadro de comentadores, e fê-lo substancialmente nos últimos 12 meses,. A SIC nunca age em função de pressões externas, muito menos quando essas pressões são políticas.

Ricardo Costa

Quem tem responsabilidade nos media, tem de perceber se quer uma de duas coisas: ou quer ter pessoas em estúdio que representam as pessoas em casa, ou quer ter uma bolha de pessoas iluminadas que acham que vivem num mundo qualquer que não é o nosso. E que é fixe para discutir, beber um chá, mas depois não valem nada em termos de representatividade”, prosseguia o líder do Chega na entrevista a José Alberto Carvalho.

André Ventura referia-se sobretudo às derrotas pós debate que os comentadores da SIC Notícias e CNN Portugal lhe deram durante o mês de abril. Ora se as notas dos comentadores fossem vertidas para as urnas, Pedro Nuno Santos seria o vencedor das eleições de 18 de maio e André Ventura apenas ganharia a Inês Sousa Real (CNN) ou a Inês Sousa Real e Paulo Raimundo (SIC Notícias). As contas foram feitas pela CNN Portugal, que analisou ainda as notas dadas pelo Expresso e Observador. Juntando à média das televisões os dois jornais, André Ventura seria mesmo o grande derrotado destas eleições.

Mas é suposto as classificações dadas nos debates refletirem o voto dos portugueses? “Tem pouca lógica de repente toda a gente querer usar como métrica sobre o que é sucesso televisivo as notas de debates. Nunca a aferição de um resultado eleitoral serviu para aferir a qualidade da cobertura jornalística”, reforça o ex-diretor de Informação da SIC e ex-diretor da SIC Notícias.

A performance que se faz de um debate não tem que ver com resultado eleitoral, reitera Ricardo Costa. “Se fosse assim, nunca se podia dar a vitória a um partido minoritário”, exemplifica. Quanto aos comentadores, o administrador do grupo Impresa lembra que a SIC “revê regularmente o seu quadro de comentadores, e fê-lo substancialmente nos últimos 12 meses”.

“A SIC nunca age em função de pressões externas, muito menos quando essas pressões são políticas”, garante em conversa com o +M.

A comunicação social não é a única [a necessitar de reflexão], mas também não é a excepção. Não pode transformar o escrutínio em ativismo, nem deixar de fazer o escrutínio.

Sebastião Bugalho

Nos últimos 12 meses, e a título de exemplo, Ricardo Costa refere a saída de Marques Mendes, de José Miguel Júdice, de Maria Castelo Branco, de Gonçalo Ribeiro Telles ou de Germano Almeida, que era o principal comentador de EUA.

O espaço de Marques Mendes foi ocupado por Nuno Rogeiro e José Milhazes – com grande sucesso, ganhando todos os domingos sem exceção ao Portas –, Júdice foi substituído por Miguel Morgado e Pedro Gomes Sanches sucede a Gonçalo Ribeiro Telles.

“Se deve haver uma maior abrangência dos políticos comentadores? Sim. Mas os comentadores estão na televisão pela sua qualidade. Não vamos fazer quotas, era o que mais faltava”, assegura.

Também contactado pelo +M, Nuno Santos, diretor da CNN Portugal e diretor de informação da SIC preferiu não comentar o tema.

“A qualidade da cobertura foi assimétrica a favor do PS e PSD em relação ao Chega”

Quanto à afirmação de Sebastião Bugalho, Ricardo Costa acredita que o ex-comentador da SIC e eurodeputado do PSD pretendia dizer outra coisa, que há uma alteração sociológica do país e que os media não a estão a espelhar.

Sebastião Bugalho prefere igualmente não alimentar a discussão. “Temos de refletir. A comunicação social não é a única [a necessitar de reflexão], mas também não é a exceção. Não pode transformar o escrutínio em ativismo, nem deixar de fazer o escrutínio. Os que transformam o escrutínio em ativismo descredibilizam o escrutínio”, acrescentou o ex-jornalista e comentador ao +M.

