Caixa reduziu imparidades em 32% nos últimos cinco anos
Entre 2011 e 2015, a Caixa Geral de Depósitos foi obrigada a contabilizar provisões e imparidades de quase seis mil milhões de euros.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem vindo a conseguir reduzir as imparidades nos últimos anos e já conseguiu cortar este indicador em mais de 56%, mas continua a ter um significativo volume de crédito em risco de não ser pago.
No final de 2015, as provisões e imparidades totalizavam 716,45 milhões de euros, menos 56% do que os 1,65 mil milhões registados em 2011. A maior queda deu-se de 2012 para 2013, quando as provisões e imparidades se reduziram em 331 milhões de euros. Em 2015, a queda face a 2014 foi de 233 milhões de euros.
Considerando apenas as imparidades do crédito, a trajetória não foi sempre de queda. Em 2012, por exemplo, as imparidades do crédito chegaram a ultrapassar os mil milhões de euros, depois de terem estado nos 825 milhões em 2011. Voltaram a baixar para a casa dos 800 milhões em 2013 e conheceram uma melhoria significativa de 2014 para 2015, período em que as imparidades do crédito se reduziram em quase 297 milhões de euros.
Feitas as contas, entre 2011 e 2015, período em que o banco público foi liderado por José de Matos, a Caixa foi obrigada a contabilizar provisões e imparidades de quase 6 mil milhões de euros, resultado das operações de risco realizadas pelas administrações anteriores. Em causa estão, por exemplo, as operações feitas com o grupo do setor petroquímico La Seda Barcelona, com as quais as CGD arrisca perder 900 milhões de euros.
Entre os maiores bancos nacionais, o BCP e o Novo Banco conseguem ter ainda pior desempenho que a Caixa. O banco liderado por Nuno Amado fechou 2015 com 994 milhões de euros em provisões e imparidades, enquanto o Novo Banco tinha imparidades de 1.057 milhões no final do ano passado. No BPI, por outro lado, este indicador totalizou apenas 137 milhões de euros.
Por apurar estão ainda as imparidades de 2016, fator que, aliás, adiou a injeção de capital na CGD para o próximo ano. É desse apuramento que irá resultar o valor exato do dinheiro que o Estado vai injetar no banco público. Ainda não há números, mas calcula-se que as provisões deverão ser superiores a mil milhões de euros.
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