Queda na poupança. Já saíram 2.500 milhões
Os depósitos continuam a ser o "porto seguro" das poupanças das famílias portuguesas. Mas está a começar a sair dinheiro. Setembro foi o segundo mês consecutivo de fuga.
Onde é que as famílias têm o dinheiro que poupam? Uma grande parte elege os depósitos. Há mais de 140 mil milhões de euros nestes produtos comercializados pela banca, mas o valor já foi bem mais elevado. Setembro foi o segundo mês consecutivo de quebra no saldo, elevando para mais de 2.500 milhões de euros o montante que desapareceu das contas. Foi mais de metade do que tinha sido captado este ano.
Os portugueses tinham, no final de setembro, 140.202 milhões de euros em depósitos, de acordo com os dados revelados pelo Banco Central Europeu (BCE). Este valor compara negativamente com os 140.691 milhões em agosto e os 142.779 em julho. Depois da quebra de 2.088 milhões de euros registada em agosto, o saldo voltou a cair no último mês (489 milhões), elevando para 2.577 milhões a fuga em apenas dois meses.
É a maior quebra em dois meses desde que existe histórico (2003), tendo desaparecido 1,8% do saldo total dos depósitos das famílias portuguesas. E a quebra é ainda mais expressiva se se tiver em conta que o valor que desapareceu dos depósitos nestes dois meses corresponde a mais de metade de todo o valor que tinha sido captado até julho. Tinham sido captados 4.934 milhões. O saldo no ano é, agora, de 2.357 milhões.
Depósitos recuam pelo segundo mês consecutivo
A prazo, mas pronto a usar
Dos 489 milhões de euros que desapareceram das contas das famílias portuguesas apenas no mês de setembro, a quase totalidade foram euros que estavam em contas a prazo, ou seja, a serem remunerados. Saíram 420 milhões de euros destas aplicações contra apenas 69 milhões de euros de dinheiro à ordem.
Registou-se uma quebra nas aplicações a prazo entre um e dois e mais de de dois anos, segundo dados do BCE. Uma evolução negativa que levou o saldo de dinheiro em aplicações remuneradas a descer para 100.541 milhões de euros. Registou-se uma quebra face aos 100.961 milhões de euros de agosto, sendo que em julho estavam a prazo 101.433 milhões.
Os depósitos a prazo têm vindo a perder atratividade junto das famílias portuguesas fruto da consecutiva quebra das taxas de juro oferecidas pelas instituições financeiras perante a política monetária implementada pelo BCE. A taxa média das novas aplicações oferecidas pela banca baixou em agosto para menos de 0,4%, o nível mais baixo de sempre.
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