À necessidade de reflexão, Ricardo Costa não se furta. “Sim, há uma alteração sociológica profunda no país, que começou há um ano e se acentua. Devemos ter capacidade de cobrir essa alteração e de a antecipar, para não parecer que somos sempre surpreendidos”, admite.

Separando a questão dos comentadores da cobertura feita pelos jornalistas, o ex-diretor da SIC Notícias reconhece que, “objetivamente, a qualidade da cobertura foi assimétrica a favor do PS e PSD em relação ao Chega”. A explicação é simples e válida tanto para televisões como para outros meios, as redações estão muito habituadas a cobrir PS e PSD e fazem-no com “capacidade e qualidade”.

Os leitores de jornais têm informação de muito mais qualidade sobre os outros partidos do que sobre o Chega”. No caso das televisões, a cobertura do partido de André Ventura é quantitativamente elevada, o que não significa que o seja qualitativamente, admite.

“Quando o jornalismo está frágil, fazem um erro fatal que é tentar reproduzir a lógica das redes, com entretenimento ligeirinho”

A reflexão é também considerada urgente pelos especialistas em media ouvidos pelo +M. “Muita gente, entre políticos e jornalistas, acha que o que pensam é a verdade para os comuns dos mortais. Mas os comuns dos mortais estão preocupados com coisas mais comezinhas como terem dinheiro para comer, uma escola que ensine e onde haja aulas é uma sorte, transportes públicos que não estejam tantas vezes parados. Há mais, mas fico por aqui”, resume Manuel Falcão.

A oratória da bolha política não fala disto e os comentadores muitas vezes não fazem ideia das dificuldades que muitas pessoas têm. Por isso é que muitas vezes votam de forma inesperada para quem não tem problemas desses”, aponta o cronista e ex-diretor-geral da Nova Expressão.

Muita gente, entre políticos e jornalistas, acha que o que pensam é a verdade para os comuns dos mortais. Mas os comuns dos mortais estão preocupados com coisas mais comezinhas como terem dinheiro para comer, uma escola que ensine e onde haja aulas é uma sorte, transportes públicos que não estejam tantas vezes parados.

Manuel Falcão

Eduardo Cintra Torres vai mais longe. Na opinião do crítico de televisão, “as pessoas que comentam, amaldiçoam em excesso as redes sociais, quando são as fugas de muitos espectadores ao inculcamento que as televisões tentaram fazer, através dos comentadores e não só”.

Há uma superioridade moral, de jornalistas e comentadores, que é difícil de tolerar. Superioridade moral é do prior, na missa”, atira Cintra Torres, na opinião de quem “os comentadores estavam contra o Chega e a informação contra a AD”. Quanto a Ventura, é a “atração pelo abismo”.

“Somos contra o Chega, mas somos a favor de entrevistar o Ventura, porque dá luta e audiências” defende. “As campanhas são feitas porque há um acordo perverso, não escrito, entre media televisivo e partidos. Vamos a sítios onde há duas pessoas do Livre. As televisões fomentam o tipo de campanhas que temos, há uma aliança perversa, um espectáculo que tem dose ficcional”, prossegue, dando como exemplos o mergulho de Montenegro, a ida a Fátima ou Pedro Nuno Santos a andar de mota.

“O fato de banho diz que não tem medo de se mostrar. Andar de mota que é jovem. Há um significado simbólico, certamente tudo foi estudado, mas o que acrescenta?”, questiona.

“Há uma superioridade moral, de jornalistas e comentadores, que é difícil de tolerar. Somos contra o Chega, mas somos a favor de entrevistar o Ventura, porque dá luta e audiências”.

Eduardo Cintra Torres

Na opinião de Cintra Torres há, ainda, a “economia do comentário”.

“Os canais de informação, mas também os outros, precisam de comentadores porque precisam de inculcar opiniões. Mas, sobretudo, porque é muito mais barato do que fazer jornalismo na rua, do que estar com o povo”, conclui. O

crítico televisivo deixa ainda outro alerta. “Para responder a muita gente sobre o facto de estarem desligados do país e dentro de bolha mediática, os comentadores vão reorientar a sua própria opinião, quando preferia que continuassem a dar 20 ao Pedro Nuno Santos e 0 ao Ventura”, remata.

