90% das empresas de informação e comunicação são microempresas
As telecomunicações, representativas de 6% das empresas desde setor, detinham a maior parcela do volume de negócios do setor.
O setor das atividades de informação e comunicação era em 2015 responsável por 3% das empresas em Portugal, 4% da faturação e 3% do emprego, sendo dominado em 90% por microempresas, divulga hoje o Banco de Portugal (BdP).
Segundo a “Análise do Setor das Atividades de Informação e Comunicação” do BdP, que avalia a situação económica e financeira da atividade entre 2011 e 2016, em 2015 existiam 11 mil empresas no setor, cuja relevância se manteve “relativamente inalterada” face a 2011 e apenas registou um aumento de 0,6 pontos percentuais (p.p.) em termos de pessoas ao serviço.
De acordo com as conclusões do trabalho, entre 2011 e 2015 o número de empresas que iniciou atividade no setor foi superior ao número de encerramentos (por cada unidade que cessou atividade foram criadas 1,5 novas empresas), o que se traduziu num aumento de 18% face a 2011 no número de empresas em atividade.
Dos segmentos de atividade que compõem o setor das atividades de informação e comunicação, as ‘tecnologias de informação’ destacavam-se ao representarem 62% das empresas e 56% do número de pessoas ao serviço. Contudo, as ‘telecomunicações’, representativas de 6% das empresas, detinham a maior parcela do volume de negócios do setor (4%).
Apesar de 90% das empresas do setor serem microempresas, os 0,5% de grandes unidades agregavam 63% do volume de negócios e 41% do número de pessoas ao serviço do setor. Já as pequenas e médias empresas representavam 9% do número de empresas, 29% do volume de negócios e 39% do número de pessoas ao serviço do setor.
Segundo o BdP, quase metade (47%) das empresas de informação e comunicação estavam sediadas no distrito de Lisboa, que nesse ano agregava 81% do volume de negócios e 67% do emprego do setor. O estudo conclui que o mercado externo tem impulsionado a evolução do volume de negócios do setor, que após ter vindo a recuar nos últimos anos aumentou 0,3% no ano passado impulsionado “de forma sistemática” pelo mercado externo.
Em 2015, 17% da faturação da atividade teve origem no mercado externo, mais sete pontos percentuais (p.p.) do que em 2011, e foi no ano passado que, pela primeira vez no período analisado, o contributo positivo das exportações para a evolução do volume de negócios do setor (2,2 p.p.) compensou a contração do mercado interno (contributo negativo em 1,9 p.p.). A este propósito, o BdP nota que “o contributo do mercado interno, embora negativo, demonstra uma tendência de recuperação ao longo do período 2011-2015”.
O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) do setor manteve-se em 2015 ao mesmo nível de 2013, após ter caído em 2014 devido a operações de fusão e aquisição, tendo aumentado em 52% das empresas (mais 4 p.p. do que em 2011) e, no caso das grandes empresas, tendo crescido em 61% das unidades.
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