Baixa da TSU é “inaceitável” e “dá continuidade a políticas anteriores”
A baixa da TSU, proposta esta segunda-feira em concertação social não agradou a Jerónimo de Sousa, nem a Arménio Carlos, da CGTP. Governo e parceiros sociais voltam a reunir na próxima quinta-feira.
O secretário-geral do PCP considerou hoje “inaceitável” a baixa da Taxa Social Única (TSU) negociada em concertação social, esta segunda-feira, como contrapartida para o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN) para 557 euros em janeiro.
“Em relação à TSU, é inaceitável que seja o Orçamento do Estado a ter de pagar o ponto percentual que foi lá negociado. Estamos em profundo desacordo com isso, que sejam dinheiros da Segurança Social a alimentar, mais uma vez, o lucro dos patrões”, disse Jerónimo de Sousa, que liderou a comitiva comunista em encontro com a CGTP, em Lisboa.
Esta segunda-feira o Executivo do PS apresentou uma proposta de atualização do SMN para 557 euros já em janeiro, assim com uma redução na TSU para as empresas, algo que Jerónimo de Sousa considerou ser uma “linha de prejuízo para os trabalhadores”, num “documento profundamente desequilibrado e desolador”, que “contempla praticamente todas as reivindicações das confederações patronais”.
“É verdade que o Governo não teve em conta a nossa proposta de aumento para os 600 euros, mas também em relação às reformas e pensões ficámos isolados, sozinhos, no Orçamento do Estado para 2016. Persistimos e se, a partir de agosto, vai haver o maior aumento de pensões desde os últimos anos e isso deve-se à persistência do PCP”, salientou o secretário-geral comunista.
Para a CGTP, esta baixa na TSU é uma “continuidade das políticas desenvolvidas anteriormente” pelo PSD e CDS-PP. “Aqui não há mudança, há continuidade das políticas desenvolvidas anteriormente e que estiveram na origem da contestação e oposição da CGTP”, afirmou Arménio Carlos, após reunião com dirigentes do PCP, esta terça-feira em Lisboa.
“O Governo, em vez de fazer uma proposta de aproximação à CGTP para se encontrar uma solução, o que fez foi apostar no afastamento. Consideramos inadmissível que os trabalhadores e os reformados estejam, com os seus impostos, a financiar as empresas para aumentarem o SMN”, continuou Arménio Carlos, salientando a falta de atenção à contratação coletiva e à revogação da sua norma de caducidade.
“Não vamos deixar de lutar pelo SMN de 600 euros e pelo aumento geral dos salários em Portugal”, prometeu, justificando-o com os bons índices de atividade económica na hotelaria e turismo, indústria têxtil e de calçado e nos serviços.
Governo e parceiros sociais voltam a reunir-se na próxima quinta-feira, dia 22 de dezembro, na expectativa de um acordo.
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