Para Nuno Artur Silva, o problema é mais profundo. “Começa nos comentadores darem notas. Estão a transformar o jornalismo numa coisa absolutamente ridícula, a transformar a política numa espécie de patinagem artística”, diz o e-xsecretário de Estado com a pasta da comunicação social.

“Em vez de debate de ideias, a pergunta é ‘ias jantar com quem’. De repente são os humoristas que ocupam o lugar de jornalistas. Se transformamos as eleições no Big Brother, com entretenimento barato, e damos notas tipo patinagem artística, então não se admirem”, diz o ex-administrador da RTP.

Em vez de debate de ideias, a pergunta é ‘ias jantar com quem’. De repente são os humoristas que ocupam o lugar de jornalistas. Se transformamos as eleições no Big Brother, com entretenimento barato, e damos notas tipo patinagem artística, então não se admirem.

Nuno Artur Silva

Com o centro comunicacional a passar da televisão para as redes sociais, toda a gente tem uma opinião e vive nas suas bolhas, prossegue. “Há uma mudança de paradigma. As televisões servem apenas para gravar coisas, que depois são reproduzidas na net. É na net que as coisas se jogam”, diz Nuno Artur Silva.

Depois, no digital, e sem intermediação, para obter bons resultados eleitorais um partido não precisa de ter grande coerência nem propostas e para as pessoas é suficiente a perceção. “Basta dar eco ao descontentamento: ‘ressentidos de todo o mundo, uni-vos’. Está em crescimento, mas não é um fenómeno português”, diz sobre a votação nos partidos de extrema-direita.

Quando o jornalismo está frágil, por falta de modelo de negócio, as televisões fazem um erro fatal que é tentar reproduzir a lógica das redes, com entretenimento ligeirinho”, aponta o ex-administrador da RTP, salientando ainda a “promiscuidade” das pessoas “que vão da política para o comentário e do comentário para a política”.

Ainda há jornalismo sério e comentário sério, mas estamos muito no entretenimento ligeiro”, lamenta o fundador da Produções Fictícias.

Quanto a lições para o futuro? “É começar por perceber que não podemos encarar uma realidade nova com premissas antigas. Não podemos pensar a política hoje da mesma forma de há 10 anos. E os comentadores estarem ali sentado, a analisar da mesma maneira a política, como se fosse apenas uma crise política. Estamos noutro mundo, exige outro tipo de abordagem”, conclui.

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UE recebe quase 50% do gás natural liquefeito dos EUA. Há “risco relevante”, defendem analistas

O gabinete de estatística europeu assinala uma diminuição das importações de gás e produtos petrolíferos russos. Contudo, os EUA passam a dominar no gás natural liquefeito.

As importações da União Europeia de combustíveis fósseis russos caíram no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o trimestre homólogo de 2021. É verdade para os produtos petrolíferos, gás natural e gás natural liquefeito (GNL), embora neste último a descida seja muito ligeira e os Estados Unidos tenham ganhado a dianteira, com um peso de quase 50% nas importações deste gás.

Os analistas consultados pelo ECO/Capital Verde consideram que os EUA continuam a ser um parceiro mais fiável que a Rússia, apesar da imprevisibilidade política que o presidente norte-americano, Donald Trump. Mas o ideal, defendem, é continuar o caminho da diversificação. Já em relação a continuar a diminuir as importações da Rússia, concordam que é possível, embora alguns sejam mais cautelosos face ao efeito que poderia ter nos preços da energia.

Segundo dados do Eurostat, entre o primeiro trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2025, verificou-se uma redução de cerca de 50% nas importações de gás natural da Rússia pela UE, o que resultou também numa redução da dependência energética de 40% para cerca de 20%. Contudo, a Rússia ainda pesa 17% nas importações de gás natural e 19% no que diz respeito ao gás natural liquefeito.

