Cimpor multiplica prejuízos. A culpa é do Brasil
A cimenteira fechou os primeiros nove meses com prejuízos de quase 590 milhões de euros. As vendas de cimento voltaram a cair no terceiro trimestre.
A Cimpor fechou o terceiro trimestre do ano com um resultado líquido negativo de 589,1 milhões de euros, face aos 42,7 milhões de euros de prejuízos registados no período homólogo, divulgou hoje a empresa.
De acordo com o relatório da cimenteira enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), “os resultados financeiros permanecem penalizados pelo efeito cambial ao longo do ano, embora no terceiro trimestre estivessem em linha com o período homólogo”.
O resultado líquido do terceiro trimestre foi negativo e ficou 30 milhões de euros aquém do trimestre homólogo de 2015, passando de -29,9 milhões de euros para -60,7 milhões de euros.
Já em termos acumulados de janeiro a setembro deste anos, “registaram uma perda de 589 milhões de euros, marcados pela imparidade de 452 milhões no ‘goodwill’ (Brasil) registada no segundo trimestre de 2016”.
O EBITDA [lucros antes de juros, impostos, amortização e depreciação] teve uma quebra de 33,1% nos primeiros nove meses do ano para os 264,6 milhões de euros, face aos 395,7 milhões de euros registados no período homólogo de 2015, “um abrandamento limitado a 15% se excluído o efeito cambial”.
No entanto, a Cimpor destaca que, face a 2015, “os primeiros efeitos das novas iniciativas comerciais e de aumento de eficiência revelam-se na subida de um ponto percentual na margem de EBITDA trimestral para 19.6%”.
Quanto ao fluxo de caixa no terceiro trimestre, este regrediu face ao trimestre homólogo, passando de 23 milhões de euros para -17 milhões de euros, embora tenha recuperado face ao primeiro semestre de 2016.
No acumulado, entre janeiro e setembro, o fluxo de caixa da Cimpor fixou-se nos -234 milhões de euros.
A cimenteira fechou o terceiro trimestre com uma dívida líquida de 3.421 milhões de euros e com um capital próprio consolidado negativo que ascende a 1.191 milhões de euros nas contas individuais da Cimpor.
Quanto às vendas, atingiram seis milhões de toneladas no terceiro, conduzindo a 18 milhões de toneladas nos primeiros nove meses do ano.
O volume de negócios “refletiu o impacto cambial adverso e as vendas de ativos de betão e agregados” justifica a empresa, acrescentando que “o ajuste do preço médio de cimento (+16%) num contexto de inflação de custos compensou a quebra de volumes observada no terceiro trimestre”.
“Recentemente Brasil recuperou, Argentina retomou dinâmica de consumo e Paraguai acelerou ritmo de crescimento. África melhorou performance”, destaca a empresa no relatório, sinalizando que a Cimpor “prosseguiu uma reestruturação focada na assertividade comercial e no aumento de eficiência – ajustando a rede industrial, otimizando a matriz energética e redimensionando o suporte às operações – preparando-se para captar o potencial da reversão dos ciclos de mercado”.
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