Corretores de seguros querem regras mais rigorosas para o acesso à profissão
O presidente da Associação Profissional de Produtores de Seguros fala ao ECO a propósito do 8.º Congresso da Mediação de Seguros, que decorre esta sexta-feira no Centro de Congressos do Estoril.
A nova Lei da Intermediação de Seguros vai permitir a definição de regras mais exigentes para o acesso à profissão. Por um lado, vai implicar uma redução do número de profissionais habilitados, mas, por outro, vai garantir um melhor serviço ao cliente. É nisso que acredita Luís Cervantes, presidente da Associação Profissional de Produtores de Seguros (APROSE), que falou ao ECO a propósito do 8.º Congresso da Mediação de Seguros, que decorre esta sexta-feira no Centro de Congressos do Estoril.
O encontro desta sexta-feira, que junta 600 profissionais do setor, entre mediadores, seguradoras e reguladores, vai debater, precisamente, a profissionalização do setor, bem como a concorrência com a banca e os desafios que a economia digital traz para o setor, entre outros temas.
Sobre a nova lei e a profissionalização do setor, Luís Cervantes defende um acesso mais restrito à profissão. “Aguardamos com expectativa o desenho final da nova lei, que vai resultar da aplicação da diretiva europeia para o setor. Do ponto de vista dos mediadores de seguros, o desafio é grande, mas acreditamos que vem ao encontro de algo por que sempre nos batemos: regras exigentes de profissionalização do setor”, diz ao ECO.
"Existem hoje 23 mil entidades habilitadas na mediação de seguros, mas muitas delas não geram negócio que permita que as consideramos profissionais.”
O presidente da APROSE sublinha que “não há forma de garantir a proteção do consumidor sem maior profissionalização” e, por isso, assume que uma redução do atual número de mediadores pode justificar-se.
“Existem hoje 23 mil entidades habilitadas na mediação de seguros, mas muitas delas não geram negócio que permita que as consideramos profissionais. É por isso que defendemos — e queremos ver isso na nova lei — um incremento dos requisitos de acesso e manutenção na atividade, que passam por critérios de formação contínua e de volumes mínimos de atividade que permitam evidenciar o grau profissionalização da atividade”, salienta.
“Simultaneamente, todos os novos modelos que pretendam desenvolver a sua atividade na distribuição de seguros deverão estar regidos por uma lei de mediação que garanta uma concorrência leal”, acrescenta.
Sobre os desafios que o setor enfrenta, Luís Cervantes aponta que “os mediadores não podem estar de braços cruzados a ver a evolução do setor acontecer, sem dar resposta às exigências de um cliente cada vez mais sofisticado”. E acrescenta: “toda a evolução no sentido de aumentar o reconhecimento da qualidade de serviço da mediação e adaptação aos novos desafios terá como principal resultado a desvalorização de outros modelos alternativos que pretendam entrar no setor”.
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