A redução da dependência de gás russo [a partir de 2025] é economicamente possível”, defende o think tank Bruegel, que considera que os desenvolvimentos estão dependentes de vontade política. “É crítico que se estabeleçam regulações vinculativas para cessar as importações de gás russo e assegurar que os governos nacionais as aplicam”, conclui a analista do Bruegel, Ugnė Keliauskaitė, ao mesmo tempo que admite que “a procura da Europa por gás deverá cair, o que permite à Europa ser mais seletiva em relação às suas fontes”.

Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa, concorda que “a UE tem condições para continuar a reduzir as importações de energia fóssil da Rússia em todos os segmentos”.

Já Vítor Madeira, analista na XTB, descreve como “questionáveis” as condições para diminuir a dependência, uma vez que “uma transição total para outros fornecedores ou para fontes renováveis não parece compensar em termos económicos, uma vez que a aceleração desse processo teria um impacto agressivo nos preços”. Contudo, vê ainda margem para investir em contratos de longo prazo com fornecedores como os Estados Unidos, o Qatar e países africanos.

Henrique Valente fala de “graus de dificuldade distintos”. Enquanto diminuir as importações de carvão e de petróleo foi mais simples, “o verdadeiro desafio está no GNL, cuja redução é limitada por contratos de longo prazo ainda em vigor com empresas russas e pela ausência, até agora, de sanções formais”. Medidas políticas mais firmes, diversificação e uma aposta reforçada na transição energética, de forma a reduzir os consumos de gás, são as soluções apresentadas.

GNL desce apenas ligeiramente. EUA ganham

As importações de gás natural liquefeito a partir da Rússia desceram de 22% no primeiro trimestre de 2021 para 19% no primeiro trimestre de 2025. A Rússia manteve-se desta forma no segundo lugar na lista de parceiros dos quais a União Europeia importa este gás, com uma ligeira quebra. Sobre a descida ligeira, o analista da XTB, Vítor Madeira, assinala que se relaciona com “o facto de o GNL representar apenas uma fração do total de gás natural importado pela UE“. Ao mesmo tempo, relata Henrique Valente, analista da ActivTrades Europe, ao contrário do gás natural transportado por gasoduto, não há sanções diretas ao GNL russo por parte da UE, devido à falta de alternativas.

Em 2024, a UE aumentou mesmo as importações de GNL russo para 16,5 milhões de toneladas, um valor recorde, assinala Paulo Rosa, economista sénior do Banco Carregosa. Uma subida que foi reflexo da necessidade de garantir segurança energética a curto prazo, indica.

A alteração mais relevante no âmbito das importações deste gás foi a subida dos Estados Unidos, de 24% para 48%, que contrabalançou uma queda relevante da Nigéria, de 16% para 5%.

A sobredependência de uma só fonte é arriscada“, considera Ugnė Keliauskaitė, analista do Bruegel. Para Paulo Rosa, a atual quota de 48% “constitui um risco relevante“, já que deixa o bloco europeu “vulnerável” a alterações políticas, económicas ou logísticas nos EUA, como mudanças de governo, alterações nas prioridades energéticas internas ou restrições à exportação. Ao mesmo tempo, “uma dependência excessiva pode afetar a estabilidade de preços e limitar o poder negocial da UE”, continua Rosa.

“Qualquer dependência significativa de um fornecedor externo representa um risco estrutural para a segurança energética” e “os Estados Unidos não são exceção a essa regra”, reforça Vítor Madeira. Contudo, “é preferível para a UE depender de um parceiro aliado, como os EUA, do que de um fornecedor como a Rússia”, ressalva Madeira.

A analista do Bruegel também considera que “comparando a Rússia e os Estados Unidos, o GNL dos Estados Unidos é uma fonte de gás muito mais confiável“. Henrique Valente concorda, “apesar da atual política protecionista dos EUA”, pois “a instabilidade política do Kremlin e o uso da energia como instrumento de pressão representam uma ameaça significativamente mais grave”.

