Escândalo das emissões provoca baixa na galinha dos ovos de ouro da Volkswagen
Um dos engenheiros chave da Audi foi afastado depois de se descobrir que sabia da manipulação dos níveis de emissões quando aceitou o cargo.
Mais um solavanco no caminho da recuperação de credibilidade da Volkswagen. Stefan Knirsch, responsável pelo desenvolvimento e um dos engenheiros chave da Audi, a maior fonte de lucros do grupo Volkswagen, deixou a fabricante automóvel esta semana, depois de uma investigação ter demonstrado que o responsável sabia da manipulação das emissões de gases poluentes quando assumiu o cargo.
Knirsch, um veterano que pertencia aos quadros da Audi desde 1990, foi escolhido para suceder a Ulrich Hackenberg, que foi afastado da empresa na primeira fase das investigações, logo depois de o escândalo das emissões poluentes ter implodido, lembra a Bloomberg, que avança a notícia.
Sobre a saída de Knirsch, o vice-presidente do conselho de supervisão do grupo alemão, Berthold Huber, diz apenas: “Deixámos claro, desde o início”, que não poupamos grande nomes na investigação e vamos atuar quando for necessário”. A Audi, por seu lado, não adiantou as razões da saída do seu diretor de desenvolvimento.
Independentemente das razões, é um golpe duro para a Volkswagen. A Audi é um elemento fundamental do grupo alemão, contribuindo com a maior fatia dos lucros e servindo de incubadora para a tecnologia de ponta que serve várias marcas do grupo. A marca de luxo tem estado, contudo, sob suspeita no último ano, desde que rebentou o escândalo das emissões poluentes, por se acreditar que os seus executivos podem ter desempenhado um papel importante nessa fraude.
Na semana passada, as suspeitas acentuaram-se, depois de a revista alemã Der Spiegel ter divulgado um relatório que liga Rupert Stadler, o presidente executivo da Audi, ao epicentro da crise. Um outro relatório, também divulgado na semana passada, sugere que alguns executivos de topo da marca alemã saberiam das manipulações há quase uma década. Alguns funcionários, contactados por advogados, acusam mesmo Stadler de saber das manipulações desde 2010. Já a 21 de setembro, o jornal alemão Sueddeutsche Zeitung avançou que os investigadores descobriram correspondência eletrónica, que recua até 2007, entre um engenheiro da Audi e um grupo vasto de executivos, onde o engenheiro diz que cumprir com os limites de emissões de gases poluentes impostos nos EUA não seria possível sem fazer batota.
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