Vítor Madeira sublinha ainda que o GNL representa apenas cerca de 37% do total do gás consumido na UE, pelo que “podemos concluir que a UE se baseia numa matriz de fornecimento relativamente diversificada, conseguindo mitigar o risco de dependência exclusiva de um único fornecedor”. Já Valente acredita que faz sentido continuar a diversificar, afastando-se da situação de um fornecedor dominante.

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As importações de gás natural a partir da Rússia desceram dos 48% registados entre janeiro e março de 2021 para 17% no período homólogo deste ano. A Argélia tornou-se assim o maior parceiro, com uma quota de 30% (mais 5 pontos percentuais), seguida da Noruega, que aumentou 11 pontos pontos percentuais para os 26%.

De acordo com o Bruegel, na Europa, os maiores volumes do gás liquefeito russo têm como destino a Hungria e a Eslováquia, embora Espanha, Bélgica e França importem “volumes significativos” deste combustível. “Estes países não estão, contudo, dependentes do gás russo. Importam-no porque compensa financeiramente”, escreve o mesmo analista.

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No início de 2021, a Rússia era o principal fornecedor de combustíveis petrolíferos da União Europeia, com uma quota de 29%, igual à que cabia a “outras nações” e muito acima dos 8% que contribuíam os Estados Unidos, Noruega e Cazaquistão, individualmente. No entanto, na sequência da guerra com a Ucrânia, o bloco europeu baniu as importações de petróleo em dezembro de 2022, ação à qual se seguiu um embargo em relação aos produtos petrolíferos refinados. Neste sentido, as importações destes combustíveis a partir da Rússia caíram para uma fatia mínima, de 2%.

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O petróleo russo só chega à União Europeia através do corredor de Druzhba, que está isento de sanções. No entanto, alerta o Bruegel, o petróleo russo representa mais de 80% das importações de petróleo para a Eslováquia e Hungria.

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5 coisas que vão marcar o dia

A Altice Portugal apresenta os resultados do primeiro trimestre e arranca a contagem de votos da emigração. Termina prazo para recusar dar dados à Meta AI.

No dia em que a Altice Portugal apresenta os resultados referentes ao primeiro trimestre do ano, a Mota-Engil irá publicar um trading update referente ao mesmo período. Arranca a contagem de votos da emigração e termina prazo para recusar dar dados à Meta AI. Conheça os temas que vão marcar a atualidade.

Altice Portugal apresenta resultados do primeiro trimestre

A Altice Portugal revela esta terça-feira os resultados do primeiro trimestre. O ano passado, as receitas da dona da Meo subiram 0,7% face ao ano anterior, para 2.775 milhões de euros. Excluindo o negócio da Altice Labs, as receitas aumentaram 5,4% face a igual período do ano anterior.

INE apresenta dados económicos

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga o inquérito à Avaliação Bancária na Habitação relativo a abril e revela ainda os resultados dos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores referentes a maio.

Mota-Engil apresenta trading update

Esta terça-feira, a Mota-Engil irá publicar um trading update referente ao primeiro trimestre do ano, depois de financiar-se em 95 mil milhões de euros por via de um empréstimo obrigacionista sustentável a cinco anos junto de mais de 4 mil investidores. A construtora captou o valor máximo previsto nesta emissão, após ter feito uma revisão em alta do montante envolvido.

Arranca a contagem de votos da emigração

Está marcado para esta terça-feira o início da contagem dos votos da emigração a partir das 9h00 no pavilhão 3 do Parque das Nações. A contagem prolonga-se até dia 28. Até sexta-feira passada tinham chegado a Portugal 296.283 cartas com os boletins de voto dos portugueses residentes no estrangeiro, o que representa 18,77% dos eleitores inscritos.

Termina prazo para recusar dar dados à Meta AI

Os utilizadores europeus das plataformas da Meta que queiram opor-se à utilização dos seus dados para treinar os modelos de inteligência artificial (IA) generativa têm até esta terça-feira para o fazer através de um formulário.

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